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Universidade Federal de Juiz de Fora


Departamento de Educação Física
Departamento de Nutrição

Nutrição Humana - ATO008

Recomendações Nutricionais, DRIs,


Biodisponibilidade e Nutrigenômica

Prof. Renato Moreira Nunes

Nutricionista
1996 UFV
Especialista em Farmacologia
1999 EFOA
Especialista em Psicologia
2011 UFJF
Mestre em Ciência da Nutrição
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Introdução
O ser vivo alimenta-se para satisfazer duas necessidades básicas:
Obter substâncias que lhe são essenciais
Obter energia para a manutenção dos processos vitais.

Carboidratos, lipídios e proteínas

Fornecer energia para o organismo.


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CONCEITOS
Alimentação e Nutrientes
 Macronutrientes
Carboidratos
Gorduras
Proteínas
São os principais componentes da dieta, são os responsáveis pelo
fornecimento de calorias e manutenção do estado de nutrição dos
indivíduos.
Para saúde:
– Manter o balanço energético e funções corporais vitais
– Relação com doenças crônicas
• Doença coronariana cardíaca
• Hiperinsulinemia
• Obesidade
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CONCEITOS
 Micronutrientes
Minerais
– Substâncias encontradas no corpo ou em alimentos em estado
iônico (cátions ou ânions) ou como componentes de compostos
orgânicos
– Papel regulador (atividade de enzimas, equilíbrio ácido-base,
pressão osmótica, entre outras)
– Alguns (Zn e Fe) envolvidos no processo de crescimento
– Representam 4 a 5% do peso corporal adulto
Eletrólitos (importantes na manutenção do equilíbrio hidro-
eletrolítico)
Sódio
Cloro
Potássio
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CONCEITOS

 Micronutrientes
Minerais

Macrominerais
(presentes em maiores concentrações no organismo).

Cálcio
Fósforo
Magnésio
Enxofre
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CONCEITOS
 Micronutrientes
Minerais
Microminerais - (Presentes em menores quantidades, mas com
funções específicas essenciais)
Ferro
Zinco
Cobre
Iodo
Cromo
Selênio
Manganês
Molibdênio
Níquel.
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CONCEITOS
 Micronutrientes
Minerais
Elementos Ultra Traços
(Presentes em diminutas quantidades e com funções metabólica
ainda não elucidadas)
Flúor, Cobalto, Silício, Vanádio, Estanho, Chumbo, Mercúrio, Boro,
Lítio, Estrôncio, Cádmio, Arsênio.
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CONCEITOS
 Micronutrientes - Vitaminas
– Composto orgânico
– Essencial em quantidades pequenas
– Suporte às funções fisiológicas (manutenção, crescimento,
desenvolvimento, reprodução)
– Ausência causa síndrome deficiência específica

Lipossolúveis
(Vitaminas insolúveis em água e solúveis em lipídios e solventes
orgânicos)

A (retinol)
D (calciferol)
E (tocoferol)
K (fitomenadiona, filoquinona, menadiona e menaquinona)
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CONCEITOS
 Micronutrientes
Vitaminas

Hidrossolúveis
(São as do complexo B e a C)
Tiamina (B1), Riboflavina (B2),
Niacina (B3), Ác. Pantotênico (B5),
Piridoxina (B6), Biotina (B7),
Ac. Fólico (B9), Cobalamina (B12),
Ac. Ascórbico (C).
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CONCEITOS

Desnutrição

Má Nutrição

Supernutrição
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DRIs – Ingestão Dietética de Referência


“Dietary Reference Intakes”

Conjunto de valores de referência para ingestão de


nutrientes a serem utilizados no PLANEJAMENTO
e na AVALIAÇÃO DE DIETAS de indivíduos e de
populações SAUDÁVEIS

(Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)


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1 - HISTÓRICO

 1941 Food and Nutrition Board EUA

RDAs (Recommended Dietary Allowance)

• OBJETIVO: “... Servir de meta para uma boa nutrição, e, como um


padrão de medida, por meio do qual se poderia medir o progresso até
o alcance da meta”
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Ainda hoje se considera que a principal importância dos padrões de


referência para a ingestão de nutrientes seja AVALIAR e
PLANEJAR dietas.

probabilidade da dieta
estar ou não adequada

utiliza o padrão de referência de ingestão de


nutrientes para traduzí-los em alimentos que
forneçam os nutrientes em quantidade
adequada

• Reavaliados periodicamente até 2010


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 1938 Recommeended Nutrient Intakes (RNIs)

Canadá

• Revalidados periodicamente até 2010

EUA + Canadá  DRIs


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2 – RECOMENDAÇÕES ATUAIS - DRIs


• Diferem das RDAs e RNIs anteriores:

- inclusão de valores de nutrientes visando à redução do risco de


doenças crônicas não-transmissíveis (dados de segurança e eficácia)

- estabelecimento de níveis superiores de ingestão de nutrientes


(dados de risco)

avaliação do risco: risco medido  meio sistemático de avaliação da


probabilidade de ocorrência de efeitos adversos à saúde em humanos pelo
excesso de exposição a um agente do meio ambiente (neste caso, um nutriente
ou componente do alimento)

- mais estudos  compostos bioativos (carotenóides, flavonóides, etc)


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• DRIs: 4 valores de referência de ingestão de nutrientes  MAIOR


abrangência que as RDAs

- planejamento de dietas

• DRIs - definição de rotulagem

- planejamento de programas de orientação nutricional

• DRI de cada nutriente  refere-se à ingestão deste por indivíduos


aparentemente saudáveis, ao longo do tempo
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considera:

 a informação disponível sobre o balanço do nutriente no organismo;

 o metabolismo nas diferentes faixas etárias;

 a redução de risco de doenças, levando-se em consideração variações


individuais nas necessidades de cada nutriente;

 a biodisponibilidade; e

 os erros associados aos métodos de avaliação do consumo dietético


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• Aplicabilidade para a população brasileira:

profissional avaliação crítica na interpretação dos


ou pesquisador dados

aspectos a serem considerados:

- a ingestão dietética com seu erro associado;


- as interações possíveis nas dietas considerando os hábitos alimentares
das diferentes regiões;
- o grau de morbidade da população;
- as diferenças étnicas; e
- os perfis antropométricos
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SEMPRE que possível

ASSOCIAÇÃO dos dados disponíveis de ingestão alimentar


+
perfil nutricional bioquímico e clínico do indivíduo

NÃO utilize simplesmente os valores de recomendação, mas


avalie se o valor apresentado pode ser aplicado para seu grupo de
interesse ou individualmente
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3 – DEFINIÇÕES DAS DRIs


3.1 – Necessidade média estimada
(Estimated Average Requeriment - EAR)
3.2 – Ingestão dietética recomendada
(Recommended Dietary Allowance -RDA)
3.3 – Ingestão adequada
(Adequate Intake - AI)
3.4 – Limite superior tolerável de ingestão
(Tolerable Upper Intake Level - UL)
3.5 - Necessidade Estimada de Energia
(Estimated Energy Requirement - EER
5.6 - Espectro aceitável da distribuição de macronutrientes
(Acceptable Macronutrient Distribution Ranges - AMDR)
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3.1 – Necessidade média estimada


(Estimated Average Requeriment - EAR)

É um valor de ingestão diária de um nutriente que se estima que


supra a necessidade de metade (50%) dos indivíduos saudáveis de
um determinado grupo de mesmo gênero e estágio de vida.
Conseqüentemente, metade da população teria, a esse nível, uma
ingestão abaixo de suas necessidades. A EAR é usada na
determinação da RDA e corresponde à mediana da distribuição de
necessidades de um dado nutriente para um dado grupo de mesmo
gênero e estágio de vida . Coincide com a média quando a
distribuição é simétrica.
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EAR – Necessidade Média Estimada

50% 50%

DP DP

Média

EAR
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3.2 –Ingestão dietética recomendada


(Recommended Dietary Allowance -RDA)

É o nível de ingestão dietética diária que é suficiente para atender


as necessidades de um nutriente de praticamente todos (97 a 98%)
os indivíduos saudáveis de um determinado grupo de mesmo
gênero e estágio de vida.

Observação:
• A RDA de um nutriente é um valor a ser usado como meta de
ingestão dietética para indivíduos saudáveis. Não deve ser utilizada
para avaliar as dietas de indivíduos ou grupos ou para planejar
dieta de grupos.
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RDA- Recommended dietary allowance

• Se o desvio padrão da EAR está disponível e os requerimentos para o


nutriente em questão apresentam distribuição normal, então:
RDA = EAR + 2 desvios-padrão
• A RDA para os nutrientes é um valor para ser usado como meta para
ingestão de indivíduos saudáveis.
• Não deve ser usada para: avaliar a dieta de indivíduos ou grupos ou
para o planejamento de dietas para grupos
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97,72% 2,28%

DP DP

Média

EAR RDA
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RDA – Ingestão Dietética Recomendada


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3.3– Ingestão adequada


(Adequate Intake - AI)

É utilizada quando não há dados suficientes para a determinação da


RDA. Pode-se dizer que é um valor prévio à RDA. Baseia-se em
níveis de ingestão ajustados experimentalmente ou em aproximações
da ingestão observada de nutrientes de um grupo de indivíduos
aparentemente saudável.
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3.4 – Limite superior tolerável de ingestão


(Tolerable Upper Intake Level – UL)

É o valor mais alto de ingestão diária continuada de um


nutriente que aparentemente não oferece nenhum efeito adverso
à saúde em quase todos os indivíduos de um estágio de vida ou
gênero. À medida que a ingestão aumenta para além do UL o
risco potencial de efeitos adversos também aumenta.
Não é um nível de ingestão recomendado
UL se aplica a uso diário crônico

Uso de suplementos e alimentos


fortificados

(Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)


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DRIs – Dietary Reference Intakes

Incluem 2 “novos” conceitos de referência:


 EER
 AMDR

(Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)


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3.5 - Necessidade Estimada de Energia


(Estimated Energy Requirement - EER

Média de ingestão energética dietética a qual mantém o

BALANÇO ENERGÉTICO em adultos saudáveis com idade,

sexo, peso, altura e nível de atividade física de acordo com um

bom estado de saúde

(Costa e Oliveira, 2008; Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)
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Necessidades de energia ou GET = Gasto Energético Basal +


Termogênese induzida pela dieta + Atividade Física
Gasto Energético Basal = GEB, Quantidade de
energia utilizada em 24h por pessoa em
repouso, ao acordar, 12h após última refeição AF
temperatura ambiente confortável. 30%

GEB
Gasto Energético Repouso = GER, pessoa em 60%
repouso 30 min 3 a 4 h após refeição.

Termogênese induzida pela dieta: gasto energia


TID
com digestão, absorção e metabolismo de nutrientes. 10%
Pico 1-4h após refeição. Menor CH (10%) e lipídeo
(5%), maior proteína (até 25%)

Atividade Física: Depende da duração e intensidade da atividade.


Em geral um indivíduo sedentário requer 30% a mais que o GEB para a atividade física
enquanto atletas requerem cerca de 100% ou mais.
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EER – Necessidade Estimada de Energia

Equações foram desenvolvidas para indivíduos de peso

normal (IMC de 18,5 a 25 kg/m2), de 0 a 100 anos de idade,

baseando-se em dados de gasto energético medidos pela técnica

da água duplamente marcada

(Costa e Oliveira, 2008; Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)
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EER – Necessidade Estimada de Energia

Para crianças e mulheres grávidas ou lactantes, o EER

inclui as necessidades de deposição de tecido ou de secreção de

leite a uma taxa consistente com um bom estado de saúde

Não há RDA e UL para as EERs

(Costa e Oliveira, 2008; Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)
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EER para lactentes e crianças de 0 a 2 anos de


idade
Não considera o sexo e a altura da criança, uma vez que esses
fatores interferem no peso e, dessa forma, somente o peso se
correlaciona diretamente com o gasto energético total

Atividade física também não foi considerada

Considera-se uma quota de deposição = fase de crescimento

(Costa e Oliveira, 2008)


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EER para adultos acima de 19 anos

Homens
EER = 662 – 9,53 x idade [anos] + atividade física x (15,91 x peso [kg] +
539,6 x altura [m])

Onde, a atividade física (AF) será:


AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,0 <1,4 (sedentário)
AF = 1,11 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,4 <1,6 (pouco ativo)
AF = 1,25 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,6 <1,9 (ativo)
AF = 1,48 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,9 <2,5 (muito ativo)
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EER para adultos acima de 19 anos

Mulheres
EER = 354 – 6,91 x idade [anos] + atividade física x (9,36 x peso [kg] +
726 x altura [m])
Onde, a atividade física (AF) será:
AF = 1,00 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,0 <1,4 (sedentário)
AF = 1,12 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,4 <1,6 (pouco ativo)
AF = 1,27 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,6 <1,9 (ativo)
AF = 1,45 se o FAF for estimado como sendo de ≥1,9 <2,5 (muito ativo)
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Atividade Física

Nível de Atividade Atividade Física


Física (NAF)
Sedentário (≥1,0 <1,4 ) Trabalhos domésticos de esforço leve a
moderado, atividades do cotidiano, sentado

Pouco ativo ( ≥1,4 <1,6 ) Caminhadas (6,4km/h) + mesmas atividade


do sedentário
Ativo(≥1,6 <1,9 ) Ginástica aeróbica, corrida, natação, tênis +
mesmas atividade do sedentário
Muito Ativo (≥1,9 <2,5 Ciclismo de intensidade moderada, corrida,
pular corda, tênis + mesmas atividade do
sedentário
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3.6 – Espectro aceitável da distribuição de macronutrientes


(Acceptable Macronutrient Distribution Ranges - AMDR)

– Conceito:
• Espectro percentual, em relação ao total energético da dieta, no
qual o consumo de carboidratos, gorduras e proteínas não está
associado a ocorrência de doenças crônicas.

– Representam:
• Ingestão associada a risco reduzido de doenças crônicas;
• Ingestão na qual os nutrientes essenciais presentes na dieta
podem ser consumidos em quantidade suficiente;
• Ingestão baseada na relação adequada entre energia e atividade
física para manter o balanço energético.
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AMDR – Carboidratos

A - Carboidrato Total

• AMDR = 45- 65% do VET - ingestão acentuada de carboidratos ou lipídios

aumenta o risco de doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes

• RDA- 130g/dia para adultos, baseado na quantidade MÍNIMA média de

glicose utilizada pelo cérebro

• Ingestões medianas são de 200- 330g/dia para homens e de 180- 230g/dia

para mulheres

(IOM, 2002)
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AMDR – Carboidratos

A - Açucares

• Não está definido a UL para açúcares totais ou de adição, mas é sugerido

um nível de ingestão máximo de 25% ou menos de energia proveniente de

açúcares de adição

• Ingestão média observada da população é de 15,7%

(IOM, 2002)
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Fibras

• Não está definido AMDR

• Não está definido UL

• AI para fibra total: 38g/dia homens e 25g/dia mulheres com idades de 19- 50

anos

• AIs são menores para indivíduos mais jovens e mais velhos

(IOM, 2002)
Fibras - AI 48/107

Estágio de Vida Total de Fibras (g/dia) Estágio de Vida Total de Fibras (g/dia)

Crianças Mulheres
0- 6 meses ND 9-13 anos 26
7- 12 meses ND 14-18 anos 26
1-3 anos 19 19-30 anos 25
4- 8 anos 25 31-50 anos 25
Homens 51-70 anos 21
9-13 anos 31 > 70anos 21
14-18 anos 38 Gestante
19-30 anos 38 14-18 anos 28
31-50 anos 38 19-30 anos 28
51-70 anos 30 31- 50 anos 28
>70anos 30 Lactação
14-18 anos 29
19-30 anos 29
31- 50 anos 29
(IOM, 2002)
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AMDR – Proteína

• AMDR proteína: 10-35% da ingestão energética de adultos, objetiva

complementar as AMDR de gordura e carboidratos;

• RDA para homens e mulheres acima de 18 anos de idade é de 0,8g/kg/dia

de proteína de boa qualidade.

(IOM, 2002)
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AMDR – Lipídios Totais

• AMDR- 20- 35% do VET;

• Baseado em evidencias de alta ou baixa ingestão de lipídios podem

acarretar doenças cardiovasculares;

• Não foram estabelecidas AI, RDA, ou UL.

(IOM, 2002)
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AMDR – Faixas de Recomendação

Macronutrientes Crianças Crianças Adultos


(1-3 anos) (%) (4 -8 anos) (%) (%)
Lipídios 30 - 40 25- 35 20 - 35
ω- 6 (α- linolênico) 5 - 10 5 - 10 5 - 10
ω- 3 (α- linolêico) 0,6 – 1,2 0,6 – 1,2 0,6 – 1,2
Carbodirato 45 - 65 45 - 65 45 – 65
Protéina 5- 20 10 - 30 10 - 35

(IOM, 2002)
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AMDR

Macronutriente Recomendação
Colesterol Dietético A menor quantidade possível em dieta nutricionalmente
adequada
Ácidos Graxos Trans A menor quantidade possível em dieta nutricionalmente
adequada

Ácidos Graxos Saturados A menor quantidade possível em dieta nutricionalmente


adequada

Açúcar de Adição Não ultrapassar 25% do valor energético total

(IOM, 2002)
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Necessidade e Recomendação
Necessidade Nutricional:
– “As necessidades nutricionais representam valores fisiológicos
individuais requeridos para satisfazer suas funções fisiológicas
normais e prevenir sintomas de deficiências. São expressas na
forma de médias para grupos semelhantes da população”.

Recomendação Nutricional:
– “As quantidades de energia e de nutrientes que devem conter os
alimentos consumidos para satisfazer as necessidades de quase
todos os indivíduos de uma população sadia. Assim, as
recomendações nutricionais baseiam-se nas necessidades de
97,5% da população”.
(Franceschini, Piori e Euclydes, 2005; Marchioni, Slater, Fisberg, 2004)
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RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS
Dieta equilibrada – Objetivo:
 satisfazer as necessidades nutricionais humanas

Crescimento Reparo tecidual

Manutenção Desgaste orgânico

“Níveis de ingestão de nutrientes essenciais, reconhecidos


com base nos conhecimentos científicos, adequados as
necessidades nutricionais de praticamente todas as pessoas
saudáveis de uma população”.
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EXEMPLO: FERRO
Indivíduo adulto:
Necessidade: 1,08mg / dia x Recomendação: 8mg / dia
Fatores considerados:

- perdas basais, peso.


- perdas basais, peso, perdas menstruais.
Biodisponibilidade do nutriente.
Facilitadores e redutores da absorção.
Estado nutricional de ferro.
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NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

Variam de acordo com:


 Idade
 Sexo
 Estatura
 Peso
 Estado fisiológico
 Atividade física
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Recomendações Nutricionais

Aplicação das Recomendações Nutricionais


Dificuldades:
 Nutrientes x Alimentos
 Variabilidade do conteúdo de nutrientes.
 Rotulagem e tabelas de composição de alimentos.
 Estimativa do consumo e planejamento alimentar.
 Tabus e fatores culturais.
 Fatores sócio-econômicos.
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Recomendações Nutricionais

Objetivos das Recomendações Nutricionais

 Promover adequado crescimento e desenvolvimento na


infância e adolescência.
 Garantir uma gestação e amamentação adequadas.
 Evitar ou reduzir a incidência de doenças associadas com
práticas inadequadas de alimentação e nutrição.
 Garantir o bom funcionamento dos tecidos e órgãos do
organismo para as atividades diárias.
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Limitações para a aplicação das DRIs em


nosso meio:

• Baseiam-se nas necessidades da população dos EUA e do Canadá.


• Não dispomos de dados atualizados de inquéritos dietéticos da nossa
população: não é possível conhecer a variabilidade intrapessoal na
ingestão dos vários nutrientes.

A avaliação da adequação nutricional deve levar sempre em


consideração outros parâmetros biológicos
Aplicações da DRIs
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Indivíduos População
A
EAR: utilizada para verificar a EAR: utilizada para estimar a
V probabilidade da ingestão estar prevalência de inadequação da
inadequada ingestão em uma população.
A
EER: utilizada para verificar a EER: utilizada para verificar a
probabilidade de a ingestão probabilidade de a ingestão energética
L energética estar inadequada. estar inadequada na população.

I RDA: a ingestão de nutrientes a este RDA: NÃO É UTILIZADA.


nível ou próximo do mesmo possui
A pouca probabilidade de estar
inadequada.
Ç AI: a ingestão de nutrientes a este AI: a ingestão de nutrientes a este
nível ou próximo do mesmo possui nível ou próximo do mesmo possui
à pouca probabilidade de estar pouca probabilidade de estar
inadequada. inadequada.
O
UL: a ingestão acima da UL aumenta UL: Utilizada para estimar o percentual
as chances de riscos adversos, da população em risco potencial de
devido a ingestão excessiva de efeitos adversos devido a ingestão
nutrientes. excessiva de nutrientes.
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Aplicações da DRIs

P Indivíduos População

L EAR: utilizada para planejar a


A RDA: META para a ingestão dieta com pequena probabilidade
da ingestão inadequada
N
EER: utilizada para planejar
E a ingestão com pequena EER: utilizada para planejar a
J probabilidade da ingestão ingestão com pequena
inadequada probabilidade da ingestão
A inadequada
M AI: META para a ingestão.
E Utilizada quando não possui AI: Utilizada para planejar a
RDA ingestão quando não possui RDA
N
UL: utilizada como um guia para UL: utilizada planejar a ingestão.
T limitar a ingestão. A ingestão Com pequena probabilidade de
O crônica acima da UL aumenta os efeitos adversos
riscos de efeitos adversos
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BIODISPONIBILIDADE:
CONCEITOS, DEFINIÇÕES E
APLICABILIDADE
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BIODISPONIBILIDADE

FDA termo proposto para a área de farmacologia

intuito de estabelecer a proporção em que determinada


substância ativa era absorvida na forma farmacêutica (no
caso, medicamento), alcançava a circulação e tornava-se
disponível no sítio de ação

esta razão dependeria do tamanho da partícula, da forma


química da substância e de sua absorção quando
introduzida por via oral
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Década de 80 termo começou a ser utilizado também na


área de nutrição

simples presença do nutriente no alimento ou dieta não


garantia sua utilização pelo organismo

• forma química do nutriente


• quantidade ingerida
• presença de ligantes e de outros nutrientes
• mecanismos homeostáticos que regulam a absorção
(micronutrientes)
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- Inicialmente, a biodisponibilidade  proporção do nutriente que é


digerido, absorvido e metabolizado pelo organismo, capaz de estar
disponível para uso ou armazenamento

- Entretanto, não deveriam ser incluídos na definição os termos


digestão e absorção, já que alguns nutrientes não necessitam ser
digeridos para serem absorvidos e outros, mesmo hidrolisados,
podem não ser absorvidos

- No que se refere ao termo metabolizados, algumas substâncias


podem ser absorvidas, mas não metabolizadas, sendo
subseqüentemente excretadas, o que sugere a inclusão, na definição,
dos termos absorvíveis e metabolizáveis, ou seja, a proporção do
nutriente que realmente é utilizada pelo organismo
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- 1984: O’ Dell (Universidade de Missouri – Columbia) propôs a


definição do termo biodisponibilidade como a proporção do
nutriente nos alimentos que é absorvida e utilizada nos
processos de transporte, assimilação e conversão à forma
biologicamente ativa

- O’ Dell também ressaltou a diferença entre os termos absorção


verdadeira (a proporção do nutriente nos alimentos que se move do
lúmen intestinal através da mucosa) e absorção aparente (a
diferença entre o conteúdo de nutriente dos alimentos ingeridos e das
fezes), que na ocasião era foco de constante confusão na literatura
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- A ideia da fração do nutriente absorvido para funções fisiológicas


ou de estoque se estendeu até 1997, quando, então na
Conferência Internacional de Biodisponibilidade (Holanda), foi
proposta uma redefinição para o termo biodisponibilidade:

“refere-se à fração de qualquer nutriente ingerido que tem o


potencial para suprir demandas fisiológicas em tecidos alvos”
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- Nesta mesma Conferência adotou-se ainda a utilização do termo

SLAMANGHI,

proposto em 1996 por West e de Pee, como um mnemônico (técnica


de memorização) para representar os potenciais fatores que
afetavam a biodisponibilidade de carotenóides, cujo significado
representa todos os aspectos que devem ser considerados nos
estudos de biodisponibilidade, e cada letra tem seu significado:
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S = Species (especificação do nutriente)

L = Linkage (ligação molecular)

A = Amount consumed in a meat (quantidade consumida na


refeição)
M = Matrix in wich the nutrient is incorporated (matriz onde o
nutriente é incorporado)
A = Attenuators of absorption and bioconversion (atenuantes
da absorção e bioconversão)
N = Nutrient status of the host (estado nutricional do
hospedeiro)
G = Genetic fators (fatores genéticos)

H = Host related factors (fatores relacionados ao hospedeiro)

I = Interaction (interações)
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- 2001: Congresso de Biodisponibilidade (Suiça)

estudos devem considerar três aspectos:

. Bioconversão,

. Bioeficácia,

. Bioeficiência
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 BIOCONVERSÃO:
definida como a proporção do nutriente ingerido que estará
disponível para a conversão em sua forma ativa (ex: quanto de pró-
vitamina A, carotenóides da dieta, estará disponível para ser
convertido em retinol)
 BIOEFICÁCIA:
definida como a eficiência com a qual os nutrientes ingeridos são
absorvidos e convertidos à forma ativa do nutriente ( ex.: quanto da
pró-vitamina A, carotenóides da dieta, será absorvida e convertida
à retinol)

 BIOEFICIÊNCIA:
definida como a proporção da forma ativa convertida do nutriente
absorvido que atingirá o tecido alvo (ex.: correlação inversa entre
o risco de o feto apresentar um defeito de tubo neural e o estado
nutricional em relação ao folato em eritrócitos maternos)
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- Ainda hoje, a definição precisa de biodisponibilidade de nutrientes


é complicada, em particular para os micronutrientes, dadas as
diferentes concentrações endógenas (extensivo às diferentes
condições metabólicas decorrentes de doenças), e pela
potencialidade dos numerosos metabólitos bioativos.

- Definir biodisponibilidade de micronutrientes, por ex., é


reconhecer todos os fatores que a influenciam, como também
precisar as taxas de utilização do nutriente absorvido, de suas trocas
e excreção, o que varia dramaticamente
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- Assim, a função primordial dos estudos de


biodisponibilidade é correlacionar a quantidade dos
nutrientes ou outras substâncias presentes na alimentação
com o estado de saúde do indivíduo, e muitos passos são
necessários para se obter respostas mais precisas sobre
cada nutriente em particular
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Uso do alimento na promoção da saúde


Perspectiva da Nutrigenômica
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BIOLOGIA MOLECULAR

O advento da Biologia Molecular acrescenta novas


abordagens ao diagnóstico e à compreensão da
patogênese das doenças
Genoma
23 pares de cromossomos,
22 autossômicos
1 sexual (XX ou XY)
3 bilhões de nucleotídeos
5% representam 30 mil genes
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BIOLOGIA MOLECULAR

O Projeto Genoma Humano foi fundamental para os


estudos da interação entre gene e meio ambiente, visto
que cada ser humano sendo único possui um fenótipo
diferente dos demais. Portanto, sua interação com o
meio em que vive, certamente, mostra-se distinta
também

Projeto Genoma

(Fujii, Medeiros et al., 2010)


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BIOLOGIA MOLECULAR

Genômica
Transcriptômica
Proteômica
Metabolômica

(Van Ommen, 2004)


(Guttmacher e Collins, 2002)
(Davis & Milner, 2004)
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Regulação Processo de Técnicas de Genômica


da Dieta expressão Gênica Funcional

Genômica (seqüenciamento e
DNA identificação de polimorfismo)
Transcrição,
processamento do RNA

RNA Transcriptômica
(microarrays)
Tradução,
Modificação de proteínas
Proteína Proteômica
(Gel 2d e MS/MS)
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Regulaçã Processo de Técnicas de Genômica


o expressão Gênica Funcional
da Dieta

Genômica (seqüenciamento e
DN identificação de polimorfismo)
A
Transcrição,
processamento do RNA

RN Transcriptômica
A (microarrays)

Tradução,
Modificação de proteínas

Proteín Proteômica
a (Gel 2d e MS/MS)

Célula Metabólitos Metaboloma

Fenótipo
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BIOLOGIA MOLECULAR

Nutrigenética

Influência da variabilidade genética na resposta à


dieta

(Jada, 2005)
(Furlan, Ferraz et al., 2007)
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BIOLOGIA MOLECULAR

Nutrigenômica

Refere-se às influências de fatores dietéticos sobre o


genoma humano. Assim, o foco principal é a investigação
de como os nutrientes modificam a expressão gênica nas
células e nos tecidos de interesse

(Schuch, Voigt et al., 2010)


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Nutrigenética
Gene Polimorfismo

Nutriente
Nutrigenômica
Expressão de Genes

Adaptado de: (Steemburgo, Azevedo et al., 2009)


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Em resumo, a nutrigenética aborda estudos das


diferenças entre indivíduos em relação à resposta a um
nutriente ou uma dieta em particular, enquanto a
nutrigenômica estuda as diferenças entre os nutrientes
com relação à expressão gênica.

(Schuch, Voigt et al., 2010)


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ENTENDENDO A NUTRIGENÔMICA

Sabemos que as diferenças na ação de uma mesma


vitamina, por exemplo, dependem da herança genética.
E que essa mesma herança pode influenciar o curso
de certas doenças.
Hoje não podemos mais prescindir desses
conhecimentos para o pleno exercício da medicina e,
particularmente, da nutrição e da produção de novos
alimentos
Tudo isso se relaciona com a expressão gênica
(Vannucchi, 2008)
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

Enzimas, peptídeos, receptores, neurotrofinas, canais


iônicos e moléculas de adesão, entre outros, são
regulados pela expressão gênica. Modificações no
padrão dessa expressão acarretam alterações de
respostas celulares a estímulos de neurotransmissores,
peptídeos e de outras moléculas sinalizadoras.

(Vannucchi, 2008)
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

Diversos são os fatores que alteram a expressão


gênica:
 Consumo de medicamentos;
 Exposição a poluentes;
 Práticas de exercício físico;
 Estresse
 Alimentação.
Considerando que os alimentos representam o fator
ambiental ao qual estamos constantemente expostos,
destaca-se que são hábitos alimentares os principais
responsáveis pelas alterações na expressão gênica.
(Ong e Moreno, 2009)
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

Nutrientes e compostos bioativos podem influenciar a


expressão genética de forma direta ou indireta.
Na forma direta: no interior do núcleo da célula. Se ligam
a fatores de transcrição e induzem ou inibem a transcrição
do gene.

Na forma indireta: sua ação ocorre a partir da interação


de nutrientes e compostos bioativos com receptores de
membrana ou quinases com a ativação e/ou inativação de
diferentes proteínas citoplasmáticas, que resultará na
ativação ou inativação de um fator de trasncrição.

(Ong e Moreno, 2009)


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ENTENDENDO A NUTRIGENÔMICA

1 - Nutrientes e compostos bioativos de alimentos podem atuar


no genoma, direta ou indiretamente, para alterar a expressão e
estrutura do gene;
2 - Em determinadas circunstâncias e em certos indivíduos, a
alimentação pode ser um importante fator de risco para certas
doenças;

3 - O grau com que a alimentação influencia o balanço entre


saúde e doença depende da estrutura genética do indivíduo;

(Ong e Moreno, 2009)


(Kaput e Rodriguez, 2004)
(Ridner, Gamberale et al., 2009)
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ENTENDENDO A NUTRIGENÔMICA

4 - Genes modulados pela alimentação parecem ter


papel importante na incidência, progressão e/ou
gravidade de doenças crônicas não-transmissíveis;

5 – Intervenções dietéticas baseadas na necessidade e


no estado nutricional, bem como no genótipo, podem ser
utilizadas para desenvolver uma nutrição personalizada
que otimize a saúde e previna ou atenue as DCNT.

(Ong e Moreno, 2009)


(Kaput e Rodriguez, 2004)
(Ridner, Gamberale et al., 2009)
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ENTENDENDO A NUTRIGENÔMICA

Estas interações entre o alimento e a expressão gênica é


diretamente influenciada por mecanismos que podem
mediar a regulação da expressão gênica:
1 – Ativação de fatores de transcrição atuando como
ligantes;
2 – Alteração das concentrações de substratos
intermediários das rotas metabólicas;
3 – Influência (positiva ou negativa) sobre as rotas de
sinalização

(Ridner, Gamberale et al., 2009)


(Kaput e Rodriguez, 2004)
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

Como ficam as recomendações nutricionais para a


população a partir de agora?

(Ong e Moreno, 2009)


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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

O estatus nutricional durante a fase de


desenvolvimento fetal pode alterar o estado epigenético
do genoma, afetando os níveis da expressão gênica
durante toda a vida pós-natal.

(Stover, 2004)
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

Ações diretas: ácidos graxos e vitaminas A e D

Ações indiretas: resveratrol (vinho tinto), catequinas


(chá verde), genisteína (soja), fitoalexina (proteína
enzimática (endoglicanase) da parede celular vegetal);
pisatina (ervilha)), o curcumin (açafrão da Índia), a
capsaicina (pimenta), partenolide + Vitamina D3
(Crisântemo), própolis, selênio e zinco, que são capazes
de inibir a ativação do fator nuclear de transcrição
kappa B (NFkB), associado à oncogênese.

(Ong e Moreno, 2009)


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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA


Mecanismos que controlam a expressão gênica, como é o caso
da metilação dos resíduos de citosina, podem ser influenciados
pela alimentação;
O estabelecimento dos padrões de metilação ocorre na fase
inicial do desenvolvimento e pode se propagar pela vida toda.
Um dos fatores que exerce grande influência no padrão de
metilação é a disponibilidade celular das vitaminas que
participam do metabolismo do carbono (B6, B12 e ácido fólico).

(Furlan, Ferraz et al., 2007)


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Histonas

Metilação
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DOENÇAS
Numa pesquisa comandada pelo
geneticista Michael Skinner, da
Universidade de Washington, ratos
foram expostos a um tipo de inseticida.
A substância causou a metilação de
dois genes relacionados à produção de
esperma e os animais passaram a
produzi-lo em menor quantidade.
A deficiência se perpetuou por quatro gerações. Mais
de 90% dos machos descendentes das cobaias
apresentavam os mesmos problemas, sem nunca terem
sido expostos ao inseticida.
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ALTERAÇÃO A EXPRESSÃO GÊNICA

A S-adenosilmetionina metaboliza nutrientes


provenientes da dieta, como a colina, metionina, ácido
fólico, vitamina B6 (piridoxina), B12 (cobalamina) e B2
(riboflavina) .
Portanto, a deficiência desses nutrientes leva à alterações
no metabolismo do carbono, prejudicando a metilação do
DNA e aumentando o risco de doenças crônicas, como o
câncer e doenças cardiovasculares.
No entanto a expressão dos gentes possui um padrão
individual (polimorfismo)
(Fujii, Medeiros et al., 2010)
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POLIMORFISMO

As diferenças no genoma são de aproximadamente 0,1%.


Isto se deve à presença de polimorfismos, que são
variações comuns de pelo menos 1% no DNA.
Menos do que 1% = mutações. O Polimorfismo pode
ocorrer por deleção ou por polimorfismo de nucleotídeo
único (SNP).
Pode ocorrer no promotor, no intron e no exon.
(Ong e Moreno, 2009)
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POLIMORFISMO
Doenças associadas a polimorfismos
são consideradas multifatoriais, pois são
causadas por um conjunto de fatores
ambientais e pelo somatório de vários
alelos de diferentes genes relacionados,
aumentando a suscetibilidade para a
patologia.

(Schuch, Voigt et al., 2010)

475AG LEU47PRO
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POLIMORFISMO

Importância prática de um SNP (“snips”) no contexto da


nutrigenética:
 Genes que respondem a alimentação e que se
encontrem cronicamente ativados nas doenças;
 Genes que codificam proteínas envolvidas no
metabolismo em pontos chaves;
 Conseqüência funcional importante;
 Alta prevalência na população de interesse;
 Presente em genes com biomarcadores associados.

(Schuch, Voigt et al., 2010)


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