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Química Inorgânica

Ligiane Rios Gouvea


Lilian Amaral de Carvalho

Curso Técnico
Integrado em Química

IFMG
+
Ligiane Rios Gouvea
Lilian Amaral de Carvalho

Química Inorgânica
1ª Edição

Betim
Instituto Federal de Minas Gerais
2022
Sobre o material

Este material foi projetado para auxiliá-lo na disciplina de Química


Inorgânica, ministrada no 1° ano do Curso Técnico Integrado em Química no
IFMG-Campus Betim. Foi criado em colaboração da professora Lilian Amaral
de Carvalho.
Caso opte por imprimir este e-book, você não perderá a possiblidade de
acessar os materiais multimídia e complementares. Os links podem ser
acessados usando o seu celular, por meio do glossário de Códigos QR
disponível no fim deste livro.
Embora o material passe por revisão, somos gratos em receber suas
sugestões para possíveis correções (erros ortográficos, conceituais, links
inativos etc.). A sua participação é muito importante para a nossa constante
melhoria. Acesse, a qualquer momento, o Formulário “Sugestões para
Correção do Material Didático” clicando nesse link ou acessando o QR Code a
seguir:

Formulário de
Sugestões
Palavra das autoras

Aproveite o material preparado especialmente para a disciplina de


QUÍMICA INORGÂNICA! Espero que você aproveite ao máximo e venha para
as aulas com interesse e disposição para descobrir o mundo maravilhoso da
Química.

Fonte: https://media.giphy.com/media/jU1tnllQqKe9eeNtq2/giphy.gif (Acesso em 24 Jan. 2022).

Aqui desenvolveremos atividades que contribuirão com o seu


desenvolvimento. Você terá acesso a vídeos, textos e exercícios.

Fonte: https://media1.tenor.com/images/7fdd35de7b2158150a52934217349c3f/tenor.gif?itemid=17966864
(Acesso em 24 Jan. 2022).

Não deixe de estudar e buscar informações nos livros didáticos citados


na bibliografia, pois esses são nossas fontes preciosas de conhecimento.
Então, vamos começar?
Fonte: https://media1.tenor.com/images/4ea5350a689ae8549e60bb3cc18005f7/tenor.gif?itemid=19866451
(Acesso em 24 Jan. 2022).

Abraços e bons estudos!


Apresentação da disciplina

O Curso Técnico em Química, Integrado, proposto pelo IFMG - Campus


Betim, encontra-se, segundo o Catálogo Nacional de Cursos Técnicos, no Eixo
Tecnológico: Controle e Processos Industriais.
Além de conhecer o espaço físico do campus (laboratórios e salas de
aulas) e o corpo docente, é importante que o estudante tenha conhecimento
sobre o Projeto Pedagógico de Curso (PPC) do seu curso, documento que
regulamenta as atividades do curso perante o Ministério da Educação (MEC) e
apresenta o curso e o seu funcionamento.
A disciplina de Química Inorgânica, oferecida no 1° ano do curso, é
teórico-prática, obrigatória e com carga horária de 150 horas (90 horas: teórica
e 60 horas: prática).
A disciplina discute os modelos atômicos e características dos átomos:
modelos atômicos de Dalton, Thomson, Rutherford e Bohr, ideias gerais do
modelo atômico atual; partículas fundamentais do átomo; número atômico e
número de massa; isótopos; isótonos; isóbaros; espécies isoeletrônicas;
átomos neutros e íons; configuração eletrônica por níveis e subníveis de
energia, associando as transformações da matéria, relacionando com as leis
de Lavoisier e de Proust. Em sequência, estuda-se a tabela periódica: a
classificação periódica dos elementos (grupos e períodos); propriedades físicas
dos elementos (temperaturas de fusão e de ebulição, densidade) e
propriedades atômicas (raio atômico, energia de ionização, afinidade eletrônica
e eletronegatividade). Discute-se também radioquímica: conceitos, séries
radioativas, transmutações artificiais, fissão nuclear, fusão nuclear, energia
nuclear. Prossegue-se, então, o estudo das ligações químicas e geometria
molecular, abordando as ligações iônicas, covalentes e metálicas; os modelos
de ligações e propriedades dos materiais; a geometria molecular; a polaridade
das moléculas e das ligações; estrutura de Lewis, carga formal e exceções à
regra do octeto, além das hibridações. São estudadas também as interações
intermoleculares, relacionado com as propriedades dos materiais e estado
físico das substâncias. Prossegue-se, então, o estudo das funções inorgânicas
mais comuns: notação, nomenclatura e principais propriedades dos ácidos e
bases de Arrhenius, óxidos, hidretos e sais. Após esse item, inicia-se o estudo
de reações químicas, abordando o conceito de reações e como representá-las
através de equações químicas, as suas evidências das reações e algumas de
suas classificações (combustão, neutralização, precipitação, deslocamento de
metais com ácidos, oxirredução), além do balanceamento de equações
químicas por tentativa. Por fim, estuda-se os compostos de coordenação:
notação, nomenclatura básica e teorias de ligação (Werner e Teoria da Ligação
de Valência), associando à preparação de substâncias complexas. A disciplina
tem atividades práticas que abordam propriedades gerais e específicas da
matéria, ligações químicas e propriedades dos materiais, interações
intermoleculares, funções inorgânicas, síntese de complexos metálicos.
O conteúdo está dividido em 7 capítulos, conforme indicado abaixo. Será
ministrado em 3 trimestres, sendo que o planejamento trimestral você pode
encontrar na sala virtual.

Capítulo 1 Modelos atômicos

Capítulo 2 Classificação periódica dos elementos e Tabela periódica

Capítulo 3 Ligações químicas

Capítulo 4 Interações intermoleculares

Capítulo 5 Radioatividade

Capítulo 6 Funções inorgânicas e suas reações

Capítulo 7 Compostos de coordenação


Apresentação dos Ícones

Os ícones são elementos gráficos para facilitar os estudos, fique atento


quando eles aparecem no texto. Veja aqui o seu significado:

Atenção: indica pontos de maior importância


no texto.

Dica do professor: novas informações ou


curiosidades relacionadas ao tema em estudo.

Atividade: sugestão de tarefas e atividades


para o desenvolvimento da aprendizagem.

Mídia digital: sugestão de recursos


audiovisuais para enriquecer a aprendizagem.
Sumário
Sumário
Capítulo 1 – Modelos atômicos ....................................................................... 6
1.1 O modelo científico e a materialização dos primeiros modelos ............ 6
1.2 O modelo atômico de Dalton ................................................................ 7
1.2.1 Leis de Lavoisier e de Proust ............................................................... 9
1.2.2 Balanceamento de equações químicas .............................................. 11
1.3 O modelo atômico de Thomson ......................................................... 18
1.4 O modelo atômico de Rutherford ....................................................... 20
1.5 A identificação dos átomos ................................................................ 23
1.6 O modelo atômico de Bohr ................................................................. 27
1.7 O modelo atômico atual ..................................................................... 31
1.7.1 Distribuição eletrônica ........................................................................ 35
1.7.2 Números quânticos ............................................................................ 39
1.8 Exercícios .......................................................................................... 41
ATIVIDADE EXPERIMENTAL: Apresentação ............................................... 47
ATIVIDADE EXPERIMENTAL I: Evidências de reações químicas ................ 50
ATIVIDADE EXPERIMENTAL II: Relação de massas nas transformações
químicas ........................................................................................................ 54
ATIVIDADE EXPERIMENTAL III: Comprovação da Lei de Lavoisier ............ 56
ATIVIDADE EXPERIMENTAL IV: Teste de chama ....................................... 59
Capítulo 2 – Classificação periódica dos elementos e Tabela periódica ........ 62
2.1 A tabela periódica: um breve histórico................................................ 62
2.2 A tabela periódica atual ...................................................................... 65
2.2.1 Elementos representativos ................................................................. 69
2.2.2 Elementos de transição ...................................................................... 70
2.2.3 Elementos de transição interna .......................................................... 71
2.3 As propriedades periódicas ................................................................ 72
2.3.1 Raio atômico ...................................................................................... 72
2.3.2 Energia ou potencial de ionização ...................................................... 77
2.3.3 Afinidade eletrônica (eletroafinidade) ................................................. 81
2.3.4 Eletronegatividade ............................................................................. 82
2.3.5 Eletropositividade ............................................................................... 84
2.4 Exercícios .......................................................................................... 84
Capítulo 3 – Ligações químicas..................................................................... 92
3.1 Por que os átomos se unem?............................................................. 92
3.2 Estruturas de Lewis (fórmulas eletrônicas) ......................................... 94
3.3 Tipos de ligação química .................................................................... 95
3.3.1 Ligação iônica .................................................................................... 96
3.3.2 Ligação metálica .............................................................................. 105
3.3.3 Ligação covalente ............................................................................ 109
3.4 Exercícios ........................................................................................ 154
ATIVIDADE EXPERIMENTAL V: Medindo a solubilidade ........................... 165
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VI: Propriedades das substâncias iônicas e
moleculares ................................................................................................. 167
Capítulo 4 – Interações intermoleculares .................................................... 172
4.1 Por que algumas substâncias são sólidas, outras são líquidas e outras
gasosas? ..................................................................................................... 172
4.1.1 Tipos de forças intermoleculares ...................................................... 174
4.1.2 Forças intermoleculares e os pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) 177
4.1.3 Forças intermoleculares e solubilidade ............................................ 179
4.2 Propriedades gerais das substâncias ............................................... 179
4.3 Exercícios ........................................................................................ 183
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VII: Verificando a polaridade e as interações
intermoleculares .......................................................................................... 190
Capítulo 5 – Radioatividade ........................................................................ 193
5.1 Breve histórico ................................................................................. 193
5.2 Natureza das radiações ................................................................... 193
5.3 Leis da radioatividade ...................................................................... 196
5.4 Séries radioativas ............................................................................. 197
5.5 Cinética das desintegrações radioativas .......................................... 198
5.6 Transmutação artificial ..................................................................... 201
5.7 Radioatividade artificial .................................................................... 202
5.8 Fissão nuclear .................................................................................. 202
5.9 Fusão nuclear .................................................................................. 203
5.10 Aplicações da radioatividade ............................................................ 204
5.11 Exercícios ........................................................................................ 204
Capítulo 6 – Funções inorgânicas e suas reações ...................................... 212
6.1 Nox e Classificação de reações inorgânicas .................................... 212
6.1.1 Nox .................................................................................................. 212
6.1.2 Classificação de reações inorgânicas .............................................. 214
6.2 Principais funções inorgânicas ......................................................... 220
6.2.1 Ácidos .............................................................................................. 221
6.2.2 Bases ............................................................................................... 227
6.2.3 Sais .................................................................................................. 232
6.2.4 Óxidos .............................................................................................. 239
6.2.5 Hidretos............................................................................................ 241
6.3 Exercícios ........................................................................................ 243
d) Apenas I, II, IV e V. .......................................................................... 247
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VIII: Comparando compostos orgânicos e
inorgânicos .................................................................................................. 249
ATIVIDADE EXPERIMENTAL IX: Tipos de reações químicas .................... 253
ATIVIDADE EXPERIMENTAL X: Reconhecimento de reações de oxirredução
por testes qualitativos .................................................................................. 256
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XI: Síntese do sulfato de cobre.................... 258
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XII: Oxidação do etanol - princípio de
funcionamento do bafômetro ....................................................................... 261
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIII: Síntese do oxalato de bário .................. 263
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIV: Síntese do carbonato de zinco............. 265
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XV: Uma reação de precipitação ................. 266
Capítulo 7 – Compostos de coordenação .................................................... 269
7.1 Introdução ........................................................................................ 269
7.2 Ligantes: classificação estrutural ...................................................... 272
7.3 Ácidos e bases duros e moles .......................................................... 274
7.4 Número atômico efetivo ................................................................... 275
7.5 Regra de 18 elétrons ........................................................................ 275
7.6 Condutividade dos compostos de coordenação ............................... 276
7.7 Estereoquímica dos compostos de coordenação ............................. 277
7.7.1 Número de Coordenação 2: Forma Linear ....................................... 277
7.7.2 Número de Coordenação 3: Forma Trigonal Plana .......................... 277
7.7.3 Número de Coordenação 4: Forma Tetraédrica ............................... 278
7.7.4 Número de Coordenação 4: Forma Quadrado - Plana ..................... 278
7.7.5 Número de Coordenação 5: Bipirâmide Trigonal e Pirâmide de Base
Quadrada .................................................................................................... 279
7.7.6 Número de Coordenação 6: Octraédrica e Prisma Trigonal ............. 280
7.7.7 Complexos quelatos e com ligantes em ponte ................................. 281
7.7.8 Isomeria ........................................................................................... 282
7.8 Nomenclatura ................................................................................... 290
7.9 Teorias de ligação ............................................................................ 294
7.10 Exercícios ........................................................................................ 297
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVI: Síntese de um sal complexo: sulfato de
tetraminocobre(II) monohidratado ............................................................... 301
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVII: Síntese e caracterização do complexo
[Ni(NH3)6]Cl2 ................................................................................................ 303
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVIII: Síntese do cloreto de
pentaminclorocobalto(III) - [Co(NH3)5Cl]Cl2 ................................................. 306
Referências ................................................................................................. 309
Currículos das autoras ................................................................................ 311
Capítulo 1 – Modelos atômicos

Objetivos
Estudar os modelos propostos para o átomo.

1.1 O modelo científico e a materialização dos primeiros modelos

Química é a ciência que estuda a matéria. Muito antes de se inventar qualquer


microscópio, filósofos já a estudavam e propuseram modelos para explicá-la. Mas, o que é
um modelo científico?
Um modelo científico é uma representação, uma imagem construída que permite a
compreensão de alguns fenômenos. Quando adequado, ele consegue prever fenômenos
relacionados ao objeto de estudo. Porém, quando um modelo não é capaz de explicar
determinado fenômeno, deve-se reformulá-lo baseado nessas novas evidências.
Normalmente, o aperfeiçoamento da tecnologia e dos equipamentos de análises irá fornecer
essas novas evidências, que serão utilizadas para o aprimoramento dos modelos.
Os modelos atômicos surgiram para explicar a composição da matéria. A criação do
conceito de átomo aconteceu entre 500-400 antes de Cristo, pelos filósofos Leucipo e
Demócrito. Para eles, o mundo material era constituído de minúsculas partículas indivisíveis
e indestrutíveis, aglomeradas, que eles chamaram de átomos (em grego, esta palavra quer
dizer indivisível). Porém esta primeira concepção a respeito do átomo foi apenas uma ideia
intuitiva e não fundamentada em experimentos.
Após um tempo, Aristóteles (384-322 a.C.) rejeitou este modelo e propôs outro
baseado nos 4 “elementos” básicos: água, fogo, terra e ar. Este modelo prevaleceu por muito
tempo, mais de 2 mil anos, até que o desenvolvimento da tecnologia permitiu que novos
experimentos fossem realizados e ocorreu o avanço do conhecimento e das concepções
sobre os materiais, o que deu origem a novos modelos para o átomo.

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Figura 1 – Vamos fazer experências?

Fonte: https://i.pinimg.com/236x/d0/b1/aa/d0b1aa7c5d7318bd4b27c1cc1cc4a975.jpg (Acesso em 24 Jan.


2022)

1.2 O modelo atômico de Dalton

O primeiro modelo para o átomo baseado em dados científicos apareceu somente em


1808. Um dos avanços no modelo de Dalton foi a representação, por símbolos, dos átomos
e das moléculas (chamadas por Dalton de átomos compostos). Após Dalton ter publicado
suas ideias, Jons Jacob Berzelius (1778-1848) fez muitas contribuições com estudos
envolvendo eletricidade. Ele propôs que todos os átomos, com exceção do oxigênio, tinham
cargas positivas e negativas. Ele também propôs que fossem usadas representações de
letras e números para representar os átomos e as moléculas, com muitas semelhanças às
que são utilizadas hoje, e alterou algumas fórmulas propostas de compostos químicos. Por
exemplo, a água, segundo Dalton, tinha a proporção de 1 átomo de hidrogênio para cada
átomo de oxigênio (HO). Berzelius descobriu que, na verdade, a proporção era de dois
átomos de hidrogênio para um de oxigênio e propôs a fórmula H 2O.

Dica do professor: Observe que Berzelius colocava os


números referentes às quantidades de cada átomo na
parte de cima (sobrescrito). Hoje, colocamos estes
números na parte inferior (subscrito: H2O), mas a mesma
proporção proposta por Berzelius para a água permanece
até hoje (2 átomos de hidrogênio para cada átomo de
oxigênio).

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John Dalton elaborou este modelo para explicar as chamadas leis das reações. Essas
leis relacionam as massas das substâncias participantes, destacando-se entre elas, as leis
de Lavoisier e Proust.
As principais ideias do modelo de Dalton são:
• Os átomos seriam esferas maciças indivisíveis e indestrutíveis.
• Átomos de um mesmo elemento químico seriam completamente idênticos em
tamanho, massa e forma.
• Durante uma reação química ocorre um rearranjo dos átomos para formação
de novas substâncias.
• Um elemento químico não pode ser convertido em outro.

Dica do professor: Uma reação química ocorre quando


um material passa por uma transformação em que sua
constituição muda, ou seja, seus átomos se rearranjam
para formar novas substâncias.

O modelo de Dalton é conhecido popularmente como “Modelo da bola de bilhar”


(Figura 2).

Figura 2 – Átomo de Dalton: O modelo atômico de Dalton baseava na estrutura de uma bola de bilhar.

Fonte: https://www.biologianet.com/upload/conteudo/images/2014/11/modelo-atomico-de-dalton.jpg (Acesso


em 21 Jan. 2022)

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1.2.1 Leis de Lavoisier e de Proust

Somente nas últimas décadas do século XVIII, os químicos começaram a se


preocupar em relacionar entre si as quantidades das substâncias participantes da reações
químicas. Surgiram então as leis das reações químicas.
As leis das reações que relacionam as massas das substâncias participantes são
denominadas de leis ponderais, destacando-se as leis de Lavoisier e Proust.

Lei de Lavoisier

A Lei de Lavoisier, criada em 1774, pelo cientista francês Antoine Laurent Lavoisier
(1743-1794) é também chamada de Lei de Conservação da Massa ou ainda de Lei de
Conservação da Matéria. Essa lei afirma que:

“Numa reação química, a soma das massas dos reagentes é igual à soma das massas dos
produtos”.

Considere uma reação hipotética entre uma substância A e B, com formação de dois
novos produtos C e D, conforme equação química abaixo:

A + B → C + D

Conforme a Lei de Conservação das Massas, "durante uma transformação química


não há ganho nem perda de massas", o que acontece é a recombinação dos átomos
presentes nos reagentes em produtos. Portanto, temos:

mA + mB = mC + mD

Dica do professor: Equação Química é uma forma


simbólica de representação de uma reação química. Essa
equação descreve a composição dos reagentes e
produtos e a relação de igualdade entre as quantidades
de átomos de cada elemento químico.

Na época já se sabia que alguns materiais, quando entram em combustão, como


ocorre durante a queima de um pedaço de papel, tem a massa final, mostrada na balança,
menor que a massa do início. Há, então, uma aparente perda de massa, o que poderia ser
interpretado por alguns como destruição de átomos. Entretanto, Lavoisier demonstrou que

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esta aparente perda de massa só ocorre em recipientes abertos e que em sistemas fechados
não há variação da massa, indicando a conservação dos átomos no recipiente. O que ocorre,
na realidade, é que os gases formados durante a queima escapam para o meio ambiente
quando esta é realizada em sistemas abertos, o que não ocorre nos sistemas fechados.
Pode ocorrer também, em sistemas abertos, um aparente ganho de massa. Por
exemplo, na oxidação do ferro. O que ocorre, na realidade, é que o gás disperso no meio
ambiente, que não tem a massa mostrada na balança, consumido na reação, se liga ao ferro.
A lei de Lavoisier é frequentemente enunciada de uma maneira mais ampla: “na
natureza nada se cria e nada se perde, tudo se transforma”.

Lei de Proust

O trabalho de Lavoisier levou muitos químicos a investigar os aspectos quantitativos


da reações químicas. Estas observações conduziram a uma outra importante lei da Química,
a lei de Proust ou Lei das das Proporções definidas.
Esta lei estabelece que, em uma substância químicamente pura, os elementos
químicos estão sempre presentes em proporções fixas de massas. Na água, por exemplo,
a proporção entre oxigênio e hidrogênio é sempre 89:11 (estes valores correspondem as
porcentagens em massa dos elementos); esta proporção é sempre constante para a água
independente da origem da substância.
Esta lei foi posteriormente estendida às reações químicas:

“Numa mesma reação química, há uma relação constante entre as massas das substâncias
participantes”.

Considere a reação hipotética citada anteriormente entre uma substância A e B, com


formação de dois novos produtos C e D:

A + B → C + D

Considerando a Lei de Proust, temos:


𝑚𝑎 𝑚𝐵 𝑚𝐶 𝑚𝐷
= = = = 𝑐𝑜𝑛𝑠 𝑡𝑎𝑛 𝑡 𝑒
𝑚′𝐴 𝑚′𝐵 𝑚′𝐶 𝑚′𝐷

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1.2.2 Balanceamento de equações químicas

Já aprendemos que durante a conversão de reagente em produtos não pode haver


desaparecimento nem surgimento de átomos, apenas a recombinação dos átomos em novas
substâncias. Por isso, devemos manter a mesma quantidade de átomos de cada elemento
químico nos reagentes e produtos. Observe a reação de formação da água, mostrada
abaixo:
2 H2 + O2 → 2 H2O
As substâncias que aparecem antes da seta são os reagentes da reação e as que
aparecem após a seta são os produtos. A seta indica uma transformação. Então, os
reagentes reagem entre si e se recombinam, dando origem aos produtos, conforme
mostrado a seguir:

Fonte: produzido pelos autores.

Note que existem alguns números que aparecem antes das fórmulas das moléculas
(marcados em vermelho). Estes números são chamados de coeficientes estequiométricos e
indicam a proporção das moléculas que participam da reação. Assim, para a reação acima,
necessita-se de 2 moléculas do gás hidrogênio (H2) para cada molécula do gás oxigênio
(O2). Para esta proporção de reagentes, se obtém 2 moléculas de água (H2O), nosso
produto. Observou que o coeficiente estequiométrico 1, para o gás oxigênio, não foi escrito?
Não se costuma evidenciar o 1 quando ele é o coeficiente.
Vamos analisar essa mesma reação em relação à quantidade de átomos de cada
elemento químico antes (reagentes) e depois (produtos) da seta:

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Fonte: produzido pelos autores.

Observe que quando o coeficiente estequiométrico é diferente de 1 ele multiplica a


quantidade de todos os átomos presentes naquela substância. Observe, também, que a
equação acima apresenta a mesma quantidade de átomos de cada elemento químico nos
reagentes e produtos: temos 4 átomos de hidrogênio (H) e 2 de oxigênio (O). Quando a
equação química apresenta a mesma quantidade de átomos de cada elemento químico nos
reagentes e produtos dizemos que ela está balanceada (ela está de acordo com a Lei de
Conservação das massas de Lavoisier). Quando ela nos é apresentada sem o devido
balanceamento, devemos fazê-lo.
Para facilitar o balanceamento dos átomos, sugiro a dica de começarmos pelos
metais, depois os ametais, deixando por último os elementos carbono, hidrogênio e oxigênio.
Esta dica é conhecida como a “regra do MACHO”:

Fonte: produzido pelos autores.

Vamos fazer um balanceamento juntos?


Considere a reação não-balanceada: C4H8 + O2 → CO2 + H2O

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Neste caso, temos só carbono, hidrogênio e oxigênio e vamos realizar o
balanceamento nesta sequência.
Começando pelo carbono, temos 4 no reagente e só 1 no produto:

Fonte: produzido pelos autores.

Para se igualar a quantidade de átomos de carbono, são necessárias 4 moléculas de


CO2 nos produtos:

Fonte: produzido pelos autores.

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Perceberam que ao mudarmos a quantidade de moléculas de CO 2, também
alteramos a quantidade de oxigênio? Não se preocupem, iremos corrigir tudo até o final do
balanceamento. Agora que a quantidade de carbono já foi balanceada, vamos para o
hidrogênio:

Fonte: produzido pelos autores.

Temos 8 átomos de H no reagente e 2 átomos no produto. Para igualarmos, temos


que alterar para 4 moléculas de água (H2O).

Fonte: produzido pelos autores.

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Agora os átomos de hidrogênio também foram balanceados. Só restam os átomos de
oxigênio:

Fonte: produzido pelos autores.

Temos, nos reagentes, apenas 2 átomos de oxigênio. Nos produtos temos 12 átomos
deste elemento. Então, para igualarmos, temos que alterar a quantidade de moléculas de
O2 para 6:

Fonte: produzido pelos autores.

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Vamos conferir se todos os átomos ficaram balanceados?

Fonte: produzido pelos autores.

No total temos 4 átomos de carbono, 8 átomos de hidrogênio e 12 átomos de oxigênio


de cada lado da nossa equação. Ela está balanceada!

Atividade: Acesse o link para fazer o balanceamento


das equações químicas presentes no simulador. Dica:
clique na caixa na frente de "Ferramentas" e selecione a
balança.

Vamos fazer mais um balanceamento juntos?


Considere a equação não balanceada abaixo:
Ca(NO3)2 + NaCl → CaCl2 + NaNO3
Note que a substância Ca(NO3)2 apresenta o grupo NO3 entre parênteses, com o
número 2 subscrito após o parênteses. Isto indica que temos 2 de tudo que está entre
parênteses. Logo temos 2 grupos NO3 e, portanto, 2 nitrogênios e 6 oxigênios no composto
Ca(NO3)2. Observe a contagem dos átomos nos produtos e reagentes:

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Fonte: produzido pelos autores.

Seguindo a dica do MACHO, iremos começar pelos metais. Temos o sódio (Na) e o
cálcio (Ca), mas os dois já estão balanceados. Após, podemos seguir para o nitrogênio (N)
ou o cloro (Cl).
Começando pelo cloro (Cl), temos 1 nos reagentes e 2 nos produtos. Assim, temos
que alterar o coeficiente estequiométrico do NaCl para 2:

Fonte: produzido pelos autores.

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Quando fazemos isso, automaticamente alteramos a quantidade de sódio nos
reagentes, que passa a ser 2. Para balancearmos o sódio nos produtos, temos que alterar
o coeficiente estequiométrico do NaNO3 para 2:

Fonte: produzido pelos autores.

Agora, com o sódio e cloro balanceados, vamos para o nitrogênio. Ele já está
balanceado, com 2 átomos de nitrogênio de cada lado. Agora só falta o oxigênio, que
também está balanceado, com 6 de cada lado.
É bom sempre conferirmos após termos balanceados todos os elementos para
garantirmos que ficou tudo certo.

1.3 O modelo atômico de Thomson

Tales de Mileto (Sec. VI a.C.) descobriu, por um acaso, que uma pedra de âmbar
estava curiosamente atraindo pequenos fiapos de lã e pequenos grãos. Ele provavelmente
guardou a pedra no bolso de sua vestimenta feita da pele de algum animal e o atrito do
âmbar com a vestimenta eletrizou a pedra. A palavra âmbar em grego é elektron e desta
palavra veio o termo eletricidade. Isso pode ser explicado pelo fato de que toda matéria em
seu estado normal possui partículas elétricas que se neutralizam, assim, quando o atrito é
ocasionado, algumas delas migram de um corpo para outro, tornando esses corpos
eletrizados.

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As experiências realizadas por Geissler (1854) com descargas elétricas em tubos com
gases a baixa pressão permitiram novos esclarecimentos com relação à natureza elétrica da
matéria. Esses tubos de vidros largos e fechados possuíam eletrodos circulares em suas
pontas (Figura 3a). Ao se aplicarem descargas elétricas nesses gases, surgia dentro da
ampola uma luz que ocupava todo o espaço entre os eletrodos e cuja cor dependia
principalmente do gás utilizado. Esse fenômeno, conhecido como luminescência, é o
princípio de funcionamento das atuais lâmpadas fluorescentes.
Em 1875, William Crookes colocou gases bastante rarefeitos (que estavam em
pressões muito baixas) em ampolas de vidro. Nelas, aplicou alta tensão, que provocava uma
diferença de potencial entre duas placas metálicas presentes no interior de uma ampola de
vidro (Figura 3b). Podia-se observar o aparecimento de um feixe brilhante, chamado por
eles de raios catódicos, que sempre se desviam na direção e sentido da placa positiva. Isso
prova que os raios catódicos são de natureza negativa. Esses raios foram estudados por
Crookes, Thomson e Eugen Goldstein, que investigaram a sua natureza e chegaram à
conclusão de que se tratava de partículas negativas com massas muito pequenas (hoje
chamamos de elétrons).

Figura 3 – a) (a esquerda): Tubo Geissler, b) (a direita): Ampola de Crookes.

Fonte: https://i.pinimg.com/564x/4b/4b/77/4b4b7734df1f09b6e01ce4045478ed1f.jpg (Acesso em 24 Jan.


2022).

Dica do professor: Os desvios na ampola de Crookes


sempre ocorriam da mesma maneira, independente do
gás que se encontrava no interior da ampola. Isso fez os
cientistas imaginarem que os raios catódicos seriam
formados por minúsculas partículas negativas, e que
estas existem em toda e qualquer matéria. Assim, pela
primeira vez na história, constatava-se a existência de
uma partícula subatômica, o elétron.

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Mídia digital: Acesse o link para assistir o vídeo da e-
quimica (http://www.e-quimica.iq.unesp.br), mostrando
como ocorreu a descoberta do elétron através dos tubos
de Crookes e as observações que levaram à formulação
do modelo atômico de Thomson.

Para se manter a neutralidade observada nos átomos metálicos, também deveriam


existir partes positivas nos átomos. Thomson, então, propôs em seu modelo átomos
esféricos preenchidos por uma massa positiva onde ficavam incrustados os elétrons
negativos (Figura 4).

Figura 4 – Átomo de Thomson: esfera composta por uma massa positiva com elétrons incrustados nessa
massa.

Fonte: produzido pelos autores.

1.4 O modelo atômico de Rutherford

Na época em que Ernest Rutherford (1871-1937) realizou seus estudos sobre o


átomo, os estudos sobre a radioatividade já haviam sido aprofundados por Antoine-Henri
Becquerel e pelo casal Pierre e Marie Curie (ganharam o primeiro prêmio Nobel em 1903),
sendo bastante conhecidos. Foi graças a esses pesquisadores que o experimento realizado
por Rutherford e pelos seus alunos Johannes Geiger (1882-1945) e Ernest Marsden (1889-
1970) foi possível.
Em 1909, Geiger e Marsden realizaram no laboratório do professor Ernest Rutherford
uma experiência que colocou a prova o modelo atômico de Thomson.

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Mídia digital: Acesse o link para visualizar o
experimento de Rutherford.

Uma delgada lâmina de ouro foi bombardeada por partículas alfa (um tipo de radiação
de carga positiva) emitida pelo elemento radioativo polônio. Se o modelo de Thomson
estivesse correto, seria esperado que as partículas alfa atravessassem a fina lâmina de ouro
sem sofrer desvios ou desvios muito pequenas, pois não haveria parte densa o suficiente,
tanto de massa quanto de carga, para repeli-las (Figura 5).

Figura 5 – Resultado esperado para o Modelo de Thonsom.

Fonte: https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/modelo-de-thomson.jpg (Acesso em 24 Jan.


2022).

Entretanto Geigen e Marsden observaram que:

• A maior parte das partículas  atravessavam a lâmina sem sofrer desvios.

• Outras sofriam desvios consideráveis de sua trajetória.

• Outras não atravessavam a lâmina de ouro.

Os resultados permitiram concluir que há uma região central densa, o núcleo do


átomo, e uma região periférica (eletrosfera). O núcleo do átomo concentra praticamente toda
a massa do átomo (massa do elétron é muito menor, insignificante) e possui carga positiva;
já a eletrosfera é uma grande região “vazia de massa” ao redor do núcleo, onde ficam os
elétrons. A eletrosfera é cerca de 100 mil vezes maior que o núcleo e, para facilitar a
imaginação de sua dimensão, é como se o átomo fosse o Estádio Mineirão e o núcleo uma
bola no centro do estádio (Figura 6). Todo o espaço entre a bola e a beira do estádio seria

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21
a região da eletrosfera, uma região com massa insignificante: o “grande vazio” de Rutherford
(Figura 7).

Figura 6 – Estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Fonte: http://www.aeroportoconfins.net/turismo/copa-do-mundo-informacoes-para-os-jogos-no-estadio-
mineirao (Acesso em 20 jan. 2022).

Apesar dos elétrons e, portanto, a eletrosfera, possuírem massa insignificante, o


mesmo não ocorre com a sua carga. Cada elétron tem uma carga negativa de módulo
equivalente ao do próton (partícula positiva que fica no núcleo), um valor bem significativo.
Em 1913, Moseley determinou a carga positiva de uma série de elementos: o número
atômico (o que equivale à somatória dos prótons de um átomo). Em um átomo neutro, temos,
na eletrosfera, a mesma quantidade de cargas negativas que o número atômico. Assim, um
átomo neutro de número atômico 20 terá 20 elétrons na eletrosfera. É por este motivo que a
eletrosfera de um átomo não se aproxima tanto da de outro: elas se repelem por terem,
ambas, cargas negativas. Isso mantém estável o grande “espaço vazio” proposto Rutherford.
Para explicar as massas dos átomos, Rutherford também propôs a existência de
partículas neutras no núcleo, mas não conseguiu provar a existência delas. Isto só foi
provado em 1932, por James Chadwick. Essas partículas são chamadas de nêutrons e ficam
entre os prótons, no núcleo (Figura 7). Elas contribuem na diminuição das repulsões entre
os prótons pelo distanciamento deles e possuem a mesma massa de um próton,
contribuindo, então na massa do átomo. Como a massa do elétron é praticamente
insignificante, considera-se que a massa do átomo é a somatória das massas dos prótons e
nêutrons.

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Figura 7 – Modelo de Rutherford. Lembre-se que o núcleo é cerca de 100 mil vezes menor que o átomo. A bola
vermelha no centro representa o núcleo positivo devido à presença dos prótons. Imagem fora de escala.

Fonte: produzido pelos autores.

1.5 A identificação dos átomos

Agora, vamos entender algumas propriedades dos átomos. Em um átomo, o número


de prótons, nêutrons e elétrons são importantes dados na identificação de um átomo, assim
como o RG (número da carteira de identidade) e o CPF (Cadastro de Pessoas Físicas) são
usados para identificar as pessoas.

1.5.1 Número atômico e elemento químico

Por volta de 1913, quando Henry Moseley (1887-1915) examinou o espectro de raios
x dos elementos, ele descobriu que todos os átomos de um mesmo elemento químico
apresentavam a mesma carga nuclear, ou seja, tinham o mesmo número de prótons, que é
o número atômico do elemento (Z). Portanto, a carga nuclear (nº prótons) é o que identifica
o átomo de um mesmo elemento químico. Assim, todos os átomos com uma mesma
quantidade de prótons serão pertencentes ao mesmo elemento químico. Como
exemplo, todo átomo com 1 próton será átomo de hidrogênio, enquanto todo átomo com 20
prótons será de cálcio.

Z = nº prótons

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Exemplos:
Hidrogênio = 1 p+ → Z=1

Cálcio = 20 p+ → Z = 20

1.5.2 Número de massa

O número de massa é representado pela letra “A” e é a soma das quantidades de


prótons e nêutrons no núcleo do átomo em questão. Temos, então, as seguintes relações:

Z=A-N

A=Z+N

N=A-Z

Dica do professor: Átomos de um mesmo elemento


podem apresentar números de nêutrons diferentes e,
portanto, números de massa diferentes. Nesse caso, são
chamados de isótopos, que serão estudados no tópico
1.5.4.

Exemplos:

Átomo do elemento Z N A

Hidrogênio 1 0 1

Carbono 6 8 14

Carbono 6 6 12

Mercúrio 80 120 200

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1.5.3 Símbolo dos elementos químicos

Atualmente, temos cerca de 115 elementos conhecidos e cada elemento pode ser
representado por um símbolo.

Exemplos:

Hidrogênio = H Manganês = Mn
Cloro = Cl Magnésio = Mg
Carbono = C Potássio = K
Cálcio = Ca Ouro = Au
Cádmio = Cd Mercúrio = Hg

Os símbolos para representar os elementos químicos são recomendados pela IUPAC


(International Union of Pure and Applied Chemistry, em inglês) e eles podem apresentar
quatro índices, que fornecem informações importantes sobre eles, sendo dispostos da
seguinte forma para um elemento hipotético de símbolo X:
𝐷 𝐴
𝐶 𝑋𝐵
O índice A apresenta a carga quando se trata de um íon carregado. Ela pode ser
positiva ou negativa e a IUPAC determina que seja escrita, utilizando como exemplo um íon
positivo que foi formado pela perda de dois elétrons, na forma “2+” e não nas formas “+2” ou
“++”. Da mesma forma, íons negativos devem apresentar o sinal “-“ após o número, como
“2-” e “3-”, nunca “-2” ou “-3”. O número 1 usualmente não é apresentado. Nesses casos,
utiliza-se apenas o sinal “-“ ou “+”.
Alternativamente, o índice A também pode ser usado para apresentar o número de
oxidação do elemento, sendo, neste caso, escrito na forma de algarismos romanos. Não
podemos representar a carga e o número de oxidação ao mesmo tempo, sendo
representado apenas um deles ou nenhum deles, quando se trata de um átomo neutro (não
carregado).
O índice B é usado para apresentar a quantidade de átomos do mesmo elemento
químico X ligados em uma única espécie química, como no caso da substância Cl 2. No caso
da apresentação de fórmulas químicas empíricas, o índice B é ocupado pelos números que
representam as proporções relativas dos elementos químicos, como para uma fórmula
empírica C3H9O3, que diz que existem três átomos de carbono para 9 átomos de hidrogênio
e três de oxigênio.

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O índice C pode ser usado para apresentar o número atômico do elemento, mas ele
não costuma ser apresentado pois o próprio símbolo já induz qual é o número atômico do
elemento.
O índice D é usado para apresentar o número de massa (A) do átomo em questão, e
não a massa atômica.
Alguns exemplos de uso dos índices:
Cl- para representar o íon cloreto, átomo de cloro que recebeu um elétron e ficou com
carga negativa.

ou 𝟏𝟒𝟔𝐂 para se especificar que o átomo em questão é um átomo de carbono com


14C

número de massa 14.


Hg22+ para se especificar que se trata de uma espécie com carga 2+ formada por dois
átomos de mercúrio (Hg). Note que, neste caso, o índice A, referente à carga, foi
propositalmente colocado após o índice B, referente à quantidade de átomos, para indicar
que a carga +2 é referente à espécie formada pelos dois átomos e não representa as cargas
individuais de cada átomo de mercúrio. Essa representação, com os índices desalinhados,
pode ser utilizada para evitar enganos, bem como a representação (Hg 2)2+.

1.5.4 Íons, isótopos, isóbaros e isótonos

Os íons são espécies químicas que perderam ou ganharam elétrons, ou seja,


apresentam o número de prótons diferente do número de elétrons (podem ser representados
por e-) e, por isso, possuem carga elétrica. O átomo neutro possui a mesma quantidade de
prótons, de cargas positivas, e elétrons, de cargas negativas. Quando ele perde um ou mais
elétrons, haverá existência de mais cargas positivas (prótons) do que negativas (elétrons) e
o átomo irá adquirir carga positiva, sendo chamado de cátion. Por outro lado, se o átomo
neutro ganhar elétrons, ele irá possuir mais cargas negativas do que positivas, adquirindo
carga negativa e sendo chamado de ânion. Se um átomo neutro de ferro perder dois
elétrons, ele irá adquirir duas cargas positivas, uma para cada elétron perdido, sendo
representado por Fe2+. Se o átomo neutro de ferro tivesse perdido três elétrons, ele seria
representado por Fe3+.

Íon Nome Variação

Negativo Ânion ganhou e-

Positivo Cátion perdeu e-

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Atenção: A carga do íon deve-se à variação do número
de elétrons.

Exemplos:

17 p+ 17 p+
35
Cl 17 e- 35
Cl - 18 e
-
17 17

18 no 18 no

8 p- 8 p+
16
O 8 e- 16
O 2- 10 e
-
8 8

8 no 8 no

3 p+ 3 p+
7
Li 3 e- 7
Li + 2 e-
3 3

4 no 4 no

13 p+ 13 p+
27
Al 13 e- 27
13 Al 3+ 10 e
-
13

14 no 14 no

1.6 O modelo atômico de Bohr

O modelo de Bohr (1885-1962) teve como partida o modelo de Rutherford, publicado


havia apenas 2 anos, e, por isso, muitos o chamam de modelo de Rutherford-Bohr. Ele surgiu
com o objetivo de explicar uma questão de grande debate na época de publicação do modelo
de Rutherford: como o elétron, dotado de carga negativa, se movimenta em torno de um

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27
núcleo positivo sem perder energia, ser atraído e colidir com ele, o que seria esperado pelas
leis da Física clássicas, já que cargas opostas se atraem?
Bohr, baseado em diferentes trabalhos de diversos pesquisadores, com destaque a
Max Planck (1858-1947), afirmou que as leis da física válidas para objetos macroscópicos
(física clássica) não são válidas para alguns sistemas microscópicos, que possui fenômenos
próprios. As principais afirmações de Bohr sobre o átomo foram:
● Os elétrons ocupam níveis ou camadas de energia (órbitas estacionárias), onde não
há perda de energia pela movimentação em torno dessa camada (energia constante
dentro da camada).
● O elétron não pode ficar parado (energia zero), pois não existe camada de energia
zero.
● Para determinado elemento, cada órbita tem valores fixos de energia, não existindo
possibilidade de um elétron ficar entre duas órbitas. Ou ele está em uma, ou em outra.
Com isso, as energias permitidas para os elétrons são restritas.
● Quanto mais próxima ao núcleo, menor será a energia da camada e, portanto, do
elétron que está naquela camada.
● O elétron pode mudar de uma camada de menor energia para outra de maior energia,
desde que ganhe energia correspondente à diferença de energia entre as camadas.
● Para um elétron mudar para uma camada de menor energia, ele deve liberar energia
correspondente à diferença de energia entre as camadas.

O modelo de Bohr conseguiu explicar diversos fenômenos que não eram explicáveis
pelos modelos de Rutherford, como os espectros de emissão dos elementos químicos,
responsável pela cor dos metais em um teste de chama, por exemplo.

Mídia digital: Acesse o link para visualizar o processo de


mudança na cor da chama ocasionada pela presença de
metais.

Esta mudança de coloração se deve às transições (mudanças) dos elétrons entre as


camadas (Figura 8). A chama fornece energia para que alguns elétrons migrem para
camadas mais energéticas (mais externas). Quando isso ocorre, o átomo, como um todo,
fica com mais energia, levando a um estado menos estável (estados menos energéticos
tendem a ser mais estáveis). Para voltar ao estado fundamental (estado mais estável), um
ou mais elétrons devem perder energia e ocupar as camadas de menores energias que
estavam ocupadas antes do metal ser aquecido (ele estava no estado fundamental antes de
ser aquecido). Para um elétron mudar para uma camada de menor energia, ele deve perder

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28
energia, pois sua energia deve ser igual à energia da camada. Dependendo da diferença de
energia entre a camada mais energética onde o elétron estava e a camada de menor energia
para onde ele foi, a energia pode ser liberada na forma de ondas nas regiões do visível no
teste de chama, ultravioleta (não enxergamos), infravermelho (não enxergamos) ou outras
(Figura 9).

Figura 8 – Modelo atômico de Bohr. A energia Figura 9 – Lítio, número atômico =3, número de massa
aumenta do nível eletrônico n=1 ao 3; o retorno = 6 (3 prótons + 3 nêutrons) e 3 elétrons. Exibe cor
do elétron para um nível inferior libera energia. vermelha no teste com chama.

Fonte: elaborado pelos autores. Fonte:


http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Blausen_0615
_Lithium_Atom.png (Acesso em 20 jan. 2022).

O modelo de Bohr foi bem recebido na época, pois explicava satisfatoriamente o


espectro descontínuo do átomo de hidrogênio. Segundo Bohr, o elétron do átomo de
hidrogênio poderia apresentar somente alguns tipos de saltos de retorno ou transições
eletrônicas. A cada tipo de salto corresponderia uma emissão de energia através de uma
onda eletromagnética, dando origem às linhas observadas nos espectros (Figura 10).

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Figura 10 – Espectros (de cima para baixo): 1 – solar (contínuo), 2 - hidrogênio, 3 - Hélio, 4 - Mercúrio e 5 -
Urânio (descontínuos).

Fonte:
https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/espestros%20de%20v%C3%A1rios%20elementos.jp
g (Acesso em 20 jan. 2022).

Os cientistas já sabiam que cada elemento possui um espectro característico e o


modelo de Bohr explicava o espectro do átomo de hidrogênio, mas não servia para
esclarecer os espectros de átomos com vários elétrons. Isso foi resolvido por teorias mais
complexas, desenvolvidas principalmente por Heisemberg, Dirac, De Broglie e Schrodinger,
dando origem ao atual modelo atômico.

Dica do professor: As lâmpadas fluorescentes, os


luminosos de neon e os materiais fosforescentes, por
exemplo, se utilizam da excitação dos elétrons para obter
a emissão de luz.

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30
1.7 O modelo atômico atual

Este modelo atômico é resultado da contribuição de vários cientistas. Em 1924, Louis


De Broglie propôs que os fenômenos ondulatórios e corpusculares da matéria não estariam
rigidamente separados. Apesar de aparentemente antagônicos, haveria um campo onde
estaria inter-relacionados. Anteriormente, uma sequência de estudos desenvolvidos por
Planck, Hertz, Einstein e Compton havia permitido se chegar à conclusão de que a radiação
tinha um comportamento corpuscular (matéria). A hipótese de De Broglie foi a de que este
comportamento dual também valeria para a matéria, mas somente partículas microscópicas
apresentariam um comprimento de onda satisfatório que possibilitaria a observação dos
fenômenos ondulatórios, como a difração e a interferência de ondas.
Em 1926, Schrodinger lançou as bases da Mecânica Ondulatória ao apresentar um
modelo atômico no qual os elétrons eram considerados como partículas-onda. As
partículas-onda apresentam uma particularidade, não prevista na física clássica, descrita por
Heisenberg no seu famoso Princípio da Incerteza: “É impossível determinarmos,
simultaneamente, a posição e a velocidade da partícula, com exatidão, em um certo
instante”. Essa particularidade surge exatamente do comportamento ondulatório, uma vez
que não faz sentido especificarmos a localização de uma onda. O modelo de Schrodinger,
válido até hoje, reforça a impossibilidade de conhecermos a trajetória de um elétron e propõe
uma equação que leva em conta a probabilidade de se encontrar o elétron em determinada
região. A equação de Schrodinger só pode ser resolvida apenas para átomos com um
elétron, como o átomo de hidrogênio. Para átomos com vários elétrons, métodos
matemáticos de aproximação são utilizados devido à complexidade do cálculo da energia
potencial da interação de repulsão entre os elétrons. Esses cálculos e aproximações são
feitos com o auxílio de computadores e são alvos de diversas pesquisas da área da química
teórica.
Em vista da impossibilidade de conhecermos a trajetória dos elétrons, a ideia de Bohr
com relação a órbitas eletrônicas circulares e fixas para o elétron teve de ser abandonada.
No modelo atômico atual, a principal ideia é a do orbital:

Orbital é a região tridimensional em volta do núcleo com máxima probabilidade de se


encontrar um elétron.

Outra ideia importante no atual modelo atômico é que, além dos níveis de energia, a
eletrosfera é constituída de subníveis de energia. Os subníveis preenchidos por elétrons dos
átomos dos elementos identificados até os dias atuais estão descritos no quadro seguinte.
Observe que para cada subnível existe um certo número de orbitais e, para facilitar, cada
orbital é representado por uma “caixa” nos diagramas de energia (Tabela 1).

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31
Tabela 1. Subníveis de energia e seus orbitais.

Subníveis Nº de Orbitais Representação nos diagramas de energia

S 1

P 3

D 5

F 7

Fonte: produzido pelos autores.

Dissemos, anteriormente, que a equação de Schrodinger leva em consideração a


probabilidade de se encontrar o elétron em uma região em volta do núcleo. Cada orbital
apresenta uma região espacial em torno do núcleo de maior probabilidade de seus elétrons
serem encontrados e é comum se representar essas regiões na forma de desenhos de suas
superfícies limites, que são as superfícies que incluem essas regiões de maiores
probabilidades. Apesar delas não cobrirem 100% das regiões de probabilidades, elas são
muito úteis. A Figura 11 apresenta as superfícies limites dos orbitais 1s, 2p e 3d. Note, na
figura, que cada orbital p e d possui uma forma e um nome específicos. Os orbitais s, p e d
de outros níveis de energia possuem superfícies limites diferentes e mais complexas.

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32
Figura 11 – Superfícies limites dos orbitais s, p e d.

Fonte: modificado de

https://chem.libretexts.org/Courses/University_of_Arkansas_Little_Rock/Chem_1402%3A_General_Chemistr
y_1_(Belford)/Text/6%3A_The_Structure_of_Atoms/6.6%3A_The_Shapes_of_Atomic_Orbitals (Acesso em 20
jan. 2022).

Mídia digital: Acesse o link para assistir o vídeo “Tudo


se Transforma, História da Química, História dos
Modelos Atômicos” para para conhecer a evolução dos
modelos atômicos e um pouco da história dos cientistas
envolvidos.

Wolfgang Pauli descobriu uma regra fundamental sobre os elétrons e os orbitais,


conhecida como princípio de exclusão de Pauli, que leva à duas importantes determinações
cada orbital comporta, no máximo, 2 elétrons; e os dois elétrons que ficam no mesmo orbital
apresentam rotações em torno deles mesmos contrárias (spins opostos), de maneira a
minimizar a repulsão entre esses elétrons.
Com isto, o número máximo de elétrons que cada sub-nível pode conter é:

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33
• s=2 • d = 10

• p=6 • f = 14
Cada camada eletrônica contém um dado número de subníveis e a quantidade
máxima de elétrons de cada camada depende dos sub-níveis que ela possui (Tabela 2).

Tabela 2. Distribuição dos elétrons por níveis de energia.

Camadas (níveis) Subníveis N° máximo de elétrons

K s2 2

L s2 p6 8

M s2 p6 d10 18

N s2 p6 d10 f14 32

O s2 p6 d10 f14 32

P s2 p6 d10 18

Q s2 p6 8

Fonte: produzido pelos autores.

Será que há uma forma de prevermos como será a distribuição dos elétrons nos
diferentes orbitais dos átomos?
O princípio da construção (Figura 12), conhecido como princípio de Aufbau (significa
“em construção”, em alemão) e muitas vezes chamado, no Brasil, de diagrama de Pauling
(há divergências sobre a associação da distribuição eletrônica a Linus Pauling), facilita a
previsão da distribuição eletrônica pois ele organiza os subníveis em ordem crescente da
energia prevista teoricamente. Seguindo as setas diagonais do diagrama, encontra-se a
seguinte sequência de preenchimento dos subníveis: 1s 2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2
4d10 5p6 6s2 4f14 5d10 6p6 7s2 5f14 6d10 7p6. Existem algumas exceções a esta sequência,
como é o caso do cromo e do molibidênio, que ficam com o subnível s parcialmente
preenchido, com apenas 1 elétron, e com 5 elétrons no subnível d devido à uma redução da
energia dos orbitais d em relação ao previsto teoricamente, observada experimentalmente,
nos átomos neutros desses elementos com essa distribuição de meia camada: todos os
orbitais preenchidos por elétrons desemparelhados (sem a presença do segundo elétron no
orbital). Outras exceções ocorrem por outra redução de energia dos orbitais d, observada
experimentalmente, quando o orbital d fica completo e o orbital s da camada seguinte com
apenas 1 elétron.

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34
Figura 12 – Princípio da construção ou princípio de Aufbau ou diagrama de Pauling.

Fonte: https://registrodemarca.arenamarcas.com.br/wp-content/uploads/2020/05/diagrama-linus-pauling.png
(Acesso em 20 jan. 2022).

Observe que os subníveis s de uma determinada camada são preenchidos antes do


início do preenchimento dos subníveis d da camada anterior (quando existirem): o subnível
4s geralmente é preenchido antes do preenchimento do subnível 3d (lembrem-se que
existem exceções, como as mostradas anteriormente). Algo semelhante ocorre com os
subníveis f: quando eles existirem, só serão preenchidos após o preenchimento dos
subníveis s de duas camadas posteriores e eles são preenchidos antes dos subníveis d da
camada posterior. Como exemplo, o subnível 4f só é preenchido após o preenchimento do
subnível 6s. O subnível 5d será preenchido em seguida.

1.7.1 Distribuição eletrônica

O princípio da construção, diagramado na Figura 12, consiste em um modelo que


mostra a ordem crescente de energia teórica dos subníveis e nos ajuda a saber a disposição
dos elétrons na eletrosfera de um átomo. Essa distribuição dos elétrons também chamada
configuração ou distribuição eletrônica. Para fazer a distribuição corretamente, devemos
seguir as seguintes regras:
1º) Nos subníveis

• Determinar o número de elétrons a serem distribuídos;

• Seguir a ordem crescente de energia dos subníveis (Figura 12);

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35
• Nunca ultrapassar o número máximo de elétrons do subnível;

• Nunca passar adiante sem antes ter preenchido o subnível anterior, segundo a ordem das
setas diagonais da Figura 12.

Exemplos de sequências de preenchimento:

3Li 1s2 2s1

17Cl 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

26Fe 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

subnível mais energético, quando vazio

Observação: os orbitais d possuem maiores energias que os orbitais s da camada posterior


apenas quando estão vazios. Após o início do seu preenchimento, eles estabilizam e
adquirem energias menores que os orbitais s das camadas imediatamente superiores,
devendo, então, serem apresentados primeiro que os orbitais d na distribuição final, pois ela
é apresentada em ordem crescente de energia. Assim, a configuração eletrônica do 26Fe
deverá ser apresentada na ordem: 1s22s22p63s23p63d64s2. Por este motivo, a retirada de
elétrons de átomos de ferro neutros, em reações, ocorre primeiramente nos orbitais 4s, que
agora apresentam maiores energias, e não nos orbitais 3d.

2º) Nas camadas

• Fazer a distribuição nos subníveis.

• Somar o número de elétrons presentes em cada nível ou camada

Exemplos:

3Li 1s2 2s1


K=2 L=1

17Cl 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

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36
K=2 L=8 M=7

26Fe 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6


K=2 L=8 M = 14 N=2

Dica do professor: Camada de valência é o nome que se


dá para a última camada de um átomo.

3º) Nos orbitais: é outra forma de representar a distribuição eletrônica de um átomo. Nela,
demonstramos os elétrons dentro dos orbitais de cada subnível (s, p, d, f), em cada um dos
níveis. Para isso, seguimos duas regras básicas: o Princípio da exclusão de Pauli e a
Regra de Hund.

Princípio da exclusão de Pauli: num orbital existem no máximo 2 elétrons com spins
opostos.

Regra de Hund (máxima multiplicidade): os orbitais de um mesmo subnível devem


apresentar o maior número possível de elétrons isolados (desemparelhados).

• Cada elétron é representado por uma seta e a direção das setas indica os seus spins.

1º elétron do orbital = 

2º elétron do orbital = 

• Iniciar a distribuição da esquerda para a direita.

• Deixar um elétron (  ) em cada orbital.

• Depois de todos os orbitais terem recebidos seu 1º elétron, voltar distribuindo o 2º elétron
(  ) de cada orbital com spin oposto para que não ocorra desestabilização.

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37
Exemplos:

p2

d4

p5

f9

Observação:

Elétron mais energético → é o último elétron a ser distribuído nos orbitais:

p4

Distribuição eletrônica em íons

• Começar sempre pela distribuição eletrônica do átomo (neutro) correspondente.

• Retirar ou acrescentar elétrons sempre da última camada (camada de valência).

Exemplos:

a) –
17Cl (18 elétrons)

17Cl (17 elétrons) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5

acrescentar um elétron
- (18 elétrons) 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6
17Cl

b) +2
26Fe (24 elétrons)

26Fe (26 elétrons) – sequência de distribuição: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d6

 retirar dois
elétrons do subnível 4s, pois após a distribuição os orbitais 3d ficam com menores energias

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38
+2 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 3d6
26Fe

1.7.2 Números quânticos

São números associados à quantidade de energia do elétron. Um elétron pode ser


caracterizado a partir de um conjunto de quatro números quânticos.

Dica do professor: Em um mesmo átomo, não existem


dois elétrons com os mesmos números quânticos.

Número quântico principal (n)

• Significado: indica a camada onde o elétron se encontra (o nível de energia do elétron).

• Valores: varia de 1 até 7.

Camada K L M N O P Q
n = 1 2 3 4 5 6 7

Número quântico secundário ou azimutal ()

• Significado: indica o subnível onde o elétron se encontra.

• Valores: varia de acordo com os subníveis:

Sub-nível S p d f

 = 0 1 2 3

Observação:

Nº de orbitais = 2  + 1

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39
Exemplos:

• subnível s:  = 0 → 2.0 + 1 = 1 orbital

• subnível d:  = 2 → 2.2 + 1 = 5 orbitais

Número quântico magnético (m ou m)

• Significado: indica a orientação dos orbitais no espaço.

• Valores: variam de -  a + .

Subníveis  Representação

S 0

P 1

D 2

F 3

Fonte: produzido pelos autores.

Número quântico spin (S ou mS)

• Significado: indica o sentido de rotação do elétron no orbital.

• Valores: -1/2 e + 1/2

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40
Figura 13 – Spin.

Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/11/numero-quantico-spin.jpg (Acesso em 24 jan.


2022).

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre Modelos atômicos.

1.8 Exercícios

Questão 1. Na chamada experiência de Rutherford, uma lâmina muito fina de ouro foi
bombardeada com um feixe de partículas alfa (He+2). Esperava-se que todas as partículas
atravessassem a lâmina, sofrendo, no máximo, pequenos desvios em sua trajetória.
Surpreendentemente, porém, foi observado que uma pequena fração das partículas alfa
sofria grandes desvios em relação às suas trajetórias originais. Para explicar esse resultado,
Rutherford propôs a existência do núcleo atômico.
A) Justifique por que a introdução do conceito do núcleo atômico permite explicar os
grandes desvios nas trajetórias das partículas alfa.
B) Suponha que, em vez de uma lâmina de ouro, se usasse uma lâmina de alumínio.
Nesse caso, a fração de partículas alfa que sofreria grandes desvios seria menor, igual ou
maior do que na experiência com lâmina de ouro? JUSTIFIQUE sua resposta.

Questão 2. (UFMG) A principal idéia inovadora do modelo atômico de Dalton é a noção de:
A) núcleo
B) órbita
C) orbital
D) massa
E) energia quantizada

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41
Questão 3. (UFSCAR) Até 1772 acreditava-se que o fogo era um elemento químico. Foi
quando um cientista nascido em 1743 e guilhotinado em 1794, durante a Revolução
Francesa, transformou a pesquisa química de qualitativa em quantitativa, formulando
explicitamente a lei da conservação da matéria. Este cientista, também conhecido como o
pai da química moderna, é:
A) John Dalton
B) Linus Pauling
C) Robert Boyle
D) Antoine Lavoisier
E) Niels Bohr

Questão 4. (FEI/SP) Qualquer que seja a procedência ou o processo de preparação de


NaC pode-se afirmar que a sua composição em massa é 39,32% de Na e 60,68% de C
com base na:
A) Lei de Proust
B) Lei de Dalton
C) Lei de Richter-Wenzel
D) Lei de Lavoisier
E) Lei de Gay-Lussac

Questão 5. (FUVEST/SP) John Dalton (1766 – 1844) afirmava que a matéria era composta
por átomos indivisíveis; átomos de um mesmo elemento apresentariam massa e
propriedades iguais. A transformação química consistiria na reunião ou separação de
átomos.
As afirmações de Dalton explicariam:
A) a condutibilidade elétrica do hidróxido de sódio fundido.
B) a transformação do rádio em radônio.
C) a existência dos isótopos do hidrogênio: deutério e trítio.
D) a proporção constante entre as massas de hidrogênio e oxigênio resultante da
decomposição da água.
E) o processo químico envolvido no funcionamento da pilha de uma lanterna.

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42
Questão 6. (FUNREI/MG) Numa reação entre 5 g do elemento hidrogênio e 32 g do
elemento oxigênio ocorreu a formação de 34 g do produto X, tendo sobrado 3 g de
hidrogênio. Com base nas informações acima, é correto afirmar que
A) 85 g do produto X apresentarão 80 g de oxigênio e 5 g de hidrogênio.
B) a formação do produto X a partir de 10 g de hidrogênio consome 37 g de oxigênio.
C) se combinarmos 10 g de hidrogênio com 10 g de oxigênio teremos a formação de 20 g
do produto X.
D) o produto formado é a água.
E) a combinação de 3 g de hidrogênio com 35 g de oxigênio leva à formação de 36 g do
produto X e sobram 2 g de oxigênio.

Questão 7. (UFMG) A tabela indica algumas das massas em gramas das espécies
envolvidas na reação A + B → C + 2D, em duas experiências diferentes. Outras massas
estão indicadas pelas letras x, y, w e z.

Estado Inicial Estado final

Massa de Massa de Massa Massa de Massa de Massa de


A(g) B(g) de C(g) D(g) A(g) B(g)


Experiência
X 49 68 18 0 0


Experiência
Y W Z 54 10 10

Calcule as massas de x, z ,y e w.

Questão 8. (VUNESP) Quando um objeto de ferro enferruja ao ar, sua massa aumenta.
Quando um palito de fósforo é aceso, sua massa diminui. Estas observações violam a lei
da conservação das massas? Justifique sua resposta.

Questão 9. (VUNESP- MODIFICADA) Duas amostras de carbono puro de massa 1,00 g e


9,00 g foram completamente queimadas ao ar. O único produto formado nos dois casos, o
dióxido de carbono gasoso, foi totalmente recolhido e as massas obtidas foram 3,66 g e
32,94 g respectivamente.
Utilizando-se esses dados, demonstre que nos dois casos a lei de Proust é obedecida.

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43
Questão 10. (FUVEST/SP - MODIFICADA) A transformação química:

2KI(s) + Pb(NO3)2(s) → 2KNO3(s) + PbI2(s)

branco branco branco amarelo


é um exemplo de reação entre sólidos que ocorre rapidamente.
Em um recipiente de vidro com tampa, de massa igual a 20 g, foram colocados 2 g de KI e
4 g de Pb(NO3)2 pulverizados. O recipiente, hermeticamente fechado, foi vigorosamente
agitado para ocorrer a reação.
A) Como se pode reconhecer que ocorreu a reação?
B) Qual é a massa total do recipiente ao final da reação? Justifique sua resposta.

Questão 11. Considere as informações:

• Ferromagnéticos: materiais que se magnetizam sob a ação do campo magnético e


retêm a magnetização quando o campo magnético é removido.

• Paramagnéticos: materiais que se magnetizam sob a ação do campo magnético, mas


perdem a magnetização quando o campo magnético é removido.

• Diamagnéticos: materiais que não se magnetizam sob a ação do campo magnético.

CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICA

Ferromagnéticos átomos, moléculas e íons com pelo menos um elétron


desemparelhado
Paramagnéticos

Diamagnéticos átomos, moléculas e íons com todos os elétrons emparelhados

Dentre os átomos abaixo, qual(is) é(são) diamagnéticos? Justifique.

6C 7N 8O 9F 10Ne

Questão 12. Sabendo que o subnível mais energético de um cátion bivalente é o 4 p 6:


A) Qual o número total de elétrons desse átomo no estado fundamental?
B) Quantas camadas possui a eletrosfera desse átomo no estado fundamental?

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44
Questão 13. Leia o texto a seguir.
A aceitação histórica da ideia de que a matéria é composta de átomos foi lenta e gradual.
Na Grécia antiga, Leucipo e Demócrito são lembrados por terem introduzido o conceito de
átomo, mas suas propostas foram rejeitadas por outros filósofos e caíram no esquecimento.
No final do século XVIII e início do século XIX, quando as ideias de Lavoisier ganhavam
aceitação generalizada, surgiu a primeira teoria atômica moderna, proposta por _______.
Essa teoria postulava que os elementos eram constituídos de um único tipo de átomo,
enquanto que as substâncias compostas eram combinações de diferentes átomos segundo
proporções determinadas. Quase cem anos depois, estudos com raios catódicos levaram J.
J. Thomson à descoberta do _______, uma partícula de massa muito pequena e carga
elétrica _______, presente em todos os materiais conhecidos. Alguns anos depois, por meio
de experimentos em que uma fina folha de ouro foi bombardeada com partículas alfa,
Rutherford chegou à conclusão de que o átomo possui em seu centro um _______ pequeno,
porém de massa considerável.
As palavras que preenchem as lacunas correta e respectivamente estão reunidas em
A) Dalton – elétron – negativa – núcleo
B) Bohr – cátion – positiva – elétron
C) Dalton – nêutron – neutra – próton
D) Bohr – fóton – negativa – ânion
E) Dalton – próton – positiva – núcleo

Questão 14. As telas de televisão plana e de telefones celulares usam como visores os
chamados OLED, que são equivalentes a “microlâmpadas” coloridas formadas por camadas
de compostos metalorgânicos depositadas entre dois eletrodos. Um dos metais mais
utilizados como emissor de fótons é o alumínio, ligado a um composto orgânico, a quinolina
[Al(quinolina)3]. Em sistemas semelhantes, pode-se variar a cor da luz emitida substituindo-
se o alumínio por outro metal de mesma valência.Escreva a configuração eletrônica do íon
Al3+ e indique, entre os íons da lista a seguir, qual(is) poderia(m) substituir o alumínio nesses
sistemas.
K+, Ca2+, Sc2+, Ti4+, V5+, Mn4+; Fe3+; Co2+; Ni2+; Cu2+.
Dado: Al (Z = 13)

Questão 15. A distribuição eletrônica no último nível de um certo íon X 2+ é 3s2 3p6. Qual o
número atômico desse íon?

Questão 16. Qual a distribuição eletrônica do último nível do íon As3- cujo número atômico
é 33?

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45
Questão 17. Os sais de Cr6+ são em geral, solúveis no pH biológico e, portanto, têm fácil
penetração. Daí a sua toxicidade para os serres humanos. Por outro lado, os compostos de
Cr3+ são pouco solúveis nesse pH, o que resulta em dificuldade de passar para o interior das
células. Indique a configuração eletrônica do íon Cr3+.

Questão 18. Um dado elemento químico é constituído por apenas espécies isotópica natural
e estável, com 9 prótons no núcleo.
A) Dê o nome desse elemento e o número nêutrons de seu átomo.
B) Dê a configuração eletrônica no estado fundamental (notação orbital) do íon
monovalente negativo desse elemento.

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Modelos
atômicos na sala virtual.

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46
ATIVIDADE EXPERIMENTAL: Apresentação

As atividades propostas para a disciplina Química Inorgânica Experimental visam


proporcionar ao aluno a oportunidade para trabalhar com autonomia e segurança em um
laboratório de química. Procurar-se-á, para isto, não apenas desenvolver a habilidade no
manuseio de reagentes e aparelhagens, mas também criar condições para uma avaliação
crítica dos experimentos realizados. Estes encontram-se diretamente ligados aos tópicos
discutidos nas aulas teóricas, estimulando-se assim a sedimentação do conhecimento em
Química Inorgânica.

Recomendações aos acadêmicos

1. É imprescindível ter o roteiro impresso, durante as aulas práticas.


2. O aluno deverá tomar conhecimento, a partir da primeira aula, das instalações do
laboratório, bem como de suas normas de funcionamento.
3. É obrigatório, por razões de segurança, o uso de guarda-pó durante as aulas.
4. O material do laboratório deve ser usado sempre de maneira adequada e somente
aqueles reagentes e soluções especificados.
5. Não é permitido fumar, comer ou beber nos laboratórios.
6. Todo o material usado deve ser lavado ao final de cada aula e organizado no local
apropriado (mesas, bancadas ou armários).
7. A bancada de trabalho deve ser limpa.
8. Após o uso deixar os reagentes nos devidos lugares.
9. Devem ser evitadas conversas em voz alta, e sobre assuntos alheios à aula.
10. As normas de segurança relacionadas no texto "Segurança no Laboratório" devem ser
lidas atentamente.

Segurança no laboratório

a) Ao chegar ao laboratório lembre-se que este é um local de trabalho onde o cuidado e


atenção são requisitos fundamentais para evitar acidentes.
b) Utilize sempre um guarda-pó, de preferência de algodão (os tecidos sintéticos podem
grudar na pele, quando inflamados) e de manga comprida (para uma maior proteção). É
proibido o uso de shorts, bermudas, saias, sandálias ou chinelos; a pele fica melhor protegida
com calças compridas e sapato ou tênis fechado.

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47
c) Cabelos compridos deverão ser presos, para evitar o risco de se incendiarem quando
próximos de um bico de gás.
d) Faça apenas as experiências indicadas. Caso tenha interesse em outras experiências,
consulte o seu professor. EXPERIÊNCIAS NÃO AUTORIZADAS SÃO PROIBIDAS.
e) Use sempre o guarda-pó. Use capelas sempre que indicado. Comunique seu professor
sobre qualquer acidente, por menor que seja.
f) Tenha cuidado com os materiais inflamáveis. Qualquer incêndio deve ser abafado
imediatamente com uma toalha ou cobertor. Na primeira vez que entrar no laboratório
procure se familiarizar com a localização dos extintores de incêndio, toalhas ou cobertores,
chuveiros, etc.
g) Nunca jogue produtos ou soluções na pia ou no lixo. Descarte os resíduos conforme os
procedimentos indicados pelo professor.
h) Leia com atenção o rótulo de qualquer frasco antes de usá-lo. Leia duas vezes para ter
certeza de que pegou o frasco certo.
i) Nunca use as espátulas de um frasco em outro para evitar contaminações.
j) Se um ácido ou outra solução em uso for derramado lave o local imediatamente com
bastante água. Chame imediatamente o professor.
k) Não toque com os dedos os produtos químicos nem prove qualquer droga ou solução.
l) Não é recomendável tentar sentir o odor de uma substância. Entretanto, desde que o
professor assim o permita, traga com as mãos pequenas porções do vapor em sua direção.
m) Deixe qualquer objeto quente esfriar por bastante tempo. Lembre-se que a aparência do
objeto quente ou frio é a mesma.
n) Saber tomar certas iniciativas em caso de pequenos acidentes. Exemplos:
✓ Queimaduras por agentes corrosivos como ácidos ou álcalis: lavar a área atingida
repetidas vezes com bastante água de torneira e depois com solução de bicarbonato
de sódio (para neutralizar ácidos) ou ácido acético (para neutralizar bases). Esta
última etapa deve ser suprimida se a queimadura for muito severa, pois o calor da
reação resultante poderá piorar a situação. Neste caso, usar apenas água e chamar
o professor. Sugere-se aos portadores de lentes de contato que não as usem no
laboratório, devido ao perigo de, num acidente, ocorrer a retenção de líquido corrosivo
entre a lente e a córnea;
✓ Todas as vezes em que ocorrer um acidente com algum aparelho elétrico (centrífuga,
por exemplo), puxar imediatamente o pino da tomada;
✓ Ao cortar um tubo de vidro ou tentar inseri-lo numa rolha de borracha, enrolar ambos
num pedaço de pano a fim de evitar cortes;
✓ Cuidado com mercúrio entornado (de termômetros quebrados, por exemplo). O
mercúrio, além de corrosivo, é muito tóxico. Deve-se coletá-lo ou cobri-lo com enxofre
ou zinco em pó;

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✓ Procurar conhecer a toxidez dos vários reagentes usados e tratá-los com a devida
seriedade (lembrar que em caso de incêndio, na ausência de um extintor, um avental
pode servir como um cobertor para abafar as chamas).
o) Finalmente, lembrar que a atenção adequada ao trabalho evita a grande maioria dos
acidentes. É muito importante ter a certeza de que se sabe perfeitamente bem o que se está
fazendo.

Confecção do relatório científico

O relatório é uma das maneiras do professor avaliar o trabalho do acadêmico. Deve


conter, portanto, todos os detalhes necessários à finalidade a que se destina. A redação
deve ser simples, direta, evitar divagações desnecessárias.
A entrega do relatório deverá ser feita impreterivelmente na data e horário descrito no
cronograma da disciplina, sem exceções.

Atenção: Para acessar o modelo do relatório acesse


este link. No modelo, está descrito, de forma breve, cada
um dos itens necessários para a montagem de um
relatório técnicocientífico.

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49
ATIVIDADE EXPERIMENTAL I: Evidências de reações químicas

Objetivos

Verificar a ocorrência de reações químicas através de evidências de mudanças como:


coloração, alteração da temperatura, formação de precipitado, liberação de gás, etc.

Materiais e métodos
• Bastão de vidro • Solução de tiocianato de potássio
• Tubos de ensaio (KSCN) 0,2 mol L-1
• Termômetro • Solução de carbonato de sódio
• Espátula (Na2CO3) 0,2 mol L-1
• Água • Solução de sulfato de sódio
• Refrigerante (Na2SO4) 0,2 mol L-1
• Comprimido efervescente • Prego ou clipe
• Béqueres de 200 mL • Garras de madeira
• Provetas de 100 mL • Bico de Bunsen ou lamparina
• Açúcar • Solução de nitrato de chumbo (II)
• Solução de Fenolftaleína (Pb(NO3)2) 0,5 mol L-1
• Pipetas graduadas de 5 mL • Solução de iodeto de potássio (KI)
• Pêras 0,5 mol L-1
• Solução de cloreto de bário (BaCl2) • Solução de hidróxido de sódio
0,2 mol L-1 (NaOH) 1 mol L-1
• Solução de cloreto de cálcio (CaCl2) • Solução de ácido clorídrico (HCl) 1
0,2 mol L-1 mol L-1
• Solução de cloreto de ferro (III) • Álcool etílico
(FeCl3) 0,2 mol L-1 • Cal virgem (CaO)

Procedimento Experimental

Parte I – Evidência com substâncias do dia-a-dia.


a) Em um béquer, coloque 100 mL de refrigerante e adicione uma pequena quantidade
(ponta de espátula) de açúcar. Registre suas observações.
b) Em outro béquer, coloque 100 mL de água e adicione meio comprimido efervescente.
Observe e registre na Tabela 1 no item Resultados.

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50
Parte II – Utilizando aquecimento e indicadores.
a) Usando uma garra de madeira, aproxime, COM BASTANTE CUIDADO, um prego ou
clipe da chama de um bico de gás ou de uma lamparina, deixando aquecer por 2
minutos. Registre suas observações.
b) Em um béquer, adicione 25 mL de solução de hidróxido de sódio e pingue 2 ou 3
gotas de fenolfaleína. Anote o observado na Tabela 1 no item Resultados.

Parte III – Verificando reações.


a) Em um tubo de ensaio, coloque 1 mL de solução de nitrato de chumbo (II) e
acrescente a mesma quantidade de solução de iodeto de potássio. Observe e registre
o que aconteceu.
b) Em outro tubo de ensaio coloque cerca de ¼ de sua altura de água e acrescente
lentamente, e com agitação, a metade dessa altura de açúcar. Registre suas
observações na Tabela 1 no item Resultados.

Parte IV – Observando a temperatura.


a) Em um béquer, coloque cerca de 200 mL de água, meça a temperatura e anote.
b) A esse béquer com a água e o termômetro, adicione uma pequena quantidade de cal
(CaO) e meça novamente a temperatura. Observe e anote na Tabela 1 no item
Resultados.
c) Em um béquer, coloque 50 mL de água, meça a temperatura e anote. Faça o mesmo
para outro béquer com a mesma quantidade de álcool.
d) Reúna o conteúdo desses dois béqueres e anote a temperatura final na Tabela 1 no
item Resultados.

Parte V – Reações em tubos de ensaio.


a) Em tubos de ensaio numerados de 1 a 5, misture cerca de 1 mL das soluções aquosas
presentes em sua bancada, duas a duas, conforme indicado no quadro a seguir (tome
bastante cuidado para não utilizar pipeta suja e contaminar as soluções de trabalho).
Anote suas observações na Tabela 2 no item Resultados.

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51
Tubos de ensaio Reações (Mistura de 1 mL + 1 mL)

1 HCl + Na2CO3

2 BaCl2 + Na2SO4

3 FeCl3 + NaOH

4 FeCl3 + KSCN

5 Na2CO3 + CaCl2

Resultados

Tabela 1 – Resultados dos fenômenos em estudo.

Experimento realizado Observações

Parte I Refrigerante + açúcar

Água + comprimido
efervescente

Parte II Prego ao fogo

Hidróxido de sódio +
fenolftaleína

Parte III Nitrato de chumbo (II) +


iodeto de potássio

Água + açúcar

Parte IV Água + cal (CaO)

Água + álcool

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52
Parte V – Reações em tubos de ensaio.

Tabela 2 – Reações em tubos de ensaio.

Tubos de Observações
ensaio

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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53
ATIVIDADE EXPERIMENTAL II: Relação de massas nas transformações químicas

Objetivos

Verificar se existe alguma relação entre as massas de reagentes e de produtos


envolvidos em uma reação química.

Materiais e métodos
• Béqueres de 250 mL
• Proveta de 100 mL
• Balança
• Bastão de vidro
• Vidro de relógio
• Vinagre (solução aquosa de ácido acético a 4% em massa)
• Bicarbonato de sódio

Procedimento Experimental

a) Pese o béquer seco e limpo. Anote a massa.


b) Adicione ao béquer, 2,0g de bicarbonato de sódio. Pese e anote a massa pesada.
c) Transfira lentamente 100 mL de vinagre para o béquer, com o auxílio de uma proveta.
Agite a mistura, com o auxílio de um bastão de vidro. Pese novamente e anote a
massa pesada.
d) Aguarde o término da reação e pese a massa do sistema final.
e) Em outro béquer, faça a mesma reação usando 3,0 g; 4,0 g e 5,0 g.

Resultados

m (g) do béquer: _______________________

Tabela 1 – Relações de massas na reação.

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54
Massa de bicarbonato Massa do béquer + Massa do sistema final
de sódio (g) bicarbonato + vinagre (g) (g)

2,0

3,0

4,0

5,0

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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55
ATIVIDADE EXPERIMENTAL III: Comprovação da Lei de Lavoisier

Objetivos

Verificar as leis das transformações químicas ou leis ponderais das reações. Com
base nas leis, realizar cálculos tomando como base a equação balanceada da reação e
comparar dados experimentais com teóricos.

Materiais e métodos

• Pipetas volumétricas de 10 mL • Bexiga de ar


• Pêra • Limalha de zinco
• Béqueres de 100 mL e 250 mL • Solução de ácido clorídrico (HCl)
• Bastão de vidro 0,5 mol L-1
• Vidro de relógio ou placa de Petri • Solução de cloreto de bário (BaCl2)
• Tubos de ensaio 1,0 mol L-1
• Isqueiro ou fósforo • Solução de ácido sulfúrico (H2SO4)
• Balança 1,2 mol L-1
• Esponja de aço • Espátulas

Procedimento Experimental

Parte I – Verificando a Lei de Lavoisier, através de uma reação de precipitação.


a) Numere dois béqueres limpos e secos e pese cada um. Anote no item Resultados.
b) Com auxílio da pipeta, transfira 10 mL da solução de cloreto de bário para o béquer
1. Pese novamente esse béquer com o a solução e anote no item Resultados.
c) Com outra pipeta, transfira 10 mL da solução de ácido sulfúrico para o béquer 2,
pesando-se o conjunto em seguida.
d) Tranfira todo o conteúdo do béquer 2 (solução de ácido sulfúrico), lentamente, para o
béquer 1.
e) Após leve agitação, pese o béquer 1, novamente e calcule a massa de produtos
formado.

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56
Parte II – Verificação da Lei de Lavoisier em uma reação de metal com ácido.
a) Em um tubo de ensaio, coloque, COM MUITO CUIDADO, metade da sua capacidade
com solução de acido clorídrico.
b) Usando uma balança, meça a massa do tubo com o ácido, da bexiga e do pedaço
pequeno de zinco e anote esses valores.
c) Ao tubo com ácido adicione o metal e rapidamente tampe a boca desse tubo com a
bexiga. Espere que a reação se complete e meça a massa. Anote o resultado.

Parte III – Verificação da Lei da Lavoisier ao se queimar uma esponja de aço.


a) Em um béquer de 250 mL, coloque uma esponja de aço, meça a massa do sistema
e anote o resultado.
b) Com o auxílio de um isqueiro ou fósforo, queime toda a esponja de aço e meça
novamente a massa do sistema. TOME O CUIDADO de não deixar que a esponja
caia fora da placa de Petri ao ser queimada.

Resultados

Parte I – Verificando a Lei de Lavoisier, através de uma reação de precipitação.

m béquer 1 = Então:
m béquer 2 = m sal =
m béquer 1 + sal = m ácido =
m béquer 2 + ácido = m béquer 1 + mistura =
m produto =

Parte II – Verificação da Lei de Lavoisier em uma reação de metal com ácido.

m tubo+ácido =
m bexiga =
m zinco =
m após reação =

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57
Parte III – Verificação da Lei da Lavoisier ao se queimar uma esponja de aço.

m placa de petri+esponja =
m após reação =

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL IV: Teste de chama

Objetivos

Verificar a coloração da chama obtida pelo aquecimento de sais e relacionar esse


fenômeno luminoso com o modelo atômico adequado.

Materiais e métodos

• Béqueres de 100 mL • Solução de ácido clorídrico 1%


• Bastão de vidro • Cloreto de Bario (BaCl2)
• Garra de madeira com pedaço de • Cloreto de Estrôncio (SrCl2)
arame preso em uma das • Carbonato de magnésio (MgCO3)
extremidades (use um clipe) • Cloreto de sódio (NaCl)
• Lamparina • Cloreto de cálcio (CaCl2)
• Agua destilada • Sulfato de cobre (CuSO4)
• Espátula • Iodeto de Potássio (KI)

Procedimento Experimental

Segure uma das pontas do arame com a pinça de madeira e, com a outra ponta, na forma
de círculo, pega-se uma amostra de um dos sais. Posteriormente, coloca-se esse sal em
contato com a chama do bico de Bunsen. Anote o resultado.
Depois é só lavar esse arame com água destilada, colocá-lo na solução de HCl e introduzi-
lo no fogo para verificar se não há nenhum vestígio do sal utilizado no arame. Em seguida,
repete-se o processo com os outros sais e anotam-se as cores das chamas obtidas em cada
caso.

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Resultados

Tabela I – Cores dos sais no teste de chama

Sal Cor da chama


Cloreto de Bario (BaCl2)
Cloreto de Estrôncio (SrCl2)
Carbonato de magnésio (MgCO3)
Cloreto de sódio (NaCl)
Cloreto de cálcio (CaCl2)
Sulfato de cobre (CuSO4)
Iodeto de Potássio (KI)

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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Capítulo 2 – Classificação periódica dos elementos e Tabela
periódica

Objetivos
Estudar a classificação periódica dos elementos e suas
propriedades.
Conhecer a organização dos elementos nos períodos e
colunas da Tabela; caracterizar os elementos representativos,
de transição, de transição interna e os gases nobres.

2.1 A tabela periódica: um breve histórico

Até o final do século XVIII, apenas 33 elementos eram conhecidos, pois não se havia
recurso tecnológico para tal descoberta. No século XIX, ocorreu grande desenvolvimento
tecnológico, o que permitiu a descoberta de boa parte dos elementos que conhecemos hoje.
Vamos entender, nesta parte da matéria, os motivos que levaram à organização da Tabela
Periódica como temos hoje. Você já percebeu que ela tem um formato um pouco estranho?
Observe a Tabela Periódica atual na Figura 14.

Figura 14 – Tabela Periódica Atual da SBQ.

Fonte: SBQ, 2019.

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Agora vou te contar a história por trás deste formato. O químico alemão Johann
Dobereiner (1780-1849) foi um dos primeiros a observar uma relação entre as massas e as
propriedades químicas dos elementos químicos. Ele conseguiu agrupar os elementos em
trios e deu o nome de tríade a cada um desses trios. Entretanto, ele só conseguiu observar
a relação entre 3 tríades (9 elementos).
Posteriormente, outros pesquisadores observaram que as relações químicas se
estendiam além das tríades. O geólogo e mineralogista francês Alexandre-Émile
Chancourtois (1820-1886) observou outras semelhanças químicas e propôs, em 1862, uma
organização em forma de parafuso (ou espiral) dos elementos quando se aumentava a
massa atômica do elemento, conforme Figura 15. Em sua proposta, elementos com
propriedades semelhantes ficavam em uma mesma linha vertical. Um exemplo, mostrado
nas 3 visualizações abaixo, é a linha do lítio. Li (lítio), Na (sódio) e K (potássio) se encontram
na mesma linha e, por isso, possuem propriedades semelhantes. Note, na Tabela atual
mostrada anteriormente, que esses três elementos também se encontram na mesma coluna.

Figura 15 – Tabela Periódica de Chancourtois: o parafuso telúrico.

Fonte: adaptado de Angel, 2020.

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John Newlands (1837-1808), em 1863, propôs uma organização em 11 grupos que
levava em consideração as propriedades físicas. Ela não foi muito bem aceita devido às
muitas exceções à regra proposta e à associação com a escala musical (oitavas).
O russo Dmitri Mendeleiev (1834-1907) é considerado o grande "pai" da Tabela
Periódica atual. Em 1869, ele propôs uma correlação mais detalhada entre as massas dos
elementos químicos e suas propriedades. Ele se tornou famoso por conseguir, com sua
tabela, prever as propriedades (e as posições na Tabela) de elementos que não eram sequer
conhecidos na época. Julius Meyer (1830-1895) chegou a propor uma organização
semelhante à de Mendeleiev, antes dele, mas não chegou a tantos detalhes quanto ele,
ficando menos conhecido.
Na Tabela de Mendeleiev (Figura 16), as colunas representam elementos com
propriedades semelhantes, como acontece na Tabela Periódica atual, e acontecia, também,
na Tabela de Chancourtois (linhas verticais).

Figura 16 – Tabela de Mendeleiev.

Fonte: Elson, 2011.

Note que existem algumas "casas" com ponto de interrogação no lugar do símbolo.
Isso se deve à previsão de Mendeleiev sobre a existência de elementos com aquelas
massas, elementos até então não descobertos. Esta foi, sem dúvidas, a grande contribuição
de Mendeleiev e o motivo de sua Tabela ser tão reconhecida.

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2.2 A tabela periódica atual

A Tabela Periódica atual (Figura 14) organiza os elementos químicos em ordem


crescente do número atômico (quantidade de prótons no núcleo). O número atômico define
o elemento químico. Assim, todos os átomos que possuem número atômico 1 são átomos
do elemento Hidrogênio, mesmo se tiverem números diferentes de nêutrons ou elétrons. Ela
também se apresenta na forma de linhas horizontais (períodos) e colunas verticais (grupos
ou famílias), sendo que os elementos de uma mesma coluna usualmente possuem
propriedades semelhantes. A nomenclatura grupo é a recomendada pela IUPAC (União
Internacional de Química Pura e Aplicada).
Ela apresenta diversas informações já estudadas sobre os elementos químicos,
sendo algumas mais completas que outras. Em geral, uma Tabela Periódica irá apresentar
pelo menos o símbolo, o número atômico e o peso atômico de cada elemento (algumas com
mais casas decimais que outras).
Vamos estudar agora a divisão dos elementos da Tabela Periódica, pois existem
muitas divisões além daquela por grupos. Uma das mais importantes é a divisão em metais
e não-metais, pois ela nos dá informações valiosas sobre a as ligações químicas. Note
que apenas os elementos que estão coloridos em verde, na Tabela mostrada abaixo, são
não metais. O restante dos elementos ou são metais ou gases nobres (última coluna, em
azul claro). Note que o hidrogênio não entra nessas classificações, pois suas propriedades
são diferentes de todos os demais átomos.
Os metais podem ser divididos em metais alcalinos, alcalinos terrosos, transição,
lantanídeos e actinídeos, conforme mostrado na Figura 17. Essas divisões entre os metais
se dão, basicamente, pela distribuição dos elétrons em subníveis de energia.

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Figura 17 –Tabela Periódica

Fonte: Dayah, c1997.

A determinação da quantidade de elétrons presente na última camada de um


elemento neutro é muito útil para se determinar a fórmula dos compostos químicos e será
muito utilizada por nós! Podemos descobri-la, para os elementos dos grupos 1, 2, 13-18,
analisando o grupo no qual o elemento está (Tabela 3).

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Tabela 3. Nomes usuais dos principais grupos da Tabela Periódica.

Quantidade de elétrons na
Nomes usuais para os
Grupo do elemento última camada (elemento
elementos do grupo
neutro)

1 Metais alcalinos 1

2 Metais alcalinos terrosos 2

13 Grupo do boro 3

14 Grupo do carbono 4

16 Grupo do nitrogênio 5

16 Calcogênios 6

17 Halogênios 7

18 Gases nobres 8

Fonte: produzido pelos autores.

Uma outra informação importante que a Tabela Periódica nos fornece é a quantidade
de camadas eletrônicas (ou níveis) que o átomo possui. Os átomos da primeira linha
(primeiro período) da Tabela Periódica, Hidrogênio e Hélio, possuem apenas 1 camada. Os
da segunda linha, 2. Os da terceira, 3, e por aí em diante, conforme mostrado na Figura 18.

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Figura 18 – Quantidade de camada dos elementos.

Fonte: modificado de www.tabelaperiodica.org.

Para determinarmos a quantidade de elétrons na última camada de cada elemento


químico, basta analisarmos o grupo ao qual ele pertence, conforme figura abaixo. Elementos
do grupo 1 possuem 1 elétron na última camada, enquanto elementos do grupo 2 possuem
2 elétrons. Após, “pulamos” a parte baixa da Tabela periódica, onde se encontram os
elementos de transição, e continuamos a contagem: grupo 13, 3 elétrons; grupo 14, 4
elétrons; etc (Figura 19). Iremos observar, no próximo tópico, que a quantidade de elétrons
e camadas que o átomo possui relacionam-se diretamente com as suas propriedades.

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Figura 19 – Quantidade de elétrons na última camada dos elementos representativos.

Fonte: modificado de www.tabelaperiodica.org.

Cada camada da Tabela Periódica comporta uma quantidade diferente de elétrons e


o formato da Tabela está de acordo com a ordem da distribuição eletrônica, que é a
distribuição dos elétrons em níveis (camadas) e subníveis de energia. Os subníveis
preenchidos dos elementos conhecidos, até hoje, são os subníveis s, p, d e f. Lembra do
princípio da construção? Ele ensina a forma correta de fazer a distribuição elétrons, mas não
precisamos de decorá-lo pois, como estamos estudando, a própria Tabela já nos dá todas
as informações necessárias.

2.2.1 Elementos representativos

São elementos químicos cuja distribuição eletrônica, em ordem crescente de energia,


termina num subnível s ou p. São elementos representativos todos os elementos
classificados, na classificação antiga da Tabela periódica, como de famílias A: colunas 1
(1A), 2 (2A), 13 (3A), 14 (4A), 15 (5A), 16 (6A), 17 (7A) e 18 (8A ou 0). Veja a terminação da
distribuição eletrônica em cada família A.

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Fonte: elaborado pelos autores.

Dica do professor: Lembre-se que o número da família


na classificação A corresponde ao número de elétrons da
última camada (camada de valência).

E como essa informação pode ser usada? Por exemplo, imagine que fosse necessário
indicar o elemento e a família de um elemento cuja sequência de distribuição eletrônica
termina em 4s2 3d10 4p5. Primeiramente, vemos que a sequência da distribuição eletrônica
termina em "p ". Portanto é um elemento Representativo (Família A). A soma dos elétrons
de valência (da última camada, camada 4) é igual a 7. Então o elemento está na família 7A
(coluna 17). Ele possui 4 camadas eletrônicas. Estará, então, no quarto período. Buscando,
na tabela, este elemento, podemos ver que se trata do "Br (Bromo) Z=35".

2.2.2 Elementos de transição

São elementos químicos cuja sequência de distribuição eletrônica termina num


subnível d incompleto. São todos os elementos do grupo ou família B (1B, 2B, 3B, 4B, 5B,
6B, 7B, 8B). Veja a distribuição eletrônica em cada família B:

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Fonte: elaborado pelos autores.

E como essa informação pode ser usada? Veja um exemplo a seguir: Qual o número
da família de um elemento cuja sequência de distribuição eletrônica termina em 4s2 3d5, e
qual elemento é este? Para responder essa pergunta, inicialmente, vemos que a sequência
de distribuição eletrônica termina em " d ". Portanto é um elemento de Transição (Família
B). A soma dos elétrons nos subníveis, 4s2 + 3d5, é igual a 7. Então o elemento está na 7B.
Ele possui 4 camadas eletrônicas. Estará, então, no quarto período. Procurando na tabela o
elemento cujo está no quarto período e na família 7B, podemos ver que se trata do " Mn
(manganês) Z=25 ".

2.2.3 Elementos de transição interna

São elementos cuja sequência de distribuição eletrônica termina num subnível f. São
os Lantanóides (Lantanídios) e os Actinóides (Actinídios). Estão todos na família 3B, sexto
e sétimo período, respectivamente.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre A estrutura da Tabela Periódica.

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2.3 As propriedades periódicas

Você já parou para pensar no motivo da Tabela ser chamada de periódica? Ela é
chamada assim pois ela tem propriedades que se repetem ao longo dos períodos. Não
aprendemos que elementos de um mesmo grupo tendem a possuir propriedades
semelhantes? É daí que vem essa repetição de algumas propriedades!
Ao longo de um período (linha), passamos periodicamente de grupos em grupos e
como os elementos de um mesmo grupo possuem semelhança em algumas propriedades,
há a repetição das tendências observadas.
Para entender as propriedades dos átomos, devemos estar familiarizados com as
confihurações eletrônicas e com a intensidade da força entre o núcleo e os elétrons mais
externos, que depende da depende da carga nuclear efetiva.
Carga nuclear efetiva (Zef) é a carga que um determinado elétron está efetivamente
sujeito, correspondendo à carga nuclear total (Z) diminuída da blindagem exercidas pelos
elétrons mais internos (S):
Zef = Z – S
Veja, por exemplo, o cálculo de Zef para os elementos do 2° período da tabela:

Li Be B C N O F

Z 3 4 5 6 7 8 9

S 2 2 2 2 5 2 2

Zef 1 2 3 4 5 6 7

A carga nuclear efetiva não é igual à carga no núcleo devido ao efeito dos elétrons
internos. Cada elétron de um átomo é protegido (blindado) do efeito de atração da carga
nuclear pelos elétrons do mesmo nível de energia e, principalmente, pelos elétrons dos
níveis mais internos.
Agora, iremos estudar as principais propriedades periódicas.

2.3.1 Raio atômico

Definimos raio atômico como a metade da distância entre dois núcleos de átomos
idênticos vizinhos, conforme pode ser observado na imagem abaixo. Por que usamos a

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distância entre os dois núcleos como referência, e não medimos diretamente a distância
entre o núcleo e a “borda” da eletrosfera? Porque a borda da eletrosfera não é facilmente
definida, mas existem equipamentos que conseguem identificar muito bem o núcleo dos
átomos. Assim, consideramos que a distância entre os dois núcleos equivale a duas vezes
o seu raio (seriam os raios dos dois átomos vizinhos) (Figura 20).

Figura 20 – Determinação do raio atômico.

Fonte: elaborado pelos autores.

Entender a tendência de crescimento do raio em um grupo da Tabela não é difícil,


basta lembrarmos que cada período (linha) da Tabela equivale a uma camada de elétrons.
Sempre que descemos um período, na Tabela periódica, estamos aumentando uma camada
de elétrons na eletrosfera e, com isso, aumentamos o raio do átomo.
Já quando comparamos elementos de um mesmo período estamos falando de
elementos que possuem a mesma quantidade de camadas, mas com quantidades diferentes
de prótons. Ou seja, ao longo de um período, n (número quântico principal) é o mesmo, no
entanto o aumento da carga nuclear efetiva (Zef), faz com que a atração entre o núcleo e os
elétrons aumente e o raio atômico diminua.
Assim, a tendência geral para o raio atômico pode ser resumida na Figura 21.

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Figura 21 – Tendência de crescimento do raio na Tabela Periódica.

Fonte: modificado de Dayah, c1997.

Raio iônico

Vamos falar também um pouco de o que ocorre com o raio do átomo quando ele
ganha ou perde elétrons?
Em geral, os íons positivos são menores que os átomos neutros a partir dos quais
são formados, enquanto os íons negativos são maiores que os átomos neutros.
O decréscimo considerável do tamanho, que acompanha a formação de um íon
positivo (cátion), é resultado do aumento da carga nuclear efetiva (Zef). Veja um exemplo:

• O átomo de sódio no estado fundamental possui 11 prótons e 11 elétrons, sendo que


esses elétrons estão distribuídos em três camadas eletrônicas: 2 – 8 – 1, conforme figura a
seguir.

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Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2007/11/numero-quantico-spin.jpg (Acesso em 25 jan.
2022).

Considerando que os elétrons mais internos são 2 – 8, isto é, 10, então temos que a
carga nuclear efetiva do sódio é de +1:
Zef = + 11 – 10
Zef = +1
Agora pense, por exemplo, no caso de o átomo de sódio perder seu elétron na
camada de valência, tornando-se um cátion. Nesse caso, a sua carga nuclear efetiva irá
aumentar e, consequentemente, o seu raio atômico irá diminuir:
Zef = + 11 – 2
Zef = +9
O decréscimo considerável do tamanho, que acompanha a formação de um íon
positivo, é, frequentemente resultado da remoção de todos os elétrons da camada mais
externa do átomo. Isto dá ao íon uma configuração eletrônica que é a mesma de um gás
nobre; os gases nobres, como discutiremos oportunamente, possuem configurações
eletrônicas bastante estáveis. Por exemplo, um átomo de sódio, ao perder seu único elétron
3s, produz o íon Na+, cuja estrutura eletrônica corresponderia a do gás nobre neônio. Neste
ponto, a camada mais externa no íon Na+ passa a ser a segunda camada e, assim, os
elétrons da camada mais externa no íon Na+ estão a distância menor do núcleo que o elétron
3s no átomo de sódio, sem qualquer variação na carga nuclear.

Na Na +
Fonte: elaborado pelos autores.

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Quando íons negativos são produzidos a partir de átomos neutros, adicionam-se
elétrons à camada mais externa sem qualquer variação da carga nuclear efetiva.
Veja o caso do cloro. O átomo de cloro possui possui três camadas eletrônicas, sendo
a sua distribuição eletrônica igual a 2 - 8 – 7 no estado fundamental:
Zef = + 17 – 10
Zef = +7
Digamos que ele receba um elétron, ficando com oito elétrons em sua camada de
valência e se tornando um ânion. Ainda assim, a camada de blindagem continuaria a ser 10
e a carga nuclear continuaria igual a +17, dando um valor para a carga nuclear efetiva de
+7, o mesmo valor do seu estado fundamental.
No entanto, o núcleo do ânion acaba sendo parcialmente blindado e seu raio
aumenta. A entrada de um elétron no último nível do cloro, onde antes havia apenas 7,
provoca a expansão do nível. A repulsão elétrica aumenta e os elétrons se afastam,
ocupando um espaço maior e resultando em um raio atômico maior.
Ou seja, a presença de elétrons adicionais na camada mais externa aumentará a
repulsão entre os elétrons, o que tende a provocar o aumento do tamanho da camada mais
externa de forma a reduzir a repulsão pelo afastamento dos elétrons, tornando o íon negativo
maior que o átomo neutro.
Assim temos, resumidamente:
Raio do cátion < raio do átomo < raio do ânion

Raio de íons isoeletrônicos

Em séries isoeletrônicas, ou seja, espécies que possuem o mesmo número de


elétrons, é válida a seguinte generalização: quanto maior o número atômico da espécie,
menor o raio da espécie. Isso ocorre porque o que vai diferenciar uma espécie da outra é a
quantidade de prótons que há no núcleo, isto é, o número atômico. Com o aumento no
número atômico, a carga nuclear efetiva diminuirá e o raio será maior.
Por exemplo, conforme já mencionado, a carga nuclear efetiva do cátion sódio
(11Na+1) é de +9. Agora comparemos com o ânion fluoreto (9F1-) que, assim como o cátion
sódio, também possui 10 elétrons distribuídos em 2 camadas eletrônicas. Veja a sua carga
nuclear efetiva:
Zef = + 9 – 2
Zef = +7

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Observe que a carga nuclear efetiva do fluoreto é menor que a do cátion sódio. Com
base nisso, concluímos que o raio iônico do fluoreto é maior.
Vamos analisar outro exemplo, considerando as espécies abaixo:
+, +2, +3 -2, -
11Na 12Mg 13Al , 8O 9F , 10Ne

Todas elas possuem dez elétrons e, portanto, correspondem a uma série


isoeletrônica. Numa série isoeletrônica todas as espécies possuem o mesmo número de
elétrons e, assim, elas possuirão o mesmo número de camadas eletrônicas. Porém, a carga
nuclear efetiva de cada uma delas é diferente e quanto maior a carga nuclear, maior é a
força de atração sobre a eletrosfera, o que aumenta a contração da nuvem eletrônica e leva
a uma diminuição do raio da espécie. Assim, a ordem crescente de raio é: 13Al+3, 12Mg+2,
+ - -2
11Na , 10Ne, 9F e 8O .

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre Raio atômico.

2.3.2 Energia ou potencial de ionização

Agora vamos estudar a energia de ionização, ou potencial de ionização, que é a


energia necessária para remoção de um elétron de um átomo no estado gasoso, conforme
equação abaixo.

X0(g) → X+(g) + e -

Energias de ionização são geralmente expressas em elétron-volts (eV) por átomo,


quilocalorias por mol ou quilojoules por mol.

Exemplos:

Na(g) → Na+(g) + e- EI = 118,5 kcal/mol

F(g) → F+(g) + e- EI = 401,8 kcal/mol

Os exemplos anteriores demonstram que para removermos 1 mol de elétrons de


sódio, temos que fornecer 118,5 kcal. É fácil, então, perceber que o elemento flúor perde
elétrons mais dificilmente que o sódio, já que o flúor necessita de maior energia (401,8 kcal).

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77
Quanto menor for a atração do elétron pelo núcleo, mais fácil será remover este
elétron. A força de atração entre cargas opostas é proporcional à distância entre essas
cargas. É esta força que é responsável pela atração entre o próton (positivo) e o elétron.
Assim, quanto mais distante do núcleo, menos atraído o elétron estará. É por isso que os
elétrons da última camada são removidos com mais facilidade. Sabendo disso, fica fácil de
perceber que quanto maior for o raio, mais fácil será a remoção de elétrons. Portanto, a
tendência geral de crescimento da energia de ionização será oposta à tendência do raio
(Figura 22).

Figura 22 – A tendência de crescimento da energia de ionização é oposta à do raio atômico.

Fonte: modificado de Dayah, c1997.

Quando falamos em energia de ionização, comumente nós estamos referindo à


primeira energia de ionização do átomo (1ª E.I.), isto é, a energia necessária para
retirarmos o primeiro elétron do átomo no estado gasoso.
Na realidade, um átomo possui tantas energias de ionização quantos forem os seus
elétrons:

X(g) → X+(g) + e- 1ª E.I.

X+(g) → X+2(g) + e- 2ª E.I.

X+2(g) → X+3(g) + e- 3ª E.I.

. . .
. . .

X+n(g) → X+(n+1) + e- n-égima E.I.

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78
É fácil imaginar que estas energias apresentam valores crescentes. Isto porque cada
elétron deve deixar um íon que é mais altamente positivamente carregado que o íon deixado
pelo elétron anterior. Uma vez que as forças atrativas aumentam após a perda de cada
elétron, a energia de ionização também aumenta. Logo, devemos esperar que: 1ª E.I. <
2ª E.I. < 3ª E.I < .... Os valores tabelados abaixo, em kca/mol, evidenciam esta tendência:

Tabela 4. Energias de ionização de alguns elementos.

Elementos 1ª E.I. 2ª E.I. 3ª E.I. 4ª E.I.

Hélio 566,9 1254 - -

Lítio 124,3 1744 2823 -

Berílio 214,9 419,9 3548 5020

Fonte: produzido pelos autores.

Os gases nobres são os elementos que apresentam os valores mais elevados de


energia de ionização em cada período da Tabela periódica. Todos eles, exceto o hélio,
possuem um octeto completo em suas camadas de valência; este tipo de arranjo é muito
estável e, como consequência, grandes quantidades de energia são requeridas para a
remoção de elétrons das camadas de valência de um gás nobre.
Os sucessivos valores de energia de ionização de um átomo de um elemento nos
fornecem valiosas informações a respeito da distribuição eletrônica deste átomo.
Consideremos, por exemplo, o elemento químico nitrogênio, cujo número atômico é sete
( Z=7 ); portanto, em seu estado fundamental, o nitrogênio apresenta sete elétrons
distribuídos em sua eletrosfera. Os valores das energias de ionização para o átomo de
nitrogênio estão apresentados no Figura 23:

Figura 23 – Energia de ionização (E.I.), em função do número de elétrons n.

Fonte:https://1.bp.blogspot.com/-MC6A-
MR_oF4/YMf14UMthMI/AAAAAAAAETo/LKBjZmOpqRAEWX50cgenGY13ffhco2_pACLcBGAsYHQ/s16000/i
ndagacao-cefet-40.jpg (Acesso em 21 Jan. 2022).

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79
Conforme já discutido anteriormente, as sucessivas energias de ionização de um
dado átomo apresentam valores crescentes. Deste modo, consegue-se explicar
satisfatoriamente o motivo pelo qual os valores de energia correspondentes aos cinco
primeiros elétrons, que estão na camada mais externa do átomo de nitrogênio, apresentam
valores crescentes. No entanto, uma análise mais detalhada do gráfico mostra que existe
um grande incremento na energia de ionização correspondente à retirada do sexto elétron e
isso não pode ser explicado somente com base no aumento da carga nuclear que atua sobre
o elétron.
O sexto elétron a ser removido está na camada K, que está completa e mais próxima
do núcleo que a camada L (onde estavam situados os cinco elétrons periféricos do átomo
de nitrogênio). O sexto elétron a ser removido, estando bem mais próximo ao núcleo, é
atraído mais eficazmente, necessitando de uma quantidade de energia bem maior para sua
remoção. Do sexto para o sétimo elétron não existe um grande incremento no valor da
energia de ionização uma vez que o sexto e o sétimo elétron pertencem a uma mesma
camada (camada K).
Portanto, conclui-se que elétrons de uma mesma camada apresentam valores de
energia de ionização crescentes, mas sem grandes variações de valores entre eles.
Quando existe um incremento mais significativo na energia de ionização, isso implica
na mudança para uma camada de energia mais interna.
Como uma última informação, é bom saber que a tendência de crescimento da
energia de ionização apresenta algumas irregularidades. Duas irregularidades importantes
ocorrem entre:
1) Elementos Berílio e Boro – A primeira energia de ionização do elemento berílio é maior
que o boro. Observando-se o crescimento geral da energia de ionização num dado
período, deveríamos esperar exatamente o contrário. Esta irregularidade pode ser
explicada da seguinte maneira: no boro o elétron a ser removido está no orbital 2p,
enquanto no berílio está no orbital 2s. Os elétrons no orbital 2s estão em um subnível
mais estável e são mais fortemente atraídos pelo núcleo que os elétrons posicionados
no orbital 2p. Deste modo requer-se maior energia para remoção de um elétron do orbital
2s comparativamente ao orbital 2p. Logo, a primeira energia de ionização do berílio é
maior que primeira energia de ionização do boro.
2) Elementos Oxigênio e Nitrogênio – Seria esperado que a primeira energia de ionização
do elemento oxigênio fosse maior que o nitrogênio. Entretanto, experimentalmente
verifica-se o fato contrário. Como explicar este fato? A energia de ionização do átomo de
oxigênio é menor porque, neste caso, o elétron vem de um orbital 2p que já possui um
outro elétron (está emparelhado). Estes dois elétrons, que ocupam o mesmo orbital, se
repelem e fazem com que seja mais fácil a remoção de um deles em relação aos elétrons
2p do nitrogênio, que estão todos desemparelhados.

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80
Os elementos B, Be, N e O pertencem ao segundo período da tabela periódica.
Irregularidades semelhantes podem ser encontradas também no 3,4,5 e 6 períodos.

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videoaula sobre Energia de Ionização.

2.3.3 Afinidade eletrônica (eletroafinidade)

Como já sabemos, um átomo pode receber um elétron. Quando isso ocorre com o
átomo no estado gasoso, chamamos de afinidade eletrônica. A partícula resultante é um íon
negativo e o processo pode ser escrito:

X0(g) + e - → X -(g)

Este processo geralmente é acompanhando por liberação de energia, e tal


quantidade mede quão fortemente o elétron se liga ao átomo. A afinidade eletrônica de um
átomo é definida como a quantidade de energia liberada quanto um átomo no seu estado
gasoso fundamental (isolado) recebe um elétron.
Para os elementos bromo e cloro, temos:

Energia Br(g) Cl(g)


(kcal;mol)
AE =77,3
Br-(g)
AE = 83,4

Cl-(g)

Fonte: produzido pelos autores.

Ou seja:

Maior a capacidade do átomo para


Quanto maior a afinidade Eletrônica
receber elétron

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81
Perceba que ocorre liberação de energia sempre que o ânion for mais estável
(apresenta um menor conteúdo de energia) que o átomo neutro. Portanto pode-se
concluir que, quanto mais estável for o ânion, maior será a energia libertada. Ou seja,
quanto maior a afinidade eletrônica, maior a capacidade do átomo para receber elétron
Na Tabela Periódica, observa-se que quanto menor o raio atômico, maior a
capacidade do átomo de receber elétrons e, portanto, maior sua afinidade eletrônica.
É importante salientar que a afinidade eletrônica é uma energia difícil de ser
determinada experimentalmente e valores precisos não são conhecidos para todos os
elementos. Para muitos elementos, são conhecidos apenas valores teóricos que foram
calculados pela Mecânica Quântica (estudos teóricos das partículas em níveis atômicos).
Para os gases nobres, muito estáveis conforme discutido anteriormente, a situação é
particularmente complexa pois nem mesmo valores teóricos são conhecidos. Por isso,
costuma-se excluir os gases nobres da análise de crescimento da afinidade eletrônica.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre Afinidade eletrônica.

2.3.4 Eletronegatividade

Agora, vamos entender a tendência geral da eletronegatividade, que pode ser


compreendida como a capacidade de atração de elétrons pelo núcleo. Como aprendemos
nos últimos parágrafos, comparando-se elementos de uma mesma linha da Tabela, quanto
maior for o número de prótons, maior será a atração que o núcleo exercerá sobre os elétrons.
Também aprendemos que quanto mais camadas, maior é a distância entre os prótons do
núcleo e os elétrons da última camada e, com isso, menor a atração entre eles. Assim,
podemos chegar à conclusão de que a tendência geral de aumento da eletronegatividade
será a mesma observada pela energia de ionização, indo de forma contrária ao raio atômico,
(Figura 24).

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Figura 24 – Tendência de crescimento da energia de ionização e da eletronegatividade na Tabela Periódica.

Fonte: modificado de Dayah, c1997.

Observe as tendências gerais na figura acima e note a posição dos elementos não
metálicos em relação a elas. Você notou que os elementos não metálicos ficam nas posições
de maiores eletronegatividades e energias de ionização? Isso será muito importante para
entendermos as ligações químicas!
Note, também, que os gases nobres não foram colocados na Figura 24. Isso se deve
à grande estabilidade da configuração eletrônica desses elementos e a dificuldade de se
fazer a medição ou previsão de algumas propriedades deles, como já vimos. Como já estão
estáveis, terão grande dificuldade de receber ou perder elétrons, o que dificulta bastante de
se combinarem com outros elementos.
A eletronegatividade corresponde à tendência de um átomo em atrair elétrons numa
ligação. Esta propriedade deve ser entendida como uma consequência da energia de
ionização e da afinidade eletrônica:

UM ÁTOMO COM:

Energia de ionização muita alta Eletronegatividade ALTA, ou seja,


deve possuir
(dificuldade em perder elétrons) muita tendência para atrair elétrons
em uma ligação química.
e Eletroafinidade alta(muita
facilidade para ganhar elétrons)

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2.3.5 Eletropositividade

É a capacidade de um átomo de perder elétrons, originando cátions. Devemos


lembrar que o metais possuem grande tendência de perder elétrons.
A eletropositividade (caráter metálico) tem uma relação direta com o raio atômico:
quanto maior o átomo, maior é a facilidade em perder elétrons. O caráter metálico também
pode ser associado a energia de ionização:
MAIOR CARÁTER METÁLICO
MENOR ENERGIA DE IONIZAÇÃO
(ELETROPOSITIVIDADE

Assim, podemos chegar à conclusão de que a tendência geral de aumento da


eletropositividade será a mesma observada pelo raio atômico.

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videoaula sobre Eletronegatividade e Eletropositividade.

2.4 Exercícios

Questão 1. (PUC RS/2004) Considere as seguintes informações, relativas aos elementos


genéricos “X”, “Y” e “Z”.
I. “X” está localizado no grupo dos metais alcalinos terrosos e no 4º período da tabela
periódica.
II. “Y” é um halogênio e apresenta número atômico 35.
III. “Z” é um gás nobre que apresenta um próton a mais que o elemento “Y”.

A análise das afirmativas permite concluir corretamente que:


a) “X” é mais eletronegativo que “Y”.
b) “Y” apresenta ponto de ebulição maior que “X”.
c) “Z” apresenta grande capacidade de se combinar com “Y”.
d) “X”, “Y” e “Z” apresentam propriedades químicas semelhantes.
e) “Z” tem maior potencial de ionização do que “X” ou “Y”.

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Questão 2. (EFEI SP/2005) Com relação a um mesmo grupo de elementos (ou família) da
Tabela Periódica, pode-se afirmar que átomos com maior raio atômico estão localizados:
a) No topo (extremidade superior) de seu grupo.
b) No final (extremidade inferior) de seu grupo.
c) No meio de seu grupo.
d) É impossível predizer o raio atômico de um elemento a partir de sua posição no grupo.

Questão 3. (UDESC SC/2010) Sobre os elementos químicos da tabela periódica, assinale


a proposição correta.
a) O potássio é um metal alcalino-terroso e, por ser um metal, reage facilmente com um
não metal e forma muitos compostos.
b) O cloro pertence ao grupo 17 da tabela periódica, é considerado um halogênio e
possui baixa afinidade eletrônica.
c) O hidrogênio é um não metal e pode ocorrer na forma de ânion, íon hidreto (H–) e de
cátion, chamado de íon hidrogênio (H+).
d) O hélio é um gás nobre e, assim como todos os gases nobres, apresenta oito elétrons
na camada de valência.
e) O cálcio apresenta alta energia de ionização e baixa afinidade eletrônica,
consequentemente, tende a formar íons carregados positivamente.

Questão 4. (UDESC SC/2010) Dentre as propriedades periódicas, define-se


eletropositividade como a tendência do átomo em perder elétrons. Quanto maior for seu
valor, maior será o caráter metálico.
Analise as proposições em relação ao contexto.
I. Nos períodos, a eletropositividade cresce da direita para a esquerda; nas famílias, a
eletropositividade cresce de cima para baixo.
II. elemento mais eletropositivo da tabela é o Flúor.
III. O elemento menos eletropositivo da tabela é o Frâncio.
IV. A eletropositividade de um átomo está intimamente relacionada com o seu raio
atômico.

Assinale a alternativa correta.

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a) Somente as afirmativas I, II e IV são verdadeiras.
b) Somente as afirmativas I e IV são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas III e IV são verdadeiras.
d) Somente a afirmativa I é verdadeira.
e) Todas as afirmativas são verdadeiras.

Questão 5. (Puc RS/1998) Considerando a afinidade eletrônica e potencial de ionização, ao


longo de um mesmo grupo da tabela periódica, de uma maneira geral é possível afirmar que
a) diminuem com o aumento do número atômico, devido ao aumento do número de
camadas.
b) aumentam com o aumento do número atômico, devido ao aumento do tamanho do
átomo.
c) não sofrem variações, pois não sofrem influência da variação do número atômico.
d) não sofrem a mesma variação, pois são propriedades aperiódicas.
e) aumentam com o aumento do número atômico, devido ao aumento do número de
elétrons.

Questão 6. (UFC CE/1997) A energia de ionização do Lítio é maior do que a do Sódio devido
ao:
a) Sódio ter o peso atômico menor que o Lítio;
b) volume atômico do Lítio ser menor que o do Sódio;
c) Lítio ter o calor de fusão menor que o Sódio;
d) elétron do Lítio a ser removido se encontrar num orbital do tipo 3p;
e) Lítio ter o calor especifico maior que o Sódio.

Questão 7. (UNEMAT MT/1996) As energias de ionização (em kca/mol) de um dado metal


são:

1a energia de ionização ............138


2a energia de ionização ............634
3a energia de ionização ............656

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4a energia de ionização ...........2767
com base nesses dados, espera-se que um átomo desse metal, ao perder elétrons, adquira
configuração mais estável quando perde:
a) 2 elétrons
b) 3 elétrons
c) 4 elétrons
d) 5 elétrons
e) 6 elétrons

Questão 8. O sódio não é, ordinariamente, observado com carga +2, por causa de:
a) sua alta primeira energia de ionização e baixa segunda energia de ionização;
b) sua baixa primeira energia de ionização e muito elevada segunda energia de
ionização;
c) seu elevado raio iônico, que impede a perda de 2 elétrons;
d) sua alta eletronegatividade;
e) seu caráter metálico pronunciado.

Questão 9.
Os átomos A, B, C, D e E pertencem a um mesmo período da tabela periódica e apresenta
as seguintes configurações eletrônicas:
A. 1s22s22p63s1
B. 1s22s22p63s23p1
C. 1s22s22p63s23p4
D. 1s22s22p63s23p5
E. 1s22s22p63s23p6
Baseada nas quais deve-se esperar:
a) o raio atômico e o primeiro potencial de ionização crescem de A a E;
b) nada se pode afirmar;
c) ambos decrescem de A a E;
d) o raio atômico decresce e o primeiro potencial de ionização cresce de A a E;

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e) o raio atômico cresce e o primeiro potencial de ionização decresce de A a E.

Questão 10. (UFV MG/1992) Considere um elemento com a seguinte distribuição eletrônica:

K L M N
2 8 8 2

Assinale a afirmativa incorreta a respeito desse elemento:


a) apresenta propriedades químicas semelhantes às do elemento com número atômico
igual a 12;
b) apresenta número de nêutrons maior ou igual a 20;
c) é um elemento metálico;
d) pela perde de elétrons, preferencialmente, forma cátions com carga 2+;
e) é um dos elementos químicos mais eletronegativos.

Questão 11. (UEPB/1999) Até 1913 a tabela periódica era construída, levando-se em
consideração a ordem crescente das massas atômicas. Hoje, tem-se uma tabela periódica
fundamentada na ordem crescente dos números atômicos, o que gera a periodicidade das
propriedades dos elementos. As figuras abaixo representam tabelas periódicas e as setas
indicam o sentido da variação de algumas propriedades periódicas. Assinale a alternativa
que corresponde a estas propriedades.

a) Volume atômico, ponto de ebulição, potencial de ionização e massa específica.


b) Caráter metálico, potencial de ionização, ponto de fusão e massa específica.
c) Potencial de ionização, eletronegatividade, ponto de fusão e volume atômico.

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d) Raio atômico, ponto de fusão, massa específica e eletronegatividade.
e) Massa específica, caráter metálico, eletronegatividade e potencial de ionização.

Questão 12. (UFAL/2010) A Tabela Periódica é um dos conceitos mais importantes em


Química. Seu desenvolvimento é um exemplo de como descobertas científicas podem ser
feitas pelo uso da perspicácia para organizar dados coletados por um grande número de
cientistas em um período de muitos anos.
Coloque os seguintes íons em ordem crescente de raio iônico: Te 2-, O2-, Se2-, S2-.
a) Te2-, Se2-, S2-, O2-.
b) O2-, S2-, Se2-, Te2-
c) O2-, Se2-, S2-, Te2-
d) Se2-, S2-, Te2-, O2-
e) Te2-, S2-, O2-, Se2-

Questão 13. (ITA SP/2004) Qual das opções abaixo apresenta a comparação ERRADA
relativa aos raios de átomos e de íons?
a) raio do Na+ < raio do Na.
b) raio do Na+ < raio do F-.
c) raio do Mg2+ < raio do O2-.
d) raio do F- < raio do O2-.
e) raio do F- < raio do Mg2+.

Questão 14. (UFMG/2005) Este gráfico apresenta as quatro primeiras energias de ionização
de átomos de um metal pertencente ao terceiro período da tabela periódica:

16000
energia/(kJ/mol)

12000

8000

4000

0
1ª 2ª 3ª 4ª
Ionizações

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Com base nessas informações, é INCORRETO afirmar que os átomos desse metal
apresentam
a) raio atômico maior que o de qualquer dos não-metais do mesmo período.
b) afinidade eletrônica menor que a de qualquer dos não-metais do mesmo período.
c) 2 e 8 elétrons nos dois primeiros níveis de energia.
d) 4 elétrons no último nível de energia.

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Tabela
periódica na sala virtual.

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91
Capítulo 3 – Ligações químicas

Capítulo 4 – Interações intermoleculares

Objetivos
Estudar as ligações químicas.
entre os átomos.

3.1 Por que os átomos se unem?

Os químicos associam as propriedades das substâncias com as ligações presentes.


Metais, em geral, são bons condutores de calor e eletricidade. Os compostos iônicos (sais)
conduzem eletricidade apenas quando dissolvidos ou fundidos. Quais são os motivos dessas
diferenças? São as ligações químicas!
Com exceção dos gases nobres, encontrados como átomos isolados na natureza, os
átomos dos demais elementos químicos se encontram combinados (nem que seja com
átomos do mesmo elemento químico, formando as substâncias simples que já estudamos).
A união entre eles se dá pelas ligações químicas.
Por que os gases nobres são encontrados isolados? Esse fato foi relacionado à
estabilidade desses átomos (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn), que é proporcionada pela distribuição
eletrônica deles. Uma análise da estrutura eletrônica destes átomos revela que eles
apresentam uma característica que os diferenciam de quaisquer outros elementos: todos
eles apresentam a última camada completa (Tabela 5).

Tabela 5. Distribuição eletrônica dos gases nobres.

Fonte: produzido pelos autores.

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Ora, nenhum outro átomo dos elementos conhecidos apresenta “última camada
completa” e, por isso, nenhum outro átomo dos elementos conhecidos apresenta
estabilidade no estado isolado. Esse raciocínio levou Kossel e Lewis (1916) à criação da
chamada Teoria dos Octetos. Esta teoria afirma que:

A maioria dos átomos adquire estabilidade eletrônica quando apresenta oito elétrons
na sua camada mais externa (camada de valência), à semelhança dos gases nobres.

Esta teoria é chamada de octeto porque, como podemos perceber, com exceção do
hélio (camada K, que só comporta dois elétrons), todos os outros gases nobres completam
suas últimas camadas com oito elétrons.

Dica do professor: Antes de irmos mais adiante é


necessário deixar claro que a regra do octeto é somente
um guia muito útil para fazer previsões sobre ligação e
estequiometria em muitos compostos. Há, entretanto,
várias exceções. É muito comum os elementos de
transição “violarem” a regra do octeto. A regra do octeto é
mais comumente obedecida por átomos de elementos
representativos (grupos A) dos períodos 2 e 3, mas
mesmo entre eles a transgressão da regra pode
acontecer. A regra do octeto é uma generalização, que
afortunadamente funciona bem, mas não é uma lei
natural.

Para os elementos não metálicos, que possuem altos valores de eletronegatividade


e de energia de ionização, a tendência será receber elétrons até atingirem 8 elétrons. Por
exemplo, o oxigênio (O) é um não metal com 6 elétrons na última camada. Para completar
o octeto, ele precisará adquirir 2 elétrons.
Vamos a mais um exemplo: o não metal fósforo (P) possui 5 elétrons na última
camada. Portanto, o fósforo tende a receber 3 elétrons de forma a adquirir a mesma
configuração eletrônica do gás nobre Argônio, com 8 elétrons na camada de valência.
Existem elementos que formam compostos que "fogem" desta tendência, mas, no geral, ela
costuma ser um bom parâmetro para as substâncias menos complexas.
Os elementos metálicos possuem baixos valores de energia de ionização e
eletronegatividade, além da maioria possuir poucos elétrons na última camada. Assim, eles
possuem mais facilidade em perder os poucos elétrons da última camada do que ganhar
muitos elétrons (compensa mais, energeticamente, para o composto que será produzido).
Com a perda de elétrons, eles expõem a penúltima camada como "nova" camada de valência
e ela já possuirá uma configuração eletrônica estável, semelhante às dos gases nobres.

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Ficou confuso? Vamos dar um exemplo: o sódio (Na) possui 1 elétron na 3 a camada
(sua última camada) e 8 na 2 a camada (penúltima). O gás nobre da camada anterior é o
neônio, que possui 8 elétrons na 2a camada. Logo, o sódio tenderá a perder o único elétron
que possui na 3a camada, ficando com 8 elétrons na 2a camada, como o neônio. Assim como
ocorre com os não metais, existem diversas exceções à esta tendência, mas ela será muito
útil para a previsão de diversas espécies. Por exemplo, no caso dos elementos metálicos
dos blocos 13 a 16, diversos possuem a penúltima camada com 18 elétrons ao invés de 8
mas, independentemente disto, eles também tendem a perder os elétrons da última camada
pois a configuração com 18 elétrons também irá garantir a estabilidade do octeto.

3.2 Estruturas de Lewis (fórmulas eletrônicas)

Em 1906, J.J. Thomson acreditava que os elétrons deveriam ser os responsáveis


pelas ligações químicas. Em 1916, o químico americano G.N. Lewis desenvolveu um método
de colocar os elétrons em átomos e moléculas. Este método, que continua a ser utilizado até
hoje, faz uso de estruturas, atualmente chamadas de estruturas de Lewis, nos quais o
símbolo químico de um átomo é circundado por um número de pontos, correspondentes ao
número de elétrons da camada de valência do átomo. O átomo de sódio tem um elétron na
sua camada de valência; então sua estrutura de Lewis é:
Na•
O ponto pode estar localizado à esquerda, à direita, acima ou abaixo do símbolo. O
átomo de cloro, por outro lado, tem sete elétrons em sua camada de valência; então sua
estrutura de Lewis é

Não faz diferença em qual dos quatro lados do cloro o ponto isolado está colocado.
Porém, os pontos da estrutura de Lewis devem ser agrupados para se saber se os
elétrons estão ou não emparelhados. Para o átomo de alumínio (Z=13), temos:

Configuração eletrônica: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p1


Estrutura de Lewis: • Al•

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Aqui os elétrons de valência são vistos como um par (os dois elétrons 3s) e um isolado
(o 3p).

3.3 Tipos de ligação química

O tipo de ligação química que será formada dependerá, basicamente, das


características dos átomos, se são metálicos ou não metálicos, e da diferença de
eletronegatividade entre eles (viu como as propriedades periódicas são úteis? 😉).

Em geral, são obtidas ligações denominadas covalentes quando a ligação ocorre


entre átomos não metálicos; iônicas quando ocorrem entre um não metal e um metal; e
metálicas quando a ligação ocorre entre átomos metálicos (Figura 25).

Figura 25 – Diferenças entre as principais ligações químicas.

Fonte: produzido pelos autores.

Agora vamos estudar cada uma dessas ligações?

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3.3.1 Ligação iônica

A ligação iônica é, como o nome sugere, uma ligação entre íons. Para que os íons se
atraiam, eles devem ter cargas opostas. Você se lembra que, no estado neutro, o átomo
possui a mesma quantidade de prótons (partículas positivas que ficam no núcleo) e elétrons
(partículas negativas)? O íon de carga positiva é formado quando o átomo neutro perde
elétrons e é chamado de cátion. Veja o exemplo abaixo:

Fonte: produzido pelos autores.

O íon de carga negativa é formado quando o átomo neutro recebe elétrons e é


chamado de ânion:

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96
Fonte: produzido pelos autores.

A ligação iônica é, portanto, uma interação eletrostática entre espécies de cargas


opostas.
Como podemos entender a formação do composto iônico? Podemos imaginá-lo como
resultante da transferência de elétrons do átomo que vai dar origem ao cátion (geralmente
um metal) para o átomo que vai dar origem ao ânion (geralmente um não metal):

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Fonte: produzido pelos autores.

Podemos representar a formação do mesmo composto iônico (NaCl) usando a


representação de Lewis, conforme observado abaixo. Lembre-se que a representação de
Lewis representa apenas os elétrons da última camada, não mostrando os demais.

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Fonte: produzido pelos autores.

Como foi estudado anteriormente, os metais têm a tendência de perderem os elétrons


da última camada, ficando semelhantes ao gás nobre do período anterior da tabela. Já os
não metais têm a tendência de adquirirem elétrons até atingirem a configuração eletrônica
do gás nobre do mesmo período. Vamos imaginar um composto iônico formado pelo
magnésio (Mg) e o Cloro (Cl). O Mg possui 2 elétrons na última camada e, portanto, tenderá
a perder esses dois elétrons. Já o Cl possui 7 elétrons e tenderá a adquirir mais um. Como
o Mg tem que perder 2 elétrons e o Cl só pode ganhar 1, então precisaremos de 2 átomos
de Cl por Mg, conforme mostrado abaixo:

Fonte: produzido pelos autores.

O composto iônico formado terá a fórmula MgCl2, pois temos 2 átomos de cloro para
cada átomo de magnésio.
No sólido iônico, os íons não possuem ligações específicas com determinado íon de
carga oposta (ligações não são direcionadas), todos interagem uns com os outros pois a
ligação iônica se trata de uma interação entre cargas, como já foi falado. Observe na Figura
26 que cada íon se encontra rodeado de íons de carga oposta, não estando ligado
especificamente a nenhum, o que difere da ligação covalente.

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99
Figura 26 – Retículo cristalino do cloreto de sódio.

Fonte: Silva, 2016.

Várias substâncias iônicas são classificadas como sais, como veremos


posteriormente, no tópico Funções inorgânicas, com exceção daquelas que possuem um
composto de oxigênio e mais outro elemento. Neste último caso, são classificadas como
óxidos.
A seguir são mostrados mais alguns exemplos de formação de enlaces iônicos entre
átomos.

ESTRUTURA FÓRMULA
DE LEWIS UNITÁRIA

Na2O

CaCl2

CaO

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100
Al2O3

Fonte: produzido pelos autores.

Ligação iônica e tabela periódica

A ligação iônica, de modo geral, ocorre quando um dos elementos da ligação tende
a perder elétrons e o outro tende a ganhar elétrons. Quais os elementos tendem a perder
elétrons? Via de regra, aqueles que possuem 1, 2 e 3 elétrons na última camada.
Lembrando a Tabela Periódica, são aqueles situados à esquerda, isto é, os chamados
metais.
Os elementos que tendem a ganhar elétrons possuem 5, 6 e 7 elétrons na última
camada e neste caso corresponderiam aos ametais. Logo, o principal caso de ocorrência
de ligação iônica é entre metal e ametal.
Outro caso importante de ocorrência de ligação iônica é quando temos a combinação
entre hidrogênio e um metal, formando os chamados hidretos metálicos.

Formulação de compostos iônicos

Eletrovalência são os valores de carga que os diferentes elementos podem assumir


quando estabelecem ligação iônica. A seguir apresentamos, de forma sistematizada, as
eletrovalências mais comuns que os elementos tendem a assumir quando realizam ligações
iônicas.

Fonte: produzido pelos autores.

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101
A fórmula de um composto iônico, resultante da combinação de dois elementos, pode
ser obtida utilizando as eletrovalências dos elementos combinantes. Para este propósito, é
necessário sabermos que toda fórmula de composto iônico é neutra, isto é, a carga total
positiva e a total negativa são sempre iguais. Tomando-se a fórmula geral para um
composto iônico como sendo do tipo
[C+n]x [A-m]y

a fórmula será eletricamente neutra se for satisfeita a condição seguinte

x.n =y.m

Exemplos:

1)

Alumínio (IIIA):perde 3 elétrons → Al+3, n = 3

Oxigênio (VIA):ganha 2 elétrons → O-2, m = 2

[Al + 3]2[O – 2]3 ou Al2O3


2)

Sódio (IA):perde 1 elétron → Na+1

Oxigênio (VIA):ganha 2 elétrons → O-2

[Na + 1]2[O – 2] ou Na2O


3)

Cálcio (IIA):perde 2 elétrons → Ca+2

Cloro (VIIA):ganha 1 elétron → Cl-1

[Ca + 2][Cl – ]2 ou CaCl2


4)

Magnésio (IIA):perde 2 elétrons → Mg+2

Enxofre (VIA):ganha 2 elétrons → S-2


[Mg+ 2][S– 2] ou MgS

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102
Observe nos exemplos anteriores que o cátion deve ser escrito do lado esquerdo da
fórmula do composto iônico. Outro ponto importante é que alguns metais podem apresentar
várias cargas, ou seja, formam vários cátions, como, por exemplo, o ferro (Fe +2, Fe+3)

Propriedades gerais dos compostos iônicos

a) Os compostos iônicos não são moléculas. Eles correspondem a um agregado de cátions


e ânions altamente organizados em redes cristalinas (retículos cristalinos), sem número
definido de cátions e ânions por agregado. A figura seguinte ilustra o retículo cristalino
do composto iônico cloreto de sódio (NaCl).

Fonte: https://network.grupoabril.com.br/wp-content/uploads/sites/4/2016/07/screenshot_378.png (Acesso em


20 jan. 2022).

b) Todos são sólidos em condições ambientes (25 C, 1 atm). As fortes atrações
eletrostáticas entre os íons da rede cristalina mantêm estes altamente organizados.
c) Os sólidos iônicos, tipicamente, possuem pontos de fusão e ebulição altos. A fusão
envolve a destruição do retículo cristalino e a separação dos íons. Isto ocorre quando as
vibrações dos íons no sólido iônico se tornam tão violentas que as forças que atuam
entre estas partículas não são mais tão fortes para mantê-los unidos. O ponto de fusão
nos compostos iônicos é caracteristicamente alto devido às fortes atrações eletrostáticas
entre os íons de rede cristalina. O NaCl, por exemplo, possui um ponto de fusão de 800
C e ponto de ebulição igual a 1413 C.

d) Os compostos iônicos são bons condutores de eletricidade em estado fundido ou quando


dissolvidos em água (solução aquosa). No estado sólido os compostos iônicos não
são condutores de eletricidade. A condução de eletricidade envolve a movimentação

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103
livre de íons e/ou elétrons. Os íons dos compostos iônicos não possuem mobilidade livre
no estado sólido, o que inviabiliza a condução elétrica.
e) Os sólidos iônicos são duros, o que ocorre devido à alta força de atração entre as cargas
opostas. Quando o cristal se forma, os íons se arrumam para maximizar as atrações e
minimizar as repulsões.
f) Os sólidos iônicos são quebradiços. Quando atingidos por uma pancada, os planos de
íons, ao deslizarem um sobre os outros, passam de uma condição de atração mútua
para uma repulsão mútua devido à alocação de cargas opostas vizinhas. Como
consequência, o cristal se fragmenta (Figura 27).

Figura 27 – Repulsão entre as fileiras de íons devido ao deslocamento de uma delas.

Fonte: Carvalho, 2021.

g) Com relação à solubilidade dos compostos iônicos, podemos dizer que, de um modo
bastante geral, são solúveis em solvente polares (como a água) e insolúveis em
solventes apolares (como o benzeno). O motivo dessa diferença será apresentado no
tópico abaixo.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre ligações iônicas.

Dissolução de substâncias iônicas em água

Diversas substâncias iônicas se dissolvem quando são adicionadas em água. Durante


este processo, os íons (cátions e ânions) que formam os sólidos iônico são separados e
ficam solvatados pela água. Durante a solvatação, os íons interagem com as moléculas de
água, ficando rodeados por elas.

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104
Mídia digital: Acesse o link para visualizar o processo
de "Dissolução do NaCl em água". A molécula de água
está representada por 1 bola vermelha (oxigênio) e 2
bolas brancas menores (hidrogênio).

Observe no vídeo que as moléculas de água se aproximam do íon positivo pelo


oxigênio (bola vermelha) e do íon negativo pelos hidrogênios (bolas brancas menores), os
retirando da estrutura iônica. Isso se deve à polaridade da água, que estudaremos daqui a
pouco com mais profundidade. O oxigênio, por ser mais eletronegativo, atrai os elétrons do
hidrogênio e fica "rico" em elétron, se transformando no polo negativo da molécula. Como o
oxigênio "puxou" os elétrons dos hidrogênios, estes últimos ficam "pobres" em elétrons, se
transformando no polo positivo da molécula. Como cargas opostas se atraem, o oxigênio
será atraído por íons positivos e os hidrogênios, por íons negativos, como mostra a Figura
28. No caso específico da água como solvente, a solvatação também pode ser chamada de
hidratação.

Figura 28 – Solvatação dos íons Na+ e Cl- em água .

Fonte: modificado de https://qph.fs.quoracdn.net/main-qimg-ec73960b08c2ebe4bb11440f3c90f98f-lq (Acesso


em 21 Jan. 2022).

3.3.2 Ligação metálica

Os metais são substâncias simples que formam grandes redes de átomos de um


mesmo elemento. Por exemplo, no ouro 24 quilates (ouro puro) temos um grande número
de átomos de ouro empacotados em uma estrutura organizada.
Existem, também, as ligas metálicas, que geralmente são formadas
por misturas homogêneas de metais, podendo estar presentes não metais em baixas
quantidades. Por exemplo, no ouro 18 quilates temos uma proporção de 18 gramas de ouro
para cada 6 gramas de outros elementos metálicos (75% de ouro).

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105
Os elementos metálicos costumam apresentar baixas eletronegatividades e baixas
energias de ionização, o que nos indica que eles possuem baixa capacidade de atrair
elétrons. Como explicar a união de átomos com estas características, se nenhum deles
tende a ganhar elétrons?

Modelo “Mar de elétrons”

Para explicar as propriedades dos metais, surgiu o modelo do mar de elétrons,


também conhecido como modelo da nuvem de elétrons. Neste modelo, considera-se que os
átomos do metal perdem, espontaneamente, seus elétrons. O resultado disto é uma rede de
cátions que possuem, como substituto dos contra-íons, os elétrons (Figura 29).

Figura 29 – Modelo de nuvem de elétrons para a ligação metálica.

Fonte: produzido pelos autores.

É algo semelhante à rede cristalina dos sais, mas com todas as posições ocupadas
pelos cátions. Os elétrons, por serem muito pequenos, se alocam nas posições vagas
geradas pelo “empilhamento” dos cátions, atuando na minimização das forças de repulsão
pela formação de forças atrativas entre os cátions e os elétrons. Da mesma forma que ocorre
com os compostos iônicos, a força que mantém a ligação metálica é a interação eletrostática
(entre cargas opostas), uma força muito intensa.
No sódio metálico, por exemplo, pode-se considerar que cada Na+ da rede cristalina
perde um elétron formando uma nuvem eletrônica que se espalha por todo o retículo. Estes
elétrons não estão ligados a qualquer átomo ou mesmo a um par, mas estão deslocalizados
sobre o cristal. Por isto são chamados elétrons livres. Muitas vezes, também são tratados
como um gás de elétrons. Num metal típico, o sódio é um bom exemplo, existe uma atração
mútua entre o gás de elétrons e os íons. Tal atração estabiliza a estrutura e ao mesmo tempo
lhe permite sofrer distorção sem se esfarelar. Assim, o sódio e alguns outros metais são

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106
moles e facilmente deformáveis. Alguns metais, entretanto, são duros. Os pontos de fusão
dos metais variam consideravelmente, mas de um modo geral são bastante elevados.
Os elétrons deslocalizados de um metal dão origem à condutividade elétrica e
térmica. Os elétrons podem ser adicionados ao gás eletrônico numa extremidade de um
pedaço de metal e simultaneamente, retirados de outra. A passagem de elétrons de uma
extremidade a outra constitui a condução elétrica. Os metais também são bons condutores
de calor. O aquecimento de uma peça metálica numa extremidade aumenta a energia
cinética média tanto dos íons, que vibram mais violentamente, como dos elétrons, que se
movimentam mais rapidamente por todo o metal. A liberdade que os elétrons têm de
transferir energia rapidamente de uma extremidade a outra do metal é responsável pela alta
condutividade térmica. Finalmente, o aspecto característico do metal, seu brilho, também é
originado por elétrons livres. Os elétrons não ligados na superfície do metal absorvem e
reirradiam a luz, que incide na superfície. Isto ocorre de tal maneira que uma superfície
metálica lisa reflete a luz em todos os ângulos, dando aos metais seu brilho típico.
Essa ligação não tem representação eletrônica, e sua representação estrutural
depende do conhecimento dos diferentes tipos de retículo cristalino. Na formulação química
usual, os metais são representados através de seus símbolos, não havendo referência à
atomicidade, que é indeterminada (não há, portanto, o índice).

Teoria das bandas eletrônicas

O modelo “Mar de elétrons” é um bom modelo para explicar a ligação metálica e suas
propriedades. Porém, não explica as propriedades de isolantes e de semicondutores. Isto já
é esperado, considerando que nos isolantes e semicondutores, os elétrons não estão livres.
Eles estão presos nas ligações covalentes entre os átomos, tornando-os maus condutores
de condutividade elétrica. Por isso, outro modelo foi criado. Esse modelo se baseia no
modelo atômico atual e é conhecido como “Teoria das bandas eletrônicas”.
De acordo com o modelo atômico atual, os orbitais atômicos são ocupados por
elétrons. Em um material metálico, o número de orbitais atômicos que interagem é muito
grande, o que origina um número elevado de orbitais responsáveis pela ligação metálica,
chamados de orbitais moleculares, que se estendem por um monocristal metálico inteiro. O
número de orbitais moleculares aumenta e seus espaçamentos de energia diminuem à
medida que o número de átomos que interagem aumenta. Nos metais, essas interações
formam uma banda aproximadamente contínua de orbitais moleculares deslocalizados por
toda a rede metálica, à direita na Figura 30. Essa banda possui regiões de baixa energia
(cores verde e amarelo) e alta energia (cores laranja e vermelho), sendo que a maioria dos
orbitais moleculares está concentrada no centro (faixa branca).

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Figura 30 – Bandas eletrônicas para explicar a ligação metálica.

Fonte: https://maestrovirtuale.com/wp-content/uploads/2019/10/BANDAS-DE-CONDUCCI%C3%93N.jpg
(Acesso em 26 Jan. 2022).

Os elétrons disponíveis para as ligações metálicas não preenchem completamente


os orbitais disponíveis e o preenchimento incompleto das bandas eletrônicas dá origem às
propriedades tipicamente metálicas.
Os elétrons nos orbitais próximos ao topo dos níveis ocupados necessitam de muita
pouca energia para serem promovidos para orbitais de energia ainda mais alta, que estão
desocupados. Sob influência de qualquer fonte de excitação, os elétrons passam para níveis
antes vagos e podem se mover livremente pela rede, dando origem à condutividade térmica
e elétrica.
O mar de elétrons nada mais é do que um grande conjunto de orbitais moleculares
com diferentes faixas de energia. As energias desses orbitais localizam-se em intervalos
pouco espaçados na faixa de energia entre os orbitais de mais alta e mais baixa energia.
E como são essas bandas nos materais condutores, semicondutores e isolantes?
A teoria quântica demonstra que em um sólido existem certas faixas de energias
permitidas (bandas de valência e condução) e outras proibidas (Figura 31).

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Figura 31 – Bandas de valência (em laranja), bandas de condução (em verde) e bandas proibidas (em branco)
nos condutores, semicondutores e isolantes.

Fonte: produzido pelos autores.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha videoaula sobre


ligações metálicas.

3.3.3 Ligação covalente

Na ligação covalente, os átomos irão adquirir a configuração do gás nobre de sua


mesma camada pelo compartilhamento de elétrons. A ligação covalente usualmente ocorre
entre átomos não metálicos, que são átomos eletronegativos. Por isso, possuem facilidade
de receber elétrons, mas dificuldade de perder. A ligação compartilhada é como um
"piquenique", onde cada um fornece o seu elétron, mas, no fim, compartilham os elétrons
(após a ligação, os dois elétrons pertencem aos dois átomos). Para cada ligação, cada
átomo geralmente contribui com 1 elétron e os 2 elétrons compartilhados pertencem aos
dois átomos e ficam atraídos pelos dois núcleos, contribuindo na distribuição eletrônica
dos dois.
Eu disse geralmente, pois existem moléculas em que apenas um dos átomos fornece
os 2 elétrons da ligação (o outro apenas recebe os elétrons para formar a ligação, sem
partilhar um seu).

Dica do professor: Alguns livros chamam essa ligação


de ligação covalente coordenada (antigamente conhecida
como ligação dativa), mesmo não sendo a nomenclatura
indicada pela IUPAC.

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109
Vamos analisar a ligação covalente entre dois átomos de cloro (família 17). Cada
átomo de cloro neutro possui 7 elétrons na última camada (se você não se lembra como se
descobre a quantidade de elétrons da última camada, volte e releia os tópicos sobre Tabela
Periódica). Para facilitar a visualização e o entendimento das ligações, é comum se utilizar
as representações de Lewis, que mostra os elétrons da última camada (apenas) como
pontos ao redor do átomo. Então, para o cloro, a representação de Lewis é:

Seguindo a tendência apresentada pelos não metais, cada átomo de Cloro irá
necessitar de 1 elétron para adquirir a configuração do gás nobre da mesma camada (8
elétrons na camada). Cada ligação covalente feita geralmente aumenta em 1 a quantidade
de elétrons dos átomos devido à incorporação do elétron do outro átomo que participa da
ligação. Observe a sequência a seguir:

Antes da ligação, cada cloro tinha 7 elétrons. Após a formação da ligação, os 2


elétrons da ligação covalente (elétrons marcados com a cor azul) contam para a distribuição
eletrônica dos dois átomos. Assim, eles ficam com 8 elétrons cada: no caso do átomo com
o símbolo em vermelho, 6 vermelhos mais os 2 azuis; no caso do outro átomo, 6 verdes mais
2 azuis. É mais comum apresentarmos os dois elétrons que participam da ligação covalente
como um traço, conforme ilustrado abaixo:

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110
No caso anterior, a fórmula seria Cl2. O número "2" subscrito (na parte inferior)
apresentado após o símbolo do elemento indica a quantidade de átomos daquele elemento
na substância. Vamos para outro exemplo: a molécula P2O5. O "2" subscrito após o símbolo
do Fósforo (P) indica que temos 2 átomos de Fósforo por molécula de P 2O5. O número "5"
subscrito após o símbolo do oxigênio (O) indica que temos 5 átomos do elemento oxigênio
em cada molécula de P2O5.
Podemos utilizar a tendência de se adquirir a configuração eletrônica de um gás nobre
para prever as fórmulas de moléculas. Por exemplo, vamos prever a fórmula da molécula
formada pela combinação dos elementos enxofre (S) e hidrogênio (H). O enxofre possui 6
elétrons na última camada e precisa de mais 2 para adquirir a configuração do gás nobre
argônio (Ar). Assim, ele irá precisar de 2 ligações covalentes pois ele irá contabilizar 1 elétron
a mais para cada elétron compartilhado proveniente do hidrogênio. O hidrogênio possui 1
elétron e precisa de mais 1 para adquirir a configuração eletrônica do hélio (possui apenas
2 elétrons). Por isso, ele precisa de apenas 1 ligação covalente. Como o hidrogênio só
necessita de fazer 1 ligação covalente e o enxofre necessita de 2, precisaremos de 2 átomos
de hidrogênio para um átomo de enxofre. A estrutura da molécula será a mostrada abaixo:

Note que cada traço representa dois elétrons compartilhados entre os dois átomos
que participam da ligação. Portanto, eles contribuem para a distribuição eletrônica dos dois
átomos. Assim, o enxofre possui 4 elétrons não ligantes (que não participam de nenhuma
ligação covalente), que são representados pelos 4 pontos sobre ao redor do símbolo do
enxofre (S), e 2 elétrons em cada ligação covalente, totalizando 8 elétrons. Os átomos de
hidrogênio não apresentam elétrons não ligantes, apenas os das ligações (2 elétrons para
cada hidrogênio).
Perceberam que os hidrogênios não ficaram em uma linha horizontal (H-S-H)? Não
se preocupe, veremos o motivo disto no próximotópico.
Vamos observar mais um exemplo? Vamos montar a estrutura da molécula
H2CO. Uma dica: sempre coloque no centro da estrutura o átomo que precisa de fazer
maior número de ligações. O carbono precisa de 4 elétrons (portanto, 4 ligações
covalentes), o hidrogênio 1 (portanto, 1 ligação) e o oxigênio 2 (portanto, 2 ligações). Logo,
o carbono será nosso átomo central. Outra dica: deixe os hidrogênios por último em
moléculas com mais de 4 átomos: eles serão utilizados para preencher as ligações
dos átomos que estão incompletos. Agora vamos começar o rascunho de nossa estrutura
de Lewis. Como a molécula não possui muitos átomos, podemos começar tentando colocar
todos os átomos ao redor do carbono:

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Vamos fazer 1 ligação com cada átomo ao redor do carbono:

Como os hidrogênios precisam de apenas 1 ligação, eles já estão "satisfeitos". Por


outro lado, o carbono fez 3 ligações, mas precisa de 4. O oxigênio fez 1, mas precisava de
2. Assim, ainda está faltando q ligação para cada um deles. Uma solução para esta situação
é fazer uma nova ligação entre o carbono e o hidrogênio:

Agora todos os átomos estão "satisfeitos". O Hidrogênio adquiriu a configuração


eletrônica do gás nobre Hélio (2 elétrons) e o carbono e o oxigênio adquiriram a
configuração eletrônica do gás nobre Neônio (8 elétrons na última camada).
Substituindo as ligações covalentes por traços e respeitando a geometria da molécula
(tema do próximo tópico), temos:

Note que temos uma ligação dupla (dois pares de elétrons compartilhados) entre o
carbono e o oxigênio. Já entre o carbono e o hidrogênio temos ligações simples (apenas 1

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112
ligação covalente). Pode existir casos de ligações triplas (três ligações covalentes), como é
o caso da molécula N2.

As ligações covalentes são direcionais, o que significa que cada ligação acontece
apenas entre os 2 átomos participantes. Então, na molécula do formol (CH 2O, estrutura
mostrada anteriormente) cada hidrogênio estará unido com o carbono por uma ligação
exclusiva carbono-hidrogênio. No caso do carbono, ele faz 4 ligações: duas exclusivas com
o oxigênio e uma com cada hidrogênio. Cada uma dessas ligações é específica entre o
carbono e o outro átomo que participa. Então, a ligação dupla C=O está ligando o oxigênio
especificamente ao carbono e cada ligação C-H liga o carbono a apenas um dos hidrogênios.
Elas não se estendem para além dos átomos que compartilham os elétrons. Veremos que
esta é uma diferença em relação às ligações iônicas e metálicas, que não são direcionais.
Nelas, as espécies se unem a diversas outras, sem preferência/diferença entre elas.

Valência

O termo valência é muito usado para compostos covalentes e indica a capacidade de


combinação dos elementos a partir de regras empíricas (observações ou resultados
experimentais). Ele equivale à quantidade de átomos de hidrogênio que determinado átomo
tem capacidade de se combinar.

Tabela 6. Valências comuns.

Fonte: produzido pelos autores.

Como o hidrogênio só faz uma ligação covalente, pois precisa de apenas 1 elétron, a
valência nos indica, então, a quantidade de ligações que um átomo pode fazer. Só tome

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113
cuidado, pois boa parte dos elementos pode apresentar mais de uma valência. Por exemplo,
o fósforo (P) pode apresentar valência 3, como é o caso dos compostos PCl 3 e PH3, ou 5,
como é o caso do PH5. O Cloro pode apresentar valências 1, 3, 5 e 7, dependendo do
composto em que ele se encontra.

Variações de energia na formação de uma ligação covalente

Em uma ligação covalente, há um um equilíbrio entre diversas forças (Figura 32):


repulsivas, entre os núcleos dos átomos (cargas positivas); repulsivas, entre os elétrons das
nuvens eletrônicas (cargas negativas); atrativas, entre os elétrons e os núcleos, de cargas
contrárias.

Repulsão
Atração

+ +
Repulsão

Figura 32 – Forças de atração e repulsão em uma ligação covalente.

Fonte: produzido pelos autores.

Quando existe um equilíbrio entre as forças atrativas e repulsivas forma-se uma


ligação covalente entre átomos, sendo que a energia total dos átomos separados é maior
que a energia da molécula resultante (Figura 33).

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Figura 33 – Energia em uma ligação covalente.

Fonte: https://www.fq.pt/images/ligacao-quimica/energia-de-ligacao.jpg (Acesso em 21 Jan. 2022).

A Figura 33 mostra as variações de energia que ocorrem na formação de uma ligação


covalente entre dois átomos de hidrogênio. No eixo x temos a distância entre os núcleos dos
átomos e no eixo y temos a energia do sistema. Com relação aos pontos 1 a 4:
Ponto 1: os átomos de hidrogênio estão separados e instáveis; a energia, por convenção,
vale zero.
Ponto 2: a distância entre os átomos diminui; a energia diminui e a estabilidade aumenta.
Temos forças de atração superiores às de repulsão.
Ponto 3: as forças de atração e repulsão igualam-se. A ligação química foi formada. Note
um ponto chave: Os átomos, quando ligados, são mais estáveis que os átomos
isolados porque possuem um menor conteúdo energético.
Ponto 4: este ponto é pouco importante. Corresponde a uma situação em que, por algum
motivo, a distância entre os átomos é menor que d L (distância de ligação entre os átomos).
As forças de repulsão entre os núcleos de cada átomo (positivo-positivo) e entre as nuvens
eletrônicas (cargas negativas) tornam-se superiores às de atração. A energia aumenta
rapidamente e o sistema é instável.
Ainda sobre este diagrama informações adicionais são importantes:

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1) A energia EL para o H2 vale 104 kcal/mol e corresponde à energia que deveríamos
fornecer para separar completamente os átomos de um mol de moléculas de H2. Por
isso, EL denomina-se energia de ligação.
2) A distância dL denomina-se distância de ligação ou comprimento de ligação, e, para
a molécula de H2, vale 0,74 Å.
3) Este tipo de diagrama pode ser utilizado para qualquer tipo de ligação.
4) Não se esqueça: átomos, quando ligados, são mais estáveis do que eles isolados
porque a substância apresenta energia menor (como evidenciado pelo gráfico
anterior).

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre ligações covalentes.

Ordem de uma ligação

Ordem de uma ligação (OL) é o número de pares de elétrons compartilhados.


Exemplo: N2

OL = 3

Sabe-se que quanto maior a ordem de ligação, mais forte é a ligação e menor seu
comprimento.

Tipo de ligação Ordem de ligação Energia de ligação Comprimento da ligação

N-N (N2H4) 1 158 KJ/mol 147 pm

N N (N2) 3 915 KJ/mol 110 pm

Fonte: produzido pelos autores.

Ressonância

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Ressonância ocorre quando um composto pode ser representado por duas ou mais
estruturas de Lewis. Nessas estruturas, o arranjo conhecido dos átomos não é descrito
unicamente por uma única estrutura, mas sim um híbrido de ressonância. Veja como
exemplo, a molécula O3 (ozônio).

Fonte: produzido pelos autores.

Cada átomo de oxigênio contribui com 6 elétrons, totalizando 18 (6x3) elétrons. Ao


escrever a estrtura de Lewis, observa-se que é necessário uma ligação dupla para atingir o
octeto de elétrons em cada uma. Como é possível escrevê-la em posições diferentes,
podemos obter diferentes estruturas de ressonância. Nelas, a colocação dos átomos é a
mesma, porém a colocação dos elétrons é diferente.

Dica do professor: A seta de duas cabeças indica que as


estruturas estão em ressonância .

Podemos esperar que as ligações dupla e simples (O=O e O-O) possuam


comprimentos de ligação diferentes, porém todos os comprimentos de ligação são iguais a
127,8 pm. Isso significa que ambas estruturas contribuem contribuem para um híbrido de
ressonância, não sendo possível representá-lo por estruturas de Lewis.
Veja outro exemplo, agora com o íon CO22-.

Fonte:
https://d1hj4to4g9ba46.cloudfront.net/questions/1306100_1298351_ans_66f8948e42274e0992898cb5defb4b
9b.PNG (Acesso em 26 Jan. 2022).

A partir das estruturas de Lewis, prevemos que ele deve ter duas ligações C-O de um
comprimento maior e uma ligação C=O de um comprimento menor. Porém,

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117
experimentalmente, observamos que todas as ligações têm o mesmo comprimento.
Explicamos isso assumindo que o íon CO22- é um híbrido composto ou de ressonância com
três contribuintes equivalentes.
Em alguns casos, algumas estruturas contribuem mais para o híbrido de ressonância.
Quanto mais estável uma estrutura de ressonância (quando analisada isoladamente),
maior é a contribuição para o híbrido. Sabe-que:

• Quanto mais ligações covalentes uma estrutura tem, mais estável ela é;
• As estruturas nas quais todos os átomos têm um nível de valência completo são
especialmente estáveis;
• A separação de cargas diminui a estabilidade;
• Uma carga negativa não situada sobre o átomo mais eletronegativo da molécula;
• Uma carga positiva não situada sobre o átomo mais eletropositivo da molécula.

Veja um exemplo na molécula de formaldeído. A estrutura da esquerda é mais estável


pois não possui separação de cargas.

Fonte: produzido pelos autores.

REGRAS PARA DESENHAR ESTRUTURAS DE RESSONÂNCIA

Nas estruturas de ressonância fiquem atentos a seguintes regras:

• Somente elétrons  e pares de elétrons não compartilhados movem-se.


• O número total de elétrons na molécula não muda.

Os elétrons podem ser movidos dos seguintes modos:

1. Mova elétrons  em direção à uma carga positiva ou à uma ligação .


2. Mova o par de elétrons não compartilhado em direção à uma ligação .
3. Mova um único elétron não ligante em direção à uma ligação .

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Carga formal

A carga formal (CF) indica uma tendência para o acúmulo de carga elétrica. São usadas
para a discussão da viabilidade das estruturas de Lewis e pode ser calculadas através da
fórmula:
CF = EV – (1/2 EL + ENL)
Onde: EV = elétrons de valência
EL = elétrons ligantes
ENL = elétrons não ligantes

Dica do professor: A soma das cargas formais dos


átomos é igual a carga elétrica da molécula ou íon.

Com relação a cargas formais em espécies covalentes, não são eletrostaticamente


favoráveis, ou seja, inviabiliza a estrutura de Lewis:
a) Cargas iguais em átomos adjacentes;
b) Cargas opostas em átomos não adjacentes;
c) Cargas múltiplas em qualquer átomo;
d) Cargas em desacordo com as eletronegatividades dos átomos.

Veja a proposta de estrutura de Lewis do íon SO 42- a seguir como exemplo. Ela não é
eletrostraticamente estável, pois desobedece a regras c.

Fonte: modificado de https://www.chemistryscl.com/general/lewis-structure-of-SO42-


/reduce%20charges%20of%20SO42-%20ion%20lewis%20structure.jpg (Acesso em 26 Jan. 2022).

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Sendo assim, as estruturas de ressonância mais adequadas para o íon SO 42- estão
representadas na figura a seguir:

Fonte: https://media.cheggcdn.com/media/323/323c0dc8-d6c7-414d-86be-ec3c00063223/php2r6dwB
(Acesso em 26 Jan. 2022).

Observe na figura acima que o enxofre não obedece a regra do octeto. Como
dissemos antes, existem muitos casos em que isto acontece. Nesse íon, o enxofre (S) fica
com 10 elétrons, ou seja, sofre expansão do octeto.
Vamos estudar agora algumas dessas exceções?

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre ligações covalentes.

Exceções à regra do octeto

Como já dissemos anteriormente, existem situações envolvendo ligações covalentes


que a regra do octeto não é válida. São 3 tipos principais:
1) Moléculas com número ímpar de elétrons;
2) Moléculas deficientes de elétrons;
3) Moléculas com expansão do octeto.

MOLÉCULAS COM NÚMERO ÍMPAR DE ELÉTRONS

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Na maioria das moléculas, o número de elétrons é par e ocorre um emparelhamento
completo de elétrons. Porém, em alguns casos, como no NO e NO2, temos um número ímpar
de elétrons.
O NO tem 5+6=11 elétrons de valência. Portanto, o completo emparelhamento de
elétrons é impossível. As duas estruturas mais importantes para essa molécula são
mostradas abaixo. Note que o átomo que possui o elétron livre está deficiente em elétrons.

Fonte: produzido pelos autores.

Dica do professor: O NO, representado acima, assim


como outras moléculas e íons, sofre ressonância. Este
fenômeno é estudado em um curso separado sobre
química orgânica, também disponível na Plataforma
+IFMG.

MOLÉCULAS DEFICIENTES DE ELÉTRONS

É mais comumente encontrada com compostos de berílio (Be) e boro (B). Por
exemplo, na molécula abaixo o berílio realiza duas ligações covalentes com o hidrogênio,
mas ele fica com apenas 4 elétrons na camada de valência. É um caso raro de molécula que
pode ser encontrada com apenas 4 elétrons na camada de valência. Note que o berílio não
teria elétrons provenientes dele para realizar mais ligações covalentes, o que explica a baixa
quantidade de elétrons na última camada eletrônica do berílio na molécula BeH2.

Nesses casos dizemos que houve uma contração do octeto.

MOLÉCULAS COM EXPANSÃO DO OCTETO

Moléculas ou íons com expansão do octeto ocorrem exclusivamente com elementos


do terceiro período em diante, pois eles possuem orbitais “d” vazios para receberem os
elétrons “extras”. Um exemplo ocorre com o átomo de enxofre do ácido sulfúrico,
representado a seguir:

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Fonte: https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/acido-sulfurico.jpg (Acesso em 21 Jan. 2022).

Alotropia

A alotropia é um fenômeno que alguns elementos químicos possuem de formar


substâncias simples diferentes, por meio de ligações covalentes (com compartilhamento de
elétrons). Veja alguns exemplos:

Oxigênio possui duas formas


alotrópicas: O2 (oxigênio) e O3 (ozônio). A
diferença entre as formas é a quantidade
de átomos: no gás oxigênio, os átomos
formam moléculas biatômicas, enquanto o
Variedades alotrópicas do do oxigênio: gás ozônio forma moléculas triatômicas.
oxigênio e ozônio.

Fonte: modificado de
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i
mages/2014/10/oxigenio-e-ozonio.jpg (Acesso
em 26 Jan. 2022)

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Variedades alotrópicas do enxofre: rômbico e Variedades alotrópicas do do carbono: grafite e
monoclínico. diamante.

Fonte: Fonte:
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i https://www.biologianet.com/upload/conteudo/i
mages/2014/10/enxofre-rombico-e- mages/2014/10/grafite-e-diamante.jpg (Acesso
monoclinico.jpg (Acesso em 26 Jan. 2022). em 26 Jan. 2022).

O carbono e o enxofre possuiem duas variedades alotrópicas principais, que se


diferenciam pelo arranjo espacial dos átomos.

O fósforo possui duas variedades


alotrópicas: o fósforo branco (P4) e o
vermelho (Pn). Ambas apresentam
estrutura tetraédrica, mas a diferença
também está na quantidade de átomos
que se ligam. Existem evidências que o
fósforo vermelho é uma união de várias
moleculas de 4 atomos ligados entre si
arranjos tetraédricos, formando longas
cadeias.

Variedades alotrópicas do fósforo: branco e


vermelho.

Fonte:
https://www.biologianet.com/upload/conteudo/ima
ges/2014/10/fosforo-branco-e-vermelho.jpg
(Acesso em 26 Jan. 2022).

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123
Mídia digital: Acesse o link para assistir minha
videoaula sobre ligações covalentes.

Substâncias moleculares e substâncias de redes covalentes

Existem substâncias cujos átomos estão unidos por ligações covalentes que possuem
número exato de átomos participantes. Este é o caso do formol (CH2O), do gás cloro (Cl2) e
do gás nitrogênio (N2), citados anteriormente neste texto. As moléculas do formol sempre
terão 1 átomo de carbono, 2 de hidrogênio e 1 oxigênio. As do gás cloro sempre serão
formadas por 2 átomos de cloro. Essas substâncias são classificadas como substâncias
moleculares e formam moléculas individuais com quantidades definidas de átomos.
Entretanto, há substâncias cujos átomos também são unidos por ligações covalentes,
mas que formam redes enormes de átomos, sem quantidade definida. Nessas substâncias,
não existem moléculas independentes, mas um grande de número de átomos unidos em
redes. Como exemplo, temos o diamante e a grafita. A Figura 34 mostra um pedaço da
estrutura do diamante. Nela, cada átomo de carbono está ligado a outros 4 átomos de
carbono, que se unem, cada um, a mais 4 átomos de carbono e por aí vai.

Figura 34 – Estrutura do diamante.

Fonte:
https://lh4.googleusercontent.com/t9xlh7k8VBapWW5Ag5F6sPfU3t_jILGZg1_vYpXwSU4J63IpgzL9b8HBTX
OElSR-VDwj0PROlcKOolaynYiWQAxqAz8btJkr3too2SxXT52N3aICkSE6VNYVc6mWIHOSLbZi6GYA
(Acesso em 21 Jan. 2022).

Formas espaciais moleculares

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124
Nós dissemos que iríamos explicar o motivo da estrutura do H2S (ácido sulfídrico),
mostrada abaixo, possuir um ângulo entre os hidrogênios, correto? Então vamos lá!

Fonte: produzido pelos autores.

Vimos que as ligações covalentes são formadas por elétrons compartilhados entre os
dois átomos participantes dela. Também aprendemos que em alguns átomos sobram
elétrons não ligantes, que são exclusivos de um átomo e não participam de nenhuma
ligação. Observaram que o enxofre da molécula do ácido sulfídrico possui 2 pares de
elétrons não ligantes? Cada par está circulado na figura a seguir.

Fonte: produzido pelos autores.

Os pares eletrônicos não compartilhados são mais espalhados e mais volumosos do


que os pares compartilhados, a repulsão é maior entre dois pares não compartilhados, média
entre um par isolado e um par compartilhado e menor entre dois pares compartilhados.
Dessa forma, os pares de elétrons se afastam o máximo possível atribuindo estabilidade à
estrutura molecular.
Sendo assim, através de um modelo teórico, podemos entender como os átomos
estão dispostos em um espaço tridimensional, ou seja, quais as formas espaciais que
minimizam a repulsão eletrônica (Figura 35).

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125
Figura 35 – Nomes de formas de moléculas simples e seus angulos de ligação.

Fonte: https://cdn.portalsaofrancisco.com.br/wp-content/uploads/2016/05/geometria-molecular1.png (Acesso


em 25 Jan. 2022).

O MODELO RPENV - TEORIA DA REPULSÃO DOS PARES DE ELÉTRONS DA CAMADA


DE VALÊNCIA

A teoria da repulsão dos pares eletrônicos da camada de valência (RPENV) é usada


para prever o arranjo e geometria das moléculas. Os pares eletrônicos comportam-se como
nuvens eletrônicas que se repelem entre si, de forma a ficarem orientadas no espaço com a
maior distância angular possível. Portanto, um par ligante ou não ligante (isolado) de elétrons
define uma região do espaço, na qual é mais provável que os elétrons sejam encontrados.
Essas regiões são chamdas de domínios de elétrons. Por exemplo, o H 2S possui um total
de quatro domínios de elétrons ao redor do átomo de ensofre (2 pares ligantes e 2 pares
não ligantes).

Em geral, um domínio de elétron consiste em um par não ligante, uma ligação simples
ou uma ligação múltipla. Uma vez que os domínios de elétrons são carregados
negativamente, eles se repelem. Consequentemente, a melhor disposição entre eles é a que
minimiza a repulsão (Tabela 7). Sendo assim, a molécula de H2S possui um arranjo
tetraédrico.

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Tabela 7 – Arranjos em função do número de domínios de elétrons.

Fonte: Fonte: Brown, 2017.

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127
Outra molécula com arranjo tetraédrico é a molécula de NH3. A molécula de amônia
(NH3) possui 8 elétrons, 4 domínios de elétrons, sendo 3 pares de elétrons ligantes e 1 não
ligante. As repulsões entre os elétrons são minimizados quando estão em vértices de um
tetraedro, sendo que um deles é ocupado por um elétron não ligante. Como a forma espacial
molécular descreve a distribuição dos átomos, não a distribuição do domínio de elétrons, a
estrutura molecular do NH3 é piramidal trigonal (Figura 36). Observe que o arranjo
tetraédrico nos leva a geometria molecular.

Figura 36 – Geometria molecular do NH3.

Fonte: Brown, 2017.

O par isolado exerce uma força eletrostática significativa que causa uma angulação
dos H ligados ao N, o que configura essa geometria, essa é a configuração mais estável da
molécula de amônia. Os ângulos diminuem conforme os pares de elétrons aumentam
(Figura 37).

Figura 37 – Ângulos de ligação das moléculas CH4, NH3 e H2O.

Fonte: modificado de Brown, 2017.

Dica do professor: A distribuição dos domínios de


elétrons ao redor do átomo central de uma molécula ou
íon é chamada arranjo. Já a distribuição dos átomos no
espaço é chamada geometria molecular.

O modelo estabelece algumas regras para determinar a geometria de uma molécula:

• Esboçar a estrutura de Lewis do íon ou molécula.

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128
• Dispor os domínios de elétrons em torno do átomo central para minimizar repulsão.
• Contar o número total de domínios de elétrons. Tenha em mente, ligações múltiplas
(ligações duplas e triplas) contam como um domínio de elétrons. Em outras palavras, uma
ligação dupla é um domínio, não dois.
• Usar o arranjo das ligações químicas entre os átomos de determinar a geometria
molecular (Tabela 8).

Tabela 8 – Arranjos e formas espaciais em função do número de domínios de elétrons.

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Fonte: Fonte: Brown, 2017.

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Observem que o arranjo de uma molécula não diferencia ligação química de par de
elétrons livres. Isso significa que uma molécula que faz quatro ligações químicas possui o
mesmo arranjo de uma molécula que faz duas ligações químicas. Vamos ver alguns
exemplos?

• Água (H2O): O oxigênio possui 6 elétrons na camada de valência e dois fazem


ligação simples com o hidrogênio, então: 6 elétrons – 2 ligações simples = 4 elétrons = 2
pares de elétrons. Logo o arranjo da molécula será: 2 pares + 2 ligações químicas =
tetraédrico.
• Metano (CH4): O carbono possui 4 elétrons na camada de valência e os
quatro fazem ligações químicas com hidrogênios, então: 4 elétrons – 4 ligações simples = 0
elétrons = 0 pares de elétrons. Logo o arranjo da molécula será: 0 pares + 4 ligações
químicas = tetraédrico.
Então como diferenciar a estrutura das duas moléculas? Pela Geometria!!! A
geometria de uma molécula diferencia ligação química de par de elétrons livres. Somente
quando a molécula não possui par de elétrons livres, temos o arranjo igual a geometria.
Portanto, no caso do metano (CH4), não há elétrons livres, logo, podemos dizer que o
carbono tem arranjo tetraédrico e geometria tetraédrico. Já no caso da água, dizemos que,
como o oxigênio possui 2 pares de elétrons e 2 ligações simples, dizemos que o arranjo é
tetraétrico e a geometria angular.
Podemos determinar a geometria também pelas fórmulas do modelo VSEPR:

Fórmula Geometria

AX2, AX2E3 Linear

AX2E, AX2E2 Angular

AX3 Trigonal Plana

AX3E Pirâmide Trigonal

AX4 Tetraédrica

AX5E Pirâmide Quadrada

AX4E Gangorra

AX3E2 Forma T

AX4E2 Quadrado Planar

AX5 Bipiramide Trigonal

AX6 Octaédrica

Fonte: produzido pelos autores.

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Mídia digital: Acesse o link para a simulação do site
Phet Colorado (produzido pela Universidade do
Colorado-Estados Unidos), nos ajuda muito a visualizar
as diferentes geometrias por todos os ângulos. Não
deixe de "brincar" com as moléculas. Sugiro que você
clique em "Molécula real" e escolha diferentes moléculas
na caixa de texto que aparece. É muito legal!!

A geometria influencia bastante numa propriedade das moléculas: a polaridade.


Veremos que a polaridade da molécula também é muito importante para o entendimento do
estado físico de determinada substância nas condições ambientes e da solubilização dessa
substância em líquidos. Resumindo, nas moléculas polares são gerados polos positivos e
negativos. Os polos positivos ocorrem nas regiões pobres em elétrons, normalmente no
átomo menos eletronegativo. Já os polos negativos ocorrem nas regiões ricas em elétrons
(átomos eletronegativos). Vamos analisar o exemplo do HCl:

Fonte: produzido pelos autores.

O hidrogênio tem baixa eletronegatividade, enquanto o cloro já possui uma


eletronegatividade elevada (relembre eletronegatividade no tópico "Propriedades
Periódicas"). Por isso, o cloro atrai os elétrons do hidrogênio mais fortemente do que o
próprio hidrogênio, deslocando a nuvem eletrônica do hidrogênio para mais perto do seu
núcleo (cloro). Assim, é como se o átomo de hidrogênio estivesse quase perdendo o seu
elétron, se tornando "parcialmente positivo". Já com o cloro ocorre o oposto. Ele está quase
ganhando o elétron do hidrogênio, ficando "parcialmente negativo".
Quanto maior for a diferença de eletronegatividade entre os átomos presentes na
molécula, maior será o deslocamento da nuvem eletrônica na direção do átomo mais
eletronegativo e, com isso, maiores serão as cargas parciais formadas e, com isso, maior a
polaridade da molécula.

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Polaridade das ligações covalentes

Ligação covalente polar - Este tipo de ligação ocorre entre átomos com eletronegatividades
diferentes, como no HCl. O par eletrônico está mais deslocado no sentido do átomo mais
eletronegativo.
Representando o par de elétrons da ligação covalente por uma nuvem eletrônica ,
temos:

H Cl
Fonte: produzido pelos autores.

O polo negativo (-) é uma carga negativa residual (carga parcial negativa) menor
que a carga de um elétron e, situa-se sempre no átomo mais eletronegativo, enquanto o polo
positivo (+) é uma carga positiva residual (carga parcial positiva), que normalmente se
apresenta nos átomos menos eletronegativos.

+ -

Ligação covalente polar H Cl

Ligação covalente apolar – Ocorre entre átomos de mesmo elemento. Neste caso, não há
diferença de eletronegatividade e o par eletrônico encontra-se equitativamente distribuído
entre os átomos ligantes.
H–H

Fonte: produzido pelos autores.

Momento de dipolo ou momento dipolar ()

A polaridade de uma ligação é medida por uma grandeza vetorial conhecida pelo
nome de momento de dipolo ou momento dipolar (). O momento dipolar é expresso em

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unidades debye (D) e é o produto da grandeza da carga, em unidades eletrostáticas, pela
distância que separa essas cargas, em angstron.

 = exd
onde:
e = carga eletrostática
d = distância entre as cargas.
O vetor momento de dipolo aponta do elemento menos eletronegativo para o
elemento mais eletronegativo. Tomando-se, por exemplo, uma molécula de HCl temos:

Fonte: produzido pelos autores.

Polaridade das substâncias moleculares

Para determinarmos a polaridade de uma molécula devemos conhecer :


a)a polaridade das ligações presentes na molécula
b)a geometria das moléculas.

De posse destes dados, devemos colocar um vetor momento de dipolo em cada


ligação polar da molécula e realizar a soma dos vetores momento de dipolo.

• Molécula apolar: se a soma vetorial resultante for igual a zero.

• Molécula polar: se a soma vetorial resultante for diferente de zero.

Exemplos:

Fonte: produzido pelos autores.

No exemplo acima, os átomos têm a mesma eletronegatividade, a ligação entre eles


é apolar (o vetor é igual a zero), da mesma forma que a própria molécula.

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Fonte: produzido pelos autores.

No exemplo acima as ligações são polares, mas o somatório dos vetores


correspondentes, devido à geometria linear da molécula, é igual a zero: a molécula é apolar.

Fonte: produzido pelos autores.

Nos dois casos apresentados acima, o vetor resultante é diferente de zero e, com
isso, as moléculas são polares.

REGRA PRÁTICA PARA DETERMINAÇÃO DA POLARIDADE DE MOLÉCULAS

Devemos comparar o número de pares eletrônicos ao redor do elemento central da


molécula com o número de grupos iguais ligados a este elemento central. Assim teremos:

Nº pares = nº grupos iguais → Molécula apolar

Nº pares  nº grupos iguais → Molécula polar

Exemplos:

4 pares, 2 grupos
iguais
molécula polar

3 pares, 3 grupos
iguais
molécula apolar

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4 pares, 3 grupos
iguais
molécula polar

4 pares, 4 grupos
iguais
molécula apolar

4 pares, 3 grupos
iguais
molécula polar

Fonte: produzido pelos autores.

Dica do professor: Fica claro que, quanto maior o valor


do momento de dipolo resultante (vetor resultante), maior
a polaridade da molécula.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre formas espaciais e polaridade das
moléculas.

Fórmulas: eletrônica, estrutural e molecular

Além da fórmula eletrônica e estrutural discutidas anteriormente, uma molécula


também pode ser representada por sua fórmula molecular.
A Tabela 8 mostra estes três tipos de fórmulas para alguns compostos covalentes,
sem a preocupação com a geometria das moléculas.

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Tabela 8. Tipos de fórmulas.

Eletrônica Estrutural Molecular

H–H H2

O=O O2

NN N2

H–O–H H2O

H–C N HCN

Fonte: produzido pelos autores.

Modelos de ligações covalentes

Agora vamos estudar duas teorias que fundamentam a formação da ligação


covalente, entre as quais destacamos a Teoria de ligação de valência e a Teoria do orbital
molecular.

TEORIA DA LIGAÇÃO DE VALÊNCIA (TLV)

O modelo RPESV (teoria da repulsão dos pares de elétrons da camada de valência)


e as estruturas de Lewis nos ajudam a determinar as formas espaciais de moléculas, porém
não explicam por que as ligações entre os átomos existem.
A descrição a respeito das ligações covalentes, que levou em consideração os orbitais
atômicos e as noções de Lewis sobre ligações por pares de elétrons com a ideia de orbitais
atômicos, levou ao modelo de ligação química chamado de Teoria da Ligação de Valência
(TLV).
Na teoria de Lewis, a ligação covalente ocorre com o compartilhamento de elétrons e
concentração da densidade eletrônica entre os núcleos dos átomos envolvidos. Na Teoria

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137
da ligação de valência, os orbitais compartilham uma região do espaço ou superpõem-se.
Essa superposição de orbitais permite que elétrons de spins contrários compartilhem um
uma mesma região no espaço, denominada orbital molecular, formando uma ligação
covalente.
Nesse sentido, podemos conceituar orbital molecular, formado pela interpenetração
de orbitais atômicos, como a região mais provável para localizarmos o par eletrônico da
ligação covalente.
O par de elétrons que associamos com uma ligação covalente é partilhado entre os
dois átomos nesta região de superposição e a força da ligação covalente, medida como
quantidade de energia necessária para quebrá-la, é propocional à extensão da superposição
de orbitais. Como uma consequência, os átomos numa molécula tendem a se posicionar de
forma a maximizar a superposição orbital.
Vejamos agora como esta teoria pode ser aplicada a alguns compostos.
Na Figura 38, podemos observar a aproximação dos orbitais na formação da ligação
covalente nas moléculas de H2, HCl e Cl2.

Figura 38 – Superposição dos orbitais na formação de ligações covalentes. (a) A ligação em H2 resulta da
superposição de dois orbitais 1s de dois átomos de H. (b) A ligação em HCl resulta da superposição de um
orbital 1s do átomo de H com um dos lóbulos de um orbital 3p de Cl. (c) A ligação em Cl 2 resulta da
superposição de dois orbitais 3p de dois átomos de Cl.

Fonte: modificado de http://1.bp.blogspot.com/-


dfUMqZTi3gw/U5qA_7Zln5I/AAAAAAAAAC4/VV6_UrzIg2w/s1600/formacao+de+ligacoes+sigma.png
(Acesso 27 Jan. 2022)

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138
No exemplo acima, para a molécula de H2, o que se tem é uma ligação covalente
simples resultante da sobreposição de um orbital 1s de cada um dos átomos de hidrogênio.
Os átomos de H se aproximam acontecendo a sobreposição dos orbitais 1s. Cada elétron
começa a sentir a força atrativa de ambos os prótons dos núcleos. Essa ligação é conhecida
como ligação σ. Podemos dizer que a ligação sigma  (s-s), pois foi feita através de dois
orbitais s. Lembrando que a geometria de uma molécula deve ser analisada apenas em
função das posições dos núcleos, qualquer molécula diatômica é linear. Logo, a molécula
de H2 apresenta geometria linear.
No caso da molécula de HCl, a interpenetração ocorre com os orbitais s e pz. Para a
molécula de Cl2, cada átomo de flúor participa com um orbital semipreenchido (pz). Uma vez
que essas moléculas são diatômicas, elas também apresentam geometria linear.

Dica do professor: Ligações sigmas são ligações


covalentes resultantes da interpenetração de orbitais
atômicos incompletos, em um mesmo eixo.

HIBRIDIZAÇÃO

Apesar da teoria da ligação de valência explicar a formação das ligações por pares
de elétrons, nem sempre ela explica as geometrias observadas para as moléculas po-
liatômicas. Surgiu, então, na década de 1930, a teoria dos orbitais híbridos, que pode ser
resumida nos seguintes enunciados:
a) Orbitais atômicos puros podem eventualmente se misturar, formando orbitais híbridos.
b) O número dos orbitais híbridos obtidos será o mesmo dos orbitais existentes antes de
serem misturados.
c) Orbitais híbridos são iguais entre si, mas totalmente diferentes dos orbitais puros de
origem, tanto na geometria (forma) como no conteúdo energético.
d) Orbitais híbridos, por repulsão, afastam-se ao máximo uns dos outros.
Vamos examinar os tipos mais comuns de hibridização?

Hibridização sp
Os orbitais híbridos sp são formados com um orbital s e um orbital p.
Consequentemente, restam dois orbitais p não-hibridizados. Vamos considerar a molécula
de BeF2 e analisar cada item abaixo:

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139
a) A molécula de BeF2 apresenta a estrutura de Lewis:

Fonte: produzido pelos autores.

b) O Be tem uma configuração eletrônica 1s22s2:

Fonte: produzido pelos autores.

c) Observe que não existem elétrons desemparelhados disponíveis para ligações (veja a
distribuição eletrônica). Porém, sabemos que dois elétrons de Be são compartilhados com
cada um dos elétrons desemparelhados do F (veja a estrutura de Lewis). Mas como isso
é possível, se vimos anteriormente que não existem elétrons desemparelhados?
d) Então devemos promover um elétron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos
dois elétrons desemparelhados e desta forma justificar as duas ligações:

Fonte: produzido pelos autores.

e) Além disso, sabemos (teoria de RPENV) que o ângulo de ligação F-Be-F é de 180°
(geometria linear). Se admitirmos que os orbitais do Be na ligação Be-F estão distantes
de 180°, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos dois elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia.
f) Podemos solucionar o problema admitindo que o orbital 2s e um orbital 2p no Be
misturam-se para formar um orbital híbrido chamado de orbital híbrido sp, no qual os
lóbulos destes orbitais estão a 180º de distância entre si.

Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Orbital-2s-e-orbital-2p-Dois-orbitais-
h%C3%ADbridos-sp.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).

Considerando o diagrama de quadrículas, temos:

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140
Fonte: produzido pelos autores.

Observe que somente um dos orbitais 2p do Be foi utilizado na hibridização e ainda


existem dois orbitais p não-hibridizados no Be.

Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização sp.

Hibridização sp2
Os orbitais híbridos sp2 são formados a partir da hibridização de um orbital s e dois
orbitais p, resultando na formação de três orbitais híbridos sp2. Consequentemente resta um
orbital p não-hibridizado. Vamos considerar a molécula de BF3 e analisar cada ítem abaixo:
a) BF3 apresenta a estrutura de Lewis:

Fonte: produzido pelos autores.

b) B tem uma configuração eletrônica 1s22s22p1:

Fonte: produzido pelos autores.

c) Observe que existe apenas um elétron desemparelhado disponível para ligações (veja a
distribuição eletrônica). Porém, sabemos que três elétrons de B são compartilhados com
cada um dos elétrons desemparelhados do F (veja a estrutura de Lewis). Mas como isso
é possível, se vimos anteriormente que não existem elétrons desemparelhados?
d) Então devemos promover um elétron do orbital 2s no B para o orbital 2p para obtermos
três elétrons desemparelhados e desta forma justificar as três ligações.

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141
Fonte: produzido pelos autores.

e) Além disso, sabemos (teoria de RPENV) que o ângulo de ligação BF3 é de 120°
(geometria trigonal plana). Se admitirmos que os orbitais do B na ligação B-F estão
distantes de 120°, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos três elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário, ocorrer
hibridização:

Fonte: produzido pelos autores.

Observe que dois dos orbitais 2p do B foram utilizados na hibridização e ainda existe
um orbital p não-hibridizados no B, sendo que os grandes lóbulos dos híbridos sp2
encontram-se em um plano trigonal:

Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Tr%C3%AAs-orbitais-h%C3%ADbridos-
sp2.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).

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Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização sp2.

Vamos ver outro exemplo? As ligações na molécula do etileno (H2C=CH2) podem ser
explicadas através de uma hibridação do tipo sp 2, obtida pela combinação de um orbital s
com dois orbitais p, a partir do carbono em estado excitado, obtendo-se assim 3 orbitais
híbridos do tipo sp2. Espacialmente, os orbitais sp2 estão dirigidos do centro para os vértices
em um triângulo equilátero. Portanto, estão num mesmo plano. Além disso, um dos orbitais
p do carbono excitado não é hibridizado (orbital p puro) e dispõe-se de modo perpendicular
ao plano dos orbitais sp2.

Fonte: Brown, 2017.

A ligação sigma C-C resulta da interpenetração de dois orbitais sp2, um de cada


carbono (ligação sigma sp2-sp2). A ligação  forma-se pela interpenetração em paralelo dos
orbitais p “puros”, um de cada carbono. As ligações C-H formam-se pela interpenetração dos
orbitais sp2 do carbono com os orbitais semipreenchidos do H (ligações serão sigmas s-sp2).
Todas as moléculas com arranjo trigonal plano têm orbitais sp2 no átomo central.

Hibridização sp3
Os orbitais híbridos sp3 são formados a partir da hibridização de um orbital s com três
orbitais p. Vamos considerar a molécula de CH4 e analisar cada item abaixo:
a) C tem uma configuração eletrônica 1s22s22p2:

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b) Observe que há somente dois elétrons desemparelhados disponíveis para fazer ligações.
Portanto, é necessário a promoção de um eletron do orbital 2s para o orbital 2p para
obtermos quatro elétrons desemparelhados e desta forma justificar as quatro ligações.

Entretanto, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos quatro elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia, considerando que os orbitais do
C na ligação C-H estão distantes de 109° (geometria tetraédrica). Portanto, o orbital 2s e
três orbitais 2p no C misturam-se para formar quatro orbitais híbridos chamados de sp3:

Fonte: produzido pelos autores.

Vamos ver outro exemplo? Experimentalmente, verifica-se que a molécula do


composto metano (CH4) é tetraédrica, com 4 ligações covalentes carbono-hidrogênio
equivalentes e ângulo de 10928’ entre as ligações. O carbono no estado fundamental
apresenta a seguinte estrutura eletrônica:

C (Z = 6)  1s2 2s2 2p2

   

Nota-se que na camada de valência somente dois elétrons desemparelhados estão


disponíveis para formação de ligações covalentes. Como na molécula do metano, temos 4
ligações C-H, um elétron do orbital 2s é promovido para o orbital 2p.

C ativado  1s2 2s1 2p3

    

O estado excitado do carbono, nos dá um carbono tetravalente, mas não tetraédrico.


Vemos, então, ser necessário a hibridização dos orbitais do carbono. Por ser um composto
tetraédrico, a hibridização é sp3.
Os orbitais híbridos que explicam a estrutura do metano podem ser obtidos pela
combinação do orbital 2s com os outros três orbitais 2p, o que resultaria em quatro orbitais
híbridos do tipo sp3. Ou seja, a hibridização ocorre com 1 orbital s e 3 orbitais p. Os quatro

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144
orbitais híbridos sp3, afastando-se ao máximo uns dos outros, adquirem orientação
tetraédrica.
Os quatro orbitais híbridos formados são equivalentes entre si e ligando-se a estes
quatro átomos de hidrogênio, obteríamos quatro ligações exatamente equivalentes entre si
(quatro ligações sigma do tipo s-sp3). Deste modo, a hibridação sp3 explica todos os fatos
experimentais para a molécula do metano.

Fonte: Barbosa, 2004.

Todas as moléculas com arranjos tetraédricos são hibridizadas sp 3.

Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização sp3.

Hibridização sp3d

Os orbitais híbridos sp3d são formados a partir da hibridização de um orbital s, três


orbitais p e um orbital d, resultando na formação de cinco orbitais híbridos sp3d. O orbital d
é utilizado quando o átomo central tem que acomodar cinco ou mais pares de elétrons.
Geralmente, ocorre a expansão a regra do octeto.
Vamos considerar a molécula de PCl5 como exemplo:
a) PCl5 apresenta a estrutura de Lewis:

Fonte: produzido pelos autores.

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b) P tem uma configuração eletrônica 1s22s22p63s23p3:

Fonte: produzido pelos autores.

c) Como o P tem que fazer 5 ligações, então devemos promover um elétron do orbital 3s
para o orbital 3d para obtermos cinco elétrons desemparelhados e possibilitar as cinco
ligações:

Fonte: produzido pelos autores.

d) Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos cinco elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário ocorrer
hibridização. Após a hibridização, há a formação de cinco orbitais híbridos:

Fonte: produzido pelos autores.

Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização sp3d.

Hibridização sp3d2

Os orbitais híbridos sp3d2 são formados a partir da hibridização de um orbital s, três


orbitais p e dois orbitais d, resultando na formação de cinco orbitais híbridos sp3d2. O orbital

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d é utilizado quando o átomo central tem que acomodar cinco ou mais pares de elétrons.
Geralmente, ocorre a expansão a regra do octeto.
Vamos considerar a molécula de SF6 como exemplo:
a) SF6 apresenta a estrutura de Lewis:

Fonte: produzido pelos autores.

b) P tem uma configuração eletrônica 1s22s22p63s23p4:

Fonte: produzido pelos autores.

c) Se admitirmos que o S tem que fazer 6 ligações, então devemos promover um elétron do
orbital 3s para o orbital 3d e promover um elétron do orbital 3p para o orbital 3d para
obtermos seis elétrons desemparelhados e possibiltar as seis ligações:

Fonte: produzido pelos autores.

d) Contudo, a geometria ainda não estaria explicada porque teremos seis elétrons
desemparelhados, porém em diferentes níveis de energia. Sendo necessário ocorrer
hibridização. Após a hibridização, há a formação de seis orbitais híbridos:

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Fonte: produzido pelos autores.

Mídia digital: Acesse o link para ver a hibridização


sp3d2.

Os tipos comuns de hibridização são:

Tabela 13. Tipos comuns de hibridização .

N° de orbitais N° de orbitais
Arranjo de elétrons Hibridização
atômicos híbridos

Linear 2 sp 2
Trigonal Plano 3 sp2 3
Tetraédrico 4 sp3 4
Bipiramidal trigonal 5 sp3d 5
Octaédrico 6 sp3d2 6
Fonte: produzido pelos autores.

TIPOS DE LIGAÇÕES

Ligação Sigma ()

Toda ligação covalente feita através da interpenetração de dois orbitais situados em


um mesmo eixo é denomina ligação sigma (). O orbital molecular correspondente pode
ser chamado orbital molecular sigma. Lembrando que somente orbitais com um único
elétron podem participar da formação da ligação covalente.

- A ligação sigma (s+s): Vimos que a molécula de H2, uma ligação sigma (s-s), pois foi feita
através de dois orbitais s.

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Fonte: modificado de https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/orbitais-s-interpenetrando-2.jpg
(Acesso 27 Jan. 2022).

Lembrando que a geometria de uma molécula deve ser analisada apenas em função
das posições dos núcleos, qualquer molécula diatômica é linear. Logo, a molécula de H 2
apresenta geometria linear.

- A ligação sigma (s+p): A representação mais simples da interpenetração dos orbitais s e pz


pode ser visualizada abaixo. Uma molécula que apresenta esse tipo de orbital molecular é
o HCl, já discutida anteriormente. Uma vez que a molécula de HCl é diatômica, ela também
apresenta geometria linear.

Fonte: modificado de https://s1.static.brasilescola.uol.com.br/be/conteudo/images/representacoes-ligacoes-


sigmas-56e426e6d796d.jpg (Acesso 27 Jan. 2022).

- A ligação sigma (p+p): Uma molécula que apresenta esse tipo de orbital molecular é o F2.
O arranjo dos átomos na molécula de F2 é linear. Cada átomo de flúor participa com um
orbital semipreenchido (pz). A forma mais simples de demonstrar a interpenetração dos
orbitais dos dois orbitais p pode ser visualizada abaixo:

Fonte: modificado de https://www.preparaenem.com/upload/conteudo/images/orbitais-p-com-eletron-


interpenetrando-2.jpg (Acesso 27 Jan. 2022).

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Ligação Pi ()

A ligação  é feita entre dois orbitais situados em eixos paralelos. Para


compreendermos melhor, vamos usar como exemplo a molécula do acetileno C2H2:

Fonte: produzido pelos autores.

Observe que temos na molécula acetileno (HCCH), uma ligação tripla, ou seja, uma
ligação covalente feita através de três pares eletrônicos. Cada átomo de carbono participa
com três orbitais semipreenchidos: px, py e pz.
Sendo a molécula linear, sua hibridização é sp, ou seja, temos a combinação de um
orbital s e um orbital p, o que resulta na formação de dois orbitais híbridos sp. Espacialmente,
os dois orbitais híbridos sp estão dispostos linearmente. Além disso, dois orbitais p não
sofrem hibridização (orbitais p puros) e são utilizados na formação de ligações .

Fonte: http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/uploads/2012/08/Liga%C3%A7%C3%B5es-
M%C3%BAltiplas.jpg (Acesso 27 Jan. 2022).

Observe na figura acima que a ligação carbono-carbono forma-se pela


interpenetração de dois orbitais híbridos sp (em roxo), um de cada átomo de carbono. As
duas ligações  entre os carbonos forma-se pela interpenetração em paralelo dos dois
orbitais p “puros” de cada carbono. A ligação carbono-hidrogênio forma-se pela
interpenetração de um orbital híbrido sp do carbono com um orbital s do átomo de hidrogênio.

Como os orbitais sp do carbono são lineares, a molécula H-CC-H é linear e seus


quatro átomos estão em linha reta. Os ângulos formados pelas ligações sigma adjacentes
na molécula são, portanto, 180.

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Os carbonos que apresentam este tipo de hibridação possuem uma tripla ligação ou
duas duplas.

Uma generalização importante:

Ligação Representação Tipos de compartilhamento

Simples A-B Sigma


Dupla A=B 1 ligação sigma e 1 ligação pi

Tripla AB 1 ligação sigma e 2 ligações pi.

TEORIA DO ORBITAL MOLECULAR (TOM) E A LIGAÇÃO COVALENTE

Assim como a TLV, A teoria dos orbitais moleculares (TOM) foi criada para explicar
a formação das ligações covalentes. Um dos primeiros avanços da TOM, em relação a TLV,
foi a sua capacidade de mostrar que a molécula de O2 é paramagnética (possui dois elétrons
desemparelhados).

Dica do professor: Paramagnéticos são materiais que


possuem elétrons desemparelhados e que se alinham na
presença de um campo magnético.

Iniciaremos observando os orbitais moleculares que são formados quando dois


átomos idênticos se ligam numa molécula diatômica. Ou seja, consideremos que um orbital
atômico de um átomo se combina com um orbital atômico de um segundo átomo para formar
dois orbitais moleculares.
De acordo com a TOM, a combinação dos orbitais atômicos produz um orbital
molecular de maior energia denominado antiligante e um orbital molecular de menor energia
denominado ligante, sendo que o número total de orbitais moleculares é sempre igual ao
número total de orbitais atômicos fornecidos pelos átomos que se combinaram. Veja como
exemplo na Figura 39, o diagrama de energia dos Orbitais Moleculares da molécula do H2
e He2 (hipotética).

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Figura 39 –Diagrama de níveis de energia para (a) molécula de H2 e (b) molécula hipotética de He2.

Fonte: Brown, 2017.

O diagrama de energia dos orbitais moleculares mostra que a formação da ligação


química está relacionada ao preenchimento dos orbitais. O orbital ligante tende a estabilizar
a ligação, enquanto o orbital antiligante tende a desestabilizá-la. Ambos são chamados
orbitais  porque estão centrados e são simétricos ao redor do eixo de ligação.

Como dito anteriormente, experimentalmente observa-se que o oxigênio é


paramagnético. Esse fato não pode ser explicado pela TLV, já que substâncias
paramagnéticas possuem elétrons desemparelhados e se observarmos a estrutura de Lewis
todos os elétrons da molécula de O2 estão emparelhados. Como explicar este
paramagnetismo?
De acordo com a TOM, após a formação das ligações covalentes na molécula de O 2,
a combinação de oito orbitais atômicos resultam em oito orbitais moleculares (4 ligantes e 4
antiligantes). Sendo que após a distribuição dos elétrons dos átomos envolvidos na ligação,
observam-se elétrons desemparelhados (Figura 40).

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Figura 40 – Diagrama de níveis de energia para a molécula de O 2.

Fonte: Brown, 2017.

Os orbitais moleculares são obtidos a partir de uma combinação matemática dos


orbitais atômicos. Apesar de um orbital molecular está distribuído em toda a molécula, mas
continua obedecendo todas as regras que caracterizam um orbital atômico, como:
a) Conter no máximo 2 elétrons;
b) Se possuir 2 elétrons, estes estarão com spins opostos;
c) Devem ser preenchidos em níveis crescentes de estabilidade.

O conceito HOMO e LUMO na TOM

Denominam-se orbitais de fronteira de uma molécula o orbital molecular de mais alta


energia ocupado (HOMO, do inglês Highest Ocupied Molecular Orbital) e o orbital molecular
de mais baixa energia desocupado (LUMO, do inglês Lowest Unnocupied Molecular Orbital)
(Figura 41).

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Figura 41 – Orbitais HOMO e LUMO para a molécula do H2.

Fonte: modificado de https://chem.libretexts.org/@api/deki/files/5052/image023.png?revision=1 (Acesso em


27 Jan. 2022).

Ordem de ligação na TOM

A TOM é uma das teorias que mais obteve sucesso na explicação das ligações
químicas, sendo ela que provou que a molécula de oxigênio é paramagnética.
Outro aspecto importante nesta teoria reside na definição de ordem de ligação, que
leva em conta o preenchimento do orbital σs*, que possuindo caráter antiligante impede a
formação da molécula, em função de possuir energia maior do que σs ligante, anulando a
força de atração entre os átomos. É definida pela equação abaixo:
Ordem de Ligação= (elétrons ligantes – elétrons antiligantes) / 2
Observe a Figura 39: para H2, temos OL = (2-0)/2 = 1, ou seja, 1 ligação simples.
Para O2 (Figura 40), temos (8-4)/2=2, ou seja, 1 ligação dupla.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre Teoria das ligações.

3.4 Exercícios

Questão 1. (UFRJ/2000 - ADAPTADA) O quadro a seguir relaciona em ordem crescente os


raios, em picômetros, dos íons correspondentes aos elementos do 2º e 3º períodos da tabela
periódica pertencentes aos grupos 1A, 2A, 6A e 7A.

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Observe que os metais alcalinos formam íons 1+, os alcalino-terrosos 2+, os halogênios 1- e
os calcogênios 2-.

a) Escreva a fórmula molecular da substância formada pelos elementos IV e VI.


b) Identifique, com base nas diferenças de eletronegatividades, o tipo de ligação
existente entre os átomos do composto formado pelos elementos III e VII. Justifique sua
resposta.

Questão 2. (UFRRJ/2006) Através do modelo atômico de Bohr, é possível explicar a cor dos
fogos de artifício. Quando a pólvora explode, a energia excita os elétrons dos átomos
presentes a níveis de energia mais altos, e estes, quando retornam aos níveis de menor
energia, liberam luz colorida. Para fogos de cor verde, utiliza-se um sal de bário (Ba), já para
os de cor amarela, um sal de sódio (Na).
a) Com base na configuração eletrônica desses elementos no estado fundamental,
explique suas respectivas localizações na tabela periódica.
b) Que tipo de ligação esses elementos estabelecem com os halogênios, e qual a
estrutura eletrônica do composto resultante da ligação entre o sódio (Na) e bromo (Br)?

Questão 3. (UFJF MG/2011 - ADAPTADA) O Brasil é o campeão mundial da reciclagem de


alumínio, colaborando com a preservação do meio ambiente. Por outro lado, a obtenção
industrial do alumínio sempre foi um processo caro, consumindo grande quantidade de
energia. No passado, a obtenção industrial do alumínio já foi tão cara que, apenas em
ocasiões especiais, Napoleão III usava talheres de alumínio. Com relação ao alumínio, pede-
se:
a) Qual a configuração eletrônica do cátion do alumínio isoeletrônico ao gás nobre
neônio?
b) Compare o íon Al3+ com os íons Na+ e Mg2+. Ordene as 3 (três) espécies em ordem
crescente de raio iônico.
c) Sabendo-se que o óxido de alumínio é Al2O3, represente a fórmula eletrônica (ou de
Lewis) para esse composto.
d) Procure na internet a reação química balanceada que ocorre entre o alumínio metálico
e o ácido clorídrico. Identifique o tipo de ligação existente no sal formado.

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Questão 4. (UFJF MG - ADAPTADA) Considere os compostos SO3 (ponto de fusão = 17°C)
e NaNO3 (ponto de fusão = 308°C).
a) Escreva a fórmula de Lewis do composto SO3. Com os dados de pontos de fusão
fornecidos acima, classifique os compostos SO3 e NaNO3 como substância molecular ou
iônica.
b) Utilizando a posição dos átomos de oxigênio, nitrogênio e sódio na tabela periódica,
identifique o caráter de cada ligação enumerada na estrutura do composto NaNO3 como
iônico ou covalente. Explique como você identificou a(s) ligação(ões) iônica(s) na estrutura.

c) O átomo de enxofre pode formar ligações com átomos de hidrogênio e gerar um


composto, no qual o átomo de enxofre possui a configuração eletrônica igual à do gás nobre
argônio. Qual a fórmula desse composto?

Questão 5. (UFMG/2001) O carbono tem uma química muito mais extensa que a dos demais
elementos da tabela periódica, exceto o hidrogênio.
a) Comparado aos outros elementos do segundo período da tabela periódica, o carbono
é aquele cujos átomos têm a capacidade de fazer o maior número de ligações simples.
INDIQUE quantas ligações covalentes simples com átomos de hidrogênio podem ser
formadas, em moléculas neutras, por um átomo de cada um destes quatro elementos:
carbono, nitrogênio, oxigênio e flúor.
b) JUSTIFIQUE a sua resposta ao item 1 desta questão, no caso dos átomos de carbono
e nitrogênio, em termos da configuração eletrônica de valência desses átomos.
c) Há numerosíssimos polímeros orgânicos com estruturas que apresentam ligações C–
C em cadeia. Por outro lado, o silício, o vizinho mais próximo do carbono, na mesma coluna
da tabela periódica, não forma polímeros importantes baseados numa estrutura com
ligações Si–Si. De fato, as siliconas são polímeros baseados na repetição de ligações Si–O.

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Neste quadro, comparam-se os valores das energias de ligação simples envolvendo átomos
de silício e oxigênio.
Ligação Energia
Si – Si 226kj/mol
Si – O 466 kj/mol
Usando as informações desse quadro, EXPLIQUE a razão de os polímeros do silício
apresentarem cadeias de ligações simples Si–O , e não Si–Si .

Questão 6. (UFG GO/2011) A molécula de H2 é caracterizada pela ligação covalente entre


dois átomos de hidrogênio (H). O gráfico a seguir apresenta a relação entre a energia de
ligação e a distância internuclear dos átomos.

Com base na análise do gráfico apresentado,


a) identifique (i) o raio covalente, em metros, e (ii) a energia da ligação molecular.
b) identifique em qual das regiões ocorre atração e repulsão atômica, respectivamente.

Questão 7. (UDESC SC/2006) Considere o elemento cloro formando compostos com,


respectivamente, hidrogênio, carbono, potássio e alumínio.
a) Com quais desses elementos o cloro forma compostos moleculares? Justifique sua
resposta.
b) Indique as fórmulas estruturais e moleculares dos compostos covalentes do cloro.

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Questão 8. (UNESP SP/2014) Três substâncias puras, X, Y e Z, tiveram suas
condutividades elétricas testadas, tanto no estado sólido como no estado líquido, e os dados
obtidos encontram-se resumidos na tabela.

Com base nessas informações, é correto classificar como substância(s) iônica(s)

a) Y e Z, apenas.
b) X, Y e Z.
c) X e Y, apenas.
d) Y, apenas.
e) X, apenas.

Questão 9. (UDESC SC/2006 - ADAPTADA) Muitas bebidas alcoólicas, como a cerveja e o


vinho, são obtidas através da fermentação (oxidação da glicose em álcool etílico). O álcool
etílico acima de concentrações de 0,46g/litro de sangue provoca alterações no organismo
humano e o risco de acidentes automobilísticos é duas vezes maior. Nas estradas, a Polícia
Rodoviária possui o bafômetro para utilizar em motoristas com suspeita de embriaguez.
Quando o motorista sopra no bafômetro, o álcool presente no “bafo” é oxidado a ácido
acético, conforme mostra a reação não balanceada abaixo.

CH3CH 2 OH + K 2 Cr2 O 7 + H 2SO 4 →


→ CH3COOH + K 2SO 4 + Cr2 (SO 4 ) 3 + H 2 O
Em relação a isso, desenhe a estrutura de Lewis para a molécula CH3COOH.

Questão 10. (UEG GO/2013 - ADAPTADA) Uma das teorias sobre a origem da vida supõe
que a atmosfera primitiva seria composta por metano (CH 4), amônia (NH3), hidrogênio e
vapor de água. Considere essas moléculas mencionadas e desenhe as estrutura de Lewis.

Questão 11. (UEG GO/2010 - ADAPTADA) Considere os íons abaixo e responda ao que se
pede.

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CO3− ; NH+4 ; SCN −

a) Desenhe as suas estruturas de Lewis.


b) Determine as suas geometrias moleculares.

Questão 12. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para os íons CO32- e SO42-. Em todos os
casos, a ressonância deve ser evocada. Se adequado, proponha expansão de octeto.

Questão 13. Determine as cargas formais de todos os átomos presentes nas seguintes
espécies: H2O, CO2, NH4+, H2SO4 e NO3-.

Questão 14. (UEG GO/2013 - ADAPTADA) Uma das teorias sobre a origem da vida supõe
que a atmosfera primitiva seria composta por metano (CH 4), amônia (NH3), hidrogênio e
vapor de água. Considere essas moléculas mencionadas e
a) desenhe as estrutura de Lewis.
b) atribua o arranjo geométrico e a geometria molecular.

Questão 15. (UEG GO/2011 - ADAPTADA) Em virtude da natureza de suas ligações


químicas e números de átomos presentes em suas estruturas, as moléculas podem
apresentar diferentes arranjos espaciais, denominados de geometria. Nesse contexto, para
as moléculas de amônia, metano, dióxido de carbono e água, determine:
a) o arranjo geométrico e a geometria espacial de cada molécula;
b) quais devem ser classificadas como polares e apolares.

Questão 16. (FCM PB/2017) A geometria molecular é o arranjo tridimensional dos átomos
em uma molécula e influencia muitas de suas propriedades físicas e químicas, como pontos
de fusão e de ebulição, densidade e tipos de reação em que a molécula participa. Uma das
abordagens que explica a geometria molecular de diversas espécies é a Teoria da Repulsão
dos Pares Eletrônicos da Camada de Valência (RPECV) que procura elucidar as geometrias
moleculares em termos da repulsão eletrostática entre os pares de elétrons em torno do
átomo central. Com base na Teoria RPECV, análise as espécies: SO2, NH4+, BeCl2, BF3 e
SF6, e assinale a alternativa correta:
a) A geometria do SO2 é linear e o átomo de enxofre apresenta um par de elétrons não
ligante.
b) A molécula de BF3 possui geometria piramidal e ângulos de ligação de 120º.

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c) O NH4+ apresenta ao redor do átomo central, três pares de elétrons ligantes e um par
de elétrons não ligante.
d) O BeCl2 apresenta geometria angular e o átomo central possui quatro elétrons na
camada de valência.
e) O SF6 apresenta uma geometria octaédrica, onde o átomo central apresenta apenas
pares de elétrons ligantes.

Questão 17. (Mackenzie SP/2017) Assinale a alternativa que apresenta compostos


químicos que possuam geometria molecular, respectivamente, linear, trigonal plana e
piramidal.
a) H2O, SO3 e CH4.
b) CO2, SO3 e NH3.
c) CH4, SO2 e HF.
d) CO2, SO2 e NH3.
e) H2O, SO2 e HF.

Questão 18. (Mackenzie SP/2015) São dadas as distribuições eletrônicas da camada de


valência de alguns elementos químicos, representados pelas letras abaixo:

De acordo com essas distribuições eletrônicas, são feitas as seguintes afirmações:


I. O elemento A ao se ligar ao elemento C, forma um composto iônico.
II. A substância química A2E possui geometria angular.
III. Dos elementos acima representados, B é o que possui o maior raio atômico.
IV. A substância química DE2 apresenta ligações covalentes apolares.
V. O elemento F representa um metal do terceiro período do grupo 2.
São corretas as afirmações.
a) I, II e IV, apenas.
b) II, III e V, apenas.
c) I, IV e V, apenas.
d) I, II e V, apenas.
e) II, III e IV, apenas.

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Questão 19. (UDESC SC/2016) O consumo cada vez maior de combustíveis fósseis tem
levado a um aumento considerável da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, o
que acarreta diversos problemas, dentre eles o efeito estufa.
Com relação à molécula de dióxido de carbono, é correto afirmar que:
a) é apolar e apresenta ligações covalentes apolares.
b) é polar e apresenta ligações covalentes polares.
c) os dois átomos de oxigênio estão ligados entre si por meio de uma ligação covalente
apolar.
d) é apolar e apresenta ligações covalentes polares.
e) apresenta quatro ligações covalentes apolares.

Questão 20. (PUC MG/2015) As ligações covalentes são formadas por meio do
compartilhamento de elétrons entre os átomos envolvidos na ligação. Essas ligações
químicas podem ser classificadas em dois tipos: ligações covalentes polares e ligações
covalentes apolares. Além disso, as moléculas também podem ser classificadas como
polares e apolares.
Assinale a opção que apresenta SOMENTE moléculas apolares.
a) N2, O2 e CCl4
b) CHCl3, N2, NH3
c) CH4, CCl4, H2O
d) BF3, NH3, CO2

Questão 21. Sugira hibridações compatíveis com as geometrias das seguintes espécies:
a) NO21-
b) POCl3
c) CO32-
d) PCl6-1
e) BeCl2

Questão 22. (UFRR/2015) O modelo da repulsão dos pares eletrônicos da camada de


valência ou VSEPR (sigla de origem inglesa, valenceshell electron-pair repulsion) é utilizado
com frequência para prever a geometria de moléculas. Tal modelo, baseia-se no princípio
de que os pares de elétrons ao redor de um átomo tendem a se posicionar o mais afastado
possível uns dos outros de modo a minimizar as repulsões eletrônicas. Sabendo que, a

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polaridade das moléculas está relacionada também a sua geometria, assinale a opção que
contém, respectivamente, a polaridade das moléculas: CH2Cl2, BF3, H2S e BeCl2.
a) todas são polares;
b) polar, apolar, polar e apolar;
c) todas são apolares;
d) apolar, polar, apolar e polar;
e) apolar, polar, apolar e apolar.

Questão 23. (UFTM MG/2013) Os gases amônia, dióxido de carbono e trióxido de enxofre
são insumos importantes na indústria química. Em relação à polaridade de suas moléculas,
é correto afirmar que NH3, CO2 e SO3 são, respectivamente,
a) polar, polar e apolar.
b) polar, apolar e polar.
c) polar, apolar e apolar.
d) apolar, polar e apolar.
e) apolar, apolar e polar.

Questão 24. (Mackenzie SP/2015) Os gases do efeito estufa envolvem a Terra e fazem par
te da atmosfera. Estes gases absorvem parte da radiação infravermelha refletida pela
superfície terrestre, impedindo que a radiação escape para o espaço e aquecendo a
superfície da Terra. Atualmente são seis os gases considerados como causadores do efeito
estufa: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), clorofluorcarbonetos
(CFCs), hidrofluorcarbonetos (HFCs), e hexafluoreto de enxofre (SF6). Segundo o Painel
Intergovernamental de mudanças do Clima, o CO2 é o principal “culpado” pelo aquecimento
global, sendo o gás mais emitido (aproximadamente 77%) pelas atividades humanas. No
Brasil, cerca de 75% das emissões de gases do efeito estufa são causadas pelo
desmatamento, sendo o principal alvo a ser mitigado pelas políticas públicas. No mundo, as
emissões de CO2 provenientes do desmatamento equivalem a 17% do total. O hexafluoreto
de enxofre (SF6) é o gás com maior poder de aquecimento global, sendo 23.900 vezes mais
ativo no efeito estufa do que o CO2. Em conjunto, os gases fluoretados são responsáveis
por 1,1% das emissões totais de gases do efeito estufa.
http://www.institutocarbonobrasil.org.br/mudancas_climaticas/gases_do_efeito_estufa

A respeito dos gases citados no texto, de acordo com a teoria da repulsão dos pares
eletrônicos da camada de valência (VSEPR), é correto afirmar que as moléculas
a) do metano e do gás carbônico apresentam geometria tetraédrica.
b) do óxido nitroso e do gás carbônico apresentam geometria angular.

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162
c) do hexafluoreto de enxofre apresentam geometria linear.
d) do metano apresentam geometria tetraédrica e as do gás carbônico são lineares.
e) do óxido nitroso têm geometria angular e as do metano são lineares.

Questão 25. (Unimontes MG/2013) Considere as estruturas a seguir:

Em relação às estruturas, é INCORRETO afirmar que


a) o átomo de fósforo, no ânion PCl6–, expande sua camada de valência para 12
elétrons.
b) o cátion, PCl4+, é um íon poliatômico, e o átomo de P expande sua camada de
valência.
c) o átomo de fósforo, no composto PCl5, expande sua camada de valência para 10
elétrons.
d) a expansão da camada de valência, nas estruturas de PCl6– e PCl5, ocorre nos orbitais
3d.

Questão 26. (UFC CE/2008) Uma característica dos halogênios é a formação de compostos
com elementos do mesmo grupo, por exemplo, o ClF3 e o ClF5. A geometria molecular e a
hibridação do átomo central nessas duas espécies são respectivamente:
a) trigonal plana, bipirâmide trigonal, sp2 e sp3d.
b) em forma de T, bipirâmide trigonal, sp3d e sp3d.
c) pirâmide trigonal, bipirâmide trigonal, sp3 e sp3d.
d) em forma de T, pirâmide de base quadrada, sp3d e sp3d2.
e) pirâmide trigonal, pirâmide de base quadrada, sp3 e sp3d2.

Questão 27. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para o íon CℓO 41-, sendo que a
ressonância deve ser demonstrada. Se adequado, proponha extensão de octeto.

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Questão 28. Sugira estruturas de Lewis razoáveis para o íon PO43-, sendo que a ressonância
deve ser demonstrada. Se adequado, proponha extensão de octeto.

Questão 29. Sabendo que os elétrons em uma molécula devem estar distribuídos de forma
que as cargas nos átomos fiquem o mais próximo possível de zero, faça o que se pede:
a) esboce a melhor estrutura de Lewis para o íon sulfito, SO32-, com base nas cargas
formais.
b) em solução aquosa o íon sulfito interage com os íons H+. O H+ se liga ao átomo de S ou
ao átomo de O no SO32-? JUSTIFIQUE.

Questão 30. O etano (C2H6), o etileno (C2H4) e o acetileno (C2H2) apresentam ligações
carbono-carbono. Coloque os três com-postos em ordem decrescente de energia de
ligação carbono-carbono. JUSTIFIQUE sua resposta.

Questão 31. (VUNESP/SP - ADPATADA) Quando um cometa se aproxima do sol e se


aquece há liberação de água, de outras moléculas, de radicais e de íons. Uma das reações
propostas para explicar o aparecimento de H3O+ em grandes quantidades, durante esse
fenômeno é:

(H2O)2 ⎯⎯
Luz
⎯→ H3O+ + e

+ OH

dímero íon elétron radic al

Represente a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica para o íon e calcule a carga formal de
todos os atomos.

Questão 32. (UEG/GO - ADAPTADA) A hidrazina (NH2NH2), o peróxido de hidrogênio


(H2O2) e a água apresentam tensão superficial excepcionalmente altas em comparação com
outras substâncias de massas moleculares semelhantes. Nesse contexto, responda ao que
se pede. Desenhe as estruturas de Lewis para os compostos citados.

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Ligações
químicas na sala virtual.

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164
ATIVIDADE EXPERIMENTAL V: Medindo a solubilidade

Objetivos

Medir a solubilidade do sal de cozinha e do sulfato de cobre em água à temperatura


ambiente.

Materiais e métodos
• Balança • Papéis de filtro
• Termômetro • Espátulas
• Vidros de relógio • Água
• Béqueres de 250 mL • Sal de cozinha
• Erlenmeyers • Sulfato de cobre
• Bastões de vidro • Provetas de 100 mL
• Filtros • Placas de Petri

Procedimento Experimental

a) Em uma proveta, meça 100 mL de água e transfira para um béquer. Meça a


temperatura e anote-a.
b) Pese, aproximadamente, 50 gramas de sal de cozinha. Não é necessário que você
meça exatamente 50 g, mas o valor medido deve ser anotado para posteriores cálculos.
c) Acrescente esse sal aos 100 mL de água e misture com um bastão de vidro.
d) Dobre corretamente o papel de filtro e filtre o excesso de sal que não se dissolveu na
água.
e) Retire o papel do filtro e coloque em uma placa de petri. Deixe o sal secar ao sol.
Quando ele estiver bem seco, meça novamente a massa e registre.
f) A diferença entre o valor que você colocou inicialmente e o valor que não se dissolveu
(ficou retido no papel após a filtração) é a massa de sal que se dissolveu naquele volume de
água, naquela temperatura. Escreva a solubilidade do sal de cozinha em água.
g) Repita os procedimentos acima, usando desta vez o sulfato de cobre.

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Resultados

Massa que se dissolveu = massa inicial – massa final

S=…........…..g de NaCl / …....…..mL de H2O a ….....…..ºC.


S=…......…..g de sulfato de cobre / ……........mL de H2O a ….....…..ºC.

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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ATIVIDADE EXPERIMENTAL VI: Propriedades das substâncias iônicas e
moleculares

Objetivos

Classificar as substâncias em compostos iônicos ou moleculares, considerando suas


propriedades.

Materiais e métodos

• Tubos de ensaio • Álcool metílico


• Suporte para os tubos • Álcool etílico
• Béqueres de 50 ou 100 mL • Iodo metálico
• Buretas • Cloreto de sódio sólido (NaCl)
• Bastão de borracha • Cloreto de sódio 1mol/L (NaCl)
• Ciclohexano, hexano ou • Sulfato de cobre (II) sólido (CuSO4)
tetracloreto de carbono • Sulfato de cobre (II) 1mol/L (CuSO4)
• Amperímetro • Ácido Clorídrico 3mol/L e 1mol/L

Procedimento Experimental

Parte I – Condutividade elétrica de substâncias iônicas e moleculares


a) Adicione aos béqueres as seguintes substâncias:
A- Água destilada
B- Cloreto de sódio sólido
C- Cloreto de sódio 1 mol/L (NaCl)
D- Sulfato de cobre (II) sólido (CuSO4)
E- Sulfato de cobre (II) 1 mol/L
F- Ácido clorídrico 3 mol/L (HCl)
G- Ácido clorídrico 0,1 mol/L (HCl)
H- Ciclohexano ou Hexano

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167
b) Usando a montagem mostrada na figura, teste a condutividade elétrica das
substâncias relacionadas, pelo contato dos eletrodos com as mesmas. Lave os eletrodos
com água destilada antes de usá-los novamente.

Figura 2 - Circuito elétrico


Observação: Não tocar nos eletrodos.

Parte II – Polaridade das moléculas


a) Adicione, aproximadamente, 30mL de água destilada em uma bureta. Ajuste a
torneira da bureta de modo a obter um fluxo contínuo e lento de água.
b) Atrite com um pedaço de flanela um bastão de borracha (pente ou régua),
aproximando-o do fluxo de água da bureta. Observe.
c) Repita o procedimento anterior usando ciclohexano, hexano ou tetracloreto de
carbono.

Parte III – Solubilidade do iodo no sistema H2O/ Ciclohexano (ou hexano)


a) Em um béquer adicione 5mL de água (H2O) e 5mL de ciclohexano (ou hexano).
Adicione alguns cristais de iodo (I2), agitando em seguida. Observe o ocorrido.

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168
Resultados

Parte I – Condutividade elétrica das substâncias iônicas e moleculares

Tabela 1 – Taxa de condutividade de algumas substâncias iônicas e moleculares.

Substância Taxa de condutividade

A- Água destilada

B- Cloreto de sódio sólido

C- Cloreto de sódio 1 mol/L (NaCl)

D- Sulfato de cobre (II) sólido (CuSO4)

E- Sulfato de cobre (II) 1 mol/L

F- Ácido clorídrico 3 mol/L (HCl)

G- Ácido clorídrico 0,1 mol/L (HCl)

H- Ciclohexano ou Hexano

Observação: Anote suas observações na tabela abaixo, atribuindo (0) para o não condutor,
(1) para baixa e média condutividade e (2) para alta condutividade. O brilho do bulbo da
lâmpada indicará a taxa de condutividade.

Parte II – Polaridade das moléculas.

Observações

Água

Ciclohexano ou hexano

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169
Parte III – Solubilidade do iodo no sistema H2O/ Ciclohexano (ou hexano)

Observações:

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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171
Capítulo 4 – Interações intermoleculares

Capítulo 4 – Interações intermoleculares

Objetivos
Estudar as ligações entre moléculas.

4.1 Por que algumas substâncias são sólidas, outras são líquidas e outras
gasosas?

Agora vamos entender como as ligações químicas e estruturas dos materiais


influenciam em suas propriedades, tais como: pontos de fusão, pontos de ebulição,
solubilidade, estado físico em condições ambientes, etc. A Tabela 14 mostra um
comparativo entre as temperaturas de fusão das diferentes classes de substâncias. Podem
existir exceções ao apresentado, então temos que tomar cuidado com as generalizações.

Tabela 14. Tipos de substâncias.

Fonte: produzido pelos autores.

Quais são os fatores que colaboram para essas características? Quais são as
diferenças entre essas substâncias?
Primeiramente temos que entender quais são as forças que atraem uma molécula ou
espécie em outra.
Os compostos iônicos, à temperatura ambiente, são sólidos devido ao fato de
existirem forças de atração muito intensas entre os cátions e os ânions, nos aglomerados
iônicos, também chamada retículo cristalino. A grande intensidade dessas interações faz
com que a energia envolvida para que ocorra uma mudança de estado físico seja grande,
isto é, os compostos iônicos apresentam elevados pontos de fusão e ponto de ebulição.
Em sua maioria, os metais são sólidos à temperatura ambiente devido aos cátions,
consideradas esferas rígidas, se acomodarem de forma a adotar um retículo cristalino com

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172
mínima perda de espaço. A força de coesão entre os átomos é mantida pelo mar de elétrons,
ou seja, metais com mais elétrons de valência possuem ligações não direcionais mais
intensas, aumentando o ponto de fusão e ebulição.
Vimos que, nos sólidos covalentes, os átomos estão unidos por ligações covalentes
em uma rede tridimensional ou camadas de redes bidimensionais. Devido à força das
ligações covalentes, os sólidos de rede covalentes têm altos pontos de fusão.
No entanto, os compostos moleculares se encontram, à temperatura ambiente, nos
três estados físicos, o que nos leva a crer que existe uma diferença na intensidade das
interações entre suas moléculas.
Existem forças de atração entre as moléculas, tanto em substâncias formadas por
moléculas polares como por moléculas apolares, mas elas não são nem ligações covalentes,
nem ligações iônicas, nem metálicas (ligações primárias).

• Nos sólidos moleculares, as moléculas estão organizadas e com pequena liberdade de


movimento, o que indica que nesse estado a interação é a maior possível.

• Nos líquidos moleculares, aumenta o grau de liberdade das moléculas devido a uma
diminuição na intensidade das forças intermoleculares.

• Nos gases, a distâncias entre as moléculas é grande e a liberdade de movimento delas


é máxima, implicando que praticamente não existem interações entre essas moléculas.

O que, então, mantém uma molécula próxima a outra, já que não existe uma ligação
primária entre as duas? São as interações ou forças intermoleculares.
Existem 3 tipos de forças atrativas entre moléculas neutras: dipolo-dipolo, dispersão de
London e ligação de hidrogênio. Outro tipo de força atrativa é a íon-dipolo, importante em
soluções. Todas essas forças são também chamadas de Van der Waals, em homenagem
ao físico holandês Johannes Diderik van der Waals (1837-1923).
As forças de Van der Waals são forças de atração que atuam entre moléculas, átomos
ou íons. Estas forças não ultrapassam, geralmente, a ordem de 2 kcal/mol e podem ser
entendidas considerando as atrações como sendo de natureza elétrica.

Dica do professor: A ligação covalente que mantém


uma molécula unida é uma força intramolecular. Já a
atração entre moléculas é uma força intermolecular.

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173
4.1.1 Tipos de forças intermoleculares

Forças íon-dipolo

Essa força existe entre um íon (cátion ou ânion) e a carga parcial em um certo lado da
molécula polar. Isso pode ser observado, por exemplo, com a molécula de água, caso haja
íons em solução. A carga parcial negativa do átomo O da água é atraída pelo cátion e as
cargas parciais positivas dos átomos H são repelidas. Assim, as moléculas de água se
aglomeram ao redor do cátion, com os átomos de oxigênio apontados para o interior e os
átomos de hidrogênio apontando para o exterior (Figura 42, a).O contrário acontece para o
caso de ânions rodeados pelas moléculas de água. Os átomos de oxigênio da água se
voltam para o exterior, pois são repelidos pelo ânion, enquanto que os átomos de hidrogênio
se voltam para o interior (Figura 42, b).

Figura 42 – Orientação preferencial de moléculares polares em direção aos íons: a) o lado negativo da molécula
polar está direcionado ao cátion; b) o lado positivo, em direção a um ânion.

Fonte: Brown, 2005.

Ligações de Hidrogênio

É um tipo especial de atração dipolo-dipolo, no qual temos, nas moléculas envolvidas,


átomos de hidrogênio, fracamente eletronegativos, ligados covalentemente a átomos
pequenos e fortemente eletronegativos (F, O ou N, os três elementos mais eletronegativos).
Essa grande diferença de eletronegatividade provoca a formação de polos positivos e
negativos mais acentuados nessas moléculas, superiores aos polos formados nas demais
moléculas polares. Os átomos de hidrogênio dessas moléculas interagem fortemente com
os pares de elétrons não ligantes de outros átomos muito eletronegativos (F, O ou N) da
mesma espécie (figura abaixo):

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174
− + − +
:Z H ...... :Z H ......

(Nesta representação, Z representa um elemento


fortemente eletronegativo: F, O, N)

Fonte: produzido pelos autores.

Este tipo de ligação intermolecular é a ligação de hidrogênio. A ligação de hidrogênio


é o tipo de interação intermolecular de maior intensidade, depois de íon-dipolo.
Observe abaixo as ligações de hidrogênio existentes entre moléculas de água.

Fonte: https://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2009/08/ponte-de-hidrogenio.jpg (Acesso em 21 Jan.


2022).

Outros exemplos clássicos onde se verificam ligações de hidrogênio são no HF


(liquefeito ou sólido) e NH3 (liquefeito ou sólido).

Forças Dipolo – Dipolo (Dipolo-Dipolo Permanente)

Anteriormente estudamos vários exemplos de moléculas polares, como por exemplo


o HCl. Nestes compostos, no estado sólido ou líquido as atrações dipolo-dipolo provocam
a orientação mútua das moléculas, de modo que a extremidade positiva de uma se dirige
para a extremidade negativa da outra (figura seguinte). Como as cargas desses compostos
são parciais, bem inferiores às cargas reais dos íons presentes nos sais, a atração entre
essas moléculas não é tão intensa quanto à ligação iônica.

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+ – + – + –
H Cl H Cl H Cl
  

Fonte: produzido pelos autores.

Forças de dispersão de London (Dipolo instantâneo-dipolo induzido)

Se considerarmos uma substância como o metano (CH4), cujas moléculas são


apolares, veremos que os pontos de fusão e ebulição são muito baixos: -182,6 C e –162
C, respectivamente. Em lugar de perguntar, “por que o metano funde e ferve em
temperaturas tão baixas?” seria mais apropriado indagar “por que o metano, substância
não iônica, apolar, se condensa num líquido ou num sólido?” A resposta desta pergunta
pode ser enunciada em termos de forças intermoleculares atrativas conhecidas como forças
de dispersão de London, sendo essa a interação mais fraca.
Podemos visualizar a origem destas forças da seguinte maneira. A distribuição média
da carga numa molécula apolar (como o metano), é uniforme. Em qualquer dado instante,
em virtude do movimento dos elétrons, a nuvem eletrônica pode não estar uniformemente
distribuída. É possível que os elétrons, num certo instante, estejam ligeiramente acumulados
numa parte da molécula e, por isto, que se forme um pequeno dipolo temporário (figura
seguinte). Este dipolo temporário, numa molécula, pode induzir dipolos opostos (atrativos)
nas moléculas vizinhas. O efeito ocorre pois a carga negativa (ou positiva) numa parte de
um molécula distorce a nuvem de elétrons de uma parte adjacente de outra molécula e causa
o acúmulo de carga oposta nesta mesma parte. Estes dipolos temporários alteram-se
constantemente, mas o resultado líquido das respectivas existências é o de provocar forças
atrativas entre moléculas apolares, o que pode propiciar a existência dessas moléculas nos
estados líquido e sólido, especialmente em moléculas longas contendo diversos átomos
ligados em linha. Moléculas apolares pequenas, como o gás cloro, mostrado na figura
abaixo, não existirão nos estados líquidos e sólidos em temperaturas ambientes. Eles
somente irão para esses estados físicos em temperaturas muito baixas: temperaturas
inferiores a -34 °C para a condensação do gás cloro e -101 °C para a sua fusão.

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176
Fonte: produzido pelos autores.

É importante enfatizar que este tipo de interação é importante para moléculas


apolares.

4.1.2 Forças intermoleculares e os pontos de fusão (PF) e ebulição (PE)

Para que ocorra uma mudança de estado físico nos compostos moleculares, é preciso
fornecer ao sistema uma quantidade de energia proporcional à intensidade das forças
moleculares. Assim: quanto maior a intensidade das forças intermoleculares, maior
será a energia necessária para provocar mudança de estado físico e maiores serão os
pontos de fusão e ebulição dos compostos moleculares.

Dois fatores influem nos pontos de fusão e ebulição de substâncias moleculares:

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177
1) Tipo de força intermolecular: quanto mais intensa as atrações, maiores os pontos de
fusão e ebulição.
2) Tamanho das moléculas: quanto maior o tamanho de uma molécula, maior será a
sua superfície de contato com outras moléculas, o que aumenta o número de interações
entre elas, aumentando o ponto de fusão e ebulição.
Para comparar os pontos de fusão (PF) e ebulição (PE) de diferentes substâncias,
devemos considerar dois fatores:

• Em moléculas com tamanhos e massas moleculares aproximadamente iguais:

Quanto maior a intensidade de interação intermolecular, maiores os seus pontos de fusão


e ebulição.

A ordem crescente de intensidade das interações intermoleculares é Forças de


dispersão de London < Dipolo-Dipolo < Ligações de Hidrogênio.

• Em moléculas com o mesmo tipo de interação:

Quanto maior o tamanho da molécula, maiores os seus pontos de fusão e ebulição.

Exemplo: comparando os pontos de ebulição dos hidretos da família 7A (halogênios).

• O HF tem maior PE por apresentar ligações de hidrogênio.

• Entre os demais (HCl, HBr, HI), todos com interação dipolo-dipolo, vale o critério do
tamanho das moléculas → HCl < HBr < HI (Tabela 15).

Tabela 15. Pontos de ebulição dos hidretos da família 7A .

Composto Ponto de ebulição (°C)

HF 19,5

HCl -85,0

HBr -66,8

Hi -35,1

Fonte: produzido pelos autores.

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178
4.1.3 Forças intermoleculares e solubilidade

As forças intermoleculares têm importância fundamental na explicação das


solubilidades das substâncias. A dissolução de um sólido, num líquido, é semelhante, em
muitos aspectos, à fusão do sólido. A estrutura cristalina ordenada do sólido é destruída e o
resultado é uma configuração mais desordenada das moléculas (ou íons) na solução. No
processo de dissolução, além disso, é preciso separar as moléculas ou os íons uns dos
outros e as duas modificações exigem suprimento de energia. A energia necessária para
superarem-se as energias da rede e as atrações intermoleculares provém da formação de
forças novas entre o soluto e o solvente.
Regra prática para prever solubilidades é “semelhante dissolve semelhante”. Os
compostos polares e os iônicos tendem a se dissolver nos solventes polares. Os líquidos
polares são, em geral, miscíveis uns com os outros. Os sólidos apolares são, em geral,
solúveis em solventes apolares. Por outro lado, sólidos apolares são insolúveis em solventes
polares. Os líquidos apolares são, também em geral, mutuamente miscíveis, mas os líquidos
apolares e os polares, como o óleo e a água” não se solubilizam. Resumindo temos:

Substância Tendência à dissolução

Polar → Solvente Polar

Apolar → Solvente Apolar

Uma última observação importante é a seguinte: hidrocarbonetos são compostos


formados apenas de carbono e hidrogênio e eles são considerados apolares.

4.2 Propriedades gerais das substâncias

Agora que já conhecemos as ligações químicas e as interações intermoleculares,


vamos estudar algumas propriedades gerais de cada grupo de substâncias. A Tabela 16
mostra um resumo delas, de forma geral. Podem existir exceções ao apresentando, então
tome cuidado.

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179
Tabela 16. Propriedades gerais de substâncias.

Fonte: produzido pelos autores.

A condução elétrica está relacionada com a movimentação de cargas. Os metais


conseguem conduzir eletricidade nos estados sólidos e líquidos porque os elétrons, muito
pequenos, possuem movimentação livre entre os cátions nos dois estados.

Fonte: https://www.alfaconnection.pro.br/fisica/eletricidade/corrente-e-resistencia-eletrica/corrente-eletrica/
(acesso em 23 jan 2022).

As substâncias iônicas não conduzem eletricidade no estado sólidos pois os íons,


grandes, não conseguem se movimentar pelo sólido densamente empacotado.

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180
Fonte: https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sodium-chloride-3D-ionic.png (Acesso em 21 Jan. 2022).

No estado líquido ou quando dissolvidos em água estes íons adquirem mobilidade e


conseguem se deslocar, o que possibilita a condução elétrica.
Para as substâncias covalentes moleculares, a grande maioria não possui elétrons
ou cargas livres em sua estrutura, o que impede a condução elétrica no estado sólido.
Algumas delas são ionizadas (ligações se rompem e íons são formados) ao serem
dissolvidas em água, promovendo a condução elétrica. A explicação deste fenômeno está
na página 150 do seu livro.
Sobre as temperaturas de fusão, vimos no último tópico que elas dependem das
forças de atração entre as espécies. As moléculas covalentes são atraídas por interações
intermoleculares, que são bem mais fracas que as ligações primárias (iônica, covalente e
metálica). Uma molécula não está ligada à outra diretamente, elas apenas interagem entre
si. Já as espécies presentes nas substâncias iônicas e metálicas são unidas por interações
eletrostáticas (entre espécies de cargas opostas), que são interações muito mais fortes que
as interações intermoleculares. Quanto maior a força de atração, mais difícil será separar as
espécies e mais alto será o ponto de fusão. É por isso que as substâncias iônicas e metálicas
geralmente possuem pontos de fusão elevados. Já para o caso do sólido covalente, temos
os átomos ligados aos outros por ligações covalentes (ligação primária) e não por interações
intermoleculares. É por isso que os sólidos covalentes também possuem altos pontos de
fusão. As substâncias moleculares são atraídas entre si por interações fracas, o que facilita
a separação delas. É por isso que possuem baixos pontos de ebulição se comparadas às
substâncias iônicas, metálicas ou aos sólidos covalentes.
A Tabela 17 seguinte traz de modo sumarizado as propriedades dos diferentes tipos
de sólidos que estudamos até o presente momento.

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181
Tabela 17. Propriedades dos diferentes tipos de sólidos.

Molecular Iônico Covalente Metálico

Entidades
químicas nos Moléculas ou Íons positivos e
Átomos íons positivos
sítios da rede Átomos negativos
cristalina

Forças de
Atração
Forças que dispersão de Atração Ligações eletrostática entre
mantêm o sólido London, dipolo- eletrostática entre
Covalentes íons + e um “mar”
coeso dipolo, ligação de íons + e -
de elétrons
hidrogênio

Duros,
quebradiços, altos
pontos de fusão e
ebulição, maus Duros a moles, de
Macios, Muito duros,
condutores em baixos a altos
geralmente com pontos de fusão
Propriedades estado sólido mas pontos de fusão,
baixos pontos de altos, maus
importantes condutores grande brilho,
fusão, maus condutores
quando bons condutores
condutores (Exceto grafite)
dissolvidos em de eletricidade.
água (solução
aquosa) ou
quando fundidos

SiC (carborundo)
NaCl(sal)
C (diamante)
CO2 (gelo-seco),
CaCO3 (calcário,
H2O(gelo), WC (carbeto de
Alguns exemplos giz) Na, Fe, Cu, Hg
C12H22O11(açúcar) tungstênio)
, I2, naftaleno MgSO4 (sal de
SiO2 (areia)
Epsom)
C(grafite)
Fonte: produzido pelos autores.

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182
Mídia digital: Acesse o link para assistir minha
videoaula sobre ligações entre moléculas.

4.3 Exercícios

Questão 1. (UFG GO/2013) Analise o quadro a seguir.

S ubstâncias Tfusão (º C) S olubilidade em Água


Cloreto de sódio 801 ?
Glicose 186 ?
Naftalina 80 ?

Considerando-se as informações apresentadas,


a) explique as diferenças de ponto de fusão das substâncias em relação às suas forças
intermoleculares;
b) classifique as substâncias apresentadas como solúvel, pouco solúvel ou insolúvel.
Justifique sua resposta a partir da polaridade das moléculas.

Questão 2. (UFG GO/2011) O elemento químico hidrogênio é bastante reativo e forma


hidretos com vários outros elementos da Tabela Periódica. Na tabela abaixo estão listados
os valores dos pontos de ebulição de alguns desses hidretos.

Comp osto Ponto de Ebulição (C)


CH 4 − 161,6
SiH 4 − 112,0
GeH4 − 88,0
H 2S − 60,7
SnH 4 − 52,0
H 2Se − 41,5
H 2 Te − 1,8
H 2O + 100,0

De acordo com os valores apresentados na tabela,


a) esboce um gráfico contendo a correlação entre temperatura de ebulição dos hidretos
e período do átomo central, para as diferentes famílias dos elementos que compõem esses
hidretos.

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183
b) explique por que os pontos de ebulição dos hidretos formados a partir dos elementos
do grupo 14 são menores do que os pontos de ebulição dos hidretos formados a partir dos
elementos do grupo 16.

Questão 3. (UEG GO/2009) A hidrazina (NH2NH2), o peróxido de hidrogênio (H2O2) e a água


apresentam tensão superficial excepcionalmente altas em comparação com outras
substâncias de massas moleculares semelhantes. Nesse contexto, responda ao que se
pede.
a) Desenhe as estruturas de Lewis para os três compostos.
b) Descreva o motivo do comportamento dessas substâncias.

Questão 4. (UFC CE/2007) As forças intermoleculares são responsáveis por várias


propriedades físicas e químicas das moléculas, como, por exemplo, a temperatura de fusão.
Considere as moléculas de F2, Cl2 e Br2.
a) Quais as principais forças intermoleculares presentes nessas espécies?
b) Ordene essas espécies em ordem crescente de temperatura de fusão.

Questão 5. (ENEM/2011) A pele humana, quando está bem hidratada, adquire boa
elasticidade e aspecto macio e suave. Em contrapartida, quando está ressecada, perde sua
elasticidade e se apresenta opaca e áspera. Para evitar o ressecamento da pele é
necessário, sempre que possível, utilizar hidratantes umectantes, feitos geralmente à base
de glicerina e polietilenoglicol:

HO OH OH

H2C CH CH2
glicerina

HO CH2 CH2 O CH2 CH2 O CH2 CH2 OH


n
polietilenoglicol

Disponível em: http://www.brasilescola.com. Acesso em: 23 abr. 2010 (adaptado).

A retenção de água na superfície da pele promovida pelos hidratantes é consequência da


interação dos grupos hidroxila dos agentes umectantes com a umidade contida no ambiente
por meio de

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184
a) ligações iônicas.
b) forças de London.
c) ligações covalentes.
d) forças dipolo-dipolo.
e) ligações de hidrogênio.

Questão 6. O DNA apresenta uma estrutura primária semelhante à do RNA, com algumas
modificações. Por exemplo, no RNA as bases nitrogenadas são a adenina, a guanina, a
citosina e a uracila; no DNA, tem-se a ocorrência da timina em vez da uracila. Além disso, o
DNA possui uma estrutura secundária em forma de dupla hélice de cordões de ácido
nucleico. Nessa estrutura, conforme figura I, abaixo, cada porção das moléculas de adenina
(A) e de guanina (G) de um cordão liga-se, por meio de ligações de hidrogênio, à porção de
uma molécula de timina (T) e de citosina (C), respectivamente, do outro cordão. Na figura II,
são apresentadas as moléculas de adenina e de timina.

Questão 7. (ESCS DF/2015) Considerando que as ligações de hidrogênio são indicadas por
linhas tracejadas, assinale a opção que melhor representa a ocorrência dessas ligações
entre as porções de moléculas de adenina e timina no DNA.

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a)

b)

c)

d)

Questão 8. (UFMG/2013) Alimentos industrializados contêm conservantes para evitar sua


deterioração. O benzoato de sódio é um conservante utilizado em refrigerantes. Apesar de
menos eficiente, o benzoato de sódio é mais comumente utilizado na formulação de
refrigerantes que o ácido benzoico, por ser mais solúvel em água. Comparando as
interações envolvidas entre cada uma dessas espécies orgânicas e a água, EXPLIQUE a
maior solubilidade do benzoato de sódio em água.

Questão 9. Identifique os tipos de forças intermoleculares que podem agir entre as


moléculas das seguintes substâncias:
a) NO2
b) N2H4
c) HF

Questão 10. Quais das seguintes moléculas provavelmente formam ligações hidrogênio:

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186
a) H2S
b) CH4
c) H2SO3
d) PH3

Questão 11. (UFU MG/2007) As substâncias SO2, NH3, HCl e Br2 apresentam as seguintes
interações intermoleculares, respectivamente:
a) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, dipolo-dipolo e dipolo induzido-dipolo induzido.
b) dipolo instantâneo-dipolo induzido, dipolodipolo, ligação de hidrogênio, dipolodipolo.
c) dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio, ligação de hidrogênio e dipolo-dipolo
d) forças de London, dipolo-dipolo, ligação de hidrogênio e dipolo induzido-dipolo
induzido.

Questão 12. (Fac. Anhembi Morumbi SP/2014) A figura representa os tipos de interações
que sustentam a estrutura tridimensional formada pelo dobramento das cadeias
polipeptídicas que constituem uma enzima.

De acordo com a figura, as interações 1, 2, 3 e 4 são realizadas, respectivamente, à custa


de

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187
a) forças de van der Waals, atração eletrostática, ligação covalente e ligação de
hidrogênio.
b) ligação de hidrogênio, ligação covalente, forças de van der Waals e atração
eletrostática.
c) atração eletrostática, ligação covalente, forças de van der Waals e ligação de
hidrogênio.
d) atração eletrostática, forças de van der Waals, ligação covalente e ligação de
hidrogênio.
e) ligação de hidrogênio, forças de van der Waals, ligação covalente e atração
eletrostática.

Questão 13. (UDESC SC/2012) As principais forças intermoleculares presentes na mistura


de NaC em água; na substância acetona(CH3COCH3) e na mistura de etanol (CH3CH2OH)
em água são, respectivamente:
a) dipolo-dipolo; dipolo-dipolo; ligação de hidrogênio.
b) dipolo-dipolo; íon-dipolo; ligação de hidrogênio.
c) ligação de hidrogênio; íon-dipolo; dipolo-dipolo.
d) íon-dipolo; dipolo-dipolo; ligação de hidrogênio.
e) íon-dipolo; ligação de hidrogênio; dipolo-dipolo.

Questão 14. (UFMG-1998) Considere cada uma das seguintes substâncias, todas no estado
sólido: cloreto de sódio, diamante, iodo e sódio.
1. CITE o sólido que não conduz corrente elétrica, mas se torna bom condutor quando
fundido. JUSTIFIQUE o fato de que a substância ser condutora no estado líquido.
2. CITE o sólido cujo cristal é mantido coeso, principalmente por interações de van der
Waals. JUSTIFIQUE usa resposta.

Questão 15. (VUNESP-SP) Quando um cometa se aproxima do Sol e se aquece, há


liberação de água de outras moléculas e de íons. Uma das reações propostas para explicar
o aparecimento de H3O+ em grandes quantidades, durante esse fenômeno é:

(H2O)2 → H3O+ + e- + OH

a) Represente a estrutura de Lewis (fórmula eletrônica) para o íon e indique sua geometria.
b) Quais são as forças (interações) que atuam na molécula de (H2O)2, que justificam sua
existência?

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188
Questão 16. (UFRJ) A volatilização de uma substância está relacionada com o seu ponto
de ebulição, que por sua vez é influenciada pelas interações intermoleculares. O gráfico
abaixo mostra os pontos de ebulição de compostos binários do hidrogênio com elementos
do subgrupo 6A, na pressão de 1 atm.

a) Identifique a substância mias volátil entre as representadas no gráfico. Justifique sua


resposta.
b) Explique por que a água tem um ponto de ebulição tão alto, quando comparado com os
das demais substâncias indicadas no gráfico.

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Ligações
químicas na sala virtual.

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189
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VII: Verificando a polaridade e as interações
intermoleculares

Objetivos

Observar a interação de moléculas polares e apolares.

Materiais e métodos

• Béquer de 50 ou 100 mL • Água


• Béquer de 250 mL • Papel de filtro
• Proveta de 100 mL • Moeda
• Placa de Petri • Tesoura
• Conta-Gotas • Sulfato de cobre (II) sólido (CuSO4)
• Leite • Sulfato de cobre (II) 1 mol/L
• Detergente (CuSO4)
• Corantes Alimentícios • Ácido Clorídrico 3mol/L e 1mol/L
• Pinça

Procedimento Experimental

Parte I – Jogo do disco apolar


a) No papel de filtro faça dois pequenos círculos com a ajuda da moeda ou do compasso.
b) Colora bem forte uma das bolinhas feitas anteriormente com o lápis (os dois lados).
c) Com a tesoura corte os círculos feitos na folha de papel.
d) Em um béquer de 250 mL, adicione 100 mL de água e 50 mL de aguarrás.
e) Cuidadosamente, com a pinça, coloque os círculos cortados no béquer.
f) Utilizando a ponta da pinça, afunde os círculos até o fundo do béquer e observe.

Parte II – Arte com leite


a) Reserve um pouco de detergente em um béquer de 50 ou 100 mL.
b) Coloque o leite dentro de uma placa de petri até cobrir todo o fundo.
c) Pingue os corantes de maneira que eles fiquem na superfície do leite. A disposição
das gotas é você quem escolhe. Mas cuidado para não misturá-las.

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190
d) Pingue o detergente no leite com o corante com o auxílio de um conta-gotas e anote
suas observações.
e) Faça o mesmo procedimento acima, porém troque o leite por água e anote suas
observações.

Resultados

Parte I – Jogo do disco apolar

Observações:

Parte II – Arte com leite

Observações:

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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191
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192
Capítulo 5 – Radioatividade

Capítulo 4 – Interações intermoleculares

Objetivos
Estudar os principais tipos de emissões radioativas.

5.1 Breve histórico

Em 1896, o físico francês A. H. Becquerel percebeu que um sal de urânio, o sulfato


duplo de potássio e uranila (K2UO2(SO4)2), era capaz de sensibilizar um filme fotográfico,
mesmo quando este era recoberto com papel preto ou ainda finas lâminas metálicas.
Becquerel, o descobridor do urânio, percebeu que esse material emitia radiações
semelhantes aos raios X, e essa propriedade ele denominou radioatividade.
Em 1897, Marie Curie, ao estudar vários compostos de urânio, relacionou essas
radiações a fenômenos atômicos. Nos seus estudos, o casal Curie (Marie e seu marido),
conseguiu descobrir dois novos elementos radioativos: o Polônio e o Rádio.
Radioatividade é a emissão de radiação de um núcleo instável ao se transformar em
outro núcleo, chamado por alguns de núcleo filho, que pode ser ou não ser instável. Caso
seja instável, continuará se transformando, até chegar a um núcleo estável.

Dica do professor: A radioatividade é um fenômeno


nuclear, isto é, tem origem no núcleo do átomo. Ela não é
afetada por nenhum fator externo, como pressão,
temperatura, etc.

5.2 Natureza das radiações

Logo após a descoberta da radioatividade, os cientistas reconheceram que no


fenômeno havia emissão de “partículas e ondas eletromagnéticas”. Um engenhoso
dispositivo foi idealizado, por Ernest Rutherford, para estudar essas radiações (Figura 43).

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193
Figura 43 – Esquema do experimento de Rutherford.

Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-
mi_db2tTFiU/VLHaqqK3cdI/AAAAAAAAAC0/JfivSUSKSgo/s1600/Alf%2Cbeta%2Cgama.gif (Acesso em 27
Jan. 2022).

Nessa aparelhagem, as radiações eram emitidas pelo material radioativo, contido no


interior de um bloco de chumbo, e submetidas a um campo eletromagnético.
Depois de passarem pelo campo, algumas dessas radiações tinham sua trajetória
desviada em direção à placa carregada negativamente, o que indicava que elas deviam
apresentar cargas positivas, sendo denominadas de raios alfa (). Outro feixe de radiações
era atraído pela placa positiva, o que indica que elas deviam apresentar cargas negativas,
sendo denominadas de raios beta ().

Como tanto os raios alfa quanto os raios beta sofriam a ação de um campo magnético,
Rutherford concluiu que eles eram constituídos por partículas, chamadas alfa e beta,
respectivamente, e que elas apresentavam massa. Comparando o desvio sofrido pelas
partículas, concluiu, também, que as partículas alfa possuíam massa muito maior.
Posteriormente, descobriu que essas partículas alfa eram constituídas por 2 prótons e 2
nêutrons.
Em 1900, Becquerel comparou os desvios sofridos em um campo eletromagnético
pelas partículas beta com aqueles sofridos pelos elétrons, descobertos em 1897 por
Thomson. Dessa comparação, concluiu que as partículas beta e os elétrons eram iguais, ou
seja, que os raios beta eram constituídos por elétrons. Até então, os elétrons eram
associados à corrente elétrica. A partir deste momento, eles também passaram a serem
associados aos átomos.
Nesse mesmo ano, o físico francês P.U. Villard, repetindo as experiências de
Rutherford, percebeu a existência de outros raios que não eram afetados pelo campo
eletromagnético. Esses raios não apresentavam nem carga nem massa, sendo constituídos
apenas por ondas eletromagnéticas, e foram denominados raios gama (). A radiação gama
apresentava algumas semelhanças com os raios X, mas eram mais penetrantes e possuíam
comprimento de onda menor (mais energia).

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194
Rutherford ainda percebeu, em seus estudos, que as radiações apresentavam
diferentes penetrações (Figura 44).

Figura 44 – Poder de penetração de radiações e partículas.

Fonte: https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/"
https://radioprotecaonapratica.com.br/efeitos-da-radiacao-no-corpo-humano/ (Acesso em 27 Jan. 2022).

As partículas alfa () não conseguem sequer atravessar uma folha de papel; logo,
elas apresentam o menor poder de penetração. Já as partículas beta () atravessam o
papel, mas não conseguem atravessar uma folha de chumbo com mais de 8 mm. O poder
de penetração da radiação gama () é o maior dentre as três.

O Tabela 18 apresenta a comparação das três radiações discutidas.

Tabela 18. Características dos tipos mais comuns de radiação.

Massa Poder de
Radiação Símbolo Constituição Carga Velocidade
(u) penetração

1/10 da
Alfa 4
+2  Núcleo de He +2 4 velocidade da Baixo
luz

9/10 da
Médio
Beta 0
−1  Elétron -1 0 velocidade da
(moderado)
luz

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195
Onda Velocidade da
Gama 0
0  0 0 Elevado
eletromagnética luz
Fonte: produzida pelos autores.

5.3 Leis da radioatividade

LEI DE SODDY

Quando um átomo de um elemento emite uma partícula alfa (), origina um novo
elemento que apresenta número de massa (A) com 4 unidades a menos e número atômico
(Z) com 2 unidades a menos.
Genericamente temos:
A− 4
A
Z X → 4
2  + Z − 2Y

Observe:

• Apareceu outro elemento químico;

• O número atômico diminuiu 2 unidades;

• O número de massa diminuiu 4 unidades;

• Houve conservação de massa e da carga, quando comparamos reagentes e produtos.

Exemplos:
238
92 U → 4
2  + 234
90Th

227
89 Ac → 4
2  + 223
87 Fr

LEI DE SODDY, FAJANS E RUSSEL

Quando um átomo de um elemento emite uma partícula (), ele origina um novo
elemento de mesmo número de massa (A), mas seu número atômico apresenta uma
unidade a mais.
Genericamente temos:

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196
A
Z X → 0
−1  + A
Z +1Y

Observe:

• Apareceu outro elemento químico;

• O número atômico aumentou 1 unidade;

• O número de massa não variou (conclui-se portanto que X e Y são isóbaros);

• Houve conservação de massa e da carga.

Exemplos:
231
90Th → 0
−1  + 231
91Pa

228
88 Ra → 0
−1  + 228
89 Ac

A partícula  (elétron) se origina na decomposição de um nêutron, que também


produz um próton, sendo esta decomposição representada por:
1
0n → 1
1p + 0
-1  + 00 (neutrino )

A partícula beta é o elétron que é imediatamente expulso do núcleo.


O neutrino é uma partícula sem carga e com massa desprezível.

5.4 Séries radioativas

Na natureza, existem três longas séries de desintegração. Essas têm início no 238U,
235U e 232Th e, depois de sucessivas emissões  ou  com formação de intermediários

radioativos, terminam em isótopos estáveis de chumbo, respectivamente, 206Pb, 207Pb, 208Pb.


A título de ilustração, a Figura 45 representa a série do 238U:

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197
Figura 45 – Decaimento do Urânio.

Fonte: https://1.bp.blogspot.com/-pqxgQ28ct_A/Xd3EciW9pwI/AAAAAAACZJM/JDr4m-
8Q6n09u0F8zXNqXKfJx8Sxcsd0gCLcBGAsYHQ/s1600/fuvest_questao_07.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).

Logo após a descoberta da radioatividade, a observação do fenômeno demonstrou


que se trata de um fenômeno estatístico, sendo possível inclusive prever o número de
desintegrações que ocorrerão em certo intervalo de tempo. Essa previsão será tanto mais
próxima da realidade, quanto maior o número de átomos da amostra.

5.5 Cinética das desintegrações radioativas

MEIA-VIDA OU PERÍODO DE SEMIDESINTEGRAÇÃO (T1/2 OU P)

O tempo necessário para que metade de uma amostra de isótopo radioativo se


desintegre é chamado meia-vida ou período de semidesintegração.
Por exemplo, o isótopo 226 do rádio tem meia-vida igual a 1600 anos.

CURVA DE DECAIMENTO RADIOATIVO

Você pode experimentalmente construir um gráfico onde figure a variação do número


de átomos do elemento radioativo em função do tempo decorrido, chegando, desse modo,
à curva de decaimento (Figura 46). Para facilitar, podemos fazer essa construção a partir
da própria definição de meia-vida.

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198
Figura 46 – Curva exponencial de decaimento radioativo.

Fonte: https://www.profpc.com.br/2002-21-133-10-i004.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).

Observe:

t=0 → N = No átomos
N0 N
t = 1P → N = átomos ( 1o )
2 2

N0 N
t = 2P → N = átomos ( 2o )
4 2

N0 N
t = 3P → N = átomos ( 3o )
8 2

..............................................................................
No
t = xP → N = ( ) átomos
2x

Chegamos, assim, à relação fundamental que resolve os problemas elementares


quantitativos em radioatividade.

No
N= ( ) átomos
2x

Onde x = Número de períodos de semidesintegração (Meias-vidas)


N = no de átomos que não se desintegram após o tempo t.
No = no inicial de átomos.

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199
Logo:

t
x=
P

t = tempo considerado.
P = período de semidesintegração (meia-vida)

Valendo também:
mo
• m= ( )
2x

onde m é a massa
Ao
• A= ( )
2x

Onde A é a atividade de amostra


Io
• i= ( )
2x

onde i é a intensidade de radiação


Exercício Resolvido
Enunciado:
(UPE) A meia-vida do isótopo 88Ra226 é igual a 2310 anos. Depois de quanto tempo a
atividade de uma amostra desse isótopo radioativo se reduz de 75% da atividade radioativa
inicial?
a) 2310 anos.
b) 4620 anos.
c) 9200 anos.
d) 6930 anos.
e) 231 anos.
Resolução:
Os dados fornecidos pelo exercício foram:
• Porcentagem final: 25 %, já que houve uma redução de 75% da atividade;
• Porcentagem inicial: 100%;

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200
• Meia-vida (P): 2310 anos.
Para determinar o tempo, basta realizar os seguintes passos:
1º Passo: Calcular o número de meias-vidas que foram necessárias para a redução de 25%
com a fórmula abaixo.
𝑃𝑜 100 100
𝑃= 25 = 2𝑥 = 2x = 4 x=2
2𝑋 2𝑋 25

2º Passo: Em seguida, para o tempo, basta utilizar a seguinte expressão:


t = P.x
t = 2310.2
t = 4620 anos

5.6 Transmutação artificial

Com o desenvolvimento do estudo da radioatividade natural, novos horizontes foram


surgindo e as primeiras tentativas no sentido da sua obtenção artificial foram realizadas.
Tudo indica que a primeira transmutação artificial é devida a Ernest Rutherford, que
bombardeou gás nitrogênio com partículas :
14
7N + 24 → 17
8O + 11H

Essa primeira reação nuclear artificial acumula, também, a importância de ser a


descoberta do próton.
A descoberta do nêutron é outro exemplo de transmutação artificial e foi realizada,
em 1932, por James Chadwick, que bombardeou berílio com partículas :

4 Be + 2
9 4
 → 12
6C + 1
0n

As experiências com radioatividade artificial mostraram, entre outras coisas, a


necessidade de fontes convenientes de “projéteis” de alta energia. Assim, em 1929, aparece
o primeiro acelerador de partículas, que proliferou nos centros científicos que desenvolviam
experiências de transmutação.
Esse avanço possibilitou, entre outras, uma evolução importante na descoberta de
novos elementos. Até 1940, só conhecíamos até o elemento de número atômico 92, isto é,
o urânio.

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201
Em 1940, McMillam e Abelson produzem o netúnio (Z = 93) pelo bombardeamento
do U238 com um feixe de dêuterons (núcleos de deutério) de alta energia.

5.7 Radioatividade artificial

É a radioatividade de isótopos radioativos artificiais, isto é, isótopos formados nas


transmutações artificiais. Os isótopos radioativos artificiais, além de emitirem raios alfa, beta
e gama, podem também emitir os raios beta positivos ou pósitrons (partículas com a carga
dos prótons e a massa dos elétrons). Exemplos:

12Mg
24 + 24 → 0n
1 + 14Si27 (isótopo radioativo artificial)

14Si
27 → 13Al
27 + +10 (raio beta positivo ou pósitron).

A radioatividade artificial foi descoberta em 1932 pelo casal Frederic Jolliot Curie e
Irene Curie (filha dos descobridores do polônio e do rádio).
É a radioatividade artificial, hoje, um campo em grande desenvolvimento. Para se ter
uma ideia, conhecemos atualmente um total de 1500 isótopos, dos quais 1200 são artificiais.

5.8 Fissão nuclear

No campo da radioatividade artificial, foi uma importante conquista. A descoberta


desse fenômeno se deve aos trabalhos de Enrico Fermi, Otto Hahn e Lise Meitner, e acaba
envolvendo um grande número de cientistas de primeiro escalão do século XX.
Ela consiste no bombardeamento adequado de um núcleo pesado que, atingido,
fragmenta-se em outros núcleos menores e algumas partículas.
A mais conhecida das reações de fissão nuclear é a do 235U, usada na bomba atômica
lançada em Hiroshima, em agosto de 1945:
235
92 U + 01n → 140
56 Ba + 94
36 Kr + 2 01 n + Energia

A reação produz, além de Ba e Kr, dois nêutrons, que capazes de realizar a fissão de
dois outros núcleos de urânio, e assim por diante: uma reação em cadeia que libera uma
assustadora energia (Figura 47).

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202
Figura 47 – Exemplo de fissão nuclear do Urânio.

Fonte: https://s3.static.brasilescola.uol.com.br/img/2013/10/reacao-de-fissao.jpg (Acesso em 27 Jan. 2022).

Em 1942, o próprio Enrico Fermi dá o passo inicial para uma importante aplicação da
fissão nuclear, construindo o primeiro reator atômico. A partir daí, uma grande variedade de
reatores aparece com o intuito de fornecer aplicação pacífica dessa enorme energia do
núcleo do átomo.

5.9 Fusão nuclear

É o processo em que núcleos pequenos se juntam, originando núcleos maiores e


mais estáveis, o que também libera uma quantidade gigantesca de energia.
Um conhecido exemplo de fusão nuclear é dado pela síntese do hélio na superfície
do sol:

411H → 24He + 2 0
+1 e + Energia

Na década de 1940, Edward Tellep e seus colaboradores conseguem realizar essa


reação no laboratório em Los Alamos, o que o tornou “pai da bomba H”. Hoje caminhamos
a passos largos para a aplicação pacífica desse processo.

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203
5.10 Aplicações da radioatividade

As aplicações da radioatividade são incontáveis, sendo que muitas delas ainda estão
em desenvolvimento e novas provavelmente serão encontradas.
Para que se tenha uma pálida ideia dessas aplicações:

• Usam-se amostras radioativas para a diagnose, na medicina terapêutica. Um bom


exemplo é a aplicação do I131 nos exames rotineiros de tireóide, como na terapia do bócio
maligno.

• Datamento radioativo. Algumas transformações radioativas são adequadamente


utilizadas para o “cálculo” da idade de determinados materiais. Por exemplo, a proporção
C14/C12 numa amostra pode dar sua idade. Para rochas antigas, a relação K 40-/Ar40 ou a
relação Rb87/Sr87 pode indicar sua idade, o que foi feito, inclusive, com amostras de
rochas lunares recolhidas pelos astronautas da Apolo.

• O cobalto 60 é usado na terapia do câncer.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre radioatividade.

5.11 Exercícios

Questão 1. (IBMEC SP Insper/2017) Os geólogos empregam a radioatividade para


determinar as idades de rochas. A idade isotópica de uma rocha é avaliada em função do
tempo de meia-vida de elementos radioativos de sua composição e de suas proporções em
relação aos elementos resultantes de seu decaimento nuclear. Rochas contendo minerais
de urânio e potássio são datadas por este procedimento.

O decaimento radioativo é um processo que ocorre em função do tempo de acordo com a


curva da figura:

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204
Considerando-se tempo = 0 o instante em que a rocha apresentou 100% do isótopo
radioativo, se o gráfico for aplicado para uma rocha contendo ortoclásio e outra contendo
apatita, os respectivos valores da escala do gráfico no ponto marcado como III no eixo x
serão, em bilhões de anos, as idades de aproximadamente
a) 6,5 e 3,5.
b) 3,9 e 2,1.
c) 1,3 e 0,7.
d) 2,6 e 1,4.
e) 5,2 e 2,8.

Questão 2. (FPS PE/2017) A radioterapia envolve a aplicação de radiações ionizantes


capazes de criar íons e radicais livres nas células situadas no campo de irradiação. Como a
capacidade de reparo das células tumorais é menor do que das células saudáveis, os íons
formados e os radicais livres danificam o DNA da célula tumoral levando-a à morte. O
cobalto-60 foi muito utilizado em radioterapia, entre os anos de 1950 a 1980. As máquinas
de cobalto eram relativamente baratas, robustas e simples de usar. No entanto, devido ao
tempo de meia-vida do cobalto de 5,3 anos, a máquina tinha de ser substituída a cada 5
anos, devido à perda de potência para emissão de raios gama.
Qual é o tempo necessário para que a massa de uma amostra de Cobalto-60 seja reduzida
para 1/16 da massa inicial?
a) 5,3 anos.
b) 21,2 anos.
c) 26,5 anos.
d) 15,6 anos.
e) 10,6 anos.

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205
Questão 3. (FPS PE/2017) O tálio-201, na forma de cloreto de tálio, é um radioisótopo usado
em medicina nuclear para diagnosticar doenças coronárias e para a detecção de tumores.
Sabendo que o tempo de meia-vida deste isótopo é, aproximadamente 3 dias, qual fração
da concentração inicial de tálio permanece após 21 dias?
a) 1/8
b) 1/16
c) 1/32
d) 1/64
e) 1/128

Questão 4. (Unioeste PR/2016) Determinado radionuclídeo apresenta a curva de


decaimento mostrada abaixo.

Pelas informações obtidas do gráfico, são feitas as seguintes afirmações:


I. A massa inicial do radionuclídeo é de 500 mg.
II. O tempo de meia-vida do radionuclídeo é de 10 anos.
III. Após 50 anos, a massa de radionuclídeo é 1/8 da massa inicial.
IV. Após 20 anos, a massa de radionuclídeo presente corresponde a 30% da massa
inicial.
Assinale a opção que indica somente a alternativa CORRETA.
a) I
b) II
c) III
d) IV

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206
e) Todas são corretas.

Questão 5. (Mackenzie SP/2015) Um arqueólogo encontrou uma amostra de carvão


mineral, resultado do soterramento de árvores gigantescas. Um dos métodos de datação de
fósseis é a utilização do ensaio de carbono-14, que possui um tempo de meia-vida de 5730
anos. Ao realizar o ensaio de datação, o arqueólogo determinou que a amostra continha
aproximadamente 0,012% de carbono-14. A idade aproximada deste fóssil será de

a) 80200 anos.
b) 57300 anos.
c) 74500 anos.
d) 51600 anos
e) 63000 anos.

Questão 6. (UNIFICADO RJ/2015) Foi aprovado o projeto da Divisão de Radiofármacos do


Instituto de Engenharia Nuclear do Rio de Janeiro para estudar a aplicação de um método
alternativo e econômico de produção do radioisótopo iodo-124. O uso desse radioisótopo
em medicina nuclear é pesquisado em vários países por ter a vantagem de apresentar meia-
vida de 4,2 dias, ampliando seu alcance geográfico.
O projeto consiste em testar a produção do iodo-124 a partir do antimônio-123 bombardeado
com partículas alfa.
A reação de produção do iodo-124 e a porcentagem restante na decomposição radioativa
do iodo-124 no final de 21 dias são representadas por:

a) 53I
127 + 24 → 51Sb
123 e 25%

b) 53I
127 → 51Sb
123 + 24 e 3,125%

c) 53I
127 → 51Sb
123 + 24 e 12,5%

d) 51Sb
123 + 24 → 53I
127 e 3,125%

e) 51Sb
123 → 53I
127 + 24 e 12,5%

Questão 7. (UniCESUMAR SP/2015) O radioisótopo 241Am é um emissor alfa utilizado em


alguns dispositivos detectores de fumaça. A radiação  ioniza as moléculas de ar presentes
na câmara de detecção e uma corrente elétrica é gerada e medida. A presença de fumaça
altera a corrente medida, devido ao material particulado, e o alarme é acionado.

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207
Uma das maneiras de produzir o 241Am em reatores nucleares consiste em duas
transformações radioativas a partir de um determinado nuclídeo: a incorporação de uma
partícula com a emissão de um nêutron e, posteriormente, a emissão de uma partícula
.

Um dos problemas desses detectores é o seu descarte, pois a atividade radioativa do


dispositivo permanece por um longo período. A projeção indica que após 1296 anos a
atividade radioativa de uma amostra de 241Am é de 12,5 % da original.
Com base nas informações do texto, o nuclídeo utilizado na produção de 241Am e a meia
vida do radioisótopo do 241Am são, respectivamente,
a) 237U e 162 anos.
b) 246Bk e 324 anos.
c) 238U e 162 anos.
d) 246Bk e 432 anos.
e) 238U e 432 anos.

Questão 8. (EsPCEX/2015) O radioisótopo cobalto-60 ( 2760 Co ) é muito utilizado na


esterilização de alimentos, no processo a frio. Seus derivados são empregados na confecção
de esmaltes, materiais cerâmicos, catalisadores na indústria petrolífera nos processos de
hidrodessulfuração e reforma catalítica. Sabe-se que este radioisótopo possui uma meia-
vida de 5,3 anos.
Considerando os anos com o mesmo número de dias e uma amostra inicial de 100 g de
cobalto-60, após um período de 21,2 anos, a massa restante desse radioisótopo será de
a) 6,25 g
b) 10,2 g
c) 15,4 g
d) 18,6 g
e) 24,3 g

Questão 9. (FUVEST SP/2001) Para determinar o volume de sangue de uma pessoa, injeta-
se em sua corrente sanguínea uma solução aquosa radioativa de citrato de gálio e, depois
de certo tempo, colhe-se uma amostra de sangue e mede-se sua atividade.

Em uma determinação, a concentração do radioisótopo gálio-67 na solução era de 1,20 


1012 átomos por mililitro, no momento de sua preparação. Decorridas 24 horas de sua
preparação, 1,00 mL dessa solução foi injetado na pessoa. A coleta de sangue foi feita 1

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208
hora após a injeção, sendo que a amostra coletada apresentou 2,00  108 átomos de gálio-
67 por mililitro. A diminuição da concentração do radioisótopo deveu-se apenas ao seu
decaimento radioativo e à sua diluição no sangue.
Atividade relativa do gálio-67 em função do tempo
1,0

0,9
Atividade relativa
0,8

0,7

0,6

0,5

0,4
0 25 50 75 100
t/h

a) Use o gráfico acima para determinar de quanto caiu a atividade do gálio-67, após 25
horas.
b) Calcule o volume de sangue da pessoa examinada.

c) O gálio-67 emite radiação  quando seu núcleo captura um elétron de sua eletrosfera.
Escreva a equação dessa reação nuclear e identifique o nuclídeo formado.

Questão 10. (UFRJ/1993) Um dos produtos liberados nas explosões nucleares e nos
acidentes em usinas nucleares que mais danos pode causar aos seres vivos é o isótopo do
estrôncio de número de massa igual a 90 (estrôncio-90). Ele é um isótopo radioativo que se
acumula nos ossos, por substituição do cálcio, e é emissor de partículas beta, com meia-
vida de 28 anos.
a) Se um indivíduo ao nascer absorver em seu organismo o estrôncio-90, com que idade
terá a ação radiotiva deste isótopo reduzida a 1/4?
b) Escreva a reação do decaimento radiativo do estrôncio-90, identificando o elemento
que dela se origina.

Questão 11. (UFRJ) O físico brasileiro César Lattes desenvolveu importante pesquisas com
emulsões nucleares contendo átomos de boro (5B10) bombardeados por nêutrons.
Quando um nêutron em grande velocidade, atinge o núcleo de um átomo de 5B10, e é por
ele absorvido, dá origem a dois átomos de um certo elemento químico e a um átomo de trítio
(1H3).

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209
a) identifique esse elemento químico , indicando seu número atômico e seu número de
massa.
b) uma certa massa inicial do radioisótopo trítio reduz-se a 200g em 36 anos. A mesma
massa inicial leva 12 anos para se reduzir a 50g. Calcule o tempo de meia-vida do trítio.

Questão 12. (UERJ/2010) A sequência simplificada abaixo mostra as etapas do decaimento


radioativo do isótopo urânio-238:

238 I 234 II 234 III 210 IV 206


92 U ⎯
⎯→ 90Th ⎯⎯→ 91 Pa ⎯⎯→ 84 Po⎯⎯→ 82 Pb

Determine o número de partículas α e β emitidas na etapa III e identifique, por seus símbolos,
os átomos isóbaros presentes na sequência.

Questão 13. (UFRJ/1992) A pedra filosofal, sonho dos alquimistas, consistia em uma
fórmula secreta capaz de converter metais comuns em ouro. Um cientista moderno, mas
não menos sonhador, afirma que encontrou a fórmula secreta e a propôs na seguinte
versão:

Pb + He → Au + X

a) Diga qual o nome do elemento X.


b) Dê uma explicação para o fato de que nas reações nucleares, como o anterior, a
soma das massas dos reagentes não é igual à soma das massas dos produtos.

Questão 14. (UFG GO/2014) Em junho de 2013, autoridades japonesas relataram a


presença de níveis de trítio acima dos limites tolerados nas águas subterrâneas acumuladas
próximo à central nuclear de Fukushima. O trítio, assim como o deutério, é um isótopo do
hidrogênio e emite partículas beta (). Ante o exposto,

a) escreva a equação química que representa a fusão nuclear entre um átomo de


deutério e um átomo de trítio com liberação de um nêutron (n);
b) identifique o isótopo do elemento químico formado após o elemento trítio emitir uma
partícula beta.

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Ligações
químicas na sala virtual.

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211
Capítulo 6 – Funções inorgânicas e suas reações

Capítulo 4 – Interações intermoleculares

Objetivos
Estudar as funções inorgânicas e suas reações.

6.1 Nox e Classificação de reações inorgânicas

6.1.1 Nox

Número de oxidação (Nox) é o número de elétrons perdidos ou ganhos quando:

• Um cátion ou um ânion é formado;


• Há quebra de todas as ligações, envolvendo compartilhamento de elétrons.
Temos 4 regras práticas para determinar o Nox de um átomo:

1) Quando a substância é simples:

Nox de cada átomo = zero

Exemplo:

H2 → Nox = 0 O3 → Nox = 0

O2 → Nox = 0 Fe → Nox = 0

2) Quando é um íon monoatômico:

Nox de cada átomo = a própria carga do íon

Exemplo:

Na+ → Nox = + 1 Fe+3 → Nox = + 3

Fe+2 → Nox = + 2 S-2 → Nox = - 2

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212
3) Quando a substância é composta:

A soma total dos Nox = zero

Em uma substância composta, nós podemos determinar o nox de um átomo,


conhecendo-se os nox dos demais, já que o somatório total das cargas é igual a zero. A
tabela seguinte contém valores de Nox, que não variam:

Elemento/ Família Condição Nox

Família 1A, Ag – +1

Família 2A, Zn, Cd – +2

Al – +3

Geralmente +1
H Ligado a metal
-1
(Hidretos metálicos)

Geralmente
O
Nos peróxidos

Exemplos:
Fe S C O2

x -2 X -2

x -2 X -4

x-2=0 x-4=0
x=+2 x=+4

H2 S O4 K2 Cr2 O7

+1 x -2 +1 x -2

+2 x -8 + 2 2x - 14

+2+x-8=0 + 2 + 2x = 14 = 0
x=+6 x=+6

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213
4) Quando é um íon poliatômico

A soma total dos Nox = carga do íon

Em um íon poliatômico, podemos determinar o nox de um átomo, conhecendo-se os


Nox dos demais, já que o somatório total das cargas é igual a carga do íon.

Exemplos:
P O4 -3 S2 O3 -2 N H4 +

X -2 X -2 x +1

X -8 2x -6 x +4

x-8=-3 2x – 6 = - 2 x+4=+1
x=+5 x=+2 x=-3

6.1.2 Classificação de reações inorgânicas

Reações de síntese ou adiçao

São reações nas quais dois ou mais reagentes dão origem a um único produto.
Podem ser representadas pela equação geral:

a A + b B + ... → xX

Através de reações de síntese são fabricados muitos produtos importantes. Por


exemplo, a fabricação do ácido sulfúrico ocorre em três etapas, sendo todas elas reações
de síntese.
Não existem jazidas naturais de H2SO4, mas existem as de enxofre. Pela queima do
enxofre no ar, obtém-se o SO2:

S + O2 (ar)  SO2 (reação de síntese)

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214
Essa é a primeira etapa do processo. A seguir o SO2 obtido reage novamente com o
O2, porém em condições especiais. Essa é a 2a etapa do processo e nela forma-se o SO3:

2SO2 + O2 (ar)  2SO3 (reação de síntese)

Finalmente o SO3 reagindo com água produz o H2SO4 (3a etapa):

SO3 + H2O H2SO4 (reação de síntese)

A grande dificuldade desse processo está na 2a etapa, pois exige catalisadores, isto
é, substâncias que facilitam a reação sem serem consumidas. Esses catalisadores são o
NO2, no processo antigo, denominado processo das câmaras de chumbo e Pt ou V2O5 no
processo moderno, denominado processo de contato.
A reação de cal virgem com a água é outro exemplo importante de reação de síntese.
É a reação que fazem os pedreiros nas construções civis. A cal hidratada, também vendida
no comércio, é o produto da reação da cal virgem com a água.

CaO + H2O → Ca(OH)2

As reações de queima das substâncias simples são reações de síntese.

Exemplos:

Queima do carvão: C + O2 → CO2

Queima do magnésio: 2Mg + O2 → 2MgO

O magnésio, quando queima, produz uma chama branca muito intensa. Essa é a
reação que ocorre para a produção de um flash de intensa luz branca nos primórdios da
fotografia.

Reações de análise ou decomposição

São reações nas quais um único reagente dá origem a dois ou mais produtos. São as
reações contrárias às de síntese. Podem ser representadas pela equação geral:

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215
x X → a A + b B + ...

A maioria das substâncias compostas se decompõe por aquecimento. A temperatura


necessária para ocorrer depende da substância envolvida.
Como casos particulares de reação de análise temos a pirólise, a fotólise e a
eletrólise.
Piro indica fogo, ou seja, aquecimento; ise indica reação de análise. Ou seja, pirólise
é uma reação de análise ou de decomposição provocada pelo aquecimento. Por exemplo,
produção de calcário (CaCO3), a partir da cal virgem (CaO), em fornos especiais.

CaCO3  CaO + CO2 (pirólise)

Um outro exemplo é a produção de oxigênio em laboratório com a da pirólise do


clorato de potássio (KClO3). Os produtos da decomposição são KCl e O2.

2 KClO3  2 KCl + 3 O2 (pirólise)

Essa reação é perigosa e pode ocorrer uma violenta explosão. Porém, ao se aquecer
de forma branda o KClO3 misturado com MnO2, não há perigo de explosão. Nesse caso, o
MnO2 funciona como catalisador da reação.

Dica do professor: Industrialmente, o O2 é obtido pela


destilação fracionada do ar previamente liquefeito.

Foto indica luz e ise indica análise ou decomposição. Ou seja, fotólise é uma reação
de análise ou de decomposição provocada pela luz.
Certas substâncias, como os sais de prata, a água oxigenada e outras devem ser
guardadas em vidros escuros porque essas substâncias se decompõem na presença da luz.
O vidro escuro absorve a luz protegendo assim essas substâncias.

2 H2O2 luz 2 H2O + O2 (fotólise)

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216
Quando um filme fotográfico é exposto à luz, há uma decomposição dos sais de prata
que constituem o filme. Um desses sais é o cloreto de prata.

2 AgCl luz 2 Ag + Cl2 (fotólise)

Já a eletrólise é uma reação de análise produzida pela passagem da corrente elétrica.


Por exemplo, durante a passagem da corrente elétrica pelo cloreto de sódio fundido, ele se
decompõe em sódio e cloro.

2 NaCl (fundido) corrente 2 Na + Cl2


elétrica

Reações de deslocamento ou de simples troca

São reações que podem ser representadas pela equação geral:

AB + C → AC + B ou AB + C → CB + A

No primeiro caso dizemos que C deslocou B do composto AB. No segundo caso


dizemos que C deslocou A do composto AB.
Como exemplo deste tipo de reação ocorre quando introduzimos uma lâmina de zinco
em uma solução aquosa de CuSO4. Há a formação de ZnSO4, que fica na solução e também
ocorre a produção de cobre metálico, que se deposita sobre a lâmina.

Zn(s) + CuSO4(aq) → ZnSO4(aq) + Cu(s)

A solução inicialmente de cor azul (CuSO4) fica incolor (ZnSO4) no fim da reação e a
superfície da lâmina fica avermelhada devido ao cobre metálico nela depositado.

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217
Fonte: https://s3.amazonaws.com/qcon-assets-
production/images/provas/74237/f23a842ed0e2ce023f53.png (Acesso em 21 Jan. 2022).

Essa reação mostra que o metal zinco é mais reativo que o metal cobre. Por outro
lado, introduzindo-se uma lâmina de cobre numa solução aquosa de ZnSO 4, não ocorre
reação.
Introduzindo-se uma lâmina de cobre numa solução aquosa de AgNO3, ocorre uma
reação, com formação de Cu(NO3)2 e prata metálica, conforme reação a seguir:

Cu(s) + 2 AgNO3(aq) → Cu(NO3)2(aq) + 2 Ag(s)

Essa reação mostra que o metal cobre é mais reativo que o metal prata. Por outro
lado, introduzindo-se uma lâmina de prata numa solução de Cu(NO3)2, não ocorre reação.
Por meio de experiências semelhantes às mencionadas, foi construída uma escala
de reatividade química:

REATIVIDADE QUÍMICA DOS METAIS

Metais alcalinos > Metais alcalinos terrosos > Al > Mn > Zn > Cr > Fe > Ni > Sn > Pb > H >
Cu > Hg > Ag > Au

Metais alcalinos  Fr> Cs > Rb >K >Na> Li

Metais alcalino-terrosos  Ra > Ba > Sr > >Ca > Mg > Be

Os metais menos reativos (Ag, Au) são chamados metais nobres. Quanto menor a
reatividade química, maior a nobreza do metal.

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218
Já com ametais temos que a ordem de reatividade é F > O > Cl > Br > I > S > C. Ou
seja, adicionando-se o cloro (Cl2) a uma solução aquosa de NaBr, observa-se a formação
de NaCl e Br2. Por outro lado, adicionando-se Br2 a uma solução de NaCl, não ocorre reação.

Cl2 + 2 NaBr → 2 NaCl + Br2

Para que ocorra uma reação AB + C → AC + B, a condição necessária é C ser mais reativo
que B, e, para que ocorra uma reação AB + C → CB + A, a condição necessária é que C
seja mais reativo que A.

Exemplos:

3 Cu SO4 + 2 Al Al2(SO4)3 + 3 Cu, pois a reatividade do Al > Cu

MgSO4 + Al não há reação, pois a reatividade do Al < Mg

2 AgNO3 + Zn Zn(NO3)2 + 2 Ag, pois a reatividade do Zn > Ag

AgNO3 + Au não há reação, pois a reatividade do Au < Ag

CaBr2 + F2 CaF2 + Br2, pois a reatividade do F > Br

CaBr2 + I2 não há reação, pois a reatividade do I < Br)

Quando um metal é deslocado de seu sal, o ânion do sal não toma parte na reação.

Exemplo:

CuSO4(aq) + Zn(s) ZnSO4(aq) + Cu(s)


Cu2+(aq) + Zn(s) Zn2+(aq) + Cu(s)

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219
A equação iônica é muito mais representativa, porque ela indica a reação que
realmente ocorre. A equação iônica mostra que na reação há uma transferência de elétrons
do metal zinco para o cátion de cobre.

Zn0 + Cu2+ Zn2+ Cu0

Reações de Dupla Troca

É toda reação segundo a equação geral:

AB + CD → AD + CB

Exemplos:

Ba(OH)2 + 2HCl → BaCl2 + 2H2O

AgNO3 + NaCl → NaNO3 + AgCl

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre classificação de reações inorgânicas.

6.2 Principais funções inorgânicas

As substâncias químicas podem ser classificadas em orgânicas e inorgânicas. As


substâncias orgânicas apresentam átomos de carbonos, que geralmente estão ligados entre
si, podendo dar origem a moléculas bem grandes. Como exemplo, temos a sacarose (açúcar
comum), o etanol (álcool etílico, presente nas bebidas alcoólicas) e o ácido acético, presente
no vinagre. O termo orgânico vem da ideia que se tinha, no passado, de que somente os
seres vivos poderiam produzi-las. Algumas poucas moléculas possuem carbono e não são
consideradas como orgânicas, por serem de origem mineral. Por exemplo, tem-se os
derivados de carbonatos (CO32-), como o carbonato de cálcio, CaCO3, o dióxido de carbono
(CO2), a grafita (C), o diamante, etc. As substâncias inorgânicas são as demais substâncias.

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220
A maioria possui, diretamente ou indiretamente, origem mineral. Como exemplo, tem-se o
cloreto de sódio (NaCl), o sulfato de cálcio (CaSO4).
Os compostos inorgânicos formam 5 grupos principais, com características
semelhantes, que chamamos de funções inorgânicas (Figura 48).

Funções inorgânicas

Ácidos Bases Sais Óxidos Hidretos

Figura 48 – Principais funções inorgânicas.

Fonte: produzido pelos autores.

6.2.1 Ácidos

Ácidos, pela teoria de Arrhenius, são substâncias que reagem com a água,
produzindo o íon H+ como único cátion, em um fenômeno físico conhecido como ionização,
conforme exemplo na equação simplificada abaixo. A molécula de água apresentada sobre
a seta indica que esta reação ocorre apenas na presença dela, não ocorrendo no HCl puro.

Fonte: produzido pelos autores.

Note que o estado físico de cada substância é apresentado abreviado após a sua
fórmula, entre parênteses.

Fonte: produzido pelos autores.

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221
Apesar da equação acima dar a entender que o íon H + fica livre na solução, isto não
ocorre. Ele se associa a uma molécula de água, sendo esta associação simplificada na forma
da espécie hidrônio (H3O+), como mostra a equação abaixo.

Fonte: produzido pelos autores.

Na maioria dos livros (e até no ENEM) podem ser encontradas as duas


representações:

Fonte: produzido pelos autores.

A tabela apresentada abaixo mostra os nomes e as fórmulas de ácidos comuns.


Observe que a maioria dos ácidos inorgânicos, como é o caso dos apresentados na
tabela, costumam apresentar o átomo de hidrogênio no início da fórmula. Mas tome cuidado
pois nem sempre que isto ocorre temos um ácido, como é o caso da água (H2O), que não é
um ácido! Uma outra observação que podemos fazer pela análise da tabela abaixo é que a
grande maioria dos ácidos é covalente molecular, sendo formados por elementos não
metálicos unidos por ligações covalentes. Essa será uma diferença significativa em relação
aos sais ácidos, que estudaremos posteriormente.

Fonte: produzido pelos autores.

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222
Como os ácidos geram íons em solução, como é o caso do H3O+ e Cl- produzidos na
reação entre o HCl e a água, dizemos que eles se ionizam. Note que os íons não existiam
no HCl puro, antes da reação, devido ao caráter covalente da ligação entre o hidrogênio e o
cloro. Dizemos, também, que os ácidos formam soluções eletrolíticas, que são soluções que
conduzem eletricidade. Lembre-se que para uma solução conduzir corrente elétrica
devemos ter íons nela. Como os ácidos produzem íons em água, a solução será eletrolítica.

NOMENCLATURA

Hidrácidos
Os hidrácidos são ácidos não oxigenados cuja fórmula geral é HxE. A nomenclatura
destes ácidos é feita segundo a seguinte regra:
Ácido Nome de E + ídrico
Exemplos:

HCl  Ácido Clorídrico

HF  Ácido Fluorídrico

HCN  Ácido Cianídrico

HBr  Ácido Bromídrico

H2S  Ácido sulfídrico

Conheça também alguns hidrácidos muito conhecidos nas aulas de inorgânica:

H3[Fe(CN)6]  Ácido ferricianídrico

H4[Fe(CN)6]  Ácido ferrocianídrico

HSCN  Ácido tiociânico.

Dica do professor: Na verdade, as fórmulas acima são


de substâncias que, em solução aquosa, produzem os
respectivos ácidos. A rigor, HCl é a fórmula do cloreto de
hidrogênio e HCl(aq) é a fórmula do ácido clorídrico.

Oxiácidos

São ácidos oxigenados. Possuem a fórmula geral HxEOy.

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223
A partir do ácido mais oxigenado, à medida que decresce o valor de y, a nomenclatura
destes ácidos é realizada de acordo com o esquema seguinte:

ácido per + nome de E + ico


Quantidade de oxigênio

– 1 [O]

ácido nome de E + ico


decrescente

– 1 [O]

ácido nome de E + oso

– 1 [O]

ácido hipo + nome de E + oso

Exemplo:

HCO4 Ácido perclórico

HCO3 Ácido clórico

HCO2 Ácido cloroso

HCO Ácido hipocloroso

H2SO4 Ácido sulfúrico


H2SO3 Ácido sulfuroso

HNO3 Ácido nítrico


HNO2 Ácido nitroso

H3PO4 Ácido fosfórico


H3PO3 Ácido fosforoso
H3PO2 Ácido hipofosforoso

H2CO3 Ácido carbônico

Oxiácidos com diferentes graus de hidratação

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224
Tomemos como exemplo, o H3PO4, o HPO3 e o H4P2O7. O H3PO4 é o ácido mais
hidratado. Por sua desidratação se obtêm o HPO3 e o H4P2O7:

1(H3PO4) - 1H2O  1(HPO3)

2(H3PO4) = H6P2O8 - 1H2O  1(H4P2O7)

Os nomes dos ácidos que diferem pelo grau de hidratação recebem prefixos conforme
o quadro:

• Ácido mais hidratado  prefixo orto

H3PO4: Ácido ortofosfórico

• 1(orto) – 1H2O  prefixo meta

HPO3: Ácido metafosfórico

• 2(orto) – 1H2O  prefixo piro

H4P2O7: Ácido pirofosfórico.

O prefixo orto é comumente omitido. Assim, o nome fosfórico é muito mais usado que
ortofosfórico.
Tomemos, agora, duas moléculas de H2CrO4 perdendo uma molécula de água:

2(H2CrO4) = H4Cr2O8 – 1(H2O)  1(H2Cr2O7)

H2CrO4 ácido ortocrômico ou crômico


H2Cr2O7 ácido pirocrômico ou dicrômico
Os nomes crômico e dicrômico são muito mais usados que ortocrômico e
pirocrômico, respectivamente.
Conhecendo-se a fórmula dos principais oxiácidos, você pode deduzir a fórmula de
outros.

Exemplos:
1) Qual a fórmula do ácido telúrico? A tabela periódica nos informa que os elementos S e
Te pertencem a uma mesma família: VIA(16). Como a fórmula do ácido sulfúrico é H 2SO4 ,
podemos deduzir que a fórmula do ácido telúrico é H2TeO4.

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225
2) Qual a fórmula do ácido brômico? A tabela periódica nos informa que os elementos Cl e
Br pertencem a família VIIA (17) da tabela periódica. Uma vez que o ácido clórico apresenta
a fórmula molecular HClO3, conclui-se que a fórmula do ácido brômico é HBrO3.

CLASSIFICAÇÃO DE ÁCIDOS QUANTO AO NÚMERO DE HIDROGÊNIOS IONIZÁVEIS

• Monoácidos – Possuem um hidrogênio ionizável


Ex: HCl, HF, HNO3, HClO4, H3PO2 etc.

• Diácidos – Possuem dois hidrogênios ionizáveis.


Ex: H2SO4, H2CO3, H3PO3, etc.

• Triácidos – Possuem três hidrogênios ionizáveis.


Ex: H3PO4

• Tetrácidos – Possuem quatro hidrogênios ionizáveis


Ex: H4P2O7.

FORÇA DOS ÁCIDOS

Nem todas as moléculas dos ácidos serão ionizadas e produzirão H + quando são
solubilizadas em água. O entendimento do motivo deste fenômeno não será estudado por
nós neste momento.
Quanto mais forte é o ácido, maior a quantidade de íons em solução e maior sua
condutividade elétrica em solução aquosa. Quando um ácido é fraco, um pequeno percentual de
moléculas sofre ionização em contato com a água.

Os ácidos são classificados em fortes, moderados e fracos.


Os ácidos fortes possuem mais de 50% de suas moléculas ionizadas, os ácidos
moderados possuem entre grau de ionização entre 50 e 5%. Já os ácidos fracos terão menos
que 5% de suas moléculas ionizadas. Quanto maior for a ionização do ácido, mais íons serão
gerados e maior será a condução elétrica da solução.

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226
Fonte: produzido pelos autores.

No caso dos oxiácidos, para saber a força pode-se subtrair a quantidade de oxigênios
de sua fórmula pelo número de hidrogênio ionizáveis disponíveis no ácido:

• Fortes: Quando o resultado da subtração for igual ou superior a 2. Veja alguns exemplos:
H2SO4 (ácido sulfúrico)→ 4 - 2 = 2
H4P2O7 (ácido pirofosfórico) → 7 - 4 = 3

• Moderado: Quando o resultado da subtração for 1. Veja alguns exemplos:


H3PO4 (ácido fosfórico) → 4 - 3 = 1
HClO2 (ácido cloroso) → 2 - 1 = 1

• Fraco: Quando o resultado da subtração for 0. Veja alguns exemplos:


H3BO3 (ácido bórico)→ 3 - 3 = 0
HBrO (ácido hipobromoso)→ 1 - 1 = 0

Dica do professor: A subtração do número de oxigênios


no H2CO3 pelo número de hidrogênios é igual 1, mas ele
é um ácido fraco.

6.2.2 Bases

De acordo com a teoria de Arrhenius, bases possuem em comum a característica de


gerarem íons hidróxido (OH-) quando dissolvidas em água, conforme mostrado nos
exemplos abaixo.

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227
Fonte: produzido pelos autores.

NOMENCLATURA

A nomenclatura das bases de Arrhenius é feita da seguinte maneira:


Hidróxido + de + Nome do cátion
A tabela seguinte contém os principais cátions envolvidos na nomenclatura das bases
de Arrhenius.

Cátion Carga

Família IA (família 1) +1

Família IIA (família 2) +2

A +3

Fe, Co, Ni +2, +3

Au +1, +3

Pb, Pt, Ti, Mn +2, +4

Cu, Hg +1, +2

Zn, Cd +2

Ag +1
Fonte: produzido pelos autores.

Exemplos:

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228
NaOH  Hidróxido de sódio

Ca(OH)2  Hidróxido de cálcio

A(OH)3  Hidróxido de alumínio

AgOH  Hidróxido de prata

Zn(OH)2  Hidróxido de zinco

No caso do cátion apresentar carga variável, indica-se o nome do hidróxido pelo


valor de x com algarismo romano

Exemplos:

CuOH  Hidróxido de Cobre I

Cu(OH)2  Hidróxido de Cobre II

Fe(OH)2  Hidróxido de Ferro II

Fe(OH)3  Hidróxido de Ferro III

Na nomenclatura antiga, ainda hoje utilizada, usavam-se as terminações oso e ico


indicando a menor e a maior carga do cátion.

CuOH  Hidróxido cuproso

Cu(OH)2  Hidróxido cúprico

Fe(OH)2  Hidróxido ferroso

Fe(OH)3  Hidróxido férrico.

FORÇA DAS BASES

Como elas produzem íons, dizemos que são eletrólitos, pois irão promover um
aumento na condução de corrente elétrica da solução. Nos exemplos acima, diferentemente
do exemplo dos ácidos, não há a ionização do composto, já que os íons já existiam no
composto original. Dizemos que o composto foi apenas dissociado (separação dos íons já
existentes). Assim, como ocorre com os ácidos, as bases também são classificadas quanto
à força, podendo ser classificadas como fortes ou fracas. As bases fortes são aqueles
hidróxidos derivados dos metais alcalinos (grupo 1) e alcalinos terrosos (grupo 2).

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229
Fonte: produzido pelos autores.

MEDIDA DO NÍVEL DE ACIDEZ OU BASICIDADE DE UMA SOLUÇÃO

As soluções ácidas apresentam diferentes níveis de acidez e as soluções básicas


apresentam diferentes níveis de basicidade. Estes níveis dependem do grau de ionização e
da concentração do ácido ou da base e, para serem medidos, utiliza-se a escala de potencial
hidrogeniônico (pH), que vai de 0 a 14 em água.

Fonte: produzido pelos autores.

Quanto mais próximo de zero, mais ácida será a solução. Quanto mais próximo de
14, mais básica será a solução. Na Tabela 13 temos alguns exemplos de produtos ácidos e
básicos, e seus respectivos valores de pH.

Tabela 13. pH de algumas substâncias.

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230
Fonte: https://tyentbrasil.com.br/site/perigos-do-excesso-de-acidez-na-alimentacao/tabela-ph/. Acesso em 06
jun 2020.

Observaram que os ácidos e as bases estão presentes em nosso dia-a-dia e, muitas


vezes, nem sabemos?

INDICADORES ÁCIDO-BASE

Existem algumas substâncias que alteram as cores das soluções de acordo com o
pH da solução. Essas substâncias são chamadas de indicadores ácido-base. A Tabela 14
mostra alguns indicadores comuns e as suas faixas de pHs de transição.

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231
Tabela 14. Indicadores comuns.

Fonte: Antunes, 2013.

Observe que o vermelho de fenol fornece uma coloração amarela a soluções com
pHs inferiores a 6 e vermelha a soluções com pHs acima de 8. Entre esses valores, o
indicador promoverá colorações alaranjadas. Assim, comparando com a imagem penúltima
imagem, podemos prever que se este indicador for adicionado a uma amostra de chuva
ácida (pH 5,5), a mesma irá adquirir coloração amarela, enquanto que em uma amostra de
água do mar (pH 8) ele irá provocar coloração vermelha. Se tentarmos utilizar o azul de
bromofenol para fazer a distinção de amostras de água da chuva ácida e água do mar, ele
não será útil pois ficará azul nas duas amostras. Viram como os indicadores podem nos
ajudar?

6.2.3 Sais

Sais são substâncias de caráter iônico formadas pela reação entre um ácido e uma
base. Como exemplo, temos o famoso sal de cozinha, o cloreto de sódio NaCl. Ele pode ser

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232
formado pela reação entre o ácido clorídrico (HCl) e o hidróxido de sódio (NaOH), como
mostra a reação abaixo:

Lembram-se do tópico anterior, que estudamos os ácidos e as bases? Vimos que eles
formam íons em solução aquosa, não foi? Relembre o que acontece com o HCl e com o
NaOH em água:

Então, quando você mistura uma solução de HCl com uma solução de NaOH, você
está misturando, na verdade, uma solução aquosa de íons H+ e Cl- com outra de íons Na+ e
OH-.
Então, o que acontece na solução é:

Notaram que não aconteceu nada com os íons Na + e Cl-? Eles não participam, de
fato, desta reação. As espécies que são responsáveis pelas reações ácido-base são os
íons H+ e OH-. Os outros íons (Na+ e Cl-, no caso) foram formados quando o ácido e a base
foram adicionados à água, em uma etapa anterior, e não agora. Se a reação ocorreu de
forma proporcional (seguindo os coeficientes estequiométricos, neste caso, 1 NaOH : 1 HCl),
podemos evaporar a água da solução e obter o sal NaCl sólido, pois somente teremos ele e
água na solução final.
Assim, pode-se dizer, de forma simplificada, que a reação global entre um ácido e
uma base será a mostrada abaixo.

Essa reação é chamada de neutralização.

E se a proporção de ácido e base for diferente da proporção estequiométrica?

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233
Se a proporção for diferente irá sobrar, na solução final, aquele que ficou em maior
proporção em relação à estequiometria. Vou explicar: imagina que adicionamos uma solução
contendo 3 mols de NaOH a uma solução contendo 2 mol de HCl. A estequiometria da
reação é 1 NaOH para 1 HCl. Logo precisaríamos de 2 mols de NaOH para 2 mols de HCl.
Se colocamos 3 mols de NaOH para 2 de HCl, temos uma sobra de 1 mol de NaOH, que
estará presente na solução final juntamente com o NaCl produzido pela reação entre as
demais moléculas de NaOH e HCl. Conseguiram entender?

CLASSIFICAÇÃO DE SAIS

Sal Normal
É o sal cujo ânion não possui H ionizável e não é o ânion OH-. Resulta de uma reação
de neutralização total.

H2SO4 + 2 NaOH → Na2SO4 + 2 H2O

HCl + NaOH → NaCl + H2O

Hidrogeno sal
É o sal cujo ânion tem um ou mais H ionizáveis e não apresenta o ânion OH -. Resulta
de uma reação de neutralização parcial do ácido.

H2SO4 + NaOH → NaHSO4 + H2O

Hidróxi sal
É o sal cujo ânion não apresenta H ionizável e no qual, além desse ânion, há o OH-.
Resulta da neutralização parcial da base.

Ca(OH)2 + HCl → Ca(OH)Cl + H2O

Dica do professor: As denominações “sal neutro”, “sal


ácido” e “sal básico” foram usadas antigamente para o sal
normal, hidrogeno sal, respectivamente.

NEUTRALIZAÇÃO TOTAL E PARCIAL

Alguns ácidos possuem mais de um hidrogênio ionizável (que irá dar origem ao H +).
É o caso do ácido sulfúrico H2SO4 (2 H ionizáveis) e do ácido fosfórico H3PO4 (3 H

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234
ionizáveis). Por isso, a proporção estequiométrica da reação pode ser diferente de 1 mol do
ácido para 1 mol da base, dependendo da quantidade de hidrogênios ionizáveis que serão
consumidos. Observe a reação entre de neutralização total (consome todos os hidrogênios
ionizáveis) entre o ácido fosfórico e o hidróxido de sódio:

Note que precisamos de 3 hidróxidos (OH-) para consumir os 3 H+ provenientes do


ácido fosfórico, gerando o sal fosfato de sódio (Na 3PO4) e 3 moléculas de água. Caso a
gente adicione o NaOH em menores proporções, teremos a formação de sais diferentes,
ainda contendo hidrogênio ionizável, como mostram as equações abaixo. Note que é
produzida 1 molécula de água para cada H+ que reage com OH-.

Nesses casos, dizemos que a neutralização foi parcial, pois sobrou hidrogênio
ionizável, proveniente do ácido, no sal produzido. Reações semelhantes podem acontecer
com as bases que produzem mais de um hidróxido (OH -) em água. Observe as reações de
neutralização total e parcial do Ca(OH)2:

Note, também, que na primeira reação eu comecei pela base e na segunda pelo ácido.
Fiz de propósito para vocês perceberem que não importa. Não existe uma ordem "mais
correta".

PREVISÃO DA FÓRMULA DO SAL

É importante que você consiga prever a fórmula do sal que será produzido em uma
neutralização completa de uma reação ácido-base. Vou ensinar algumas dicas para isto:
• O ácido é uma substância eletricamente neutra (sem carga). Logo, quando o
hidrogênio é ionizado e sai como H+, o restante da molécula adquire carga negativa
para garantir a neutralidade do conjunto de íons. Cada H+ que sair do ácido gera uma
cada negativa no restante da molécula. Assim, quando o único hidrogênio ionizado é

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235
perdido no HCl, o Cl (restante da molécula) adquire carga negativa e se torna Cl -. No
caso do ácido sulfúrico, que possui 2 hidrogênios ionizáveis, a saída dos 2 H+ irá gerar
2 cargas negativas no restante da molécula (SO42-).

Fonte: produzido pelos autores.

• Para a base seguimos um raciocínio semelhante. Cada hidróxido sai da base com a
carga -1. Logo, cada OH- que deixa a substância produz uma carga positiva no
restante da substância.

Fonte: produzido pelos autores.

• O sal será o composto iônico formado entre o íon positivo proveniente da base e o
íon negativo proveniente do ácido e sempre terá carga neutra. Então, os íons
formados devem estar numa proporção que provoque a neutralidade.

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236
Por exemplo, em uma neutralização total entre o ácido sulfúrico (H2SO4) e o hidróxido
de sódio (NaOH), o sal formado terá, como cátion, o cátion sódio (Na +) e, como ânion, o
sulfato (SO42-). Observe que, por ser uma neutralização total, a base perdeu todas as
hidroxilas e o ácido perdeu todos os hidrogênios ionizáveis. Agora temos que avaliar se o
sal está neutro: o Na+ possui 1 carga positiva, enquanto o SO42- possui 2 cargas negativas.
Logo, se colocarmos 1 Na+ para cada 1 SO42-, teremos uma carga negativa a mais que a
carga positiva. Então, esta não é a proporção correta. Se colocarmos 2 Na+ para cada
1 SO42-, aí sim teremos a mesma quantidade de cargas positivas e negativas, formando um
sal neutro. Então, a fórmula do sal será Na2SO4, com 2 Na para cada SO4.

NOMENCLATURA DE SAIS

A regra válida é Nome do ânion + de + nome do cátion.

Exemplos:

Nomenclatura do sal

Fórmula do sal Nome do ânion de Nome do cátion

Na2SO4 ou (Na+)2(SO4-2) Sulfato de sódio

Bissulfato Hidrogenosulfato
NaHSO4 ou Na+HSO4- de sódio
Sulfato acido

Hidroxicloreto
Ca(OH)Cl ou Ca+2OH-Cl- de cálcio
Cloreto básico

FePO4 ou Fe+3 PO4-3 Fosfato de ferro III ou férrico

FeCO3 ou Fe+2 CO3-2 Carbonato de ferro II ou ferroso

Formulação de um sal a partir de seu nome


Escreva a fórmula do cátion seguida da do ânion e utilize como índices os menores
números possíveis inteiros necessários para haver a neutralização das cargas.

Exemplo:
a) Sulfato de sódio

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237
(Na+)2(SO4)-2 = Na2SO4
b) Fosfato de ferro III
Fe+3 PO4-3 = FePO4
c) Bissulfato de ferro III
Fe+3 (HSO4-) = Fe(HSO4)3
d) sulfato básico de alumínio
Al+3 OH- SO4-2 = Al(OH)SO4
Exercício Resolvido
Enunciado:
Qual será o sal produzido pela reação de neutralização total do ácido sulfúrico (H3PO4) com
o hidróxido de cálcio Ca(OH)2 ?
Resolução:
Durante a reação ácido-base, cada hidrogênio ionizável é convertido a H+, deixando o
“restante” da molécula com carga negativa proporcional a quantidade de hidrogênios
ionizados. Assim, quando os 3 hidrogênios do H3PO4 são ionizados, o conjunto restante fica
com a carga 3- (1 carga negativa para cada H que sai). Portanto o ânion formado será o
PO43- (fosfato).
Para a base, temos um raciocínio semelhante: cada hidroxila que sai como hidróxido (OH-)
gera uma carga positiva no que “restou da substância” para que o composto seja neutro.
Como temos 2 OH, o cátion formado será o Ca2+ (cátion cálcio).
Agora basta analisarmos a proporção entre os íons para que o sal formado seja neutro.
Neste caso temos uma situação um pouco mais complicada que no exemplo anterior, pois
2 e 3 não geram números inteiros quando são divididos um pelo outro. Assim, temos que
encontrar o MMC (mínimo múltiplo comum) de 2 e 3, que é 6. Para a carga +2 do cálcio
chegar a +6, precisamos de 3 cátions cálcio. Para a carga -3 do fosfato chegar a -6,
precisamos de 2 fosfatos. Logo, o sal produzido pela neutralização total do ácido fosfórico
com o hidróxido de cálcio será o Ca3(PO4)2. O fosfato entre parênteses indica que temos 2
ânions fosfatos.
Observação: seria um erro escrevermos Ca3P2O8, pois estaríamos afirmando que o ânion é
P2O8-6, o que não é verdade.

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238
6.2.4 Óxidos

Os óxidos, assim como as demais funções inorgânicas, estão presentes no nosso


dia-a-dia, É bem fácil identificar o óxido pela sua fórmula molecular: ele sempre é formado
pela combinação do oxigênio e um elemento menos eletronegativo que ele, apenas. Assim,
temos como exemplos: Na2O, CaO, CO2, H2O, etc. Note que podemos ter óxidos com metais
(iônicos) ou não metais (covalentes). O Flúor é o único elemento mais eletronegativo que o
oxigênio e, por isso, as substâncias OF2 e O2F2 não são óxidos.
Os óxidos, assim como os sais, podem apresentar características ácidas ou básicas
quando se dissolvem em água ou quando reagem com ácidos/bases. Os óxidos básicos,
ao reagirem com água, formam bases:

Ao reagirem com ácidos, os óxidos básicos formam sais, assim como ocorre com as
bases:

Para o caso dos óxidos ácidos, eles irão produzir ácidos pela reação com a água:

Eles formam sais pela reação com bases:

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239
NOMENCLATURA DOS ÓXIDOS

Para um óxido ExOy: Prefixo + óxido de + nome de E, sendo que os prefixos mono,
di, tri, etc. indicam os valores de x e y na fórmula do óxido. O prefixo mono diante do nome
de E é comumente omitido.

Fórmula Nome do óxido

CO Monóxido de monocarbono ou monóxido de carbono

CO2 Dióxido de monocarbono ou dióxido de carbono

N2O3 Trióxido de dinitrogênio

Fe3O4 Tetróxido de triferro

Fe2O3 Trióxido de diferro

Para um óxido de metal com carga fixa e no qual o oxigênio tem carga –2, temos:

Óxido de Nome do elemento E

Fórmula Nome do óxido

Na2O Óxido de sódio

MgO Óxido de magnésio

Al2O3 Óxido de alumínio

BaO Óxido de bário

Ag2O Óxido de Prata

Para óxidos de elementos com carga variável e nos quais o oxigênio tem carga -2,
temos:

Óxido de nome de E carga de E

A carga do elemento E, segundo a recomendação da IUPAC dever ser citada em


algarismos romanos.

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240
Fórmula Nome do óxido

CO Óxido de carbono II

CO2 Óxido de carbono IV

FeO Óxido de ferro II

Fe2O3 Óxido de ferro III

Mn2O7 Óxido de manganês VII

PERÓXIDOS

Peróxidos são compostos iônicos apresentando o grupo ânion O2-2. Neste ânion, o
oxigênio apresenta carga –1 pois este ânion é representado por [(O – O)–2  (-1O-O-1)]. Os
mais importantes exemplos de peróxidos são constituídos por elementos pertencentes as
famílias dos metais alcalinos e alcalino terrosos.

Li2O2  Peróxido de lítio

Na2O2  Peróxido de sódio

BaO2  Peróxido de bário

CaO2 Peróxido de cálcio

Dica do professor: O peróxido de hidrogênio (H2O2) não


é iônico. Ele é um peróxido molecular. Quando está
dissolvido em água origina uma solução conhecida por
água oxigenada, muito comum em nosso cotidiano.

6.2.5 Hidretos

Hidretos são compostos binários que contêm hidrogênio e um outro elemento. Sua
fórmula geral é ExHy onde E é o símbolo do elemento. Geralmente, damos importância aos
hidretos metálicos, cujo elemento E é um metal. Os hidretos metálicos são substâncias
iônicas nas quais o hidrogênio apresenta carga (-1). A nomenclatura destes compostos é
feita da seguinte maneira:

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241
HIDRETO + DE + NOME DO METAL E

Caso o metal apresente mais de um valor de carga possível, a mesma deve ser
mencionada.

Exemplos:

NaH = Na+H-  Hidreto de sódio

CaH2 = Ca+2 (H)2  Hidreto de cálcio

AlH3 = Al+3 (H-)3  Hidreto de alumínio

FeH2 = Fe+2(H-)2  Hidreto de Ferro II

Hidreto ferroso

FeH3 = Fe+3(H-)3  Hidreto de Ferro III

Hidreto férrico

Os hidretos dos ametais são substâncias moleculares gasosas nas condições


ambiente. Quando dissolvidas em água são chamadas de ácidos pois neste solvente
liberam H+ (em acordo com a Teoria Ácido-Base de Arrhenius).

Exemplo:

• HF(g)  Hidreto de flúor (Também chamado fluoreto de hidrogênio ou fluoridreto)

HF(aq)  Ácido fluorídrico

• HCl(g)  Hidreto de Cloro (Também chamado cloreto de hidrogênio ou cloridreto)

HCl(aq)  Ácido clorídrico

• HBr(g)  Hidreto de bromo (Também chamado brometo de hidrogênio ou bromidreto)

HBr(aq)  Ácido clorídrico

• HI(g)  Hidreto de iodo (Também chamado iodeto de hidrogênio ou iodidreto)

HI(aq)  Ácido iodídrico

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242
• H2S(g)  Hidreto de enxofre (Também chamado sulfeto de hidrogênio ou sulfidreto)

H2S(aq)  Ácido sulfídrico

Os hidretos metálicos reagem com água produzindo a base correspondente ao metal e


com liberação de gás hidrogênio.

Hidreto metálico + água  Base + H2

Exemplos:

a) NaH + H2O  NaOH + ½ H2

b) CaH2 + 2H2O  Ca(OH)2 + 2H2

Esta reação evidencia o caráter básico dos hidretos metálicos.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre funções inorgânicas.

6.3 Exercícios

Questão 1. (UFPI/1990) Sejam as reações químicas:

I. 2Na(s) + Cl2(g) → 2NaCl (s)

II. Zn(s) + 2HCl (aq) → H2(g) + ZnCl2(aq)

III. 2HClO3(s) 2KCl (s) + 3 O2(g)

IV. BaCl2(aq) + 2AgNO3(aq) → 2AgCl (s) + Ba(NO3)2(aq)

V. H2(g) + Cl2(g) → 2HCl (g) + 44,2 kcal

Assinale a alternativa correta:

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243
a) a reação I é de decomposição.
b) a reação II é de substituição simples.
c) a reação III é de síntese.
d) a reação IV é de neutralização
e) a reação V é endotérmica.

Questão 2. (PUC SP/2001) As reações químicas


I. AgNO3 (aq) + NaCl(aq) → AgCl(s) + NaNO3(aq)
II. 2 Mg(s) + O2(g) → 2 MgO(s)
III. C12H22O11(s) → 12 C(s) + 11 H2O(l)
IV. 2 HCl(aq) + Ba(OH)2(aq) → BaCl2(aq) + 2 H2O(l)
podem ser classificadas, respectivamente,como,
a) reação de óxido-redução, reação de combustão, reação de decomposição, reação de
precipitação.
b) reação de neutralização, reação de decomposição, reação de síntese, reação de
precipitação.
c) reação de precipitação, reação de combustão, reação de decomposição, reação de
óxido-redução.
d) reação de precipitação, reação de óxido-redução, reação de decomposição, reação
de neutralização.
e) reação de condensação, reação de óxido-redução, reação de combustão, reação de
neutralização.

Questão 3. (INTEGRADO RJ/1997)

I. Zn + 2 AgNO3 → 2 Ag + Zn(NO3)2

II. (NH4)2Cr2O7 → N2 + Cr2O3 + 4 H2O

III. 2 Mg + O2 → 2MgO

IV. Cl2 + 2 NaBr → Br2 + 2 NaCl

V. H2SO4 + Na2CO3 → Na2SO4 + H2O + CO2

Dadas as reações acima, indique a opção correta de sua classificações.


a) Deslocamento; decomposição; síntese; deslocamento; dupla-troca.

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244
b) Deslocamento; síntese; decomposição; deslocamento; dupla-troca.
c) Dupla-troca; decomposição; síntese; dupla-troca; deslocamento.
d) Dupla-troca; síntese; decomposição; dupla-troca; deslocamento.
e) Síntese; decomposição; dupla-troca; dupla-troca.

Questão 4. (UFPA/1998) O sódio é um metal mole, de cor prateada, que reage


violentamente com a água como está equacionado abaixo:

2 Na(s) + 2 H2O(l) → 2 NaOH(aq) + H2(g)

Esta reação química é identificada como


a) adição
b) análise
c) dupla troca
d) simples troca
e) neutralização

Questão 5. (UDESC SC/2008) Assinale a alternativa que apresenta correspondência das


fórmulas químicas das seguintes substâncias: hidróxido ferroso, ácido sulfídrico, ácido
sulfúrico e óxido de carbono.
a) FeOH ; H2S ; H2SO4 ; CO2
b) Fe(OH)3 ; H2S ; H2SO4 ; CO2
c) Fe(OH)3 ; H2SO4 ; H2S ; CO
d) Fe(OH)2 ; H2S ; H2SO4 ; CO
e) Fe(OH)2 ; H2S ; H2SO4 ; CO2

Questão 6. (UFS/2008) A água destilada (pH = 7), em contato com o ar, dissolve o dióxido
de carbono (CO2) formando um composto que a deixa levemente ácida (pH  6). A queima
de combustíveis fósseis produz gases como óxidos de enxofre e nitrogênio, que reagem com
a água, produzindo compostos ainda mais ácidos. À precipitação dessas soluções aquosas
denomina-se chuva ácida. Gases como dióxido de carbono, óxidos de nitrogênio e trióxido
de enxofre, presentes no ar das grandes cidades, reagem com a água podendo formar,
respectivamente, os ácidos:
a) carbônico, nítrico e sulfônico.

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245
b) carboxílico, nítrico e sulfúrico.
c) acético, nítrico e sulfúrico.
d) carbônico, muriático e sulfônico.
e) carbônico, nítrico e sulfúrico.

Questão 7. (UNEMAT MT/2013) O composto mais comum de cálcio é o carbonato de cálcio,


que ocorre naturalmente na forma de calcário. O calcário é decomposto por aquecimento
em óxido de cálcio e dióxido de carbono. Por sua vez, o óxido de cálcio reage
exotermicamente com a água, formando o hidróxido de cálcio, conhecido como cal apagado.
Assinale a alternativa que apresenta corretamente as fórmulas químicas dos compostos
citados no texto: carbonato de cálcio, óxido de cálcio, dióxido de carbono e hidróxido de
cálcio:
a) Ca(HCO3), CaO2, CO2, Ca(OH)2.
b) CaCO3, CaO, CO2, Ca(OH)2.
c) CaCO3, CaO, CO2, CaOH.
d) CaCO3, Ca2O, CO, CaOH.
e) Ca(CO3)2, CaO, CO2, Ca(OH)2.

Questão 8. (UNITAU SP/2015) As substâncias químicas CO2, CaO, (NH3)3PO4, NH4OH,


HCN, NaHCO3, NO2 e SO3 são classificadas, respectivamente, como
a) óxido básico, óxido básico, base, base, ácido, sal, óxido ácido e óxido básico.
b) óxido ácido, óxido básico, sal, base, ácido, sal, óxido ácido e óxido ácido.
c) óxido ácido, óxido ácido, base, sal, ácido, sal, óxido básico e óxido básico.
d) óxido básico, óxido ácido, sal, base, ácido, óxido ácido, óxido ácido e óxido ácido.
e) óxido ácido, óxido básico, sal, sal, ácido, sal, óxido ácido e óxido básico.

Questão 9. (UEPB/2011) Assinale a alternativa que contém os nomes corretos dos produtos
da combustão completa do papel e da queima da esponja de aço assumindo a oxidação de
todo o ferro a Ferro III.
a) Dióxido de Carbono, Água e Óxido de Ferro III
b) Monóxido de Carbono, Água e Óxido de Ferro III
c) Dióxido de Carbono, água oxigenada e Trióxido de Ferro

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246
d) Dióxido de Carbono, Água e Hidróxido de Ferro III
e) Monóxido de Carbono, Hidreto de oxigênio e Óxido de Ferro III

Questão 10. (UDESC SC/2010) O ferro é encontrado na natureza sob a forma de vários
compostos, como a hematita (Fe2O3) e siderita (FeCO3). Grande parte do minério de ferro é
aglomerada utilizando-se cal virgem (CaO) e finos de coque, um combustível com altos
teores de carbono. Em outro processo, a cal virgem pode reagir com a água para formar cal
hidratada, Ca(OH)2.
As funções químicas das substâncias hematita, siderita, cal virgem e cal hidratada são
respectivamente:
a) sal, óxido, óxido e base.
b) sal, óxido, óxido e sal.
c) base, sal, óxido e óxido.
d) óxido, sal, óxido e sal.
e) óxido, sal, óxido e base.

Questão 11. (ITA SP/1997) Considere as afirmações sobre os óxidos de nitrogênio NO, N2O
e NO2.

I. A formação destes óxidos, a partir de N2 e O2, é endotérmica.

II. Os números de oxidação dos átomos de nitrogênio nos óxidos NO, N2O e NO2 são,
respectivamente, +2, +1, e +4.
III. O N2O é chamado de gás hilariante.

IV. O NO é o anidrido do ácido nítrico.


V. O NO2 é um gás colorido.

Estão CORRETAS:
a) Apenas II e IV.
b) Apenas III e V.
c) Apenas I, II, III e V.
d) Apenas I, II, IV e V.
e) Todas.

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Questão 12. (PUC SP/2010) Um analista utilizou um óxido X para neutralizar uma solução
aquosa de amônia (NH3). Em seguida, adicionou um óxido Y para neutralizar uma solução
aquosa de ácido clorídrico (HCl). Por fim, dissolveu certa quantidade de óxido Z em água,
obtendo uma solução de pH 3. Assinale a alternativa que melhor representa as substâncias
X, Y e Z.

X Y Z
a) CO2 CaO SO 3
b) HNO3 NaOH H 2SO 4
c) CaO Na2O CO2
d) K 2O SO 3 P2O5
e) SO 3 CO2 CO

Questão 13. (FEI SP/1987) Na noite de 21 de agosto de 1986, uma nuvem tóxica de gases
saiu do fundo de um lago vulcânico, o lago de Nios, na Africa. Técnicos concluíram que a
nuvem de gases continha sulfeto de hidrogênio, monóxido de carbono, dióxido de carbono
e dóxido de enxofre. O item que contém corretamente as fórmulas dos gases citados acima
é:
a) H2SO4, CO, CO2 e SO3
b) CaO, H2SO3, CO2 e H2SO4
c) CO, CO2 , SO3 e H2SO4,
d) CO, H2S , SO2 e CO2
e) H2S, CO, CO2 e SO3

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Ligações
químicas na sala virtual.

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248
ATIVIDADE EXPERIMENTAL VIII: Comparando compostos orgânicos e
inorgânicos

Objetivos

• Classificar substâncias como orgânicas e inorgânicas, utilizando suas propriedades.


• Formular regras genéricas em relação as propriedades dos compostos orgânicos e
inorgânicos.
• Descrever comparativamente a ação do ácido sulfúrico (H2SO4) concentrado sobre
compostos orgânicos e inorgânicos.

Materiais e métodos

• Espátulas • Chapa de • Sulfato de


• Estante para tubos aquecimento magnésio
de ensaio • Condutivímetro • Sulfato de cobre
• Tubos de ensaio • Cloreto de sódio • Ácido benzóico
• Garras de madeira • Açúcar • Óxido de cálcio
• Béqueres de 50 mL • Ácido sulfúrico • Papel
• Provetas de 10 e concentrado • Clorofórmio
25 mL • Água destilada • Acetona
• Vidros de relógio • Acetanilida • Balança
• Bastão de vidro

Procedimento Experimental

Parte I – Determinação da solubilidade aproximada de sólidos orgânicos e inorgânicos.


a) Separe seis tubos de ensaio e numere-os de 1 a 6.
b) Adicione uma pequena quantidade (ponta de espátula) das seguintes substâncias:
acetanilida, sulfato de magnésio, sulfato de cobre, ácido benzóico, cloreto de sódio e
áçucar nos tubos numerados. Procure colocar quantidades iguais.
c) Separe mais seis tubos de ensaio e numere-os de 7 a 12. Adicione a mesma
quantidade das mesmas substâncias (acetanilida, sulfato de magnésio, sulfato de
cobre, ácido benzóico, cloreto de sódio e áçucar) nos respectivos tubos.
d) Nos tubos 1 a 6, adicione 5 mL de água destilada, agite com o auxilío de um bastão
de vidro e observe se há solubilização.

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249
e) Nos tubos 7 a 12, adicione 5 mL de acetona, agite com o auxilío de um bastão de
vidro e verifique se há solubilização.
f) Faça o mesmo procedimento do iten c e adicione 5 mL de clorofórmio, agite com o
auxilío de um bastão de vidro e verifique se há solubilização.
g) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 1 presente no item Resultados.

Parte II – Reação frente ao ácido sulfúrico concentrado de algumas substâncias orgânicas


e inorgânicas.
a) Separe quatro tubos de ensaio limpos e secos. Numere-os de 1 a 4.
b) Adicione uma pequena quantidade (ponta de espátula) das seguintes substâncias:
óxido de cálcio, cloreto de sódio e áçucar. Transfira para os tubos numerados de 1 a
3.
c) No tubo 4, adicione um pedaço pequeno de papel toalha cortado.
d) Em seguida, adicione cuidadosamente dez gotas de ácido sulfúrico concentrado em
cada tubo.
e) Espere alguns minutos para verificar e anote suas observações na Tabela 2 presente
no item Resultados.

Parte III – Verificação da fusão de sólidos orgânicos e inorgânicos.


a) Separe seis tubos de ensaio e numere-os de 1 a 6.
b) Pese, em um vidro de relógio, 50 miligramas das seguintes substâncias: acetanilida,
sulfato de magnésio, sulfato de cobre, ácido benzóico, cloreto de sódio e áçucar.
Transfira para os tubos numerados.
c) Aqueça na chama de um bico de Bunsen, COM BASTANTE CUIDADO, cada tubo
de ensaio segurando-o com uma garra de madeira.
d) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 3 presente no item Resultados.

Parte IV – Determinação de condutividade elétrica de algumas substâncias orgânicas e


inorgânicas.
a) Separe seis tubos de ensaio e numere-os de 1 a 6.
b) Pese, em um vidro de relógio, 50 miligramas das seguintes substâncias: acetanilida,
sulfato de magnésio, sulfato de cobre, ácido benzóico, cloreto de sódio e áçucar.
Transfira para os tubos numerados.
c) Transfira as substâncias para béqueres de 50 mL.
d) Adicione 25 mL de água destilada e agite com o auxílio de um bastão de vidro.
e) Utilizando o condutivímetro, meça a condutibilidade elétrica das soluções aquosas 1
a 6. Não se esqueça de limpar os eletrodos com água destilada e papel sempre que
trocar de solução.
f) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 4 presente no item Resultados.

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250
Resultados

Parte I – Determinação da solubilidade aproximada de sólidos orgânicos e inorgânicos.

Tabela 1 – Solubilidade de algumas substâncias.

Substâncias Tubos de Água Tubos de Acetona Clorofórmio


ensaio ensaio

Acetanilida 1 7

Sulfato de 2 8
magnésio

Sulfato de cobre 3 9

Ácido benzóico 4 10

Cloreto de sódio 5 11

Açúcar 6 12

Parte II – Reação frente ao ácido sulfúrico concentrado de algumas substâncias orgânicas


e inorgânicas.

Tabela 2 – Reação com ácido sulfúrico de algumas substâncias.

Tubos de Substâncias Observações


ensaio

1 Óxido de cálcio

2 Cloreto de sódio

3 Açúcar

4 Papel

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251
Parte III – Verificação da fusão de sólidos orgânicos e inorgânicos.

Tabela 3 – Fusão de de algumas substâncias.

Tubos de Substâncias Observações


ensaio

1 Acetanilida

2 Sulfato de magnésio

3 Sulfato de cobre

4 Ácido benzóico

5 Cloreto de sódio

6 Açúcar

Parte IV – Determinação de condutividade elétrica de algumas substâncias orgânicas e


inorgânicas.

Tabela 4 – Condutividade elétrica de algumas soluções aquosas.

Tubos de Substâncias Observações


ensaio

1 Acetanilida

2 Sulfato de magnésio

3 Sulfato de cobre

4 Ácido benzóico

5 Cloreto de sódio

6 Açúcar

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252
ATIVIDADE EXPERIMENTAL IX: Tipos de reações químicas

Objetivos

• Realizar algumas reações químicas, identificando os produtos formados e


escrevendo as respectivas equações químicas envolvidas, devidamente
balanceadas.
• Classificar as reações estudadas.

Materiais e métodos

• Tubos de ensaio • Solução de sulfato de sódio


• Provetas de 50 ou 100 mL (Na2SO4) 0,10 mol L-1
• Proveta de 5 ou 10 mL • Solução de nitrato de bário
• Béqueres de 50 mL (Ba(NO3)2) 0,1 mol L-1
• Conta-gotas • Solução de carbonato de sódio
• Bastão de vidro (Na2CO3) 0,1 mol L-1
• Termômetro • Solução de cloreto de sódio (NaCl)
• Zinco metálico 0,1 mol L-1
• Cobre metálico • Solução de brometo de potássio
• Solução de ácido clorídrico (HCl) (KBr) 0,1 mol L-1
1,0 mol L-1 • Solução de cloreto de ferro (III)
• Solução de sulfato de zinco (FeCl3) a 3%
(ZnSO4) 0,25 mol L-1 • Solução de hidróxido de sódio
• Solução de sulfato de cobre (II) (NaOH) a 10%
(CuSO4) 0,25 mol L-1

Procedimento Experimental

Parte I – Reação de neutralização.

Em um béquer de 50 mL, adicione 20 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L -1. Anote a


temperatura desta solução com o auxílio de um termômetro. À esta solução, adicione 20 mL
de hidróxido de sódio 1,0 mol L-1 e observe quaisquer mudanças de temperatura. Observe
atentamente e anote o ocorrido no item Resultados.

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253
Parte II – Testes em tubos de ensaio
Observação: 20 gotas corresponde a aproximadamente 1 mL.
Separe oito tubos de ensaio e numere-os de 1 a 8.
a) Nos tubos 1 a 4, adicione uma pequena quantidade (ponta de espátula) de zinco
metálico, cobre metálico, zinco metálico e cobre metálico, respectivamente.
b) No tubo 1, adicione 1,0 mL de sulfato de cobre 0,25 mol L -1. Agite com o auxilío de
um bastão de vidro e observe.
c) No tubo 2, adicione 1,0 mL de sulfato de zinco 0,25 mol L-1. Agite com o auxilío de um
bastão de vidro e observe. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
d) No tubo 3, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1. Observe o ocorrido.
e) No tubo 4, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1. Observe o ocorrido.
f) No tubo 5, adicione 1,0 mL de nitrato de bário 0,10 mol L -1 e 1,0 mL de sulfato de
sódio 0,10 mol L-1. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
g) No tubo 6, adicione 1,0 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L-1 e 1,0 mL de carbonato de
sódio 0,10 mol L-1. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
h) No tubo de ensaio 7, adicionar 1,0 mL de solução de cloreto de sódio à 1,0 mL de
solução de brometo de potássio. Agite com o auxilío de um bastão de vidro e observe.
i) No tubo de ensaio 8, adicionar 1,0 mL de solução de cloreto de ferro (III) e, a seguir,
1,0 mL de solução de hidróxido de sódio a 10%. Observar se houver formação de um
precipitado, caso contrário, adicionar um pouco mais de base. Agite com o auxilío de
um bastão de vidro e observe.
j) Os dados obtidos deverão constar na Tabela 1 presente no item Resultados.

Parte III – Reações com variação de energia


Em um béquer de 50 mL, adicione 20 mL de ácido clorídrico 1,0 mol L -1. Anote a
temperatura desta solução com o auxílio de um termômetro. À esta solução, adicione 20 mL
de hidróxido de sódio 1,0 mol L-1 e observe quaisquer mudanças de temperatura. Anote
o ocorrido no item Resultados.
Coloque em um tubo de ensaio 5 mL de água destilada. Anote a temperatura desta
solução com o auxílio de um termômetro. À esta solução, adicione, aproximadamente, 1,0 g
de cloreto de amônio e observe quaisquer mudanças de temperatura. Anote os resultados.

Resultados

Parte I – Reação de neutralização.


T(inicial) =

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254
T(final) =

Parte II – Testes em tubos de ensaio.


Tabela 1 – Reações nos tubos de ensaio.

Tubos de ensaio Observações

Parte III – Reações com variação de energia


T(inicial) =
T(final) =

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255
ATIVIDADE EXPERIMENTAL X: Reconhecimento de reações de oxirredução por
testes qualitativos

Objetivos

Discutir a viabilidade de reconhecer reações de oxirredução mediante a observação


de evidências de reação específicas.

Materiais e métodos

• Permanganato de potássio sólido


• Solução de Permanganato de potássio (KMnO4) 0,1M
• Ácido sulfúrico (H2SO4) diluído 0,1M
• Sulfato ferroso (FeSO4) 0,1M
• Peróxido de hidrogênio 20 volumes
• Ácido clorídrico concentrado
• Solução de iodato de potássio 0,1M
• Solução de iodeto de potássio 0,1M
• Solução de ácido nítrico (HNO3) concentrado
• Solução de ácido nítrico (HNO3) 3,0M
• Banho-maria
• Cobre metálico
• Tubos de ensaio
• Espátulas

Procedimento Experimental

a) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de Permanganato


de potássio (KMnO4), adicionar 20 gotas de ácido sulfúrico (H2SO4) diluído e, em
seguida, adicionar, gota a gota, solução de sulfato ferroso (FeSO4) 0,1M. Fazer suas
observações práticas do ocorrido.
b) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de Permanganato
de potássio (KMnO4) 0,1M, acidular com 20 gotas de H2SO4 diluído e adicionar
solução de Peróxido de hidrogênio (H2O2) 20 volumes, gota a gota. Fazer suas
observações práticas do ocorrido.

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256
c) Colocar num tubo de ensaio cristais de permanganato de potássio e em seguida
juntar, gota a gota, solução concentrada de ácido clorídrico. Fazer suas observações
práticas do ocorrido.
d) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de iodato de
potássio 0,1M e, em seguida, acidular com 20 gotas de ácido sulfúrico, juntar ao tubo
de ensaio, gotas de solução de iodeto de potássio (KI) 0,1M. Fazer suas observações
práticas do ocorrido.
e) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de ácido nítrico
(HNO3) concentrado e, em seguida, colocar no tubo um fragmento de cobre metálico.
CUIDADO O PRODUTO É TÓXICO. Fazer suas observações práticas do ocorrido.
f) Colocar num tubo de ensaio, aproximadamente, 2 mL de solução de ácido nítrico
diluído 3,0M, em seguida colocar no tubo um fragmento de cobre metálico. CUIDADO
PRODUTO TÓXICO! Aquecer em banho-maria. Fazer suas observações práticas do
ocorrido.

Resultados

Reação Observações
1
2
3
4
5
6

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257
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XI: Síntese do sulfato de cobre

Objetivos

Realizar a síntese de um composto inorgânico (sólido cristalino) a partir de seu metal.

Materiais e métodos

• Equipamento banho-maria (90 °C)


• 1 béqueres de 250 mL
• 2 provetas de 10 mL
• 2 provetas de 25 mL
• Conjunto para filtração à vácuo (funil de Büchner; quitasato; papel de filtro; trompa
d'água);
• Tubos de ensaio
• Placa de agitação e barra magnética
• Cobre em pó ou limalha de cobre
• Ácido sulfúrico 10% (v/v) (100 mL de H2SO4 concentrado por litro de solução)
• Água oxigenada (peróxido de hidrogênio – H2O2) 10% (v/v)
• Etanol (álcool etílico)
• Amônia concentrada (na capela!)
• Solução de hidróxido de sódio 10% (m/v)
• Gelo

Procedimento Experimental

ATENÇÃO! ESSA PRÁTICA DEVE SER REALIZADA NA CAPELA!

a) Pese 1,0 g de cobre em pó (ou limalha de cobre) em um béquer de 250 mL (anote


exatamente a massa pesada).
b) Adicione 15 mL de ácido sulfúrico diluído (10%) e 10 mL de água oxigenada (10%).
Agite a mistura.
c) Aqueça a mistura em banho-maria (80-90 °C) até dissolução completa do cobre.

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258
Obs.: Se o cobre não estiver completamente dissolvido após 15 minutos, adicione mais 2
mL de da solução de água oxigenada e continue aquecendo. Se após 25 minutos, desde o
início da reação, ainda sobrar cobre metálico, separe a solução por decantação.
d) Deixe evaporar a solução sobre o banho-maria até um volume de 15 a 20 mL.
e) Retire a solução do banho-maria e deixe-a esfriar até temperatura ambiente.

Há diferentes maneiras de cristalização para se obter o produto cristalino. O professor irá


dividir os grupos que farão cada um dos métodos descritos abaixo:

Método 1: Adicione 20 mL de etanol gelado à solução fria sob agitação (em placa de
agitação com barra magnética). Após 10 minutos de agitação com etanol, colete o
precipitado (sólido) por filtração a vácuo em um funil de Büchner até que os cristais estejam
secos.
✓ Para isso, conecte o kitassato provido de um funil de Büchner à mangueira de água.
Corte um círculo de papel de filtro cujo diâmetro deve ser de 1 a 2 mm menor que o
diâmetro interno do funil de Büchner. Coloque o papel no funil de modo a cobrir seus
orifícios, mas sem chegar até as paredes do mesmo. Ligue a trompa de água,
umedeça o papel de filtro com água e efetue a filtração. Lave o produto sólido com 5
mL de etanol. Apenas colete o sólido quando ele estiver bem seco e guarde-os em
local designado pelo técnico. Antes de fechar a torneira da trompa de água, libere a
pressão interna formada desconectando o funil do kitassato cuidadosamente.
Obs.: A solução que ficou no kitassato deve ser colocada em um recipiente designado pelo
professor.

Método 2: Adicione 10 mL de etanol gelado e coloque o béquer em banho de gelo. Cristais


azuis milimétricos irão se formar no fundo do béquer após alguns minutos. Após 30 minutos,
colete o precipitado por filtração a vácuo em um funil de Büchner até que os cristais estejam
secos. Faça o mesmo procedimento de filtração e lavagem com etanol descrito no Método
1.
Obs.: A solução que ficou no kitassato deve ser colocada em um recipiente designado pelo
professor.

Método 3: Guarde a solução em um recipiente aberto até a próxima sessão de laboratório.


Cristais triclínicos grandes e azuis de sulfato de cobre pentahidratado serão formados a partir
da evaporação lenta da água.
Obs.: Apenas um grupo fará esse método e acompanhará o processo de filtração/lavagem
do sólido, bem como os testes g e h, com outros colegas.

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259
f) Pese o sulfato de cobre sintetizado a fim de calcular o rendimento obtido.
g) Utilize um pequeno cristal do produto sintetizado para observar algumas reações do
íon Cu2+ em meio aquoso:

- Coloque um pequeno cristal do CuSO4.5H2O sintetizado em um tubo de ensaio e


acrescente 2-3 mL de água destilada, solubilizando o sólido. Na capela, adicione, gota a
gota e sob agitação, amônia concentrada até que uma solução de coloração azul escura
seja obtida indicando a formação do complexo catiônico [Cu(NH3)4]2+.
- Coloque um pequeno cristal do CuSO4.5H2O sintetizado em um tubo de ensaio e
acrescente 2-3 mL de água destilada, solubilizando o sólido. Adicione, gota a gota e sob
agitação, uma solução de hidróxido de sódio 10% até que um precipitado azul gelatinoso de
hidróxido de cobre seja observado. Aqueça a mistura no tubo de ensaio em banho-maria até
que o precipitado fique preto, indicado a formação de óxido de cobre.

Resultados

m (cobre pesada): ____________________________________________


m (sulfato de cobre): __________________________________________

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260
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XII: Oxidação do etanol - princípio de
funcionamento do bafômetro

Objetivos

• Demonstrar a utilidade do bafômetro, bem como os princípios químicos do seu


funcionamento.
• Determinar qualitativamente o teor alcoólico de algumas soluções.

Materiais e métodos

• 6 tubos de ensaio
• Espátula
• Pipeta Pasteur
• Béquer de 250 mL
• Proveta de 50 ou 100 mL
• Bastão de vidro
• Dicromato de potássio (K2Cr2O4)
• Etanol
• Ácido sulfúrico concentrado
• Água

Procedimento Experimental

a) No béquer, dissolva cerca de 30 gramas do dicromato de potássio em 50 mL de água


até que o sal não dissolva mais.
b) Adicione 20 gotas dessa solução a 6 tubos de ensaio vazios e numere-os de 1 a 6.
c) Coloque 4 gotas de ácido sulfúrico aos tubos de 1 a 6. Agite.
d) Adicione, respectivamente, 2, 4, 6, 8, 10 e 12 gotas de etanol a cada tubo e observe.
Anote.

Resultados
Tabela 1 - Comparação entre a intensidade da mudança na cor

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261
Tubos Observações
1
2
3
4
5
6

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262
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIII: Síntese do oxalato de bário

Objetivos

Sintetizar o oxalato de bário partindo de um sal pouco solúvel (carbonato de bário)


através de reações químicas consecutivas.

Materiais e métodos

• Conjunto para filtração à vácuo (funil de Büchner; quitasato; papel de filtro; trompa
d'água);
• 1 béqueres de 25 mL
• Pipetas de 5 ou 10 mL
• Placa de agitação com aquecimento e barra magnética
• Espátulas
• Placa de Petri
• Carbonato de bário
• HCl 6,0 mol L-1
• Vermelho de metila 0,5 %
• NH4OH 6,0 mol L-1
• (NH4)2C2O4(aq) saturado
• Uréia
• AgNO3(aq) 0,1 mol L-1

Procedimento Experimental

a) Em um béquer de 25 mL, pese 100 mg de carbonato de bário e adicione 2 mL de


água.
b) Coloque a mistura sob agitação magnética e aquecimento moderado.
c) Adicione gota a gota uma solução 6,0 mol L-1 de ácido clorídrico até que todo o sólido
tenha se dissolvido.
d) Dilua a solução para o volume final de 10 mL e adicione duas gotas de uma solução
0,5% de vermelho de metila.
e) A solução deve estar ácida e, portanto uma cor vermelha deve ser observada.
f) Adicione então 6,0 mL de uma solução aquosa saturada de oxalato de amônio e 4,0
g de uréia a mistura.

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263
g) Deixe a solução entrar em ebulição branda, até que a cor mude de vermelho para
amarelo.
h) Acrescente mais água, se necessário, para compensar as perdas por evaporação e
a fim de evitar a precipitação de uréia.
i) A precipitação de cristais incolores de oxalato de bário deve ser observada. Caso não
haja precipitação, adicione gotas de uma solução 6,0 mol L-1 de hidróxido de amônio,
até que ocorra a precipitação.
j) Deixe o béquer esfriar até a temperatura ambiente.
k) Filtre o sólido formado e lave-o com água gelada até que o teste para cloretos (com
AgNO3) resulte negativo.
l) Coloque o papel filtro com o sólido branco em uma placa de Petri e leve a estufa para
a secagem.
m) Pese-os após terem secado e calcule o rendimento da reação global.

Resultados

m (carbonato pesado): _________________________________


m (produto): __________________________________________

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264
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XIV: Síntese do carbonato de zinco

Objetivos

Sintetizar o carbonato de zinco.

Materiais e métodos

• Balança, • espátula,
• bastão de vidro, • tubo de ensaio,
• béquer, • Solução de cloreto de zinco 0,1
• vidro de relógio, mol/L,
• conjunto para filtração à vácuo • Solução de bicarbonato de sódio
(funil de Büchner; quitasato; papel 0,1 mol/L,
de filtro; trompa d'água); • solução diluída de ácido clorídrico.

Procedimento Experimental

a) Misture 10 mL de uma solução de cloreto de zinco (0,1 mol/L) a 10 mL de uma solução


de bicarbonato de sódio (0,1 mol/L).
b) Filtrar o produto obtido utilizando filtração à vácuo.
c) Secar o produto o máximo possível no próprio funil, deixando o sistema de vácuo
funcionando. Depois de seco, pesar o produto obtido. Anotar o resultado.
d) Colocar uma ponta de espátula de carbonato de zinco sintetizado no item anterior,
em um tubo de ensaio e adicionar 5 gotas de uma solução de ácido clorídrico diluído.
Anotar suas observações e correspondente reação.
e) Calcular o rendimento prático da obtenção.

Resultados
m (produto): __________________________________________

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265
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XV: Uma reação de precipitação

Objetivos

• Observar uma reação de precipitação.


• Realizar cálculos estequiométricos envolvendo reagente limitante e em excesso.
• Calcular o rendimento de uma reação.

Materiais e métodos

• Vidros de relógio
• Funil de vidro
• Provetas de 100 mL
• Suporte com anel de ferro
• Béqueres de 250 mL
• Bastões de vidro
• Estufa
• Papel de filtro
• Dessecador
• Cromato de potássio
• Cloreto de bário

Procedimento Experimental

a) Pese 0,80 g de cromato de potássio e transfira para um béquer de 250 mL, adicione
100 ml de água destilada, medida em proveta. Agite com bastão de vidro até a
completa dissolução.
b) Pese 0,60 g de cloreto de bário e transfira para um béquer de 250 ml. Adicione 50 ml
de água destilada medida em proveta. Agite com bastão de vidro até completa
dissolução.
c) Pese um papel de filtro.
d) Adapte um anel de ferro num suporte e nele coloque um funil de filtração. Adapte o
papel de filtro ao funil
e) Adicione a solução de cloreto de bário à de cromato de potássio. Agite a mistura com
o bastão.
f) Faça a filtração manejando com cuidado para que não haja perda de precipitado.

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266
g) Lave o béquer e o bastão de vidro com água destilada para remover qualquer resíduo
de precipitado. Coloque a água de lavagem no funil.
h) Lave o precipitado no funil com água destilada. Após completa decantação retire o
papel de filtro e coloque-o sobre um vidro de relógio. Despreze o filtrado.
i) Leve o precipitado para secar em estufa à 150°C, por quinze minutos. Retire o
precipitado seco da estufa e coloque-o para resfriar num dessecador.
j) Depois de frio, pese o papel de filtro com o precipitado. Anote o peso obtido.

Resultados

Tabela 1 – Quantidades pesadas para o cálculo de rendimento de uma reação química.

Substância Quantidade (g) Observações


K2CrO4
BaCl2
Papel de filtro
Papel de filtro +
BaCrO4
BaCrO4

Tabela 2 – Rendimento de uma reação química.

Reação Observações
1

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267
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268
Capítulo 7 – Compostos de coordenação

Objetivos
Estudar as compostos de coordenação, nomenclatura básica
e isomeria.

7.1 Introdução

Compostos de coordenação são substâncias que apresentam uma espécie central


ligada a íons ou moléculas, denominados ligantes. A espécie central pode ser um cátion,
ânion ou um átomo neutro.

Exemplos:

[Ni(CO)4] → Espécie central: Ni

Ligante: 4 moléculas neutras CO

[PtCl6]2- → Espécie central: Pt(IV)

Ligante: 6 íons Cl-

[Co(NH3)6]3+ → Espécie central: Co(III)

Ligante: 6 moléculas neutras NH3

Vejam que as espécies formadas podem ser catiônicas, aniônicas e neutras.


Um exemplo de composto de coordenação no nosso organismo é a hemoglobina, que
é um complexo que tem o ferro (II) como elemento central, responsável pelo transporte dos
gases sanguíneos, principalmente oxigênio e gás carbônico (Figura 48).

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269
Figura 48 – Fórmula da Hemoglobina.

Fonte: https://lh3.ggpht.com/-
ebUcJmTT4Ko/TtqA4UkDO5I/AAAAAAAAEi8/lp464UADZXw/heme_01%25255B7%25255D.gif?imgmax=800
(Acesso em 27 Jan. 2022).

Outro exemplo é a clorofila, que é um complexo cujo elemento central é o magnésio,


responsável pela fotossíntese, processo vital para os vegetais.
Muitos compostos de coordenação também foram sintetizados. Por exemplo, os
catalisadores de Ziegler-Natta, que promovem a polimerização de etileno, possibiltando a
produção de polietileno em larga escala. Na medicina, podemos citar a cisplatina,
[PtCl2(NH3)2], usada no tratamento de câncer de ovário e testículo.
A primeira explicação formulada para as ligações existentes nos compostos de
coordenação foi a teoria de coordenação de Werner, em 1893, antes da descoberta do
elétron. As principais proposições são:
1) A maior parte dos elementos possuem dois tipos de valência:
a) Valência primária (número de oxidação);
b) Valência secundária (número de coordenação);
2) Todo elemento tende a satisfazer tanto suas valências primárias quanto as valências
secundárias;
3) A valência secundária apresenta direções fixas no espaço.

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270
Dica do professor: Número de coordenação (NC) é o
número total de átomos doadores de elétrons. A teoria de
Werner diz que, nas ligações coordenadas, o ligante doa
um par de elétrons para o íon metálico (espécie central).

A maioria dos compostos de coordenação tem como espécies centrais elementos


metálicos na forma catiônica, que funcionam como doadores de elétrons, ou seja, possuem
elétrons livres. Por exemplo, no [Co(NH3)6]Cl3, o Co3+ é a espécie central.
Dependendo da carga elétrica das espécies coordenadas ao elemento metálico,
classificamos os compostos em adutos ou complexos. Os adutos são caracterizados por a
espécie coordenada apresentar carga elétrica nula, como ocorre nos compostos [Ni(CO)4] e
[Co(NH3)6]3+. E são chamados de sais complexos ou íons complexos quando os ligantes
possuem cargas como no complexo [PtCl6]2-.
De forma geral, temos a seguinte fórmula para os compostos de coordenação:

Carga do
complexo

Espécie central
Número de
3+
[Co(NH3)6] Coordenação

Ligante

Fonte: produzida pelos autores.

Dica do professor: Número de coordenação (NC)


apresentado na fórmula acima só é igual o número de
ligantes quando o composto é monodentado, ou seja, só
faz ligação através de um átomo doador.

Como podem ver, a fórmula do composto de coordenação nos traz importantes


informações sobre a valência primária (número de oxidação) e a valência secundária
(número de coordenação). Veja no exercício abaixo como calcular a valência primária.

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271
Exercício Resolvido
Enunciado:
Determine a carga do metal no complexo de coordenação [Cu(NH3)4]SO4.
Resolução:
Sendo o composto neutro e sabendo que o SO 4 possui carga -2, o complexo [Cu(NH3)4]
possui carga +2, como NH3 é uma molécula neutra, o Cu possui carga +2.

7.2 Ligantes: classificação estrutural

Os ligantes, que geralmente nos compostos de coordenação funcionam como


doadores de elétrons, podem se ligar ao átomo central através de um ou mais átomos. Para
que isso aconteça, é necessário que esses átomos possuam pares de elétrons não ligantes.
Se a coordenação se faz apenas através de um átomo, o ligante é do tipo
monodentado (Cl-, NH3). Se for por dois átomos, o ligante é bidentado (NH2CH2CH2NH2) e
assim sucessivamente. A Tabela 19 apresenta alguns ligantes comuns.

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272
Tabela 19. Alguns ligantes mais comuns.

Átomo(s)
Espécie Fórmula Abreviação Classificação
doador(es)

Água H2O O - Monodentado

Amônia NH3 N - Monodentado

Íon cloreto Cl- Cl - Monodentado

Monóxido de
CO C - Monodentado
carbono

Íon cianeto CN- C* - Monodentado

Trifenilfosfina P(C6H6)3 P PPh3 Monodentado

Piridina N py Monodentado

Íon carbonato CO32- O (2 átomos) - Bidentado

Íon oxalato C2O42- O (2 átomos) ox Bidentado

Etilenodiamina H2N-CH2CH2-NH2 N (2 átomos) en Bidentado

Fonte: produzido pelos autores.

Durante algum tempo os químicos de coordenação têm se preocupado com certas


tendências na estabilidade de complexos metálicos. Uma das primeiras correlações foi
a série de estabilidade de Irving-Williams. Para um dado ligante, a estabilidade dos
complexos com metais di-positivos segue a ordem: Ba2+ < Sr2+ < Ca2+ < Mg2+ < Mn2+ <
Fe2+ < Co2+ < Ni2+ < Cu2+ > Zn2+. Esta ordem surge em parte devido ao decréscimo no
tamanho dentro da série e em parte devido a efeitos do campo ligante. Essa teoria postula
que a única interação existente entre o íon central e os ligantes é de natureza eletrostática.
Estudos indicam que certos ligantes formam complexos mais estáveis com metais
como Ag+, Hg2+ e Pt2+ e outros parecem preferir íons como Al3+, Ti4+ e Co3+. Então, com base
nessa preferência de ligações, ligantes e íons metálicos foram classificados como
pertencentes ao tipo (a) ou (b) de acordo com suas ligações preferidas.
Íons metálicos da classe (a) incluem os íons de:

• metais alcalinos,

• metais alcalinos terrosos e

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273
• metais de transição mais leves em seus estados de oxidação mais altos como Ti4+,
Cr3+, Fe3+, Co3+ e o íon H+.
Íons metálicos da classe (b) incluem os íons de:

• metais de transição mais pesados e

• os estados de oxidação mais baixos, como Cu+, Ag+, Hg+, Hg2+, Pd2+ e Pt2+.
Os ligantes podem ser classificados, de acordo com suas preferências pelos íons
metálicos das classes (a) ou (b), conforme tabela a seguir:

Tendência a complexar com íons Tendência a complexar com íons


metálicos da classe (a) metálicos da classe (b)

N>>P>As>Sb N<<P>As>Sb

O>>S>Se>Te O<<S<Se~Te

F>Cl>Br>I F<Cl<Br<I

7.3 Ácidos e bases duros e moles

Ralph G. Pearson (1919‐1987) sugeriu os termos "duro" e "mole" para descrever os


membros das classes (a) e (b). Assim, um ácido duro é um íon metálico do tipo (a) e uma
base dura é um ligante como o íon fluoreto. Já um ácido mole é um íon metálico do tipo (b)
e uma base mole é um ligante como o íon iodeto.
De forma geral, espécies duras, tanto ácidos como bases, tendem a ser espécies
pequenas, pouco polarizáveis. Já ácidos e bases moles tendem a ser grandes e mais
polarizáveis.
Pearson ainda sugeriu que ácidos duros preferem se ligar a bases duras e ácidos
moles preferem se ligar a bases moles, regra conhecida como Princípio de Pearson. Veja o
exemplo abaixo. O íon Zn2+ prefere se ligar aos átomos de oxigênio, enquanto o Au 3+ prefere
se ligar aos átomos de nitrogênio.

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274
+2
➢ Zn
+3
➢ Au

Base: Ciprofloxacina

Fonte: produzido pelos autores.

7.4 Número atômico efetivo

O número de ligações coordenadas formadas depende, principalmente, do número


de orbitais vazios de energia adequada. De acordo com a regra do número atômico efetivo
(NAE), a adição de ligantes até que o número de elétrons do átomo metálico central mais o
número de elétrons cedidos pelos ligantes sejam iguais ao número de elétrons do gás nobre
seguinte. Veja o exemplo: No complexo K4[Fe(CN)6], hexacianoferrato(II) de potássio, um
átomo de ferro possui 26 elétrons, de modo que o íons central Fe 2+ possui 24 elétrons. O
gás nobre seguinte, ao ferro, é o criptônio, com 36 elétrons. Portanto, a adição de seis pares
de elétrons dos seis ligantes CN- eleva o número atômico efetivo do Fe2+, no complexo
[Fe(CN)6]4-, a 24 + (6 x 2) = 36.

Dica do professor: Embora a regra do NAE possa prever


corretamente o número de ligantes de um grande número
de complexos, há um número considerável de exceções.

7.5 Regra de 18 elétrons

Em 1923, o químico britânico Nevil Vincent Sidgwick observou que, em compostos de


coordenação, o átomo central, apresentava a mesma contagem de elétrons de valência que

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275
os gases nobres. Ou seja, a regra dos 18 elétron seria a correspondente do octeto para os
elementos representativos.
Como os fornecem elétrons (usualmente um par por ligante) para a espécie central
(metal), a soma do número de elétrons de valência do metal mais o número de elétrons
recebidos dos ligantes será igual a 18. Quando os elétrons são contados, cada átomo
metálico e os ligantes são tratados como neutros. Se o complexo está carregado,
simplesmente adiciona-se ou subtrai-se o número apropriado de elétrons do total. Veja um
exemplo com o íon complexo [Co(NH3)6]3+.

Configuração eletrônica do Co ⇒ [Ar] 3d7 4s2

N° de elétrons de valência do Co ⇒ 9 x 1 = 9

N° de elétrons cedidos pelo NH3 ⇒ 2 x 6 = 12

Como a carga do complexo é positiva, deve-se subtrair 3 elétrons do total. Então:

Carga do complexo positiva ⇒ -3

N° de elétrons no complexo [Co(NH3)6]3+ ⇒ 18

Alguns metais de transição (Rh, Ir, Pd, Pt) formam compostos com 16 e −.

Dica do professor: Assim como há inúmeras exceções à


regra do coteto, a regra de 18 elétrons não pode ser usada
em todos os casos.

7.6 Condutividade dos compostos de coordenação

A condutividade elétrica de uma solução depende da concentração do soluto e do


número de cargas presentes. Para compostos de coordenação, essas condições também
são válidas (Tabela 20).

Tabela 20. Compostos de coordenação e suas condutâncias (ohm-1.cm-1.mol-1)

Composto Condutância Molar Eletrólito

NaCl 124 1:1


CaCl2 261 2:1

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276
[PtCl3(NH3)3]Cl 97 1:1
[PtCl2(NH3)4]Cl2 229 1:2
[PtCl(NH3)5]Cl3 404 1:3
[Pt(NH3)6]Cl4 523 1:4
Fonte: produzido pelos autores.

Dica do professor: As medidas de condutância


eletrolítica envolvem, geralmente, a determinação da
resistência de um segmento de solução compreendido
entre dois eletrodos paralelos, por aplicação da lei de
Ohm.

7.7 Estereoquímica dos compostos de coordenação

Estereoquímica do composto de coordenação é a relação espacial entre a espécie


central e seus ligantes. De acordo com o o número de coordenação (NC) da espécie central,
podemos agrupá-los. Iremos discutir apenas os mais comuns.

7.7.1 Número de Coordenação 2: Forma Linear

Geralmente este número de coordenação é mais comum para íons de elementos dos
grupos 11 e 12 como Cu+1, Ag+1, Au+1, Hg+2. Alguns exemplos destes íons complexos são:
[Hg2Cl2], [AgCl2]- , [Hg(CH3)2] e [CuCl2]- .

Fonte: Weller et al, 2017.

7.7.2 Número de Coordenação 3: Forma Trigonal Plana

Este é um número de coordenação pouco comum, ou seja existem poucos complexos


com este número de coordenação. Da mesma forma que o caso anterior, este NC também

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277
é mais comum para os íons dos grupos 11 e 12: Cu+1, Ag+1, Au+1, Hg+2. Nesta geometria os
átomos doadores estão dispostos em cada um dos vértices de um triângulo. Alguns
exemplos: [Cu(CN)3]2-; [Ag(PPh3)3]+; [Pt(P(Ph3)3], etc.

Fonte: Weller et al, 2017.

7.7.3 Número de Coordenação 4: Forma Tetraédrica

Geralmente este número de coordenação é mais comum para íons cujo metal central
tem configuração eletrônica d0,d1,d2,d5 a d10 (exceto d8). Não se conhecem com d3, para d4
somente com ligantes volumosos. Alguns exemplos de complexos com esta geometria:
[MnO4]-(d0); [RuO4]-(d1); [FeO4]2-(d2); [MnCl4]2-(d5); [FeI4]2-(d6); [CoCl4]2-(d7); [Zn(OH)4]2- (d10).

Fonte: Weller et al, 2017.

7.7.4 Número de Coordenação 4: Forma Quadrado - Plana

Quando o metal tem configuração d8, como no caso de Rh+1, Ir+1,Pd+2, Pt+2, Au+3, a
geometria mais comum é a quadrado-plana. Complexos de Ni+2 podem ou não ser quadrado

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278
– planos, dependendo do ligante. Alguns exemplos de complexos com esta geometria:
[PtCl2(NH3)2] ; [Ni(CN)4]2- ; etc.

Fonte: Weller et al, 2017.

7.7.5 Número de Coordenação 5: Bipirâmide Trigonal e Pirâmide de Base


Quadrada

Para este número de coordenação duas geometrias são comuns: Bipirâmide Trigonal
(BPT) e Pirâmide de Base Quadrada (PBQ). Diferente do caso de NC = 4, onde a geometria
mais comum é a Tetraédrica, aqui não há uma “preferência”. É comum, inclusive,
encontrarmos complexos altamente distorcidos, ou seja, estão entre uma geometria BPT e
um PBQ.

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279
Fonte: Weller et al, 2017.

7.7.6 Número de Coordenação 6: Octraédrica e Prisma Trigonal

Duas geometrias surgem para este NC: Octraédrica (Oh) e Prisma Trigonal (PT).
Como estamos falando da geometria mais comum para o NC seis, a geometria octaédrica é
a mais comum entre os compostos simples. Alguns exemplos para os íons d 1 a d10:
[Co(CN)6]3-; [Cr(NH3)6]3+; etc.
A geometria prisma trigonal é muito menos comum. Os íons metálicos como Zr4+, Hf4+,
Mo4+, W4+ e Re6+ , resultando em complexos com forma geométrica prisma trigonal. Alguns
exemplos são: [Zr(CH3)]2- e [Re(S2C2(CF3)2)3].

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280
Fonte: Weller et al, 2017 e https://www.chemtube3d.com/images/gallery/inorganicsjpgs/crnh363_.jpg (Acesso
28 Jan. 2022).

7.7.7 Complexos quelatos e com ligantes em ponte

Efeito quelato é um fenômeno que ocorre quando ligantes polidentados formam


compostos de coordenação com estruturas anelares envolvendo o átomo central e os
ligantes. O termo quelato é de origem grega e deriva da palavra chel, que significa “garra”.
Esse tipo de composto é sempre mais estável do que compostos semelhantes que não são
quelatos. Sob o ponto de vista termodinâmico, o efeito quelato é determinado,
principalmente, pelo aumento de entropia associada à formação desses compostos.
Na reação de formação, cada ligante polidentado substitui pelo menos 2 ligantes
monodentados, aumentando o número de íons, de moléculas ou de radicais livres, o que
resulta em aumento de entropia, favorecendo a formação de quelatos.
[Cu(H2O)2(NH3)4]2+ + 2 en [Cu(H2O)2(en)2]2+ + 4 NH3
[Ni(NH3)6]2+ + 3 en [Ni(en)3]2+ + 6 NH3
O tratamento da doença de Wilson (acúmulo de cobre nos olhos e no cérebro) têm
sido feito através de agente quelante. Para que se possa formar o quelato mais estável,
rompem-se as ligações do Cu com as proteínas do organismo, o que vai permitir sua
eliminação através da urina.

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281
Fonte: https://www.maestrosaude.com.br/wp-content/uploads/2016/01/doenca-wilson.jpg (Acesso 28 Jan.
2022).

7.7.8 Isomeria

Isomeria é quando dois ou mais compostos tem a mesma composição, mas arranjos
diferentes de átomos. Possuem diferentes propriedades físicas ou químicas, como: cor,
solubilidade ou velocidade de reação. Observe o exemplo a seguir. No caso do
[Co(NH3)4]Cl3, existem 2 isômeros para os ligantes de Cl ligados ao Co.

Fonte: Brown, 2017.

Vários tipos de isomerias ocorrem entre os compostos de coordenação. Podemos


dividir em isomeria estrutural, em que as ligações são diferentes entre os átomos. E
estereoisomeria, quando os átomos possuem as mesmas ligações entre si, mas diferem no
arranjo espacial destas ligações.
Dentre os estereoisômeros, encontramos os isômeros geométricos e isômeros óticos.
Já dentre os estruturais, temos isômeros de coordenação, de ligação, de ionização e de
hidratação.

ISOMERIA ESTRUTURAL

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282
Isomeria de coordenação
Ocorre a troca de ligantes entre complexos catiônicos e aniônicos de diferentes íons
metálicos presentes em um sal. Ou seja, uma fórmula molecular pode gerar diferentes
compostos. Veja o exemplo a seguir:

Fonte: https://docplayer.com.br/docs-images/66/54674331/images/7-1.jpg (Acesso 28 Jan. 2022).

Isomeria de ligação
Alguns ligantes contem mais de um átomo em condições de doar um par de elétrons.
No íon NO2-, por exemplo, tanto o átomo de nitrogênio (N) como o átomo de oxigênio (O)
pode atuar como doadores de pares de elétrons:

Fonte: modificado de Weller et al, 2017.

Isomeria de ionização
Ocorre quando dois compostos de coordenação diferem na distribuição dos íons que
estão diretamente coordenados e os contra íons presentes (os que estão fora da esfera de
coordenação).

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283
Complexo Cor

[Co(NH3)5Br]SO4 Violeta
[Co(NH3)5(SO4)]Br Vermelho

Fonte: produzido pelos autores.

Isomeria de constituição ou hidratação


Nesse caso, ocorre a troca entre um ligante aniônico e um ligante neutro. Veja o
exemplo abaixo. Eles diferem na composição da esfera de coordenação e tem propriedades
químicas nitidamente diferentes.
[Co(OH2)6]Cl3, cloreto de hexaaquacobalto(III) Cor violeta
[CoCl(OH2)5]Cl2, cloreto de hexaaquacobalto(III) Cor verde claro
[CoCl2(OH2)4]Cl, cloreto de hexaaquacobalto(III) Cor verde escuro

ISOMERIA GEOMÉTRICA

Considerando os compostos de número de coordenação 4, temos duas possibilidades


de arranjo espacial: tetraédrico ou quadrado planar.
A isomeria geométrica do tipo cis-trans é observado quando dois grupos iguais
ocupam posições adjacentes (cis) ou opostas (trans) um em relação ao outro em um
complexo e só aparece para complexos quadrados planares. Para compostos do tipo
[MA2B2], ou seja, dois ligantes diferentes e geometria quadrado planar, apenas isomeria
cis/trans é observada.

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284
Fonte: Weller et al, 2017.

Se tivermos apenas um ligante bidentado, também podemos ter isomeria cis/trans:

Fonte: Brown, 2017.

Com três diferentes tipos de ligantes em um mesmo complexo [MA2BC], também com
geometria quadrado planar, a localização entre os ligantes do tipo A permitem a localização
das espécies cis e trans.

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285
Fonte: Brown, 2017.

Com os 4 ligantes diferentes entre si em um mesmo complexo ([MABCD]), a


geometria cis/trans é especficada com maiores informações sobre cada espécie.

Fonte: Brown, 2017.

Além dos complexos quadrados planares, observamos isomeria geométrica em


alguns complexos octaédricos. Complexos do tipo [MA4B2] apresentam isomeria cis/trans.

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286
Fonte: Brown, 2017.

Em complexos octaédricos, sistemas do tipo [MA3B3] apresentam duas


possibilidades: ou os ligantes ficam coordenados de forma perpendicular (coordenação
meridional) ou ocupam uma face do octaedro (coordenação facial).

Fonte: Brown, 2017.

Em complexos octaédricos, sistemas do tipo [MA2B2C2] apresentam uma série de


isômeros geométricos: um isômero onde um par de ligantes é trans, três isômeros diferentes
onde uma par de ligantes é trans e outros dois cis, um par enantiomorfo (compostos que
podem se sobrepôr) com todos os ligantes cis (da esquerda para a direita na figura a seguir).

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287
Fonte: Brown, 2017.

Em complexos octaédricos, sistemas do tipo [MA2B2CD] ou [MA3B2C] resultam em


uma isomeria geométrica mais ampla com inúmeros isômeros. Já sistemas do tipo [MA6] ou
[MA5B] apresentam apenas um arranjo geométrico possível, ou seja, não são encontrados
isômeros.

ISOMERIA ÓPTICA

Muitos complexos ocotaédricos são quirais, ou seja, são imagens especulares um do


outro (como as mãos direita e esquerda), e que tem tempo de vida longo o suficiente para
serem separados. Esses isômeros são chamados de ópticos ou enantiômeros. Eles são
assim chamados porque enquanto um gira o plano da luz polarizada numa direção, o outro
complexo gira em um ângulo igual só que na direção oposta.

Dica do professor: A luz polarizada pode ser obtida por


meio de um aparelho chamado polarizador, que tem a
capacidade de direcionar o feixe de luz em um único
plano.

Em complexos com NC 6, podemos ter enântiômeros em complexos do tipo


[MA2B2C2], por exemplo, quando os ligantes de cada par estão na posição cis.

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288
Fonte: Brown, 2017.

Existem outros casos de estereoisomeria em complexos octaédricos, quando os


ligantes são bidentados.

Fonte: Brown, 2017.

Podemos encontrar enantiômeros também em complexos tetraédricos com quatro


ligantes diferentes ligados ao átomo central e em complexos com geometria quadrado
planar.

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289
Fonte: Brown, 2017.

7.8 Nomenclatura

Neste tópico, iremos estudar somente regras mais importantes para se nomear os
compostos de coordenação. Iremos começar falando algumas regras para os ligantes:

a) Os ânios terminados em eto, como os haletos e cianetos, quando estão funcionando


como ligantes, trocam o sufixo eto por o:

Espécie Nome do íon Nome do ligante

F- Fluoreto Fluoro

Cl- Cloreto Cloro

Br- Brometo Bromo

I- Iodeto Iodo

CN- Cianeto Ciano

Fonte: produzido pelos autores.

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290
b) Alguns ânions terminados em ido, trocam o sufixo ido por io.

Espécie Nome do íon Nome do ligante

OH- Hidróxido Hidroxio

O2- Óxido Oxio

O22- Peróxido Peroxio

Fonte: produzido pelos autores.

c) A maioria dos ânions conserva seus nomes usuais.

Espécie Nome do íon Nome do ligante

CO32- Carbonato Carbonato

NO3- Nitrato Nitrato

SO42- Sulfato Sulfato

C2O42- Oxalato Oxalato

CH3COO- Acetato Acetato

Fonte: produzido pelos autores.

d) Os radicais derivados de hidrocarbonetos mantêm os seus nomes.

Espécie Nome do íon Nome do ligante

CH3 Metil Metil

C2H5 Etil Etil

C6H5 Fenil Fenil

Fonte: produzido pelos autores.

e) Alguns ligantes moleculares com nomes terminados em a conservam os nomes,


trocando o a por o.

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291
Espécie Nome do íon Nome do ligante

C5H5N Piridina Piridino

C10H8N2 Dipiridina Dipiridino

C2H8N2 Etilenodiamina Etilenodiamino

Fonte: produzido pelos autores.

f) Outros ligantes recebem nomes específicos, sem seguir regras:

Espécie Nome do íon Nome do ligante

H2O Água Áqua

NH3 Amônia Amino ou Amin

CO Monóxido de carbono Carbonil

NO Monóxido de nitrogênio Nitrosil

H- Hidreto Hidrido

Fonte: produzido pelos autores.

g) Nos ligantes ambidentados os nomes dependem do átomo coordenante:

Espécie Nome do íon Nome do ligante

M__SCN- Tiocianato Tiocianato

M__NCS- Tiocianato Isotiocianato

M__ONO- Nitrito Nitrito

M__NO-2 Nitrito Nitro

Fonte: produzido pelos autores.

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292
Ao se escrever a fórmula do complexo, usam-se colchetes para indicar os grupos que
estão ligados ao átomo metálico. O símbolo do metal vem em primeiro lugar, seguido dos
ligantes em ordem alfabética (ignorando-se quaisquer prefixos numéricos).

Dica do professor: A regra em que os ligantes aniônicos


precediam os ligantes neutros não está mais em vigor.

Para se nomear os complexos, os ligantes são citados em primeiro lugar em ordem


alfabética, seguidos do átomo central com o NOX em algarismo romano entre parênteses.
Se houverem ligantes de mesma natureza, usam-se os prefixos numéricos di, tri, tetra, etc.
para indicar o número desses ligantes. Se o ligante tiver em sua estrutura prefixos numéricos
usam-se, para se evitar ambiguidades, os prefixos bis, tris, tetrakis, pentakis, etc. e o nome
dos ligantes entre parênteses. Veja esse exemplo: [Pt(NH3)2Cl2]+2 é chamado de
diaminodicloroplatina(IV).
Não se esqueça que ligantes moleculares mantém os seus respectivos nomes, com
algumas exceções: Água (aquo), Amônia (amin), Monóxido de carbono (carbonil). Veja
[Ni(CO)4] é chamado de Tetracarbonilniquel(0).
Se o complexo for aniônico, a terminação é ato seguida do NOX do átomo central em
algarismo romano e entre parênteses. Nesse caso, o termo íon antes do nome do complexo
é desnecessário, já que o sufixo ato indica que o mesmo é um ânion.
Exemplos:

[Mn(CO)5]- → Pentacarbonilmanganato(-I)

[Fe(SCN)6]3- → Hexatiocianatoferrato(III)

O ânion é designado em primeiro lugar (apesar de ser escrito à direita do cátion),


depois o cátion precedido da preposição de.
Exemplos:

[Co(NH3)6]Cl3 → Cloreto de hexaminocobalto(III)

K2[PtCl6] → Hexacloroplatinato(IV) de potássio

No caso do ligante ambidentado, indica-se qual o átomo por meio do qual ocorre a
ligação:

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293
M  NO2 nitro M  SCN tiocianato

M  ONO nitrito M  NCS isotiocianato

Veja o caso [Fe(SCN)6]3-, Hexatiocianatoferrato(III), como o metal está ligado ao S


usamos tiocianato.
Para nomeação de isômeros, coloca-se, antes do nome ou da fórmula, o prefixo
indicativo do tipo do isômero, escrito em itálico ou sublinhado, seguido de um hífen.

Exemplos:

cis-[Pt(NH3)2Cl2] → cis-diaminodicloroplatina(II)

trans-[Pt(NH3)2Cl2] → trans-diaminodicloroplatina(II)

Existem compostos com dois ou mais centros de coordenação e com um ou mais


ligantes fazendo pontes entre as espécies centrais. Estes ligantes são indicados pela letra
, seguida do seu nome. Se houver duas ou mais pontes iguais, estas são indicadas pelos
prefixos di-, bis-, tri-, tris-, etc.

Exemplos:

[(CO)5Cr-H-Cr(CO)5]- → -hidrido-bis[(pentacarbonilcromato(0))]

7.9 Teorias de ligação

Vimos que os estudos das ligações químicas na formação dos compostos de


coordenação iniciou-se com a Teoria de Werner que, mesmo não embasada em
fundamentos seguros, ainda pode ser usada para a explicação de alguns fenômenos.
Estudamos também a Regra do Número atômico Efetivo e Regra dos 18 elétrons.

Porém, atualmente, existem três modelos que são utilizados para discutir como
ocorrem as ligações químicas nesses compostos: a Teoria da Ligação de Valência (TLV), a
Teoria do Campo Cristalino (TCC) e a Teoria do Orbital Molecular (TOM). Aqui, iremos
discutir apenas a TLV. Lembre-se que já estudamos essa teoria no capítulo 3 e vimos que:

• Os níveis eletrônicos de energia de um átomo (orbitais atômicos) são usados quando


o átomo forma uma ligação com outros átomos;

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294
• Um par de elétrons ligados ocupa um orbital em cada um dos átomos
simultaneamente,

• Para explicar a geometria conhecida dos compostos de coordenação, Pauling propôs


que os orbitais atômicos da espécie central sofram hibridização, de tal forma que os
novos orbitais atômicos híbridos (OAH’s) tenham a simetria do complexo.

Segundo a TLV, a formação de um complexo pode ser vista como uma reação ácido
(metal central) – base (ligantes) de Lewis, formando-se uma ligação covalente coordenada
entre as espécies. Como já estudamos, frequentemente representam-se os orbitais de
valência do átomo central por quadrados ou traços. Vamos ver alguns exemplos?

O complexo [Ag(CN)2]- é linear e diamagnético (todos os elétrons estão


emparelhados). O íon Ag+ possui a configuração eletrônica [Kr]4d10, que pode ser
representado por:

Ag+ → 4d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 5s 5p

Com esta configuração, a prata pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
5s e 5p.

Na formação do complexo [Ag(CN)2]-, que apresenta geometria linear, existem duas


ligações coordenativas. Estas coordenações podem ser feitas utilizando o orbital 5s e um
dos orbitais 5p da prata, hibridizados em sp. Ou seja:

[Ag(CN)2]- → 4d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ sp ↿⇂ ↿⇂ 5p

O complexo [NiCl4]- é linear e paramagnético (possui elétrons desemparelhados). O


íon Ni2+ possui a configuração eletrônica [Ar]3d8, que pode ser representado por:

Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ 4s 4p

Com esta configuração, o níquel pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
4s e 4p.

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295
Na formação do complexo [NiCl4]-, que apresenta geometria tetraédrica, existem
quatro ligações coordenadas. Estas coordenações podem ser feitas utilizando o orbital 4s e
os três orbitais 4p do metal, hibridizados em sp3. Ou seja:

[NiCl4]- → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ sp3 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂

Já o complexo [Ni(CN)4]2- é quadrado planar e diamagnético. O íon Ni2+ possui a


configuração eletrônica [Ar]3d8, que pode ser representado por:

Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿ ↿ 4s 4p

No estado excitado, temos:

Ni2+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4s 4p

Com esta configuração, o níquel pode fazer ligações coordenadas, usando os orbitais
3d, 4s e 4p.

Na formação do complexo [Ni(CN)4]2-, que apresenta geometria quadrado planar,


existem quatro ligações coordenadas. Estas coordenações podem ser feitas utilizando os
orbitais 3d e 4s e dois orbitais 4p do metal, hibridizados em dsp2. Ou seja:

[Ni(CN)4]2- → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ dsp2 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4p

Agora, vamos ver dois exemplos com o cobalto(III), que tem na camada de valência
os orbitais 3d, 4s, 4p e 4d. A configuração eletrônica do estado não excitado pode ser
representado por:

Co3+ → 3d ↿⇂ ↿ ↿ ↿ ↿ 4s 4p 4d

Com esta configuração, o cobalto pode fazer ligações coordenadas, usando os


orbitais 4s, 4p e 4d.

Na formação do complexo hexafluorocobaltato(III), [CoF6]-, que apresenta geometria


octaédrica e é paramagnético, existem seis ligações coordenadas, que podem ser feitas

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296
utilizando os orbitais 4s, 4p e dois dos orbitais 4d do cobalto, hibridizados em sp3d2 (spin
alto). Ou seja:

[CoF6]- → 3d ↿⇂ ↿ ↿ ↿ ↿ sp3d2 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4d

Já para o complexo [Co(NH3)6]3+, dados experimentais indicam que o íon é


diamagnético e, consequentemente, o modelo usado para explicar a formação do [CoF 6]-
não serve para explicar a formação do complexo amínico. Para esse caso, os elétrons dos
orbitais 3d do cobalto devem estar emparelhados, estabelecendo a seguinte configuração
eletrônica no estado excitado:

Co3+ → 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4s 4p 4d

Assim, quando ocorre a coordenação das moléculas de NH3 ao Co3+, a hibridização


deve envolver os dois orbitais 3d, o orbital 4s e três orbitais 4p, formando orbitais híbridos
do tipo d2sp3 (spin baixo).

[Co(NH3)6]3+→ 3d ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ d2sp3 ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ 4d

O comportamento diferente do NH3 em relação ao F-, deve-se ao fato do NH3 ser uma
base mais forte do que o fluoreto, promovendo o emparelhamento dos elétrons 3d do cobalto
durante a formação do complexo.

Mídia digital: Acesse o link para assistir minha


videoaula sobre compostos de coordenação.

7.10 Exercícios

Questão 1. Determine o número de oxidação da espécie central em cada um dos seguintes


compostos:
a) [Pt(NH3)4]2+ c) [PF6]-1
b) [HgCl4]2- d) [Ag(CN)2]-1

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297
e) [Cr(CO)5]2- g) [Al(H2O)5(OH)]2+
f) [Cr(H2O)6]3+

Questão 2. Determine a “valência primária” e a “valência secundária” do íon metálico nos


seguintes compostos:
a) [Pt(NH3)2Cl4]
b) [Pt(NH3)Cl5]-1
c) [Pt(NH3)4Cl2]2+

Questão 3. Determine o número de oxidação e o número de coordenação da espécie


metálica nos seguintes complexos:
a) [PtCl4]2-
b) [Au(CN)2]-1
c) [Cr(ox)3]3-
d) [Al(OH)4]1-

Questão 4. Utilize as informações dadas abaixo para escrever as formulas das espécies
complexas. Não se esqueça das cargas.

Espécie metálica NC Ligantes

Cr(III) 6 4 H2O, x Cl

V(-I) 6 x CO

Zn(II) 4 x NH3

Os(IV) 8 4 Cl-1, x CN-1

Co(III) 6 2 Cl-1, x en

Cu(I) 2 x Cl-1

Questão 5. Entre as espécies a seguir, indique quais são quadráticas e quais são
tetraédricas: [Pd(NH3)4]2+,[FeCl4]1-, [HgCl4]2-,[Ni(CN)4]2-, [Co(CO)4]-1, MnO4-1, [CoCl4]2- e
[PtCl2(NH3)2].

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298
Questão 6. Utilizando Na+ e Cl- como contraíons e os complexos da tabela abaixo, escreva
as fórmulas das espécies neutras que puderam ser obtidas. Quantos íons há em cada uma
delas?

Complexo Espécie metálica Ligantes

[AuCl2]- Au(I) Dois íons cloreto

[BF4]- B(III) Quatro íon fluoreto

[Cr(CO)6] Cr(0) Seis moléculas de monóxido de


carbono

[V(CO)6]- V(-I) Seis moléculas de monóxido de


carbono

[Co(NH3)6]3+ Co(III) Seis moléculas de amônia

[Cr(C2O4)3]3- Cr(III) Três íons oxalato

Questão 7. Refaça o exercício anterior utilizando como contraíons Ca 2+ e SO42-. Quantos


íons há agora em cada composto neutro?

Questão 8. Escreva o nome dos compostos abaixo:


a) [Pt(NH3)4]2+ e) [Cr(CO)5]2-
b) [HgCl4]2- f) [Cr(H2O)6]3+
c) [PF6]-1 g) [Al(H2O)5(OH)]2+
d) [Ag(CN)2]-1

Questão 9. Escreva a fórmula dos seguintes compostos: octacianoniobato(III),


tetrapiridinoplatina(II), hexacianoferrato(III), tetraclorozincato(II), tetraoxoferrato(IV).

Questão 10. Escreva e desenhe as fórmulas de:


a) Sulfato de cis-tetraaminodiclorocobalto(III)
b) Nitrato de cis-aminoclorobis(etilenodiamino)cobalto(III)

Questão 11) Utilizando a TLV, escreva, na forma de diagrama de quadrículas, as


configurações eletrônicas dos seguintes complexos:

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299
a) [AuCl2]-
b) [BF4]-
c) [AuCl4]-
d) [CdCl5]3-
e) [Cr(dipy)3]2+ (spin baixo)
f) [Mn(acac)3] (spin alto)

Atenção: Para fixação de aprendizagem do conteúdo


visto até aqui, resolva as questões sobre Ligações
químicas na sala virtual.

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300
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVI: Síntese de um sal complexo: sulfato de
tetraminocobre(II) monohidratado

Objetivos

Realizar a síntese de um sal complexo.

Materiais e métodos

• Almofariz com pilão • Álcool etílico a 96%;


• Balança analítica • Hidróxido de amônio 28%;
• Béquer de 100 mL • Sulfato de cobre (II)
• Proveta pentahidratado.
• Bastão de vidro; • conjunto para filtração à vácuo
• Vidro de relógio. (funil de Büchner; quitasato; papel
• Água destilada; de filtro; trompa d'água);

Procedimento Experimental

a) Triturar, em um almofariz, 0,02 mol de sulfato de cobre pentaidratado.


b) Adicionar 5 mL de água quente no sulfato de cobre pesado.
c) Em outro béquer, diluir 8 mL de amoníaco com 4 mL de água destilada em um béquer
de 100 mL.
d) Adicionar o sal ao béquer com amoníaco e agitar com um bastão de vidro até
completar a dissolução.
e) Medir 8 mL de álcool etílico e adicionar, com a ajuda do bastão de vidro, ao béquer
sem agitar.
f) Tampar o béquer com o vidro de relógio e deixar em repouso até a aula seguinte.
g) Após a sedimentação e decantação dos cristais, desprezar o líquido.
h) Transferir os cristais para um filtro, previamente pesado, e lavar, com adições
sucessivas de 2 a 5 mL de uma mistura de amoníaco e álcool etílico.
i) Lavar finalmente os cristais, ainda no filtro, com 5 ml de álcool etílico e secá-los, em
vácuo.
j) Secar os cristais na estufa a 130º, durante uma hora.
k) Pesar os cristais. Calcular o rendimento.

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301
Resultados

m (sulfato de cobre pesado): ___________________________


m (cristais): _________________________________________

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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302
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVII: Síntese e caracterização do complexo
[Ni(NH3)6]Cl2

Objetivos

Realizar a síntese de um complexo de Ni(II).

Materiais e métodos

• béquer de 50 e de 100 mL • gelo;


• proveta de 10, de 50 e de 100 mL • centrífuga;
• bastão de vidro • NiCl2.6H2O p.a.;
• tubos de ensaio (6) e suporte; • NH3 conc. (d=0,91 g/mL; 25-28 %
• conta-gotas; em massa ou 15 mol/L);
• banho-maria • NH4Cl p.a.;
• conjunto para filtração à vácuo • álcool etílico;
(funil de Büchner; quitasato; papel • éter etílico;
de filtro; trompa d'água); • solução alcoólica de
• cápsula de porcelana grande (para dimetilglioxima 1 % m/v;
banho de gelo); • solução 0,10 mol/L de AgNO3 ;
• balança; • solução 3 mol/L de HNO3 ;
• espátula; • solução 1,0 mol/L de NaOH;
• vidro de relógio; • papel tornassol vermelho e azul.
• garrafa lavadeira;

Procedimento Experimental

- Síntese do [Ni(NH3)6]Cl2

a) Preparar a solução amoniacal de NH4Cl da seguinte forma:


• medir 2,5 mL de NH4OH conc. e colocar em um béquer;
• dissolver NH4Cl pouco a pouco até saturar a solução;
• transferir para uma proveta e completar o volume para 5 mL com NH4OH conc..
• deixar esta solução em repouso até o momento do uso, tampada com um vidro de
relógio.

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303
b) Pesar 2,5 g de NiCl2.6H2O, colocar em um béquer pequeno e adicionar água destilada
gota a gota com agitação, em quantidade mínima, até dissolver todo o sal.
c) Adicionar gradualmente 12,5 mL de solução concentrada de amônia. Neste ponto, a
cor da solução deve mudar para azul.
d) Esfriar a solução em água corrente e adicionar 5 mL de solução amoniacal de NH4Cl
preparada no início da aula. Deixar em repouso por 15 minutos em banho de gelo.
e) Filtrar os cristais obtidos utilizando filtração à vácuo e lavá-los usando uma porção de
5 mL de NH4OH conc., seguida de pequenas porções de álcool e finalmente de éter,
usando as garrafas lavadeiras nesta operação.
f) Secar os cristais o máximo possível no próprio funil, deixando o sistema de vácuo
funcionando.
g) Depois de secos, pesar os cristais obtidos. Anotar o resultado.
h) Calcular o rendimento prático da obtenção.

- Caracterização do [Ni(NH3)6]Cl2

Preparar uma solução (ou suspensão) aquosa do complexo para caracterizar os


componentes do produto obtido e fazer, em tubos de ensaio, as reações indicadas a seguir.

Caracterização do Ni2+ (aq)

• Aquecer cuidadosamente 10 gotas da solução estoque do composto, esfriar e verificar se


o meio está básico, com papel tornassol vermelho. Adicionar 3 gotas de solução alcoólica
de dimetilglioxima. Observar e anotar o resultado.
• Adicionar gotas de solução 3 mol/L de HNO3 à solução anterior até observar o
desaparecimento do precipitado rosa. Adicionar solução de NH4OH conc. E observar.
Caracterização do Cl- (aq)

• Colocar 5 gotas da solução estoque do composto em um tubo de ensaio e adicionar 3 gotas


de solução de AgNO3 0,10 mol/L. Observar e anotar o resultado. Centrifugar, desprezar o
sobrenadante e adicionar ao resíduo 10 gotas de NH3 conc.. Observar e anotar o resultado.
• Acidular a solução do item anterior com HNO3 3 mol/L, verificando a acidez com papel
tornassol azul. Observar e anotar o resultado.

Caracterização de NH3

• Colocar 5 gotas da solução estoque do composto em um tubo de ensaio e aquecer


cuidadosamente em banho-maria. Aproximar à boca do tubo de ensaio uma tira de papel
tornassol vermelho umedecida com água destilada. Observar e anotar o resultado.
• Colocar um pouco do sólido em um tubo de ensaio e aquecer diretamente na chama do
bico de gás. Aproximar à boca do tubo de ensaio uma tira de papel tornassol vermelho
umedecida com água destilada. Observar e anotar o resultado.

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304
Resultados

m (cloreto de níquel pesado): ____________________________


m (cristais): __________________________________________

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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305
ATIVIDADE EXPERIMENTAL XVIII: Síntese do cloreto de
pentaminclorocobalto(III) - [Co(NH3)5Cl]Cl2

Objetivos

Realizar a síntese de complexos de Co(III).

Materiais e métodos

• béquer de 50 e de 100 mL • garrafa lavadeira;


• proveta de 10, de 50 e de 100 mL • gelo;
• erlenmeyer; • centrífuga;
• bureta de 50 mL • CoCl2.6H2O p.a.;
• bastão de vidro • NH3 conc. (d=0,91 g/mL; 25-28 %
• tubos de ensaio (6) e suporte; em massa ou 15 mol/L);
• conta-gotas; • NH4Cl p.a.;
• conjunto para filtração à vácuo • álcool etílico;
(funil de Büchner; quitasato; papel • éter etílico;
de filtro; trompa d'água); • HCl conc. (d =1,18 g/mL; conc. =
• cápsula de porcelana grande (para 36 % em massa ou 12 mol/L);
banho de gelo) e pequena; • H2SO4 conc. (d = 1,84 g/mL; conc.
• balança; = 98 % em massa ou 36 mol/L);
• espátula; • NaNO2;
• vidro de relógio; • H2O2 30 %.

Procedimento Experimental

a) Dissolver 1,25 g de NH4Cl em 7,5 mL de NH4OH conc. em um béquer pequeno e


transferir para uma cápsula de porcelana média.
b) A esta solução adicionar 2,5 g de CoCl2.6H2O em pequenas porções, com agitação
contínua.
c) Mantendo a agitação, adicionar 3,0 mL de água oxigenada 30 %, lentamente, pelas
paredes do recipiente, em pequenas porções.
CUIDADO: a água oxigenada nesta concentração produz queimaduras graves.
d) Quando cessar a efervescência, adicionar, lentamente, na capela, 7,5 mL de HCl
conc.

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306
e) Aquecer a mistura em banho-maria até reduzir o volume à metade, agitando com
bastão de vidro para evitar que a sal cristalize nas bordas da cápsula.
f) Resfriar à temperatura ambiente e a seguir, em banho de gelo.
g) Separar os cristais vermelhos por filtração à vácuo, lavando-os em seguida com
pequenas porções de água gelada e depois com álcool etílico e éter.
h) Secar os cristais o máximo possível, no próprio funil, deixando o sistema de vácuo
funcionando.
i) Depois de secos, pesar os cristais obtidos. Anotar o resultado.
j) Calcular o rendimento prático da obtenção e comparar com o rendimento teórico.

Resultados

m (cloreto de cobalto pesado): ___________________________


m (cristais): __________________________________________

Atividade: Acesse a sala virtual para resolver as


questões propostas para essa atividade experimental.

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307
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308
Referências

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Alegre: Bookman Companhia Editora, 2017;

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310
Currículos das autoras

Lilian Amaral de Carvalho é Doutora (2012-2015), mestre (2011-2012) e bacharel


(2007-2010) em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Licenciada em Química (2019) e Especialista em Gestão de Sala de Aula (2021) pela
Universidade de Uberaba. Fui professora substituta no Colégio Técnico da
Universidade Federal de Minas Gerais e professora do Centro Universitário Una
(unidades de Betim e Belo Horizonte), entre 2014 e 2019. Preparou o material didático
das disciplinas Físico-Química e Química para Processos, disciplinas ofertadas na
modalidade de ensino híbrido (atividades presenciais e à distância) no Centro
Universitário Una, e foi co-autora de dois livros didáticos aprovados pelo MEC que tratam do uso da
metodologia de projetos no ensino básico. Também é parecerista de periódicos científicos e orientadora
de trabalhos de conclusão de curso e de projetos de ensino, pesquisa e extensão, atuando em diversas
áreas. Atualmente é professora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais e
coordenadora do Centro de Educação a Distância (CEAD), atuando no campus Arcos.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0449687798098980

Ligiane Rios Gouvea possui graduação em Química pela Universidade Federal de


Minas Gerais (2005), mestrado em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e
Materiais pelo Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (2008) e doutorado
em Ciências - Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (2013). Tenho
experiência na área de Engenharia de Materiais e Metalúrgica, com ênfase em
Hidrometalurgia, atuando principalmente no seguinte tema: recuperação de metais
em resíduos industriais. Além disso, tem experiência na área de Química, com
ênfase em Química Inorgânica, Química Inorgânica Medicinal e Química dos
Compostos de Coordenação, atuando principalmente nos seguintes temas: estudo de ligantes e complexos
no estado sólido e em solução, avaliação da atividade farmacológica de ligantes e complexos e estudos de
mecanismo de ação. Atualmente, é professora do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG - campus Betim)
e chefe do setor de planejamento de ensino do IFMG-Campus Betim.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8457384121209086

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Características deste livro:
Formato: A4
Tipologia: Arial e Capriola.
E-book:
1ª. Edição
Formato digital

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