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Professora: Fernanda Smith

fernandasmith@gmail.com
▪ 1.Transmissão:
▪ Modulação analógica e digital
▪ Multiplexação por divisão na frequência (FDM);
▪ Multiplexação por divisão no tempo (TDM).

▪ 2.Sistemas de Telefonia:
▪ Noções básicas sobre telefonia;
▪ Sinalização nas redes telefônicas

▪ 3.Rádio Digital:
▪ Projeto de enlace;
▪ Desvanecimento;
▪ Diversidade.

▪ 4.Sistemas de Comunicação por Fibras Ópticas:


▪ Cálculo de enlaces ópticos;
▪ Multiplex por divisão em comprimento de onda (WDM);
▪ A rede SONET.
▪ 5.Sistemas de Comunicação via Satélite:
▪ Sistemas GEO, MEO e LEO;
▪ Cálculo de enlaces;
▪ Sistemas de satélite móvel.

▪ 6.Sistemas de Comunicação sem Fio:


▪ O conceito de telefonia celular;
▪ Rede de comunicação sem fio;
▪ O canal de rádio móvel;
▪ Descrição de sistemas.

▪ 7.Redes de Comunicação de Dados:


▪ O modelo de camadas;
▪ Protocolos e enlaces;
▪ Comutação de pacotes;
▪ Roteamento e controle de fluxo;
▪ Redes ATM.
▪ [1] Carlson, Bruce: Communication Systems – 5a Ed. Ano 2009 – McGraw Hill.
▪ [2] Haykin, Simon: Sistemas de Comunicação – 5a Ed. Ano 2011 – Bookman.
▪ [3] Lathi, B. P.: Modern Digital and Analog Communication Systems – 4th Ed. Ano
2009 – Oxford University PRess
▪ A propagação das ondas eletromagnéticas e sua concatenação, a fim de formar um
rádio enlace, tem sido bem estudada nas últimas décadas.
▪ O conceito de rádio enlace foi introduzido após as primeiras experiências de
Marconi no final do século XIX utilizando as ondas curtas.
▪ Mas somente a partir da Segunda Guerra Mundial é que foram desenvolvidos
estudos no envio de sinais à longa distância utilizando as frequências em VHF, UHF
e SHF.
▪ No Brasil, o primeiro enlace analógico de telefonia fixa foi implantado em 1957
entre São Paulo e, Rio de Janeiro, derivando para Campinas.
▪ Depois, vieram os primeiros enlaces analógicos de alta capacidade, que usavam as
faixas de frequência de 4, 6, 8 e 11 GHz, com capacidade para 1800 canais em sua
maioria.
▪ Em 1969 foi inaugurado o tronco Sul de Micro-ondas da Embratel, interligando as
cidades de São Paulo e Porto Alegre, passando por Curitiba.
▪ Em 1971, a mesma operadora completa a primeira malha de rotas de micro-ondas,
interligando todos os estados e territórios federais ao Distrito Federal, facilitando a
vida dos usuários de ligações interurbanas que ficavam esperando de 6 a 8 horas
para completar ligações interurbanas naquela época.
▪ Os primeiros rádios digitais ponto-a-ponto instalados no Brasil começaram a
operar no final da década de 70 pelas empresas do Grupo Telebrás, utilizando a
tecnologia PDH de baixa e média capacidade – até 34 Mbps, na faixa de 8.5 GHz;
posteriormente utilizaram os rádios de 2 GHz a 34 Mbps.
▪ No final da década de 80 e início da década de 90, foi utilizada a faixa acima dos 10
GHz, iniciando por 15 e 18 GHz e depois estendendo para a faixa de 23 e 38 GHz,
especialmente para enlaces curtos, com baixa e média capacidade nas regiões
metropolitanas.
▪ Também na segunda metade dos anos 90, foram implantados os rádios PDH de
capacidade de 140 Mbps na faixa de 5 GHz.
▪ Paralelamente a tecnologia PDH, no início dos anos 90, os primeiros rádios SDH
foram implantados pela Embratel, a fim de substituir gradualmente os rádios
analógicos e os digitais em PDH.
▪ Esses faziam uso da faixa de 5 GHz em regime de compartilhamento com o PDH de
alta capacidade – 140 Mbps.
▪ Posteriormente foram regulamentadas as faixas de 4, 6, 7.5, 8 e 11 GHz para a
utilização em troncos de média e longa distância pelas operadoras.
▪ As faixas de 18 e 38 GHz foram homologadas para a utilização em enlaces de curta
distância.
▪ Para acontecer uma comunicação básica entre dois pontos devem-se ter
obrigatoriamente três componentes: transmissor, receptor e meio de transmissão.

▪ A radiocomunicação estuda as telecomunicações sob o prisma da utilização do


meio aéreo (não-guiado), através das ondas eletromagnéticas que se deslocam do
transmissor ao receptor e vice-versa.
▪A propagação da onda ocorre quando há a transferência de energia
eletromagnética entre esses dois pontos pela atmosfera terrestre ou ambiente
aberto e ilimitado.
▪ A energia será distribuída por todo o espaço, mas apenas uma parte da potência
irradiada pela antena transmissora chegará à antena receptora.
▪ O rádio enlace ou sistema rádio ponto-a-ponto define de que forma a interligação
entre os pontos de transmissão e recepção pode ser feita, para garantir que o sinal
gerado na origem chegue a seu destino inteligível, dentro de uma taxa de erros
aceitável.
▪ Para que isto ocorra a SNR (razão sinal ruído) na recepção tem que ser maior que
um valor mínimo especificado. Este valor é função da modulação e mecanismos de
codificação utilizados no enlace.
▪ A potência do transmissor e antenas devem ser portanto dimensionadas de modo
a compensar as perdas na propagação e outras referentes a polarização cruzada e
atenuação nos conectores, cabos coaxiais ou guias de ondas.
▪ Em um enlace rádio digital a informação (voz, dados ou imagens) está em formato
digital e é transportada em canais padronizados (PDH ou SDH).
▪ O padrão PDH (Hierarquia Digital Plesiócrona) de transmissão de sinais foi
concebido para uma arquitetura de multiplexação assíncrona.
▪ O padrão SDH (Hierarquia Digital Síncrona) de transmissão de sinais foi concebido
para uma arquitetura de multiplexação síncrona. Cada canal opera com um relógio
sincronizado com os relógios dos outros canais.
▪ O Sinal Digital 1 em um enlace rádio digital assume normalmente um dos formatos
PDH ou SDH.
▪ O sinal Digital 1 é codificado gerando o sinal Digital 2. A finalidade desta
codificação (codificação de canal) é melhorar a confiabilidade com que a
informação é transmitida, permitindo que erros na transmissão sejam detectados e
corrigidos.
▪ Podem ser utilizados dois tipos de códigos:
▪ Códigos de linha: são utilizados na transmissão de um sinal digital de modo a
eliminar uma longa sequência de 0’s ou 1’s reduzindo a probabilidade de erro na
transmissão. Exemplos: AMI, HDB-3 e CMI.
▪ Códigos para detecção e correção de erro como os FEC (Foward Error
Correction).
▪ O Sinal Digital 2 é então modulado sendo gerado desta forma um sinal analógico
que pode ser transmitido na frequência de operação do rádio.
▪ A principal função da modulação é permitir que estes sinais de banda básica seja
transmitidos em frequências mais altas possibilitando a ocupação do espectro
eletromagnético. Os principais tipos de modulação são a Amplitude Shift Keying
(ASK), Frequency Shift Keying (FSK), Phase Shift Keying (PSK) e a Quadrature
Amplitude Modulation (QAM).
▪ Os enlaces rádio digital estão utilizando modulações cada vez mais eficientes nas
quais um símbolo representa mais de 1 bit. Estes esquemas de modulação
permitem aumentar a taxa de bits transmitida em uma banda de frequências, mas
tornam a transmissão mais sensível a ruídos e interferência exigindo uma melhor
codificação de canais além de outros cuidados no projeto e implantação do enlace.
▪ O sinal modulado é amplificado e transmitido sendo recebido na outra ponta onde
é demodulado e o sinal digital original é recuperado.
▪ Ao se propagar entre transmissor e receptor o sinal é atenuado e está sujeito a
ruído e interferências.
▪ Portanto, para que um rádio enlace funcione satisfatoriamente, são necessários os
seguintes requisitos básicos:
▪ 1) A intensidade do sinal recebido deve ter potência suficiente para se sobrepor
ao sinal do ruído recebido e ao nível de sensibilidade.
▪ 2) A intensidade do sinal deve ser propagada sem distorção excessiva,
▪ 3) Para que o rádio enlace tenha confiabilidade, as condições acima devem
permanecer constantes na maior parte do tempo.
▪ Pode-se então, do ponto de vista econômico, definir que um rádio enlace pode ser
do tipo: otimizado, superdimensionado ou subdimensionado.
▪ Um enlace é considerado otimizado quando ele é feito sob medida para atender a
finalidade a que se destina, ou seja, está na melhor relação custo/benefício, ou
ainda, tecnicamente correto para aquela situação específica ao menor valor
monetário a ser despendido.
▪ De maneira análoga ao explicado anteriormente, um sistema é definido como
superdimensionado, quando o cálculo dos parâmetros e componentes do sistema é
feito bem acima do necessário.
▪ Neste caso, isso pode ocorrer por imperícia do projetista ou para que o enlace
esteja planejado para suportar futuras expansões.
▪ Por outro lado, um sistema é dito subdimensionado quando sua valorização é
considerada inferior ao mínimo aceitável, acarretando o mau funcionamento do
enlace através de alta taxa de erros de bit e, por conseguinte, a degradação rápida
do link.
▪ A concepção de um rádio enlace deve então levar em consideração os aspectos
abordados, bem como a análise de aspectos sistêmicos do mesmo a fim de
garantir um funcionamento dentro do projetado.
▪ A onda eletromagnética irradiada pela antena se propaga através do espaço,
transportando consigo a energia necessária ao estabelecimento da ligação via
rádio.
▪ As condições de propagação dessa onda dependem apenas do meio de
transmissão.
▪ Para se estudar o mecanismo real de propagação, deve-se então considerar todas
as influências possíveis que esse meio possa exercer, como o relevo, vegetação,
prédios, etc.
▪ O procedimento mais adequado consiste em se imaginar inicialmente um meio de
transmissão ideal e imaginário (como o vácuo), no qual teríamos condições
perfeitas, como a inexistência de obstáculos e outros empecilhos para o sinal.
▪ Depois de conhecido o mecanismo de propagação nessas condições, é que se
deve analisar as modificações produzidas pelas características do meio real.
▪ A propagação que se realiza no vácuo, ou seja, em condições ideais, é chamada
propagação em espaço-livre.
▪ Os principais desvios dessa condição ideal se devem às variações das características da
atmosfera e a presença de possíveis obstáculos no percurso de propagação tais como
montanhas, árvores, prédios e o próprio solo.
▪ As ondas eletromagnéticas que vão de 3 kHz a 1 GHz são normalmente chamadas
ondas de rádio; ondas que vão de 1 a 300 GHz são denominadas microondas.
▪ As ondas de rádio, em sua maior parte, são omnidirecionais. Quando uma antena
transmite ondas de rádio, elas se propagam em todas as direções. Isso significa
que as antenas transmissoras e receptoras não têm de estar alinhadas.
▪ A propriedade omnidirecional apresenta, porém, uma desvantagem. As ondas de
rádio transmitidas por uma antena podem causar interferência no sinal de outra
antena, que pode, eventualmente, enviar sinais usando a mesma frequência ou
banda.
▪ As ondas de rádio, particularmente aquelas que se propagam no modo ionosférico,
podem percorrer grandes distâncias. Isso torna as ondas de rádio um ótimo
candidato a transmissões de longa distância, como o rádio AM.
▪ As ondas de rádio, particularmente aquelas de baixa e média frequências, são
capazes de penetrar paredes. Essa característica pode, ao mesmo tempo, ser uma
vantagem e uma desvantagem. Ela é vantajosa, pois, por exemplo, um rádio AM é
capaz de receber ondas dentro de um prédio. É uma desvantagem, porque não
podemos isolar a comunicação para apenas dentro ou fora de um prédio.
▪ As ondas de rádio são transmitidas por antenas
omnidirecionais, que enviam sinais em todas as direções. Com
base no comprimento de onda, na potência e na finalidade da
transmissão, podemos ter vários tipos de antenas.
▪ As características omnidirecionais das ondas de rádio as tornam
úteis para todas as aplicações que transmitem sinais em
broadcast. Nesse caso, apenas um transmissor envia o sinal e
muitos receptores podem recebê-lo. Rádios AM e FM, televisão,
radionavegação marítima e pagers são exemplos de broadcast.
▪ A propagação das ondas eletromagnéticas entre as antenas transmissora e receptora
tem características definidas fundamentalmente pelas propriedades do meio de
transmissão entre essas antenas.
▪ Este meio, constituído, no geral pelo conjunto atmosfera-superfície terrestre,
apresenta propriedades que variam com a frequência da onda irradiada,
determinando tipos de mecanismos de propagação dominantes para as diferentes
faixas do espectro de radiofrequências.
▪ Deve-se ressaltar ainda, que os parâmetros do meio que especificam as
características de propagação se modificam em função da região envolvida (urbana,
florestas, desertos, montanhas, etc.) bem como sofrem variações ao longo do tempo
(temperatura, pressão, umidade, etc.).
▪ A influência da superfície terrestre se faz sentir na propagação das ondas de várias
formas.
▪ Assim podem ocorrer, por exemplo, obstruções parciais ou totais das ondas em
acidentes do terreno e reflexões na superfície, fenômenos estes, que serão
analisados em itens subsequentes.
▪ O tipo de superfície determina um comportamento distinto em relação a tais
fenômenos. Assim, por exemplo, temos que a reflexão sobre um terreno montanhoso
difere bastante daquela observada sobre o mar.
▪ Ocorre ainda dissipação de energia na terra, pela indução de pequenas correntes,
ocasionando perdas de potência.
▪ Este caso é claramente visto no estudo das ondas superficiais, transmitidas com
polarização vertical.
▪ Da mesma forma, a escolha da faixa de frequência de operação, e por conseguinte o
mecanismo de propagação dominante, será função das condições da superfície
terrestre na região em questão.
▪ A atmosfera terrestre pode ser encarada como subdividida em três camadas
principais: a troposfera, a estratosfera e a ionosfera.
▪ A troposfera é a camada adjacente à superfície terrestre e se estende até uma
altitude de aproximadamente 11 km. Através desta camada, a temperatura decresce
a uma razão de 6.5 ºC a 7 º/km com a altitude, atingindo no limite superior um valor
de aproximadamente -50 ºC.
▪ Na troposfera estão presentes vários tipos de gases como o oxigênio, o nitrogênio e
o dióxido de carbono, além de vapor de água e precipitações eventuais. Em
consequência, o comportamento físico dessa camada é em geral descrito por três
parâmetros: pressão atmosférica, temperatura e pressão de vapor de água. É nessa
camada que se propagam os sinais de micro-ondas em enlaces ponto-a-ponto.
▪ No que diz respeito às ondas de rádio, os principais fenômenos a serem analisados
quando da propagação através da troposfera são os seguintes:
▪ - refração da onda (principalmente os efeitos resultantes das variações do índice de
refração).
▪ - absorção de energia da onda pelo oxigênio e vapor de água, além de outros tipos
de absorção.
▪ - influência das precipitações (atenuações causadas por chuvas).
▪ A estratosfera é a camada da atmosfera terrestre que se segue à troposfera. A
temperatura nessa região é tida como aproximadamente constante (região
isotérmica).
▪ A estratosfera se estende da altura de 11 km até cerca de 50 km. Essa camada é
estável no sentido da propagação radioelétrica, mas tem pouco interesse para
telecomunicações.
▪ A camada mais alta da atmosfera é chamada ionosfera, e nessa camada a densidade
dos gases que a compõe é muito baixa. Por outro lado, essa região é alvo constante
de bombardeio da irradiação e partículas provenientes do sol.
▪ A ionosfera se estende de cerca de 50 km a 400 km de altitude, podendo ser
subdividida em várias camadas com diferentes graus de ionização, sendo as
camadas mais altas fortemente ionizadas.
▪ Serão analisados os mecanismos de propagação correspondentes às diversas faixas
do espectro de radiofrequência:
▪ Faixa ELF: Nessa faixa de
frequência as ondas penetram a
uma distância razoável no solo e
a distâncias maiores ainda na
água. Existem sistemas
operando com transmissores de
potência muito alta (MW) e
antenas grandes, usados em
comunicações com submarinos
e em escavações em minas.
▪ Faixa VLF: Nessa faixa do espectro
de radiofrequência, é utilizada como
mecanismo de propagação, a
reflexão ionosférica.
▪ Para essa faixa de frequências, a
ionosfera se comporta
aproximadamente como um
condutor perfeito, introduzindo
pequena atenuação na onda
refletida. Pode-se considerar a
propagação em VLF como se as
ondas estivessem confinadas a um
guia de onda limitado
superiormente pela ionosfera e
inferiormente pela superfície da
Terra.
▪ Faixas LF e MF: Na faixa LF, até
aproximadamente 100 kHz, usa-se ainda a
propagação por reflexão ionosférica,
embora com a introdução de uma
atenuação um pouco maior que a
verificada na faixa de VLF (a ionosfera já
não pode ser considerada como uma
superfície condutora perfeita na faixa LF).
▪ Acima de 100 kHz, e também na faixa de
MF (300 kHz a 3 MHz), o mecanismo de
propagação dominante é designado por
ondas de superfície, o qual apresenta
uma menor atenuação que a reflexão
ionosférica. Neste mecanismo, a superfície
da terra, com um certo valor de
condutividade e constante dielétrica, se
comporta aproximadamente como um
guia de onda.
▪ A onda superficial tende a acompanhar a curvatura terrestre, não se prendendo
somente à superfície, mas diminuindo a intensidade de campo com a altura.
▪ Uma vez que parte da energia é absorvida pela terra, a intensidade da onda
superficial é atenuada com a distância. Essa atenuação é função da condutividade
terrestre por onde a onda se desloca.
▪ Assim, por exemplo, a onda de superfície se propaga com facilidade sobre a água do
mar e melhor no solo úmido que no seco.
▪ Faixa HF: Na faixa de HF (3 MHz a 30
MHz), o mecanismo de propagação
dominante é o da refração ionosférica,
embora ainda se faça presente onda de
superfície em regiões mais próximas do
transmissor.
▪ Na refração ionosférica, as diversas
camadas da ionosfera desviam pouco a
pouco a trajetória das ondas (fenômeno
da refração), que retornam à superfície
terrestre.
▪A onda que sofre refração na
ionosfera, dita onda celeste (no
sentido de cima para baixo),
estabelece a ligação a longa distância.
Próximo ao transmissor se faz sentir a
presença da onda de superfície, que é
atenuada com a distância.
▪ A região entre o ponto de recepção da
onda celeste e o limite de influência da
onda de superfície é chamada de zona
de silêncio, pois não existe sinal útil
nessa região.
▪ A figura ao lado ilustra três ondas de
frequências diferentes (5 MHz, 20 MHz e
100 MHz) com um mesmo ângulo de
irradiação.
▪ A onda de frequência igual a 20 MHz se
refrata em camada mais alta (maior grau
de ionização) que aquela de 5 MHz,
estabelecendo um enlace maior. Já a
onda de 100 MHz não sofre refração
suficiente, de modo que não retorna à
superfície terrestre. Em outras palavras,
a onda de 100 MHz atravessa a ionosfera.
▪ Será dada atenção especial para o tipo
de propagação troposférica, que é
onde normalmente se encontra qualquer
comunicação digital via rádio nos dias
atuais.
▪ Acima dos 30 MHz, a partir da faixa de
VHF (30 MHz a 300 MHz,), não se torna
mais possível o uso da refração
ionosférica, porque, como indica a figura
ao lado, nessa faixa as ondas refratadas
não chegam a atingir o ângulo zero
(ângulo ideal), por conseguinte, não
retornando de volta à superfície
terrestre.
▪ Acima de VHF, já são usadas antenas
que concentram a energia em feixes
mais estreitos, estabelecendo as
ligações através da onda espacial
direta entre antena transmissora e
receptora, formando sistemas em
visada direta, usando propagação
troposférica, ou seja, usando a camada
adjacente à superfície terrestre.
▪ Visada direta significa que não existem
obstáculos entre antena transmissora e
receptora, embora o surgimento de
algum obstáculo, dependendo do
tamanho, não impeça o funcionamento
do enlace.
▪ Com isso, define-se o conceito de
ligação por difração, e como ocorre a
difração de uma onda de rádio por um
obstáculo.
▪ O fenômeno da difração deve ser
definido como a capacidade que
um feixe eletromagnético tem de
contornar obstáculos quando
esses são da mesma ordem de
grandeza do comprimento de
onda do feixe.
▪ Assim, a presença de obstáculos
próximos à linha de visada entre
as antenas, como morros, árvores
ou prédios, acarreta uma
diminuição da energia recebida,
sendo que parte da onda é
bloqueada e parte contorna o
obstáculo.
▪ Com isso, quanto menor a
frequência, maior será o
envolvimento do obstáculo.
▪ A própria terra pode constituir um obstáculo a ser contornado, devido à sua curvatura.
▪ A figura abaixo ilustra a difração na superfície da terra. Esse efeito é mais comum em
enlaces acima dos 50 km.
▪A superfície do terreno pode
provocar reflexões que podem
tornar-se um problema para a
estabilidade do nível de recepção
do enlace.
▪ Superfícies lisas como regiões
alagadas são particularmente
desfavoráveis para radio enlaces
em visibilidade, pois provocam
reflexões especulares.
▪ As reflexões especulares
provocam propagação por
multipercurso, fazendo com que o
nível da recepção dependa
fortemente da amplitude e fase do
sinal que chega à antena de
recepção através de percursos
secundários.
▪ Outro efeito que ocorre
principalmente para frequências
mais altas, parte alta da faixa de
UHF, faixa de SHF e o começo da
faixa de EHF, é a refração
atmosférica (ou troposférica).
Esse efeito provoca uma
curvatura no feixe das ondas
eletromagnéticas em função das
sucessivas refrações que sofre ao
longo da propagação.
▪ Ao lado, pode-se observar o que
ocorre com o feixe ao passar
através de camadas de
densidades diferentes.
▪ Essas refrações traduzem-se por uma tendência a se entortar o feixe quando ele
atravessa camadas de densidades diferentes na troposfera.
▪ Na troposfera, há uma variação de temperatura e pressão à medida que se aumenta a
altitude, ocasionando subcamadas com índices de refração diferentes.
▪ Na figura abaixo pode-se observar o que ocorre com o feixe ao passar através das
camadas de densidades diferentes.
▪ Desvanecimento ou fading é o nome dado para se caracterizar o fenômeno da existência
de variações aleatórias ao longo do tempo da intensidade de sinal recebido.
▪ Os desvanecimentos são normalmente classificados em rápidos e lentos.
▪ Embora não exista uma regra definida para essa classificação, pode-se indicar,
genericamente, que os desvanecimentos lentos correspondem a variações de poucos dB
por minuto na intensidade do sinal, enquanto que os desvanecimentos rápidos podem
corresponder a variações de dezenas de dB em segundos.
▪ Desvanecimentos lentos são causados por efeitos de propagação como a difração, dutos
troposféricos e a atenuação por chuvas, cuja variação com a frequência é
suficientemente pequena na faixa de frequências do canal, podendo ser desprezada,
por esse motivo, são denominados desvanecimentos planos.
▪ A figura abaixo ilustra o efeito do desvanecimento plano visto no domínio do tempo e da
frequência, de um sinal em micro-ondas.
▪ Já os desvanecimentos rápidos estão geralmente associados ao efeito de multipercusso
atmosférico que é fortemente dependente da frequência e está relacionado ao
fenômeno de reflexão, sendo por isto denominados desvanecimento seletivos.
▪ O multipercurso atmosférico é um fenômeno aleatório que ocorre quando as
irregularidades no índice de refração do ar produzem caminhos alternativos para a
energia.
▪ A figura abaixo mostra um enlace ressaltando a propagação por multipercurso.
▪ São técnicas utilizadas no combate aos fenômenos associados ao desvanecimento rápido
e ao ambiente com múltiplos percursos. Duas dessas técnicas serão abordadas aqui:
equalização adaptativa e técnicas de diversidade.
▪ Os equalizadores convencionais possuem função de transferência estática da entrada
para saída, com intuito de compensar distorções determinísticas.
▪ Um equalizador adaptativo possui capacidade de mudar dinamicamente sua função de
transferência.
▪ Como o ambiente de múltiplos percursos deteriora a banda em determinadas
frequências (seletivo) de forma imprevisível, o papel do equalizador adaptativo é tornar
a resposta o mais plana o possível.
▪ Técnicas de modulação com multiportadoras, como OFDM (multiplexação por divisão de
frequências ortogonais), associadas a técnicas de equalização adaptativa têm sido
amplamente utilizadas no combate ao efeito do múltiplo percurso.
▪ Na figura a) tem-se o caso clássico de uma informação modulada com apenas uma
portadora sendo submetida a um ambiente de múltiplos percursos. Em b) tem-se a
mesma informação modulada por uma série de sub-portadoras, sendo também
submetida a um ambiente de múltiplos percursos. Nota-se que uma ação de equalização
torna-se bem mais simples no segundo caso.
▪ São técnicas que procuram reduzir os efeitos dos desvanecimentos, usando mais de um
receptor em caso de regiões com desvanecimento profundo, combinando-os ou
selecionando-os mutuamente para obter a melhor recepção possível.
▪ Para implementar essa técnica de mais de uma recepção, muitos são os recursos
possíveis. Por exemplo: recepção por diferentes antenas (em diferentes posições),
diferentes frequências, e ainda diferentes polarizações.
▪ As duas principais técnicas de diversidade são:
▪ A) diversidade de espaço
▪ B) diversidade de frequência
▪ A técnica de diversidade de espaço convencional consiste em colocar duas antenas de
recepção (uma principal e outra auxiliar) em um mesmo plano vertical. Ou seja, a antena
principal no ponto mais alto e a auxiliar alguns metros mais abaixo, na mesma torre. O
efeito dessa contramedida cresce com o aumento da separação vertical dessas antenas.
▪ A figura abaixo mostra o princípio da diversidade de espaço com mais de uma antena
receptora.
▪ A diversidade de frequência é a combinação na qual o mesmo sinal é enviado por dois
canais de RF com frequências diferentes, havendo na recepção uma seleção do melhor
sinal. O efeito dessa contramedida cresce, normalmente, com a diferença de frequência
entre os dois sinais.
▪ Como se sabe, para o rádio digital o desvanecimento dificilmente atinge dois canais de
rádio ao mesmo tempo com a mesma profundidade.
▪ Isso porque o desvanecimento é seletivo em frequência.
▪ Para que mais de uma frequência seja atingida pelo mesmo notch ao mesmo tempo, é
preciso ocorrer reflexões que causem atrasos de percurso muito grandes.
▪ A figura abaixo mostra um diagrama de funcionamento da técnica de diversidade de
frequência.

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