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Histórico
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Histórico
• RDAs:
– Objetivo: disponibilizar padrões que servissem de
meta para uma boa nutrição
– Surgiram no auge da 2ª Guerra Mundial.
– Preocupações com a prevenção das carências
nutricionais.
– Foram influenciadas:
• pelo reconhecimento clínico de doenças advindas
da má nutrição
• civis que estavam vivendo em condições
restritivas, mas cuja boa saúde era essencial no
reforço de guerra.
Histórico
• RDA
– 10ª edição: 1989
– Inicialmente: delineadas para o planejamento de
dietas para a prevenção de doenças por deficiências
de nutrientes em grupos populacionais
– Posteriormente: rotulagem de alimentos,
planejamento de guias alimentares para pessoas
saudáveis, avaliação da ingestão dietética em
inquéritos nutricionais.
– avaliação da quantidade média consumida pela
população estudada acrescentando-se 2 desvios
padrão (2DP), a fim de garantir que sejam satisfeitas
as necessidades da maior parte da população (98%).
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Histórico
Histórico
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DRI x RDA
• Mudança de faixa etária para estágio de vida.
– Primeira infância: nascimento até 12 meses, divididos
em dois intervalos de 6 meses.
– Infância: 1 a 3 anos
– Pré-escolar: 4 a 8 anos
– Puberdade/Adolescência: 9 a 13 e 14 a 18 anos
– Adulto jovem e Meia idade: 19 a 30 e 31 a 51 anos
– Adultos e idosos: 51 a 70 anos e > 70 anos.
– Gestação e lactação
Conceito
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Micronutrientes
4 conceitos:
• Estimated Average Requirement (EAR)
• Recommended Dietary Allowances (RDA)
• Adequate Intake (AI)
• Tolerable Upper Intake Level (UL)
Nível de
Necessidade ingestão do
média nutriente
estimada estimado para
atender 50%
(EAR) dos indivíduos
no grupo
EAR
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Recommended Dietary Allowance
Nível de
Ingestão ingestão do
dietética nutriente
recomendada estimado para
atender 98%
(RDA) dos indivíduos
no grupo
2 DP
Adequate Intake
Quantidade do
Ingestão nutriente
adequada ingerida por
grupos
(AI) saudáveis na
impossibilidade
de estimar
RDAs
EAR RDA
2 DP AI
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Tolerable Upper Intake Level
EAR RDA
2 DP AI UL
Micronutrientes
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Micronutrientes
• Informações necessárias:
– Estimativa da ingestão
– Variabilidade da ingestão do nutriente
– Estimativa da necessidade (EAR)
– Variabilidade da necessidade (CV) do nutriente
Micronutrientes
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Micronutrientes
Micronutrientes
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Micronutrientes
Avaliação
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Quando o nutriente apresenta EAR
y EAR
z
Vnec (V int/ n)
• Onde:
– z = escore-Z
– y = média de ingestão de n dias do nutriente pelo indivíduo
– Vnec = variância da necessidade
– Vint = variância intrapessoal
– n = número de dias em que o indivíduo teve sua ingestão avaliada
– Lembrando que: variância = quadrado dos DP correspondentes
Passo a passo
• Exemplo:
– Mulher de 20 anos
– Ingestão média diária de riboflavina (registro
alimentar de 3 dias) = 1,2 mg
– EAR de riboflavina = 0,9 mg/dia
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Passo a passo
Substituindo na fórmula:
1,2 0,9
z 0,838
0,0081 (0,36 / 3)
Passo a passo
Curva Z
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Passo a passo
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Quando somente a AI está disponível
y AI
z
(dp int/ n )
•Onde:
– z = escore-Z
– y = média de ingestão de n dias do nutriente pelo indivíduo
– AI = valor de referência estabelecido na impossibilidade de
estabelecer a EAR pelo indivíduo
– dpint = desvio-padrão intrapessoal, obtido em estudos
populacionais
– n = número de dias em que o indivíduo teve sua ingestão
avaliada
PERMITE CONCLUIR APENAS SE A INGESTÃO EXCEDE OU
NÃO A AI
Passo a passo
• Exemplo:
– Mulher de 40 anos
– Ingestão média diária de potássio (registro alimentar
de 3 dias) = 5000 mg
– AI de potássio = 4700 mg/dia
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Passo a passo
AI = 4700 mg
(Potássio)
Passo a passo
Substituindo na fórmula:
5000 4700
z 0,609
(851 / 3)
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AI – interpretação qualitativa
Usando o UL
y UL
z
(dp int/ n )
• Essa abordagem deve ser usada somente quando a ingestão observada é
elevada.
• Onde:
– z = escore-Z
– y= média de ingestão de n dias do nutriente pelo indivíduo
– UL = valor de referência estabelecido como limite superior de ingestão do
nutriente que não causa efeitos adversos
– dpint = desvio-padrão intrapessoal, obtido em estudos populacionais
– n = número de dias em que o indivíduo teve sua ingestão avaliada
PERMITE AVALIAR A PROBABILIDADE DA INGESTÃO ESTAR ACIMA DO
UL, TENDO PORTANTO ALTO RISCO DE EFEITOS ADVERSOS À SAÚDE
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Passo a passo
• Exemplo:
– Mulher de 56 anos
– Ingestão média diária de zinco (registro alimentar de
3 dias) = 37mg
– UL de zinco = 40mg/d
Passo a passo
Substituindo na fórmula:
37 40
z 1,039
(5 / 3)
Procurar na tabela de valores de Z
– -1,039 P=0,1469 (indica a probabilidade de
aproximadamente 15%)
– Conclusão: ingestão habitual excede o UL, com 15%
de confiabilidade
OU
– Ingestão habitual é segura, com 85% de
confiabilidade
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UL – interpretação qualitativa
< UL A ingestão é
provavelmente segura
Limitações
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Exemplo
• Objetivo:
– conhecer a proporção de indivíduos que apresenta
ingestão acima ou abaixo de um determinado critério
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Micronutrientes: avaliação em grupos
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Micronutrientes: avaliação em grupos
Atendidas as premissas, pode-se utilizar a fórmula:
Passo a passo
• Exemplo:
– Grupo de 79 adolescentes do sexo feminino
– Ingestão média diária de fósforo (3 R24h) = 801,9 mg
– DP = 274,4 mg
– EAR = 1055 mg/dia
z (1055 801,9) 0,92
274,4
z = 0,92 P = 0,8159
Conclusão: A prevalência de inadequação de ingestão de fósforo
é de 82%
(82% de inadequação = consumo < EAR; 18% de adequação =
consumo > EAR)
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Interpretação qualitativa da ingestão
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Avaliação da ingestão em grupos
Table 1 – Estimated Average Requirement (EAR) or Adequate Intake (AI),
mean, standard deviation (SD), and prevalence of students with inadequate
intake in comparison to Estimated Average Requirements (EARs), from food
sources alone, based on data from 119 female students. Adjusted values
Nutrient EAR/ AI Mean (SD) Inadequate intake
(%)
Vitamin C (mg) 60 103.46 (50.20) 19.33
Thiamin (Vit. B1) (mg) 0.9 1.55 (0.57) 12.53
Riboflavin (Vit. B2) (mg) 0.9 1.49 (0.37) 5.39
Niacin (mg) 11 16.54 (4.12) 8.96
Vitamin B6 (mg) 1.1 1.37 (0.42) 25.72
Vitamin B12 (g) 2 3.02 (1.24) 20.60
Folate (g) 320 154.41 (49.03) 99.00
Morimoto et al, 2006
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Micronutrientes: planejamento
Planejamento:
Há considerações especiais?
Não Sim
(ex. fumante - Vitamina C)
Planejar para outros nutrientes
alcançar RDA ou AI
Permanecer abaixo
do UL Planejar ingestões
baseadas em
considerações
especiais
Planejamento
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Planejamento
UL = 3000 mcg
(Vit. A)
Energia
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Gasto Total de Energia (TEE)
Energia
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Energia
• Atividade física
• É necessário uma avaliação precisa para não
subestimar ou superestimar a necessidade de energia
(EER)
Energia
Atividade física
• Sedentário: atividades típicas do dia a dia.
• Pouco ativo: atividades cotidianas + de 30 a 60
minutos de uma atividade moderada diariamente.
• Ativo: atividades cotidianas + pelo menos 60 minutos
de uma atividade moderada diariamente.
• Muito ativo: atividades cotidianas + no mínimo 60
minutos diários de uma atividade moderada + 60
minutos de uma atividade vigorosa OU 120 minutos de
uma atividade moderada diariamente.
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Energia
Energia
Sexo feminino
EER= 135,3 – 30,8 x Idade + NAF x [10,0 x Peso + 934 x Altura] + 20*
Desvio padrão = 68 kcal
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Energia
Sexo feminino
EER= 135,3 – 30,8 x Idade + NAF x [10,0 x Peso + 934 x Altura] + 25*
Desvio padrão = 68 kcal
Energia
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Energia
Sexo masculino
EER = 662 - 9,53 x Idade + NAF x (15,91 x Peso + 539,6 x Altura)
Desvio Padrão = 199 kcal
Sexo feminino
EER = 354 - 6,91 x Idade + NAF x (9,36 x Peso + 726 x Altura)
Desvio Padrão = 162 kcal
Energia
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Energia
19 a 50 anos
1o trimestre: EER adulto + 0
2o trimestre: EER adulto + 160 kcal + 180 kcal
3o trimestre: EER adulto + 272 kcal + 180 kcal
Energia
14 a 18 anos
Primeiros 6 meses: EER adolescente + 500 - 170
Após 6 meses iniciais: EER adolescente + 400 - 0
19 a 50 anos
Primeiros 6 meses: EER adulto + 500 - 170
Após 6 meses iniciais: EER adulto + 400 - 0
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Energia
Sexo masculino
TEE = 1086 – 10,1 x Idade + NAF x (13,7 x Peso + 416 x Altura)
Desvio padrão = 208 kcal
Sexo feminino
TEE = 448 – 7,95 x Idade + NAF x (11,4 x Peso + 619 x Altura)
Desvio padrão = 160 kcal
Energia
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Energia
Sexo masculino
TEE = 114 – 50,9 x Idade + NAF x (19,5 x Peso + 1161,4 x Altura)
Desvio padrão = 69 kcal
Sexo feminino
TEE = 389 – 41,2 x Idade + NAF x (15 x Peso + 701,6 x Altura)
Desvio padrão = 75 kcal
Energia
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Energia
• Objetivo:
Baixo risco da ingestão de energia inadequada ou
excessiva.
Energia
• Exemplo:
Mulher, 33 anos, atividade física leve (Coeficiente de
NAF=1,12), 1,63 m e 55 kg
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Energia
Planejamento para grupos populacionais
• Objetivo:
Baixa prevalência de ingestão de energia inadequada ou
excessiva.
• Estratégias:
1- Estimar a necessidade de energia para um indivíduo
referência.
Energia
Planejamento para grupos populacionais
1. Indivíduo referência
Representa a média do grupo para idade, altura, peso e
atividade física – distribuição simétrica das variáveis.
Exemplo:
Homem, 19-30 anos, 70 kg, 1,76 m e atividade física leve
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Energia
Planejamento para grupos populacionais
2. Média das necessidades de energia estimada
para os membros
Média x Medianado
dogrupo.
grupo
Indivíduo Idade Altura Peso Nível de Coeficiente EER
(anos) (m) (kg) NAF de NAF (kcal)
1 21 1,83 95 Sedentário 1,0 2.961
2 27 1,77 75 Baixo 1,12 2.811
3 25 1,69 60 Moderado 1,27 2.794
4 19 1,80 75 Baixo 1,12 2.905
5 30 1,73 80 Intenso 1,45 3.575
6 25 1,75 75 Baixo 1,12 2.818
Média 24,5 1,76 76,7 ---- 1,18 2.977
Mediana 25 1,76 75 ---- 1,12 2.862
Energia
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Energia
• Exemplo:
Mulher, 33 anos, baixa atividade física, 1,63 m, 55 kg.
(IMC = 20,68 kg/m2)
Energia
Avaliação da ingestão em grupos populacionais
IMC proporção do grupo com ingestão adequada,
inadequada e excessiva.
Table 3 - Number (n), mean, and standard deviation (SD) of adjusted energy intake by
categories of body mass index (BMI).
BMI (kg/m2) n Mean SD
< 18.5 9 1706.93 342.40
18.5 | 25.0 97 1773.88 374.71
25.0 | 30.0 11 1729.48 508.71
> 30.0 2 1604.32 287.37
Total 119 1761.86 381.68
p = 0.876
Fisberg et al, 2006
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Macronutrientes
Percentual de Energia
DRIs 2002* WHO/ FAO
Idade (anos) 2003
Macronutrientes 1-3 4 - 18 19 e + Todos
Gorduras Totais 30 - 40 25 - 35 20 - 35 15 - 30
(-6) ácido linoleico 5 - 10 5 - 10 5 - 10 5-8
(-3) ácido linolênico 0,6 - 1,2 0,6 - 1,2 0,6 - 1,2 1-2
Carboidratos 45 - 65 45 - 65 45 - 65 55 - 75
açúcares < 25 < 25 < 25 < 10
Proteínas 5 - 20 10 - 30 10 - 35 10 - 15
* AMDR - Acceptable Macronutrient Distribution Ranges (intervalos de
distribuição aceitável dos macronutrientes)
Macronutrientes
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Carboidratos (g/dia)
Estágio de Vida EAR AI / RDA
Primeira Infância
0 - 6 meses -- 60
7 - 12 meses -- 95
Infância
1 - 3 anos 100 130
Homens/ Mulheres
9 - 70 anos 100 130
Proteína
Estágio de Vida AI / RDA AI EAR RDA
(g/ dia) (g/ kg de peso/ dia)
Primeira Infância
0 - 6 meses 9,1 1,52 -- --
7 - 12 meses 13,5 -- 1,1 1,5
Infância
Homens/ Mulheres
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Aminoácidos essenciais
Aminoácido EAR (mg/kg/dia) RDA (mg/kg/dia)
Histidina 11 14
Isoleucina 15 19
Leucina 34 42
Lisina 31 38
Metionina + 15 19
Cisteína
Fenilalanina + 27 33
Tirosina
Treonina 16 20
Triptofano 4 5
Valina 19 24
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Considerações
Considerações
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Dietary Reference Intakes
Necessidades Ingestão de
de Nutrientes Nutrientes a
a= alimentos
+
suplementos
Referências
www.nap.edu = livros das DRIs na íntegra
Fisberg RM, Slater BV, Marchioni DML, Martini LA. New dietary recommendations.
Jornal Brasileiro de Nutrição Clínica 2003; 18(2):81-86.
Fisberg RM, Marchioni, DML, Slater B. Aplicação da s Dietary Reference Intakes na
avaliação ingestão de nutrientes para grupos.Simpósio Usos e Aplicações das DRIs.
Material em Cdroom, 2001.
Slater B, Phillipi ST, Marchioni DML, Fisberg RM. Estimando a prevalência de
inadequação na ingestão de nutrientes. Rev Saúde Pública 2004; 38(4):599-605.
Marchioni, DML, Slater, B, Fisberg, RMF Estimando a adequação da ingestão de
nutrientes em indivíduos utilizando as Dietary Reference Intakes – DRIs., Revista de
Nutrição 2004; 17(2): 207-216.
Fisberg RM, Slater B, Marchioni DML. Como estimar a probabilidade de adequação e
inadequação da ingestão dos nutrientes? Revista Nutrição em Pauta 2003, 11(58):
29-33.
Marchioni DM, Fisberg RM, Villar BS. As novas recomendações nutricionais: DRIS.
Nutrição em Pauta 10(53):34-40, 2002.
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