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Composição dos Alimentos

Aula 07 – Ingestão Dietética de Referência e Vitaminas


Prof. Luís Fernando Costa Jorge
luis.jorge@estacio.br
Instagram: @nandocostaj
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
Recomendações nutricionais para indivíduos saudáveis
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
• Conjunto de recomendações elaborado pelo comitê do Foods and
Nutrition Board / Institute of Medicine dos EUA, com colaboração de
cientistas do Canadá, considerando a realidade destes países
• Iniciou-se m 1941 e objetivo era definir metas para uma boa nutrição,
utilizando estas informações como padrão medida para se avaliar o
progresso deste trabalho
• Ainda hoje a principal finalidade destes padrões de referência para
ingestão de nutrientes são planejar e avaliar dietas
• Essas recomendações são constantemente reavaliadas
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
• As DRIs consideram quatro valores de referência de ingestão de
nutrientes
• Podem servir de parâmetro para o planejamento de dietas e
programas de orientação nutricional, individual ou coletivo
• Estes parâmetros foram definidos considerando fatores de redução
de risco para DCNT, e ainda estabelece limites máximos de ingestão
para prevenção de efeitos adversos
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
A DRI de cada nutriente se refere à ingestão do mesmo por indivíduos
aparentemente saudáveis ao longo do tempo. Para sua determinação foram
consideradas:
• As informações disponíveis sobre o balanço de determinado nutriente no
organismo
• O metabolismo nas diferentes faixas etárias
• A diminuição de risco de doenças, levando-se em consideração variações
individuais nas necessidades de cada nutriente
• A biodisponibilidade de determinado nutriente
• Os erros associados aos métodos de avaliação do consumo dietético
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
As DRIs compreendem quatro referências de ingestão:

EAR = Estimated Average Requirement


Recomendação Média Estimada

RDA = Recomended Dietary Allowance


Ingestão Dietética Recomendada

AI = Adequate Intake
Ingestão Adequada

UL = Tolerable Upper Intake Level


Limite Máximo Tolerável de Ingestão
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
• As DRIs não servem para definir requisitos nutricionais mínimos ou máximos,
servem como padrões de referência
• As DRIs não são adequadas para pessoas que estão doentes ou desnutridas,
mesmo se anteriormente, elas eram saudáveis
• Cada referência da DRI é derivada de uma abordagem diferente, como veremos a
seguir
1. EAR – Recomendação Média Estimada
• É determinada por uma comissão de especialistas em nutrição que, através de uma
revisão de literatura científica, determinam um valor que atenda aos requisitos de 50%
das pessoas no seu grupo-alvo dentro de um determinado estágio de vida e para um
determinado sexo.
• Os requisitos da metade do grupo serão abaixo da EAR e a outra metade será acima dela
• Para cada nutriente, uma função orgânica específica é escolhida como critério sobre a
qual a EAR irá se basear
Exemplo:
• EAR do Cálcio: é definida utilizando um critério de maximização da saúde dos ossos
• A EAR é fixada em um ponto que irá satisfazer as necessidades, no que diz respeito à
saúde óssea, de metade da população

Os valores EAR se tornam a base sobre a


qual valores de RDA serão definidos
2. RDA – Ingestão Dietética Recomendada
• Uma vez que a EAR de um nutriente tenha sido estabelecida, a RDA pode ser
matematicamente determinada
• Se não for possível estabelecer a EAR de algum nutriente, o valor de RDA não
poderá ser definido
• Os valores de RDA são ajustados para satisfazer as necessidades da maioria da
população saudável (97 a 98%)
• É importante lembrar que a RDA se entende como uma recomendação
• Atender a RDA significa que é muito provável que estejamos atendendo a real
necessidade de determinado nutriente
2. RDA – Ingestão Dietética Recomendada
• Considerando os valores estabelecidos de distribuição das necessidades nutricionais, a
RDA é calculada a dois desvios-padrão positivos da EAR
RDA = EAR + 2DP
• Se os dados sobre a variabilidade das necessidades de um determinado nutriente forem
insuficientes para se calcular o desvio-padrão, assume-se um coeficiente de variação (CV)
de 10%. Assim o RDA = 1,2 EAR (80 a 120% do valor EAR)
• No caso da Niacina, o coeficiente de variação (CV) é de 15% (70 a 130% da EAR)
• Por definição a RDA excede a recomendação de quase todos os indivíduos, com exceção
de 2 a 3%
• Indivíduos com ingestão com ingestão abaixo da RDA ainda podem suprir suas
necessidades individuais
• Assim, a simples comparação da média de ingestão individual observada com o valor
RDA não é apropriada para avaliar a verdadeira adequação do nutriente
2. RDA – Ingestão Dietética Recomendada
As RDAs são aplicáveis a indivíduos saudáveis!

• No documento das DRIS consta que:


“A necessidade individual do nutriente nunca é conhecida com certeza!”

• Temos que compreender a diferença entre requisito e recomendação:


• Por exemplo, a recomendação da DRI para a vitamina D é de 600UI.
• No entanto, a fim de encontrar os verdadeiros requisitos individuais para a vitamina D, uma
avaliação química e bioquímica será necessária
• O exame de sangue irá fornecer valores mais precisos para o profissional avaliar o estado
nutricional referente a esse nutriente e determinar as quantidades de vitamina D para o indivíduo
3. AI – Ingestão Adequada
• É estabelecida quando não existe uma evidência científica consistente para definir uma EAR para toda a
população
• As AIs podem ser usadas como parâmetros de admissão para um determinado nutriente
• Por exemplo, não houve dados científicos suficientes para as necessidades nutricionais especiais para
crianças
• Todos os valores das DRIs para lactentes são AIs baseadas nos valores de nutrientes presentes no leite
materno humano
• Para bebês e crianças mais velhas, os valores de AI são baseados a partir do leite humano, juntamente com
os dados sobre adultos
• A AI é destinada a um grupo-alvo saudável e não se destina a ser suficiente para certos grupos de risco,
como crianças prematuras

AI é baseada na observação ou estimativa experimental da média de ingestão do


nutriente por um grupo de indivíduos saudáveis, que parece sustentar um estado
nutricional, definido como valores circulantes normais do nutriente, crescimento
adequado e outros indicadores funcionais de saúde
4. UL – Limite Superior Tolerável de Ingestão

• A UL foi criada para ajudar a distinguir os níveis de consumo saudáveis e prejudiciais de


nutrientes
• Desenvolvida em parte como resposta ao crescente uso de alimentos fortificados e
suplementos dietéticos
• A UL indica o maior nível de ingestão contínua de um determinado nutriente que pode
ser feito sem causar risco de efeito adverso à saúde em um determinado estágio de vida
ou sexo
• Quando não se conseguiu estabelecer nenhum risco para um nutriente quando ingerido
em doses excessivas, não é atribuído o UL
• No entanto, mesmo quando um nutriente não tenha quantidades máximas sugeridas
pelo UL não significa ser necessariamente seguro o consumo em grandes quantidades
4. UL – Limite Superior Tolerável de Ingestão

• Quando possível, a determinação do UL é baseada no NOAEL (no observed adverse


effect level), que é o maior nível de ingestão de um nutriente que não resultou em efeito
adverso observado nos indivíduos estudados
• É verificado para uma circunstância específica na identificação de dano e na avaliação da
dose-resposta
• Se não há dados adequados demonstrando o NOAEL, então o LOAEL (lowest observed
adverse effect level) pode ser utilizado
• O valor do LOAEL é determinado pela ingestão mais baixa na qual um efeito adverso
tenha sido identificado
• A UL se aplica a uso diário crônico
Ingestão dietética de referência (Dietary
Reference Intakes) – DRIs
Intestino:
Principal local absortivo (250m2)
Duodeno:
Cloreto, Ca, Mg, Fe, Zn, Cu, Mn
Monossacarídeos (frutose, glicose
e galactose)
Lípídios (AGCC, AGCL)
Vit. B1, B2, B6, Folato e C
Jejuno: Vit. Lipossolúveis
Dissacarídeos
Vit. B1, B2, B6 e Folato
Proteínas e
Aminoácidos
Íleo:
Colesterol
Sais Biliares
Vitamina B12
Vitaminas Lipossolúveis
Vitaminas Lipossolúveis
• Grupos de substâncias constituídas de carbono, oxigênio e nitrogênio,
com diferentes estruturas;
• Solúveis em solventes orgânicos;
• Não tem valor energético;
• Não são sintetizadas pelo organismo;
• Necessárias em quantidades mínimas.

Os alimentos são suas principais fontes!


Vitaminas Hidrossolúveis
Vitaminas Hidrossolúveis
• Compostos orgânicos presentes nos alimentos,
solúveis em água, fotossensíveis e termolábeis;
• São essenciais para reações metabólicas específicas e
para o crescimento normal do organismo;
• Atuam como coenzimas ou como grupo prostético de
enzimas em reações químicas vitais;
• De modo geral, não são armazenadas em quantidades
significativas no organismo → necessidade de
suprimento diário.
Vitaminas Hidrossolúveis

• Menor risco de toxicidade em relação às lipossolúveis;


• Não são fontes de calorias, assim não contribuem
para o aumento de peso;
• Complexo B (7 vitaminas), Vitamina C e Vitamina H;
• Alimentação ainda é a melhor fonte de obtenção
dessas vitaminas.
Nomenclatura
Obrigado!

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