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OSTENSIVO DGPM-401

CAPÍTULO 22
TRATAMENTO E REABILITAÇÃO EM DEPENDÊNCIA QUÍMICA
22.1 - PROPÓSITO
Estabelecer normas complementares para o tratamento e a reabilitação em dependência
química na Marinha.
22.2 - CONCEITUAÇÃO
Segundo a definição da Organização Mundial de Saúde (OMS): “a dependência química é
um estado mental, e muitas vezes, físico, que resulta da interação entre um organismo
vivo e uma droga. Caracteriza-se por um comportamento que sempre inclui uma
compulsão de tomar a droga para experimentar seu efeito psíquico e, às vezes, evitar o
desconforto por sua ausência.”
22.3 - TRATAMENTO E REABILITAÇÃO DO DEPENDENTE QUÍMICO
22.3.1 - O Tratamento tem como propósito específico a manutenção da abstinência de drogas e
a promoção de mudanças de hábitos e atitudes que contribuem para a melhoria na
qualidade de vida do paciente.
22.3.2 - A Reabilitação tem como propósito específico o retorno gradativo ao autocontrole e à
reinserção do dependente químico como membro produtivo da sociedade.
22.4 - CENTRO DE TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA (CEDEQ)
22.4.1 - O CEDEQ é o setor técnico, composto por psiquiatras, psicólogos e assistentes sociais
com conhecimento em Dependência Química, responsável pela orientação técnica para
execução das atividades de tratamento e reabilitação de pacientes em dependência
química.
22.4.2 - O CEDEQ está localizado e subordinado ao Hospital Central da Marinha (HCM) e,
nesse âmbito, exerce as atividades de tratamento ambulatorial na área do Comando do
1º DN, de acordo com as normas de execução das atividades assistenciais a seguir
elencadas;
a) exercer, no âmbito do Com1ºDN, as atividades de tratamento ambulatorial;
b) prestar assessoria nas áreas pericial, assistencial, educacional, administrativa e
demais atividades que envolvam a dependência química, visando unidade de
procedimentos e manutenção do padrão de qualidade no âmbito da MB;
c) sempre que solicitado, deverá emitir parecer técnico para celebração de convênios
/credenciamentos e realizar visitas técnicas;

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d) orientar o treinamento das equipes de tratamento de dependência química, ministrar


palestras e promover cursos; e
e) gerenciar o cadastramento das informações necessárias à execução das atividades
pertinentes à dependência química.
22.5 - NÚCLEOS DO CENTRO DE TRATAMENTO DA DEPENDÊNCIA QUÍMICA
(N-CEDEQ)
22.5.1 - Entende-se por N-CEDEQ os setores técnicos compostos por psiquiatras, psicólogos e
assistentes sociais, responsáveis pela execução das atividades de tratamento
ambulatorial e reabilitação, fora da área do Comando do 1º DN.
22.5.2 - Os N- CEDEQ estão localizados e subordinados aos Hospitais Distritais.
22.5.3 - Cabe aos N-CEDEQ:
a) Assessoramento pericial, assistencial e administrativo quanto à dependência
química, restrito à área de abrangência do Hospital Distrital ao qual é subordinado; e
b) emissão de pareceres técnicos para celebração de convênios/credenciamentos e
realização de visitas técnicas às OSE credenciadas.
22.6 - NORMAS GERAIS PARA EXECUÇÃO DAS ATIVIDADES ASSISTENCIAIS
22.6.1 - As atividades assistenciais são dirigidas a todos os usuários do SSM.
22.6.2 - As atividades assistenciais consistem nas ações de tratamento e reabilitação efetuadas
em quatro níveis de abordagem, de acordo com o grau de comprometimento físico e
mental do dependente químico.
a) O tratamento ambulatorial especializado consiste no emprego de abordagens
psicodinâmicas e cognitivo-comportamentais, preferencialmente em grupos, e no
tratamento psiquiátrico. Conforme indicação de cada caso, pode ser realizado
acompanhamento social concomitante. As atividades de tratamento são
complementadas pela frequência do paciente e seus familiares aos Grupos
Anônimos. Para fim de controle terapêutico poderão ser feitas, mediante
consentimento escrito do paciente, dosagens de substâncias psicoativas nos
pacientes em tratamento. Na área do Comando do 1ºDN, essa tarefa é atribuição do
CEDEQ/ Hospital Central da Marinha e nos demais Distritos Navais dos N-
CEDEQ/Hospitais Distritais ou OSE credenciadas;

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b) o Tratamento clínico e/ou psiquiátrico, em regime de internação, consiste em


internação de curta permanência, com foco na desintoxicação e no tratamento das
intercorrências clínicas e/ou psiquiátricas, visando resolução da crise e posterior
encaminhamento a tratamento ambulatorial.
Na área do Comando do 1ºDN, essa tarefa é atribuição do Hospital Naval Marcílio
Dias (HNMD) ou da Unidade Integrada de Saúde Mental (UISM), conforme a
natureza do quadro. Nos demais Distritos Navais, cabe aos Hospitais Distritais ou
OSE credenciada;
c) a Internação especializada consiste na internação do portador de dependência
química grave em OSE quando após ter sido avaliado e encaminhado pela equipe
de tratamento do CEDEQ ou N-CEDEQ, for considerado refratário ou não elegível
para tratamento ambulatorial. As internações especializadas serão feitas em OSE
credenciadas, que deverão empregar métodos aprovados pela equipe de tratamento
ambulatorial, baseado na abstinência de drogas.
Na área do Comando do 1ºDN, a avaliação final dos pacientes a serem internados
é atribuição da Unidade Integrada de Saúde Mental; a qual cabe a celebração dos
acordos administrativos. Nos demais DN, é da responsabilidade dos Hospitais
Distritais; e
d) a Reabilitação consiste no acompanhamento do processo de reinserção do paciente
em seu meio social. Tal tarefa é executada pela equipe de tratamento do CEDEQ
ou N-CEDEQ, por intermédio de ações no ambiente de trabalho e com a família
do paciente.
Os militares da ativa em tratamento da dependência química permanecem em
atividade em sua OM, com as restrições temporárias cabíveis a cada caso, visando
criar condições propícias para sua reabilitação.
22.7 - DOS CRITÉRIOS PARA ACORDOS ADMINISTRATIVOS COM OSE
São considerados como critérios fundamentais para escolha de serviço hospitalar para
dependentes químicos:
a) ambiente de tratamento exclusivo para dependência química;
b) método terapêutico aprovado por entidades médicas como cientificamente eficazes
para o tratamento da dependência química;
c) ambiente que possibilite amplo desenvolvimento de atividades terapêuticas de apoio
como atividades esportivas, artísticas e laborativas;

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d) equipe dotada de médicos disponíveis para acompanhamento clínico e psiquiátrico


constante; e
e) grupos com terapeutas graduados nas áreas de Medicina, Psicologia e Serviço Social
dotados de experiência no trabalho com dependentes químicos.
22.8 - TREINAMENTO E QUALIFICAÇÃO DE PESSOAL PARA TRATAMENTO E
REABILITAÇÃO
22.8.1 - Cabe ao HCM, com a assessoria técnica do CEDEQ e o levantamento efetuado junto
aos demais setores atuantes, propor à DSM, de acordo com a sistemática em vigor, os
cursos, estágios e treinamentos necessários, a fim de possibilitar permanente
aprimoramento do conhecimento especializado e o acesso dos profissionais a um
sistema de atualização de informações em Dependência Química.
22.9 - DAS INDENIZAÇÕES
Nos casos de tratamento ambulatorial ou internação em OSE, serão cobradas indenizações
nos percentuais estabelecidos no art. 8.5, destas Normas.

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