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MICRONUTRIENTES
FUNÇÕES, ALIMENTOS FONTE
E SUPLEMENTAÇÃO
E-BOOK
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DESENVOLVIDO POR:
DANI SEIXAS
JÉSSICA REIS
Autoras
Daniela Seixas
Graduada em nutrição pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestrado e doutorado em
Bioquímica pela UFPR. Pós-doutorado pelo laboratório de Nutrição e Metabolismo da Escola de
Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (USP). Pós-doutorado pelo Scripps
Research Institute – SD – CA – Estados Unidos. Pós-doutorado pelo Depto. de Alimentos e
Nutrição Experimental da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP. Autora do livro
“Compostos bioativos dos alimentos”.
Jessica Reis
Nutricionista formada pelo Centro Universitário São Camilo. Especialista em Oncologia pelo
Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein e Mestre em Ciências pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo. Nutricionista da Oncologia D'or - Rede São Luiz de
hospitais.
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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO
ADEQUAÇÃO NUTRICIONAL
c) AI (Adequate Intake): é também o valor médio de ingestão diária de um nutriente, mas que
ainda não existem evidências científicas suficientes para o estabelecimento de uma RDA/EAR.
“A AI representa uma ingestão (não uma recomendação), que provavelmente excede a atual
(mas não conhecida) necessidade de quase todos os indivíduos saudáveis em um mesmo estágio
de vida e sexo. Frequentemente é maior do que a RDA seria. Se a ingestão habitual de um
indivíduo excede a AI provavelmente está adequada, se estiver abaixo não se pode estimar
quantitativamente essa inadequação”.
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d) UL (Tolerable Upper Intake Level): é o limite máximo de ingestão diária total de um nutriente,
pelo consumo de alimentos, alimentos fortificados, suplementos e a água. As ULs foram
estabelecidas em função dos efeitos adversos à saúde dos indivíduos e referem-se à ingestão
total de nutrientes ou à ingestão dietética conforme o caso.
O Conselho Federal de Nutricionistas (CFN) publicou no Diário Oficial da União, a Resolução CFN
nº 656, que trata sobre a prescrição dietética pelo nutricionista de suplementos alimentares e
dá outras providências.
Com a atualização do marco regulatório dos suplementos alimentares pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), o CFN, no exercício das competências previstas em lei, verificou a
necessidade de alinhamento de terminologia ao novo marco regulatório. A Anvisa adotou a
denominação suplementos alimentares para enquadrar seis categorias de alimentos e uma de
medicamento: suplementos de vitaminas e minerais; substâncias bioativas e probióticos; novos
alimentos e novos ingredientes; alimentos com alegações de propriedades funcionais e de
saúde; suplementos para atletas; complementos alimentares para gestantes e nutrizes e
medicamentos específicos sem prescrição médica.
A Resolução CFN nº 656 já está em vigor, revogando a Resolução CFN nº 390, de 27 de outubro
de 2006 e a Recomendação CFN nº 004, de 21 de fevereiro de 2016. A prescrição elaborada
pelo nutricionista pode incluir nutrientes, substâncias bioativas, enzimas, prebióticos e
probióticos, produtos apícolas (mel, própolis, geleia real e pólen), novos alimentos e novos
ingredientes autorizados pela Anvisa para comercialização. Podendo ser
acabados/industrializados ou manipulados. Além disso, a administração deve ser feita
exclusivamente por via oral e enteral (inclui mucosa, sublingual e sondas enterais) apresentados
em formas farmacêuticas.
II. realizar triagem e avaliação nutricional sistematizadas, envolvendo critérios objetivos e/ou
subjetivos que permitam a identificação de deficiências ou riscos nutricionais;
IV. considerar que a prescrição dietética de suplementos alimentares não pode ser realizada
de forma isolada, devendo fazer parte da adequação do consumo alimentar e ser avaliada
sistematicamente;
V. considerar os nutrientes e não nutrientes que possam contribuir para a redução do risco
e para o tratamento de doenças relacionadas à nutrição;
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VI. considerar as possíveis interações entre nutrientes, não nutrientes, fármacos e plantas
medicinais, bem como reações adversas potenciais, toxicidade e contraindicações;
Além disso, a resolução reforça que a prescrição de fitoterápicos deve ser feita somente por
profissionais habilitados, isto é, nutricionistas com título de especialista em fitoterapia,
conforme a resolução CFN nº 556, de 11 de abril de 2015. Portanto os fitoterápicos,
apresentados na forma isolada ou na forma de extrato são de prescrição exclusiva de
profissionais com título reconhecido pela Associação Brasileia de Nutrição (ASBRAN).
Por fim, o profissional deve respeitar as listas de constituintes autorizados para uso em
suplementos alimentares (anexos I e II da IN Anvisa nº 28/2018 e atualizações) e os insumos
autorizados pela Anvisa para comercialização. Para prescrição de enzimas deve-se indicar a
atividade enzimática em Unidades (Ui) e para probióticos deve-se indicar as Unidades
Formadoras de Colônia (UFC). Também é importante considerar a biodisponibilidade e
segurança na prescrição de substâncias que podem ser encontradas em diferentes formas
químicas.
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CAPÍTULO 2 - FORMULAÇÃO MAGISTRAL
A formulação magistral diferencia-se do suplemento industrializado por ser preparado em uma
farmácia de manipulação, além de ter um cunho personalizado, isto é, específico para atender
às necessidades individuais do paciente, e devem atender as exigências de qualidade e pureza
para a sua finalidade básica, que é destinado ao tratamento eficaz e seguro, segundo órgãos de
regulamentação nacional.
→ Estilo de vida
→ Uso de medicamentos
→ Patologias
→ Genética (quando conhecida – polimorfismos)
→ Preferências e restrições alimentares
→ Exames laboratoriais
→ Dieta atual/padrão alimentar
→ Biodisponibilidade
1. Coadjuvante terapêutico: auxilia na ação do princípio ativo, seja por sinergismo, reduzir os
efeitos adversos ou aumentar a absorção ou tempo de meia vida do suplemento;
Quando o nutricionista não especifica nada, quem irá determinar qual o melhor excipiente é a
farmácia de manipulação. Caso haja alguma restrição (ex: intolerância à lactose), o nutricionista
deve informar à farmácia para que esta o substitua por outra substância.
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TIPOS DE EXCIPIENTES
Tabela 1: exemplos de excipientes usados na formulação magistral
EXCIPIENTES CARACTERISTICA
Conforme mencionado na resolução CFN nº 656, o nutricionista está apto a prescrever formas
farmacêuticas para administração via oral. Dentre as opções para essa categoria, incluem-se as
formas sólidas, semissólidas e líquidas, conforme descrito na tabela abaixo:
FORMA CARACTERISTICA
Cápsulas
Comprimidos
SÓLIDAS
Pó: sachês ou pote com dosador
Pó efervescente
Gomas
SEMISSÓLIDAS
Gel
Solução
LÍQUIDAS Suspensão
Xarope
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CÁPSULAS
As capsulas são formas farmacêuticas sólidas no qual o princípio ativo e os excipientes estão em
um invólucro de diferentes tamanhos, que conforme a composição pode ser rígido ou mole.
Dentre as desvantagens:
Vcaps são cápsulas de origem vegetal, ideais para formulações que contenham extratos secos
como fitoterápicos e aminoácidos. Possuem menor quantidade de água em sua composição (em
comparação às cápsulas tradicionais de gelatina).
TAPIOCAPS
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DRCAPS
SPRINKLE CAPS
Em sua tradução, Sprinkle Caps quer dizer “cápsulas de fácil abertura”. Esse tipo de cápsula é
indicado especificamente para o mercado pediátrico, geriátrico ou pacientes com dificuldade de
deglutição. A Sprinkle Caps é uma alternativa à formulação em sachê e estão disponíveis em
polímeros de origem animal e vegetal.
Normalmente a farmácia escolhe o tamanho da cápsula para que o desdobramento não seja
muito alto. Mas é possível informar à farmácia, caso o paciente tenha dificuldade com
deglutição, que faça a escolha por cápsulas menores, mesmo que essa escolha implique em um
número maior de cápsulas.
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Imagem 2: demonstração da capacidade média e volume médio das capsulas
disponíveis para manipulação magistral
PÓ – sachê
PÓS-EFERVESCENTES
Dentre as vantagens de se utilizar essa forma de apresentação, está a melhora do sabor, como
por exemplo, pode-se adicionar um sabor limão à solução, mascarando possíveis sabores dos
nutrientes usados. Além disso, o pó apresenta rápida absorção pois não é necessário a
desagregação da forma farmacêutica e o gás carbônico no epitélio intestinal facilita a
permeabilidade do princípio ativo devido à alteração causada nas junções paracelulares através
do aumento da absorção.
Além disso, com o pó efervescente é possível administrar altas de doses de um composto, pois
nessa forma podem ser colocadas quantidades superiores as que seriam colocadas em cápsulas.
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ingeridos já estejam na forma dissolvida e pronta para absorção, reduzindo a influência do pH
na absorção dos compostos prescritos.
Dentre suas desvantagens estão o custo mais elevado. Para manufatura do pó são necessárias
quantidades elevadas de matéria prima e condições especiais de manipulação. Além disso, os
materiais utilizados não podem ser os convencionais uma vez que estes são sensíveis à
humidade, que conduz à degradação dos suplementos.
Pacientes renais e/ou com restrições de sódio e potássio, não são indicados para receber essa
forma de manipulação pois em sua composição há um elevado teor desses nutrientes.
FORMAS LÍQUIDAS
SOLUÇÃO
Dentre as desvantagens das formas líquidas destacam-se uma menor estabilidade dos
componentes da formulação, pois estes estão mais susceptíveis à hidrólise, influenciando
diretamente na estabilidade de prateleira, e adicionalmente é um meio propício para a
proliferação de micro-organismos.
Um exemplo pode ser dado através da suplementação líquida de vitamina B 12. Quando
administrada na forma líquida, ocorre uma maior degradação da vitamina e dentre os fatores
que favorecem essa degradação estão: tempo de armazenamento, exposição à luz, temperatura
e vitamina C.
SUSPENSÃO
Já a suspensão é uma forma farmacêutica que apresenta duas fases: uma líquida e uma sólida,
também chamada de dispersa ou descontínua. As partículas sólidas são insolúveis na fase
líquida, tendendo a sedimentar. Esse sedimento formado deve ser facilmente redisperso com
agitação vigorosa.
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apresentando seu maior benefício nesse cenário. Quando comparada às soluções, como o
princípio ativo não está dissolvido, este apresenta maior resistência à hidrólise. A maior
desvantagem dessa apresentação é o risco maior de erro no momento de administração.
XAROPE
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CAPÍTULO 3 - BIOSDISPONIBILIDADE
BIOSDISPONIBILIDADE NA NUTRIÇÃO
1984: “Proporção do nutriente nos alimentos que é absorvida e utilizada, por meio de processos
de transporte, assimilação e conversão para a forma biologicamente ativa”.
1997: “Fração de qualquer nutriente ingerido que tem o potencial para suprir demandas
fisiológicas em tecidos-alvo”.
Para melhor compreendermos, o ferro se faz um bom exemplo: ao observamos que a DRI para
o ferro é de 8mg para homens com mais de 18 anos; dentro dessas 8mg já está considerada a
sua biodisponibilidade, ou seja, dos 8mg, considera-se que o total absorvido seja de
aproximadamente 2mg. Dessa forma, quando respeitamos essas recomendações, podemos
assegurar que, pela alimentação, esse homem receberá o ferro suficiente para manutenção de
sua saúde.
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Estudos mostram que muitos nutrientes presentes em suplementos prontos nem sequer são
absorvidos, devido à sua forma química (normalmente na forma de um sal inorgânico que é a
forma mais barata e que ocupa menor volume). Além disso, as informações apresentadas no
rótulo atestam apenas a presença do nutriente, o que, de fato, não garante sua
biodisponibilidade.
Nesse cenário, alguns pontos podem ser mais bem explorados, como a interação que ocorre
entre os próprios nutrientes. Algumas interações, especificamente entre os micronutrientes são
bem discutidas, como por exemplo, a presença de cálcio é capaz de diminuir a biodisponibilidade
do ferro, cobre e zinco; e o magnésio diminui biodisponibilidade do ferro.
Além disso, a forma química como esses nutrientes são administrados, também é de extrema
importância; um bom exemplo é o zinco. O zinco quando administrado na forma óxido é menos
biodisponível quando comparado a forma de citrato de zinco, que apresenta maior
biodisponibilidade. Ocorre que, o zinco na forma óxido apresenta massa molar pequena, isto é,
sua massa corresponde a 81,38g/mol, quando comparada a massa do citrato (574,338g/mol).
Nesse cenário, ao utilizar o zinco na forma óxido, a indústria consegue otimizar sua presença
dentro do suplemento, garantindo assim, a presença de praticamente todos os micronutrientes
em apenas uma cápsula.
a. b.
O zinco possui diferente massa dependendo da forma química: a) zinco na forma citrato; b)
zinco na forma óxido de zinco. O zinco na forma óxido é mais barato e ocupa um menor
volume, entretanto possui biodisponibilidade menor quando comparado à forma citrato.
Por essa razão, se faz importante conhecer e aprender a manipular um suplemento da maneira
correta, levando em consideração a biodisponibilidade dos nutrientes e a forma química a ser
administrada, para garantir assim, o sucesso da suplementação conforme as necessidades e
particularidades do paciente.
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Esta é apenas uma amostra do manual,
que na versão completa tem 229 páginas
sobre micronutrientes, suas funções,
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