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REPÚBLICA DE ANGOLA

ORDEM DOS MÉDICOS DE ANGOLA

COLÉGIO DE ESPECIALIDADE DE MEDICINA INTENSIVA

OBJECTIVOS FORMATIVOS DOS ESTÁGIOS NO AMBITO DO PROGRAMA


DE ESPECIALIDADE DE MEDICINA INTENSIVA

LUANDA , JANEIRO 2020


SUMÁRIO:

1 – Introdução

2 – Fase de Formação Geral

2.1 – Objectivos formativos do ano de Medicina Interna

2.2 - Objectivos formativos do Estágio em Cirurgia Geral

2.3 - Objectivos formativos do Estágio em Neurocirurgia

2.4 - Objectivos formativos do Estágio em Serviço de Queimados

2.5 - Objectivos formativos do Estágio em Infecciologia

2.6 - Objectivos formativos do Estágio em Cardiologia

2.7 - Objectivos formativos do Estágio em Anestesiologia

3 – Fase de Formação Específica

3.1 - Objectivos formativos da Rotação em Medicina Intensiva

3.2 - Objectivos formativos da Rotação em Unidade de Coronárias

3.3 - Objectivos Formativos da Rotação em Unidade De Neurocríticos


1 – Introdução

De acordo com o Programa Nacional do Internato Complementar de Medicina


Intensiva, tal como acontece caracteristicamente nos internatos das diferentes
especialidades médicas, a formação em Medicina Intensiva em Angola compreende
um conjunto de estágios em áreas / serviços médicos e cirúrgicos, onde o interno
deverá adquirir de forma crescente e faseada as competências necessárias para uma
sólida formação como Especialista em Medicina Intensiva.

Naturalmente, não sendo os serviços de rotação necessariamente específicos para a


formação nessa especialidade, e porque poderão existir muitas vezes no serviço
internos de diferentes especialidades em rotação, torna-se necessário definir
objectivos de formação orientados para as competências daquela especialidade que se
pretendam alinhadas com o perfil formativo adequado ao Intensivista na República de
Angola.

De acordo com o Regulamento do Internato Complementar de Medicina Intensiva, o


Internato Complementar em Medicina Intensiva tem uma duração total de quatro (04)
anos. Esse modelo comporta um período de Formação Geral de dois (02) anos
compostos por:

Doze (12) meses em Medicina Interna durante os quais o interno deverá adquirir
competências para a abordagem dos doentes do fórum médico, prestando particular
atenção ao nosso espectro nosológico onde predominam os doentes do fórum da
Infecciologia, bem como na abordagem do doente de cardiologia. Deverá participar
de forma integral e regular no serviço de urgência, onde deverá familiarizar-se com as
situações médicas habitualmente presentes nos Bancos de Urgência.

Dois (02) meses em Cirurgia Geral em que deverá participar activamente no serviço
de urgência onde deverá adquirir competência na avaliação clínica e diagnóstico de
situações cirurgicas urgentes, realização dos procedimentos cirurgicos básicos
(acessos venosos periféricos, algaliação, suturas, drengem de abcessos, inserção de
dreno torácico, hemostase de ferimentos, imobilização de fracturas).

Dois (02) meses em Serviço de Queimados em que deve desenvolver capacidades na


abordagem e estabilização primária do doente queimado, prever as tratar
complicações do doente queimado bem como a gestão cirurgica do doente queimado.

Um (01) mês em Anestesiologia em que deve desenvolver competência na


abordagem da via aérea avançada, aprender as estratégias para abordagem da via
aérea difícil, utilização de sedativos, anestésicos, bloqueadores neuromusculares,
monitorização da sedação e analgesia.

Dois (02) meses em UCI pediatrica em que deve aprender as particularidades da


patologia crítica na criança, utilização de farmacos bem como particularidades dos
procedimentos invasivos e minimamente invasivos na criança crítica.
Dois (02) meses em Cirurgia Cardiotorácica onde deve familiarizar-se com o pré e
pós-operatório do doente de cirurgia cardiotorácica e desenvolver habilidades na
monitorização hemodinâmica invasiva bem como na estabilização de situações
intercorrentes comuns no doente de cirurgia carditoracica.

Restam três (03) meses distribuíveis em férias, dispensas para formações, congressos,
etc.

Nos vinte e quatro (24) meses seguintes cumprirá o período de formação especifica:

Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente de Nível C por vinte (20) meses.

Unidade de Neurocríticos dois (2) meses.

Unidade de coronárias dois (2) meses.

Assim, como complemento ao Programa Nacional de Formação em Medicina


Intensiva, o presente documento pretende definir os objectivos Gerais da Formação
do futuro Intensivista em cada estágio / rotação definido no programa de formação.

Aquando do inicio de qualquer das rotações acima indicada, o interno deverá fazer-se
acompanhar do presente documento e da ficha de avaliação para a respectiva rotação,
que deverá ser entregue ao respectivo chefe de serviço ou Especialista do serviço
designado como responsável pela formação.

2 – Fase de Formação Geral

2.1 – Objectivos formativos do ano de Medicina Interna

O Ano de Medicina Interna coincide com o primeiro ano do Internato Complementar


de Medicina Intensiva. O interno deverá estar integrado num Serviço de Medicina
Interna, sendo o estágio centrado na prestação de cuidados assistenciais em
Enfermaria de Medicina Interna e Urgência de Medicina.

São objectivos formativos do Ano de Medicina Interna:

2.1.1 - Aperfeiçoar a colheita de história clínica e a observação do doente, de forma a


permitir realizar o diagnóstico diferencial, definir orientação terapêutica e estratégia
global de investigação para o doente durante o internamento;

2.1.2 - Aprender a utilidade dos diferentes exames complementares de diagnóstico,


selecionar os adequados a cada situação clínica e interpretar adequadamente os seus
resultados;
2.1.3 - Adquirir capacidades práticas na execução das técnicas diagnósticas ou
terapêuticas correntes (cateterismo venoso periférico, punção lombar, toracocentese,
paracentese e fundoscopia) e conhecer, diagnosticar e saber tratar as suas
complicações;

2.1.4 - Otimizar oxigenoterapia por diversas técnicas;

2.1.5 - Familiarizar-se com diversas situações patológicas que habitualmente existem


em ambiente de Medicina Interna, tais como:

a) Patologia respiratória: insuficiência respiratória aguda e crónica, asma brônquica,


doenças intersticiais pulmonares, doenças pleurais, obstrução da via aérea, patologia
do sono, doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC), embolia pulmonar;

b) Patologia cardiovascular: insuficiência cardíaca, síncope, síndromes coronários,


hipertensão arterial, cor pulmonale, valvulopatias, arritmias cardíacas; ECG;

c) Patologia digestiva: hemorragia digestiva, doença inflamatória intestinal, patologia


vascular abdominal, doenças hepatobiliares e pancreáticas;

d) Patologia neurológica: coma, epilepsia, acidente vascular cerebral isquémico e


hemorrágico, delírio e demência, neuropatias periféricas e doenças neuromusculares;

e) Patologia renal: lesão renal aguda (LRA), doença renal crónica (DRC), alterações
hidroeletrolíticas e ácido-base; Depuração extracorpórea: indicações, fundamentos,
dose, diferenciação e indicações das técnicas continuas e intermitentes;

f) Patologia hematológica: alterações da coagulação, hemorragias agudas, terapêuticas


transfusionais, anemias, leucocitoses, leucopenias, trombocitoses, trombocitopenias,
terapêutica anticoagulante; doenças mieloproliferativas;

g) Infeções: síndromes febris com destaque para malária, arboviroses, sépsis, infeções
da pele e tecidos moles, do sistema nervoso central, respiratórias, endovasculares,
abdominais e urinárias;

h) Alterações metabólicas e endocrinológicas, com destaque para dibestes mellitus e


suas complicações;

i) Intoxicações agudas;

j) Patologia oncológica
2.2 - Objectivos formativos do Estágio em Cirurgia Geral

2.2.1 - Familiarizar-se com diversas situações patológicas que habitualmente existem


no ambiente cirúrgico, sobretudo na urgência tais como:

2.2.2 - Identificar, diagnósticar, fazer diagnóstico diferencial e familiarizar-se com a


abordagem do paciente com abdómen agudo; perfuração vísceras ocas abdominais,
perfuração esofágica; síndromes oclusivos; tromboses viscerais; patologia biliar
aguda;

2.2.3 - Abordagem pré-operatória, pós-operatória e identificação de complicações da


cirurgia abdominal;

2.2.4 – Adquirir conhecimentos sobre a abordagem de feridas;

2.2.5 - Familiarizar-se com os procedimentos cirurgicos básicos; acessos venosos


periféricos, algaliação, suturas, drengem de abcessos, inserção de dreno torácico,
hemostase de ferimentos, imobilização de fracturas.

2.3 - Objectivos formativos do Estágio em Serviço de Queimados

2.3.1- Desenvolver capacidades na abordagem e estabilização primária do doente


queimado, prever as tratar complicações do doente queimado bem como a gestão
cirurgica do doente queimado.

2.3.2- Identificar, diagnósticar e abordar o paciente grande queimado (de acordo com
a superfície corporal queimada e situações particulares como queimadura das vias
aéreas, períneo e por electrocussão);

2.3.3- Aquirir competências para ressuscitação volêmica, prevenção de infecções


secundárias, do síndrome de compartimento, dos desequlibrios hidroelectrolíticos. e
de outras complicações frequentes no doente grande queimado;

2.3.4- Adquirir conhecimentos sobre as várias técnicas e abordagens cirúrgicas das


queimaduras;

2.4 - Objectivos formativos do Estágio em Anestesiologia

Durante este estágio o interno deve familiarizar-se com:

2.4.1 - Manuseamento da via aérea (entubação de diferentes graus de dificuldade);

2.4.2 – Técnicas para abordagem de via aérea difícil;


2.4.3 – Abordagem / tratamento da dor aguda ou agudizada;

2.4.4- Técnicas de anestesia geral, sedação e analgesia sistémica;

2.4.5- Emprego racional de fármacos sedativos, hipnóticos, analgésicos e


bloqueadores neuro-musculares, bem como a monitorização da sedação e do
relaxamento.

2.4.6 - Avaliação pré-anestésica e estratificação do risco operatório;

2.4.7 - Cuidados pós-anestésicos.

2.5 - Objectivos formativos do Estágio em UCI pediatrica

2.5.1 - Aprender as particularidades da patologia crítica na criança;

2.5.2 – Familiarizar-se com a utilização dos fármacos e respectivas doses no contexto


da reanimação bem como dos fármacos mais frequentemente utilizados em Cuidados
Intensivos pediátricos;

2.5.6 - Aperceber-se das particularidades dos procedimentos invasivos e


minimamente invasivos na criança crítica;

2.5.7 – Familiarizar-se com as particularidades da Ventilação Mecânica Invasiva e


Não Invasiva na criança;

2.6 - Objectivos formativos do Estágio em Cirurgia Cardiotorácica

2.6.1 – Compreender as indicações para cirurgia cardiaca;

2.6.2 - Familiarizar-se com o pré e pós-operatório do doente de cirurgia


cardiotorácica;

2.6.3 – Compreender a circulação extra-corpórea;

2.6.4 - Desenvolver habilidades na monitorização hemodinâmica invasiva bem como


familiarizar-se com diferentes meios de monitorização e suporte hemodinâmico
(Balão de contrapulsação aortica, Cateter de Swan-Ganz); monitorização
minimamente invasiva;

2.6.5 – Desenvolver competências na estabilização de situações intercorrentes comuns


no doente de cirurgia carditoracica;
3 – Fase de Formação Específica

3.1 - Objectivos formativos do Estágio em Medicina Intensiva

Durante a rotação em Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente, dever-se-á


procurar a aquisição das seguintes competências de Medicina Intensiva:

3.1.1- Abordagem e estabilização do doente crítico;

3.1.2 - Técnicas de manuseamento da via aérea (entubação clássica e difícil);

3.1.3 - Técnicas de monitorização de funções vitais e fisiológicas;

3.1.4 - Técnicas de sedação e analgesia;

3.1.5 - Conhecer fundamentos e cálculo de índices de gravidade, do equilíbrio hídrio-


electrolítico e ácido-base bem como das diferentes variáveis respiratórias e
hemodinâmicas.

3.1.6 - Conhecer os critérios de admissão e alta;

3.1.7 - Aprender noções de ética relacionadas com a especificidade do doente crítico;

3.1.8 - Adquirir competências na metodologia de suporte orgânico, com ênfase na


instituição e manipulação de ventilação mecânica invasiva, ventilação não invasiva,
prescrição e gestão de suporte vasopressor e inotrópico, monitorização
hemodinâmica, técnicas de depuração renal;

3.1.9 - Aprendizagem de procedimentos vários em Medicina Intensiva como sejam


entubação difícil, traqueostomia percutânea, cricotiroidotomia, toracocentese e
colocação/manutenção de drenos torácicos, cateterização venosa e arterial,
desfibrilhação e cardioversão, pericardiocentese, técnicas de monitorização
hemodinâmica invasivas e minimamente invasivas; técnicas específicas de
monitorização do doente neurocrítico;

3.1.10 - Aprender a abordar as infeções no contexto epidemiológico, diagnóstico,


terapêutico e de prevenção;

3.1.11 - Identificar, monitorizar e tratar os diferentes tipos de choque;

3.1.12- Abordagem de doentes em insuficiência respiratória;

3.1.13 - Adquirir conceitos de avaliação, prescrição e monitorização nutricional;


3.1.14 - Conhecer o circuito do doente crítico, participando nos processos de triagem
e estabilização dos doentes da sala de emergência do Serviço de Urgência e dos
doentes abordados pela equipa de emergência intra-hospitalar.

3.1.15 - Ressuscitação e orientação inicial do doente crítico;

3.1.16 - Diagnóstico, avaliação, investigação e interpretação de resultados de doentes


médicos, pós-operatórios e traumáticos internados em Medicina Intensiva; Adquirir
competências em Focused Assessment with Sonography for Trauma (FAST),
idealmente o Extended FAST;

3.1.17 - Orientação de doentes com afeções agudas ou crónicas e de doentes em


falência orgânica;

3.1.18 - Reconhecimento e orientação de doentes em falência hemodinâmica (choque


cardiogénico e não cardiogénico);

3.1.19 - Reconhecimento e orientação de doentes em falência ventilatória aguda;

3.1.20 - Reconhecimento e orientação de doentes em falência ou pré-falência renal


aguda;

3.1.21 Reconhecimento e orientação de doentes em falência hepática ou


gastrointestinal;

3.1.22 - Reconhecimento e orientação de doentes em falência neurológica;

3.1.23 - Reconhecimento e orientação de doentes com alterações graves da


coagulação ou da hemostase;

3.1.24 - Reconhecimento e orientação de doentes em sépsis ou choque sético;

3.1.25 - Reconhecimento das causas e os diversos tipos de falência múltipla de


órgãos, familiarizando-se com as diversas atitudes de suporte multiorgânico;

3.1.25 - Reconhecimento e orientação das complicações peri e pósparto que põem em


risco a vida materna;

3.1.26 - Monitorização intensiva do doente crítico, em particular hemodinâmica,


respiratória e renal;

o) Avaliação, estabilização e terapêutica de doentes cirúrgicos;

p) Avaliação, estabilização e terapêutica de doentes traumatizados;

q) Avaliação, estabilização e terapêutica de intoxicados;

r) Terapêutica metabólica e nutricional;


s) Terapêutica analgésica e sedativa;

t) Suporte de doentes em morte cerebral;

u) Apoio às equipas de emergência interna e à equipa de urgência;

v) Transporte de doentes críticos;

w) Aplicação dos princípios éticos da prática da Medicina Intensiva;

x) Aprendizagem de técnicas de comunicação com colegas, doentes e familiares;

y) Aplicação dos conceitos de gestão de camas críticas hospitalares;

z) Avaliação de doentes neurocríticos: diagnóstico, monitorização multimodal,


orientação, terapêutica e prevenção de complicações;

aa) Integrar equipas de serviço, familiarizando-se com critérios de diagnóstico,


monitorização, tratamento de suporte de insuficiências e falências orgânicas;

ab) Integrar conceito de indicadores de gravidade que permitam escalação de doentes


Intermédios para Nível II ou III ou descalação para enfermarias.

a) Deve ser adquirida formação avançada na área de emergência hospitalar, com


prática em Sala de Emergência.

b) Aquisição de competências na avaliação inicial, estabilização, definição de


estratégia de diagnóstico e triagem de nível de internamento em doente agudo ou
agudizado crítico;

c) Treino do raciocínio ético, da interação multidisciplinar e da comunicação e


decisão em ambiente de emergência.

3.2 - Estágio em Ecocardiografia

3.2.1 – Adquirir competência básica no uso de ecocardiografia transtorácica para


avaliação e diagnóstico de patologia cardíaca frequente no doente crítico, com
realização de um número ideal de 50 exames (com um mínimo de 30) e exposição a,
pelo menos, 25 exames de ecocardiografia transesofágica.

3.3 - Estágio em Broncofibroscopia.

3.3.1 – Adquirir competência básica na realização de broncofibroscopia, com a


realização de um número mínimo de 50 exames, com ênfase na realização de técnicas
de colheita para estudo microbiológico, particularmente realização de lavado
broncoalveolar, controlo de hemorragia e entubação guiada por broncofibroscopia.
Realização de traqueostomia per-cutânea guiada por broncofibroscopia.

3.4 - Objectivos formativos do estágio em Unidade de Coronárias

3.4.1- Aquisição de competências para a estratificação do risco de cardiopatia


isquémica;

3.4.2- Aquisição de competências para a abordagem integral da fibrilação e flutter


auricular e outras arritmias malignas. Cardioversão urgente e selectiva;

3.4.3- Interpretação avançada do ECG;

3.4.4- Aquisição de competências para a abordagem dos SCACSST e SCASSST

3.4.5- Aquisição de competências para o uso racional de tromboliticos, antiagregantes


e anticoagulantes;

3.4.6- Aquisição de competências para a monitorização cardiovascular da colocação à


interpretação (PICCO, C. Swan-Ganz, etc);

3.4.7- Aquisição de conhecimentos e competências para a indicação de Marcapassos.


Colocação de Marcapassos provisórios e transvenosos;

3.4.8- Aquisição de conhecimentos e competências para a indicação e a inserção do


balão de contrapulsação aórtica;

3.4.9- Aquisição de conhecimentos e competências para a indicação e realização de


pericardiocentese;

3.4.10- Aquisição de conhecimentos e competências para a abordagem inicial da


dissecção aórtica;

3.4.11- Aquisição de conhecimentos para a indicação da revascularização coronária:


ACTP ou Cirurgia; Medicação coadjuvante da ACTP.

3.5 - Objectivos Formativos do estágio em Unidade de Neurocríticos

3.5.1 - Aquisição de competências no diagnóstico, monitorização multimodal,


procedimentos e terapêutica de doentes neurocríticos, em particular no trauma
cranioencefálico, vertebromedulares, no acidente vascular cerebral isquémico ou
hemorrágico e na hemorragia subaracnoidea.
4.Avaliação

4.1.Avaliação dos estágios

4.1.1 — Os formandos em Medicina Intensiva são submetidos a processo de


avaliação contínua, incidindo nos componentes de desempenho individual e nível de
conhecimentos. A avaliação é formalizada no final de cada estágio da formação
específica e rege-se pelo articulado respetivo do Regulamento do Internato Médico.

4.1.2 — A classificação dos diversos estágios é expressa em valores numéricos de 0 a


20, sendo que a classificação de cada estágio resulta da média aritmética entre o
resultado da avaliação de desempenho e o da avaliação de conhecimentos.

4.1.3 — Avaliação de desempenho.

A classificação dos formandos será fundamentada e alicerçada em padrões


definidos/competências adquiridas durante a formação, nomeadamente:

4.1.3.1 — Capacidade de execução técnica (ponderação 2).

a) É capaz de sintetizar informação e procedimentos realizados nos doentes críticos;

b) É capaz de realizar procedimentos diagnósticos e terapêuticos;

c) Aplica as capacidades e métodos adquiridos de acordo com padrões de qualidade;

d) Pratica medicina baseada na evidência;

e) É capaz de trabalhar em equipa e comunica de forma eficaz com colegas;

f) É capaz de ensinar conhecimentos adquiridos a formandos de anos inferiores;

4.1.3.2 — Interesse pela valorização profissional (ponderação 1).

a) Desenvolveu capacidade de atualização contínua;

b) É capaz de integrar os novos ensinamentos na prática clínica;

c) Tem capacidades de pesquisa bibliográfica;

d) É capaz de apresentar casos clínicos em conferências de discussão de


morbimortalidade;
e) É capaz de leitura crítica de diversas fontes de informação;

f) Participa em projetos de pesquisa ou de auditoria sob supervisão;

4.1.3.3 — Responsabilidade profissional (ponderação 1).

a) Atua de acordo com princípios éticos;

b) Conhece os mecanismos médico-legais;

c) É capaz de orientar equipa nas diversas situações clínicas e ajuda colegas quando
necessário;

d) Respeita competências de outros membros da equipa, conhecendo e aceitando as


limitações dos outros;

e) Avalia de forma construtiva pontos fortes e fracos da equipa;

f) Sabe ouvir questões e preocupações de outros elementos da equipa;

g) É capaz de aceitar responsabilidades e delegar noutros membros da equipa;

h) Cumpre horários, é fiável e aceita feedback de colegas e médicos séniores;

i) Procura aferir a sua performance pela do Serviço;

j) Utiliza instrumentos de qualidade e segurança;

k) Procura fazer avaliação crítica diária do seu trabalho e corrige erros;

l) Responsabiliza-se pelos seus erros e é capaz de os gerir, designadamente nos


seguintes aspetos:

i) Regista incidentes críticos,

ii) Participa nas discussões de morbimortalidade que avaliam quer o seu trabalho quer
o da equipa,

iii) Critica de forma construtiva,

iv) Aceita críticas.

4.1.3.4 — Relações humanas no trabalho (ponderação 1).

a) Cria bom ambiente de trabalho;

b) É capaz de ouvir anseios de doentes e familiares;


c) É capaz de esclarecer doentes e familiares de forma perceptível, sem recurso a
termos demasiado técnicos;

d) É capaz de comunicar de modo humano uma má notícia;

4.1.4 — A classificação dos formandos será fundamentada e alicerçada na avaliação


de conhecimentos adquiridos durante a formação, entre outros:

a) Ter adquirido conhecimentos médicos relevantes;

b) Ter adquirido conhecimentos diferenciados em Medicina Intensiva.

4.1.5— A avaliação pode revestir-se da forma oral ou escrita, de acordo com as


características de cada estágio em avaliação.

Edição Revisão Tipo Responsável aDatas

Elaboração e Sec. Permanente do Colégio Janeiro 2020


Revisão

Aprovação Assembleia Geral do Colégio 14 Maio 2021

1 0

Homologação Digníssima Sra. Bastonária da Ordem Dos Médicos De Angola

Próxima Revisão: 3 anos após Homologação

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