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Curso Técnico
Integrado em Química
IFMG
+
Ligiane Rios Gouvea
Lilian Amaral de Carvalho
Química Inorgânica
1ª Edição
Betim
Instituto Federal de Minas Gerais
2022
Sobre o material
Formulário de
Sugestões
Palavra das autoras
Fonte: https://media1.tenor.com/images/7fdd35de7b2158150a52934217349c3f/tenor.gif?itemid=17966864
(Acesso em 24 Jan. 2022).
Capítulo 5 Radioatividade
Objetivos
Estudar os modelos propostos para o átomo.
6
Figura 1 – Vamos fazer experências?
7
John Dalton elaborou este modelo para explicar as chamadas leis das reações. Essas
leis relacionam as massas das substâncias participantes, destacando-se entre elas, as leis
de Lavoisier e Proust.
As principais ideias do modelo de Dalton são:
• Os átomos seriam esferas maciças indivisíveis e indestrutíveis.
• Átomos de um mesmo elemento químico seriam completamente idênticos em
tamanho, massa e forma.
• Durante uma reação química ocorre um rearranjo dos átomos para formação
de novas substâncias.
• Um elemento químico não pode ser convertido em outro.
Figura 2 – Átomo de Dalton: O modelo atômico de Dalton baseava na estrutura de uma bola de bilhar.
8
1.2.1 Leis de Lavoisier e de Proust
Lei de Lavoisier
A Lei de Lavoisier, criada em 1774, pelo cientista francês Antoine Laurent Lavoisier
(1743-1794) é também chamada de Lei de Conservação da Massa ou ainda de Lei de
Conservação da Matéria. Essa lei afirma que:
“Numa reação química, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos
produtos”.
Considere uma reação hipotética entre uma substância A e B, com formação de dois
novos produtos C e D, conforme equação química abaixo:
A + B → C + D
mA + mB = mC + mD
9
esta aparente perda de massa só ocorre em recipientes abertos e que em sistemas fechados
não há variação da massa, indicando a conservação dos átomos no recipiente. O que ocorre,
na realidade, é que os gases formados durante a queima escapam para o meio ambiente
quando esta é realizada em sistemas abertos, o que não ocorre nos sistemas fechados.
Pode ocorrer também, em sistemas abertos, um aparente ganho de massa. Por
exemplo, na oxidação do ferro. O que ocorre, na realidade, é que o gás disperso no meio
ambiente, que não tem a massa mostrada na balança, consumido na reação, se liga ao ferro.
A lei de Lavoisier é frequentemente enunciada de uma maneira mais ampla: “na
natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”.
Lei de Proust
“Numa mesma reação química, há uma relação constante entre as massas das substâncias
participantes”.
A + B → C + D
10
1.2.2 Balanceamento de equações químicas
Note que existem alguns números que aparecem antes das fórmulas das moléculas
(marcados em vermelho). Estes números são chamados de coeficientes estequiométricos e
indicam a proporção das moléculas que participam da reação. Assim, para a reação acima,
necessita-se de 2 moléculas do gás hidrogênio (H2) para cada molécula do gás oxigênio
(O2). Para esta proporção de reagentes, se obtém 2 moléculas de água (H2O), nosso
produto. Observou que o coeficiente estequiométrico 1, para o gás oxigênio, não foi escrito?
Não se costuma evidenciar o 1 quando ele é o coeficiente.
Vamos analisar essa mesma reação em relação à quantidade de átomos de cada
elemento químico antes (reagentes) e depois (produtos) da seta:
11
Fonte: produzido pelos autores.
12
Neste caso, temos só carbono, hidrogênio e oxigênio e vamos realizar o
balanceamento nesta sequência.
Começando pelo carbono, temos 4 no reagente e só 1 no produto:
13
Perceberam que ao mudarmos a quantidade de moléculas de CO 2, também
alteramos a quantidade de oxigênio? Não se preocupem, iremos corrigir tudo até o final do
balanceamento. Agora que a quantidade de carbono já foi balanceada, vamos para o
hidrogênio:
14
Agora os átomos de hidrogênio também foram balanceados. Só restam os átomos de
oxigênio:
Temos, nos reagentes, apenas 2 átomos de oxigênio. Nos produtos temos 12 átomos
deste elemento. Então, para igualarmos, temos que alterar a quantidade de moléculas de
O2 para 6:
15
Vamos conferir se todos os átomos ficaram balanceados?
16
Fonte: produzido pelos autores.
Seguindo a dica do MACHO, iremos começar pelos metais. Temos o sódio (Na) e o
cálcio (Ca), mas os dois já estão balanceados. Após, podemos seguir para o nitrogênio (N)
ou o cloro (Cl).
Começando pelo cloro (Cl), temos 1 nos reagentes e 2 nos produtos. Assim, temos
que alterar o coeficiente estequiométrico do NaCl para 2:
17
Quando fazemos isso, automaticamente alteramos a quantidade de sódio nos
reagentes, que passa a ser 2. Para balancearmos o sódio nos produtos, temos que alterar
o coeficiente estequiométrico do NaNO3 para 2:
Agora, com o sódio e cloro balanceados, vamos para o nitrogênio. Ele já está
balanceado, com 2 átomos de nitrogênio de cada lado. Agora só falta o oxigênio, que
também está balanceado, com 6 de cada lado.
É bom sempre conferirmos após termos balanceados todos os elementos para
garantirmos que ficou tudo certo.
Tales de Mileto (Sec. VI a.C.) descobriu, por um acaso, que uma pedra de âmbar
estava curiosamente atraindo pequenos fiapos de lã e pequenos grãos. Ele provavelmente
guardou a pedra no bolso de sua vestimenta feita da pele de algum animal e o atrito do
âmbar com a vestimenta eletrizou a pedra. A palavra âmbar em grego é elektron e desta
palavra veio o termo eletricidade. Isso pode ser explicado pelo fato de que toda matéria em
seu estado normal possui partículas elétricas que se neutralizam, assim, quando o atrito é
ocasionado, algumas delas migram de um corpo para outro, tornando esses corpos
eletrizados.
18
As experiências realizadas por Geissler (1854) com descargas elétricas em tubos com
gases a baixa pressão permitiram novos esclarecimentos com relação à natureza elétrica da
matéria. Esses tubos de vidros largos e fechados possuíam eletrodos circulares em suas
pontas (Figura 3a). Ao se aplicarem descargas elétricas nesses gases, surgia dentro da
ampola uma luz que ocupava todo o espaço entre os eletrodos e cuja cor dependia
principalmente do gás utilizado. Esse fenômeno, conhecido como luminescência, é o
princípio de funcionamento das atuais lâmpadas fluorescentes.
Em 1875, William Crookes colocou gases bastante rarefeitos (que estavam em
pressões muito baixas) em ampolas de vidro. Nelas, aplicou alta tensão, que provocava uma
diferença de potencial entre duas placas metálicas presentes no interior de uma ampola de
vidro (Figura 3b). Podia-se observar o aparecimento de um feixe brilhante, chamado por
eles de raios catódicos, que sempre se desviam na direção e sentido da placa positiva. Isso
prova que os raios catódicos são de natureza negativa. Esses raios foram estudados por
Crookes, Thomson e Eugen Goldstein, que investigaram a sua natureza e chegaram à
conclusão de que se tratava de partículas negativas com massas muito pequenas (hoje
chamamos de elétrons).
19
Mídia digital: Acesse o link para assistir o vídeo da e-
quimica (http://www.e-quimica.iq.unesp.br), mostrando
como ocorreu a descoberta do elétron através dos tubos
de Crookes e as observações que levaram à formulação
do modelo atômico de Thomson.
Figura 4 – Átomo de Thomson: esfera composta por uma massa positiva com elétrons incrustados nessa
massa.
20
Mídia digital: Acesse o link para visualizar o
experimento de Rutherford.
Uma delgada lâmina de ouro foi bombardeada por partículas alfa (um tipo de radiação
de carga positiva) emitida pelo elemento radioativo polônio. Se o modelo de Thomson
estivesse correto, seria esperado que as partículas alfa atravessassem a fina lâmina de ouro
sem sofrer desvios ou desvios muito pequenas, pois não haveria parte densa o suficiente,
tanto de massa quanto de carga, para repeli-las (Figura 5).
21
a região da eletrosfera, uma região com massa insignificante: o “grande vazio” de Rutherford
(Figura 7).
Fonte: http://www.aeroportoconfins.net/turismo/copa-do-mundo-informacoes-para-os-jogos-no-estadio-
mineirao (Acesso em 20 jan. 2022).
22
Figura 7 – Modelo de Rutherford. Lembre-se que o núcleo é cerca de 100 mil vezes menor que o átomo. A bola
vermelha no centro representa o núcleo positivo devido à presença dos prótons. Imagem fora de escala.
Por volta de 1913, quando Henry Moseley (1887-1915) examinou o espectro de raios
x dos elementos, ele descobriu que todos os átomos de um mesmo elemento químico
apresentavam a mesma carga nuclear, ou seja, tinham o mesmo número de prótons, que é
o número atômico do elemento (Z). Portanto, a carga nuclear (nº prótons) é o que identifica
o átomo de um mesmo elemento químico. Assim, todos os átomos com uma mesma
quantidade de prótons serão pertencentes ao mesmo elemento químico. Como
exemplo, todo átomo com 1 próton será átomo de hidrogênio, enquanto todo átomo com 20
prótons será de cálcio.
Z = nº prótons
23
Exemplos:
Hidrogênio = 1 p+ → Z=1
Cálcio = 20 p+ → Z = 20
Z=A-N
A=Z+N
N=A-Z
Exemplos:
Átomo do elemento Z N A
Hidrogênio 1 0 1
Carbono 6 8 14
Carbono 6 6 12
24
1.5.3 Símbolo dos elementos químicos
Atualmente, temos cerca de 115 elementos conhecidos e cada elemento pode ser
representado por um símbolo.
Exemplos:
Hidrogênio = H Manganês = Mn
Cloro = Cl Magnésio = Mg
Carbono = C Potássio = K
Cálcio = Ca Ouro = Au
Cádmio = Cd Mercúrio = Hg
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O índice C pode ser usado para apresentar o número atômico do elemento, mas ele
não costuma ser apresentado pois o próprio símbolo já induz qual é o número atômico do
elemento.
O índice D é usado para apresentar o número de massa (A) do átomo em questão, e
não a massa atômica.
Alguns exemplos de uso dos índices:
Cl- para representar o íon cloreto, átomo de cloro que recebeu um elétron e ficou com
carga negativa.
26
Atenção: A carga do íon deve-se à variação do número
de elétrons.
Exemplos:
17 p+ 17 p+
35
Cl 17 e- 35
Cl - 18 e
-
17 17
18 no 18 no
8 p- 8 p+
16
O 8 e- 16
O 2- 10 e
-
8 8
8 no 8 no
3 p+ 3 p+
7
Li 3 e- 7
Li + 2 e-
3 3
4 no 4 no
13 p+ 13 p+
27
Al 13 e- 27
13 Al 3+ 10 e
-
13
14 no 14 no
27
núcleo positivo sem perder energia, ser atraído e colidir com ele, o que seria esperado pelas
leis da Física clássicas, já que cargas opostas se atraem?
Bohr, baseado em diferentes trabalhos de diversos pesquisadores, com destaque a
Max Planck (1858-1947), afirmou que as leis da física válidas para objetos macroscópicos
(física clássica) não são válidas para alguns sistemas microscópicos, que possui fenômenos
próprios. As principais afirmações de Bohr sobre o átomo foram:
● Os elétrons ocupam níveis ou camadas de energia (órbitas estacionárias), onde não
há perda de energia pela movimentação em torno dessa camada (energia constante
dentro da camada).
● O elétron não pode ficar parado (energia zero), pois não existe camada de energia
zero.
● Para determinado elemento, cada órbita tem valores fixos de energia, não existindo
possibilidade de um elétron ficar entre duas órbitas. Ou ele está em uma, ou em outra.
Com isso, as energias permitidas para os elétrons são restritas.
● Quanto mais próxima ao núcleo, menor será a energia da camada e, portanto, do
elétron que está naquela camada.
● O elétron pode mudar de uma camada de menor energia para outra de maior energia,
desde que ganhe energia correspondente à diferença de energia entre as camadas.
● Para um elétron mudar para uma camada de menor energia, ele deve liberar energia
correspondente à diferença de energia entre as camadas.
O modelo de Bohr conseguiu explicar diversos fenômenos que não eram explicáveis
pelos modelos de Rutherford, como os espectros de emissão dos elementos químicos,
responsável pela cor dos metais em um teste de chama, por exemplo.
28
energia, pois sua energia deve ser igual à energia da camada. Dependendo da diferença de
energia entre a camada mais energética onde o elétron estava e a camada de menor energia
para onde ele foi, a energia pode ser liberada na forma de ondas nas regiões do visível no
teste de chama, ultravioleta (não enxergamos), infravermelho (não enxergamos) ou outras
(Figura 9).
Figura 8 – Modelo atômico de Bohr. A energia Figura 9 – Lítio, número atômico =3, número de massa
aumenta do nível eletrônico n=1 ao 3; o retorno = 6 (3 prótons + 3 nêutrons) e 3 elétrons. Exibe cor
do elétron para um nível inferior libera energia. vermelha no teste com chama.
29
Figura 10 – Espectros (de cima para baixo): 1 – solar (contínuo), 2 - hidrogênio, 3 - Hélio, 4 - Mercúrio e 5 -
Urânio (descontínuos).
Fonte:
https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/espestros%20de%20v%C3%A1rios%20elementos.jp
g (Acesso em 20 jan. 2022).
30
1.7 O modelo atômico atual
Outra ideia importante no atual modelo atômico é que, além dos níveis de energia, a
eletrosfera é constituída de subníveis de energia. Os subníveis preenchidos por elétrons dos
átomos dos elementos identificados até os dias atuais estão descritos no quadro seguinte.
Observe que para cada subnível existe um certo número de orbitais e, para facilitar, cada
orbital é representado por uma “caixa” nos diagramas de energia (Tabela 1).
31
Tabela 1. Subníveis de energia e seus orbitais.
S 1
P 3
D 5
F 7
32
Figura 11 – Superfícies limites dos orbitais s, p e d.
Fonte: modificado de
https://chem.libretexts.org/Courses/University_of_Arkansas_Little_Rock/Chem_1402%3A_General_Chemistr
y_1_(Belford)/Text/6%3A_The_Structure_of_Atoms/6.6%3A_The_Shapes_of_Atomic_Orbitals (Acesso em 20
jan. 2022).
33
• s=2 • d = 10
• p=6 • f = 14
Cada camada eletrônica contém um dado número de subníveis e a quantidade
máxima de elétrons de cada camada depende dos sub-níveis que ela possui (Tabela 2).
K s2 2
L s2 p6 8
M s2 p6 d10 18
N s2 p6 d10 f14 32
O s2 p6 d10 f14 32
P s2 p6 d10 18
Q s2 p6 8
Será que há uma forma de prevermos como será a distribuição dos elétrons nos
diferentes orbitais dos átomos?
O princípio da construção (Figura 12), conhecido como princípio de Aufbau (significa
“em construção”, em alemão) e muitas vezes chamado, no Brasil, de diagrama de Pauling
(há divergências sobre a associação da distribuição eletrônica a Linus Pauling), facilita a
previsão da distribuição eletrônica pois ele organiza os subníveis em ordem crescente da
energia prevista teoricamente. Seguindo as setas diagonais do diagrama, encontra-se a
seguinte sequência de preenchimento dos subníveis: 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7p6. Existem algumas exceções a esta sequência,
como é o caso do cromo e do molibidênio, que ficam com o subnível s parcialmente
preenchido, com apenas 1 elétron, e com 5 elétrons no subnível d devido à uma redução da
energia dos orbitais d em relação ao previsto teoricamente, observada experimentalmente,
nos átomos neutros desses elementos com essa distribuição de meia camada: todos os
orbitais preenchidos por elétrons desemparelhados (sem a presença do segundo elétron no
orbital). Outras exceções ocorrem por outra redução de energia dos orbitais d, observada
experimentalmente, quando o orbital d fica completo e o orbital s da camada seguinte com
apenas 1 elétron.
34
Figura 12 – Princípio da construção ou princípio de Aufbau ou diagrama de Pauling.
Fonte: https://registrodemarca.arenamarcas.com.br/wp-content/uploads/2020/05/diagrama-linus-pauling.png
(Acesso em 20 jan. 2022).
35
• Nunca ultrapassar o número máximo de elétrons do subnível;
• Nunca passar adiante sem antes ter preenchido o subnível anterior, segundo a ordem das
setas diagonais da Figura 12.
Exemplos:
36
K=2 L=8 M=7
3º) Nos orbitais: é outra forma de representar a distribuição eletrônica de um átomo. Nela,
demonstramos os elétrons dentro dos orbitais de cada subnível (s, p, d, f), em cada um dos
níveis. Para isso, seguimos duas regras básicas: o Princípio da exclusão de Pauli e a
Regra de Hund.
Princípio da exclusão de Pauli: num orbital existem no máximo 2 elétrons com spins
opostos.
• Cada elétron é representado por uma seta e a direção das setas indica os seus spins.
1º elétron do orbital =
2º elétron do orbital =
• Depois de todos os orbitais terem recebidos seu 1º elétron, voltar distribuindo o 2º elétron
( ) de cada orbital com spin oposto para que não ocorra desestabilização.
37
Exemplos:
p2
d4
p5
f9
Observação:
p4
Exemplos:
a) –
17Cl (18 elétrons)
acrescentar um elétron
- (18 elétrons) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
17Cl
b) +2
26Fe (24 elétrons)
26Fe (26 elétrons) – sequência de distribuição: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6
retirar dois
elétrons do subnível 4s, pois após a distribuição os orbitais 3d ficam com menores energias
38
+2 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
26Fe
Camada K L M N O P Q
n = 1 2 3 4 5 6 7
Sub-nível S p d f
= 0 1 2 3
Observação:
Nº de orbitais = 2 + 1
39
Exemplos:
• Valores: variam de - a + .
Subníveis Representação
S 0
P 1
D 2
F 3
40
Figura 13 – Spin.
1.8 Exercícios
Questão 1. Na chamada experiência de Rutherford, uma lâmina muito fina de ouro foi
bombardeada com um feixe de partículas alfa (He+2). Esperava-se que todas as partículas
atravessassem a lâmina, sofrendo, no máximo, pequenos desvios em sua trajetória.
Surpreendentemente, porém, foi observado que uma pequena fração das partículas alfa
sofria grandes desvios em relação às suas trajetórias originais. Para explicar esse resultado,
Rutherford propôs a existência do núcleo atômico.
A) Justifique por que a introdução do conceito do núcleo atômico permite explicar os
grandes desvios nas trajetórias das partículas alfa.
B) Suponha que, em vez de uma lâmina de ouro, se usasse uma lâmina de alumínio.
Nesse caso, a fração de partículas alfa que sofreria grandes desvios seria menor, igual ou
maior do que na experiência com lâmina de ouro? JUSTIFIQUE sua resposta.
Questão 2. (UFMG) A principal idéia inovadora do modelo atômico de Dalton é a noção de:
A) núcleo
B) órbita
C) orbital
D) massa
E) energia quantizada
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Questão 3. (UFSCAR) Até 1772 acreditava-se que o fogo era um elemento químico. Foi
quando um cientista nascido em 1743 e guilhotinado em 1794, durante a Revolução
Francesa, transformou a pesquisa química de qualitativa em quantitativa, formulando
explicitamente a lei da conservação da matéria. Este cientista, também conhecido como o
pai da química moderna, é:
A) John Dalton
B) Linus Pauling
C) Robert Boyle
D) Antoine Lavoisier
E) Niels Bohr
Questão 5. (FUVEST/SP) John Dalton (1766 – 1844) afirmava que a matéria era composta
por átomos indivisíveis; átomos de um mesmo elemento apresentariam massa e
propriedades iguais. A transformação química consistiria na reunião ou separação de
átomos.
As afirmações de Dalton explicariam:
A) a condutibilidade elétrica do hidróxido de sódio fundido.
B) a transformação do rádio em radônio.
C) a existência dos isótopos do hidrogênio: deutério e trítio.
D) a proporção constante entre as massas de hidrogênio e oxigênio resultante da
decomposição da água.
E) o processo químico envolvido no funcionamento da pilha de uma lanterna.
42
Questão 6. (FUNREI/MG) Numa reação entre 5 g do elemento hidrogênio e 32 g do
elemento oxigênio ocorreu a formação de 34 g do produto X, tendo sobrado 3 g de
hidrogênio. Com base nas informações acima, é correto afirmar que
A) 85 g do produto X apresentarão 80 g de oxigênio e 5 g de hidrogênio.
B) a formação do produto X a partir de 10 g de hidrogênio consome 37 g de oxigênio.
C) se combinarmos 10 g de hidrogênio com 10 g de oxigênio teremos a formação de 20 g
do produto X.
D) o produto formado é a água.
E) a combinação de 3 g de hidrogênio com 35 g de oxigênio leva à formação de 36 g do
produto X e sobram 2 g de oxigênio.
Questão 7. (UFMG) A tabela indica algumas das massas em gramas das espécies
envolvidas na reação A + B → C + 2D, em duas experiências diferentes. Outras massas
estão indicadas pelas letras x, y, w e z.
1ª
Experiência
X 49 68 18 0 0
2ª
Experiência
Y W Z 54 10 10
Calcule as massas de x, z ,y e w.
Questão 8. (VUNESP) Quando um objeto de ferro enferruja ao ar, sua massa aumenta.
Quando um palito de fósforo é aceso, sua massa diminui. Estas observações violam a lei
da conservação das massas? Justifique sua resposta.
43
Questão 10. (FUVEST/SP - MODIFICADA) A transformação química:
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA
6C 7N 8O 9F 10Ne
44
Questão 13. Leia o texto a seguir.
A aceitação histórica da ideia de que a matéria é composta de átomos foi lenta e gradual.
Na Grécia antiga, Leucipo e Demócrito são lembrados por terem introduzido o conceito de
átomo, mas suas propostas foram rejeitadas por outros filósofos e caíram no esquecimento.
No final do século XVIII e início do século XIX, quando as ideias de Lavoisier ganhavam
aceitação generalizada, surgiu a primeira teoria atômica moderna, proposta por _______.
Essa teoria postulava que os elementos eram constituídos de um único tipo de átomo,
enquanto que as substâncias compostas eram combinações de diferentes átomos segundo
proporções determinadas. Quase cem anos depois, estudos com raios catódicos levaram J.
J. Thomson à descoberta do _______, uma partícula de massa muito pequena e carga
elétrica _______, presente em todos os materiais conhecidos. Alguns anos depois, por meio
de experimentos em que uma fina folha de ouro foi bombardeada com partículas alfa,
Rutherford chegou à conclusão de que o átomo possui em seu centro um _______ pequeno,
porém de massa considerável.
As palavras que preenchem as lacunas correta e respectivamente estão reunidas em
A) Dalton – elétron – negativa – núcleo
B) Bohr – cátion – positiva – elétron
C) Dalton – nêutron – neutra – próton
D) Bohr – fóton – negativa – ânion
E) Dalton – próton – positiva – núcleo
Questão 14. As telas de televisão plana e de telefones celulares usam como visores os
chamados OLED, que são equivalentes a “microlâmpadas” coloridas formadas por camadas
de compostos metalorgânicos depositadas entre dois eletrodos. Um dos metais mais
utilizados como emissor de fótons é o alumínio, ligado a um composto orgânico, a quinolina
[Al(quinolina)3]. Em sistemas semelhantes, pode-se variar a cor da luz emitida substituindo-
se o alumínio por outro metal de mesma valência.Escreva a configuração eletrônica do íon
Al3+ e indique, entre os íons da lista a seguir, qual(is) poderia(m) substituir o alumínio nesses
sistemas.
K+, Ca2+, Sc2+, Ti4+, V5+, Mn4+; Fe3+; Co2+; Ni2+; Cu2+.
Dado: Al (Z = 13)
Questão 15. A distribuição eletrônica no último nível de um certo íon X 2+ é 3s2 3p6. Qual o
número atômico desse íon?
Questão 16. Qual a distribuição eletrônica do último nível do íon As3- cujo número atômico
é 33?
45
Questão 17. Os sais de Cr6+ são em geral, solúveis no pH biológico e, portanto, têm fácil
penetração. Daí a sua toxicidade para os serres humanos. Por outro lado, os compostos de
Cr3+ são pouco solúveis nesse pH, o que resulta em dificuldade de passar para o interior das
células. Indique a configuração eletrônica do íon Cr3+.
Questão 18. Um dado elemento químico é constituído por apenas espécies isotópica natural
e estável, com 9 prótons no núcleo.
A) Dê o nome desse elemento e o número nêutrons de seu átomo.
B) Dê a configuração eletrônica no estado fundamental (notação orbital) do íon
monovalente negativo desse elemento.
46
ATIVIDADE EXPERIMENTAL: Apresentação
Segurança no laboratório
47
c) Cabelos compridos deverão ser presos, para evitar o risco de se incendiarem quando
próximos de um bico de gás.
d) Faça apenas as experiências indicadas. Caso tenha interesse em outras experiências,
consulte o seu professor. EXPERIÊNCIAS NÃO AUTORIZADAS SÃO PROIBIDAS.
e) Use sempre o guarda-pó. Use capelas sempre que indicado. Comunique seu professor
sobre qualquer acidente, por menor que seja.
f) Tenha cuidado com os materiais inflamáveis. Qualquer incêndio deve ser abafado
imediatamente com uma toalha ou cobertor. Na primeira vez que entrar no laboratório
procure se familiarizar com a localização dos extintores de incêndio, toalhas ou cobertores,
chuveiros, etc.
g) Nunca jogue produtos ou soluções na pia ou no lixo. Descarte os resíduos conforme os
procedimentos indicados pelo professor.
h) Leia com atenção o rótulo de qualquer frasco antes de usá-lo. Leia duas vezes para ter
certeza de que pegou o frasco certo.
i) Nunca use as espátulas de um frasco em outro para evitar contaminações.
j) Se um ácido ou outra solução em uso for derramado lave o local imediatamente com
bastante água. Chame imediatamente o professor.
k) Não toque com os dedos os produtos químicos nem prove qualquer droga ou solução.
l) Não é recomendável tentar sentir o odor de uma substância. Entretanto, desde que o
professor assim o permita, traga com as mãos pequenas porções do vapor em sua direção.
m) Deixe qualquer objeto quente esfriar por bastante tempo. Lembre-se que a aparência do
objeto quente ou frio é a mesma.
n) Saber tomar certas iniciativas em caso de pequenos acidentes. Exemplos:
✓ Queimaduras por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis: lavar a área atingida
repetidas vezes com bastante água de torneira e depois com solução de bicarbonato
de sódio (para neutralizar ácidos) ou ácido acético (para neutralizar bases). Esta
última etapa deve ser suprimida se a queimadura for muito severa, pois o calor da
reação resultante poderá piorar a situação. Neste caso, usar apenas água e chamar
o professor. Sugere-se aos portadores de lentes de contato que não as usem no
laboratório, devido ao perigo de, num acidente, ocorrer a retenção de líquido corrosivo
entre a lente e a córnea;
✓ Todas as vezes em que ocorrer um acidente com algum aparelho elétrico (centrífuga,
por exemplo), puxar imediatamente o pino da tomada;
✓ Ao cortar um tubo de vidro ou tentar inseri-lo numa rolha de borracha, enrolar ambos
num pedaço de pano a fim de evitar cortes;
✓ Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros quebrados, por exemplo). O
mercúrio, além de corrosivo, é muito tóxico. Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre
ou zinco em pó;
48
✓ Procurar conhecer a toxidez dos vários reagentes usados e tratá-los com a devida
seriedade (lembrar que em caso de incêndio, na ausência de um extintor, um avental
pode servir como um cobertor para abafar as chamas).
o) Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos
acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está
fazendo.
49
ATIVIDADE EXPERIMENTAL I: Evidências de reações químicas
Objetivos
Materiais e métodos
• Bastão de vidro • Solução de tiocianato de potássio
• Tubos de ensaio (KSCN) 0,2 mol L-1
• Termômetro • Solução de carbonato de sódio
• Espátula (Na2CO3) 0,2 mol L-1
• Água • Solução de sulfato de sódio
• Refrigerante (Na2SO4) 0,2 mol L-1
• Comprimido efervescente • Prego ou clipe
• Béqueres de 200 mL • Garras de madeira
• Provetas de 100 mL • Bico de Bunsen ou lamparina
• Açúcar • Solução de nitrato de chumbo (II)
• Solução de Fenolftaleína (Pb(NO3)2) 0,5 mol L-1
• Pipetas graduadas de 5 mL • Solução de iodeto de potássio (KI)
• Pêras 0,5 mol L-1
• Solução de cloreto de bário (BaCl2) • Solução de hidróxido de sódio
0,2 mol L-1 (NaOH) 1 mol L-1
• Solução de cloreto de cálcio (CaCl2) • Solução de ácido clorídrico (HCl) 1
0,2 mol L-1 mol L-1
• Solução de cloreto de ferro (III) • Álcool etílico
(FeCl3) 0,2 mol L-1 • Cal virgem (CaO)
Procedimento Experimental
50
Parte II – Utilizando aquecimento e indicadores.
a) Usando uma garra de madeira, aproxime, COM BASTANTE CUIDADO, um prego ou
clipe da chama de um bico de gás ou de uma lamparina, deixando aquecer por 2
minutos. Registre suas observações.
b) Em um béquer, adicione 25 mL de solução de hidróxido de sódio e pingue 2 ou 3
gotas de fenolfaleína. Anote o observado na Tabela 1 no item Resultados.
51
Tubos de ensaio Reações (Mistura de 1 mL + 1 mL)
1 HCl + Na2CO3
2 BaCl2 + Na2SO4
3 FeCl3 + NaOH
4 FeCl3 + KSCN
5 Na2CO3 + CaCl2
Resultados
Água + comprimido
efervescente
Hidróxido de sódio +
fenolftaleína
Água + açúcar
Água + álcool
52
Parte V – Reações em tubos de ensaio.
Tubos de Observações
ensaio
53
ATIVIDADE EXPERIMENTAL II: Relação de massas nas transformações químicas
Objetivos
Materiais e métodos
• Béqueres de 250 mL
• Proveta de 100 mL
• Balança
• Bastão de vidro
• Vidro de relógio
• Vinagre (solução aquosa de ácido acético a 4% em massa)
• Bicarbonato de sódio
Procedimento Experimental
Resultados
54
Massa de bicarbonato Massa do béquer + Massa do sistema final
de sódio (g) bicarbonato + vinagre (g) (g)
2,0
3,0
4,0
5,0
55
ATIVIDADE EXPERIMENTAL III: Comprovação da Lei de Lavoisier
Objetivos
Verificar as leis das transformações químicas ou leis ponderais das reações. Com
base nas leis, realizar cálculos tomando como base a equação balanceada da reação e
comparar dados experimentais com teóricos.
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
56
Parte II – Verificação da Lei de Lavoisier em uma reação de metal com ácido.
a) Em um tubo de ensaio, coloque, COM MUITO CUIDADO, metade da sua capacidade
com solução de acido clorídrico.
b) Usando uma balança, meça a massa do tubo com o ácido, da bexiga e do pedaço
pequeno de zinco e anote esses valores.
c) Ao tubo com ácido adicione o metal e rapidamente tampe a boca desse tubo com a
bexiga. Espere que a reação se complete e meça a massa. Anote o resultado.
Resultados
m béquer 1 = Então:
m béquer 2 = m sal =
m béquer 1 + sal = m ácido =
m béquer 2 + ácido = m béquer 1 + mistura =
m produto =
m tubo+ácido =
m bexiga =
m zinco =
m após reação =
57
Parte III – Verificação da Lei da Lavoisier ao se queimar uma esponja de aço.
m placa de petri+esponja =
m após reação =
58
ATIVIDADE EXPERIMENTAL IV: Teste de chama
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
Segure uma das pontas do arame com a pinça de madeira e, com a outra ponta, na forma
de círculo, pega-se uma amostra de um dos sais. Posteriormente, coloca-se esse sal em
contato com a chama do bico de Bunsen. Anote o resultado.
Depois é só lavar esse arame com água destilada, colocá-lo na solução de HCl e introduzi-
lo no fogo para verificar se não há nenhum vestígio do sal utilizado no arame. Em seguida,
repete-se o processo com os outros sais e anotam-se as cores das chamas obtidas em cada
caso.
59
Resultados
60
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
61
Capítulo 2 – Classificação periódica dos elementos e Tabela
periódica
Objetivos
Estudar a classificação periódica dos elementos e suas
propriedades.
Conhecer a organização dos elementos nos períodos e
colunas da Tabela; caracterizar os elementos representativos,
de transição, de transição interna e os gases nobres.
Até o final do século XVIII, apenas 33 elementos eram conhecidos, pois não se havia
recurso tecnológico para tal descoberta. No século XIX, ocorreu grande desenvolvimento
tecnológico, o que permitiu a descoberta de boa parte dos elementos que conhecemos hoje.
Vamos entender, nesta parte da matéria, os motivos que levaram à organização da Tabela
Periódica como temos hoje. Você já percebeu que ela tem um formato um pouco estranho?
Observe a Tabela Periódica atual na Figura 14.
62
Agora vou te contar a história por trás deste formato. O químico alemão Johann
Dobereiner (1780-1849) foi um dos primeiros a observar uma relação entre as massas e as
propriedades químicas dos elementos químicos. Ele conseguiu agrupar os elementos em
trios e deu o nome de tríade a cada um desses trios. Entretanto, ele só conseguiu observar
a relação entre 3 tríades (9 elementos).
Posteriormente, outros pesquisadores observaram que as relações químicas se
estendiam além das tríades. O geólogo e mineralogista francês Alexandre-Émile
Chancourtois (1820-1886) observou outras semelhanças químicas e propôs, em 1862, uma
organização em forma de parafuso (ou espiral) dos elementos quando se aumentava a
massa atômica do elemento, conforme Figura 15. Em sua proposta, elementos com
propriedades semelhantes ficavam em uma mesma linha vertical. Um exemplo, mostrado
nas 3 visualizações abaixo, é a linha do lítio. Li (lítio), Na (sódio) e K (potássio) se encontram
na mesma linha e, por isso, possuem propriedades semelhantes. Note, na Tabela atual
mostrada anteriormente, que esses três elementos também se encontram na mesma coluna.
63
John Newlands (1837-1808), em 1863, propôs uma organização em 11 grupos que
levava em consideração as propriedades físicas. Ela não foi muito bem aceita devido às
muitas exceções à regra proposta e à associação com a escala musical (oitavas).
O russo Dmitri Mendeleiev (1834-1907) é considerado o grande "pai" da Tabela
Periódica atual. Em 1869, ele propôs uma correlação mais detalhada entre as massas dos
elementos químicos e suas propriedades. Ele se tornou famoso por conseguir, com sua
tabela, prever as propriedades (e as posições na Tabela) de elementos que não eram sequer
conhecidos na época. Julius Meyer (1830-1895) chegou a propor uma organização
semelhante à de Mendeleiev, antes dele, mas não chegou a tantos detalhes quanto ele,
ficando menos conhecido.
Na Tabela de Mendeleiev (Figura 16), as colunas representam elementos com
propriedades semelhantes, como acontece na Tabela Periódica atual, e acontecia, também,
na Tabela de Chancourtois (linhas verticais).
Note que existem algumas "casas" com ponto de interrogação no lugar do símbolo.
Isso se deve à previsão de Mendeleiev sobre a existência de elementos com aquelas
massas, elementos até então não descobertos. Esta foi, sem dúvidas, a grande contribuição
de Mendeleiev e o motivo de sua Tabela ser tão reconhecida.
64
2.2 A tabela periódica atual
65
Figura 17 –Tabela Periódica
66
Tabela 3. Nomes usuais dos principais grupos da Tabela Periódica.
Quantidade de elétrons na
Nomes usuais para os
Grupo do elemento última camada (elemento
elementos do grupo
neutro)
1 Metais alcalinos 1
13 Grupo do boro 3
14 Grupo do carbono 4
16 Grupo do nitrogênio 5
16 Calcogênios 6
17 Halogênios 7
18 Gases nobres 8
Uma outra informação importante que a Tabela Periódica nos fornece é a quantidade
de camadas eletrônicas (ou níveis) que o átomo possui. Os átomos da primeira linha
(primeiro período) da Tabela Periódica, Hidrogênio e Hélio, possuem apenas 1 camada. Os
da segunda linha, 2. Os da terceira, 3, e por aí em diante, conforme mostrado na Figura 18.
67
Figura 18 – Quantidade de camada dos elementos.
68
Figura 19 – Quantidade de elétrons na última camada dos elementos representativos.
69
Fonte: elaborado pelos autores.
E como essa informação pode ser usada? Por exemplo, imagine que fosse necessário
indicar o elemento e a família de um elemento cuja sequência de distribuição eletrônica
termina em 4s2 3d10 4p5. Primeiramente, vemos que a sequência da distribuição eletrônica
termina em "p ". Portanto é um elemento Representativo (Família A). A soma dos elétrons
de valência (da última camada, camada 4) é igual a 7. Então o elemento está na família 7A
(coluna 17). Ele possui 4 camadas eletrônicas. Estará, então, no quarto período. Buscando,
na tabela, este elemento, podemos ver que se trata do "Br (Bromo) Z=35".
70
Fonte: elaborado pelos autores.
E como essa informação pode ser usada? Veja um exemplo a seguir: Qual o número
da família de um elemento cuja sequência de distribuição eletrônica termina em 4s2 3d5, e
qual elemento é este? Para responder essa pergunta, inicialmente, vemos que a sequência
de distribuição eletrônica termina em " d ". Portanto é um elemento de Transição (Família
B). A soma dos elétrons nos subníveis, 4s2 + 3d5, é igual a 7. Então o elemento está na 7B.
Ele possui 4 camadas eletrônicas. Estará, então, no quarto período. Procurando na tabela o
elemento cujo está no quarto período e na família 7B, podemos ver que se trata do " Mn
(manganês) Z=25 ".
São elementos cuja sequência de distribuição eletrônica termina num subnível f. São
os Lantanóides (Lantanídios) e os Actinóides (Actinídios). Estão todos na família 3B, sexto
e sétimo período, respectivamente.
71
2.3 As propriedades periódicas
Você já parou para pensar no motivo da Tabela ser chamada de periódica? Ela é
chamada assim pois ela tem propriedades que se repetem ao longo dos períodos. Não
aprendemos que elementos de um mesmo grupo tendem a possuir propriedades
semelhantes? É daí que vem essa repetição de algumas propriedades!
Ao longo de um período (linha), passamos periodicamente de grupos em grupos e
como os elementos de um mesmo grupo possuem semelhança em algumas propriedades,
há a repetição das tendências observadas.
Para entender as propriedades dos átomos, devemos estar familiarizados com as
confihurações eletrônicas e com a intensidade da força entre o núcleo e os elétrons mais
externos, que depende da depende da carga nuclear efetiva.
Carga nuclear efetiva (Zef) é a carga que um determinado elétron está efetivamente
sujeito, correspondendo à carga nuclear total (Z) diminuída da blindagem exercidas pelos
elétrons mais internos (S):
Zef = Z – S
Veja, por exemplo, o cálculo de Zef para os elementos do 2° período da tabela:
Li Be B C N O F
Z 3 4 5 6 7 8 9
S 2 2 2 2 5 2 2
Zef 1 2 3 4 5 6 7
A carga nuclear efetiva não é igual à carga no núcleo devido ao efeito dos elétrons
internos. Cada elétron de um átomo é protegido (blindado) do efeito de atração da carga
nuclear pelos elétrons do mesmo nível de energia e, principalmente, pelos elétrons dos
níveis mais internos.
Agora, iremos estudar as principais propriedades periódicas.
Definimos raio atômico como a metade da distância entre dois núcleos de átomos
idênticos vizinhos, conforme pode ser observado na imagem abaixo. Por que usamos a
72
distância entre os dois núcleos como referência, e não medimos diretamente a distância
entre o núcleo e a “borda” da eletrosfera? Porque a borda da eletrosfera não é facilmente
definida, mas existem equipamentos que conseguem identificar muito bem o núcleo dos
átomos. Assim, consideramos que a distância entre os dois núcleos equivale a duas vezes
o seu raio (seriam os raios dos dois átomos vizinhos) (Figura 20).
73
Figura 21 – Tendência de crescimento do raio na Tabela Periódica.
Raio iônico
Vamos falar também um pouco de o que ocorre com o raio do átomo quando ele
ganha ou perde elétrons?
Em geral, os íons positivos são menores que os átomos neutros a partir dos quais
são formados, enquanto os íons negativos são maiores que os átomos neutros.
O decréscimo considerável do tamanho, que acompanha a formação de um íon
positivo (cátion), é resultado do aumento da carga nuclear efetiva (Zef). Veja um exemplo:
74
Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/11/numero-quantico-spin.jpg (Acesso em 25 jan.
2022).
Considerando que os elétrons mais internos são 2 – 8, isto é, 10, então temos que a
carga nuclear efetiva do sódio é de +1:
Zef = + 11 – 10
Zef = +1
Agora pense, por exemplo, no caso de o átomo de sódio perder seu elétron na
camada de valência, tornando-se um cátion. Nesse caso, a sua carga nuclear efetiva irá
aumentar e, consequentemente, o seu raio atômico irá diminuir:
Zef = + 11 – 2
Zef = +9
O decréscimo considerável do tamanho, que acompanha a formação de um íon
positivo, é, frequentemente resultado da remoção de todos os elétrons da camada mais
externa do átomo. Isto dá ao íon uma configuração eletrônica que é a mesma de um gás
nobre; os gases nobres, como discutiremos oportunamente, possuem configurações
eletrônicas bastante estáveis. Por exemplo, um átomo de sódio, ao perder seu único elétron
3s, produz o íon Na+, cuja estrutura eletrônica corresponderia a do gás nobre neônio. Neste
ponto, a camada mais externa no íon Na+ passa a ser a segunda camada e, assim, os
elétrons da camada mais externa no íon Na+ estão a distância menor do núcleo que o elétron
3s no átomo de sódio, sem qualquer variação na carga nuclear.
Na Na +
Fonte: elaborado pelos autores.
75
Quando íons negativos são produzidos a partir de átomos neutros, adicionam-se
elétrons à camada mais externa sem qualquer variação da carga nuclear efetiva.
Veja o caso do cloro. O átomo de cloro possui possui três camadas eletrônicas, sendo
a sua distribuição eletrônica igual a 2 - 8 – 7 no estado fundamental:
Zef = + 17 – 10
Zef = +7
Digamos que ele receba um elétron, ficando com oito elétrons em sua camada de
valência e se tornando um ânion. Ainda assim, a camada de blindagem continuaria a ser 10
e a carga nuclear continuaria igual a +17, dando um valor para a carga nuclear efetiva de
+7, o mesmo valor do seu estado fundamental.
No entanto, o núcleo do ânion acaba sendo parcialmente blindado e seu raio
aumenta. A entrada de um elétron no último nível do cloro, onde antes havia apenas 7,
provoca a expansão do nível. A repulsão elétrica aumenta e os elétrons se afastam,
ocupando um espaço maior e resultando em um raio atômico maior.
Ou seja, a presença de elétrons adicionais na camada mais externa aumentará a
repulsão entre os elétrons, o que tende a provocar o aumento do tamanho da camada mais
externa de forma a reduzir a repulsão pelo afastamento dos elétrons, tornando o íon negativo
maior que o átomo neutro.
Assim temos, resumidamente:
Raio do cátion < raio do átomo < raio do ânion
76
Observe que a carga nuclear efetiva do fluoreto é menor que a do cátion sódio. Com
base nisso, concluímos que o raio iônico do fluoreto é maior.
Vamos analisar outro exemplo, considerando as espécies abaixo:
+, +2, +3 -2, -
11Na 12Mg 13Al , 8O 9F , 10Ne
X0(g) → X+(g) + e -
Exemplos:
77
Quanto menor for a atração do elétron pelo núcleo, mais fácil será remover este
elétron. A força de atração entre cargas opostas é proporcional à distância entre essas
cargas. É esta força que é responsável pela atração entre o próton (positivo) e o elétron.
Assim, quanto mais distante do núcleo, menos atraído o elétron estará. É por isso que os
elétrons da última camada são removidos com mais facilidade. Sabendo disso, fica fácil de
perceber que quanto maior for o raio, mais fácil será a remoção de elétrons. Portanto, a
tendência geral de crescimento da energia de ionização será oposta à tendência do raio
(Figura 22).
. . .
. . .
78
É fácil imaginar que estas energias apresentam valores crescentes. Isto porque cada
elétron deve deixar um íon que é mais altamente positivamente carregado que o íon deixado
pelo elétron anterior. Uma vez que as forças atrativas aumentam após a perda de cada
elétron, a energia de ionização também aumenta. Logo, devemos esperar que: 1ª E.I. <
2ª E.I. < 3ª E.I < .... Os valores tabelados abaixo, em kca/mol, evidenciam esta tendência:
Fonte:https://1.bp.blogspot.com/-MC6A-
MR_oF4/YMf14UMthMI/AAAAAAAAETo/LKBjZmOpqRAEWX50cgenGY13ffhco2_pACLcBGAsYHQ/s16000/i
ndagacao-cefet-40.jpg (Acesso em 21 Jan. 2022).
79
Conforme já discutido anteriormente, as sucessivas energias de ionização de um
dado átomo apresentam valores crescentes. Deste modo, consegue-se explicar
satisfatoriamente o motivo pelo qual os valores de energia correspondentes aos cinco
primeiros elétrons, que estão na camada mais externa do átomo de nitrogênio, apresentam
valores crescentes. No entanto, uma análise mais detalhada do gráfico mostra que existe
um grande incremento na energia de ionização correspondente à retirada do sexto elétron e
isso não pode ser explicado somente com base no aumento da carga nuclear que atua sobre
o elétron.
O sexto elétron a ser removido está na camada K, que está completa e mais próxima
do núcleo que a camada L (onde estavam situados os cinco elétrons periféricos do átomo
de nitrogênio). O sexto elétron a ser removido, estando bem mais próximo ao núcleo, é
atraído mais eficazmente, necessitando de uma quantidade de energia bem maior para sua
remoção. Do sexto para o sétimo elétron não existe um grande incremento no valor da
energia de ionização uma vez que o sexto e o sétimo elétron pertencem a uma mesma
camada (camada K).
Portanto, conclui-se que elétrons de uma mesma camada apresentam valores de
energia de ionização crescentes, mas sem grandes variações de valores entre eles.
Quando existe um incremento mais significativo na energia de ionização, isso implica
na mudança para uma camada de energia mais interna.
Como uma última informação, é bom saber que a tendência de crescimento da
energia de ionização apresenta algumas irregularidades. Duas irregularidades importantes
ocorrem entre:
1) Elementos Berílio e Boro – A primeira energia de ionização do elemento berílio é maior
que o boro. Observando-se o crescimento geral da energia de ionização num dado
período, deveríamos esperar exatamente o contrário. Esta irregularidade pode ser
explicada da seguinte maneira: no boro o elétron a ser removido está no orbital 2p,
enquanto no berílio está no orbital 2s. Os elétrons no orbital 2s estão em um subnível
mais estável e são mais fortemente atraídos pelo núcleo que os elétrons posicionados
no orbital 2p. Deste modo requer-se maior energia para remoção de um elétron do orbital
2s comparativamente ao orbital 2p. Logo, a primeira energia de ionização do berílio é
maior que primeira energia de ionização do boro.
2) Elementos Oxigênio e Nitrogênio – Seria esperado que a primeira energia de ionização
do elemento oxigênio fosse maior que o nitrogênio. Entretanto, experimentalmente
verifica-se o fato contrário. Como explicar este fato? A energia de ionização do átomo de
oxigênio é menor porque, neste caso, o elétron vem de um orbital 2p que já possui um
outro elétron (está emparelhado). Estes dois elétrons, que ocupam o mesmo orbital, se
repelem e fazem com que seja mais fácil a remoção de um deles em relação aos elétrons
2p do nitrogênio, que estão todos desemparelhados.
80
Os elementos B, Be, N e O pertencem ao segundo período da tabela periódica.
Irregularidades semelhantes podem ser encontradas também no 3,4,5 e 6 períodos.
Como já sabemos, um átomo pode receber um elétron. Quando isso ocorre com o
átomo no estado gasoso, chamamos de afinidade eletrônica. A partícula resultante é um íon
negativo e o processo pode ser escrito:
X0(g) + e - → X -(g)
Cl-(g)
Ou seja:
81
Perceba que ocorre liberação de energia sempre que o ânion for mais estável
(apresenta um menor conteúdo de energia) que o átomo neutro. Portanto pode-se
concluir que, quanto mais estável for o ânion, maior será a energia libertada. Ou seja,
quanto maior a afinidade eletrônica, maior a capacidade do átomo para receber elétron
Na Tabela Periódica, observa-se que quanto menor o raio atômico, maior a
capacidade do átomo de receber elétrons e, portanto, maior sua afinidade eletrônica.
É importante salientar que a afinidade eletrônica é uma energia difícil de ser
determinada experimentalmente e valores precisos não são conhecidos para todos os
elementos. Para muitos elementos, são conhecidos apenas valores teóricos que foram
calculados pela Mecânica Quântica (estudos teóricos das partículas em níveis atômicos).
Para os gases nobres, muito estáveis conforme discutido anteriormente, a situação é
particularmente complexa pois nem mesmo valores teóricos são conhecidos. Por isso,
costuma-se excluir os gases nobres da análise de crescimento da afinidade eletrônica.
2.3.4 Eletronegatividade
82
Figura 24 – Tendência de crescimento da energia de ionização e da eletronegatividade na Tabela Periódica.
Observe as tendências gerais na figura acima e note a posição dos elementos não
metálicos em relação a elas. Você notou que os elementos não metálicos ficam nas posições
de maiores eletronegatividades e energias de ionização? Isso será muito importante para
entendermos as ligações químicas!
Note, também, que os gases nobres não foram colocados na Figura 24. Isso se deve
à grande estabilidade da configuração eletrônica desses elementos e a dificuldade de se
fazer a medição ou previsão de algumas propriedades deles, como já vimos. Como já estão
estáveis, terão grande dificuldade de receber ou perder elétrons, o que dificulta bastante de
se combinarem com outros elementos.
A eletronegatividade corresponde à tendência de um átomo em atrair elétrons numa
ligação. Esta propriedade deve ser entendida como uma consequência da energia de
ionização e da afinidade eletrônica:
UM ÁTOMO COM:
83
2.3.5 Eletropositividade
2.4 Exercícios
84
Questão 2. (EFEI SP/2005) Com relação a um mesmo grupo de elementos (ou família) da
Tabela Periódica, pode-se afirmar que átomos com maior raio atômico estão localizados:
a) No topo (extremidade superior) de seu grupo.
b) No final (extremidade inferior) de seu grupo.
c) No meio de seu grupo.
d) É impossível predizer o raio atômico de um elemento a partir de sua posição no grupo.
85
a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.
Questão 6. (UFC CE/1997) A energia de ionização do Lítio é maior do que a do Sódio devido
ao:
a) Sódio ter o peso atômico menor que o Lítio;
b) volume atômico do Lítio ser menor que o do Sódio;
c) Lítio ter o calor de fusão menor que o Sódio;
d) elétron do Lítio a ser removido se encontrar num orbital do tipo 3p;
e) Lítio ter o calor especifico maior que o Sódio.
86
4a energia de ionização ...........2767
com base nesses dados, espera-se que um átomo desse metal, ao perder elétrons, adquira
configuração mais estável quando perde:
a) 2 elétrons
b) 3 elétrons
c) 4 elétrons
d) 5 elétrons
e) 6 elétrons
Questão 8. O sódio não é, ordinariamente, observado com carga +2, por causa de:
a) sua alta primeira energia de ionização e baixa segunda energia de ionização;
b) sua baixa primeira energia de ionização e muito elevada segunda energia de
ionização;
c) seu elevado raio iônico, que impede a perda de 2 elétrons;
d) sua alta eletronegatividade;
e) seu caráter metálico pronunciado.
Questão 9.
Os átomos A, B, C, D e E pertencem a um mesmo período da tabela periódica e apresenta
as seguintes configurações eletrônicas:
A. 1s22s22p63s1
B. 1s22s22p63s23p1
C. 1s22s22p63s23p4
D. 1s22s22p63s23p5
E. 1s22s22p63s23p6
Baseada nas quais deve-se esperar:
a) o raio atômico e o primeiro potencial de ionização crescem de A a E;
b) nada se pode afirmar;
c) ambos decrescem de A a E;
d) o raio atômico decresce e o primeiro potencial de ionização cresce de A a E;
87
e) o raio atômico cresce e o primeiro potencial de ionização decresce de A a E.
Questão 10. (UFV MG/1992) Considere um elemento com a seguinte distribuição eletrônica:
K L M N
2 8 8 2
Questão 11. (UEPB/1999) Até 1913 a tabela periódica era construída, levando-se em
consideração a ordem crescente das massas atômicas. Hoje, tem-se uma tabela periódica
fundamentada na ordem crescente dos números atômicos, o que gera a periodicidade das
propriedades dos elementos. As figuras abaixo representam tabelas periódicas e as setas
indicam o sentido da variação de algumas propriedades periódicas. Assinale a alternativa
que corresponde a estas propriedades.
88
d) Raio atômico, ponto de fusão, massa específica e eletronegatividade.
e) Massa específica, caráter metálico, eletronegatividade e potencial de ionização.
Questão 13. (ITA SP/2004) Qual das opções abaixo apresenta a comparação ERRADA
relativa aos raios de átomos e de íons?
a) raio do Na+ < raio do Na.
b) raio do Na+ < raio do F-.
c) raio do Mg2+ < raio do O2-.
d) raio do F- < raio do O2-.
e) raio do F- < raio do Mg2+.
Questão 14. (UFMG/2005) Este gráfico apresenta as quatro primeiras energias de ionização
de átomos de um metal pertencente ao terceiro período da tabela periódica:
16000
energia/(kJ/mol)
12000
8000
4000
0
1ª 2ª 3ª 4ª
Ionizações
89
Com base nessas informações, é INCORRETO afirmar que os átomos desse metal
apresentam
a) raio atômico maior que o de qualquer dos não-metais do mesmo período.
b) afinidade eletrônica menor que a de qualquer dos não-metais do mesmo período.
c) 2 e 8 elétrons nos dois primeiros níveis de energia.
d) 4 elétrons no último nível de energia.
90
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
91
Capítulo 3 – Ligações químicas
Objetivos
Estudar as ligações químicas.
entre os átomos.
92
Ora, nenhum outro átomo dos elementos conhecidos apresenta “última camada
completa” e, por isso, nenhum outro átomo dos elementos conhecidos apresenta
estabilidade no estado isolado. Esse raciocínio levou Kossel e Lewis (1916) à criação da
chamada Teoria dos Octetos. Esta teoria afirma que:
A maioria dos átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta oito elétrons
na sua camada mais externa (camada de valência), à semelhança dos gases nobres.
Esta teoria é chamada de octeto porque, como podemos perceber, com exceção do
hélio (camada K, que só comporta dois elétrons), todos os outros gases nobres completam
suas últimas camadas com oito elétrons.
93
Ficou confuso? Vamos dar um exemplo: o sódio (Na) possui 1 elétron na 3 a camada
(sua última camada) e 8 na 2 a camada (penúltima). O gás nobre da camada anterior é o
neônio, que possui 8 elétrons na 2a camada. Logo, o sódio tenderá a perder o único elétron
que possui na 3a camada, ficando com 8 elétrons na 2a camada, como o neônio. Assim como
ocorre com os não metais, existem diversas exceções à esta tendência, mas ela será muito
útil para a previsão de diversas espécies. Por exemplo, no caso dos elementos metálicos
dos blocos 13 a 16, diversos possuem a penúltima camada com 18 elétrons ao invés de 8
mas, independentemente disto, eles também tendem a perder os elétrons da última camada
pois a configuração com 18 elétrons também irá garantir a estabilidade do octeto.
Não faz diferença em qual dos quatro lados do cloro o ponto isolado está colocado.
Porém, os pontos da estrutura de Lewis devem ser agrupados para se saber se os
elétrons estão ou não emparelhados. Para o átomo de alumínio (Z=13), temos:
94
Aqui os elétrons de valência são vistos como um par (os dois elétrons 3s) e um isolado
(o 3p).
95
3.3.1 Ligação iônica
A ligação iônica é, como o nome sugere, uma ligação entre íons. Para que os íons se
atraiam, eles devem ter cargas opostas. Você se lembra que, no estado neutro, o átomo
possui a mesma quantidade de prótons (partículas positivas que ficam no núcleo) e elétrons
(partículas negativas)? O íon de carga positiva é formado quando o átomo neutro perde
elétrons e é chamado de cátion. Veja o exemplo abaixo:
96
Fonte: produzido pelos autores.
97
Fonte: produzido pelos autores.
98
Fonte: produzido pelos autores.
O composto iônico formado terá a fórmula MgCl2, pois temos 2 átomos de cloro para
cada átomo de magnésio.
No sólido iônico, os íons não possuem ligações específicas com determinado íon de
carga oposta (ligações não são direcionadas), todos interagem uns com os outros pois a
ligação iônica se trata de uma interação entre cargas, como já foi falado. Observe na Figura
26 que cada íon se encontra rodeado de íons de carga oposta, não estando ligado
especificamente a nenhum, o que difere da ligação covalente.
99
Figura 26 – Retículo cristalino do cloreto de sódio.
ESTRUTURA FÓRMULA
DE LEWIS UNITÁRIA
Na2O
CaCl2
CaO
100
Al2O3
A ligação iônica, de modo geral, ocorre quando um dos elementos da ligação tende
a perder elétrons e o outro tende a ganhar elétrons. Quais os elementos tendem a perder
elétrons? Via de regra, aqueles que possuem 1, 2 e 3 elétrons na última camada.
Lembrando a Tabela Periódica, são aqueles situados à esquerda, isto é, os chamados
metais.
Os elementos que tendem a ganhar elétrons possuem 5, 6 e 7 elétrons na última
camada e neste caso corresponderiam aos ametais. Logo, o principal caso de ocorrência
de ligação iônica é entre metal e ametal.
Outro caso importante de ocorrência de ligação iônica é quando temos a combinação
entre hidrogênio e um metal, formando os chamados hidretos metálicos.
101
A fórmula de um composto iônico, resultante da combinação de dois elementos, pode
ser obtida utilizando as eletrovalências dos elementos combinantes. Para este propósito, é
necessário sabermos que toda fórmula de composto iônico é neutra, isto é, a carga total
positiva e a total negativa são sempre iguais. Tomando-se a fórmula geral para um
composto iônico como sendo do tipo
[C+n]x [A-m]y
x.n =y.m
Exemplos:
1)
102
Observe nos exemplos anteriores que o cátion deve ser escrito do lado esquerdo da
fórmula do composto iônico. Outro ponto importante é que alguns metais podem apresentar
várias cargas, ou seja, formam vários cátions, como, por exemplo, o ferro (Fe +2, Fe+3)
b) Todos são sólidos em condições ambientes (25 C, 1 atm). As fortes atrações
eletrostáticas entre os íons da rede cristalina mantêm estes altamente organizados.
c) Os sólidos iônicos, tipicamente, possuem pontos de fusão e ebulição altos. A fusão
envolve a destruição do retículo cristalino e a separação dos íons. Isto ocorre quando as
vibrações dos íons no sólido iônico se tornam tão violentas que as forças que atuam
entre estas partículas não são mais tão fortes para mantê-los unidos. O ponto de fusão
nos compostos iônicos é caracteristicamente alto devido às fortes atrações eletrostáticas
entre os íons de rede cristalina. O NaCl, por exemplo, possui um ponto de fusão de 800
C e ponto de ebulição igual a 1413 C.
103
livre de íons e/ou elétrons. Os íons dos compostos iônicos não possuem mobilidade livre
no estado sólido, o que inviabiliza a condução elétrica.
e) Os sólidos iônicos são duros, o que ocorre devido à alta força de atração entre as cargas
opostas. Quando o cristal se forma, os íons se arrumam para maximizar as atrações e
minimizar as repulsões.
f) Os sólidos iônicos são quebradiços. Quando atingidos por uma pancada, os planos de
íons, ao deslizarem um sobre os outros, passam de uma condição de atração mútua
para uma repulsão mútua devido à alocação de cargas opostas vizinhas. Como
consequência, o cristal se fragmenta (Figura 27).
g) Com relação à solubilidade dos compostos iônicos, podemos dizer que, de um modo
bastante geral, são solúveis em solvente polares (como a água) e insolúveis em
solventes apolares (como o benzeno). O motivo dessa diferença será apresentado no
tópico abaixo.
104
Mídia digital: Acesse o link para visualizar o processo
de "Dissolução do NaCl em água". A molécula de água
está representada por 1 bola vermelha (oxigênio) e 2
bolas brancas menores (hidrogênio).
105
Os elementos metálicos costumam apresentar baixas eletronegatividades e baixas
energias de ionização, o que nos indica que eles possuem baixa capacidade de atrair
elétrons. Como explicar a união de átomos com estas características, se nenhum deles
tende a ganhar elétrons?
É algo semelhante à rede cristalina dos sais, mas com todas as posições ocupadas
pelos cátions. Os elétrons, por serem muito pequenos, se alocam nas posições vagas
geradas pelo “empilhamento” dos cátions, atuando na minimização das forças de repulsão
pela formação de forças atrativas entre os cátions e os elétrons. Da mesma forma que ocorre
com os compostos iônicos, a força que mantém a ligação metálica é a interação eletrostática
(entre cargas opostas), uma força muito intensa.
No sódio metálico, por exemplo, pode-se considerar que cada Na+ da rede cristalina
perde um elétron formando uma nuvem eletrônica que se espalha por todo o retículo. Estes
elétrons não estão ligados a qualquer átomo ou mesmo a um par, mas estão deslocalizados
sobre o cristal. Por isto são chamados elétrons livres. Muitas vezes, também são tratados
como um gás de elétrons. Num metal típico, o sódio é um bom exemplo, existe uma atração
mútua entre o gás de elétrons e os íons. Tal atração estabiliza a estrutura e ao mesmo tempo
lhe permite sofrer distorção sem se esfarelar. Assim, o sódio e alguns outros metais são
106
moles e facilmente deformáveis. Alguns metais, entretanto, são duros. Os pontos de fusão
dos metais variam consideravelmente, mas de um modo geral são bastante elevados.
Os elétrons deslocalizados de um metal dão origem à condutividade elétrica e
térmica. Os elétrons podem ser adicionados ao gás eletrônico numa extremidade de um
pedaço de metal e simultaneamente, retirados de outra. A passagem de elétrons de uma
extremidade a outra constitui a condução elétrica. Os metais também são bons condutores
de calor. O aquecimento de uma peça metálica numa extremidade aumenta a energia
cinética média tanto dos íons, que vibram mais violentamente, como dos elétrons, que se
movimentam mais rapidamente por todo o metal. A liberdade que os elétrons têm de
transferir energia rapidamente de uma extremidade a outra do metal é responsável pela alta
condutividade térmica. Finalmente, o aspecto característico do metal, seu brilho, também é
originado por elétrons livres. Os elétrons não ligados na superfície do metal absorvem e
reirradiam a luz, que incide na superfície. Isto ocorre de tal maneira que uma superfície
metálica lisa reflete a luz em todos os ângulos, dando aos metais seu brilho típico.
Essa ligação não tem representação eletrônica, e sua representação estrutural
depende do conhecimento dos diferentes tipos de retículo cristalino. Na formulação química
usual, os metais são representados através de seus símbolos, não havendo referência à
atomicidade, que é indeterminada (não há, portanto, o índice).
O modelo “Mar de elétrons” é um bom modelo para explicar a ligação metálica e suas
propriedades. Porém, não explica as propriedades de isolantes e de semicondutores. Isto já
é esperado, considerando que nos isolantes e semicondutores, os elétrons não estão livres.
Eles estão presos nas ligações covalentes entre os átomos, tornando-os maus condutores
de condutividade elétrica. Por isso, outro modelo foi criado. Esse modelo se baseia no
modelo atômico atual e é conhecido como “Teoria das bandas eletrônicas”.
De acordo com o modelo atômico atual, os orbitais atômicos são ocupados por
elétrons. Em um material metálico, o número de orbitais atômicos que interagem é muito
grande, o que origina um número elevado de orbitais responsáveis pela ligação metálica,
chamados de orbitais moleculares, que se estendem por um monocristal metálico inteiro. O
número de orbitais moleculares aumenta e seus espaçamentos de energia diminuem à
medida que o número de átomos que interagem aumenta. Nos metais, essas interações
formam uma banda aproximadamente contínua de orbitais moleculares deslocalizados por
toda a rede metálica, à direita na Figura 30. Essa banda possui regiões de baixa energia
(cores verde e amarelo) e alta energia (cores laranja e vermelho), sendo que a maioria dos
orbitais moleculares está concentrada no centro (faixa branca).
107
Figura 30 – Bandas eletrônicas para explicar a ligação metálica.
Fonte: https://maestrovirtuale.com/wp-content/uploads/2019/10/BANDAS-DE-CONDUCCI%C3%93N.jpg
(Acesso em 26 Jan. 2022).
108
Figura 31 – Bandas de valência (em laranja), bandas de condução (em verde) e bandas proibidas (em branco)
nos condutores, semicondutores e isolantes.
109
Vamos analisar a ligação covalente entre dois átomos de cloro (família 17). Cada
átomo de cloro neutro possui 7 elétrons na última camada (se você não se lembra como se
descobre a quantidade de elétrons da última camada, volte e releia os tópicos sobre Tabela
Periódica). Para facilitar a visualização e o entendimento das ligações, é comum se utilizar
as representações de Lewis, que mostra os elétrons da última camada (apenas) como
pontos ao redor do átomo. Então, para o cloro, a representação de Lewis é:
Seguindo a tendência apresentada pelos não metais, cada átomo de Cloro irá
necessitar de 1 elétron para adquirir a configuração do gás nobre da mesma camada (8
elétrons na camada). Cada ligação covalente feita geralmente aumenta em 1 a quantidade
de elétrons dos átomos devido à incorporação do elétron do outro átomo que participa da
ligação. Observe a sequência a seguir:
110
No caso anterior, a fórmula seria Cl2. O número "2" subscrito (na parte inferior)
apresentado após o símbolo do elemento indica a quantidade de átomos daquele elemento
na substância. Vamos para outro exemplo: a molécula P2O5. O "2" subscrito após o símbolo
do Fósforo (P) indica que temos 2 átomos de Fósforo por molécula de P 2O5. O número "5"
subscrito após o símbolo do oxigênio (O) indica que temos 5 átomos do elemento oxigênio
em cada molécula de P2O5.
Podemos utilizar a tendência de se adquirir a configuração eletrônica de um gás nobre
para prever as fórmulas de moléculas. Por exemplo, vamos prever a fórmula da molécula
formada pela combinação dos elementos enxofre (S) e hidrogênio (H). O enxofre possui 6
elétrons na última camada e precisa de mais 2 para adquirir a configuração do gás nobre
argônio (Ar). Assim, ele irá precisar de 2 ligações covalentes pois ele irá contabilizar 1 elétron
a mais para cada elétron compartilhado proveniente do hidrogênio. O hidrogênio possui 1
elétron e precisa de mais 1 para adquirir a configuração eletrônica do hélio (possui apenas
2 elétrons). Por isso, ele precisa de apenas 1 ligação covalente. Como o hidrogênio só
necessita de fazer 1 ligação covalente e o enxofre necessita de 2, precisaremos de 2 átomos
de hidrogênio para um átomo de enxofre. A estrutura da molécula será a mostrada abaixo:
Note que cada traço representa dois elétrons compartilhados entre os dois átomos
que participam da ligação. Portanto, eles contribuem para a distribuição eletrônica dos dois
átomos. Assim, o enxofre possui 4 elétrons não ligantes (que não participam de nenhuma
ligação covalente), que são representados pelos 4 pontos sobre ao redor do símbolo do
enxofre (S), e 2 elétrons em cada ligação covalente, totalizando 8 elétrons. Os átomos de
hidrogênio não apresentam elétrons não ligantes, apenas os das ligações (2 elétrons para
cada hidrogênio).
Perceberam que os hidrogênios não ficaram em uma linha horizontal (H-S-H)? Não
se preocupe, veremos o motivo disto no próximotópico.
Vamos observar mais um exemplo? Vamos montar a estrutura da molécula
H2CO. Uma dica: sempre coloque no centro da estrutura o átomo que precisa de fazer
maior número de ligações. O carbono precisa de 4 elétrons (portanto, 4 ligações
covalentes), o hidrogênio 1 (portanto, 1 ligação) e o oxigênio 2 (portanto, 2 ligações). Logo,
o carbono será nosso átomo central. Outra dica: deixe os hidrogênios por último em
moléculas com mais de 4 átomos: eles serão utilizados para preencher as ligações
dos átomos que estão incompletos. Agora vamos começar o rascunho de nossa estrutura
de Lewis. Como a molécula não possui muitos átomos, podemos começar tentando colocar
todos os átomos ao redor do carbono:
111
Vamos fazer 1 ligação com cada átomo ao redor do carbono:
Note que temos uma ligação dupla (dois pares de elétrons compartilhados) entre o
carbono e o oxigênio. Já entre o carbono e o hidrogênio temos ligações simples (apenas 1
112
ligação covalente). Pode existir casos de ligações triplas (três ligações covalentes), como é
o caso da molécula N2.
As ligações covalentes são direcionais, o que significa que cada ligação acontece
apenas entre os 2 átomos participantes. Então, na molécula do formol (CH 2O, estrutura
mostrada anteriormente) cada hidrogênio estará unido com o carbono por uma ligação
exclusiva carbono-hidrogênio. No caso do carbono, ele faz 4 ligações: duas exclusivas com
o oxigênio e uma com cada hidrogênio. Cada uma dessas ligações é específica entre o
carbono e o outro átomo que participa. Então, a ligação dupla C=O está ligando o oxigênio
especificamente ao carbono e cada ligação C-H liga o carbono a apenas um dos hidrogênios.
Elas não se estendem para além dos átomos que compartilham os elétrons. Veremos que
esta é uma diferença em relação às ligações iônicas e metálicas, que não são direcionais.
Nelas, as espécies se unem a diversas outras, sem preferência/diferença entre elas.
Valência
Como o hidrogênio só faz uma ligação covalente, pois precisa de apenas 1 elétron, a
valência nos indica, então, a quantidade de ligações que um átomo pode fazer. Só tome
113
cuidado, pois boa parte dos elementos pode apresentar mais de uma valência. Por exemplo,
o fósforo (P) pode apresentar valência 3, como é o caso dos compostos PCl 3 e PH3, ou 5,
como é o caso do PH5. O Cloro pode apresentar valências 1, 3, 5 e 7, dependendo do
composto em que ele se encontra.
Repulsão
Atração
+ +
Repulsão
114
Figura 33 – Energia em uma ligação covalente.
115
1) A energia EL para o H2 vale 104 kcal/mol e corresponde à energia que deveríamos
fornecer para separar completamente os átomos de um mol de moléculas de H2. Por
isso, EL denomina-se energia de ligação.
2) A distância dL denomina-se distância de ligação ou comprimento de ligação, e, para
a molécula de H2, vale 0,74 Å.
3) Este tipo de diagrama pode ser utilizado para qualquer tipo de ligação.
4) Não se esqueça: átomos, quando ligados, são mais estáveis do que eles isolados
porque a substância apresenta energia menor (como evidenciado pelo gráfico
anterior).
OL = 3
Sabe-se que quanto maior a ordem de ligação, mais forte é a ligação e menor seu
comprimento.
Ressonância
116
Ressonância ocorre quando um composto pode ser representado por duas ou mais
estruturas de Lewis. Nessas estruturas, o arranjo conhecido dos átomos não é descrito
unicamente por uma única estrutura, mas sim um híbrido de ressonância. Veja como
exemplo, a molécula O3 (ozônio).
Fonte:
https://d1hj4to4g9ba46.cloudfront.net/questions/1306100_1298351_ans_66f8948e42274e0992898cb5defb4b
9b.PNG (Acesso em 26 Jan. 2022).
A partir das estruturas de Lewis, prevemos que ele deve ter duas ligações C-O de um
comprimento maior e uma ligação C=O de um comprimento menor. Porém,
117
experimentalmente, observamos que todas as ligações têm o mesmo comprimento.
Explicamos isso assumindo que o íon CO22- é um híbrido composto ou de ressonância com
três contribuintes equivalentes.
Em alguns casos, algumas estruturas contribuem mais para o híbrido de ressonância.
Quanto mais estável uma estrutura de ressonância (quando analisada isoladamente),
maior é a contribuição para o híbrido. Sabe-que:
• Quanto mais ligações covalentes uma estrutura tem, mais estável ela é;
• As estruturas nas quais todos os átomos têm um nível de valência completo são
especialmente estáveis;
• A separação de cargas diminui a estabilidade;
• Uma carga negativa não situada sobre o átomo mais eletronegativo da molécula;
• Uma carga positiva não situada sobre o átomo mais eletropositivo da molécula.
118
Carga formal
A carga formal (CF) indica uma tendência para o acúmulo de carga elétrica. São usadas
para a discussão da viabilidade das estruturas de Lewis e pode ser calculadas através da
fórmula:
CF = EV – (1/2 EL + ENL)
Onde: EV = elétrons de valência
EL = elétrons ligantes
ENL = elétrons não ligantes
Veja a proposta de estrutura de Lewis do íon SO 42- a seguir como exemplo. Ela não é
eletrostraticamente estável, pois desobedece a regras c.
119
Sendo assim, as estruturas de ressonância mais adequadas para o íon SO 42- estão
representadas na figura a seguir:
Fonte: https://media.cheggcdn.com/media/323/323c0dc8-d6c7-414d-86be-ec3c00063223/php2r6dwB
(Acesso em 26 Jan. 2022).
Observe na figura acima que o enxofre não obedece a regra do octeto. Como
dissemos antes, existem muitos casos em que isto acontece. Nesse íon, o enxofre (S) fica
com 10 elétrons, ou seja, sofre expansão do octeto.
Vamos estudar agora algumas dessas exceções?
120
Na maioria das moléculas, o número de elétrons é par e ocorre um emparelhamento
completo de elétrons. Porém, em alguns casos, como no NO e NO2, temos um número ímpar
de elétrons.
O NO tem 5+6=11 elétrons de valência. Portanto, o completo emparelhamento de
elétrons é impossível. As duas estruturas mais importantes para essa molécula são
mostradas abaixo. Note que o átomo que possui o elétron livre está deficiente em elétrons.
É mais comumente encontrada com compostos de berílio (Be) e boro (B). Por
exemplo, na molécula abaixo o berílio realiza duas ligações covalentes com o hidrogênio,
mas ele fica com apenas 4 elétrons na camada de valência. É um caso raro de molécula que
pode ser encontrada com apenas 4 elétrons na camada de valência. Note que o berílio não
teria elétrons provenientes dele para realizar mais ligações covalentes, o que explica a baixa
quantidade de elétrons na última camada eletrônica do berílio na molécula BeH2.
121
Fonte: https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/acido-sulfurico.jpg (Acesso em 21 Jan. 2022).
Alotropia
Fonte: modificado de
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i
mages/2014/10/oxigenio-e-ozonio.jpg (Acesso
em 26 Jan. 2022)
122
Variedades alotrópicas do enxofre: rômbico e Variedades alotrópicas do do carbono: grafite e
monoclínico. diamante.
Fonte: Fonte:
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i
mages/2014/10/enxofre-rombico-e- mages/2014/10/grafite-e-diamante.jpg (Acesso
monoclinico.jpg (Acesso em 26 Jan. 2022). em 26 Jan. 2022).
Fonte:
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/ima
ges/2014/10/fosforo-branco-e-vermelho.jpg
(Acesso em 26 Jan. 2022).
123
Mídia digital: Acesse o link para assistir minha
videoaula sobre ligações covalentes.
Existem substâncias cujos átomos estão unidos por ligações covalentes que possuem
número exato de átomos participantes. Este é o caso do formol (CH2O), do gás cloro (Cl2) e
do gás nitrogênio (N2), citados anteriormente neste texto. As moléculas do formol sempre
terão 1 átomo de carbono, 2 de hidrogênio e 1 oxigênio. As do gás cloro sempre serão
formadas por 2 átomos de cloro. Essas substâncias são classificadas como substâncias
moleculares e formam moléculas individuais com quantidades definidas de átomos.
Entretanto, há substâncias cujos átomos também são unidos por ligações covalentes,
mas que formam redes enormes de átomos, sem quantidade definida. Nessas substâncias,
não existem moléculas independentes, mas um grande de número de átomos unidos em
redes. Como exemplo, temos o diamante e a grafita. A Figura 34 mostra um pedaço da
estrutura do diamante. Nela, cada átomo de carbono está ligado a outros 4 átomos de
carbono, que se unem, cada um, a mais 4 átomos de carbono e por aí vai.
Fonte:
https://lh4.googleusercontent.com/t9xlh7k8VBapWW5Ag5F6sPfU3t_jILGZg1_vYpXwSU4J63IpgzL9b8HBTX
OElSR-VDwj0PROlcKOolaynYiWQAxqAz8btJkr3too2SxXT52N3aICkSE6VNYVc6mWIHOSLbZi6GYA
(Acesso em 21 Jan. 2022).
124
Nós dissemos que iríamos explicar o motivo da estrutura do H2S (ácido sulfídrico),
mostrada abaixo, possuir um ângulo entre os hidrogênios, correto? Então vamos lá!
Vimos que as ligações covalentes são formadas por elétrons compartilhados entre os
dois átomos participantes dela. Também aprendemos que em alguns átomos sobram
elétrons não ligantes, que são exclusivos de um átomo e não participam de nenhuma
ligação. Observaram que o enxofre da molécula do ácido sulfídrico possui 2 pares de
elétrons não ligantes? Cada par está circulado na figura a seguir.
125
Figura 35 – Nomes de formas de moléculas simples e seus angulos de ligação.
Em geral, um domínio de elétron consiste em um par não ligante, uma ligação simples
ou uma ligação múltipla. Uma vez que os domínios de elétrons são carregados
negativamente, eles se repelem. Consequentemente, a melhor disposição entre eles é a que
minimiza a repulsão (Tabela 7). Sendo assim, a molécula de H2S possui um arranjo
tetraédrico.
126
Tabela 7 – Arranjos em função do número de domínios de elétrons.
127
Outra molécula com arranjo tetraédrico é a molécula de NH3. A molécula de amônia
(NH3) possui 8 elétrons, 4 domínios de elétrons, sendo 3 pares de elétrons ligantes e 1 não
ligante. As repulsões entre os elétrons são minimizados quando estão em vértices de um
tetraedro, sendo que um deles é ocupado por um elétron não ligante. Como a forma espacial
molécular descreve a distribuição dos átomos, não a distribuição do domínio de elétrons, a
estrutura molecular do NH3 é piramidal trigonal (Figura 36). Observe que o arranjo
tetraédrico nos leva a geometria molecular.
O par isolado exerce uma força eletrostática significativa que causa uma angulação
dos H ligados ao N, o que configura essa geometria, essa é a configuração mais estável da
molécula de amônia. Os ângulos diminuem conforme os pares de elétrons aumentam
(Figura 37).
128
• Dispor os domínios de elétrons em torno do átomo central para minimizar repulsão.
• Contar o número total de domínios de elétrons. Tenha em mente, ligações múltiplas
(ligações duplas e triplas) contam como um domínio de elétrons. Em outras palavras, uma
ligação dupla é um domínio, não dois.
• Usar o arranjo das ligações químicas entre os átomos de determinar a geometria
molecular (Tabela 8).
129
Fonte: Fonte: Brown, 2017.
130
Observem que o arranjo de uma molécula não diferencia ligação química de par de
elétrons livres. Isso significa que uma molécula que faz quatro ligações químicas possui o
mesmo arranjo de uma molécula que faz duas ligações químicas. Vamos ver alguns
exemplos?
Fórmula Geometria
AX4 Tetraédrica
AX4E Gangorra
AX3E2 Forma T
AX6 Octaédrica
131
Mídia digital: Acesse o link para a simulação do site
Phet Colorado (produzido pela Universidade do
Colorado-Estados Unidos), nos ajuda muito a visualizar
as diferentes geometrias por todos os ângulos. Não
deixe de "brincar" com as moléculas. Sugiro que você
clique em "Molécula real" e escolha diferentes moléculas
na caixa de texto que aparece. É muito legal!!
132
Polaridade das ligações covalentes
Ligação covalente polar - Este tipo de ligação ocorre entre átomos com eletronegatividades
diferentes, como no HCl. O par eletrônico está mais deslocado no sentido do átomo mais
eletronegativo.
Representando o par de elétrons da ligação covalente por uma nuvem eletrônica ,
temos:
H Cl
Fonte: produzido pelos autores.
O polo negativo (-) é uma carga negativa residual (carga parcial negativa) menor
que a carga de um elétron e, situa-se sempre no átomo mais eletronegativo, enquanto o polo
positivo (+) é uma carga positiva residual (carga parcial positiva), que normalmente se
apresenta nos átomos menos eletronegativos.
+ -
Ligação covalente apolar – Ocorre entre átomos de mesmo elemento. Neste caso, não há
diferença de eletronegatividade e o par eletrônico encontra-se equitativamente distribuído
entre os átomos ligantes.
H–H
A polaridade de uma ligação é medida por uma grandeza vetorial conhecida pelo
nome de momento de dipolo ou momento dipolar (). O momento dipolar é expresso em
133
unidades debye (D) e é o produto da grandeza da carga, em unidades eletrostáticas, pela
distância que separa essas cargas, em angstron.
= exd
onde:
e = carga eletrostática
d = distância entre as cargas.
O vetor momento de dipolo aponta do elemento menos eletronegativo para o
elemento mais eletronegativo. Tomando-se, por exemplo, uma molécula de HCl temos:
Exemplos:
134
Fonte: produzido pelos autores.
Nos dois casos apresentados acima, o vetor resultante é diferente de zero e, com
isso, as moléculas são polares.
Exemplos:
4 pares, 2 grupos
iguais
molécula polar
3 pares, 3 grupos
iguais
molécula apolar
135
4 pares, 3 grupos
iguais
molécula polar
4 pares, 4 grupos
iguais
molécula apolar
4 pares, 3 grupos
iguais
molécula polar
136
Tabela 8. Tipos de fórmulas.
H–H H2
O=O O2
NN N2
H–O–H H2O
H–C N HCN
137
da ligação de valência, os orbitais compartilham uma região do espaço ou superpõem-se.
Essa superposição de orbitais permite que elétrons de spins contrários compartilhem um
uma mesma região no espaço, denominada orbital molecular, formando uma ligação
covalente.
Nesse sentido, podemos conceituar orbital molecular, formado pela interpenetração
de orbitais atômicos, como a região mais provável para localizarmos o par eletrônico da
ligação covalente.
O par de elétrons que associamos com uma ligação covalente é partilhado entre os
dois átomos nesta região de superposição e a força da ligação covalente, medida como
quantidade de energia necessária para quebrá-la, é propocional à extensão da superposição
de orbitais. Como uma consequência, os átomos numa molécula tendem a se posicionar de
forma a maximizar a superposição orbital.
Vejamos agora como esta teoria pode ser aplicada a alguns compostos.
Na Figura 38, podemos observar a aproximação dos orbitais na formação da ligação
covalente nas moléculas de H2, HCl e Cl2.
Figura 38 – Superposição dos orbitais na formação de ligações covalentes. (a) A ligação em H2 resulta da
superposição de dois orbitais 1s de dois átomos de H. (b) A ligação em HCl resulta da superposição de um
orbital 1s do átomo de H com um dos lóbulos de um orbital 3p de Cl. (c) A ligação em Cl 2 resulta da
superposição de dois orbitais 3p de dois átomos de Cl.
138
No exemplo acima, para a molécula de H2, o que se tem é uma ligação covalente
simples resultante da sobreposição de um orbital 1s de cada um dos átomos de hidrogênio.
Os átomos de H se aproximam acontecendo a sobreposição dos orbitais 1s. Cada elétron
começa a sentir a força atrativa de ambos os prótons dos núcleos. Essa ligação é conhecida
como ligação σ. Podemos dizer que a ligação sigma (s-s), pois foi feita através de dois
orbitais s. Lembrando que a geometria de uma molécula deve ser analisada apenas em
função das posições dos núcleos, qualquer molécula diatômica é linear. Logo, a molécula
de H2 apresenta geometria linear.
No caso da molécula de HCl, a interpenetração ocorre com os orbitais s e pz. Para a
molécula de Cl2, cada átomo de flúor participa com um orbital semipreenchido (pz). Uma vez
que essas moléculas são diatômicas, elas também apresentam geometria linear.
HIBRIDIZAÇÃO
Apesar da teoria da ligação de valência explicar a formação das ligações por pares
de elétrons, nem sempre ela explica as geometrias observadas para as moléculas po-
liatômicas. Surgiu, então, na década de 1930, a teoria dos orbitais híbridos, que pode ser
resumida nos seguintes enunciados:
a) Orbitais atômicos puros podem eventualmente se misturar, formando orbitais híbridos.
b) O número dos orbitais híbridos obtidos será o mesmo dos orbitais existentes antes de
serem misturados.
c) Orbitais híbridos são iguais entre si, mas totalmente diferentes dos orbitais puros de
origem, tanto na geometria (forma) como no conteúdo energético.
d) Orbitais híbridos, por repulsão, afastam-se ao máximo uns dos outros.
Vamos examinar os tipos mais comuns de hibridização?
Hibridização sp
Os orbitais híbridos sp são formados com um orbital s e um orbital p.
Consequentemente, restam dois orbitais p não-hibridizados. Vamos considerar a molécula
de BeF2 e analisar cada item abaixo:
139
a) A molécula de BeF2 apresenta a estrutura de Lewis:
c) Observe que não existem elétrons desemparelhados disponíveis para ligações (veja a
distribuição eletrônica). Porém, sabemos que dois elétrons de Be são compartilhados com
cada um dos elétrons desemparelhados do F (veja a estrutura de Lewis). Mas como isso
é possível, se vimos anteriormente que não existem elétrons desemparelhados?
d) Então devemos promover um elétron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos
dois elétrons desemparelhados e desta forma justificar as duas ligações:
e) Além disso, sabemos (teoria de RPENV) que o ângulo de ligação F-Be-F é de 180°
(geometria linear). Se admitirmos que os orbitais do Be na ligação Be-F estão distantes
de 180°, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos dois elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia.
f) Podemos solucionar o problema admitindo que o orbital 2s e um orbital 2p no Be
misturam-se para formar um orbital híbrido chamado de orbital híbrido sp, no qual os
lóbulos destes orbitais estão a 180º de distância entre si.
Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Orbital-2s-e-orbital-2p-Dois-orbitais-
h%C3%ADbridos-sp.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).
140
Fonte: produzido pelos autores.
Hibridização sp2
Os orbitais híbridos sp2 são formados a partir da hibridização de um orbital s e dois
orbitais p, resultando na formação de três orbitais híbridos sp2. Consequentemente resta um
orbital p não-hibridizado. Vamos considerar a molécula de BF3 e analisar cada ítem abaixo:
a) BF3 apresenta a estrutura de Lewis:
c) Observe que existe apenas um elétron desemparelhado disponível para ligações (veja a
distribuição eletrônica). Porém, sabemos que três elétrons de B são compartilhados com
cada um dos elétrons desemparelhados do F (veja a estrutura de Lewis). Mas como isso
é possível, se vimos anteriormente que não existem elétrons desemparelhados?
d) Então devemos promover um elétron do orbital 2s no B para o orbital 2p para obtermos
três elétrons desemparelhados e desta forma justificar as três ligações.
141
Fonte: produzido pelos autores.
e) Além disso, sabemos (teoria de RPENV) que o ângulo de ligação BF3 é de 120°
(geometria trigonal plana). Se admitirmos que os orbitais do B na ligação B-F estão
distantes de 120°, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos três elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário, ocorrer
hibridização:
Observe que dois dos orbitais 2p do B foram utilizados na hibridização e ainda existe
um orbital p não-hibridizados no B, sendo que os grandes lóbulos dos híbridos sp2
encontram-se em um plano trigonal:
Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Tr%C3%AAs-orbitais-h%C3%ADbridos-
sp2.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).
142
Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização sp2.
Vamos ver outro exemplo? As ligações na molécula do etileno (H2C=CH2) podem ser
explicadas através de uma hibridação do tipo sp 2, obtida pela combinação de um orbital s
com dois orbitais p, a partir do carbono em estado excitado, obtendo-se assim 3 orbitais
híbridos do tipo sp2. Espacialmente, os orbitais sp2 estão dirigidos do centro para os vértices
em um triângulo equilátero. Portanto, estão num mesmo plano. Além disso, um dos orbitais
p do carbono excitado não é hibridizado (orbital p puro) e dispõe-se de modo perpendicular
ao plano dos orbitais sp2.
Hibridização sp3
Os orbitais híbridos sp3 são formados a partir da hibridização de um orbital s com três
orbitais p. Vamos considerar a molécula de CH4 e analisar cada item abaixo:
a) C tem uma configuração eletrônica 1s22s22p2:
143
b) Observe que há somente dois elétrons desemparelhados disponíveis para fazer ligações.
Portanto, é necessário a promoção de um eletron do orbital 2s para o orbital 2p para
obtermos quatro elétrons desemparelhados e desta forma justificar as quatro ligações.
Entretanto, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos quatro elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia, considerando que os orbitais do
C na ligação C-H estão distantes de 109° (geometria tetraédrica). Portanto, o orbital 2s e
três orbitais 2p no C misturam-se para formar quatro orbitais híbridos chamados de sp3:
144
orbitais híbridos sp3, afastando-se ao máximo uns dos outros, adquirem orientação
tetraédrica.
Os quatro orbitais híbridos formados são equivalentes entre si e ligando-se a estes
quatro átomos de hidrogênio, obteríamos quatro ligações exatamente equivalentes entre si
(quatro ligações sigma do tipo s-sp3). Deste modo, a hibridação sp3 explica todos os fatos
experimentais para a molécula do metano.
Hibridização sp3d
145
b) P tem uma configuração eletrônica 1s22s22p63s23p3:
c) Como o P tem que fazer 5 ligações, então devemos promover um elétron do orbital 3s
para o orbital 3d para obtermos cinco elétrons desemparelhados e possibilitar as cinco
ligações:
d) Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos cinco elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário ocorrer
hibridização. Após a hibridização, há a formação de cinco orbitais híbridos:
Hibridização sp3d2
146
d é utilizado quando o átomo central tem que acomodar cinco ou mais pares de elétrons.
Geralmente, ocorre a expansão a regra do octeto.
Vamos considerar a molécula de SF6 como exemplo:
a) SF6 apresenta a estrutura de Lewis:
c) Se admitirmos que o S tem que fazer 6 ligações, então devemos promover um elétron do
orbital 3s para o orbital 3d e promover um elétron do orbital 3p para o orbital 3d para
obtermos seis elétrons desemparelhados e possibiltar as seis ligações:
d) Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos seis elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário ocorrer
hibridização. Após a hibridização, há a formação de seis orbitais híbridos:
147
Fonte: produzido pelos autores.
N° de orbitais N° de orbitais
Arranjo de elétrons Hibridização
atômicos híbridos
Linear 2 sp 2
Trigonal Plano 3 sp2 3
Tetraédrico 4 sp3 4
Bipiramidal trigonal 5 sp3d 5
Octaédrico 6 sp3d2 6
Fonte: produzido pelos autores.
TIPOS DE LIGAÇÕES
- A ligação sigma (s+s): Vimos que a molécula de H2, uma ligação sigma (s-s), pois foi feita
através de dois orbitais s.
148
Fonte: modificado de https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/orbitais-s-interpenetrando-2.jpg
(Acesso 27 Jan. 2022).
Lembrando que a geometria de uma molécula deve ser analisada apenas em função
das posições dos núcleos, qualquer molécula diatômica é linear. Logo, a molécula de H 2
apresenta geometria linear.
- A ligação sigma (p+p): Uma molécula que apresenta esse tipo de orbital molecular é o F2.
O arranjo dos átomos na molécula de F2 é linear. Cada átomo de flúor participa com um
orbital semipreenchido (pz). A forma mais simples de demonstrar a interpenetração dos
orbitais dos dois orbitais p pode ser visualizada abaixo:
149
Ligação Pi ()
Observe que temos na molécula acetileno (HCCH), uma ligação tripla, ou seja, uma
ligação covalente feita através de três pares eletrônicos. Cada átomo de carbono participa
com três orbitais semipreenchidos: px, py e pz.
Sendo a molécula linear, sua hibridização é sp, ou seja, temos a combinação de um
orbital s e um orbital p, o que resulta na formação de dois orbitais híbridos sp. Espacialmente,
os dois orbitais híbridos sp estão dispostos linearmente. Além disso, dois orbitais p não
sofrem hibridização (orbitais p puros) e são utilizados na formação de ligações .
Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Liga%C3%A7%C3%B5es-
M%C3%BAltiplas.jpg (Acesso 27 Jan. 2022).
150
Os carbonos que apresentam este tipo de hibridação possuem uma tripla ligação ou
duas duplas.
Assim como a TLV, A teoria dos orbitais moleculares (TOM) foi criada para explicar
a formação das ligações covalentes. Um dos primeiros avanços da TOM, em relação a TLV,
foi a sua capacidade de mostrar que a molécula de O2 é paramagnética (possui dois elétrons
desemparelhados).
151
Figura 39 –Diagrama de níveis de energia para (a) molécula de H2 e (b) molécula hipotética de He2.
152
Figura 40 – Diagrama de níveis de energia para a molécula de O 2.
153
Figura 41 – Orbitais HOMO e LUMO para a molécula do H2.
A TOM é uma das teorias que mais obteve sucesso na explicação das ligações
químicas, sendo ela que provou que a molécula de oxigênio é paramagnética.
Outro aspecto importante nesta teoria reside na definição de ordem de ligação, que
leva em conta o preenchimento do orbital σs*, que possuindo caráter antiligante impede a
formação da molécula, em função de possuir energia maior do que σs ligante, anulando a
força de atração entre os átomos. É definida pela equação abaixo:
Ordem de Ligação= (elétrons ligantes – elétrons antiligantes) / 2
Observe a Figura 39: para H2, temos OL = (2-0)/2 = 1, ou seja, 1 ligação simples.
Para O2 (Figura 40), temos (8-4)/2=2, ou seja, 1 ligação dupla.
3.4 Exercícios
154
Observe que os metais alcalinos formam íons 1+, os alcalino-terrosos 2+, os halogênios 1- e
os calcogênios 2-.
Questão 2. (UFRRJ/2006) Através do modelo atômico de Bohr, é possível explicar a cor dos
fogos de artifício. Quando a pólvora explode, a energia excita os elétrons dos átomos
presentes a níveis de energia mais altos, e estes, quando retornam aos níveis de menor
energia, liberam luz colorida. Para fogos de cor verde, utiliza-se um sal de bário (Ba), já para
os de cor amarela, um sal de sódio (Na).
a) Com base na configuração eletrônica desses elementos no estado fundamental,
explique suas respectivas localizações na tabela periódica.
b) Que tipo de ligação esses elementos estabelecem com os halogênios, e qual a
estrutura eletrônica do composto resultante da ligação entre o sódio (Na) e bromo (Br)?
155
Questão 4. (UFJF MG - ADAPTADA) Considere os compostos SO3 (ponto de fusão = 17°C)
e NaNO3 (ponto de fusão = 308°C).
a) Escreva a fórmula de Lewis do composto SO3. Com os dados de pontos de fusão
fornecidos acima, classifique os compostos SO3 e NaNO3 como substância molecular ou
iônica.
b) Utilizando a posição dos átomos de oxigênio, nitrogênio e sódio na tabela periódica,
identifique o caráter de cada ligação enumerada na estrutura do composto NaNO3 como
iônico ou covalente. Explique como você identificou a(s) ligação(ões) iônica(s) na estrutura.
Questão 5. (UFMG/2001) O carbono tem uma química muito mais extensa que a dos demais
elementos da tabela periódica, exceto o hidrogênio.
a) Comparado aos outros elementos do segundo período da tabela periódica, o carbono
é aquele cujos átomos têm a capacidade de fazer o maior número de ligações simples.
INDIQUE quantas ligações covalentes simples com átomos de hidrogênio podem ser
formadas, em moléculas neutras, por um átomo de cada um destes quatro elementos:
carbono, nitrogênio, oxigênio e flúor.
b) JUSTIFIQUE a sua resposta ao item 1 desta questão, no caso dos átomos de carbono
e nitrogênio, em termos da configuração eletrônica de valência desses átomos.
c) Há numerosíssimos polímeros orgânicos com estruturas que apresentam ligações C–
C em cadeia. Por outro lado, o silício, o vizinho mais próximo do carbono, na mesma coluna
da tabela periódica, não forma polímeros importantes baseados numa estrutura com
ligações Si–Si. De fato, as siliconas são polímeros baseados na repetição de ligações Si–O.
156
Neste quadro, comparam-se os valores das energias de ligação simples envolvendo átomos
de silício e oxigênio.
Ligação Energia
Si – Si 226kj/mol
Si – O 466 kj/mol
Usando as informações desse quadro, EXPLIQUE a razão de os polímeros do silício
apresentarem cadeias de ligações simples Si–O , e não Si–Si .
157
Questão 8. (UNESP SP/2014) Três substâncias puras, X, Y e Z, tiveram suas
condutividades elétricas testadas, tanto no estado sólido como no estado líquido, e os dados
obtidos encontram-se resumidos na tabela.
a) Y e Z, apenas.
b) X, Y e Z.
c) X e Y, apenas.
d) Y, apenas.
e) X, apenas.
Questão 10. (UEG GO/2013 - ADAPTADA) Uma das teorias sobre a origem da vida supõe
que a atmosfera primitiva seria composta por metano (CH 4), amônia (NH3), hidrogênio e
vapor de água. Considere essas moléculas mencionadas e desenhe as estrutura de Lewis.
Questão 11. (UEG GO/2010 - ADAPTADA) Considere os íons abaixo e responda ao que se
pede.
158
CO3− ; NH+4 ; SCN −
Questão 12. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para os íons CO32- e SO42-. Em todos os
casos, a ressonância deve ser evocada. Se adequado, proponha expansão de octeto.
Questão 13. Determine as cargas formais de todos os átomos presentes nas seguintes
espécies: H2O, CO2, NH4+, H2SO4 e NO3-.
Questão 14. (UEG GO/2013 - ADAPTADA) Uma das teorias sobre a origem da vida supõe
que a atmosfera primitiva seria composta por metano (CH 4), amônia (NH3), hidrogênio e
vapor de água. Considere essas moléculas mencionadas e
a) desenhe as estrutura de Lewis.
b) atribua o arranjo geométrico e a geometria molecular.
Questão 16. (FCM PB/2017) A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos
em uma molécula e influencia muitas de suas propriedades físicas e químicas, como pontos
de fusão e de ebulição, densidade e tipos de reação em que a molécula participa. Uma das
abordagens que explica a geometria molecular de diversas espécies é a Teoria da Repulsão
dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência (RPECV) que procura elucidar as geometrias
moleculares em termos da repulsão eletrostática entre os pares de elétrons em torno do
átomo central. Com base na Teoria RPECV, análise as espécies: SO2, NH4+, BeCl2, BF3 e
SF6, e assinale a alternativa correta:
a) A geometria do SO2 é linear e o átomo de enxofre apresenta um par de elétrons não
ligante.
b) A molécula de BF3 possui geometria piramidal e ângulos de ligação de 120º.
159
c) O NH4+ apresenta ao redor do átomo central, três pares de elétrons ligantes e um par
de elétrons não ligante.
d) O BeCl2 apresenta geometria angular e o átomo central possui quatro elétrons na
camada de valência.
e) O SF6 apresenta uma geometria octaédrica, onde o átomo central apresenta apenas
pares de elétrons ligantes.
160
Questão 19. (UDESC SC/2016) O consumo cada vez maior de combustíveis fósseis tem
levado a um aumento considerável da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o
que acarreta diversos problemas, dentre eles o efeito estufa.
Com relação à molécula de dióxido de carbono, é correto afirmar que:
a) é apolar e apresenta ligações covalentes apolares.
b) é polar e apresenta ligações covalentes polares.
c) os dois átomos de oxigênio estão ligados entre si por meio de uma ligação covalente
apolar.
d) é apolar e apresenta ligações covalentes polares.
e) apresenta quatro ligações covalentes apolares.
Questão 20. (PUC MG/2015) As ligações covalentes são formadas por meio do
compartilhamento de elétrons entre os átomos envolvidos na ligação. Essas ligações
químicas podem ser classificadas em dois tipos: ligações covalentes polares e ligações
covalentes apolares. Além disso, as moléculas também podem ser classificadas como
polares e apolares.
Assinale a opção que apresenta SOMENTE moléculas apolares.
a) N2, O2 e CCl4
b) CHCl3, N2, NH3
c) CH4, CCl4, H2O
d) BF3, NH3, CO2
Questão 21. Sugira hibridações compatíveis com as geometrias das seguintes espécies:
a) NO21-
b) POCl3
c) CO32-
d) PCl6-1
e) BeCl2
161
polaridade das moléculas está relacionada também a sua geometria, assinale a opção que
contém, respectivamente, a polaridade das moléculas: CH2Cl2, BF3, H2S e BeCl2.
a) todas são polares;
b) polar, apolar, polar e apolar;
c) todas são apolares;
d) apolar, polar, apolar e polar;
e) apolar, polar, apolar e apolar.
Questão 23. (UFTM MG/2013) Os gases amônia, dióxido de carbono e trióxido de enxofre
são insumos importantes na indústria química. Em relação à polaridade de suas moléculas,
é correto afirmar que NH3, CO2 e SO3 são, respectivamente,
a) polar, polar e apolar.
b) polar, apolar e polar.
c) polar, apolar e apolar.
d) apolar, polar e apolar.
e) apolar, apolar e polar.
Questão 24. (Mackenzie SP/2015) Os gases do efeito estufa envolvem a Terra e fazem par
te da atmosfera. Estes gases absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela
superfície terrestre, impedindo que a radiação escape para o espaço e aquecendo a
superfície da Terra. Atualmente são seis os gases considerados como causadores do efeito
estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonetos
(CFCs), hidrofluorcarbonetos (HFCs), e hexafluoreto de enxofre (SF6). Segundo o Painel
Intergovernamental de mudanças do Clima, o CO2 é o principal “culpado” pelo aquecimento
global, sendo o gás mais emitido (aproximadamente 77%) pelas atividades humanas. No
Brasil, cerca de 75% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pelo
desmatamento, sendo o principal alvo a ser mitigado pelas políticas públicas. No mundo, as
emissões de CO2 provenientes do desmatamento equivalem a 17% do total. O hexafluoreto
de enxofre (SF6) é o gás com maior poder de aquecimento global, sendo 23.900 vezes mais
ativo no efeito estufa do que o CO2. Em conjunto, os gases fluoretados são responsáveis
por 1,1% das emissões totais de gases do efeito estufa.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/gases_do_efeito_estufa
A respeito dos gases citados no texto, de acordo com a teoria da repulsão dos pares
eletrônicos da camada de valência (VSEPR), é correto afirmar que as moléculas
a) do metano e do gás carbônico apresentam geometria tetraédrica.
b) do óxido nitroso e do gás carbônico apresentam geometria angular.
162
c) do hexafluoreto de enxofre apresentam geometria linear.
d) do metano apresentam geometria tetraédrica e as do gás carbônico são lineares.
e) do óxido nitroso têm geometria angular e as do metano são lineares.
Questão 26. (UFC CE/2008) Uma característica dos halogênios é a formação de compostos
com elementos do mesmo grupo, por exemplo, o ClF3 e o ClF5. A geometria molecular e a
hibridação do átomo central nessas duas espécies são respectivamente:
a) trigonal plana, bipirâmide trigonal, sp2 e sp3d.
b) em forma de T, bipirâmide trigonal, sp3d e sp3d.
c) pirâmide trigonal, bipirâmide trigonal, sp3 e sp3d.
d) em forma de T, pirâmide de base quadrada, sp3d e sp3d2.
e) pirâmide trigonal, pirâmide de base quadrada, sp3 e sp3d2.
Questão 27. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para o íon CℓO 41-, sendo que a
ressonância deve ser demonstrada. Se adequado, proponha extensão de octeto.
163
Questão 28. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para o íon PO43-, sendo que a ressonância
deve ser demonstrada. Se adequado, proponha extensão de octeto.
Questão 29. Sabendo que os elétrons em uma molécula devem estar distribuídos de forma
que as cargas nos átomos fiquem o mais próximo possível de zero, faça o que se pede:
a) esboce a melhor estrutura de Lewis para o íon sulfito, SO32-, com base nas cargas
formais.
b) em solução aquosa o íon sulfito interage com os íons H+. O H+ se liga ao átomo de S ou
ao átomo de O no SO32-? JUSTIFIQUE.
Questão 30. O etano (C2H6), o etileno (C2H4) e o acetileno (C2H2) apresentam ligações
carbono-carbono. Coloque os três com-postos em ordem decrescente de energia de
ligação carbono-carbono. JUSTIFIQUE sua resposta.
(H2O)2 ⎯⎯
Luz
⎯→ H3O+ + e
−
+ OH
−
Represente a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica para o íon e calcule a carga formal de
todos os atomos.
164
ATIVIDADE EXPERIMENTAL V: Medindo a solubilidade
Objetivos
Materiais e métodos
• Balança • Papéis de filtro
• Termômetro • Espátulas
• Vidros de relógio • Água
• Béqueres de 250 mL • Sal de cozinha
• Erlenmeyers • Sulfato de cobre
• Bastões de vidro • Provetas de 100 mL
• Filtros • Placas de Petri
Procedimento Experimental
165
Resultados
166
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VI: Propriedades das substâncias iônicas e
moleculares
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
167
b) Usando a montagem mostrada na figura, teste a condutividade elétrica das
substâncias relacionadas, pelo contato dos eletrodos com as mesmas. Lave os eletrodos
com água destilada antes de usá-los novamente.
168
Resultados
A- Água destilada
H- Ciclohexano ou Hexano
Observação: Anote suas observações na tabela abaixo, atribuindo (0) para o não condutor,
(1) para baixa e média condutividade e (2) para alta condutividade. O brilho do bulbo da
lâmpada indicará a taxa de condutividade.
Observações
Água
Ciclohexano ou hexano
169
Parte III – Solubilidade do iodo no sistema H2O/ Ciclohexano (ou hexano)
Observações:
170
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
171
Capítulo 4 – Interações intermoleculares
Objetivos
Estudar as ligações entre moléculas.
4.1 Por que algumas substâncias são sólidas, outras são líquidas e outras
gasosas?
Quais são os fatores que colaboram para essas características? Quais são as
diferenças entre essas substâncias?
Primeiramente temos que entender quais são as forças que atraem uma molécula ou
espécie em outra.
Os compostos iônicos, à temperatura ambiente, são sólidos devido ao fato de
existirem forças de atração muito intensas entre os cátions e os ânions, nos aglomerados
iônicos, também chamada retículo cristalino. A grande intensidade dessas interações faz
com que a energia envolvida para que ocorra uma mudança de estado físico seja grande,
isto é, os compostos iônicos apresentam elevados pontos de fusão e ponto de ebulição.
Em sua maioria, os metais são sólidos à temperatura ambiente devido aos cátions,
consideradas esferas rígidas, se acomodarem de forma a adotar um retículo cristalino com
172
mínima perda de espaço. A força de coesão entre os átomos é mantida pelo mar de elétrons,
ou seja, metais com mais elétrons de valência possuem ligações não direcionais mais
intensas, aumentando o ponto de fusão e ebulição.
Vimos que, nos sólidos covalentes, os átomos estão unidos por ligações covalentes
em uma rede tridimensional ou camadas de redes bidimensionais. Devido à força das
ligações covalentes, os sólidos de rede covalentes têm altos pontos de fusão.
No entanto, os compostos moleculares se encontram, à temperatura ambiente, nos
três estados físicos, o que nos leva a crer que existe uma diferença na intensidade das
interações entre suas moléculas.
Existem forças de atração entre as moléculas, tanto em substâncias formadas por
moléculas polares como por moléculas apolares, mas elas não são nem ligações covalentes,
nem ligações iônicas, nem metálicas (ligações primárias).
• Nos líquidos moleculares, aumenta o grau de liberdade das moléculas devido a uma
diminuição na intensidade das forças intermoleculares.
O que, então, mantém uma molécula próxima a outra, já que não existe uma ligação
primária entre as duas? São as interações ou forças intermoleculares.
Existem 3 tipos de forças atrativas entre moléculas neutras: dipolo-dipolo, dispersão de
London e ligação de hidrogênio. Outro tipo de força atrativa é a íon-dipolo, importante em
soluções. Todas essas forças são também chamadas de Van der Waals, em homenagem
ao físico holandês Johannes Diderik van der Waals (1837-1923).
As forças de Van der Waals são forças de atração que atuam entre moléculas, átomos
ou íons. Estas forças não ultrapassam, geralmente, a ordem de 2 kcal/mol e podem ser
entendidas considerando as atrações como sendo de natureza elétrica.
173
4.1.1 Tipos de forças intermoleculares
Forças íon-dipolo
Essa força existe entre um íon (cátion ou ânion) e a carga parcial em um certo lado da
molécula polar. Isso pode ser observado, por exemplo, com a molécula de água, caso haja
íons em solução. A carga parcial negativa do átomo O da água é atraída pelo cátion e as
cargas parciais positivas dos átomos H são repelidas. Assim, as moléculas de água se
aglomeram ao redor do cátion, com os átomos de oxigênio apontados para o interior e os
átomos de hidrogênio apontando para o exterior (Figura 42, a).O contrário acontece para o
caso de ânions rodeados pelas moléculas de água. Os átomos de oxigênio da água se
voltam para o exterior, pois são repelidos pelo ânion, enquanto que os átomos de hidrogênio
se voltam para o interior (Figura 42, b).
Figura 42 – Orientação preferencial de moléculares polares em direção aos íons: a) o lado negativo da molécula
polar está direcionado ao cátion; b) o lado positivo, em direção a um ânion.
Ligações de Hidrogênio
174
− + − +
:Z H ...... :Z H ......
175
+ – + – + –
H Cl H Cl H Cl
176
Fonte: produzido pelos autores.
Para que ocorra uma mudança de estado físico nos compostos moleculares, é preciso
fornecer ao sistema uma quantidade de energia proporcional à intensidade das forças
moleculares. Assim: quanto maior a intensidade das forças intermoleculares, maior
será a energia necessária para provocar mudança de estado físico e maiores serão os
pontos de fusão e ebulição dos compostos moleculares.
177
1) Tipo de força intermolecular: quanto mais intensa as atrações, maiores os pontos de
fusão e ebulição.
2) Tamanho das moléculas: quanto maior o tamanho de uma molécula, maior será a
sua superfície de contato com outras moléculas, o que aumenta o número de interações
entre elas, aumentando o ponto de fusão e ebulição.
Para comparar os pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) de diferentes substâncias,
devemos considerar dois fatores:
• Entre os demais (HCl, HBr, HI), todos com interação dipolo-dipolo, vale o critério do
tamanho das moléculas → HCl < HBr < HI (Tabela 15).
HF 19,5
HCl -85,0
HBr -66,8
Hi -35,1
178
4.1.3 Forças intermoleculares e solubilidade
179
Tabela 16. Propriedades gerais de substâncias.
Fonte: https://www.alfaconnection.pro.br/fisica/eletricidade/corrente-e-resistencia-eletrica/corrente-eletrica/
(acesso em 23 jan 2022).
180
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sodium-chloride-3D-ionic.png (Acesso em 21 Jan. 2022).
181
Tabela 17. Propriedades dos diferentes tipos de sólidos.
Entidades
químicas nos Moléculas ou Íons positivos e
Átomos íons positivos
sítios da rede Átomos negativos
cristalina
Forças de
Atração
Forças que dispersão de Atração Ligações eletrostática entre
mantêm o sólido London, dipolo- eletrostática entre
Covalentes íons + e um “mar”
coeso dipolo, ligação de íons + e -
de elétrons
hidrogênio
Duros,
quebradiços, altos
pontos de fusão e
ebulição, maus Duros a moles, de
Macios, Muito duros,
condutores em baixos a altos
geralmente com pontos de fusão
Propriedades estado sólido mas pontos de fusão,
baixos pontos de altos, maus
importantes condutores grande brilho,
fusão, maus condutores
quando bons condutores
condutores (Exceto grafite)
dissolvidos em de eletricidade.
água (solução
aquosa) ou
quando fundidos
SiC (carborundo)
NaCl(sal)
C (diamante)
CO2 (gelo-seco),
CaCO3 (calcário,
H2O(gelo), WC (carbeto de
Alguns exemplos giz) Na, Fe, Cu, Hg
C12H22O11(açúcar) tungstênio)
, I2, naftaleno MgSO4 (sal de
SiO2 (areia)
Epsom)
C(grafite)
Fonte: produzido pelos autores.
182
Mídia digital: Acesse o link para assistir minha
videoaula sobre ligações entre moléculas.
4.3 Exercícios
183
b) explique por que os pontos de ebulição dos hidretos formados a partir dos elementos
do grupo 14 são menores do que os pontos de ebulição dos hidretos formados a partir dos
elementos do grupo 16.
Questão 5. (ENEM/2011) A pele humana, quando está bem hidratada, adquire boa
elasticidade e aspecto macio e suave. Em contrapartida, quando está ressecada, perde sua
elasticidade e se apresenta opaca e áspera. Para evitar o ressecamento da pele é
necessário, sempre que possível, utilizar hidratantes umectantes, feitos geralmente à base
de glicerina e polietilenoglicol:
HO OH OH
H2C CH CH2
glicerina
184
a) ligações iônicas.
b) forças de London.
c) ligações covalentes.
d) forças dipolo-dipolo.
e) ligações de hidrogênio.
Questão 6. O DNA apresenta uma estrutura primária semelhante à do RNA, com algumas
modificações. Por exemplo, no RNA as bases nitrogenadas são a adenina, a guanina, a
citosina e a uracila; no DNA, tem-se a ocorrência da timina em vez da uracila. Além disso, o
DNA possui uma estrutura secundária em forma de dupla hélice de cordões de ácido
nucleico. Nessa estrutura, conforme figura I, abaixo, cada porção das moléculas de adenina
(A) e de guanina (G) de um cordão liga-se, por meio de ligações de hidrogênio, à porção de
uma molécula de timina (T) e de citosina (C), respectivamente, do outro cordão. Na figura II,
são apresentadas as moléculas de adenina e de timina.
Questão 7. (ESCS DF/2015) Considerando que as ligações de hidrogênio são indicadas por
linhas tracejadas, assinale a opção que melhor representa a ocorrência dessas ligações
entre as porções de moléculas de adenina e timina no DNA.
185
a)
b)
c)
d)
Questão 10. Quais das seguintes moléculas provavelmente formam ligações hidrogênio:
186
a) H2S
b) CH4
c) H2SO3
d) PH3
Questão 11. (UFU MG/2007) As substâncias SO2, NH3, HCl e Br2 apresentam as seguintes
interações intermoleculares, respectivamente:
a) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, dipolo-dipolo e dipolo induzido-dipolo induzido.
b) dipolo instantâneo-dipolo induzido, dipolodipolo, ligação de hidrogênio, dipolodipolo.
c) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, ligação de hidrogênio e dipolo-dipolo
d) forças de London, dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio e dipolo induzido-dipolo
induzido.
Questão 12. (Fac. Anhembi Morumbi SP/2014) A figura representa os tipos de interações
que sustentam a estrutura tridimensional formada pelo dobramento das cadeias
polipeptídicas que constituem uma enzima.
187
a) forças de van der Waals, atração eletrostática, ligação covalente e ligação de
hidrogênio.
b) ligação de hidrogênio, ligação covalente, forças de van der Waals e atração
eletrostática.
c) atração eletrostática, ligação covalente, forças de van der Waals e ligação de
hidrogênio.
d) atração eletrostática, forças de van der Waals, ligação covalente e ligação de
hidrogênio.
e) ligação de hidrogênio, forças de van der Waals, ligação covalente e atração
eletrostática.
Questão 14. (UFMG-1998) Considere cada uma das seguintes substâncias, todas no estado
sólido: cloreto de sódio, diamante, iodo e sódio.
1. CITE o sólido que não conduz corrente elétrica, mas se torna bom condutor quando
fundido. JUSTIFIQUE o fato de que a substância ser condutora no estado líquido.
2. CITE o sólido cujo cristal é mantido coeso, principalmente por interações de van der
Waals. JUSTIFIQUE usa resposta.
(H2O)2 → H3O+ + e- + OH
a) Represente a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica) para o íon e indique sua geometria.
b) Quais são as forças (interações) que atuam na molécula de (H2O)2, que justificam sua
existência?
188
Questão 16. (UFRJ) A volatilização de uma substância está relacionada com o seu ponto
de ebulição, que por sua vez é influenciada pelas interações intermoleculares. O gráfico
abaixo mostra os pontos de ebulição de compostos binários do hidrogênio com elementos
do subgrupo 6A, na pressão de 1 atm.
189
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VII: Verificando a polaridade e as interações
intermoleculares
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
190
d) Pingue o detergente no leite com o corante com o auxílio de um conta-gotas e anote
suas observações.
e) Faça o mesmo procedimento acima, porém troque o leite por água e anote suas
observações.
Resultados
Observações:
Observações:
191
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
192
Capítulo 5 – Radioatividade
Objetivos
Estudar os principais tipos de emissões radioativas.
193
Figura 43 – Esquema do experimento de Rutherford.
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-
mi_db2tTFiU/VLHaqqK3cdI/AAAAAAAAAC0/JfivSUSKSgo/s1600/Alf%2Cbeta%2Cgama.gif (Acesso em 27
Jan. 2022).
Como tanto os raios alfa quanto os raios beta sofriam a ação de um campo magnético,
Rutherford concluiu que eles eram constituídos por partículas, chamadas alfa e beta,
respectivamente, e que elas apresentavam massa. Comparando o desvio sofrido pelas
partículas, concluiu, também, que as partículas alfa possuíam massa muito maior.
Posteriormente, descobriu que essas partículas alfa eram constituídas por 2 prótons e 2
nêutrons.
Em 1900, Becquerel comparou os desvios sofridos em um campo eletromagnético
pelas partículas beta com aqueles sofridos pelos elétrons, descobertos em 1897 por
Thomson. Dessa comparação, concluiu que as partículas beta e os elétrons eram iguais, ou
seja, que os raios beta eram constituídos por elétrons. Até então, os elétrons eram
associados à corrente elétrica. A partir deste momento, eles também passaram a serem
associados aos átomos.
Nesse mesmo ano, o físico francês P.U. Villard, repetindo as experiências de
Rutherford, percebeu a existência de outros raios que não eram afetados pelo campo
eletromagnético. Esses raios não apresentavam nem carga nem massa, sendo constituídos
apenas por ondas eletromagnéticas, e foram denominados raios gama (). A radiação gama
apresentava algumas semelhanças com os raios X, mas eram mais penetrantes e possuíam
comprimento de onda menor (mais energia).
194
Rutherford ainda percebeu, em seus estudos, que as radiações apresentavam
diferentes penetrações (Figura 44).
Fonte: https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/"
https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/ (Acesso em 27 Jan. 2022).
As partículas alfa () não conseguem sequer atravessar uma folha de papel; logo,
elas apresentam o menor poder de penetração. Já as partículas beta () atravessam o
papel, mas não conseguem atravessar uma folha de chumbo com mais de 8 mm. O poder
de penetração da radiação gama () é o maior dentre as três.
Massa Poder de
Radiação Símbolo Constituição Carga Velocidade
(u) penetração
1/10 da
Alfa 4
+2 Núcleo de He +2 4 velocidade da Baixo
luz
9/10 da
Médio
Beta 0
−1 Elétron -1 0 velocidade da
(moderado)
luz
195
Onda Velocidade da
Gama 0
0 0 0 Elevado
eletromagnética luz
Fonte: produzida pelos autores.
LEI DE SODDY
Quando um átomo de um elemento emite uma partícula alfa (), origina um novo
elemento que apresenta número de massa (A) com 4 unidades a menos e número atômico
(Z) com 2 unidades a menos.
Genericamente temos:
A− 4
A
Z X → 4
2 + Z − 2Y
Observe:
Exemplos:
238
92 U → 4
2 + 234
90Th
227
89 Ac → 4
2 + 223
87 Fr
Quando um átomo de um elemento emite uma partícula (), ele origina um novo
elemento de mesmo número de massa (A), mas seu número atômico apresenta uma
unidade a mais.
Genericamente temos:
196
A
Z X → 0
−1 + A
Z +1Y
Observe:
Exemplos:
231
90Th → 0
−1 + 231
91Pa
228
88 Ra → 0
−1 + 228
89 Ac
Na natureza, existem três longas séries de desintegração. Essas têm início no 238U,
235U e 232Th e, depois de sucessivas emissões ou com formação de intermediários
197
Figura 45 – Decaimento do Urânio.
Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-pqxgQ28ct_A/Xd3EciW9pwI/AAAAAAACZJM/JDr4m-
8Q6n09u0F8zXNqXKfJx8Sxcsd0gCLcBGAsYHQ/s1600/fuvest_questao_07.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).
198
Figura 46 – Curva exponencial de decaimento radioativo.
Observe:
t=0 → N = No átomos
N0 N
t = 1P → N = átomos ( 1o )
2 2
N0 N
t = 2P → N = átomos ( 2o )
4 2
N0 N
t = 3P → N = átomos ( 3o )
8 2
..............................................................................
No
t = xP → N = ( ) átomos
2x
No
N= ( ) átomos
2x
199
Logo:
t
x=
P
t = tempo considerado.
P = período de semidesintegração (meia-vida)
Valendo também:
mo
• m= ( )
2x
onde m é a massa
Ao
• A= ( )
2x
200
• Meia-vida (P): 2310 anos.
Para determinar o tempo, basta realizar os seguintes passos:
1º Passo: Calcular o número de meias-vidas que foram necessárias para a redução de 25%
com a fórmula abaixo.
𝑃𝑜 100 100
𝑃= 25 = 2𝑥 = 2x = 4 x=2
2𝑋 2𝑋 25
4 Be + 2
9 4
→ 12
6C + 1
0n
201
Em 1940, McMillam e Abelson produzem o netúnio (Z = 93) pelo bombardeamento
do U238 com um feixe de dêuterons (núcleos de deutério) de alta energia.
12Mg
24 + 24 → 0n
1 + 14Si27 (isótopo radioativo artificial)
14Si
27 → 13Al
27 + +10 (raio beta positivo ou pósitron).
A radioatividade artificial foi descoberta em 1932 pelo casal Frederic Jolliot Curie e
Irene Curie (filha dos descobridores do polônio e do rádio).
É a radioatividade artificial, hoje, um campo em grande desenvolvimento. Para se ter
uma ideia, conhecemos atualmente um total de 1500 isótopos, dos quais 1200 são artificiais.
A reação produz, além de Ba e Kr, dois nêutrons, que capazes de realizar a fissão de
dois outros núcleos de urânio, e assim por diante: uma reação em cadeia que libera uma
assustadora energia (Figura 47).
202
Figura 47 – Exemplo de fissão nuclear do Urânio.
Em 1942, o próprio Enrico Fermi dá o passo inicial para uma importante aplicação da
fissão nuclear, construindo o primeiro reator atômico. A partir daí, uma grande variedade de
reatores aparece com o intuito de fornecer aplicação pacífica dessa enorme energia do
núcleo do átomo.
411H → 24He + 2 0
+1 e + Energia
203
5.10 Aplicações da radioatividade
As aplicações da radioatividade são incontáveis, sendo que muitas delas ainda estão
em desenvolvimento e novas provavelmente serão encontradas.
Para que se tenha uma pálida ideia dessas aplicações:
5.11 Exercícios
204
Considerando-se tempo = 0 o instante em que a rocha apresentou 100% do isótopo
radioativo, se o gráfico for aplicado para uma rocha contendo ortoclásio e outra contendo
apatita, os respectivos valores da escala do gráfico no ponto marcado como III no eixo x
serão, em bilhões de anos, as idades de aproximadamente
a) 6,5 e 3,5.
b) 3,9 e 2,1.
c) 1,3 e 0,7.
d) 2,6 e 1,4.
e) 5,2 e 2,8.
205
Questão 3. (FPS PE/2017) O tálio-201, na forma de cloreto de tálio, é um radioisótopo usado
em medicina nuclear para diagnosticar doenças coronárias e para a detecção de tumores.
Sabendo que o tempo de meia-vida deste isótopo é, aproximadamente 3 dias, qual fração
da concentração inicial de tálio permanece após 21 dias?
a) 1/8
b) 1/16
c) 1/32
d) 1/64
e) 1/128
206
e) Todas são corretas.
a) 80200 anos.
b) 57300 anos.
c) 74500 anos.
d) 51600 anos
e) 63000 anos.
a) 53I
127 + 24 → 51Sb
123 e 25%
b) 53I
127 → 51Sb
123 + 24 e 3,125%
c) 53I
127 → 51Sb
123 + 24 e 12,5%
d) 51Sb
123 + 24 → 53I
127 e 3,125%
e) 51Sb
123 → 53I
127 + 24 e 12,5%
207
Uma das maneiras de produzir o 241Am em reatores nucleares consiste em duas
transformações radioativas a partir de um determinado nuclídeo: a incorporação de uma
partícula com a emissão de um nêutron e, posteriormente, a emissão de uma partícula
.
Questão 9. (FUVEST SP/2001) Para determinar o volume de sangue de uma pessoa, injeta-
se em sua corrente sanguínea uma solução aquosa radioativa de citrato de gálio e, depois
de certo tempo, colhe-se uma amostra de sangue e mede-se sua atividade.
208
hora após a injeção, sendo que a amostra coletada apresentou 2,00 108 átomos de gálio-
67 por mililitro. A diminuição da concentração do radioisótopo deveu-se apenas ao seu
decaimento radioativo e à sua diluição no sangue.
Atividade relativa do gálio-67 em função do tempo
1,0
0,9
Atividade relativa
0,8
0,7
0,6
0,5
0,4
0 25 50 75 100
t/h
a) Use o gráfico acima para determinar de quanto caiu a atividade do gálio-67, após 25
horas.
b) Calcule o volume de sangue da pessoa examinada.
c) O gálio-67 emite radiação quando seu núcleo captura um elétron de sua eletrosfera.
Escreva a equação dessa reação nuclear e identifique o nuclídeo formado.
Questão 10. (UFRJ/1993) Um dos produtos liberados nas explosões nucleares e nos
acidentes em usinas nucleares que mais danos pode causar aos seres vivos é o isótopo do
estrôncio de número de massa igual a 90 (estrôncio-90). Ele é um isótopo radioativo que se
acumula nos ossos, por substituição do cálcio, e é emissor de partículas beta, com meia-
vida de 28 anos.
a) Se um indivíduo ao nascer absorver em seu organismo o estrôncio-90, com que idade
terá a ação radiotiva deste isótopo reduzida a 1/4?
b) Escreva a reação do decaimento radiativo do estrôncio-90, identificando o elemento
que dela se origina.
Questão 11. (UFRJ) O físico brasileiro César Lattes desenvolveu importante pesquisas com
emulsões nucleares contendo átomos de boro (5B10) bombardeados por nêutrons.
Quando um nêutron em grande velocidade, atinge o núcleo de um átomo de 5B10, e é por
ele absorvido, dá origem a dois átomos de um certo elemento químico e a um átomo de trítio
(1H3).
209
a) identifique esse elemento químico , indicando seu número atômico e seu número de
massa.
b) uma certa massa inicial do radioisótopo trítio reduz-se a 200g em 36 anos. A mesma
massa inicial leva 12 anos para se reduzir a 50g. Calcule o tempo de meia-vida do trítio.
Determine o número de partículas α e β emitidas na etapa III e identifique, por seus símbolos,
os átomos isóbaros presentes na sequência.
Questão 13. (UFRJ/1992) A pedra filosofal, sonho dos alquimistas, consistia em uma
fórmula secreta capaz de converter metais comuns em ouro. Um cientista moderno, mas
não menos sonhador, afirma que encontrou a fórmula secreta e a propôs na seguinte
versão:
Pb + He → Au + X
210
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
211
Capítulo 6 – Funções inorgânicas e suas reações
Objetivos
Estudar as funções inorgânicas e suas reações.
6.1.1 Nox
Exemplo:
H2 → Nox = 0 O3 → Nox = 0
O2 → Nox = 0 Fe → Nox = 0
Exemplo:
212
3) Quando a substância é composta:
Família 1A, Ag – +1
Al – +3
Geralmente +1
H Ligado a metal
-1
(Hidretos metálicos)
Geralmente
O
Nos peróxidos
Exemplos:
Fe S C O2
x -2 X -2
x -2 X -4
x-2=0 x-4=0
x=+2 x=+4
H2 S O4 K2 Cr2 O7
+1 x -2 +1 x -2
+2 x -8 + 2 2x - 14
+2+x-8=0 + 2 + 2x = 14 = 0
x=+6 x=+6
213
4) Quando é um íon poliatômico
Exemplos:
P O4 -3 S2 O3 -2 N H4 +
X -2 X -2 x +1
X -8 2x -6 x +4
x-8=-3 2x – 6 = - 2 x+4=+1
x=+5 x=+2 x=-3
São reações nas quais dois ou mais reagentes dão origem a um único produto.
Podem ser representadas pela equação geral:
a A + b B + ... → xX
214
Essa é a primeira etapa do processo. A seguir o SO2 obtido reage novamente com o
O2, porém em condições especiais. Essa é a 2a etapa do processo e nela forma-se o SO3:
A grande dificuldade desse processo está na 2a etapa, pois exige catalisadores, isto
é, substâncias que facilitam a reação sem serem consumidas. Esses catalisadores são o
NO2, no processo antigo, denominado processo das câmaras de chumbo e Pt ou V2O5 no
processo moderno, denominado processo de contato.
A reação de cal virgem com a água é outro exemplo importante de reação de síntese.
É a reação que fazem os pedreiros nas construções civis. A cal hidratada, também vendida
no comércio, é o produto da reação da cal virgem com a água.
Exemplos:
O magnésio, quando queima, produz uma chama branca muito intensa. Essa é a
reação que ocorre para a produção de um flash de intensa luz branca nos primórdios da
fotografia.
São reações nas quais um único reagente dá origem a dois ou mais produtos. São as
reações contrárias às de síntese. Podem ser representadas pela equação geral:
215
x X → a A + b B + ...
Essa reação é perigosa e pode ocorrer uma violenta explosão. Porém, ao se aquecer
de forma branda o KClO3 misturado com MnO2, não há perigo de explosão. Nesse caso, o
MnO2 funciona como catalisador da reação.
Foto indica luz e ise indica análise ou decomposição. Ou seja, fotólise é uma reação
de análise ou de decomposição provocada pela luz.
Certas substâncias, como os sais de prata, a água oxigenada e outras devem ser
guardadas em vidros escuros porque essas substâncias se decompõem na presença da luz.
O vidro escuro absorve a luz protegendo assim essas substâncias.
216
Quando um filme fotográfico é exposto à luz, há uma decomposição dos sais de prata
que constituem o filme. Um desses sais é o cloreto de prata.
AB + C → AC + B ou AB + C → CB + A
A solução inicialmente de cor azul (CuSO4) fica incolor (ZnSO4) no fim da reação e a
superfície da lâmina fica avermelhada devido ao cobre metálico nela depositado.
217
Fonte: https://s3.amazonaws.com/qcon-assets-
production/images/provas/74237/f23a842ed0e2ce023f53.png (Acesso em 21 Jan. 2022).
Essa reação mostra que o metal zinco é mais reativo que o metal cobre. Por outro
lado, introduzindo-se uma lâmina de cobre numa solução aquosa de ZnSO 4, não ocorre
reação.
Introduzindo-se uma lâmina de cobre numa solução aquosa de AgNO3, ocorre uma
reação, com formação de Cu(NO3)2 e prata metálica, conforme reação a seguir:
Essa reação mostra que o metal cobre é mais reativo que o metal prata. Por outro
lado, introduzindo-se uma lâmina de prata numa solução de Cu(NO3)2, não ocorre reação.
Por meio de experiências semelhantes às mencionadas, foi construída uma escala
de reatividade química:
Metais alcalinos > Metais alcalinos terrosos > Al > Mn > Zn > Cr > Fe > Ni > Sn > Pb > H >
Cu > Hg > Ag > Au
Os metais menos reativos (Ag, Au) são chamados metais nobres. Quanto menor a
reatividade química, maior a nobreza do metal.
218
Já com ametais temos que a ordem de reatividade é F > O > Cl > Br > I > S > C. Ou
seja, adicionando-se o cloro (Cl2) a uma solução aquosa de NaBr, observa-se a formação
de NaCl e Br2. Por outro lado, adicionando-se Br2 a uma solução de NaCl, não ocorre reação.
Para que ocorra uma reação AB + C → AC + B, a condição necessária é C ser mais reativo
que B, e, para que ocorra uma reação AB + C → CB + A, a condição necessária é que C
seja mais reativo que A.
Exemplos:
Quando um metal é deslocado de seu sal, o ânion do sal não toma parte na reação.
Exemplo:
219
A equação iônica é muito mais representativa, porque ela indica a reação que
realmente ocorre. A equação iônica mostra que na reação há uma transferência de elétrons
do metal zinco para o cátion de cobre.
AB + CD → AD + CB
Exemplos:
220
A maioria possui, diretamente ou indiretamente, origem mineral. Como exemplo, tem-se o
cloreto de sódio (NaCl), o sulfato de cálcio (CaSO4).
Os compostos inorgânicos formam 5 grupos principais, com características
semelhantes, que chamamos de funções inorgânicas (Figura 48).
Funções inorgânicas
6.2.1 Ácidos
Ácidos, pela teoria de Arrhenius, são substâncias que reagem com a água,
produzindo o íon H+ como único cátion, em um fenômeno físico conhecido como ionização,
conforme exemplo na equação simplificada abaixo. A molécula de água apresentada sobre
a seta indica que esta reação ocorre apenas na presença dela, não ocorrendo no HCl puro.
Note que o estado físico de cada substância é apresentado abreviado após a sua
fórmula, entre parênteses.
221
Apesar da equação acima dar a entender que o íon H + fica livre na solução, isto não
ocorre. Ele se associa a uma molécula de água, sendo esta associação simplificada na forma
da espécie hidrônio (H3O+), como mostra a equação abaixo.
222
Como os ácidos geram íons em solução, como é o caso do H3O+ e Cl- produzidos na
reação entre o HCl e a água, dizemos que eles se ionizam. Note que os íons não existiam
no HCl puro, antes da reação, devido ao caráter covalente da ligação entre o hidrogênio e o
cloro. Dizemos, também, que os ácidos formam soluções eletrolíticas, que são soluções que
conduzem eletricidade. Lembre-se que para uma solução conduzir corrente elétrica
devemos ter íons nela. Como os ácidos produzem íons em água, a solução será eletrolítica.
NOMENCLATURA
Hidrácidos
Os hidrácidos são ácidos não oxigenados cuja fórmula geral é HxE. A nomenclatura
destes ácidos é feita segundo a seguinte regra:
Ácido Nome de E + ídrico
Exemplos:
HF Ácido Fluorídrico
Oxiácidos
223
A partir do ácido mais oxigenado, à medida que decresce o valor de y, a nomenclatura
destes ácidos é realizada de acordo com o esquema seguinte:
– 1 [O]
– 1 [O]
– 1 [O]
Exemplo:
224
Tomemos como exemplo, o H3PO4, o HPO3 e o H4P2O7. O H3PO4 é o ácido mais
hidratado. Por sua desidratação se obtêm o HPO3 e o H4P2O7:
Os nomes dos ácidos que diferem pelo grau de hidratação recebem prefixos conforme
o quadro:
O prefixo orto é comumente omitido. Assim, o nome fosfórico é muito mais usado que
ortofosfórico.
Tomemos, agora, duas moléculas de H2CrO4 perdendo uma molécula de água:
Exemplos:
1) Qual a fórmula do ácido telúrico? A tabela periódica nos informa que os elementos S e
Te pertencem a uma mesma família: VIA(16). Como a fórmula do ácido sulfúrico é H 2SO4 ,
podemos deduzir que a fórmula do ácido telúrico é H2TeO4.
225
2) Qual a fórmula do ácido brômico? A tabela periódica nos informa que os elementos Cl e
Br pertencem a família VIIA (17) da tabela periódica. Uma vez que o ácido clórico apresenta
a fórmula molecular HClO3, conclui-se que a fórmula do ácido brômico é HBrO3.
Nem todas as moléculas dos ácidos serão ionizadas e produzirão H + quando são
solubilizadas em água. O entendimento do motivo deste fenômeno não será estudado por
nós neste momento.
Quanto mais forte é o ácido, maior a quantidade de íons em solução e maior sua
condutividade elétrica em solução aquosa. Quando um ácido é fraco, um pequeno percentual de
moléculas sofre ionização em contato com a água.
226
Fonte: produzido pelos autores.
No caso dos oxiácidos, para saber a força pode-se subtrair a quantidade de oxigênios
de sua fórmula pelo número de hidrogênio ionizáveis disponíveis no ácido:
• Fortes: Quando o resultado da subtração for igual ou superior a 2. Veja alguns exemplos:
H2SO4 (ácido sulfúrico)→ 4 - 2 = 2
H4P2O7 (ácido pirofosfórico) → 7 - 4 = 3
6.2.2 Bases
227
Fonte: produzido pelos autores.
NOMENCLATURA
Cátion Carga
Família IA (família 1) +1
A +3
Au +1, +3
Cu, Hg +1, +2
Zn, Cd +2
Ag +1
Fonte: produzido pelos autores.
Exemplos:
228
NaOH Hidróxido de sódio
Exemplos:
Como elas produzem íons, dizemos que são eletrólitos, pois irão promover um
aumento na condução de corrente elétrica da solução. Nos exemplos acima, diferentemente
do exemplo dos ácidos, não há a ionização do composto, já que os íons já existiam no
composto original. Dizemos que o composto foi apenas dissociado (separação dos íons já
existentes). Assim, como ocorre com os ácidos, as bases também são classificadas quanto
à força, podendo ser classificadas como fortes ou fracas. As bases fortes são aqueles
hidróxidos derivados dos metais alcalinos (grupo 1) e alcalinos terrosos (grupo 2).
229
Fonte: produzido pelos autores.
Quanto mais próximo de zero, mais ácida será a solução. Quanto mais próximo de
14, mais básica será a solução. Na Tabela 13 temos alguns exemplos de produtos ácidos e
básicos, e seus respectivos valores de pH.
230
Fonte: https://tyentbrasil.com.br/site/perigos-do-excesso-de-acidez-na-alimentacao/tabela-ph/. Acesso em 06
jun 2020.
INDICADORES ÁCIDO-BASE
Existem algumas substâncias que alteram as cores das soluções de acordo com o
pH da solução. Essas substâncias são chamadas de indicadores ácido-base. A Tabela 14
mostra alguns indicadores comuns e as suas faixas de pHs de transição.
231
Tabela 14. Indicadores comuns.
Observe que o vermelho de fenol fornece uma coloração amarela a soluções com
pHs inferiores a 6 e vermelha a soluções com pHs acima de 8. Entre esses valores, o
indicador promoverá colorações alaranjadas. Assim, comparando com a imagem penúltima
imagem, podemos prever que se este indicador for adicionado a uma amostra de chuva
ácida (pH 5,5), a mesma irá adquirir coloração amarela, enquanto que em uma amostra de
água do mar (pH 8) ele irá provocar coloração vermelha. Se tentarmos utilizar o azul de
bromofenol para fazer a distinção de amostras de água da chuva ácida e água do mar, ele
não será útil pois ficará azul nas duas amostras. Viram como os indicadores podem nos
ajudar?
6.2.3 Sais
Sais são substâncias de caráter iônico formadas pela reação entre um ácido e uma
base. Como exemplo, temos o famoso sal de cozinha, o cloreto de sódio NaCl. Ele pode ser
232
formado pela reação entre o ácido clorídrico (HCl) e o hidróxido de sódio (NaOH), como
mostra a reação abaixo:
Lembram-se do tópico anterior, que estudamos os ácidos e as bases? Vimos que eles
formam íons em solução aquosa, não foi? Relembre o que acontece com o HCl e com o
NaOH em água:
Então, quando você mistura uma solução de HCl com uma solução de NaOH, você
está misturando, na verdade, uma solução aquosa de íons H+ e Cl- com outra de íons Na+ e
OH-.
Então, o que acontece na solução é:
Notaram que não aconteceu nada com os íons Na + e Cl-? Eles não participam, de
fato, desta reação. As espécies que são responsáveis pelas reações ácido-base são os
íons H+ e OH-. Os outros íons (Na+ e Cl-, no caso) foram formados quando o ácido e a base
foram adicionados à água, em uma etapa anterior, e não agora. Se a reação ocorreu de
forma proporcional (seguindo os coeficientes estequiométricos, neste caso, 1 NaOH : 1 HCl),
podemos evaporar a água da solução e obter o sal NaCl sólido, pois somente teremos ele e
água na solução final.
Assim, pode-se dizer, de forma simplificada, que a reação global entre um ácido e
uma base será a mostrada abaixo.
233
Se a proporção for diferente irá sobrar, na solução final, aquele que ficou em maior
proporção em relação à estequiometria. Vou explicar: imagina que adicionamos uma solução
contendo 3 mols de NaOH a uma solução contendo 2 mol de HCl. A estequiometria da
reação é 1 NaOH para 1 HCl. Logo precisaríamos de 2 mols de NaOH para 2 mols de HCl.
Se colocamos 3 mols de NaOH para 2 de HCl, temos uma sobra de 1 mol de NaOH, que
estará presente na solução final juntamente com o NaCl produzido pela reação entre as
demais moléculas de NaOH e HCl. Conseguiram entender?
CLASSIFICAÇÃO DE SAIS
Sal Normal
É o sal cujo ânion não possui H ionizável e não é o ânion OH-. Resulta de uma reação
de neutralização total.
Hidrogeno sal
É o sal cujo ânion tem um ou mais H ionizáveis e não apresenta o ânion OH -. Resulta
de uma reação de neutralização parcial do ácido.
Hidróxi sal
É o sal cujo ânion não apresenta H ionizável e no qual, além desse ânion, há o OH-.
Resulta da neutralização parcial da base.
Alguns ácidos possuem mais de um hidrogênio ionizável (que irá dar origem ao H +).
É o caso do ácido sulfúrico H2SO4 (2 H ionizáveis) e do ácido fosfórico H3PO4 (3 H
234
ionizáveis). Por isso, a proporção estequiométrica da reação pode ser diferente de 1 mol do
ácido para 1 mol da base, dependendo da quantidade de hidrogênios ionizáveis que serão
consumidos. Observe a reação entre de neutralização total (consome todos os hidrogênios
ionizáveis) entre o ácido fosfórico e o hidróxido de sódio:
Nesses casos, dizemos que a neutralização foi parcial, pois sobrou hidrogênio
ionizável, proveniente do ácido, no sal produzido. Reações semelhantes podem acontecer
com as bases que produzem mais de um hidróxido (OH -) em água. Observe as reações de
neutralização total e parcial do Ca(OH)2:
Note, também, que na primeira reação eu comecei pela base e na segunda pelo ácido.
Fiz de propósito para vocês perceberem que não importa. Não existe uma ordem "mais
correta".
É importante que você consiga prever a fórmula do sal que será produzido em uma
neutralização completa de uma reação ácido-base. Vou ensinar algumas dicas para isto:
• O ácido é uma substância eletricamente neutra (sem carga). Logo, quando o
hidrogênio é ionizado e sai como H+, o restante da molécula adquire carga negativa
para garantir a neutralidade do conjunto de íons. Cada H+ que sair do ácido gera uma
cada negativa no restante da molécula. Assim, quando o único hidrogênio ionizado é
235
perdido no HCl, o Cl (restante da molécula) adquire carga negativa e se torna Cl -. No
caso do ácido sulfúrico, que possui 2 hidrogênios ionizáveis, a saída dos 2 H+ irá gerar
2 cargas negativas no restante da molécula (SO42-).
• Para a base seguimos um raciocínio semelhante. Cada hidróxido sai da base com a
carga -1. Logo, cada OH- que deixa a substância produz uma carga positiva no
restante da substância.
• O sal será o composto iônico formado entre o íon positivo proveniente da base e o
íon negativo proveniente do ácido e sempre terá carga neutra. Então, os íons
formados devem estar numa proporção que provoque a neutralidade.
236
Por exemplo, em uma neutralização total entre o ácido sulfúrico (H2SO4) e o hidróxido
de sódio (NaOH), o sal formado terá, como cátion, o cátion sódio (Na +) e, como ânion, o
sulfato (SO42-). Observe que, por ser uma neutralização total, a base perdeu todas as
hidroxilas e o ácido perdeu todos os hidrogênios ionizáveis. Agora temos que avaliar se o
sal está neutro: o Na+ possui 1 carga positiva, enquanto o SO42- possui 2 cargas negativas.
Logo, se colocarmos 1 Na+ para cada 1 SO42-, teremos uma carga negativa a mais que a
carga positiva. Então, esta não é a proporção correta. Se colocarmos 2 Na+ para cada
1 SO42-, aí sim teremos a mesma quantidade de cargas positivas e negativas, formando um
sal neutro. Então, a fórmula do sal será Na2SO4, com 2 Na para cada SO4.
NOMENCLATURA DE SAIS
Exemplos:
Nomenclatura do sal
Bissulfato Hidrogenosulfato
NaHSO4 ou Na+HSO4- de sódio
Sulfato acido
Hidroxicloreto
Ca(OH)Cl ou Ca+2OH-Cl- de cálcio
Cloreto básico
Exemplo:
a) Sulfato de sódio
237
(Na+)2(SO4)-2 = Na2SO4
b) Fosfato de ferro III
Fe+3 PO4-3 = FePO4
c) Bissulfato de ferro III
Fe+3 (HSO4-) = Fe(HSO4)3
d) sulfato básico de alumínio
Al+3 OH- SO4-2 = Al(OH)SO4
Exercício Resolvido
Enunciado:
Qual será o sal produzido pela reação de neutralização total do ácido sulfúrico (H3PO4) com
o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 ?
Resolução:
Durante a reação ácido-base, cada hidrogênio ionizável é convertido a H+, deixando o
“restante” da molécula com carga negativa proporcional a quantidade de hidrogênios
ionizados. Assim, quando os 3 hidrogênios do H3PO4 são ionizados, o conjunto restante fica
com a carga 3- (1 carga negativa para cada H que sai). Portanto o ânion formado será o
PO43- (fosfato).
Para a base, temos um raciocínio semelhante: cada hidroxila que sai como hidróxido (OH-)
gera uma carga positiva no que “restou da substância” para que o composto seja neutro.
Como temos 2 OH, o cátion formado será o Ca2+ (cátion cálcio).
Agora basta analisarmos a proporção entre os íons para que o sal formado seja neutro.
Neste caso temos uma situação um pouco mais complicada que no exemplo anterior, pois
2 e 3 não geram números inteiros quando são divididos um pelo outro. Assim, temos que
encontrar o MMC (mínimo múltiplo comum) de 2 e 3, que é 6. Para a carga +2 do cálcio
chegar a +6, precisamos de 3 cátions cálcio. Para a carga -3 do fosfato chegar a -6,
precisamos de 2 fosfatos. Logo, o sal produzido pela neutralização total do ácido fosfórico
com o hidróxido de cálcio será o Ca3(PO4)2. O fosfato entre parênteses indica que temos 2
ânions fosfatos.
Observação: seria um erro escrevermos Ca3P2O8, pois estaríamos afirmando que o ânion é
P2O8-6, o que não é verdade.
238
6.2.4 Óxidos
Ao reagirem com ácidos, os óxidos básicos formam sais, assim como ocorre com as
bases:
Para o caso dos óxidos ácidos, eles irão produzir ácidos pela reação com a água:
239
NOMENCLATURA DOS ÓXIDOS
Para um óxido ExOy: Prefixo + óxido de + nome de E, sendo que os prefixos mono,
di, tri, etc. indicam os valores de x e y na fórmula do óxido. O prefixo mono diante do nome
de E é comumente omitido.
Para um óxido de metal com carga fixa e no qual o oxigênio tem carga –2, temos:
Para óxidos de elementos com carga variável e nos quais o oxigênio tem carga -2,
temos:
240
Fórmula Nome do óxido
CO Óxido de carbono II
PERÓXIDOS
Peróxidos são compostos iônicos apresentando o grupo ânion O2-2. Neste ânion, o
oxigênio apresenta carga –1 pois este ânion é representado por [(O – O)–2 (-1O-O-1)]. Os
mais importantes exemplos de peróxidos são constituídos por elementos pertencentes as
famílias dos metais alcalinos e alcalino terrosos.
6.2.5 Hidretos
Hidretos são compostos binários que contêm hidrogênio e um outro elemento. Sua
fórmula geral é ExHy onde E é o símbolo do elemento. Geralmente, damos importância aos
hidretos metálicos, cujo elemento E é um metal. Os hidretos metálicos são substâncias
iônicas nas quais o hidrogênio apresenta carga (-1). A nomenclatura destes compostos é
feita da seguinte maneira:
241
HIDRETO + DE + NOME DO METAL E
Caso o metal apresente mais de um valor de carga possível, a mesma deve ser
mencionada.
Exemplos:
Hidreto ferroso
Hidreto férrico
Exemplo:
242
• H2S(g) Hidreto de enxofre (Também chamado sulfeto de hidrogênio ou sulfidreto)
Exemplos:
6.3 Exercícios
243
a) a reação I é de decomposição.
b) a reação II é de substituição simples.
c) a reação III é de síntese.
d) a reação IV é de neutralização
e) a reação V é endotérmica.
I. Zn + 2 AgNO3 → 2 Ag + Zn(NO3)2
III. 2 Mg + O2 → 2MgO
244
b) Deslocamento; síntese; decomposição; deslocamento; dupla-troca.
c) Dupla-troca; decomposição; síntese; dupla-troca; deslocamento.
d) Dupla-troca; síntese; decomposição; dupla-troca; deslocamento.
e) Síntese; decomposição; dupla-troca; dupla-troca.
Questão 6. (UFS/2008) A água destilada (pH = 7), em contato com o ar, dissolve o dióxido
de carbono (CO2) formando um composto que a deixa levemente ácida (pH 6). A queima
de combustíveis fósseis produz gases como óxidos de enxofre e nitrogênio, que reagem com
a água, produzindo compostos ainda mais ácidos. À precipitação dessas soluções aquosas
denomina-se chuva ácida. Gases como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e trióxido
de enxofre, presentes no ar das grandes cidades, reagem com a água podendo formar,
respectivamente, os ácidos:
a) carbônico, nítrico e sulfônico.
245
b) carboxílico, nítrico e sulfúrico.
c) acético, nítrico e sulfúrico.
d) carbônico, muriático e sulfônico.
e) carbônico, nítrico e sulfúrico.
Questão 9. (UEPB/2011) Assinale a alternativa que contém os nomes corretos dos produtos
da combustão completa do papel e da queima da esponja de aço assumindo a oxidação de
todo o ferro a Ferro III.
a) Dióxido de Carbono, Água e Óxido de Ferro III
b) Monóxido de Carbono, Água e Óxido de Ferro III
c) Dióxido de Carbono, água oxigenada e Trióxido de Ferro
246
d) Dióxido de Carbono, Água e Hidróxido de Ferro III
e) Monóxido de Carbono, Hidreto de oxigênio e Óxido de Ferro III
Questão 10. (UDESC SC/2010) O ferro é encontrado na natureza sob a forma de vários
compostos, como a hematita (Fe2O3) e siderita (FeCO3). Grande parte do minério de ferro é
aglomerada utilizando-se cal virgem (CaO) e finos de coque, um combustível com altos
teores de carbono. Em outro processo, a cal virgem pode reagir com a água para formar cal
hidratada, Ca(OH)2.
As funções químicas das substâncias hematita, siderita, cal virgem e cal hidratada são
respectivamente:
a) sal, óxido, óxido e base.
b) sal, óxido, óxido e sal.
c) base, sal, óxido e óxido.
d) óxido, sal, óxido e sal.
e) óxido, sal, óxido e base.
Questão 11. (ITA SP/1997) Considere as afirmações sobre os óxidos de nitrogênio NO, N2O
e NO2.
II. Os números de oxidação dos átomos de nitrogênio nos óxidos NO, N2O e NO2 são,
respectivamente, +2, +1, e +4.
III. O N2O é chamado de gás hilariante.
Estão CORRETAS:
a) Apenas II e IV.
b) Apenas III e V.
c) Apenas I, II, III e V.
d) Apenas I, II, IV e V.
e) Todas.
247
Questão 12. (PUC SP/2010) Um analista utilizou um óxido X para neutralizar uma solução
aquosa de amônia (NH3). Em seguida, adicionou um óxido Y para neutralizar uma solução
aquosa de ácido clorídrico (HCl). Por fim, dissolveu certa quantidade de óxido Z em água,
obtendo uma solução de pH 3. Assinale a alternativa que melhor representa as substâncias
X, Y e Z.
X Y Z
a) CO2 CaO SO 3
b) HNO3 NaOH H 2SO 4
c) CaO Na2O CO2
d) K 2O SO 3 P2O5
e) SO 3 CO2 CO
Questão 13. (FEI SP/1987) Na noite de 21 de agosto de 1986, uma nuvem tóxica de gases
saiu do fundo de um lago vulcânico, o lago de Nios, na Africa. Técnicos concluíram que a
nuvem de gases continha sulfeto de hidrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono
e dóxido de enxofre. O item que contém corretamente as fórmulas dos gases citados acima
é:
a) H2SO4, CO, CO2 e SO3
b) CaO, H2SO3, CO2 e H2SO4
c) CO, CO2 , SO3 e H2SO4,
d) CO, H2S , SO2 e CO2
e) H2S, CO, CO2 e SO3
248
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VIII: Comparando compostos orgânicos e
inorgânicos
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
249
e) Nos tubos 7 a 12, adicione 5 mL de acetona, agite com o auxilío de um bastão de
vidro e verifique se há solubilização.
f) Faça o mesmo procedimento do iten c e adicione 5 mL de clorofórmio, agite com o
auxilío de um bastão de vidro e verifique se há solubilização.
g) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 1 presente no item Resultados.
250
Resultados
Acetanilida 1 7
Sulfato de 2 8
magnésio
Sulfato de cobre 3 9
Ácido benzóico 4 10
Cloreto de sódio 5 11
Açúcar 6 12
1 Óxido de cálcio
2 Cloreto de sódio
3 Açúcar
4 Papel
251
Parte III – Verificação da fusão de sólidos orgânicos e inorgânicos.
1 Acetanilida
2 Sulfato de magnésio
3 Sulfato de cobre
4 Ácido benzóico
5 Cloreto de sódio
6 Açúcar
1 Acetanilida
2 Sulfato de magnésio
3 Sulfato de cobre
4 Ácido benzóico
5 Cloreto de sódio
6 Açúcar
252
ATIVIDADE EXPERIMENTAL IX: Tipos de reações químicas
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
253
Parte II – Testes em tubos de ensaio
Observação: 20 gotas corresponde a aproximadamente 1 mL.
Separe oito tubos de ensaio e numere-os de 1 a 8.
a) Nos tubos 1 a 4, adicione uma pequena quantidade (ponta de espátula) de zinco
metálico, cobre metálico, zinco metálico e cobre metálico, respectivamente.
b) No tubo 1, adicione 1,0 mL de sulfato de cobre 0,25 mol L -1. Agite com o auxilío de
um bastão de vidro e observe.
c) No tubo 2, adicione 1,0 mL de sulfato de zinco 0,25 mol L-1. Agite com o auxilío de um
bastão de vidro e observe. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
d) No tubo 3, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1. Observe o ocorrido.
e) No tubo 4, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1. Observe o ocorrido.
f) No tubo 5, adicione 1,0 mL de nitrato de bário 0,10 mol L -1 e 1,0 mL de sulfato de
sódio 0,10 mol L-1. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
g) No tubo 6, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1 e 1,0 mL de carbonato de
sódio 0,10 mol L-1. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
h) No tubo de ensaio 7, adicionar 1,0 mL de solução de cloreto de sódio à 1,0 mL de
solução de brometo de potássio. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
i) No tubo de ensaio 8, adicionar 1,0 mL de solução de cloreto de ferro (III) e, a seguir,
1,0 mL de solução de hidróxido de sódio a 10%. Observar se houver formação de um
precipitado, caso contrário, adicionar um pouco mais de base. Agite com o auxilío de
um bastão de vidro e observe.
j) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 1 presente no item Resultados.
Resultados
254
T(final) =
255
ATIVIDADE EXPERIMENTAL X: Reconhecimento de reações de oxirredução por
testes qualitativos
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
256
c) Colocar num tubo de ensaio cristais de permanganato de potássio e em seguida
juntar, gota a gota, solução concentrada de ácido clorídrico. Fazer suas observações
práticas do ocorrido.
d) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de iodato de
potássio 0,1M e, em seguida, acidular com 20 gotas de ácido sulfúrico, juntar ao tubo
de ensaio, gotas de solução de iodeto de potássio (KI) 0,1M. Fazer suas observações
práticas do ocorrido.
e) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de ácido nítrico
(HNO3) concentrado e, em seguida, colocar no tubo um fragmento de cobre metálico.
CUIDADO O PRODUTO É TÓXICO. Fazer suas observações práticas do ocorrido.
f) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de ácido nítrico
diluído 3,0M, em seguida colocar no tubo um fragmento de cobre metálico. CUIDADO
PRODUTO TÓXICO! Aquecer em banho-maria. Fazer suas observações práticas do
ocorrido.
Resultados
Reação Observações
1
2
3
4
5
6
257
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XI: Síntese do sulfato de cobre
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
258
Obs.: Se o cobre não estiver completamente dissolvido após 15 minutos, adicione mais 2
mL de da solução de água oxigenada e continue aquecendo. Se após 25 minutos, desde o
início da reação, ainda sobrar cobre metálico, separe a solução por decantação.
d) Deixe evaporar a solução sobre o banho-maria até um volume de 15 a 20 mL.
e) Retire a solução do banho-maria e deixe-a esfriar até temperatura ambiente.
Método 1: Adicione 20 mL de etanol gelado à solução fria sob agitação (em placa de
agitação com barra magnética). Após 10 minutos de agitação com etanol, colete o
precipitado (sólido) por filtração a vácuo em um funil de Büchner até que os cristais estejam
secos.
✓ Para isso, conecte o kitassato provido de um funil de Büchner à mangueira de água.
Corte um círculo de papel de filtro cujo diâmetro deve ser de 1 a 2 mm menor que o
diâmetro interno do funil de Büchner. Coloque o papel no funil de modo a cobrir seus
orifícios, mas sem chegar até as paredes do mesmo. Ligue a trompa de água,
umedeça o papel de filtro com água e efetue a filtração. Lave o produto sólido com 5
mL de etanol. Apenas colete o sólido quando ele estiver bem seco e guarde-os em
local designado pelo técnico. Antes de fechar a torneira da trompa de água, libere a
pressão interna formada desconectando o funil do kitassato cuidadosamente.
Obs.: A solução que ficou no kitassato deve ser colocada em um recipiente designado pelo
professor.
259
f) Pese o sulfato de cobre sintetizado a fim de calcular o rendimento obtido.
g) Utilize um pequeno cristal do produto sintetizado para observar algumas reações do
íon Cu2+ em meio aquoso:
Resultados
260
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XII: Oxidação do etanol - princípio de
funcionamento do bafômetro
Objetivos
Materiais e métodos
• 6 tubos de ensaio
• Espátula
• Pipeta Pasteur
• Béquer de 250 mL
• Proveta de 50 ou 100 mL
• Bastão de vidro
• Dicromato de potássio (K2Cr2O4)
• Etanol
• Ácido sulfúrico concentrado
• Água
Procedimento Experimental
Resultados
Tabela 1 - Comparação entre a intensidade da mudança na cor
261
Tubos Observações
1
2
3
4
5
6
262
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIII: Síntese do oxalato de bário
Objetivos
Materiais e métodos
• Conjunto para filtração à vácuo (funil de Büchner; quitasato; papel de filtro; trompa
d'água);
• 1 béqueres de 25 mL
• Pipetas de 5 ou 10 mL
• Placa de agitação com aquecimento e barra magnética
• Espátulas
• Placa de Petri
• Carbonato de bário
• HCl 6,0 mol L-1
• Vermelho de metila 0,5 %
• NH4OH 6,0 mol L-1
• (NH4)2C2O4(aq) saturado
• Uréia
• AgNO3(aq) 0,1 mol L-1
Procedimento Experimental
263
g) Deixe a solução entrar em ebulição branda, até que a cor mude de vermelho para
amarelo.
h) Acrescente mais água, se necessário, para compensar as perdas por evaporação e
a fim de evitar a precipitação de uréia.
i) A precipitação de cristais incolores de oxalato de bário deve ser observada. Caso não
haja precipitação, adicione gotas de uma solução 6,0 mol L-1 de hidróxido de amônio,
até que ocorra a precipitação.
j) Deixe o béquer esfriar até a temperatura ambiente.
k) Filtre o sólido formado e lave-o com água gelada até que o teste para cloretos (com
AgNO3) resulte negativo.
l) Coloque o papel filtro com o sólido branco em uma placa de Petri e leve a estufa para
a secagem.
m) Pese-os após terem secado e calcule o rendimento da reação global.
Resultados
264
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIV: Síntese do carbonato de zinco
Objetivos
Materiais e métodos
• Balança, • espátula,
• bastão de vidro, • tubo de ensaio,
• béquer, • Solução de cloreto de zinco 0,1
• vidro de relógio, mol/L,
• conjunto para filtração à vácuo • Solução de bicarbonato de sódio
(funil de Büchner; quitasato; papel 0,1 mol/L,
de filtro; trompa d'água); • solução diluída de ácido clorídrico.
Procedimento Experimental
Resultados
m (produto): __________________________________________
265
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XV: Uma reação de precipitação
Objetivos
Materiais e métodos
• Vidros de relógio
• Funil de vidro
• Provetas de 100 mL
• Suporte com anel de ferro
• Béqueres de 250 mL
• Bastões de vidro
• Estufa
• Papel de filtro
• Dessecador
• Cromato de potássio
• Cloreto de bário
Procedimento Experimental
a) Pese 0,80 g de cromato de potássio e transfira para um béquer de 250 mL, adicione
100 ml de água destilada, medida em proveta. Agite com bastão de vidro até a
completa dissolução.
b) Pese 0,60 g de cloreto de bário e transfira para um béquer de 250 ml. Adicione 50 ml
de água destilada medida em proveta. Agite com bastão de vidro até completa
dissolução.
c) Pese um papel de filtro.
d) Adapte um anel de ferro num suporte e nele coloque um funil de filtração. Adapte o
papel de filtro ao funil
e) Adicione a solução de cloreto de bário à de cromato de potássio. Agite a mistura com
o bastão.
f) Faça a filtração manejando com cuidado para que não haja perda de precipitado.
266
g) Lave o béquer e o bastão de vidro com água destilada para remover qualquer resíduo
de precipitado. Coloque a água de lavagem no funil.
h) Lave o precipitado no funil com água destilada. Após completa decantação retire o
papel de filtro e coloque-o sobre um vidro de relógio. Despreze o filtrado.
i) Leve o precipitado para secar em estufa à 150°C, por quinze minutos. Retire o
precipitado seco da estufa e coloque-o para resfriar num dessecador.
j) Depois de frio, pese o papel de filtro com o precipitado. Anote o peso obtido.
Resultados
Reação Observações
1
267
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
268
Capítulo 7 – Compostos de coordenação
Objetivos
Estudar as compostos de coordenação, nomenclatura básica
e isomeria.
7.1 Introdução
Exemplos:
269
Figura 48 – Fórmula da Hemoglobina.
Fonte: https://lh3.ggpht.com/-
ebUcJmTT4Ko/TtqA4UkDO5I/AAAAAAAAEi8/lp464UADZXw/heme_01%25255B7%25255D.gif?imgmax=800
(Acesso em 27 Jan. 2022).
270
Dica do professor: Número de coordenação (NC) é o
número total de átomos doadores de elétrons. A teoria de
Werner diz que, nas ligações coordenadas, o ligante doa
um par de elétrons para o íon metálico (espécie central).
Carga do
complexo
Espécie central
Número de
3+
[Co(NH3)6] Coordenação
Ligante
271
Exercício Resolvido
Enunciado:
Determine a carga do metal no complexo de coordenação [Cu(NH3)4]SO4.
Resolução:
Sendo o composto neutro e sabendo que o SO 4 possui carga -2, o complexo [Cu(NH3)4]
possui carga +2, como NH3 é uma molécula neutra, o Cu possui carga +2.
272
Tabela 19. Alguns ligantes mais comuns.
Átomo(s)
Espécie Fórmula Abreviação Classificação
doador(es)
Monóxido de
CO C - Monodentado
carbono
Piridina N py Monodentado
• metais alcalinos,
273
• metais de transição mais leves em seus estados de oxidação mais altos como Ti4+,
Cr3+, Fe3+, Co3+ e o íon H+.
Íons metálicos da classe (b) incluem os íons de:
• os estados de oxidação mais baixos, como Cu+, Ag+, Hg+, Hg2+, Pd2+ e Pt2+.
Os ligantes podem ser classificados, de acordo com suas preferências pelos íons
metálicos das classes (a) ou (b), conforme tabela a seguir:
N>>P>As>Sb N<<P>As>Sb
O>>S>Se>Te O<<S<Se~Te
F>Cl>Br>I F<Cl<Br<I
274
+2
➢ Zn
+3
➢ Au
Base: Ciprofloxacina
275
os gases nobres. Ou seja, a regra dos 18 elétron seria a correspondente do octeto para os
elementos representativos.
Como os fornecem elétrons (usualmente um par por ligante) para a espécie central
(metal), a soma do número de elétrons de valência do metal mais o número de elétrons
recebidos dos ligantes será igual a 18. Quando os elétrons são contados, cada átomo
metálico e os ligantes são tratados como neutros. Se o complexo está carregado,
simplesmente adiciona-se ou subtrai-se o número apropriado de elétrons do total. Veja um
exemplo com o íon complexo [Co(NH3)6]3+.
N° de elétrons de valência do Co ⇒ 9 x 1 = 9
Alguns metais de transição (Rh, Ir, Pd, Pt) formam compostos com 16 e −.
276
[PtCl3(NH3)3]Cl 97 1:1
[PtCl2(NH3)4]Cl2 229 1:2
[PtCl(NH3)5]Cl3 404 1:3
[Pt(NH3)6]Cl4 523 1:4
Fonte: produzido pelos autores.
Geralmente este número de coordenação é mais comum para íons de elementos dos
grupos 11 e 12 como Cu+1, Ag+1, Au+1, Hg+2. Alguns exemplos destes íons complexos são:
[Hg2Cl2], [AgCl2]- , [Hg(CH3)2] e [CuCl2]- .
277
é mais comum para os íons dos grupos 11 e 12: Cu+1, Ag+1, Au+1, Hg+2. Nesta geometria os
átomos doadores estão dispostos em cada um dos vértices de um triângulo. Alguns
exemplos: [Cu(CN)3]2-; [Ag(PPh3)3]+; [Pt(P(Ph3)3], etc.
Geralmente este número de coordenação é mais comum para íons cujo metal central
tem configuração eletrônica d0,d1,d2,d5 a d10 (exceto d8). Não se conhecem com d3, para d4
somente com ligantes volumosos. Alguns exemplos de complexos com esta geometria:
[MnO4]-(d0); [RuO4]-(d1); [FeO4]2-(d2); [MnCl4]2-(d5); [FeI4]2-(d6); [CoCl4]2-(d7); [Zn(OH)4]2- (d10).
Quando o metal tem configuração d8, como no caso de Rh+1, Ir+1,Pd+2, Pt+2, Au+3, a
geometria mais comum é a quadrado-plana. Complexos de Ni+2 podem ou não ser quadrado
278
– planos, dependendo do ligante. Alguns exemplos de complexos com esta geometria:
[PtCl2(NH3)2] ; [Ni(CN)4]2- ; etc.
Para este número de coordenação duas geometrias são comuns: Bipirâmide Trigonal
(BPT) e Pirâmide de Base Quadrada (PBQ). Diferente do caso de NC = 4, onde a geometria
mais comum é a Tetraédrica, aqui não há uma “preferência”. É comum, inclusive,
encontrarmos complexos altamente distorcidos, ou seja, estão entre uma geometria BPT e
um PBQ.
279
Fonte: Weller et al, 2017.
Duas geometrias surgem para este NC: Octraédrica (Oh) e Prisma Trigonal (PT).
Como estamos falando da geometria mais comum para o NC seis, a geometria octaédrica é
a mais comum entre os compostos simples. Alguns exemplos para os íons d 1 a d10:
[Co(CN)6]3-; [Cr(NH3)6]3+; etc.
A geometria prisma trigonal é muito menos comum. Os íons metálicos como Zr4+, Hf4+,
Mo4+, W4+ e Re6+ , resultando em complexos com forma geométrica prisma trigonal. Alguns
exemplos são: [Zr(CH3)]2- e [Re(S2C2(CF3)2)3].
280
Fonte: Weller et al, 2017 e https://www.chemtube3d.com/images/gallery/inorganicsjpgs/crnh363_.jpg (Acesso
28 Jan. 2022).
281
Fonte: https://www.maestrosaude.com.br/wp-content/uploads/2016/01/doenca-wilson.jpg (Acesso 28 Jan.
2022).
7.7.8 Isomeria
Isomeria é quando dois ou mais compostos tem a mesma composição, mas arranjos
diferentes de átomos. Possuem diferentes propriedades físicas ou químicas, como: cor,
solubilidade ou velocidade de reação. Observe o exemplo a seguir. No caso do
[Co(NH3)4]Cl3, existem 2 isômeros para os ligantes de Cl ligados ao Co.
ISOMERIA ESTRUTURAL
282
Isomeria de coordenação
Ocorre a troca de ligantes entre complexos catiônicos e aniônicos de diferentes íons
metálicos presentes em um sal. Ou seja, uma fórmula molecular pode gerar diferentes
compostos. Veja o exemplo a seguir:
Isomeria de ligação
Alguns ligantes contem mais de um átomo em condições de doar um par de elétrons.
No íon NO2-, por exemplo, tanto o átomo de nitrogênio (N) como o átomo de oxigênio (O)
pode atuar como doadores de pares de elétrons:
Isomeria de ionização
Ocorre quando dois compostos de coordenação diferem na distribuição dos íons que
estão diretamente coordenados e os contra íons presentes (os que estão fora da esfera de
coordenação).
283
Complexo Cor
[Co(NH3)5Br]SO4 Violeta
[Co(NH3)5(SO4)]Br Vermelho
ISOMERIA GEOMÉTRICA
284
Fonte: Weller et al, 2017.
Com três diferentes tipos de ligantes em um mesmo complexo [MA2BC], também com
geometria quadrado planar, a localização entre os ligantes do tipo A permitem a localização
das espécies cis e trans.
285
Fonte: Brown, 2017.
286
Fonte: Brown, 2017.
287
Fonte: Brown, 2017.
ISOMERIA ÓPTICA
288
Fonte: Brown, 2017.
289
Fonte: Brown, 2017.
7.8 Nomenclatura
Neste tópico, iremos estudar somente regras mais importantes para se nomear os
compostos de coordenação. Iremos começar falando algumas regras para os ligantes:
F- Fluoreto Fluoro
I- Iodeto Iodo
290
b) Alguns ânions terminados em ido, trocam o sufixo ido por io.
291
Espécie Nome do íon Nome do ligante
H- Hidreto Hidrido
292
Ao se escrever a fórmula do complexo, usam-se colchetes para indicar os grupos que
estão ligados ao átomo metálico. O símbolo do metal vem em primeiro lugar, seguido dos
ligantes em ordem alfabética (ignorando-se quaisquer prefixos numéricos).
[Mn(CO)5]- → Pentacarbonilmanganato(-I)
[Fe(SCN)6]3- → Hexatiocianatoferrato(III)
No caso do ligante ambidentado, indica-se qual o átomo por meio do qual ocorre a
ligação:
293
M NO2 nitro M SCN tiocianato
Exemplos:
cis-[Pt(NH3)2Cl2] → cis-diaminodicloroplatina(II)
trans-[Pt(NH3)2Cl2] → trans-diaminodicloroplatina(II)
Exemplos:
[(CO)5Cr-H-Cr(CO)5]- → -hidrido-bis[(pentacarbonilcromato(0))]
Porém, atualmente, existem três modelos que são utilizados para discutir como
ocorrem as ligações químicas nesses compostos: a Teoria da Ligação de Valência (TLV), a
Teoria do Campo Cristalino (TCC) e a Teoria do Orbital Molecular (TOM). Aqui, iremos
discutir apenas a TLV. Lembre-se que já estudamos essa teoria no capítulo 3 e vimos que:
294
• Um par de elétrons ligados ocupa um orbital em cada um dos átomos
simultaneamente,
Segundo a TLV, a formação de um complexo pode ser vista como uma reação ácido
(metal central) – base (ligantes) de Lewis, formando-se uma ligação covalente coordenada
entre as espécies. Como já estudamos, frequentemente representam-se os orbitais de
valência do átomo central por quadrados ou traços. Vamos ver alguns exemplos?
Ag+ → 4d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 5s 5p
Com esta configuração, a prata pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
5s e 5p.
[Ag(CN)2]- → 4d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ sp ↿⇂ ↿⇂ 5p
Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ 4s 4p
Com esta configuração, o níquel pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
4s e 4p.
295
Na formação do complexo [NiCl4]-, que apresenta geometria tetraédrica, existem
quatro ligações coordenadas. Estas coordenações podem ser feitas utilizando o orbital 4s e
os três orbitais 4p do metal, hibridizados em sp3. Ou seja:
[NiCl4]- → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ sp3 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂
Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ 4s 4p
Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4s 4p
Com esta configuração, o níquel pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
3d, 4s e 4p.
[Ni(CN)4]2- → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ dsp2 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4p
Agora, vamos ver dois exemplos com o cobalto(III), que tem na camada de valência
os orbitais 3d, 4s, 4p e 4d. A configuração eletrônica do estado não excitado pode ser
representado por:
Co3+ → 3d ↿⇂ ↿ ↿ ↿ ↿ 4s 4p 4d
296
utilizando os orbitais 4s, 4p e dois dos orbitais 4d do cobalto, hibridizados em sp3d2 (spin
alto). Ou seja:
[CoF6]- → 3d ↿⇂ ↿ ↿ ↿ ↿ sp3d2 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4d
Co3+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4s 4p 4d
[Co(NH3)6]3+→ 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ d2sp3 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4d
O comportamento diferente do NH3 em relação ao F-, deve-se ao fato do NH3 ser uma
base mais forte do que o fluoreto, promovendo o emparelhamento dos elétrons 3d do cobalto
durante a formação do complexo.
7.10 Exercícios
297
e) [Cr(CO)5]2- g) [Al(H2O)5(OH)]2+
f) [Cr(H2O)6]3+
Questão 4. Utilize as informações dadas abaixo para escrever as formulas das espécies
complexas. Não se esqueça das cargas.
Cr(III) 6 4 H2O, x Cl
V(-I) 6 x CO
Zn(II) 4 x NH3
Co(III) 6 2 Cl-1, x en
Cu(I) 2 x Cl-1
Questão 5. Entre as espécies a seguir, indique quais são quadráticas e quais são
tetraédricas: [Pd(NH3)4]2+,[FeCl4]1-, [HgCl4]2-,[Ni(CN)4]2-, [Co(CO)4]-1, MnO4-1, [CoCl4]2- e
[PtCl2(NH3)2].
298
Questão 6. Utilizando Na+ e Cl- como contraíons e os complexos da tabela abaixo, escreva
as fórmulas das espécies neutras que puderam ser obtidas. Quantos íons há em cada uma
delas?
299
a) [AuCl2]-
b) [BF4]-
c) [AuCl4]-
d) [CdCl5]3-
e) [Cr(dipy)3]2+ (spin baixo)
f) [Mn(acac)3] (spin alto)
300
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVI: Síntese de um sal complexo: sulfato de
tetraminocobre(II) monohidratado
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
301
Resultados
302
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVII: Síntese e caracterização do complexo
[Ni(NH3)6]Cl2
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
- Síntese do [Ni(NH3)6]Cl2
303
b) Pesar 2,5 g de NiCl2.6H2O, colocar em um béquer pequeno e adicionar água destilada
gota a gota com agitação, em quantidade mínima, até dissolver todo o sal.
c) Adicionar gradualmente 12,5 mL de solução concentrada de amônia. Neste ponto, a
cor da solução deve mudar para azul.
d) Esfriar a solução em água corrente e adicionar 5 mL de solução amoniacal de NH4Cl
preparada no início da aula. Deixar em repouso por 15 minutos em banho de gelo.
e) Filtrar os cristais obtidos utilizando filtração à vácuo e lavá-los usando uma porção de
5 mL de NH4OH conc., seguida de pequenas porções de álcool e finalmente de éter,
usando as garrafas lavadeiras nesta operação.
f) Secar os cristais o máximo possível no próprio funil, deixando o sistema de vácuo
funcionando.
g) Depois de secos, pesar os cristais obtidos. Anotar o resultado.
h) Calcular o rendimento prático da obtenção.
- Caracterização do [Ni(NH3)6]Cl2
Caracterização de NH3
304
Resultados
305
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVIII: Síntese do cloreto de
pentaminclorocobalto(III) - [Co(NH3)5Cl]Cl2
Objetivos
Materiais e métodos
Procedimento Experimental
306
e) Aquecer a mistura em banho-maria até reduzir o volume à metade, agitando com
bastão de vidro para evitar que a sal cristalize nas bordas da cápsula.
f) Resfriar à temperatura ambiente e a seguir, em banho de gelo.
g) Separar os cristais vermelhos por filtração à vácuo, lavando-os em seguida com
pequenas porções de água gelada e depois com álcool etílico e éter.
h) Secar os cristais o máximo possível, no próprio funil, deixando o sistema de vácuo
funcionando.
i) Depois de secos, pesar os cristais obtidos. Anotar o resultado.
j) Calcular o rendimento prático da obtenção e comparar com o rendimento teórico.
Resultados
307
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
308
Referências
309
HUHEEY, J.E., KEITER, E.A., KEITER, R.L. Inorganic Chemistry: principles of structure
and reactivity. 4th ed.,New York: Harper Collins College Publisher, 1993.
LEE, J. D. Química Inorgânica não tão Concisa. 5ª edição. São Paulo: Editora Edgard
Blucher, 1999.
LENZI, E., et al.; Química Geral Experimental. Rio de Janeiro: Freitas Bastos Editora, 2004.
MIESSLER, G. L. et al., Química Inorgânica, 5ª edição. São Paulo: Pearson Education do
Brasil, 2014.
PERUZZO. F.M.; CANTO. E.L., Química na abordagem do cotidiano, volume 1, 4ª edição,
ed moderna, São Paulo, 2006
SHRVER, D. F.; ATKINS, P. W.; LANGFORD, C. H. Química Inorgânica. 6ª ed., Bookman,
2017. Capítulo 7.
SILVA, R. P. Modelo de estrutura do retículo cristalino do NaCl. In: o ensino de ligações
químicas por meio do conceito de energia: uma proposta didática para o ensino médio.
Produto Educacional. Universidade Federal de Uberlândia. 2016.
TRO, N. J. Química: uma abordagem molecular. Traduzido por Oswaldo Esteves Barcia e
Edilson Clemente da Silva. 3ª edição. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
USBERCO, João; Salvador, Edgard. Química Geral. 12ª.ed. São Paulo: Saraiva, 2006.
WELLER, M.; OVERTON, T.; ROURKE, J.; ARMSTRONG, F. Química Inorgânica, Porto
Alegre: Bookman Companhia Editora, 2017;
310
Currículos das autoras
311
Instituto Federal de Minas Gerais
Pró-Reitoria de Extensão
312
Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
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