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Professora: Fernanda Smith

fernandasmith@gmail.com
▪ 1.Transmissão:
▪ Modulação analógica e digital
▪ Multiplexação por divisão na frequência (FDM);
▪ Multiplexação por divisão no tempo (TDM).

▪ 2.Sistemas de Telefonia:
▪ Noções básicas sobre telefonia;
▪ Sinalização nas redes telefônicas

▪ 3.Rádio Digital:
▪ Projeto de enlace;
▪ Desvanecimento;
▪ Diversidade.

▪ 4.Sistemas de Comunicação por Fibras Ópticas:


▪ Cálculo de enlaces ópticos;
▪ Multiplex por divisão em comprimento de onda (WDM);
▪ A rede SONET.
▪ 5.Sistemas de Comunicação via Satélite:
▪ Sistemas GEO, MEO e LEO;
▪ Cálculo de enlaces;
▪ Sistemas de satélite móvel.

▪ 6.Sistemas de Comunicação sem Fio:


▪ O conceito de telefonia celular;
▪ Rede de comunicação sem fio;
▪ O canal de rádio móvel;
▪ Descrição de sistemas.

▪ 7.Redes de Comunicação de Dados:


▪ O modelo de camadas;
▪ Protocolos e enlaces;
▪ Comutação de pacotes;
▪ Roteamento e controle de fluxo;
▪ Redes ATM.
▪ [1] Carlson, Bruce: Communication Systems – 5a Ed. Ano 2009 – McGraw Hill.
▪ [2] Haykin, Simon: Sistemas de Comunicação – 5a Ed. Ano 2011 – Bookman.
▪ [3] Lathi, B. P.: Modern Digital and Analog Communication Systems – 4th Ed. Ano
2009 – Oxford University PRess
▪ O telefone, inventado por Graham Bell, aparece em 1886, dando início aos sistemas
analógicos de transmissão, também de caráter elétrico.
▪ Tal sistema foi, sem dúvida um elemento de fantástico impacto tecnológico,
mudando crucialmente os hábitos sociais, mercadológicos e outros aspectos mais
da vida humana, neste século XX.
▪ As constantes demandas por maiores volumes de interconexões telefônicas
promoveu o desenvolvimento dos sistemas implantados, incluindo-se nisto o
aparecimento dos cabos coaxiais em substituição aos de pares de fios, em
aplicações requerendo maiores taxas de transmissão, como por exemplo a
transmissão de sinais de TV.
▪ Já em 1940 apareceu o primeiro sistema de comunicação operando com cabo
coaxial, transmitindo 300 canais de voz, ou um de TV, com uma banda de 3 MHz.
▪ Entretanto as características físicas dos condutores de cobre fazem aumentar a
atenuação do sinal rapidamente com o aumento da frequência e o aumento da
atenuação obrigam a diminuir proporcionalmente a distância entre repetidores
necessários à regeneração do sinal.
▪ Ao mesmo tempo é conhecida a perturbação que os sinais sofrem por influência
dos campos eletrostáticos nas proximidades.
▪ O uso das comunicações ópticas é sempre sugerido como uma grande tecnologia
definitivamente conquistada nas últimas décadas.
▪ A ideia de utilizar a luz nas comunicações vem desde a antiguidade, apesar desse
fato ter se concretizado apenas recentemente.
▪ Primeiramente, foram criados sistemas de comunicações ópticas pelo ar, utilizando
espelhos, tochas e outros objetos que se interpunham ao sol ou geravam luz.
▪ No entanto, essa ideia fracassou por conta dos distúrbios atmosféricos (chuva,
névoa) e pela necessidade de o emissor e o receptor estarem bem visíveis entre
si, o que acarretava grandes dificuldades.
▪ Muitos pesquisadores tentavam solucionar tais problemas buscando transmissão
da luz através de trajetórias curvilíneas.
▪ Em 1870, John Tyndall comprovou a viabilidade dessa opção, ao utilizar um
recipiente cheio de água com um pequeno orifício, por onde esta escorria, para
demonstrar que a luz se propagava ao longo do recipiente e saía com a água pelo
orifício.
▪ A seguir, outros pesquisadores passaram a estudar meios mais adequados para a
transmissão da luz e a transmissão de sinais luminosos por eles.
▪ O termo “fibra óptica” só veio surgir em 1951, depois de uma longa espera por
melhores tecnologias, quando o holandês Heel e os ingleses Kapany e Hopkins
criaram algumas fibras de vidro com revestimento para guiar luz e imagens, num
equipamento chamado Fiberscope, utilizado na Medicina.
▪ No entanto, poucos consideravam possível a aplicação de fibras de vidro como
guias ópticos para sistemas de comunicação.
▪ Assim, nenhum avanço significante para as comunicações ópticas surgiu até a
invenção do Laser no inicio dos anos 1960.
▪ Esse dispositivo fornecia uma poderosa fonte de luz coerente juntamente com a
possibilidade de modulação em alta frequência.
▪ Entretanto, o alto custo de desenvolvimento e implementação desses sistemas
somadas as limitações impostas aos canais ópticos, como a chuva, a neblina, a
neve, a poeira, fizeram esse meio de comunicação de alta velocidade ser
desinteressante economicamente ou se restringir a sistemas para aplicações em
curtas distâncias.
▪ Ao mesmo tempo, reconheceu-se que uma fibra óptica podia fornecer um canal de
transmissão mais confiável, pois ela não está sujeita as adversas condições
ambientais.
▪ Inicialmente as grande perdas de sinal de mais de 1000dB/Km fizeram as fibras
ópticas parecerem inviáveis.
▪ Isso mudou em 1966, quando Kao e Hockman especularam se essas grandes
perdas ocorriam em razão de impurezas no material da fibra, e dessa maneira, as
perdas poderiam ser reduzidas significantemente para torna-las um meio viável
de transmissão.
▪ Esses esforços levaram a fabricação da primeira fibra óptica em 1970, somente
quatro anos após a sua predição.
▪ O avanço técnico para comunicações de fibra óptica começou, então, em 1970,
quando pesquisadores da Corning demonstraram a viabilidade da produção de
uma fibra de vidro com uma perda de potência óptica baixa o suficiente para uma
transmissão prática.
▪ Tais sistemas foram vistos como um substituto para sistemas de transmissão via
cabo coaxial.
▪ As propriedades exclusivas das fibras ópticas lhe deram uma série de vantagens
de desempenho em comparação com os fios de cobre, de modo que as conexões
ópticas operando no modo de banda-base por meio de um simples chaveamento
ligado-desligado tornaram-se aplicações atrativas.
▪ Houveram também sérios problemas envolvendo a junção dos cabos de fibras de
forma satisfatória para conseguir baixas perdas.
▪ No entanto, dentro do espaço de 10 anos, as perdas nas fibras ópticas foram
reduzidas para abaixo de 5dB/km e técnicas adequadas de junções de baixa
perdas foram aperfeiçoadas.
▪ As primeiras conexões de fibra óptica apareceram no final da década de 1970 e
foram utilizadas para transmitir sinais de telefonia a uma taxa de aproximadamente
6Mb/s em distâncias em torno de 10km.
▪ Como a pesquisa e o desenvolvimento progrediram, a sofisticação e a capacidade
desses sistemas aumentaram rapidamente durante os anos 1980, criando conexões
que transportam dados agregados a taxas de terabits em distancias de centenas
de quilômetros.
▪ A partir dos anos 1990, dentre as maiores aplicações de fibras ópticas estão a sua
utilização em sistemas de banda larga.
▪ A demanda por sistemas de banda larga vem crescendo, indo desde usuários
domésticos baseados em PC até grandes empresas e organizações, assim as
empresas de telecomunicações ao redor do mundo vem melhorando a capacidade
das linhas de fibra.
▪ Sistemas de comunicação ópticas de alto desempenho, portanto, agora são
amplamente utilizados no âmbito das redes de comunicação em todo o mundo e
em muitas áreas de aplicação.
▪ Em paralelo ao desenvolvimento da guia de onda de fibra, a atenção também foi
focada sobra os outros componentes ópticos, que constituem os sistemas de
comunicação.
▪ A implementação de uma série de componentes convencionais das fibras
(emendas, conectares, acopladores) e dispositivos optoeletrônicos ativos (fontes,
detectores, amplificadores) também mudou-se para uma fase de maturidade.
▪ Um sistema de comunicação óptica é semelhante em conceito básico a qualquer
tipo de sistema de comunicação.
▪ Um sistema de comunicação consiste, portanto, de um transmissor ligado a uma
fonte de informação, o meio de transmissão, e um receptor ou demodulador no
ponto de destino.
▪ Nos sistemas de comunicação óptica encontramos esses 3 elementos básicos,
sendo o meio de transmissão as fibras ópticas.
▪ Assim, podemos dizer que a função básica de uma conexão por fibra óptica é
transportar o sinal de um equipamento de comunicação (um computador, um
telefone, ou aparato de vídeo) a outro equipamento correspondente em outro local
com o maior grau de confiabilidade e precisão.

▪ Obs: Há comunicação óptica utilizando o espaço-livre, no qual a atmosfera é o meio


de transmissão.
▪ Um transmissor é usado para enviar um sinal de luz na fibra. O transmissor é
constituído por uma fonte de luz que é dimensionalmente compatível com o núcleo
da fibra e do circuito de modulação associado.
▪ Os diodos emissores de luz (LEDs) e os diodos laser a base de semicondutores
são adequados para essa finalidade.
▪ Nesses dispositivos a saída de luz pode ser modulada rapidamente, simplesmente
variando a corrente de entrada a uma taxa de transmissão desejada, produzindo
desse modo um sinal óptico.
▪ A escolha entre a utilização do LED ou do diodo laser como fonte de luz, depende
da aplicação.
▪ Os LEDs são mais simples, baratos e confiáveis, mas possuem espectro mais largo
de luz gerada com uma emissão incoerente, pior eficiência de acoplamento de luz
na fibra e limitações na velocidade de modulação. Por isso, os LEDs são usados
principalmente em sistemas de menor capacidade de transmissão.
▪ Os diodos laser, por sua vez, geram uma radiação mais coerente, com espectro
mais estreito e feixe mais diretivo, com potências maiores, no entanto, seu custo é
elevado.
▪ Uma fibra óptica é um guia de ondas dielétrico que opera nas chamadas
frequências ópticas.
▪ O espectro óptico está contido no intervalo de frequências que vai desde a região
do infravermelho longínquo (≈100 μm), passando pela faixa de luz visível (0,39 a
0,77 μm), e terminando no domínio do ultravioleta (0,05 μm).
▪ Esse guia de ondas de fibras possui, normalmente, forma cilíndrica.
▪ Ela confina a energia eletromagnética na forma de luz dentro de sua superfície e
guia a luz em uma direção paralela ao seu eixo.
▪ As propriedades de transmissão de um guia de ondas ópticas são ditadas por suas
características estruturais, as quais tem um efeito importante na determinação de
como o sinal óptico é afetado ao se propagar ao longo da fibra.
▪ A estrutura basicamente estabelece a capacidade de transportar informação.
▪ A propagação de luz ao longo de um guia de ondas pode ser descrita em termos
de um conjunto de ondas eletromagnéticas denominadas modos do guia de onda.
▪ Cada modo é um padrão de distribuições de campos elétricos e magnéticos que
se repete ao longo da fibra em intervalos iguais.
▪ A fibra óptica tem a estrutura de um único cilindro dielétrico, com índice de
refração 𝑛1 .

▪ Esse cilindro é chamado núcleo da fibra, por onde a luz propaga. O núcleo é
rodeado por um revestimento ou casca dielétrica, com índice de refração 𝑛2 menor
que 𝑛1 .
▪ A diferença entre os índice é que possibilita a reflexão total e a manutenção do
feixe luminoso no interior da fibra.
▪ Ao redor da casca há uma capa feita de material plástico, como forma de proteger
o interior contra danos mecânicos.
▪ A fibra óptica, em sua estrutura, é composta de vidro ou plástico, que são
chamados de materiais dielétricos ou isolantes. A sua forma é cilíndrica e
alongada. É transparente e flexível. Com dimensão de aproximadamente um fio de
cabelo.
▪ Quanto ao vidro, há dois tipos:
▪ sílica, sendo ela pura ou dopada;
▪ vidros multicompostos.
▪ O princípio básico que faz com esse meio de transmissão transporte a luz é o
princípio óptico da reflexão interna total.
▪ A lei de Snell, na equação abaixo, que relaciona os ângulos de incidência, i, e
refração, R, com os índices de refração, dos meios materiais envolvidos, é
empregada para explicar o processo de reflexão interna total:

em que, 𝜂1 e 𝜂2 , são, respectivamente, os índices de refração da região 1 e região 2 e


𝜙1 = 𝜙𝑖 e 𝜙2 = 𝜙𝑅 , são, respectivamente, os ângulos incidente e refratado.
▪O índice de refração relaciona a velocidade de propagação da onda
eletromagnética com o tipo de meio, isto é , sendo c é a velocidade da luz
no vácuo e 𝑣1 a velocidade da luz no meio 1.
▪ Se 𝜂1 > 𝜂2 , se tem a possibilidade de o raio refratado se aproximar do eixo horizontal,
isto é, 𝜙𝑅 = 90° , ângulo limite para que ocorra a refração.

▪ Se 𝜙𝑅 = 90°, então 𝜙𝑖 = 𝜙𝑐 é denominado ângulo crítico. Acima desse ângulo, 𝜙𝑖 > 𝜙𝑐 ,


se tem reflexão interna total.
▪ A medida em que o ângulo de incidência aumenta, chega-se a uma situação em
que o raio refratado sai tangente à superfície de refração igual a 90º.
▪ Para ângulos maiores que 𝜙2 não existe raio refratado, ocorrendo o fenômeno
chamado Reflexão Interna Total.
▪ As fibras ópticas costumam ser classificadas a partir de suas características
básicas de transmissão, ditadas essencialmente pelo perfil de índices de refração
da fibra e pela sua habilidade em se propagar em um ou em vários modos de
propagação.
▪ Com implicações principalmente na capacidade de transmissão (banda passante)
e nas facilidades operacionais em termos de conexões e acoplamentos com fontes
e detectores luminosos.
▪ Tipos de fibras:
▪ Multimodo Índice Degrau (MM - Step Index)
▪ Multimodo Índice Gradual (MM - Graded Index)
▪ Monomodo (SM - Single mode)
▪ A fibra de índice degrau consiste em um núcleo de 10 a 50 𝜇m de diâmetro,
coberto por uma casca com um diâmetro de 100, 200 ou 300 𝜇m e um índice de
refração ligeiramente menor que o núcleo.
▪ Nesta fibra a luz é totalmente refletida na linha divisória entre o núcleo e a casca
(reflexão interna total) e se propaga em forma de zig-zag.
▪ Como o diâmetro do núcleo é muito menor
que o comprimento de onda guiada, existirá
um grande número de modos sendo
transmitidos pela fibra.
▪ Devido a este elevado número de modos e a
propagação em linha quebrada (zig-zag), este
tipo de fibra foi denominados FIBRA
MULTIMODO DE ÍNDICE DEGRAU.
▪ O termo índice degrau refere-se à abruptude
dessa mudança, que contribui para a
distorção do sinal à medida que ele trafega
pela fibra.
▪ Nesta fibra, o índice de refração é maior no centro do núcleo e decresce do centro
até a linha divisória entre núcleo e casca, ou melhor, o índice de refração se torna
cada vez menor a medida que se aproxima do centro do núcleo.
▪ Por outro lado, a luz nesta fibra não é mais conduzida por múltiplas reflexões mas
sim refratada de volta ao centro do núcleo, assemelhando-se a uma propagação
ondulatória.
▪ A palavra índice gradual aqui se refere ao índice de refração. O índice de refração
está relacionado com a densidade. Uma fibra com índice gradual, portanto, é uma
fibra com densidades variáveis. A densidade é mais alta no centro do núcleo e
diminui gradualmente em sua borda.
▪ O número de modos é definido por:

▪ O número de modos suportados pela fibra pode variar desde 1 até 100.000. Esse
número tem relação com uma grandeza adimensional chamada “ Frequência
Normalizada (V )” cuja fórmula que a define é:
▪ Neste tipo de fibra, o diâmetro do núcleo 2a = 5 𝜇m e é muito menor que o
diâmetro da casca 2b = 125 𝜇m. O índice de refração da casca (𝜂2 ) é ligeiramente
menor que o índice de refração do núcleo (𝜂1 ).
▪ Portanto, as fibras monomodo de dimensões menores e maior capacidade de
transmissão, possuem um único modo de propagação, transmitindo apenas o raio
axial, possibilitando que a luz se propague em linha reta ao longo do cabo
▪ Depois de um sinal óptico ser lançado para a fibra, ele será
progressivamente atenuado e distorcido em virtude dos
mecanismos de espalhamento, absorção e dispersão do
material do vidro.
▪ No destino de uma linha de transmissão de fibra óptica, há
um dispositivo receptor que interpreta a informação
contida no sinal óptico.
▪ No interior desse receptor, um fotodiodo detecta o sinal
óptico enfraquecido e distorcido que emerge a partir da
extremidade da fibra e converte-o em um sinal elétrico.
▪ O receptor também contém dispositivos eletrônicos de
amplificação e circuitos para restaurar a fidelidade do sinal.
▪ A capacidade do receptor para alcançar um determinado
nível de desempenho depende do tipo de fotodetector, dos
efeitos do ruído no sistema e das características dos
sucessivos estágios de amplificação no receptor.
▪ Em qualquer conexão de fibra óptica, incluem-se vários dispositivos ópticos
passivos que auxiliam no controle e na orientação do sinal de luz.
▪ Os dispositivos passivos são componentes ópticos que não necessitam de
controle eletrônico para o seu funcionamento.
▪ Alguns exemplos: filtros ópticos que selecionam uma região estreita no espectro de
luz desejada, divisores ópticos que dividem a potência de um sinal óptico em
diferentes ramos, multiplexadores ópticos que combinam os sinais a partir de dois
ou mais comprimentos distintos de onda para uma mesma fibra e acopladores
utilizados para desviar uma certa porcentagem de luz em geral para
monitoramento de desempenho.
▪ Além disso, as modernas redes de fibra óptica contêm um grande conjunto de
componentes ópticos ativos, que requerem um controle eletrônico para o seu
funcionamento.
▪ Nessa categoria, temos os moduladores de sinal de luz, os filtros ópticos
sintonizáveis, os atenuadores ópticos variáveis e os comutadores ópticos.
▪ Conectores Ópticos:
▪ A junção da fibra óptica ao fotodetector (ou fotoemissor) ocorre graças aos
conectores que permitem junções temporárias entre duas fibras ou nas
extremidades dos sistemas. Considerando a precisão das peças mecânicas que
integram o conector óptico para posicionarem as extremidades das fibras em
relação ao corpo externo do conector, garante-se qualidade na conexão.
▪ As características de transmissão de uma fibra óptica podem ser descritas
essencialmente pelas suas propriedades quanto à dispersão dos sinais por ela
transmitidos.
▪A atenuação está diretamente associada às perdas de transmissão, uma
característica fundamental em todo tipo de suporte de transmissão.
▪ O fenômeno de dispersão, por sua vez, permite caracterizar a capacidade de
transmissão de uma fibra óptica, expressa pela taxa de transmissão (em bits por
segundo) ou pela banda passante em (hertz), respectivamente, nos casos de
sistemas digitais ou analógicos.
▪ Quando o sinal luminoso perde a sua
potência ao longo da fibra óptica,
este processo recebe o nome de
atenuação. Isso ocorre em razão da
limitação da distância existente entre
o início e o fim da transmissão.
▪ Esta perda da potência do sinal
luminoso na fibra é medida em
dB/Km.
▪ As indicações da região próximo do
infravermelho com comprimento de
onda entre 800 e 1800 nm são as que
podem ser usadas para comunicações
com Fibras Ópticas.
▪ A atenuação poderá ocorrer por meio de
Atenuação na fibra de silica mostrando as três
absorção, curvaturas e espalhamento.
regiões de comprimento de onda onde a
maioria dos sistemas com fibras operam.
▪ Absorção: A absorção de parte da energia luminosa ocorre devido à presença de
átomos e também de moléculas de água retidas do vidro, ou por contaminação no
processo de fabricação, ou pela variação na densidade do material.
▪ Curvatura: As perdas da energia luminosa também podem ocorrer por curvaturas
dos seguintes tipos:
a) Macrocurvatura: os raios de curvatura são grandes, quando os cabos ópticos são
posicionados em uma esquina, por exemplo.
b) Microcurvatura: os raios de curvatura são mínimos e próximos do raio do núcleo
da fibra.
▪ Espalhamento: Existe a perda da energia luminosa por espalhamento, que ocorre
quando há a dispersão do fluxo dos raios, em razão da densidade do material da
fibra.
▪ É importante que no dimensionamento de um sistema de transmissão, além das
perdas introduzidas pela atenuação da fibra óptica, devem ser consideradas
também as perdas causadas nas emendas e conexões entre segmentos de fibras e
no acoplamento das fibras com as fontes e detectores luminosos.
▪ As perdas por absorção são causadas pelos seguintes tipos de mecanismos:
▪ Absorção intrínseca: Causada pela interação da luz com um ou mais componentes
do material. Este tipo de absorção depende do material usado na composição da
fibra e constitui-se no principal fator físico definindo a transparência de um
material de numa região espectral especificada.
▪ Considerando-se um processo de fabricação perfeito (sem impurezas, sem
variações na densidade, homogeneidade do material etc.), a absorção intrínseca
estabelece um limite mínimo fundamental na absorção para qualquer tipo de
material usado.
▪ Absorção extrínseca: Causada pela interação da luz com as impurezas de vidro. A
absorção extrínseca resulta da contaminação de impurezas que o material da fibra
experimenta durante seu processo de fabricação.
▪ Absorção por efeitos estruturais: A absorção por defeitos estruturais resulta do fato
de a composição do material da fibra estar sujeita a imperfeições, tais como, por
exemplo, a falta de moléculas ou a existência de defeitos do oxigênio na estrutura
do vidro. Este tipo de absorção é normalmente desprezível com relação aos efeitos
das absorções intrínsecas ou das impurezas.
▪ As fibras ópticas estão sujeitas a perdas de transmissão quando submetidas a
curvaturas que podem ser classificadas em dois tipos:
▪ Curvaturas cujos raios são grandes comparados com o diâmetro da fibra (ocorrem,
por exemplo, quando um cabo óptico dobra um canto ou uma esquina);
▪ Curvaturas microscópicas aleatórias do eixo da fibra cujos raios de curvatura são
próximos ao raio do núcleo da fibra (ocorrem quando as fibras são incorporadas
em cabos ópticos).
▪ Os mecanismos de espalhamento contribuindo para as perdas de transmissão em fibras
ópticas incluem os seguintes tipos:
▪ Espalhamento Linear: causados pela transferência linear de potência de um modo
guiado para outros modos vazados ou radiados. Dentre eles, estão:
▪ Espalhamento de Rayleigh - é um dos mais importantes, originado em defeitos sub-
microscópicos na composição e na densidade do material que podem surgir durante
o processo de fabricação da fibra ou em função de irregularidades próprias na
estrutura molecular do vidro,
▪ Espalhamento de Mie - pode observado quando as irregularidades da fibra têm
dimensões comparáveis ao comprimento de onda da luz;
▪ Espalhamento Não-Linear: causado pela transferência de potência de luz de um modo
guiado para si mesmo, ou para outros modos em um comprimento de onda diferente.
Dentre eles, estão:
▪ Espalhamento de Brillouin estimulado - também originado por elevados campos
elétricos da luz transmitida no núcleo. Neste caso ocorre uma modulação da luz
causada pela vibração das moléculas do meio;
▪ Espalhamento de Raman estimulado - são efeitos originados por elevados campos
elétricos da luz transmitida no núcleo. Neste caso, porém, a transferência de potência
ocorre principalmente na direção de propagação.
▪ O fenômeno de dispersão em uma fibra óptica está associado ao fato de que os modos
de propagação são transmitidos através da fibra óptica com velocidades diferentes,
resultado dos diferentes atrasos de propagação dos modos que transportam a energia
luminosa, tendo por efeito a distorção dos sinais transmitidos impondo uma limitação
na sua capacidade de transmissão.
▪ Dispersão modal: Neste caso a transmissão nas fibras multimodo é afetada, e provém
de cada modo de propagação ter uma velocidade diferente, para um mesmo
comprimento de onda.
▪ Dispersão cromática: o que se chama de dispersão cromática em um material é o
comportamento diferenciado da luz quando se propaga no interior desse material.
Cada comprimento de onda (cada cor) tem um comportamento diferente. A principal
diferença está na velocidade de propagação da luz. Como cada comprimento de onda
(cada cor) se propaga com diferentes velocidades, o material apresenta diferentes
valores de índice de refração em função do comprimento de onda
▪ Dispersão material: é correspondente à dispersão cromática, que é proveniente da
velocidade da propagação de grupo de um modo individual, relacionado ao
comprimento da onda.
▪ Dispersão de guia de onda: também se baseia na dispersão cromática.

▪ A dispersão cromática interfere na capacidade de transmissão das fibras monomodos


e multímodos de índice gradual, e a dispersão modal afeta as fibras multímodos índice
degrau.
▪ A Multiplexação em Comprimento de Onda (WDM) é uma técnica que consiste na
transmissão simultânea de várias portadoras ópticas em comprimentos de onda
distintos em uma única fibra óptica.
▪ A vantagem do uso desta técnica está na economia de fibras ópticas de um cabo e
no aumento da capacidade de um sistema, sem aumentar a hierarquia de
transmissão.
▪ Nas redes urbanas o aumento da capacidade pode ser utilizado para oferecer
outros serviços bem como para alugar a capacidade excedente a outras
operadoras.
▪ Nas rede interurbanas o uso do WDM associado à repetidores ópticos reduz
sensivelmente o número de repetidores elétricos necessários, com a consequente
redução de custos envolvidos na ampliação de sistemas.
▪ Por exemplo, se cada transmissor da figura abaixo operar em 2,5 Gbit/s com 80
portadoras teríamos uma capacidade final na fibra em torno de 200 Gbit/s.

▪ Esta fantástica capacidade em torno de 2,5 milhões de canais de voz ou 10 milhões


de canais de vídeo é justificada pela crescente informatização da sociedade que
cria cada vez mais novos serviços de telecomunicações.
▪ Estima-se que nos próximos anos a demanda por banda crescerá em forma
exponencial, considerando o crescimento do tráfego da Internet (estimado em 200
a 500% ao ano), redes múltiplas de múltiplos operadores, novos serviços etc
▪ O dimensionamento de um enlace de fibras ópticas exige o atendimento dos
requisitos de Orçamento de Potência e Dispersão.
▪ Uma vez que ambos parâmetros são satisfeitos podemos confirmar a viabilidade
do enlace.
▪ Inicialmente consideremos duas localidades A e B a serem interligadas via fibras
ópticas, como ilustrada na figura abaixo.
▪ Considerar os enlaces de fibras a cada 4Km.
▪ Cálculo do Enlace por atenuação: A atenuação degrada o sinal diminuindo a sua
intensidade a níveis próximos às intensidades do ruído intrínseco do receptor.
▪ Do ponto de vista sistêmico, a degradação pode sempre ser compensada por um
aumento na amplitude do sinal óptico disponível. Esse aumento pode vir de um
laser mais potente, um receptor mais sensível ou uma fibra de melhor qualidade.
▪ ORÇAMENTO DE POTÊNCIA - ENLACE CONVENCIONAL
▪ Para este tipo de enlace, vamos definir os seguintes parâmetros:
▪ Equipamentos de Transmissão e Recepção
▪ PT Potência do transmissor (dBm)
▪ PR Sensibilidade do receptor óptico (dBm)
▪ M Margem de Segurança (dB)
▪ Cabo Óptico
▪ Uc Atenuação do cabo (dB/Km)
▪ Lt Comprimento total do cabo (Km)
▪ Us Perda na emenda (dB)
▪ NS Numero de emendas no cabo
▪ UCOM Perda no conector (dB)
▪ NCOM Numero de conectores
▪ CALCULO DO ENLACE PELA ATENUAÇÃO
▪ ORÇAMENTO DE POTÊNCIA

▪ Seja
▪ Lt = 150 Km (Comprimento total do cabo)
▪ Fibra óptica com Uc = 0,22 dB/Km (Perda da Fibra)
▪ Ncon = 4 (No. de Conectores)
▪ Ucon = 0,5 dB (Perda por conector)
▪ Ns = 38 150 / 4 = 37,5 = 38 emendas
▪ Us = 0,1 dB (Perda por emenda)
▪ M = 3 dB
1 - Sistema STM 1 (155,52 Mbps)
▪ Laser DFB da Bosch com densidade espectral < 0,4 nm.
▪ PT = de -3 a 0 dbm (0 dBm ou 1 mw é a potencia max)
▪ PR = de -47 a -8 dbm (-47 dBm é a sensibilidade do Receptor)
▪ Máxima dispersão D = 3200 ps
2 - Sistema STM 4 (622,08 Mbps)
▪ Laser DFB da Bosch com densidade espectral < 0,2 nm.
▪ PT = de -1 a 2 dbm
▪ PR = de -37 a -8 dbm
▪ Máxima dispersão D = 800 ps
3 - Sistema STM 16
▪ Laser DFB da Bosch com densidade espectral < 0,15 nm.
▪ PT = de -1 a 2 dbm
▪ PR = de -29 a -9 dbm
▪ Máxima dispersão D = 200 ps
▪ CÁLCULOS:
▪ Sabendo que: PT - NCOM UCOM - NS US - UC Lt - PR - M > 0
▪ At = Atenuação Total
▪ At = UC Lt + NCON UCON + NS US + M - Ganhos
▪ At = 150x0,22 + 4x0,5 + 38x0,1 + 3 – 0 = 41,8 dB
1.- STM 1 0
0 - 2 - 3,8 -33 - (-47) - 3 > 0
7,2 > 0 ok pela atenuação
PR = 0 dBm – 41,8 dB = -41,8 dBm > - 47 dBm
2.- STM 4
2 - 2 - 3 - 33 - (-37) - 3 > 0
- 2,8 < 0 → inviável
Pois, PR = 2 dBm – 41,8 dB = - 39,8 dBm < - 37 dBm
3.- STM 16
2 - 2 - 3 - 33 - (-29) - 3 > 0
- 10,8 < 0 → inviável
Pois, PR = 2 dBm – 41,8 dB = - 39,8 dBm < - 29 dBm
▪ Comportamento da distância em todos os casos:
▪ PT - NCOM UCOM - NS US - UC Lt - PR - M > 0
CONCLUSÃO:
Considerando-se apenas a atenuação somente o enlace STM 1 ( 155 ,52 Mbit/s) é
viável. Para viabilizar os outros enlaces seria necessário melhorar a qualidade da
fibra, utilizar Laser's com maior potência óptica, ou receptores ópticos com melhor
sensibilidade, ou ainda usar repetidores.
▪ Em geral a degradação do sinal pela dispersão não pode ser totalmente
compensada por um aumento do sinal.
▪ O fenômeno da dispersão em fibras ópticas (fibras monomodo) resulta como
consequência de que o índice de refração do material que compõe a fibra óptica,
tem em geral uma dependência não linear com o comprimento de onda ou
frequência óptica transmitida.
▪ Isto implica em diferentes atrasos (velocidades) de propagação para os vários
componentes espectrais de um dado modo de propagação.
▪ Dessa forma, as componentes de baixa frequência que compõem o pulso óptico
podem chegar ao receptor em instantes diferentes das componentes de alta
frequência desse pulso.
▪ Qualitativamente a dispersão afeta a forma dos pulsos e manifesta-se como um
alargamento e deformação do formato do pulso.
▪ Isto leva a uma maior dificuldade na distinção do "1" binário em relação ao "0"
binário, ou seja, ocorre a interferência inter-simbólica.
▪ A compensação da dispersão, pelo aumento de sinal, denomina-se Penalidade da
Degradação por Dispersão ou simplesmente, Penalidade.
▪ Para sistemas de alta capacidade, em geral maiores que 622 M bit/s, os enlaces
tendem agora a ser limitados por problemas relacionados com a dispersão da fibra
óptica.
▪ Para comprovar a viabilidade do enlace sob o ponto de vista da dispersão
devemos aplicar a seguinte fórmula:

▪ Considera-se que se esta relação é satisfeita, o sistema de transmissão por fibra


óptica apresenta Penalidade inferior a 1 dB.
▪ CALCULO PELA DISPERSÃO
▪ Para sistemas de baixa capacidade ( em geral menores que 622 Mbit/s), os enlaces
por dispersão são em geral sempre viáveis, portanto para D= 18, temos.

▪ Conclusão
▪ Para a distância considerada , o
enlace é viável unicamente para
enlaces com taxas de 155,52
Mbit/s. Nos demais casos seria
necessário utilizar regeneração ou
repetição eletrônica (back to back
ou costa -a - costa) ou ainda
Amplificadores Ópticos.
▪ Sejam agora duas localidades distantes entre si de 300 Km. Queremos viabilizar o
enlace para taxas de transmissão de 155,52 Mbit/s, 622 Mbit/s e 2,5 Gbit/s.
Dimensionar o enlace e determinar os pontos de regeneração. Utilizar os mesmos
dados do exemplo 1.
▪ STM 1
▪ Do exemplo anterior este enlace alcança 171 Km pela atenuação e 277 Km pela
dispersão. Portanto é necessário um ponto de repetição, que pode ser na metade
da distância total.
▪ STM 4
▪ Também do exemplo anterior podemos deduzir que para esta taxa de transmissão
(622 Mbit/s), o enlace fica limitado a 138,6 Km pela atenuação e 138,4 pela
dispersão. Portanto este enlace só fica viabilizado com dois pontos de
regeneração.
▪ STM 16
▪ Seguindo o mesmo raciocínio, podemos observar que para esta taxa de
transmissão, o mecanismo dominante é o cálculo pela dispersão, que limita a
distância entre repetidores a 45, 92 Km e portanto neste casso necessitaríamos 6
pontos de regeneração.

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