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https://novaescola.org.br/conteudo/19705/e-book-comparando-
monarquia-e-republica-para-pensar-a-independencia-do-brasil
Publicado em NOVA ESCOLA 07 de Setembro | 2020

PARA SUAS AULAS

E-book: Diferenciando
Monarquia de República
para pensar a
Independência do Brasil
Confira um material que aborda as principais diferenças
entre as formas de governo e permite trabalhar a
iconografia com alunos do 1º ao 5º ano
Marina Gama Cubas

Diferentemente de outros países da América Latina, o Brasil preservou o regime


monárquico na Independência. Obras: Aclamação de dom Pedro I/Jean-Baptiste
Debret e Proclamação da República/Benedito Calixto
Se formos comparar os resultados dos processos de Independência do Brasil e
de outros países sul-americanos, poderíamos dizer com tranquilidade: “Tão
perto, porém tão longe”.
Isso porque, apesar da proximidade geográfica entre os territórios, as colônias
espanholas tomaram um rumo diferente na escolha do sistema de governo
implantado após se tornarem independentes.
O professor de História Jair Ferreira, integrante do Time de Autores de NOVA
ESCOLA e consultor desta Caixa, explica: enquanto os territórios conhecidos
como América espanhola se tornaram repúblicas, o América portuguesa - o
nosso Brasil - manteve o sistema monárquico em todo seu território.
Uma das habilidades previstas pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
para o 5º ano em História, por exemplo, é de que os alunos identifiquem os
mecanismos de organização do poder político para compreenderem a ideia de
Estado. Entender quais são as principais diferenças entre a forma monárquica e
a republicana de governo é uma boa maneira de trabalhar o tema das
independências no Brasil e na América do Sul.
Pensando nisso, preparamos um material comparativo que pode ser adaptado
para todos os anos do Ensino Fundamental 1. No e-book, trazemos também
sugestões comentadas de imagens de reis, presidentes e bandeiras que
permitem o trabalho iconográfico com os alunos dos primeiros anos da etapa,
ainda em processo de familiarização com os principais temas da história.

BAIXE O E-BOOK

Por que o Brasil independente optou pela


Monarquia?
Um elemento importantíssimo no ensino de História é a contextualização.
Segundo o professor Jair, três aspectos foram importantes para explicar por
que o Brasil optou pelo regime monárquico no seu processo de Independência.
O primeiro deles é que, no período colonial, a América espanhola já tinha seus
territórios divididos em partes menores, enquanto a América portuguesa
manteve a unidade política de todas as províncias - ainda que tentativas de
separação tenham ocorrido ao longo do reinado português. O vídeo abaixo
detalha os motivos que levaram à preservação da unidade territorial brasileira.

Vídeo: https://www.youtube.com/embed/8gM6WJ-ED9A

A segunda questão está vinculada a outro importante momento da História: as


Guerras Napoleônicas na Europa. Enquanto as tropas de Napoleão Bonaparte
tomavam para si territórios de diferentes reinados europeus destituindo reis e
rainhas, a família real portuguesa decidiu fugir e se instalou no Brasil, onde
permaneceu de 1808 a 1821. Isso fez com que os moradores da América
portuguesa convivessem com a família e os costumes reais, desfavorecendo
uma ruptura no modelo de governo com o qual já estavam habituados.
O oposto aconteceu na América espanhola. Com a destituição de seu rei na
Espanha, a elite que vivia na colônia criou um sistema de juntas para garantir a
autonomia do território em tempos de dominação napoleônica no continente
europeu.
Anos mais tarde, quando o rei da Espanha é reconduzido ao poder, as elites da
América espanhola lutam para que as juntas provisórias criadas no período
anterior permaneçam e que seja mantida a autonomia de cada uma delas em
relação ao reino Espanha, criando a semente para o processo de
Independência. O modelo de juntas provisórias inspirou o legislativo que
conhecemos hoje e que faz parte do modelo de República.
O terceiro ponto que distanciou a forma de governo do Brasil com o restante
dos países foi a relação desses territórios com a escravidão. Enquanto os países
da América espanhola aboliram o cativeiro, alguns anos depois de seus
processos de Independência, o Brasil não só manteve o regime escravista,
como intensificou-o.

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