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20/08/2021

RECOMENDAÇÕES
NUTRICIONAIS

PROFª TELMA TEIXEIRA PEREIRA

RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS

 Quantidades de energia e nutrientes que os


alimentos consumidos devem conter para
satisfazer as necessidades nutricionais de
quase todos os indivíduos de uma população
sadia."

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 As recomendações são utilizadas para se


estabelecer metas nutricionais para uma população,
dentro de um programa ou
planejamento, integrados a uma política
Nutricional, cujo o objetivo seria o de
controlar e prevenir deficiências ou
excessos de consumo de energia e
nutrientes que possam colocar em risco a
saúde da população.

HISTÓRICO

•A 1ª ação para estabelecer


recomendação dietética foi a
obrigatoriedade da inclusão do suco
de limão para prevenção do escorbuto,
na ração da marinha britânica em
1835, baseada em estudos de Lind de
1753.

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HISTÓRICO

• Durante o séc. XIX, recomendações


dietéticas eram feitas para fontes de
energia e proteínas baseadas em
observações de ingestão e não nas
necessidades do organismo. A
motivação para o estabelecimento
destas recomendações era a fome e a
desnutrição, resultante da economia
deste período histórico.

HISTÓRICO

• Após a I Guerra Mundial a Liga das Nações Unidas


promoveu encontros para debater as bases
fisiológicas da nutrição.

• 1º Comitê de Alimentação e Nutrição – 25


Cientistas Americanos  Examinaram informações
disponíveis sobre necessidades de nutrientes para
manter a nutrição da população.

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HISTÓRICO

• Em 1941, no auge da 2Q Guerra Mundial, o FNB


"Focd and Nutrition Board" do National Research
Council/National Academy of
Sciences (Conselho de pesquisa Nacional/
Academia Nacional de Ciências) publicou um
documento de seis páginas intitulado RDA -
Recommended Dietary Allowances (Quantidades
de nutrientes sugeridas na alimentação ou “
Quantidades recomendadas”).

HISTÓRICO
• Considerações realizadas no estabelecimento das
Recomendações:
 Perdas de nutrientes que podem ocorrer no cozimento e
armazenamento dos nutrientes
 Estabilidades dos nutrientes
 Capacidade de reserva do nutriente no organismo.
 Disponibilidade do nutriente na dieta norte-americana.
 Perigo de uma ingestão excessiva.
 Disponibilidade no estabelecimento de valores exatos.

(DUTRA_OLIVEIRA & MARCHINI, 2008)

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HISTÓRICO
• Revisões a cada 5 anos aproximadamente incorporam
os mais recentes achados das pesquisas.

• A primeira referência para ingestão de nutrientes do


Canadá deu - se . em 1938 - elaborada pela Canadian
Counci/ on Nutrition .

• 1942 - Canadá adotou a RDA (USA)de 1941, mas 1945


devido as diferenças nas interpretações, foram
elaboradas as RNIs, sendo que a última revisão
ocorreu em 1990.

HISTÓRICO

• BRASIL – 1990  SBAN : Realizou


adaptações das recomendações
americanas para a população
brasileira.

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HISTÓRICO

» 1993 - FNB - Revisão das recomendações


Nutricionais.
A partir do Simpósio - desenvolveu- se as bases para o
desenvolvimento das recomendações de nutrientes, Ingestão
Dietética de Referência (Dietary Reference Intakes DRIs).

• As novas recomendações - DRIs (Dietary Reference Intakes): foram


estabelecidas pelos USA e Canadá é destinadas à população destes
países. Se buscou uma harmonização de seus conceitos.

DIFERENÇAS CONCEITUAIS DAS DRIS

• 1- No estabelecimento das DRIs foram


incluídos valores para redução do risco
de doenças crônicas não transmissíveis.
Diferindo das recomendações anteriores
que foram elaboradas visando apenas a
ausência de sintomas de deficiência.

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DIFERENÇAS CONCEITUAIS DAS DRIS


• 2- Foram estabelecidos limites superiores de ingestão
de nutrientes, quando se dispunha de dados de riscos
de efeitos de efeitos adversos à saúde.

• 3- Se propôs a dar continuidade aos trabalhos no


sentido de revisar componentes de alimentos que
podem não atender o conceito tradicional de nutriente,
mas podem causar benefícios à saúde, visando o
estabelecimento de
recomendações de ingestão.

UTILIZAÇÃO DAS DRIS

• São usadas para:

• Planejar Dietas
• Definir Rotulagem
• Planejar programas de orientação
nutricional

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DIETARY REFERENCE INTAKES - DRIS

A Ingestões Dietéticas de Referência – IDRs incluem quatro


parâmetros, com definições e aplicações diferenciadas :

Estimated Average Requirement – EAR (Necessidade Média Estimada)

Recommended Dietary Allowance – RDA (Ingestão Dietética


Recomendada)

Adequate Intakes – AI (Ingestão Adequada)

Tolerable Upper Intake Levels – UL (Nível de Ingestão Máximo


Tolerável)

EAR NECESSIDADE MÉDIA ESTIMADA

• Quantidade de ingestão de nutriente pela qual


cerca de metade dos indivíduos de uma população
podem ter suas necessidades atendidas e outra
metade não.

• Representa o valor mediano de ingestão de um nutriente


estimado para cobrir a necessidade de 50% dos
indivíduos saudáveis de uma população.

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50% 50%

- 3 DP - 2 DP - 1 DP Média + 1 DP + 2 DP + 3 DP

EAR

50% 50%

- 3 DP - 2 DP - 1 DP Média + 1 DP + 2 DP + 3 DP

Ferro (homens de 19 a 30 anos): EAR=6mg

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• As EARs serviram como base para o estabelecimento


das RDAs.

• Se o desvio padrão(SD) de uma EAR era disponível e


a recomendação para um nutriente tinha uma
distribuição normal a RDA foi estabelecida em dois
desvios padrões acima da EAR:
RDA= EAR + 2SDEAR

• Se os dados sobre a variabilidade das recomendações


não foram suficientes para se calcular o desvio
padrão, o coeficiente de variação (CV EAR) é
assumido como 10% e a equação resultante foi:
RDA= EAR + 2(EAR x 0,1)

RDA- COTA DIETÉTICA RECOMENDADA

• Quantidade de nutriente necessária para atender às necessidades


de quase toda (97 a 98%) da população sadia para a qual foi
desenvolvida.

• Uma RDA para um nutriente deve servir como meta para ingestão
individual.

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97,72% 2,28%

- 3 DP - 2 DP - 1 DP Média + 1 DP + 2 DP + 3 DP

EAR RDA

97,72% 2,28%

- 3 DP - 2 DP - 1 DP Média + 1 DP + 2 DP + 3 DP

Ferro (homens de 19 a 30 anos): RDA=8mg

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• Se os dados existentes sobre um nutriente foram


insuficientes para um estabelecimento da EAR a
RDA não pode ser estabelecida, então uma AI foi
desenvolvida.

AI -INGESTÃO ADEQUADA
• É a recomendação de nutrientes baseado em estimativas de ingestão de
nutrientes por um grupo(s) de pessoas saudáveis (detectado através de
observação ou experimentalmente) quando não se teve evidência científica
para calcular uma RDA ou EAR.

• O principal uso da AI é servir como meta para


ingestão de nutrientes de indivíduos.

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UL - NÍVEIS SUPERIORES DE
INGESTÕES TOLERÁVEIS

• São os níveis máximos de ingestão diária do nutriente que é pouco


provável de causar riscos de efeitos adversos ou tóxicos à saúde de
quase todos os indivíduos de uma população em geral.

• Para determinar o UL utilizou-se a


NOAEL (No Observed Adverse Effect LeveI)
ou a LOAEL (Low Observed Adverse Effect
LeveI).

• LOAEL (Lowest observed adverse effect level) – Menor dose oral


experimental da ingestão de um nutriente na qual o efeito adverso não
tenha sido identificado.
• NOAEL (No observed adverse effect level) – Maior nível de ingestão de
um nutriente que não resultou em nenhum efeito adverso observado
nos indivíduos estudados (+ seguro do que LOAEL).

• ULs são úteis pelo aumento no interesse


em alimentos fortificados e aumento no
uso de suplementos alimentares.

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- 3 DP - 2 DP - 1 DP Média + 1 DP + 2 DP + 3 DP

Ferro (homens de 19 a 30 anos): UL=45mg


No caso do ferro: 11,25 DP (5,6 vezes a
RDA e 7,5 vezes a EAR)

UTILIZAÇÃO DA UL

Para averiguar a suspeita de ingestão excessiva de um nutriente, deve –


se considerar alguns parâmetros:
• Fonte do nutriente
• Estado fisiológico do indivíduo
• Período de tempo da ingestão elevada

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RISCO DE INADEQUAÇÃO E DE
EFEITOS ADVERSOS PARA DRIs

ESTIMATED ENERGY REQUIREMENT-EER

Necessidade Energética Estimada

Consumo de energia calculado para manter o balanço energético


de um adulto saudável de uma determinada idade, sexo, peso,
altura e nível de atividade física, compatível com um bom estado
de saúde

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Foram desenvolvidas equações para indivíduos de peso


normal (IMC entre 18,5 a 25 kg/m2), de 0 a 100
anos de idade, baseando-se em dados de gasto
energético medidos pela técnica de água duplamente
marcada.

Crianças e gestantes: inclui as necessidades para


deposição de tecido.

Lactantes: necessidades para produção de leite.

Importante: a EER deve ser calculada


individualmente, para prescrição dietética, e os
conceitos de RDA (margem de segurança) bem
como de UL não se aplicam a energia, uma vez
que o consumo acima da EER levaria os indivíduos
a obesidade.

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Acceptable Macronutrient Distribution Range –


AMDR
Faixa de Distribuição Aceitável de Macronutrientes
A AMDR poderia ser definida como os limites de
ingestão de uma fonte energética em particular que
está associada com risco reduzido de doenças
crônicas ao mesmo tempo que garante o consumo
adequado de nutrientes essenciais.

A AMDR é expressa em porcentagem da ingestão


energética total.

DISTRIBUIÇÃO % DE
MACRONUTRIENTES SEGUNDO O VCT
DO DIA

Recomendação CHO % PROT % LIP %


SBAN 60 – 70 10 - 12 20 - 25

RDA 89 50 - 60 10 - 15 20-30
mono 10
Poli 10
Sat 10
DRI 2002 45 - 65 10 - 35 20 - 35

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DRIS - DIETARY REFERENCE INTAKES


INGESTÕES DIETÉTICAS DE
REFERÊNCIA

• Conjunto de valores de referência correspondentes às


estimativas quantitativas da ingestão de nutrientes,
estabelecidos para serem utilizadas no planejamento e
avaliaçãoEAR
das dietas deRDA
indivíduos saudáveis
AI em umULgrupo,
segundo seu estágio de vida e gênero.

USO EM POPULAÇÕES
• EAR, AI, UL.
• Para estimar a prevalência de inadequação para ingestão
de determinado nutriente, é necessário:

Estimar o consumo do grupo de interesse


e
Comparar o consumo estimado com padrões de referência.

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APLICAÇÃO DAS DRIS PARA INDIVÍDUOS

• EAR  Examina a possibilidade de indadequação.


• RDA  Ingestão habitual acima deste nível tem
baixa probabilidade de inadequação.
• AI  Ingestão habitual igual ou acima deste valor
tem baixa probabilidade de inadequação.
• UL  Ingestão habitual acima deste nível coloca o
indivíduo em risco de efeito adverso à saúde.

• EAR? RDA? AI? UL?


USO EM INDIVÍDUOS
• Os valores da RDA/RDI’s ou de AI (Adequate
Intake), devem ser usados como meta a ser
alcançada na elaboração de planos alimentares
para indivíduos.
• Na avaliação da adequação da ingestão de
nutrientes, os valores de EAR (Estimated Average
Requirement) e de UL (Upper Limit) devem ser
empregados.

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EAR
• Para se ter uma idéia da adequação da ingestão em
relação às necessidades deve-se observar a diferença
entre a ingestão e a mediana da necessidade (EAR).
Considerando-se D como a diferença, Mi como a
média da ingestão observada e EAR como a mediana
da necessidade do estágio de vida e do gênero que o
indivíduo pertence, então:

D = Mi – EAR

• Se a diferença D é grande e positiva, ou seja, a


ingestão observada é muito maior que a mediana da
necessidade, é bem provável que a ingestão do
indivíduo esteja adequada.

• Por outro lado, se a diferença é grande e negativa, é


provável que a ingestão esteja inadequada.

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Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Rev Nutr, 17(2):207-216, 2004

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Marchiini DML; Slater B; Fisberg RM. Rev Nutr, 17(2):207-216, 2004

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Referência Bibliográfica

CUPARI, L. Guia de nutrição: nutrição clínica no adulto. 2. ed. São


Paulo: Manole, 2005. 474p.

MAHAN, L.K.; ESCOTT-STUMP, S. Krause: alimentos, nutrição e


dietoterapia. 12. ed. São Paulo: Roca, 2010

SHILS, M. E. et al. Tratado de nutrição moderna na saúde e na doença.


10. ed. São Paulo: Manole, 2009.

DUTRA-DE-OLIVEIRA, J,E.; MARCHINI, J. S.; Ciências Nutricionais


aprendendo aprender. 2ªed., São Paulo: SAVIER, 2008.

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