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Na presente, reflexão apresentamos, duzentos e doze (212) alunos inquiridos, sendo (99),
do sexo masculino e (103), do sexo feminino. Trata-se, de crianças cujas ocupações dos pais
tem a seguinte disposição: cinquenta e cinco (55), dedicados a actividades agrícola,
cinquenta e quatro (54), dedicados actividades de negócios de pequena escala, para
subsistência e nove (9), dedicados à venda de produtos de arte, e vinte e quatro (24), não
identificados, em termos do tipo de actividade. Quanto ao nível de escolaridade dos alunos,
constatamos que, vinte e três (23), frequentam os níveis da terceira a quinta classe,
quarenta e cinco (45), frequentam nos níveis da sexta e sétima classes, setenta e três (73),
frequentam os níveis, entre oitava à decima classe e quarenta e seis entre à decima primeira
e segunda.
Com base na análise de dados, procura-se, descrever a realidade educacional vivida pela
criança fora da sala de aulas, a orientação dada para a melhoria da qualidade de educação,
com base na descrição de dados estatísticos dos questionários, um percurso que permite a
compreensão do fenómeno em estudo (Severino, 2007). Para a analise da frequência, foi
utilizada a escala de Likert de cinco pontos, agregados em três níveis, designadamente, o
primeiro, representado por nunca e raramente, referindo se aos casos mais críticos, o
segundo, representado por levemente, indicando uma frequência moderada e o último e
terceiro, indicando o frequente e muito frequente, representando a intencionalidade forte,
ou seja, o maior desempenho.
A ocupação da criança pela realização de atividades gerais da casa, frequência em que cerca
de 36,8%, considera haver pouca ocupação, cerca de 27,4% considera uma ocupação
normal, ou moderada e 34,4%, considera haver maior frequência de orientação dos alunos
para o efeito. Portando, neste contexto, apesar de maior número de alunos indicar pouca
realização de actividades domésticas, diferença mínima mostra a ocorrência do fenómeno.
Relativamente a ocupação pelo cuidado dos irmãos e dos pais, cerca de 49,5%, considera de
menor frequência, cerca de 14,5% considera de intensidade media, o cerca de 30,7% aponta
para a maior frequência. Portanto, os resultados indicam que apesar da menos frequência
na ocupação, a sua expectância constitui um obstáculo na aprendizagem da criança.
No que diz respeito a análise do critério relativo à ocupação das crianças em actividades
agrícolas, constatamos que 58,5% das crianças apontam para a menor frequência, cerca de
7,5%, indicam a ocorrência moderada e cerca de 29,2% indicam a maior frequência. Pelo
facto de parte dos inqueridos ser da zona rural, pode se considerar que este factor não tem
muita influência no nível de ocupação das crianças.
Outra questão apresentada, refere a possibilidade de as crianças não terem algo para
fazerem e ficaram desocupados durante o dia. A esse respeito, cerca de 74,1% dos
inqueridos afirma ser pouco frequente esta prática, cerca de 6,6%, ter a frequência
moderada e cerca de 12,3%, considera ser mais frequente. Assim, das respostas
compreende-se serem poucas as crianças que apos a escola voltam a ficar, todo resto do
dia.
No que se refere ao apoio dos amigos na realização dos trabalhos escolares, cerca de 46,2%
das crianças apontaram para pouca ocorrência, cerca de 13,2%, indicaram uma ocorrência
moderada, e cerca 40,2%, com uma intensidade forte, o que pode sugerir que parte
significativa das crianças depende mais dos colegas para a realização das tarefas.
No que concerne aos trabalhos orientados pelos irmãos mais velhos, observamos que cerca
de 27,3%, consideram de casos raros, cerca de 15,6% de situações moderadas, e cerca de
53,8%, com muita frequência. assim, podemos constatar que maior parte do auxílio escolar
que a criança tem, é facilitado por irmãos mais velhos.
Por fim, no que diz respeito aos trabalhos realizados com o apoio de um explicador que
recebe pagamento, notamos que cerca de 64,6%, dos inqueridos apontam esta prática como
rara, cerca 6,6% indicam uma ocorrência moderada, e cerca de 25,9% demonstraram
frequência na possibilidade de ser um explicador a orientar os trabalhos de casa.
Em suma, a análise do nível de apoio pedagógico familiar revela uma diversidade de fontes
de suporte nas atividades escolares das crianças fora da escola, no entanto, o facto a
destacar, e que cerca de 47% de crianças não tem oportunidade do apoio familiar na
realização dos trabalhos escolares em casa, uma situação que não contribui para a melhoria
da qualidade.
Na análise da forma de educação familiar dada às crianças, das oito variáveis selecionadas,
descreve-se o seguinte:
No que diz respeito a conteúdos educativos ligados à saúde, à família, à limpeza de casa e à
prevenção de doenças, observamos que 15,6%, afirma que raramente acontece, cerca de
7,5%, consideram que ocorrem ocasionalmente, enquanto 73,1%, consideram que ocorre
frequentemente. Isto demostra que os pais tomam muita atenção na transmissão de
conteúdos ligados a actividades práticas, tradicionalmente conhecidas, como de construção
da família.
Em relação aos aspectos ligados ao debate sobre a importância dos animais meio ambiente,
constatamos que cerca de 41,0% dos respondentes indicam ser raro, cerca de 13,7%
consideram existência de ocorrências ocasionais, e, cerca de 39,2%, referem ser matéria de
debate frequente, demonstrando uma intenção forte em relação à importância dos animais
na vida familiar. Destes resultados e possível compreender que a maioria das famílias não
tem privilegiado esta matéria.
No que se refere à orientação sobre a necessidade evitar casar prematuramente (antes dos
18 anos), notamos que a maioria das respostas 55,7%, raramente tem falado destes
aspectos, cerca de 3,3% ocasionalmente tem abordado, enquanto 36,8%, abordam
frequentemente. Estes resultados indicam que apesar de ser uma orientação geral, o
combate aos casamentos prematuros ainda não é visto como um problema social por parte
da maioria das famílias, situação a ser invertida.
Relativamente à orientação da necessidade do cumprimento dos ritos de iniciação, como
prioridade em relação à escola, verificamos que para cerca de 65,1%, raramente tem se
posicionado nesse sentido, cerca de, 8%, moderadamente, e cerca de 22,2%, manifesta com
frequência este posicionamento educativo. Portanto, apesar da maioria dos inqueridos
referir se de situação não praticada, o número dos respondentes que confirma a frequência
é significativo e demostra a gravidade do problema.
Na análise das formas de correção do comportamento das crianças fora da escola, que tem
como principais protagonistas os pais, identificamos seis variáveis que nos fornecem
informações sobre as abordagens utilizadas pelas famílias para corrigir o comportamento
dos seus filhos.
Uma das formas de correção presentes no estudo, é inerente ao uso de silêncio como forma
de correção, o limitar-se por calar diante do comportamento inadequado. Face a este
posicionamento, cerca de72,1% revelaram que, raramente os seus pais tomam essa atitude,
cerca de 9%, indicaram a ocorrência dessa forma de correção ocasionalmente, enquanto
17,5%, revelaram que frequentemente ocorre casos desse.
Outra perspetiva colocada refere-se a prática de expulsar da casa como forma de educar,
onde cerca de 75,8%, de crianças afirmaram que raramente acontece, cerca de 1,4%,
crianças afirmaram que ocorria ocasionalmente, enquanto 16,1% que ocorria
frequentemente, o que pode sugerir que essa prática é menos comum.
No que concerne a prática de chamar atenção quando algo está errado, percebemos que
cerca de 13,7%, dizem ser raramente praticada pelos pais, cerca de 2,8%, considerou, qua a
ocorrência e ocasional, enquanto 81,6%, afirmou ser frequente. Trata-se, de um
posicionamento que nos leva a percepção da preocupação de correção de comportamentos
por parte dos pais.
No que concerne a delegação dos tios/as para feitos de educação, conselhos, constatamos
que cerca de 47,1%, das crianças referem que raramente ocorre, cerca de 8,5%, consideram
que ocasionalmente ocorre, enquanto 41,0%, apontam uma maior frequência. Neste
sentido, notamos a prevalência da teoria tradicional que se caracteriza pela falta de abertura
entre pais e filhos, dando primazia a voz familiar delegada para o efeito, posição obstruir o
verdadeiro sentido da educação por parte do progenitor.
Em suma, a análise das formas de correção do comportamento das crianças fora da escola
revela uma diversidade de abordagens adotadas pelas famílias. Enquanto algumas práticas,
como a não intervenção e o uso de punições físicas, são questionadas e podem não ser
amplamente aceitas, outras, como o diálogo e a atenção quando algo está errado, são
valorizadas como formas mais adequadas de correção. Essas descobertas ressaltam a
importância de uma reflexão sobre as estratégias educacionais adotadas pelas famílias e
podem fornecer insights para o desenvolvimento de abordagens mais eficazes na educação
e correção do comportamento das crianças.