A partir daí, a desonra e o silêncio dos povos negros eram iminentes.
Sem voz, sem direito, e
sem liberdade. Uma vida sem carinho, sem cor, apenas dor. A época da escravidão foi o período mais sombrio pelo qual o Brasil já passou, e ainda sofre impactos causados nesse tempo. Assim, por meio do tráfico negreiro, cerca de 4 milhões de africanos foram desembarcados no Brasil. O trabalho forçado dos africanos eram duríssimos e pautado na violência, se estendendo por até 20 horas de trabalho diário. Sem tempo para descanso ou intervalo. Sem pagamento ou recompensa pelos feitos realizados. O ofício no engenho era bastante exaustivo e perigoso. Nas moendas onde as canas de açúcar eram processadas, era comum que os escravos perdessem suas mãos ou braços, e nas fornalhas, eram comuns as queimaduras. Ao fim do dia eles eram reunidos nas senzalas, que eram os galpões ou casas abandonadas onde ficavam amontoados para passar a noite, e lá eram monitorados para que não fugissem. Eles tinham uma alimentação muito pobre e insuficiente, chegando a passar fome muitas vezes. Também não tinham nenhum saneamento básico onde residiam, e como consequência, eram expostos as mais diversas doenças com facilidade. Viviam em condições desumanas, enquanto aqueles que os escravizavam comiam do bom e do melhor e ganhavam o crédito por todo o ofício escravo. A violência também era algo muito rotineiro na vida dos povos negros, e vez ou outra eles apanhavam, eram torturados, e tinham que retomar o trabalho mesmo estando ferido. Isso se eles não fossem mortos! Na representação, é possível ver um coronel ou latifundiário monitorando o trabalho forçado enquanto açoita os escravos... É minha gente, os povos africanos eram tratados como objetos. Mas não eram. São gente. Pessoas como você e eu. Distintos apenas pela sua etnia e nada mais.