Você está na página 1de 32

Colegiado de Engenharia de Computação

Disciplina:
Princípios de Telecomunicações

Prof. Ana Júlia Fernandes de Oliveira Barros

1
Sistemas de comunicações fixas

2
Estrutura do sistema telefônico
 Logo após a invenção do telefone por Alexander Graham Bell em 1876, surgiu a
necessidade de conectar todos os usuários entre si para que uma conversação
pudesse ser mantida.

3
Estrutura do sistema telefônico
 Daí surgiu a necessidade de se intermediar as conexões entre usuários.

 Bell criou a primeira companhia de comutação em 1878.

 A seguir, surgiram as estações de comutação de segundo nível

 Em 1889 surge uma central de comutação totalmente automática.


 A central de Strowger foi utilizada até o final do século XX.

4
Estrutura do sistema telefônico

 Em 1890, as principais partes do sistema telefônico já estavam


estabelecidas:
 Estações de comutação;
 Fios que ligavam os usuários às estações de comutação;
 Conexões de longa distância entre as estações de comutação.

5
Estrutura do sistema telefônico
 O sistema telefônico evoluiu até atingir o formato atual:
 Loops locais
 Pares trançados analógicos indo para o consumidor final;

 Troncos
 Fibra óptica digital conectando as estações de comutação;

 Estações de comutação
 As chamadas são transferidas de um tronco para outro.

6
Comutação
 Dentro do sistema telefônico atual, geralmente são utilizadas duas técnicas de
comutação:
 Comutação de circuitos;
 Comutação de pacotes.

7
Comutação de circuitos
 A comutação de circuitos é uma técnica em que os recursos alocados
ficam reservados exclusivamente para uma única conversação, até o
final desta.
 Ideal para redes telefônicas analógicas.

 Ao efetuar uma ligação, o equipamento de comutação do sistema


telefônico procura um caminho físico até o receptor, antes que qualquer
dado seja enviado.

 Uma vez estabelecida a chamada, haverá um caminho dedicado entre


ambas as extremidades, que perdura até o final da chamada.

 Partes do caminho podem ser caminhos físicos simples ou até mesmo


enlaces de microondas ou de fibras (dependendo do destino da ligação
e da infra-estrutura da rede).

8
Comutação de pacotes
 Já na comutação de pacotes, a rede impõe um limite máximo restrito
sobre o tamanho do bloco transportado, permitindo que os pacotes
sejam armazenados temporariamente na memória principal do roteador.

 Ou seja, nenhum usuário “assume” a linha de transmissão por muito


tempo e o tráfego torna-se interativo.

 O primeiro pacote de uma mensagem com vários pacotes pode ser


encaminhado antes do próximo pacote haver sido recebido
completamente.
 Isto reduz o retardo e melhora a velocidade de transferência (throughput).
 Não é necessário configurar o circuito de ponta a ponta, já que um pacote
pode ser enviado quando disponível.
 Os pacotes podem chegar fora de ordem ou nem mesmo chegar ao destino
sem comprometer todo o processo.

9
Comutação

10
Comutação digital
 A comutação de circuitos é mais útil para as redes telefônicas (em que os sinais
de voz necessitam de tratamento em tempo real), mas também pode ser usada
para a transmissão de dados (digitalmente).

 A comutação digital por circuitos aloca um conjunto de circuitos para os enlaces


físicos de uma ligação.
 Estes circuitos são alocados a intervalos de janelas de tempo (time slots), que podem
estar multiplexados temporalmente em um enlace.

11
Troncos e multiplexação
 Os sinais são transmitidos através de um canal, que pode ser uma linha de
transmissão (ex.: canal telefônico) ou o espaço aberto (ex.: transmissão de
rádio e televisão; comunicação via satélite; etc).

 Em geral, cada um dos sinais transmitidos tem largura de faixa finita e


pequena, se comparada com a largura de faixa do canal.

 É um desperdício enviar apenas um sinal por vez em um canal; porém,


sinais não podem ser enviados diretamente pois interfeririam entre si
durante a transmissão e na recepção.

12
Multiplexação
 O princípio da multiplexação consiste na transmissão simultânea de vários
sinais por um mesmo canal ou meio de transmissão.

 Há basicamente 5 técnicas de multiplexação:


 FDM;
 TDM;
 CDM;
 WDM;
 OFDM.

13
Multiplexação (FDM)
 FDM = Frequency Division Multiplexing (Multiplexação por divisão em
freqüência).

 Os sinais são modulados e distribuídos ao longo do espectro de freqüência


disponível.
 Cada sinal ocupa uma faixa de freqüência específica dentro do espectro
disponível, durante todo o tempo;
 Para evitar interferência co-canal com outros sinais, há uma banda de proteção
para tentar reduzir a interferência.

 No receptor, cada sinal é recebido graças a filtros passa-faixa e


demoduladores.

 Por lidar essencialmente com portadoras senoidais e sinais analógicos, o


FDM ficou conhecido como multiplexação analógica.

14
Multiplexação (FDM)

15
Multiplexação (TDM)
 TDM = Time Division Multiplexing (Multiplexação por divisão no tempo).

 O princípio da multiplexação por divisão no tempo (TDM) é compartilhar o


intervalo de tempo entre duas amostras de um sinal com outros sinais,
respeitando a teoria da amostragem.

 Entre um intervalo de tempo e outro de um sinal, as amostras de outros


sinais são amostrados para aproveitamento do canal.

 Após a amostragem, os sinais são quantizados e digitalizados para enfim


serem transmitidos.

 Por lidar essencialmente com a digitalização de sinais, o TDM ficou


conhecido como multiplexação digital.

16
Multiplexação (TDM)

17
Teorema da amostragem
 O teorema geral da amostragem (ou teorema de Nyquist) enuncia que se um
sinal é limitado em faixa e se o intervalo de tempo é dividido em partes
iguais, formando intervalos tais que cada subdivisão compreenda um
intervalo de duração T< f (1/2);

 Neste caso, se uma amostra instantânea é tomada arbitrariamente de cada


subintervalo, então o conhecimento da magnitude instantânea de cada
amostra mais o conhecimento dos instantes em que é tomada a amostra de
cada subintervalo contém toda a informação do sinal original.

18
Canal de voz
 O canal de voz é limitado para uma largura de faixa de 4 kHz pelas
companhias telefônicas.

Espectro do canal de voz

 Ao utilizar FDM, um padrão muito difundido apresenta doze canais de


voz de 4 kHz multiplexados na banda de 60 a 108 kHz.

 Se utilizarmos TDM, qual a taxa de amostragem ideal segundo o


teorema de Nyquist? Quantas amostras são transmitidas a cada
intervalo de tempo da amostragem?
19
Sistema telefônico
 Rede Telefônica Pública Comutada (em inglês, Public Switched
Telephone Network – PSTN): Consiste de linhas de telefonia, fibras
ópticas, links de microondas, redes de telefonia celular, comunicação via
satélite e cabos submarinos, todos interconectados por centrais de
comutação.

20
Sistema telefônico
 Rede Digital de Serviços Integrados (em inglês, Integrated Digital
Service Network – IDSN): Conjunto de padrões de comunicação para
transmissão digital simultânea de voz, vídeo, dados e outros serviços
sobre a rede PSTN. A principal novidade é a junção de voz e dados
transmitidos digitalmente e conjuntamente.

21
Sistema telefônico
 A rede telefônica é o principal exemplo de comunicação fixa.

 A comunicação entre duas pessoas ou entre dois pontos deve ser


estabelecida, sendo que estas entidades podem estar em qualquer lugar
do planeta.

 Cada aparelho telefônico possui um código (número), e a rede telefônica


é a responsável pelo estabelecimento da conexão (sem a preocupação
com o conteúdo da informação).

22
Sistema telefônico
 De modo geral, a rede telefônica pode ser dividida entre fixa e móvel.
 Uma rede telefônica é constituída de aparelhos telefônicos, centrais de
comutação, concentradores remotos e meios físicos de transmissão.

23
Sistema telefônico
 As centrais de comutação (que são as partes mais importantes da
rede) podem ser de dois tipos:
 Locais: concentram os aparelhos telefônicos de uma determinada cidade ou
região, além de direcionar chamadas externas para os telefones sob sua
responsabilidade e encaminhar as ligações efetuadas por seus assinantes.
 Trânsito: concentram as centrais locais e encaminham as chamadas para
outras centrais de trânsito ou locais.

 Troncos são os meios de transmissão que interligam 2 centrais.

 O concentrador remoto concentra assinantes mais distantes cuja área


não tenha perspectiva de crescimento.
 Não tem função de comutação (que é feita pela central de comutação local
mais próxima).

24
Sistema telefônico
 Ao trabalhar com grandes distâncias, o sistema telefônico necessita de
repetidores estrategicamente posicionados ao longo da rede.
 A função do repetidor digital é recuperar os bits recebidos na sua forma
original, exatamente como transmitidos no primeiro trecho de um sistema de
transmissão PCM.
 O equalizador amplifica o sinal atenuado e filtra as componentes de alta freqüência.
 A recuperação do relógio é feita a partir do próprio sinal, extraindo a componente
fundamental através de circuitos PLL ou LC.
 Na detecção, é feita a decisão se o sinal é um pulso ou um zero.
 Na regeneração, o sinal recebe a potência e o formato adequado para nova
transmissão na linha.

25
Sinalização
 A sinalização, em telefonia, refere-se à troca de informações entre dois
elementos da rede.

 A sinalização interage diretamente com os dispositivos comutadores, informando


como realizar a comutação em função das chamadas em curso:
 Envio e recepção de dígitos;

 Envio e recepção de tons de discar;

 Envio e recepção de tons de campainha;

 Envio e recepção de tons de ocupado; etc.

 Os três tipos principais de sinalização são:


 Sinalização acústica;

 Sinalização de linha;

 Sinalização de registro.

26
Sinalização
 Na sinalização acústica, tons audíveis são emitidos pela central ao aparelho
telefônico, como tom de discar, tom de ocupado, etc.

 A sinalização de registro é aquela que se estabelece entre os processadores


de controle das centrais, que trocam informações relativas a números e tipos de
assinantes.

27
Sinalização
 A sinalização de linha é a troca de informações entre circuitos denominados de
juntores, localizados nas centrais.

 Ou seja, é o conjunto de sinais para efetuar a troca de informações entre o juntor


de entrada e o juntor de saída.

 Quando se levanta o gancho, a central de origem reserva um juntor de origem, e


irá trocar informações com o juntor de saída para reservar uma linha (ocupação,
atendimento, bloqueio, rechamada, etc).

28
Sinalização
 Além destas, a sinalização telefônica estabelece protocolos de
comunicação entre os elementos de rede. Existem, dentre outros:
 Sinalização interna: entre os componentes internos da central telefônica;
 Sinalização de assinante: ocupação, atendimento, desligamento, sinal de
discar, tom de ocupado, etc;
 Sinalização externa:
 Sinalização de linha: entre juntores.

 Sinalização entre registradores: troca de informações entre as

centrais, de modo a permitir uma chamada entre elas.

 O plano de encaminhamento de uma chamada na rede telefônica se


dá segundo critérios de hierarquia entre as centrais, buscando sempre o
melhor caminho entre os pontos de origem e de destino, de maneira
ótima e confiável.

29
Loop local
 No loop local (ou conexão de “última milha” ou “último quilômetro”),
prevalece a sinalização analógica.

 Novas tecnologias começam a digitalizar o loop local, principalmente


graças à comunicação de dados entre computadores domésticos.

30
Sistema telefônico
 Ao final do quarto trimestre de 2011, o Brasil contava com cerca de 43
milhões de linhas fixas em operação.

 Para efeito de comparação, o número de linhas de celular ativas no


mesmo período era de mais de 242 milhões!

 No final de 2011, a Oi controlava 44,05% do mercado de linhas fixas do


Brasil, seguida pela Telefônica (com 25,53%), Embratel (19,54%) e GVT
(6,9%).

 No final de 2010, estima-se que havia mais de 3 milhões de usuários de


VoIP no país.

31
Referências
 ALENCAR, Marcelo S. TELEFONIA DIGITAL. 8ª edição. São Paulo:
Editora Érica, 2001.

 TANENBAUM, A. S. REDES DE COMPUTADORES. 4ª edição. São


Paulo: Elsevier Editora, 2003.

 JESZENSKY, Paul Jean Etienne. SISTEMAS TELEFÔNICOS. São


Paulo: Editora Manole, 2007.

 Site Teleco. Disponível em www.teleco.com.br (Acessado em Abril


2012).

32

Você também pode gostar