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PROGRAMA ERA

Firmado entre o Instituto Brasil e o Gruppo di


Volontariato Civile (GVC) dentro do PROGRAMA ERA
(EuropeAid/132194/D/SER/Multi).

AGENDAS VERDES MUNICIPAIS

VOLUME XVI

IBITITÁ
BAHIA

Junho de 2013
PROGRAMA ERA
Firmado entre o Instituto Brasil e o Gruppo di Volontariato Civile
(GVC) dentro do PROGRAMA ERA (EuropeAid/132194/D/SER/Multi).

O Potencial de Geração de Energias Renováveis no


Município de Ibititá, Estado da Bahia.

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Copyright © 2013 ProgramaERA


Todos os direitos reservados e protegidos pela Lei 9610 de 19 de fevereiro de 1998. É proibida a reprodução parcial ou integral
desta obra, por quaisquer meios de difusão, inclusive pela internet, sem prévia autorização.

Equipe Técnica
Coordenação Institucional: Giovanni Weber Scarascia
Coordenação de Estudos sobre Energias Renováveis:Denilson Ferreira
Coordenação de Estudos Socioeconômicos: Alex Macedo de Araújo
Coordenação de Tecnologia da Informação: Anderson Donizete Meira
Coordenação de Estudos sobre GEE: Ederson Zanetti
Coordenação Administrativa: Claudia Carvalho

Redação
Denilson Ferreira
Alex Macedo de Araújo
Fernanda Batista da Silva
Ederson A Zanetti

Revisão de Texto
Jacks de Mello Andrade Junior

Geoprocessamento
Anderson Donizete Meira

Equipe de Campo
Alex Macedo de Araújo
Henrique da Silva Prado
Rafael Salvador Borges
Antônio Carlos de Oliveira
Silvio Henrique Ferreira Junior

Edição
Denilson Ferreira

Dados Internacionais de Catalogação – CIP

AXX

O Potencial de Geração de Energias Renováveis no Município de Ibititá,


Estado da Bahia / Instituto Brasil, Denilson Ferreira, Alex Macedo de
Araújo, Anderson Donizete Meira, Fernanda Batista da Silva e Ederson
A Zanetti. – São Paulo: Academia Editorial, 2012.

97 p.: Il., color.

Inclui bibliografia e anexos.

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Apresentação

O Programa ERA, gerido e coordenado pelo Gruppo di Volontariato Civile – GVC,


com financiamento da União Europeia, baseia-se em três ações principais: pesquisa e
estudo sobre as potencialidades energéticas alternativas do território estudado,
estabelecimento de um plano de gestão desses recursos energéticos em nível local e a
viabilização de implantação de projetos pilotos.

O Instituto Brasil, em razão de êxito decorrente de processo de edital público


internacional (EuropeAid/132194/D/SER/Multi), é o responsável pela execução do
PROGRAMA ERA na elaboração de uma pesquisa sobre as potencialidades energéticas
alternativas do território de 50 municípios rurais dos estados da Bahia, Minas Gerais, São
Paulo, Paraná e Santa Catarina (no Brasil) e nas Províncias de Missiones, Corrientes, Chaco
e Santa Fé (na Argentina).

Para atingir o objetivo, o programa propõe a elaboração de 50 relatórios referentes


aos diferentes 50 municípios pesquisados, nos quais constarão o PLANO DIRETOR
MUNICIPAL DE ENERGIAS ALTERNATIVAS (PDEA), que será apresentado ao município
como parte de uma proposta de AGENDA VERDE MUNICIPAL, com diagnóstico, sugestões,
desafios e oportunidades, além de apontamentos para a implantação de programas para
aproveitamento das energias renováveis alternativas.

O Programa ERA fundamenta-se em bases sustentáveis, especialmente no que se


refere ao contexto ambiental e social, buscando imputar à administração local, a
preocupação com a temática energética e suas implicações para o desenvolvimento. Nesse
sentido, os conhecimentos e informações gerados pelo programa deverão constituir
importantes elementos para a consolidação de conceitos sobre as energias renováveis no
âmbito da política pública local, contribuindo para formulação de novas políticas que
caminhem em direção a uma economia verde, sustentável e de baixo carbono.

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Metodologia

O Programa ERA possui metodologia exclusivamente elaborada em razão de seus


objetivos, de forma a considerar fontes secundárias, mas, fundamentalmente, privilegiando o
trabalho de campo e envolvimento dos autores locais, possibilitando a sensibilização e
envolvimento das pessoas com a temática, suas circunstâncias e consequências. Essa
metodologia encontra-se detalhada em relatório específico sobre a Metodologia do Programa
ERA e aqui relatamos os pontos mais relevantes.

A seleção dos municípios foi orientada no sentido de atender às exigências


estabelecidas no objeto do edital e considerou os seguintes critérios:

1. Municípios com menos de 20.000 habitantes, caracterizados pela presença da


agricultura familiar - para isso considerou-se o número de Declarações de Aptidão ao
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF – DAP;

2. O nível de oportunidade de envolvimento das instituições locais em relação aos


objetivos do programa, tendo como critério o relacionamento sócio-político existente no
Instituto Brasil e seus parceiros institucionais;

3. A coerência geográfica sob a ótica da continuidade territorial.

O levantamento de dados foi feito previamente em fontes secundárias e,


posteriormente, em campo. A pesquisa em fontes secundárias baseou-se em literatura atual,
considerando, sempre que possível, dados de origem oficial, acadêmica e científica. Todos
os mapas foram elaborados especificamente para o programa, constituindo uma mapoteca
exclusiva.

O trabalho de campo foi desenvolvido com procedimentos previamente


estabelecidos. Os entrevistados foram selecionados tecnicamente sob a ótica dos objetivos
do programa e de acordo com os chamados grupos de interesse. Para tais entrevistas, foram

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elaborados questionários específicos para cada grupo de interesse, de forma a ser um


instrumento orientador no processo de coleta de informação, possibilitando a flexibilidade
necessária ao entrevistador.

Todos os entrevistadores foram devidamente treinados para a atividade de campo,


de forma a ter a exata compreensão dos objetivos em relação às informações que se
buscava, bem como em relação à abordagem adequada e até mesmo em relação à
vestimenta. Isso, para garantir que a dialética e a dialógica fossem estabelecidas da melhor
maneira possível no sentido de se obter as informações desejadas.

Os questionários foram disponibilizados antecipadamente a todos os entrevistados,


de forma a possibilitar a internalização adequada para atingir os objetivos propostos no
trabalho de campo. Muitas informações solicitadas ainda careciam de preparação e/ou
verificação prévia.

Para tanto, considerando as possíveis oportunidades de desenvolvimento de


projetos futuros e a articulação institucional necessária, foram identificados três grupos de
interesses específicos:

 GPA - autoridades municipais (prefeito, secretários, técnicos, dirigentes de


autarquias, fundações e empresas públicas);

 GPB - empresários e executivos (dirigentes empresariais, dirigentes de


entidades de classe, associações e demais organizações sociais relevantes);

 GPC - produtores rurais (dirigentes de sindicato rural, cooperativas agrícolas,


líderes de assentamentos, representantes de agricultores familiares e outros
produtores rurais).

Os questionários do GPA, GPB e GPC foram constituídos, respectivamente, de 89,


120 e 36 tags de informações que buscavam registrar a identificação, a abordagem
institucional do tema, o consumo energético local e institucional, a qualificação desse

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consumo, identificação de situações específicas em relação às possibilidades de produção


de energias renováveis, experiências passadas e/ou existentes e a capacidade do poder
público em lidar com projetos dessa natureza. Dessa forma, cada tag já tabulada pode ser
comparada individualmente, em grupos de tag de mesma natureza e entre entrevistados,
permitindo a obtenção das conclusões a respeito das informações que se busca.

Sobre o conceito de Energia Renovável, embora a definição se aplique a um amplo


espectro de possibilidade de fontes e aplicações tecnológicas, no âmbito do Programa ERA
foram consideradas apenas as fontes biomassa (cana-de-açúcar, oleaginosas, florestas
plantadas e resíduos e dejetos), solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas.

No contexto das tecnologias também há grande oportunidade de amplitude, mas


visando a objetividade, serão consideradas apenas tecnologias reconhecidas no mercado,
denominadas como consolidadas. Outro aspecto de grande relevância em relação às
tecnologias é o fato de que só se abordou a geração de energia renovável sob a ótica dos
pequenos aproveitamentos, no contexto que se aplica a resolução normativa 482/2012 da
ANEEL.

Quanto a valores relacionados a investimento e custo de geração, paralelamente a


informações disponíveis em literatura e outras fontes, buscou-se contato com fornecedores e
empresas que atuam com instalação e construção nos diferentes segmentos, de forma que
pode haver divergências de valores, devido à grande variabilidade disponível no mercado.

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Sumário

Apresentação............................................................................................................................4

Metodologia ...........................................................................................................................5

Resumo Executivo ..................................................................................................................15

1. Introdução ......................................................................................................................19

2. Ibititá – Suas Origens, Características Físicas e Socioeconômicas ................................20

Localização ..........................................................................................................................20

História ................................................................................................................................22

Relevo e Hidrografia ............................................................................................................23

Clima ...................................................................................................................................25

Vegetação e Uso e Ocupação do Solo ................................................................................27

Demografia ..........................................................................................................................28

Atividade Econômica ...........................................................................................................30

Evolução da Economia Local...............................................................................................30

Indicadores Econômicos......................................................................................................32

3. Levantamento do Potencial de Geração de Energias Renováveis .................................36

4. Análise ...........................................................................................................................47

Biomassa .............................................................................................................................47

Cana-de-Açúcar ..................................................................................................................48

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Oleaginosas ........................................................................................................................48

Florestas Plantadas .............................................................................................................49

Resíduos e Dejetos .............................................................................................................53

Energia Eólica......................................................................................................................54

Energia Solar .......................................................................................................................57

Pequenas Centrais Hidrelétricas ..........................................................................................60

5. Plano Diretor ..................................................................................................................63

Biomassa .............................................................................................................................64

Cana-de-Açúcar ..................................................................................................................64

Oleaginosas ........................................................................................................................64

Florestas Plantadas .............................................................................................................64

Resíduos de Dejetos ...........................................................................................................65

Energia Eólica .....................................................................................................................66

Energia Solar .......................................................................................................................67

Pequenas Centrais Hidrelétricas .........................................................................................68

Créditos de Carbono ...........................................................................................................69

6. Conclusão ......................................................................................................................75

Referências Bibliográficas .......................................................................................................76

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Lista de Figuras

Figura 1. Microrregião de Irecê ..............................................................................................21

Figura 2. Município de Ibititá – Limites Administrativos ..........................................................23

Figura 3. Mapa Hipsométrico do Município de Ibititá ..............................................................24

Figura 4. Bacia Hidrográfica do Rio Verde-Jacaré..................................................................25

Figura 5. Médias Mensais das Temperaturas Mínimas / Máximas e Precipitações no


Município de Ibititá ....................................................................................................................26

Figura 6. Síntese Geo-Ambiental do Município de Ibititá ........................................................28

Figura 7. Evolução da Participação dos Setores Econômicos na Composição do PIB de


Ibititá a Preços Correntes no Período de 2004 – 2010 (Mil Reais) ............................................32

Figura 8. Participação dos Setores Econômicos na Composição do PIB de Ibititá a Preços


Correntes no Ano de 2010 ........................................................................................................33

Figura 9. Mapa da Rota Percorrida no Trabalho de Campo ...................................................39

Figura 10. Prefeitura de Ibititá ..................................................................................................40

Figura 11. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibititá/BA....................................................41

Figura 12. Sindicato dos Trabalhadores Rurais........................................................................41

Figura 13. COOAGRI - Coop. Agropecuária de Ibititá ..............................................................42

Figura 14. Fazenda Bom Prazer ..............................................................................................43

Figura 15. Fazenda Tigui .........................................................................................................44

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Figura 16. Fazenda Dois Irmãos ..............................................................................................45

Figura 17. Fazenda 3 Irmãos ...................................................................................................46

Figura 18. Matriz Agroenergética .............................................................................................47

Figura 19. Localização dos Centros Industriais Consumidores de Madeira de Florestas


Plantadas no Brasil em 2011 ....................................................................................................51

Figura 20. Gráfico da Média dos Ventos em Ibititá a 50 metros (m/s) ......................................56

Figura 21. Mapa da Hidrografia Municipal ................................................................................61

Figura 22. Exemplo Coletor Solar utilizado para aquecimento de água em residências ...........68

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Lista de Tabelas

Tabela 1. Características Demográficas do Município de Ibititá ..............................................29

Tabela 2. Pirâmide Etária do Município de Ibititá ....................................................................30

Tabela 3. Atividade Agrícola no Município de Ibititá em 2011 .................................................34

Tabela 4. Atividade Pecuária no Município de Ibititá em 2011 ................................................35

Tabela 5. Roteiro dos Trabalhos em Campo Realizados no Município de Ibititá em 2012 ......38

Tabela 6. Produção de Oleaginosa no período de 2004 a 2011 .............................................49

Tabela 7. Evolução da Produção de Dendroenergia em Ibititá entre de 2004 a 2011 .............50

Tabela 8. Animais em Regime Intensivo e o Potencial de Produção de Biogás ......................54

Tabela 9. Média dos Ventos a 50 metros em Ibititá em m/s ....................................................55

Tabela 10. Irradiação Solar no Município de Ibititá (kWh/m² / dia) .........................................59

Tabela 11. Usos da Terra Cenário I ......................................................................................70

Tabela 12. Usos da Terra Cenário II .....................................................................................71

Tabela 13. Quantificação de Créditos de Carbono Cenário I .................................................73

Tabela 14. Quantificação de Créditos de Carbono Cenário II ................................................74

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Abreviaturas e Siglas

ABRAF – Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas

ANA – Agência Nacional de Águas

ANEEL - Agência Nacional de Energia Elétrica

ANP – Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis

CENSOLAR - Centro de Estudos de Energia Solar

CEPEL - Centro de Pesquisas de Energia Elétrica

CGH – Central Geradora Hidrelétrica

CONAB – Companhia Nacional de Abastecimento

Coelba - Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia

CRESESB - Centro de Referência para Energia Solar e Eólica Sérgio de Salvo Britto

DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF

DENATRAN - Departamento Nacional de Trânsito

Embrapa - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

EPE - Empresa de Pesquisa Energética

ERA – Energias Renováveis Alternativas

GADM- Global Administrative Areas

GPA - Grupo A (Autoridades municipais)

GPB – Grupo B (Empresários e executivos)

GPC – Grupo C (Produtores rurais)

GVC – Gruppo di Volontariato Civile

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ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

INSTITUTO BRASIL - Instituto Brasil

INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

IPCC – Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima

Köppen – Índice de classificação climática

MAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MME - Ministério de Minas e Energia

MDA – Ministério de Desenvolvimento Agrário

MDL – Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

OGR – Óleos e Gorduras Residuais

PADAP - Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba

PNBP - Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel

PCH - Pequena Central Hidrelétrica

PDEA – Plano Diretor Municipal de Energias Alternativas

PIB - Produto Interno Bruto

PRONAF – Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar

RPGA - Regiões de Planejamento e Gestão das Águas

SEAGRI – Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e


Aquicultura.

SEI – Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia.

SEMA - Secretaria de Meio Ambiente

SunData – Realiza o cálculo da radiação solar diária média mensal em qualquer ponto do
território nacional

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Resumo Executivo

O Programa ERA baseia-se em três ações principais: pesquisa e estudo sobre as


potencialidades energéticas alternativas do território estudado, estabelecimento de um plano
de gestão desses recursos energéticos em nível local e a viabilização de implantação de
projetos pilotos em 50 municípios, sendo 40 no Brasil e 10 na Argentina.

O Município de Ibititá, localizado na Mesorregião do Centro Norte Baiano (BA), com


quase 18 mil habitantes, com relevante economia agrícola, foi o 16º a ser estudado.

Para se realizar o levantamento, foram consideradas fontes primárias (trabalho de


campo) e secundárias (levantamento bibliográfico). Embora a definição de energia renovável
se aplique a um amplo espectro de possibilidade de fontes e tecnologias, no âmbito do
Programa ERA, foram consideradas apenas as fontes biomassa (cana-de-açúcar,
oleaginosas, florestas plantadas e resíduos e dejetos), solar, eólica e pequenas centrais
hidrelétricas.

Os resultados mais relevantes são os seguintes:

 Cana-de-açúcar

O município não é produtor de cana-de-açúcar e não reúne condições


edafoclimáticas visando à produção de etanol em escala competitiva.

 Oleaginosas

O município é um relevante produtor de mamona, tendo condições de incrementar a


produtividade da cultura, a partir de uma ação catalisadora das políticas públicas existentes.

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 Florestas Plantadas

Com as informações que foram levantadas no município de Ibititá, observou-se que


não há áreas representativas com plantio de eucalipto. Outra observação relevante é que há
demanda térmica para aquecimento, comércio local e empreendimentos ceramistas.
Considerando que já há política pública de financiamento, inclusive com grande diferencial
ao agricultor familiar, inúmeros agentes de mercado com opções diferenciadas de
contratação da produção, incluindo, na maioria das vezes, fornecimento de mudas e
assistência técnica, a municipalidade, em parceria com a EBDA – Empresa Baiana de
Desenvolvimento Agrícola, pode contribuir nesse processo com incremento das condições
de produção, seja com assistência técnica, disponibilização de insumos, ou mesmo com a
sensibilização do produtor, através da abordagem direta dos produtores, com dias de campo,
eventos que aproximem os elos da cadeia produtiva, criando um ambiente favorável. Para as
empresas e produtores que possuem elevada demanda térmica, o trabalho seria no sentido
da sensibilização e apoio à elaboração de estudos de viabilidade técnica econômica a
respeito da autossuficiência energética a partir da dendroenergia e/ou de outras fontes
renováveis.

 Resíduos e Dejetos

O Município de Ibititá possui grandes criações de animais, com destaque para as


36.936 aves, 4.990 suínos, 8.555 bovinos e 11.000 ovinos. Mas, nesse contexto da produção
de energia, o confinamento é um requisito de viabilidade, de modo que esse potencial todo
se reduz significativamente. Considerando apenas o plantel de animais estabulados, seria
possível gerar 10,05 MWh por dia com a instalação de biodigestores. Sem dúvida, a
Prefeitura Municipal pode exercer papel fundamental no sentido de contribuir para constituir
as condições adequadas para a implementação de projetos desse tipo, catalisando os elos
da cadeia e fornecendo subsídios e apoio técnico para o acesso a políticas públicas
estaduais e federais de estímulo a esses projetos.

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Outra oportunidade relevante nesse contexto dos resíduos e dejetos corresponde à


situação do acondicionamento dos resíduos sólidos no município. Em Ibititá, utiliza-se lixão,
localizado nos limites da cidade. Vale lembrar que essa prática será proibida a partir de
2014, de acordo com Lei 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segundo as entrevistas com as autoridades locais, o município já dispõe de projeto de
implantação de aterro sanitário e usina de reciclagem em parceria com cidades vizinhas,
mas não está prevista a recuperação energética. Há varias publicações acadêmicas que
tratam de projetos de recuperação energética com o Biogás.

 Energia Eólica

Nessa verificação e consubstanciado na literatura atual, concluímos que não se


justificam investimentos eólicos no município, uma vez que as médias sazonais variam entre
4,73 e 7,15 m/s a uma altura de 50 metros. Mesmo quando se consideram as novas
tecnologias, com velocidade de vento inicial inferior a 3m/s, há a indicação de ventos
nominais de, no mínimo, 10 m/s, dependendo da tecnologia. Somando-se, ainda, os
elevados investimentos necessários e custos de operação e manutenção, conclui-se pela
desconsideração dessa fonte renovável.

 Energia Solar

O município de Ibititá possui grande potencial solar, que pode variar, considerando o
plano horizontal como referência, ao longo do ano, de 3,36 a 5,28 kWh / m2 / dia. Em relação
à aplicação da energia solar para o aquecimento, as estimativas indicam que a economia
corresponda a 40% no horário de pico. Mas as oportunidades nesse caso são muitas, seja
para o aquecimento de água, para aproveitamentos fotovoltaicos, como o bombeamento de
água em casos específicos de irrigação e operação de pivôs centrais, para a iluminação
pública, ou para atendimento da demanda de prédios públicos. Caberiam estudos de
viabilidade econômica, sobretudo considerando a Resolução Normativa 482/2012 da ANEEL,

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que estabeleceu as condições gerais para o acesso de microgeração e minigeração


distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica.

 Pequenas Centrais Hidrelétricas

Considerando a hidrografia e o relevo do território de Ibititá, é possível identificar


algum potencial hidrelétrico nos seus rios. Porém, sabe-se que a capacidade de geração é
puramente ilustrativa, havendo necessidade de estudos mais aprofundados para estabelecer
esses potenciais de forma adequada. São necessários estudos de viabilidade para
construção de PCHs com objetivo de aproveitamento energético. Outra questão importante a
ser considerada é a posição local em relação aos impactos ambientais consequentes desse
tipo de empreendimento.

 Créditos de Carbono

Cerca de 215 mil tCO2eq / ano podem ser gerados com as matrizes identificadas e
algumas atividades selecionadas. Há possibilidade de incrementar esse potencial com o
plantio de espécies florestais diversificadas e o rastreamento dos produtos florestais
madeireiros originários destas. Foi considerado somente o potencial com os plantios atuais e
uma projeção para estabelecimento de sistemas silvipastoris nas pastagens do município no
Cenário I. Com o Cenário II, o total potencial de créditos é de 384 mil tCO2eq / ano, com
uma geração de renda de quase R$ 4 milhões / ano.

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1. Introdução

Este relatório representa o 16º produto do Programa ERA e refere-se ao trabalho de


levantamento do potencial de geração de energias renováveis no município de Ibititá, no
estado da Bahia, e esta introdução visa demonstrar a forma como o relatório encontra-se
organizado.

O trabalho está constituído em seis capítulos, incluindo esta introdução. O capítulo


seguinte trata da contextualização histórica, física e socioeconômica do município de Lapão,
de forma que os pesquisadores e leitores possam ter a exata compreensão sobre as origens
e o processo histórico do município, suas características, como relevo, solo, clima,
hidrografia, suas condições sociais, demográficas e econômicas.

O capítulo 3 apresenta o trabalho de campo, sua sequência e pessoas


entrevistadas.

O capítulo 4 constitui a base do trabalho de levantamento proposto pelo Programa.


Trata-se do capítulo que descreve as informações levantadas, tanto em fontes primárias
como secundárias, sobre o potencial de geração de energias renováveis no município. Ao
longo do capítulo, são demonstrados os dados e informações resultantes do processo de
coleta.

No capítulo 5, são apresentadas as análises quantitativas e qualitativas resultantes


dos dados e informações coletadas e demonstradas no capítulo anterior. Este é, certamente,
o capítulo mais relevante do trabalho, uma vez que sugere um conjunto de ações sob a ótica
do poder público local, naquilo que se denominou, no âmbito do Programa ERA, como Plano
Diretor de Energias Renováveis – PDEA.

O capítulo final conclui o trabalho, estabelecendo breve análise em relação aos


objetivos propostos e resultados obtidos, de forma a fornecer subsídios à melhoria dos
demais objetivos a serem realizados.

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2. Ibititá – Suas Origens, Características Físicas e


Socioeconômicas

Este capítulo tem o objetivo de apresentar o município de Ibititá, sua localização e


os principais fatos de suas origens, suas características físicas e socioeconômicas, como
relevo, hidrografia, clima, vegetação, demografia e atividades econômicas. São informações
que contextualizam o município e, por isso, relevantes nesse processo. (IBGE, 2012)

Ibititá é uma pequena cidade do estado da Bahia, com quase 18 mil habitantes,
localizada no Centro Norte Baiano. Seu principal acesso ocorre através da rodovia BA-148, e
também é cortado pela BA-434.

A economia tem por base a agropecuária, variedades oleaginosas, com produção


média anual de 1,6 toneladas por hectare, significativa produção proveniente da irrigação,
destaque para a cebola e o tomate, além da pecuária diversificada, com criação relevante de
aves, bovinos, caprinos, ovinos e suínos. (IBGE, 2013)

Localização

Como já mencionado, o município de Ibititá está localizado no Centro Norte Baiano,


na Microrregião de Irecê, entre as coordenadas 11º 37' 30'' de latitude Sul e 41º 52' 30' de
longitude Oeste, limítrofe ao Norte, com o município de Lapão, ao Sul, com o município de
Ibipeba, ao Leste, com os municípios de Barro Alto e Canararã, e a Oeste, com Presidente
Dutra e Uibaí.

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A Mesorregião do Centro Norte Baiano é composta por cinco microrregiões,


totalizando 80 municípios, que somam uma população de 2.211.377 habitantes. A
Microrregião de Irecê é composta por 19 municípios, que somam 358.375 habitantes. Ibititá
destaca-se no contexto geográfico devido à sua proximidade com o rio São Francisco,
importante canal de transporte hidroviário do país e detentor da bacia hidrográfica federal
vinculada a várias bacias estaduais, inclusive a do rio Verde-Jacaré, da qual o município
pertence e é contornado por um de seus afluentes, o rio Jacaré, o que viabilizou a
implantação da irrigação na região. (IBGE, 2012)

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / GOOGLE

Figura 1. Microrregião de Irecê

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História

A ocupação inicial dessa região ocorreu em 1887, através dos irmãos Martiniano
Marques Dourado e Clemente Marque Dourado que, junto com alguns ex-escravos, como
Vitorino Rodrigues de Souza e Tibério, saíram do povoado de Vargem de Macaúbas, a fim de
encontrar terras férteis e fugir da seca que atingia o sertão.

Apossaram-se de parte dessas terras que, na ocasião, pertencia a Mundo Novo


(atual América Dourada). A região possui o solo rochoso, característica que determinou seu
topônimo “Rochedo”, posteriormente alterado para Ibititá1. O desenvolvimento ocorreu através
da agropecuária, principalmente cereais e algodão.

Administrativamente, o primeiro registro histórico ocorre com a criação da cidade de


“Rochedo”, em 1933, quando pertencia ao município de Irecê. A elevação à municipalidade
independente ocorreu através da Lei Estadual nº 1518 de 17/10/1961, com a nominação de
Ibititá, constitui sede e desmembra-se de Irecê. Em 1982, há a criação dos distritos de
Canoão e Feira Nova, que passam a ser seus subordinados. Atualmente, o município de
Ibititá conta com três distritos (Ibititá, Canoão e Feira Nova). (IBGE, 2012)

1
Do tupi: ibiti(ra): montanha e ita: de pedra ou atá: dura.

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Fonte: INSTITUTO
Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / GOOGLE

Figura 2. Município de Ibititá – Limites Administrativos

Relevo e Hidrografia

A topografia dessa região é de Chapada, sendo predominante a presença de serras.


O município de Ibititá está localizado na Bacia Hidrográfica do Rio Verde-Jacaré, sendo

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cortado por um de seus afluentes, o rio Jacaré. Com altitude máxima de 782m, possui
grande potencial hidrelétrico, proveniente desse rio, que faz divisa em toda a sua parte leste
com o município de Canarana e Barro Alto. (ANA, 2013).

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / NASA / INPE

Figura 3. Mapa Hipsométrico do Município de Ibititá

A Bacia Hidrográfica do Rio Verde-Jacaré abrange uma área de 33.000 km² e é


composta por 29 municípios, com população de 349.628 habitantes. Possui um aquífero
predominante, o “Irecê Cárstico”, e seus principais rios são: Rio Verde, Riacho do Santo
Eusébio, Riacho Lagoinha, Rio Guariba, Rio Jacaré, Riacho do Mari, Riacho do Meio, Riacho
das Pedras e Riacho Brejo das Minas. Essa bacia pertence à Bacia Federal do Rio São

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Francisco, que, devido à sua grande extensão e complexidade de sua rede hidrográfica, foi
dividida em RPGAs (Regiões de Planejamento e Gestão das Águas) compostas por sub-
bacias de um ou mais de seus afluentes, visando à eficiência da gestão das águas, que, em
alguns casos, passou a ser compartilhada com outros estados.

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / GOOGLE / ANEEL / ANA

Figura 4. Bacia Hidrográfica do Rio Verde-Jacaré

Clima

O clima é semiárido (classificação de Köppen), com chuvas concentradas em


poucos meses do ano, e pouca umidade do ar. A média térmica do ciclo anual é de 24,6° C,
máxima de 31,7° C e mínima de 17,5° C; pluviosidade de 775,4 mm anuais, com chuvas
concentradas no verão e outono. A sazonalidade do regime pluviométrico no município e as
altas temperaturas influenciam o tipo de agricultura e disponibilidade de pastagens, sendo

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necessária a irrigação das lavouras nos meses de inverno e da primavera. (SEI, 2013;
Somar, 2013)

Extraído de Somar Meteorologia

Figura 5. Médias Mensais das Temperaturas Mínimas / Máximas e Precipitações no


Município de Ibititá

Corroborando com tais afirmações, ANA (2013) afirma que a Bacia Hidrográfica do
Rio Verde-Jacaré possui considerável regime pluviométrico, mas que ocorre de forma não
homogênea, com um período chuvoso, que vai de novembro a março, quando ocorrem
76,6% da precipitação. Os meses de dezembro, janeiro e março concentram 49% das
precipitações. No trimestre mais seco, que vai de junho a agosto, a precipitação cai
drasticamente a média anual para 22,4 mm.

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Vegetação e Uso e Ocupação do Solo

O município encontra-se no bioma de Caatinga Arbórea Aberta, sem palmeiras. A


região de caatinga dificulta a agropecuária por possuir o solo muito seco. Então, é comum
aplicar as técnicas de sequeiro (enquanto se espera a chuva, escava-se a terra, revirando a
parte úmida do solo para expô-la) e de irrigação (há o controle sistemático da agua), a fim de
proporcionar melhores condições de uso. (SEI, 2013; Embrapa, 2013)

A agricultura se desenvolve mais intensamente nas áreas de sequeiro e irrigadas,


enquanto a pecuária ocorre no entorno das depressões, dos planaltos e relevos onde
prevalece a vegetação de caatinga intercalada por pastagens. No município, há uma
concentração de solo do tipo Cambissolo, com horizonte B, constituído por material mineral
rochoso, com pouca permeabilidade, que varia de raso a profundo em quase todo o território.
(Embrapa, 2013)

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Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / SEI-BA / IBGE GOOGLE

Figura 6. Síntese Geo-Ambiental do Município de Ibititá

Demografia

De acordo com o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE), o município de Ibititá possui 17.840 habitantes, o que corresponde a uma
cidade pequena na mesorregião do Centro Norte Baiano. A densidade demográfica é de
28,58 hab/km², acima dos municípios desse porte populacional na região, próximo dos 24,82
hab/km² do estado da Bahia e distante dos 22,43 hab/km² de densidade demográfica do
país.

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Tabela 1. Características Demográficas do Município de Ibititá

População 2010 17.840


População Urbana 8.338
População Rural 9.502
Área da unidade territorial (Km²) 623,08
Densidade demográfica (hab/Km²) 28,58
Gentílico ibititaense
Número de eleitores 14.004

Fonte: IBGE, 2012.

A população rural em Ibititá é de 9.502 residentes, 53,3% do total da população,


superior à média do estado da Bahia, que é de 27,9%, e, também, à do país, que é de 15,6%
da população residente. Essa situação reforça a condição rural do município de Ibititá, que
possui 4.583 endereços rurais.

Outra característica relevante que se observa é que o município de Ibititá possui


uma população predominantemente adulta. As pessoas com idade superior a 25 anos
correspondem a 55,48% (9.898) do total da população. Nesse mesmo sentido, destaca-se o
significativo número de idosos, que correspondem a 12,70% da população, ou seja, 2.225
pessoas com idade superior a 60 anos. Essa situação é, na verdade, um fenômeno nacional
consubstanciado, entre outros fatores, no aumento da longevidade e na diminuição da taxa
de fecundidade.

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Tabela 2. Pirâmide Etária do Município de Ibititá

0 a 4 anos 1401
5 a 9 anos 1627
10 a 14 anos 1692
15 a 19 anos 1746
20 a 24 anos 1476
25 a 29 anos 1437
30 a 39 anos 2485
40 a 49 anos 2191
50 a 59 anos 1520
60 a 69 anos 1195
70 anos ou mais 1070
Total 17.840

Fonte: IBGE, 2012.

Atividade econômica

Evolução da economia Local

No município de Ibititá, a maior relevância econômica ocorre no setor terciário,


apesar de a atividade agropecuária ser de extrema importância local. O evento que
esclarece essa situação são os fatores climáticos.

A região teve a necessidade de diversificar suas commodities a fim de garantir uma


melhor estrutura agrária. Houve a implantação da técnica de irrigação, que passa a ser
disseminada por toda a região, e do tri-consórcio: feijão, milho e mamona, plantados em
regime de rotação de cultura.

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Dos produtos provenientes da irrigação, poucos ainda estão sendo produzidos em


larga escala na região, devido ao alto custo de implantação e manutenção da técnica. Já no
tri-consórcio, verifica-se que, comumente, apresentam grande divergência da área plantada
para a área colhida ou afetam diretamente na sua produtividade por hectare, caso da
mamona, que é altamente cotada como uma das fontes de matéria-prima para a extração do
biodiesel. (IBGE, 2012)

A atividade agropecuária frequentemente apresentou maior destaque representativo


na recente evolução do valor adicionado bruto por setor produtivo da economia local frente à
atividade industrial, conforme se demonstra na Figura 7. Na análise gráfica, pode-se
observar que no ano de 2004, o setor agropecuário apresentou a maior vantagem registrada
(37% do PIB), tanto em relação à sua aproximação com o setor de serviços, quanto ao seu
afastamento frente ao industrial. Dentro do período analisado, exceto no ano de 2010,
quando o setor atingiu 23% do PIB, nos demais períodos, sua média tem sido de 15% do
total da arrecadação.

60
Milhares

50

40

30

20

10

0
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes


Valor adicionado bruto da indústria a preços correntes
Valor adicionado bruto dos serviços a preços correntes

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Fonte: IBGE, 2012.

Figura 7. Evolução da Participação dos Setores Econômicos na Composição do PIB de


Ibititá a Preços Correntes no Período de 2004 – 2010 (Mil Reais)

Indicadores Econômicos

O município de Ibititá apresenta maior desenvolvimento nas atividades econômicas


do setor terciário e menor no secundário. Em 2010, o Produto Interno Bruto (PIB) municipal
correspondeu a R$ 84.668.000,00 (oitenta e quatro milhões, seiscentos e sessenta e oito mil
Reais), sendo, desses, 22,93% (R$ 19.413.000,00) originados da atividade
agrossilvopastoril, 12,23% (R$ 10.356.000,00) originados na atividade industrial, e 61,11%
(R$ 51.738.000,00) originados nas atividades comerciais e de prestação de serviços. Outros
3,73% derivam de atividade tributária. O PIB per capita a preços correntes para o ano de
2010 correspondeu a R$4.748,08 (quatro mil, setecentos e quarenta e oito Reais e oito
centavos), valor que é inferior ao do estado da Bahia (R$11.007,00) e ao do país
(R$19.766,00) para o mesmo ano.

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4%
23%

12%
61%

Valor adicionado bruto da agropecuária a preços correntes

Valor adicionado bruto da indústria a preços correntes

Valor adicionado bruto dos serviços a preços correntes

Impostos sobre produtos líquidos de subsídios a preços correntes

Fonte: IBGE, 2012.

Figura 8. Participação dos Setores Econômicos na Composição do PIB de Ibititá a Preços


Correntes no Ano de 2010

Segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE (2010), existe significativo nível


de atividade empresarial no município, que conta com 202 unidades, sendo, destas, 201
atuantes, ocupando 1.089 pessoas, sendo 972 como assalariados, com ganho médio de 1,4
salários mínimos.

A atividade agropecuária no município é de grande importância, uma vez que a


indústria e o comércio locais, em grande parte, estão diretamente relacionados com a
atividade no campo. Segundo o censo IBGE (2010), em todo o município, existem 224
estabelecimentos agropecuários, número inferior aos 4.013 do censo agropecuário de 2006.

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Tabela 3. Atividade Agrícola no Município de Ibititá em 2011

Produto Área plantada (ha) Produção Unidade


Banana (cacho) 35 560 tonelada
Café (em grão) 1 1 tonelada
Cebola 220 8800 tonelada
Coco-da-baía 20 140 mil frutos
Feijão (em grão) 4000 770 tonelada
Girassol (em grão) 50 35 tonelada
Laranja 1 10 tonelada
Mamona 15000 9000 tonelada
Mandioca 400 4800 tonelada
Manga 15 123 tonelada
Maracujá 3 48 tonelada
Milho (em grão) 1100 9900 tonelada
Sisal ou agave (fibra) 300 270 tonelada
Sorgo (em grão) 1000 1500 tonelada
Tomate 230 6900 Tonelada
Carvão vegetal - - Tonelada
Lenha nd 2200 metro cúbico
Madeira em tora nd - metro cúbico
nd – não disponível

Fonte: IBGE, 2012.

Considerada a produção agrícola obtida no município em 2011, percebe-se a


diversificação produtiva, com destaque para o feijão, a mamona e o milho. Na Safra
2010/2011, o plantio de mamona correspondeu a 15.000 hectares no município.

Também é marcante a presença da agricultura familiar no município, que possui


várias cooperativas de produtores. Dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário (2013)
apontam 475 produtores com registro de Declaração de Aptidão ao Pronaf – DAP ativas.

Considerada a produção pecuária obtida no município em 2011, verifica-se,


também, diversificação produtiva. Porém, com o devido destaque para a produção de
bovinos (resultando em importante produção de leite), suínos, ovinos e, principalmente, aves.

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Do efetivo total do rebanho bovino, aproximadamente, 30,45% referem-se a vacas em


ordenha.

Tabela 4. Atividade Pecuária no Município de Ibititá em 2011

Descrição Quantidade Unidade


Bovinos 8800 cabeças
Eqüinos 620 cabeças
Bubalinos - cabeças
Asininos 115 cabeças
Muares 260 cabeças
Suínos 4990 cabeças
Caprinos 3700 cabeças
Ovinos 7300 cabeças
Galos, frangas, frangos e pintos 26800 cabeças
Galinhas 12800 cabeças
Vacas ordenhadas 2680 cabeças
Ovinos tosquiados - cabeças
Leite de vaca 1020 Mil litros
Ovos de galinha 64 Mil dúzias
Mel de abelha - produção 14 Kg
Lã - Kg

Fonte: IBGE, 2012.

As finanças municipais apresentam situação de equilíbrio, considerando que, no ano


de 2010, a arrecadação municipal atingiu o patamar de R$ 18.571.319,00 (dezoito milhões,
quinhentos e setenta e um mil, trezentos e dezenove Reais) em receita orçamentária,
enquanto as despesas representaram R$ 16.510.523,00, ambas em valores correntes.

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3. Levantamento do Potencial de Geração de Energias Renováveis

Para a elaboração do levantamento, foram utilizadas tanto fontes secundárias,


quanto primárias. As fontes secundárias estão todas referenciadas e as fontes primárias
resultaram de levantamento de campo estruturado especialmente para se conhecer as
especificidades relativas às potencialidades de geração de energias renováveis, conforme
procedimento estabelecido no âmbito do Programa ERA.

Com trabalho de levantamento e análise das fontes secundárias, foram elaboradas


questões que propiciassem o preenchimento das lacunas derivadas desse processo, visando
ao objetivo principal do Programa ERA, que é identificar as potencialidades de geração de
energias renováveis.

Para tanto, considerando as possíveis oportunidades de desenvolvimento de


projetos futuros, bem como a articulação institucional necessária, foram identificados três
grupos de interesses específicos:

 GPA - autoridades municipais (prefeito, secretários, técnicos, dirigentes de


autarquias, fundações e empresas públicas);
 GPB - empresários (dirigentes empresariais, dirigentes de entidades de classe,
associações e demais organizações sociais relevantes);
 GPC - produtores rurais (dirigentes de sindicato rural, cooperativas agrícolas,
líderes de assentamentos, representantes de agricultores familiares e outros
produtores rurais).

Os questionários foram elaborados especialmente para cada um dos grupos, de


forma a garantir a obtenção das informações de acordo com a realidade operacional de cada
um desses grupos de interesse. Assim, buscou-se a identificação das iniciativas existentes
em relação ao gerenciamento energético, a obtenção de informações específicas de
consumo energético e a caracterização da demanda.

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O trabalho de campo foi realizado no dia 15 de fevereiro de 2013, com a equipe do


Instituto Brasil, formada pelos senhores Gleidson Rocha Martins (coordenador das
atividades), Samuel Ataide Oliveira (Instituto Brasil / entrevistador) e Lucas Marinho de
Sousa Neto Pires (Instituto Brasil / entrevistador).

As pessoas entrevistadas foram selecionadas previamente, de acordo com o grau


de contribuição que cada um poderia dar em relação às informações necessárias. Os
questionários foram enviados antecipadamente para que todos tivessem a oportunidade de
identificar e localizar informações específicas.

No dia 15/02/2013, foram realizadas 06 entrevistas, com as seguintes pessoas:

GPA Anselmo Oliveira Alencar Assessor Administrativo da Prefeitura


GPB Adailson Oliveira Paiva Assessor Sindicato dos Trabalhadores Rurais
GPC Neilson Pereira da Silva Presidente da COOAGRI - Coop. Agropecuária de Ibititá
Igor Oliveira S. C. Dourado Proprietário Rural
Welber de Castro Dourado Proprietário Rural
Márcio de Silva Dourado Proprietário Rural
Ricardo Rocha de Alcântara Proprietário Rural

O roteiro do trabalho de campo é apresentado em formato tabular e gráfico, com


detalhamento das atividades e localização exata dos percursos e pontos visitados, conforme
segue:

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Tabela 5. Roteiro dos Trabalhos em Campo Realizados no Município de Ibititá em 2012


CODPTO NUMPTO GPS_COD DESCRICAO 1 LAT_G LAT_ MIN LAT_SEG LAT_DD LONG_G LONG_ MIN LONG_SEG LONG_DD
Prefeitura Municipal de
M16_P01 1 A01_P1 11 32 45,9 -11,5460833 41 58 38,8 -41,97744444
Ibititá
ADAB- Agência Estadual
M16_P02 2 A01_P2 de Defesa Agropecuária 11 32 48,1 -11,5466944 41 58 36,2 -41,97672222
da Bahia
EBDA- Empresa Baiana
M16_P04 3 A01_P3 de Desenvolvimento 11 32 54 -11,5483333 41 58 37,7 -41,97713889
Agrícola
STTR- Sindicato dos
M16_P05 4 B_01_P1 11 32 49,5 -11,5470833 41 58 45,4 -41,97927778
Trabalhadores Rurais
M16_P06 5 B_01_P2 Supermercado União 11 32 48,5 -11,5468056 41 58 35,6 -41,97655556
M16_P07 6 B_01_P3 Madeireira Condor 11 32 32,8 -11,5424444 41 50 44 -41,84555556
M16_P08 7 B_01_P4 Posto Barreto 11 32 51 -11,5475 41 58 43,7 -41,97880556
M16_P09 8 B_01_P5 Padaria Betel 11 32 47,2 -11,5464444 41 58 40,4 -41,97788889
M16_P10 9 C_01_P1 COOAGRI 11 32 46,2 -11,5461667 41 58 37,8 -41,97716667
M16_P11 10 C_02_P1 Fazenda Bom Prazer 11 31 5,2 -11,5181111 41 57 24,5 -41,95680556
M16_P12 11 C_03_P1 Fazenda Tigui 11 30 45,4 -11,5126111 41 58 21,6 -41,97266667
M16_P13 12 C_04_P1 Fazenda Dois Irmãos 11 31 9,2 -11,5192222 41 58 30,7 -41,97519444
M16_P14 13 C_05_P1 Fazenda 3 Irmãos 11 31 23,2 -11,5231111 41 58 48,4 -41,98011111

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

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Fonte : INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / GOOGLE

Figura 9. Mapa da Rota Percorrida no Trabalho de Campo

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Cabe aqui destacar que, nessa ocasião do trabalho de campo em Ibititá, foram
verificadas algumas dificuldades que, inevitavelmente, prejudicaram a obtenção de
informações relevantes em relação aos objetivos do Programa ERA. Essas dificuldades
derivaram, especialmente, do momento político que envolve a transição de governo, o que
significa a troca de autoridades, composição de governo, entre outros aspectos. Em função
disso, na medida do possível, algumas informações adicionais foram obtidas posteriormente,
através de contatos telefônicos.

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 10. Prefeitura de Ibititá

Sequência da programação de entrevistas:

1. Anselmo Oliveira Alencar (PESSOA REFERÊNCIA DO PROJETO)


Assessor Administrativo
Prefeitura
74 - 9119-9573
e-mail: anselmo.a.ibitita@hotmail.com
Endereço: Praça Sidinei Dourado Matos, s/n - Centro. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA.

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2. Adailson Oliveira Paiva


Assessor
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
74 - 3652- 1107
Endereço: Rua Vieira Matos, 07 - Centro. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA.

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 11. Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ibititá/BA

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 12. Sindicato dos Trabalhadores Rurais

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3. Neilson Pereira da Silva


Presidente
COOAGRI - Coop. Agropecuária de Ibititá
74 - 9135- 0417
Endereço: Rua Alberto M. Dourado, s/n - Centro. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 13. COOAGRI - Coop. Agropecuária de Ibititá

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4. Igor Oliveira S. C. Dourado


Proprietário
Fazenda Bom Prazer
74 - 9135- 6835
Endereço: Povoado dos Meios, s/n - Zona Rural. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 14. Fazenda Bom Prazer

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5. Welber de Castro Dourado


Proprietário
Fazenda Tigui
74 - 3652- 1299
Endereço: Povoado de Ibititá, s/n - Zona Rural. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 15. Fazenda Tigui

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6. Márcio de Silva Dourado


Proprietário
Fazenda Dois Irmão
74 - 9100- 1426
Endereço: Povoado de Ibititá, s/n - Zona Rural. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 16. Fazenda Dois Irmãos

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7. Ricardo Rocha de Alcântara


Proprietário
Fazenda 3 Irmão
74 - 9996- 3970
Endereço: Povoado 3 Irmão, s/n – Zona Rural. CEP: 44960-000 – Ibititá/BA.

Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC

Figura 17. Fazenda 3 Irmãos

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4. Análise

Com os resultados obtidos em campo e as informações adquiridas com os


levantamentos de fontes secundárias, procedeu-se à análise, considerando os objetivos do
programa, tendo como critério as tecnologias tidas como consolidadas (já desenvolvidas e
disponíveis no mercado), de forma a concluir os resultados quanto ao potencial de geração
de energias renováveis no município de Ibititá, conforme descrito a seguir.

Biomassa

No caso da análise dos dados referentes às potencialidades de geração de energia


renovável, foi considerada como parâmetro a matriz agroenergética definida no Plano
Nacional de Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA –
(2006), que estabelece quatro plataformas específicas a partir das matérias-primas para a
produção de agroenergia, conforme demonstrado na figura abaixo:

Cana-de-açúcar
• Etanol
• Bioeletricidade
• Outras aplicações energéticas

Fontes lipídicas
• Biodiesel
• Bioquerosene
• Outras aplicações energéticas

Florestas energéticas
• Carvão Vegetal
• Briquetes
• Peletes
• Lenha

Resíduos e Dejetos
• Biogás
• Bioeletricidade

Figura 18. Matriz Agroenergética

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Cana-de-Açúcar

Ao se analisar os dados disponibilizados pelo IBGE, INPE e levantamento de


campo, verifica-se que não há produção de cana-de-açúcar no município de Ibititá. Essa
situação também é reforçada pela indisponibilidade de grandes áreas planas, bem como pela
inexistência de usinas na região.

Segundo dados do DENATRAN, até julho de 2012, o município de Ibititá possuía


uma frota de 744 automóveis, veículos estes que, no Brasil, obrigatoriamente, são equipados
com motores ciclo Otto. Para o mesmo período, o número de motocicletas somou 451
unidades.

Segundo Heideier et al. (2009), o consumo médio de um automóvel com motor ciclo
Otto é de 1.347 litros de combustível por ano e, no caso de uma motocicleta, o consumo
médio é de 337 litros de combustível por ano. Dessa forma, se multiplicarmos os 744
automóveis pelos 1.347 litros médios anuais, e as 451 motocicletas pelos 337 litros médios
anuais, e somarmos os produtos, chegaremos ao total de 1,15 milhões de litros por ano. A
prefeitura de Ibititá consome, anualmente, 8.000 litros de diesel, 6.800 litros de gasolina e
650 litros de etanol.

Oleaginosas

No período que compreende as safras 2004 a 2011, os produtores do município


plantaram, em média, 10.075 mil hectares de mamona por safra, obtendo uma produtividade
média de 486 kg/ha, valor abaixo da média nacional, de 504 kg/ha. Em relação ao milho, a
área média de plantio foi de 17.137 mil hectares por safra, obtendo uma produtividade média
de 0,56 ton/ha, valor muito abaixo da média nacional, que é de 4 ton/ha. (CONAB, 2012)

Apesar de a indústria nacional não utilizar a mamona para a produção de biodiesel,


o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel – PNPB estimulou a produção da
mamona da região.

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Muitas dificuldades, como o acesso a conhecimento e tecnologia mais avançadas,


poderiam ser superadas com o estabelecimento de projetos em parceria com empresas
privadas e estatais, agências governamentais e consórcios intermunicipais, e poderiam gerar
as condições para aumento de produtividade para o óleo de mamona.

Tabela 6. Produção de Oleaginosa no período de 2004 a 2011


Girassol Mamona Milho
Ano ha Ton Prod ha Ton Prod ha Ton Prod
2011 50 35 0,7 15000 9000 0,6 11000 9900 0,82
2010 0 0 0 3600 2160 0,6 20000 10200 0,51
2009 0 0 0 5000 2000 0,4 13000 1200 0,1
2008 0 0 0 18000 931 0,52 21000 5598 0,27
2007 0 0 0 6000 2400 0,4 24000 11520 0,48
2006 0 0 0 5000 2700 0,54 20100 11232 0,56
2005 0 0 0 16000 8000 0,5 14000 9800 0,7
2004 0 0 0 12000 12000 1 14000 16800 1,2

Fonte: IBGE, 2012.

Florestas Plantadas

Segundo dados da Associação Brasileira de Produtores de Florestas Plantadas, em


2012, o Brasil atingiu o patamar de 6,5 milhões de hectares plantados com pinus e eucaliptos
para fins comerciais, como a produção de papel e celulose, painéis de madeira
industrializada e carvão vegetal. A entidade também destaca que o Brasil é o líder mundial
em maior produtividade, que, em 2011, atingiu 40,1 m³ / ano para o caso do eucalipto
(ABRAF, 2012).

Dados do Balanço Energético Nacional (EPE, 2011) demonstram que 10,2% de


toda a energia primária produzida no Brasil em 2010 são de origem madeireira (lenha, pellets
e carvão vegetal). É evidente que toda essa energia não se origina exclusivamente da
atividade florestal comercial, mas o uso energético é um dos principais destinos da produção
desse segmento econômico.

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Segundo a ABRAF, o consumo energético da produção madeireira se dá,


principalmente, na indústria (como a siderurgia, através do carvão vegetal), em cerâmicas,
em comércios (como pizzarias, padarias e churrascarias), na agricultura (na secagem de
grãos) e em domicílios rurais. A entidade também destaca o surgimento de plantas
produtoras de pellets no país, somando 20 unidades. Os pellets são destinados à produção
de energia elétrica ou geração de calor a partir da queima. Em 2010, a produção mundial
desse produto atingiu 16 milhões de toneladas, sendo a Europa, líder desse processo, com
67% do total. (BEN, 2011; ABRAF, 2012)

O Estado da Bahia lidera o ranking de área plantada, com aproximadamente, 1,5


milhões de hectares, o que corresponde a 23% da área plantada no território nacional. Na
tabela abaixo, elaborada com dados do IBGE, embora haja grande variabilidade dos dados e
sem razão aparente, pode-se confirmar a tradição de produção de energia de origem
florestal no município de Ibititá, nos anos recentes.

Tabela 7. Evolução da Produção de Dendroenergia em Ibititá entre de 2004 a 2011


2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Carvão Vegetal ton 0 0 0 0 0 0 0 0
Lenha m³ 2900 2600 2500 2200 2000 2200 2000 2200
Madeira em tora m³ 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: IBGE, 2012.

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Extraído de ABRAF (2012)

Figura 19. Localização dos Centros Industriais Consumidores de Madeira de Florestas


Plantadas no Brasil em 2011

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Com as informações que foram levantadas no município de Lapão, observou-se que


não há áreas representativas com plantio de eucalipto. Se considerarmos exclusivamente o
mercado energético local, com os dados de campo, confirmou-se a tradição no uso da lenha
para aquecimento, comércio local e nas empresas ceramistas clandestinas de produção de
tijolos que consomem madeira nativa nos fornos. Podemos realizar pequeno exercício,
considerando apenas a exígua produção dendroenergética de 2.200 m3 de lenha e madeira
em tora revelada pelo IBGE para o ano de 2011, observando que os resultados obtidos
sejam meramente ilustrativos, pois a escala de produção é economicamente inviável para
aproveitamento energético. Em geral, o metro cúbico de madeira equivale a 0,65 toneladas.
Então, o município dispõe de 1.430 toneladas de madeira para produção de energia.
Desconsiderando os usos finais e a tecnologia de conversão usada, mas considerando a
produtividade nacional indicada pela ABRAF e os parâmetros de conversão energética do
BEN, que estabelece que 1 tonelada de madeira possui 0,31 toneladas equivalentes de
petróleo – tep - (1 tep = 11630 kWh), pode-se fazer o exercício sobre produção de energia a
partir dos dados de produção de madeira no município.

 2.200 x 0,65 = 1.430 toneladas de lenha

 1.430 x 0,31 = 443,3tep;

O resultado de 443,3 tep corresponde ao total de 5,15 GWh de energia produzidos no ano.

Há uma dificuldade natural para a obtenção de informações a respeito de valores


relacionados aos investimentos e custos de produção de energia elétrica nesses casos, seja
pela grande variabilidade dos projetos, seja pela importância estratégica e competitiva
dessas informações por parte de especialistas e de empresas fornecedoras de
equipamentos. A literatura traz grande variabilidade para esses números e, por não se
possuir um caso específico, não foram obtidas muitas informações com fornecedores. Mas,
considerando o que se obteve, analisando-se também sob a ótica de anúncios públicos de
investimentos recentes nesse segmento, considerou-se o valor de R$ 3 mil por kW instalado
muito próximo à realidade.

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Quanto aos custos de geração, trata-se de algo mais difícil de ser obtido. A ANEEL
indica um custo de produção de eletricidade de R$ 101,75 por MWh para o caso do bagaço
de cana-de-açúcar, mas trata-se de valor médio dos resultados de comercialização em leilão,
ocasião em que as geradoras vendem às distribuidoras, e não um custo real de produção.
Mesmo com essa observação, e ainda que não se trate do caso específico da lenha, do
pellet, ou do carvão vegetal, é uma referência válida, que permite uma comparação com
valores de outras fontes.

Resíduos e Dejetos

Não há produção de energia a partir de resíduos no município de Ibititá, sendo que


o lixo produzido no meio urbano é coletado e transportado por caminhões até os limites da
cidade e disposto a céu aberto. Em um sentido oposto à situação atual, há intenção de se
criar um consórcio com outras sete cidades limítrofes para construção de aterro sanitário e
unidade de reciclagem, em Ibipeba, o que daria oportunidade para diversas cooperativas
atuarem na triagem, seleção e reciclagem dos resíduos.

Em relação aos dejetos, embora haja produção relevante de animais em regime


intensivo, o que tende a viabilizar os projetos de recuperação energética, com o
levantamento de campo, verificou-se que não existe nenhuma iniciativa nesse sentido no
município. Os dados obtidos em campo revelam que existem, aproximadamente, 36.936
aves, 4.990 suínos, 8.555 bovinos e 11.000 ovinos criados em regime intensivo no município.
Embora seja necessário um estudo mais detalhado para a determinação do rendimento de
esterco por espécie (e consequentemente de biogás), realizando-se o exercício a partir do
coeficiente de produção animal de esterco e biogás elaborado por Júnior (2005),
considerando que os bovinos são estabulados, os suínos em estágio de adulto e frango de
corte se obteria um volume de aproximado de 14.371 m³ / dia.

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Tabela 8. Animais em Regime Intensivo e o Potencial de Produção de Biogás

unid Espécie animal e Esterco Total de esterco Biogás Total Biogás


condições de criação Kg / animal / dia Kg / dia m³ / dia m³ / dia
8.555 Bovino Estabulado 30 256.650 1,11 9.496
4.990 Suíno adulto 5,8 28.942 0,33 1.646
36.936 Frango de corte 0,05 1846,8 0,01 369
11.000 Ovinos 4 44.000 0,26 2860

Fonte: INSTITUTO BRASIL – levantamento de campo

Bley Jr., Galinkin et. al (2009) afirmam que a geração de eletricidade a partir do
biogás depende de fatores como o grau de pureza do gás e a eficiência do biodigestor e ao
citar diversos autores, relatam que essa variação possui um range que vai desde 0,62 m³ por
kWh até 1,5 m³ por kWh. Caso se faça o exercício para Ibititá, utilizando-se o coeficiente de
conversão de 0,7 m³ por kWh, se vislumbraria a possibilidade de produção diária de
10.059kWh.

Em consulta a fornecedores e instaladores, verificou-se que o investimento em uma


central geradora de eletricidade tendo como fonte o Biogás (biodigestor, gasômetro,
microturbinas e demais equipamentos), seria de aproximadamente R$3,2 mil por kW
instalado, enquanto os custos de geração seriam em torno de R$85,00 por MWh.

Energia Eólica

O dimensionamento do potencial eólico de determinada região exige coleta de


dados e análise da velocidade e regime dos ventos, sendo considerado tecnicamente viável
quando sua densidade for maior ou igual e 500 W/m² a 50 metros de altura do solo e
velocidade média mínima do vento entre 7 a 8 m/s. Adicionalmente, a energia aproveitável
dependerá das especificidades no desempenho, altura de operação e espaçamento
horizontal dos sistemas de conversão de energia eólica instalados. Sendo assim, o Brasil
possui um potencial da ordem de 143 GW de energia disponível. (CRESESB/CEPEL, 2012).

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No contexto do levantamento proposto no âmbito do Programa Era, serão utilizados


os dados publicados pelo Centro de Referência para Energia Solar e Eólica –
CRESESB/CEPEL, em parceria com o Ministério das Minas e Energia do Brasil, na forma do
Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado em 2001. A metodologia do trabalho realizado
pelo CRESESB/CEPEL inclui direções predominantes, velocidades e parâmetros estatísticos
de Weibull (fatores C e K), fluxos de potência eólica a 50 metros de altura do solo, na
resolução de 1 km x 1 km, para todo o Brasil, levando em conta as médias sazonais dos
regimes de ventos, oferecendo a possibilidade de aferição dos dados de ventos de
coordenadas geográficas próximas ao município objeto de estudo do Programa ERA.

Tabela 9. Média dos Ventos a 50 metros em Ibititá em m/s

Atlas do Potencial Eólico Brasileiro Dados de Vento Sazonal a 50 m de Altura


Grandeza Latitude [°] Longitude [°] Distkm Dez/Fev Mar/Mai Jun/Ago Set/Nov
Velocidade 11,377543°S 41,829901°O 0,2737 4,7326 5,0923 7,1569 6,151
Fator K 11,374283°S 41,810676°O 2,2028 2,3577 2,1466 3,1345 2,5203
Fator C 11,360318°S 41,824650°O 2,2675 7,3995 8,4979 6,0813 5,6813

Fonte: CRESESB/CEPEL, 2001.

No levantamento feito para o município de Ibititá, conforme demonstrado na tabela e


gráfico, as médias dos ventos a 50 metros de altitude em relação ao solo variam
sazonalmente para valores bem inferiores aos 7 m/s, exceto para os meses de junho a
agosto. Esse resultado implica na inviabilidade dos investimentos para projetos de
implantação de aerogeradores, segundo a metodologia previamente descrita.

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7,1
8
6,1
7
5,1
6
4,7

0
dez/fev mar/mai jun/ago set/nov

Fonte: CRESESB/CEPEL, 2001.

Figura 20. Gráfico da Média dos Ventos em Ibititá a 50 metros (m/s)

O investimento para projetos de pequeno porte correspondem a R$ 8 mil por kW


instalado. Quanto aos custos de geração, segundo a ANEEL, o MWh gerado por eólica
corresponde a R$198,00.

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Energia Solar

Para levantamento do potencial de energia solar, foram utilizados os dados


disponibilizados pelo programa SunData, criado pelo Centro de Referência para Energia
Solar e Eólica – CRESESB/CEPEL, como apoio ao dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos. O Banco de Dados de radiação solar incidente deste programa está apoiado no
CENSOLAR realizado em 1993, que inclui levantamento de dados em 350 pontos de
irradiação solar (plano horizontal) no Brasil e países fronteiriços e no “Atlas Solarimétrico do
Brasil” (CHIGUERO, 2000) e aplicativos de software para análise publicado pelo
CRESESB/CEPEL.

Os dados são apresentados em três ângulos diferentes de incidência convertidos do


plano horizontal:

 Ângulo igual à latitude;

 Ângulo que fornece o maior valor médio diário anual de irradiação solar e;

 Ângulo que fornece o maior valor mínimo diário anual de irradiação solar
incidente.

 De acordo com o CRESESB/CEPEL (2000), essas inclinações oferecem melhores condições à


instalação de painéis solares e a opção por cada uma dependerá muito dos requisitos de cada
projeto. O ângulo igual á latitude é uma inclinação padrão para empreendimentos permanentes
como residências e serviços públicos. Quando se deseja aumentar a geração anual de energia,
faz-se uso do ângulo com o maior valor médio anual de irradiação solar. Já o ângulo com maior
valor mínimo diário anual é adotado quando o objetivo seja diminuir o risco de falta de energia
pelo maior dimensionamento do sistema de geração em relação ao ângulo de inclinação com a
maior média anual.

Os valores servem apenas para nortear os projetos quanto à extensão dos sistemas
fotovoltaicos, pois são produtos de médias históricas que podem variar de acordo com a
amostra.2

2
Os três conjuntos de valores mostram as radiações diárias médias mensais para as três inclinações: Latitude, Maior Média e
Maior Mínimo, sendo que se aplicam as seguintes observações: (1) os ângulos de inclinações são arredondados para valores

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Além da especificação da localidade, temos a distância (km) em linha reta do ponto


de interesse estudado. A radiação solar média mensal (kWh/m²) de janeiro a dezembro,
menor diária média mensal (Mínimo), da maior diária média mensal (Máximo), da diária
média anual (Média) e da diferença entre a máxima e a mínima (Delta). (CRESESB/CEPEL,
2000)

Para o caso do município de Ibititá, foram consideradas a latitude 11,55º Sul e a


longitude 41,15º Oeste, e distância em linha reta do ponto de interesse estudado de 88,8 km.
Os resultados são apresentados na tabela abaixo, em kWh/m², nos planos horizontal e
inclinado

Verifica-se que há grande potencial para geração de energia elétrica como térmica.
Os valores indicados de irradiação solar estão sujeitos aos rendimentos, de acordo com a
tecnologia utilizada. Segundo a Empresa de Planejamento Energético – EPE (2012), no caso
da geração de energia elétrica a partir de sistemas fotovoltaicos, a eficiência varia de acordo
com a tecnologia utilizada, entre 4 e 25%. O investimento necessário é da ordem de R$
8.000,00 / kW instalado e o custo de geração é da ordem de R$ 602,00 / MWh.

Já para o caso do aproveitamento térmico, mais conhecidos como coletor e solar, a


eficiência da conversão da energia solar para a térmica dependerá da tecnologia utilizada, da
diferença de temperatura de entrada e a desejada. Em alguns casos, como no de
climatização de piscinas, em que a diferença de temperatura for de 10ºC, com um coletor
plano com cobertura, a eficiência será de, aproximadamente, 70%. Essa é uma situação
típica para o uso doméstico. (Comgás, 2011)

O investimento necessário para instalar um coletor solar em uma residência para 4


pessoas é da ordem de R$1.400,00 (reservatório de 300 litros) e pode corresponder a uma
economia superior a 30% no consumo de energia elétrica.

inteiros de graus, em função da precisão dos instrumentos de medição da inclinação usados para instalação de sistemas
fotovoltaicos em campo, chamados de goniômetro, que costumam apresentar erros da ordem de alguns graus; (2) o valor
mínimo de inclinação admitido é de 10°, pois o CEPEL não recomenda a instalação de painéis fotovoltaicos com inclinação
inferior a esta para evitar o acumulo de água e sujeira; (3) o ângulo de inclinação B, buscado por cada um dos critérios de
Latitude, Maior Média e Maior Mínimo, é calculado no intervalo de Latitude – 20 <= B <= Latitude + 20 com passos de 1 grau; as
orientações do módulos fotovoltaicos são também dadas, sendo admitidas somente orientação na direção Norte (indicado por
N) ou na direção Sul (indicado por S).” (CRESESB/CEPEL, 2000)

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Tabela 10. Irradiação Solar no Município de Ibititá (kWh/m² / dia)

Ângulo Inclinação Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Média Delta

Plano Horizontal 0° N 4,81 4,67 5,06 4,22 3,64 3,36 3,86 4,86 4,72 4,89 5,28 4,94 4,53 1,92
Ângulo igual à latitude 20° N 4,53 4,52 5,07 4,4 3,93 3,69 4,23 5,19 4,81 4,78 4,99 4,61 4,56 1,51
Maior média anual 21° N 4,61 4,57 5,08 4,37 3,87 3,62 4,15 5,13 4,8 4,82 5,08 4,71 4,57 1,51
Maior mínimo mensal 13° N 3,98 4,12 4,84 4,44 4,12 3,95 4,52 5,37 4,69 4,41 4,4 4 4,4 1,43

Fonte: CRESESB/CEPEL, 2000.

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Pequenas Centrais Hidrelétricas

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (2003), Pequenas Centrais


Hidrelétricas (PCHs) são empreendimentos hidrelétricos com potência superior a 1.000 kW e
igual ou inferior a 30.000kW, e com área total de reservatório igual ou inferior a 3,0 km². A
área do reservatório é delimitada pela cota d’água associada à vazão de cheia com tempo de
recorrência de 100 anos.

A título de ilustração, se faz necessário descrever o processo do cálculo da potência


hidráulica de um trecho de rio, que é realizado considerando, aceleração da gravidade, altura
da queda e vazão (m3). Conforme a relação a seguir (MME, 2007; MME, 2010):

P = p.g.h.Q [W]

Como p ≈1.000, resulta:

P = g.h.Q [kW].

Onde:

g – aceleração da gravidade em [m/s2];

h – altura de queda em [m];

Q – vazão em [m3/s]

Exemplificando, conforme descreve STANO (2007), considerado um trecho de rio


que possua uma diferença de altura de 10 m, vazão de 10 m³/s, e aceleração da gravidade
como 10 m/s², se obterá uma potência de 1.000KW, conforme se demonstra:

P = 10.10.10 = 1.000 kW

Também é fundamental se destacar que é necessário considerar o rendimento das


turbinas que, em alguns casos, pode chegar a 95% de eficiência.

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Fonte: INSTITUTO BRASIL / GVC / IBGE / GOOGLE / ANA

Figura 21. Mapa da Hidrografia Municipal

Para os fins a que se propõe o Programa ERA, julgou-se, nesse contexto específico,
desconsiderar legislação envolvida, especialmente no que se refere ao uso múltiplo das
águas, estudos de impacto ambiental, hidrológicos, custo efetivo para instalação das turbinas
geradoras e conexão com o sistema de distribuição. Também se considerou, enquanto
opção mais adequada, a verificação a partir de PCHs a fio d’água, por apresentarem, entre
outras razões, a simplificação da dispensa de estudo de regularização de vazões. (MME,
2000).

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O Município de Ibititá, conforme já descrito neste trabalho, é cortado pelo rio Jacaré,
para o qual não se dispõe de estudos de vazões realizados pela Agência Nacional de Águas.
Quanto ao potencial de geração de energia, podemos realizar estimativas, adotando
10,8m3/s como vazão, a partir da média de 3m para a largura, 1,5m para a profundidade e
3m/s de velocidade. (MME, 2007).

Assumindo a vazão acima descrita, desnível de 15 metros, a metodologia para


cálculo do potencial de energia de um rio e a possibilidade da construção de pequenas
barragens para garantir quedas adequadas, teríamos um potencial estimado de 1.620 Kw/h
para cada um curso d’água. Porém, sabe-se que a capacidade de geração é puramente
ilustrativa, havendo a necessidade de estudos mais aprofundados para estabelecer esses
potenciais de forma adequada, levando em conta a perenidade/intermitência dos rios da
região. Cabe destacar que, para os casos supracitados, o potencial refere-se à condição de
Mini Central Hidrelétrica por serem inferiores a 1GW.

Os investimentos em PCHs variam de acordo com as especificidades dos


aproveitamentos. Considerando informações públicas a respeito de projetos executados,
estima-se um valor de R$ 5 mil por kW instalado e um custo de geração da ordem de
R$80,00.

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5. Plano Diretor

A proposta do Plano Diretor Municipal de Energias Renováveis – AGENDA VERDE


MUNICIPAL – não é ser um programa definitivo sobre as potencialidades e políticas do
poder local a respeito do tema, mas, sim, proporcionar um guia sobre essas potencialidades,
de forma que, a partir de estudos com maior profundidade, especialmente em relação à
viabilidade econômica e financeira, o poder público possa atuar como vetor de
desenvolvimento nesse segmento, buscando parceiros públicos em diferentes níveis de
governos e/ou parceiros privados que possam contribuir para o aproveitamento desses
potenciais e de oportunidades de desenvolvimento sustentável.

A primeira sugestão que se faz é no sentido de se criar espaço institucional no


âmbito da administração municipal com o objetivo de se constituir um ponto catalizador de
informações e elaborador de políticas públicas, visando ao incremento da geração de
energias renováveis.

O capítulo encontra-se organizado na ordem das energias renováveis estudadas no


âmbito do Programa ERA, que são: biomassa (cana-de-açúcar, oleaginosas, florestas
energéticas e resíduos e dejetos); energia eólica; energia solar; e pequenas centrais
hidrelétricas. Inclui-se, também, um estudo sobre o potencial de geração de créditos de
carbono, como parte integrante da AGENDA VERDE MUNICIPAL.

Para cada uma dessas modalidades, são apresentadas as potencialidades


identificadas no âmbito do levantamento proposto pelo programa. Esse levantamento
considerou tanto fontes secundárias como primárias, tendo como parâmetro as tecnologias
consolidadas e disponíveis no mercado.

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Biomassa

Cana-de-açúcar

Conforme já mencionado anteriormente, o município de Ibititá não reúne condições


edafoclimáticas adequadas à produção competitiva à escala comercial, considerando o
Zoneamento Agroecológico da Cana-de-Açúcar.

Oleaginosas

Como já citado, o município de Ibititá é produtor de milho, com 9,9 mil toneladas em
11 mil hectares, e mamona, com 9 mil toneladas em 15 mil hectares. A oleaginosa
amplamente utilizada no Brasil para a produção de biodiesel é a soja, o que impossibilita a
produção do biocombustível no município em escala competitiva.

No caso da mamona, especificamente, embora não se produza biodiesel com a


oleaginosa, o PNPB tem tido papel relevante no fortalecimento da cadeia produtiva na
região, uma vez que estabeleceu estímulos econômicos à indústria que adquire essa
oleaginosa da agricultura familiar local. Mas muito mais pode ser feito, especialmente pelo
poder público local, quando atua como um catalizador de esforços públicos e privados em
direção ao avanço do domínio técnico e tecnológico do agricultor familiar em relação à
cultura, com ações que viabilizem a transferência de tecnologia e conhecimento, acesso a
sementes certificadas, assistência técnica, dentre outros.

Florestas Plantadas

Com as informações que foram levantadas no município de Ibititá, não resta a


menor dúvida das potencialidades das florestas energéticas. Os elementos que corroboram
tal afirmação derivam, fundamentalmente, do fato de o estado da Bahia possuir a quarta
maior área plantada com eucalipto, demonstrando viabilidade edafoclimática para a cultura.

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Outra observação relevante é que há demanda térmica, especialmente para


aquecimento, comércio local e empreendimentos ceramistas ilegais que utilizam lenha nativa
em seus fornos. Não foi possível quantificar tal demanda, visto que a grande maioria das
empresas e produtores não forneceu a informação.

Ainda que a destinação não seja energética, os benefícios econômicos, sociais e


ambientais justificam um programa municipal de estímulo e apoio às florestas plantadas em
complementaridade aos programas estadual e federal existentes. Considerando que já há
política pública de financiamento, inclusive com grande diferencial ao agricultor familiar,
inúmeros agentes de mercado com opções diferenciadas de contratação da produção,
incluindo, na maioria das vezes, fornecimento de mudas e assistência técnica, a
municipalidade, em parceria com a EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola,
pode contribuir nesse processo com incremento das condições de produção, seja com
assistência técnica, disponibilização de insumos, ou mesmo com a sensibilização do
produtor, através da abordagem direta dos produtores, com dias de campo, eventos que
aproximem os elos da cadeia produtiva, criando um ambiente favorável.

Para as empresas e produtores que possuem elevada demanda térmica, o foco


seria no sentido da sensibilização e apoio à elaboração de estudos de viabilidade técnica e
econômica a respeito da autossuficiência energética a partir da dendroenergia e/ou de outras
fontes renováveis.

Resíduos e Dejetos

O município de Ibititá possui grandes criações de animais, com destaque para as


36.936 aves, 4.990 suínos, 8.555 bovinos e 11.000 ovinos. Mas, nesse contexto da produção
de energia, o confinamento é um requisito de viabilidade, de modo que esse potencial todo
se reduz significativamente. Observando apenas o plantel de animais estabulados, seria
possível gerar 10.05 MWh por dia com a instalação de biodigestores.

A produção de biogás a partir de dejetos animais tem recebido grande apoio


governamental, inclusive de companhias de geração e de distribuição de energia. Em outros
casos, tem sido preponderante o suporte das empresas responsáveis pelo abate. Nas

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cadeias produtivas das carnes, a verticalização contratual tem sido uma prática comum no
país. Em todos os casos, o fator mais relevante tem sido a possibilidade de certificar e
comercializar as emissões de gases de efeito estufa evitadas.

Sem dúvida, a Prefeitura Municipal pode exercer papel fundamental no sentido de


contribuir para constituir as condições adequadas para a implementação de projetos desse
tipo, catalisando os elos da cadeia e fornecendo subsídios e apoio técnico para o acesso a
políticas públicas estaduais e federais de estímulo a esses projetos.

Em Ibititá, utiliza-se lixão, localizado nos limites da cidade. Vale lembrar que essa
prática será proibida a partir de 2014, de acordo com Lei 12.305/2010, que institui a Política
Nacional de Resíduos Sólidos. Segundo as entrevistas com as autoridades locais, o
município já dispõe de projeto de implantação de aterro sanitário e usina de reciclagem em
parceria com cidades vizinhas, mas não está prevista a recuperação energética.

Segundo MME (2010), nessa condição de aterro sanitário, para cada 13,23 Kg de
lixo orgânico, é obtido 1 m³ de biogás, que, dado à elevada concentração de metano,
permitiria a geração de 7 kWh. E os projetos se aplicam, inclusive, a pequenos aterros,
sendo passível de certificação e de emissões evitadas no âmbito do Mecanismo de
Desenvolvimento Limpo – MDL – do Protocolo de Kyoto.

A iniciativa sugerida nesse contexto é a incorporação de projeto de recuperação


energética a partir do biogás originado no aterro sanitário, considerando a metodologia
estabelecida para a certificação de emissões evitadas, a exemplo do que se tem feito em
diversos outros aterros no país. Para tanto, há a possibilidade de se buscar parceiros nas
cadeias energéticas, como distribuidoras, geradoras e municípios vizinhos que possam
compartilhar a política de resíduos sólidos.

Energia Eólica

Conforme já mencionado, o levantamento do potencial eólico no município teve


como referência o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro (2001), que traz o dimensionamento
para a região, considerando as direções predominantes, velocidades e parâmetros

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estatísticos de Weibull (fatores C e K), fluxos de potência eólica a 50 metros de altura do


solo, na resolução de 1 km x 1 km.

Nessa verificação, chegou-se à conclusão, consubstanciado na literatura atual, de


que não se justificam investimentos eólicos no município, uma vez que as médias sazonais
variam entre 4,73 e 7,15 m/s a uma altura de 50 metros. Mesmo quando se consideram as
novas tecnologias, com velocidade de vento inicial inferior a 3m/s, há a indicação de ventos
nominais de, no mínimo, 10 m/s, dependendo da tecnologia. Considerando, ainda, os
elevados investimentos necessários e custos de operação e manutenção, conclui-se pela
desconsideração dessa fonte renovável.

Energia Solar

Conforme já demonstrado anteriormente, o município de Ibititá possui grande


potencial solar, com certa variabilidade. O plano horizontal faz referência ao longo do ano de
3,36 a 5,28 kWh / m2 / dia.

Em relação à aplicação da energia solar, o município de Ibititá não realiza seu


aproveitamento, exceto em casos esparsos de residências. A utilização para aquecimento de
água gira em torno de R$ 2.000,00 por unidade residencial, o que corresponde a uma
economia energética de 40% no horário de pico.

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Fonte: INSTITUTO BRASIL/ GVC

Figura 22. Exemplo Coletor Solar utilizado para aquecimento de água em residências

Mas, as oportunidades nesse caso são muitas, seja para o aquecimento de água,
seja para aproveitamentos fotovoltaicos, como o bombeamento de água em casos
específicos de irrigação, seja para a iluminação pública, seja para atendimento da demanda
de prédios públicos. Atualmente, são gastos cerca de R$ 27.000,00 / mês somente com
iluminação pública, e a instalação de painéis solares na sede da prefeitura, escolas
municipais e outros prédios públicos poderia reduzir substancialmente este valor.

Caberiam estudos de viabilidade econômica, sobretudo considerando a Resolução


Normativa 482/2012 da ANEEL, que estabeleceu as condições gerais para o acesso de
microgeração e minigeração distribuída aos sistemas de distribuição de energia elétrica.

Pequenas Centrais Hidrelétricas

Verificando a metodologia já descrita, observa-se baixo potencial nos principais rios


que cortam o município. Porém, sabe-se que há a necessidade de estudos mais
aprofundados para estabelecer esses potenciais de forma adequada, levando em conta a
perenidade/intermitência dos rios da região. São necessários estudos de viabilidade para

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construção de PCHs tendo por objetivo o aproveitamento energético. Outra questão


importante a ser considerada é a posição local em relação aos impactos ambientais
consequentes desse tipo de empreendimento.

Créditos de Carbono

O objetivo é identificar, a partir dos dados primários e secundários obtidos em


campo pelas equipes do projeto ERA, o potencial para geração de créditos de carbono no
município de Cafarnaum, visando à integração do município e dos demais participantes.

O material da análise compreende o município de Lapão, na Bahia, Brasil. O


método de trabalho envolve o estudo de relatórios de dados secundários e entrevistas com
dados primários, sobre a visão dos diferentes atores sobre a região que habitam.

Esses dados primários e secundários foram alocados em uma matriz de


identificação de oportunidades, que permite visualizar os principais fatores influenciando o
possível desenvolvimento de projetos de geração de créditos de carbono a partir das práticas
locais. O potencial relativo de geração de créditos de cada atividade está reservado para um
segundo momento da análise, sendo apresentado um dado geral de potencial por unidade
de medida (ha, kWh, etc.), em termos de alta, média ou baixa quantidade.

Como resultados iniciais da avaliação dos dados primários e secundários, foi obtido
um cenário geral que classifica as possibilidades de atividades de projeto de créditos de
carbono, tendo em vista a percepção dos agentes locais e da configuração territorial. Os
resultados estão descritos na Tabela “Potencial de Geração de Créditos de Carbono em
Ibititá, Bahia”.

A tabela indica o setor, de acordo com a classificação do IPCC, que pode participar
de atividades de projeto de geração de créditos e, em seguida, uma breve descrição de
como o potencial foi identificado. Essa descrição aponta sucintamente qual a característica
apresentada no município que remete para o setor específico.

As colunas seguintes identificam o potencial do projeto no que tange à sua


contribuição para redução das emissões, ou aumento do sequestro e estoque de carbono.

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Atividades de projeto que geram créditos podem ser de qualquer um dos tipos, ou ter uma
combinação de ambos, como acontece nos casos de reflorestamentos com fins industriais,
principalmente energéticos. Em seguida, há uma breve descrição de qual a atividade de
projeto que deve ser desenvolvida, para que sejam gerados créditos de carbono dentro do
setor identificado.

A próxima coluna na tabela diz respeito à unidade de medida para avaliação do


potencial de geração de créditos, que pode estar relacionado com o aumento da área de
plantações de florestas, de plantio direto ou de plantio de biocombustíveis, ou com a
produção de energia elétrica de diferentes fontes, ou, ainda, do consumo de combustíveis
fósseis. A última coluna trata de classificar a atividade de projeto identificada nas colunas
anteriores, com uma estimativa empírica de seu potencial efetivo de geração de créditos.

As estimativas de usos da terra no município de Ibititá foram realizadas


considerando 2 cenários, o primeiro com emprego de energia solar e o segundo com plantios
de Eucalyptus. Os resultados com o Cenário I estão descritos na tabela seguinte:

Tabela 11. Usos da Terra Cenário I

A área correspondente à instalação de energia eólica foi estimada como sendo


de cerca de 14% do município. Com o Cenário II, o resultado está na tabela abaixo:

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Tabela 12. Usos da Terra Cenário II

As atividades de projeto consideradas como de baixo potencial de geração de


créditos incluem todas aquelas voltadas para substituição de matriz energética, uma
particularidade brasileira. Tendo em vista o elevado índice de fontes sustentáveis na matriz
brasileira, a substituição desta por outras fontes renováveis gera pouca quantidade de
créditos. Não obstante, as fontes alternativas são fundamentais para garantir um portfolio de
oferta de energia diversificado, com maiores chances de sucesso no futuro.

No caso de substituição de matriz energética são esperados a geração

de cerca de 0,06 tCO2eq / Mwh.

O impacto médio é esperado de atividades de combate ao desmatamento e


reflorestamento de espécies nativas no Cerrado, que apresentam níveis relativamente baixos
de estoques de vegetação e, portanto, carbono. O mesmo ocorre com o plantio direto, que
tem um potencial de sequestro e estoque de carbono, assim como de evitar emissões do
solo, reduzido em comparação com outros tipos de vegetação nativa e mesmo de plantações
industriais de espécies introduzidas ou nativas. O plantio direto tem expectativa de gerar

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entre 0,5 e 2 tCO2eq/ha/ano, enquanto a redução de desmatamento no Cerrado e plantio de


espécies nativas do mesmo bioma deve gerar algo como 1 a 5 tCO2eq/ha/ano.

O alto impacto para geração de créditos de carbono vem dos projetos de


reflorestamento com finalidade industrial. Esses projetos, além de apresentarem uma
capacidade de sequestro e estoque de carbono muito maior do que nas áreas nativas, são
voltados para produção de madeira industrial, para fins estruturais e mesmo energético.
Essas atividades, além de aumentar o estoque e sequestro nas áreas rurais, também
contribuem para a substituição de materiais mais poluentes (aço, cimento, etc.) na
sociedade. O aumento do consumo de madeira pela sociedade é uma forma de combater
mudanças climáticas.

Essa atividade tem um elevado nível de contribuição para geração de créditos de


Carbono, que podem apresentar uma variação de 15-45 tCO2eq/ha/ano para os
reflorestamentos e, incluindo a madeira em períodos de 30 anos de projeto, cerca de 30-90
tCO2eq/ha/ano.

O potencial de geração de créditos de Carbono apresentado não foi elaborado com


base em metodologias específicas (CER, VCS), mas, sim, como forma de identificar ações
que podem registrar a sua emissão. Pode haver restrições de cunho técnico para os padrões
de certificação específicos, relacionados com elegibilidade, aplicabilidade e adicionalidade,
que comprometem projetos direcionados para mercados com interesse nessas certificações.
Não obstante, a venda de créditos de carbono não está necessariamente vinculada a
qualquer dos sistemas de certificação.

A região apresentou características interessantes para o desenvolvimento de


mercados para outros serviços ecossistêmicos, notadamente água e biodiversidade. Esses
potenciais precisam ser avaliados por instrumento específico, para determinar o potencial da
mesma forma que para o carbono.

Com base nos dados dos levantamentos e em fatores aproximados para as


diferentes matrizes energéticas foi estimado o potencial de geração de créditos de carbono
em cada ano, o Cenário I está descrito na tabela seguinte:

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Tabela 13. Quantificação de Créditos de Carbono Cenário I

Cerca de 215 mil tCO2eq / ano podem ser gerados com as matrizes identificadas e
algumas atividades selecionadas. Há possibilidade de incrementar esse potencial com o
plantio de espécies florestais diversificadas e o rastreamento dos produtos florestais
madeireiros originários destas. Foi considerado somente o potencial com os plantios atuais e
uma projeção para estabelecimento de sistemas silvipastoris nas pastagens do município no
Cenário I. No Cenário II, com a implantação dos reflorestamentos, os resultados estão na
tabela a seguir:

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Tabela 14. Quantificação de Créditos de Carbono Cenário II

Com o Cenário II o total potencial de créditos é de 384 mil tCO2eq / ano, com uma
geração de renda de quase R$ 4 milhões / ano.

Conclui-se pelo potencial significativo de geração de créditos de carbono com as


atividades listadas. A lista apresentada não é exclusiva, e novos elementos podem ser
adicionados ao longo do desenvolvimento dos trabalhos.

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6. Conclusão

Considerando os objetivos traçados pelo Programa ERA, especialmente, no que diz


respeito a identificar o potencial de geração de energias renováveis no município de Ibititá,
foi possível identificar grandes oportunidades em praticamente todas as fontes consideradas,
exceção dos aproveitamentos eólicos, tendo em vista os baixos potenciais demonstrados.

De uma forma geral, observou-se pouca ou quase nenhuma disponibilidade de


informações sobre energia no Governo Municipal. Essa é uma situação natural,
considerando o fato que essa temática é tratada, quase que exclusivamente, nas esferas
estadual e federal, e em se tratando de município de pequeno porte, a dificuldade é ainda
maior. Nesse sentido, é evidente que a jornada empenhada pelo Programa ERA tende a
contribuir para suscitar a questão no âmbito do governo local. Considera-se, ainda, que a
energia é tratada como um tema estratégico nacional.

Esse despertar para as energias renováveis é mais que tempestivo, dada a recente
publicação da Resolução Normativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (482/2012),
que possibilita a uma residência, por exemplo, vender a energia excedente gerada por fontes
renováveis à rede elétrica. Sem dúvida, trata-se de um marco de grande relevância no
sentido da economia verde, do desenvolvimento sustentável, da geração distribuída e da
autonomia energética comunitária.

Certamente, os resultados demonstrados neste documento serão inspiradores no


sentido de estabelecimento de uma política pública local, complementar às políticas
estabelecidas nas outras esferas, com finalidade de estimular ou incrementar o
aproveitamento desses potenciais de geração de energias renováveis no município de Ibititá.

Estudos mais pontuais, como os de viabilidade técnica e econômica, devem ser


realizados de maneira focada a partir desses levantamentos da AGENDA VERDE
MUNICIPAL. Certamente, essa visão energética obtida a partir dos estudos realizados
servirá como base de sustentação para a busca de financiamentos em organizações
nacionais e até internacionais. O PROGRAMA ERA / AGENDA VERDE MUNICIPAL
apresentou, para o município de Central, as sinalizações necessárias para investimentos
públicos e privados nesse setor tão relevante, como é o das energias renováveis.

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