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USO DE INDICADORES NATURAIS ÁCIDO-BASE COMO FACILITADORES NO

ENSINO DE QUÍMICA
(Licenciatura em Ensino de Química)

Universidade Rovuma
Lichinga
2022
USO DE INDICADORES NATURAIS ÁCIDO-BASE COMO FACILITADORES NO
ENSINO DE QUÍMICA
(Licenciatura em Ensino de Química)

Projecto Científico da Cadeira de MEIC de


Carácter Avaliativo a ser Apresentado no
Departamento de Ciências, Tecnologia,
Engenharia e Matemática.

Orientador: dr. Naite Francisco Vicente.

Universidade Rovuma
Lichinga
2022
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
1.1. Justificativa e Relevância do Estudo............................................................................3
1.2. Problematização...........................................................................................................4
1.3. Delimitação do Tema...................................................................................................5
1.4. Hipóteses......................................................................................................................5
1.4.1. Primária.................................................................................................................5
1.4.2. Secundária.............................................................................................................5
1.5. Objectivos.....................................................................................................................5
1.5.1. Geral......................................................................................................................5
1.5.2. Específicos............................................................................................................5
2. Marco teórico.......................................................................................................................6
2.1. Indicadores Ácido-Base...............................................................................................6
2.2. Antocianinas.................................................................................................................6
2.3. Ensino da Química.......................................................................................................8
2.4. Experimentação no ensino de química.........................................................................9
2. Metodologias.....................................................................................................................10
2.1. Tipo de pesquisa.........................................................................................................10
2.1.1. Método de pesquisa.............................................................................................10
2.2. Quanto aos objectivos................................................................................................10
2.3. Quanto a Natureza......................................................................................................11
2.4. Quanto a Abordagem.................................................................................................11
2.5. Quanto aos Procedimentos Técnicos..........................................................................11
2.6. Técnica de colecta de dados.......................................................................................11
a) Observação Directa....................................................................................................11
b) Questionário...............................................................................................................12
2.7. Técnicas de apresentação, análise de resultados de dados.........................................12
3. Aspectos éticos..................................................................................................................12
4. Cronograma.......................................................................................................................13
5. Orçamento.........................................................................................................................13
6. Referencial Teórico...........................................................................................................14
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1. Introdução
A disciplina de Química é comummente vista pelos alunos como uma disciplina muito difícil.
A forma tradicional de ensino, que vêm desde a época da revolução industrial, pode ser uma
das rações para falta de interesse desses alunos. Portanto, as aulas experimentais podem
proporcionar um aumento no interesse dos alunos e é um método, facilitados no processo de
ensino e aprendizagem. As aulas práticas ajudam os alunos a compreenderem melhor os
conteúdos ministrados na sala de aula, além, de desenvolver um pensamento crítico e trazer
conhecimentos do quotidiano contribuindo para a qualidade de vida dos alunos.

Aulas experimentais com indicadores de pH naturais estão se revelando como um oportuno


recurso didáctico alternativo utilizado para ensinar a titulação em aulas práticas. O indicador
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ácido-base é uma substância que pode mudar de cor na presença de um ácido (grupo H ) ou
de uma base (grupo OH-). Na natureza, diversas espécies de plantas possuem substâncias que
podem ser extraídas da seiva de flores e frutos, essas substâncias mudam de cor conforme o
pH do meio em que estão inseridas, sugerindo que tais espécies podem ser usadas como
indicadores ácido-base.

Neste contexto, uso de indicadores naturais ácido-base como facilitadores no ensino de


química é o tema que será abordado nesse estudo. O presente estudo está organizado de forma
a facilitar a fornecer bases sólidas para uma boa percepção do tema em questão. Assim, o
principal objectivo deste trabalho é buscar estudar o uso de indicadores naturais ácido-base
como facilitadores no ensino de Química, através de materiais de baixo custo e acessíveis aos
professores do ensino médio.

1.1. Justificativa e Relevância do Estudo


O estudo da Química proporciona melhoria da qualidade de vida das pessoas. Algumas
situações presentes na rotina estão directamente relacionadas com a Química. Apesar disso, os
alunos têm muita dificuldade no aprendizado dessa disciplina, que envolve elementos que
estão inseridos em suas vidas. O estudo da Química tem como principal objectivo desenvolver
um pensamento crítico, possibilitando utilizar esse conhecimento nas acções presentes no dia-
a-dia, interferindo em situações que contribuem para a determinação de uma qualidade de
vida. O actual sistema de educação está fragilizado, por isso, é um tema que vem sendo
bastante discutido. O ensino tradicional da disciplina de Química é normalmente abordado
através da memorização de nomes e fórmulas.
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Esses métodos, muitas vezes, não utilizam aulas práticas, influenciando directamente no
ensino de Química. Outro ponto é a escassez de recursos e estruturas para aulas experimentais
do ensino da química. Para proporcionar um aumento no aprendizado dos alunos sobre os
conteúdos de química, se faz necessário o uso de actividades de observação e interacção do
fenómeno a partir de aulas experimentais. É por meio delas que os alunos podem estabelecer
relações entre o domínio dos objectos observáveis e o domínio das ideias. Os indicadores
ácido-base, ou indicadores de pH naturais são substâncias orgânicas presentes em algumas
flores e vegetais a partir da extracção de antocianinas. Os indicadores são capazes de mudar
de cor dependendo das características físico-químicas da solução na qual estão contidas.

Dessa forma salienta-se que o uso da experimentação como ferramenta de aprendizagem para
facilitar a compreensão dos conteúdos de Química, além de, contextualizar com a vivência e o
meio em que os alunos estão inseridos é um dos papéis atribuídos ao professor que é o
responsável por mediar esse conhecimento. Com isso, esse estudo poderá contribuir para uma
melhor compreensão da eficiência dos indicadores como ferramenta para facilitar o ensino da
química visando sua aplicação em aulas de experimentação.

1.2. Problematização
Com o passar de diversas décadas, a globalização tem reestruturado drasticamente o local de
trabalho. Neste novo contexto, surgiram necessidades e desafios pertinentes ao
aperfeiçoamento profissional, sugerindo que o novo modelo produtivo requer, para seu
próprio aprimoramento, a participação, o interesse e o envolvimento dos indivíduos. Um dos
principais meios de transferência da informação, quer seja profissional ou não, é a educação,
que deve estar preparada para formar, colaborar em processos permanentes de aprendizagem
no decorrer da vida do indivíduo, ajudar na construção da sua identidade e permitir que
encontre seu espaço, desta forma, desempenhando seu papel dentro de uma sociedade.

Actualmente, ensinar e aprender exige muito mais flexibilidade espaço-temporal, pessoal e de


grupo, menos conteúdos fixos e processos mais abertos de pesquisa e comunicação. Uma das
dificuldades atuais é conciliar a extensão de informações, a variedade das fontes de acesso,
com o aprofundamento da sua compreensão. O processo de ensinar desenvolvido pelos
professores para os alunos inicia uma responsabilidade de aprendizado, denominado como
ensino colaborativo, o qual incorpora a participação de monitores ou práticas de ensino, nas
quais podem ser abordadas técnicas experimentais.
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Diversas técnicas podem ser utilizadas para determinar de forma qualitativa ou quantitativa a
veracidade ou não em uma determinada prática de ensino. Dentre tantas, o uso de produtos
naturais como indicadores ácido-base vêm como uma estratégia para auxiliar na compreensão
macroscópica das moléculas, bem como das reacções envolvidas por meio da capacidade de
alterar a coloração de uma solução na presença de um ácido ou base. Esses indicadores
geralmente são moléculas sintéticas ou orgânicas comummente extraídas de materiais
vegetais e que possibilitam utilizar o conhecimento prévio dos alunos em prol da construção
do seu conhecimento científico.

Frente a esta situação, surge a seguinte pergunta de pesquisa:

 Será que os Indicadores Naturais Ácido-Base podem ser utilizados como facilitadores
no Ensino de Química?

1.3. Delimitação do Tema


O estudo será realizado na Escola Secundária Paulo Samuel Kankhomba.

1.4. Hipóteses
1.4.1. Primária
 O uso de Indicadores Naturais Ácido-Base facilitará o Processo de Ensino de Química.

1.4.2. Secundária
 Será que os Indicadores Naturais Ácido-Base podem ser utilizados como facilitadores
no Ensino de Química;
 Será que o uso dos Indicadores Naturais Ácido-Base facilitará no Ensino de Química.

1.5. Objectivos
1.5.1. Geral
 Estudar o uso de Indicadores Naturais ácido-base como facilitadores no ensino de
Química.

1.5.2. Específicos
 Definir o conceito de Indicadores Naturais Ácido-Base;
 Descrever o ensino de química
 Propor o uso de Indicadores Naturais Ácido-Base como facilitadores no ensino de
Química.
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2. Marco teórico
2.1. Indicadores Ácido-Base
De acordo com Vasques, et al (2018), os indicadores ácido-base ou indicadores de pH são
substâncias orgânicas fracamente ácidas (indicadores ácidos) ou fracamente básicas
(indicadores básicos) que têm sua coloração alternada de acordo com as condições químicas
da solução. Isto significa que conforme a variação nas características físico-químicas,
principalmente na variação de pH (potencial hidrogeniônico) que mostra através da variação
de cor se a amostra será ácida (protonada) ou básica (desprotonadas). Ainda de acordo com o
autor acima citado:

A utilização de substâncias oriundas das plantas, flores e hortaliças no estudo dos


ácidos e bases teve início no século XVII com a descoberta de um dos maiores nomes
da Química Robert Boyle que introduziu a técnica de identificação de pH. Em seu
experimento, Boyle desenvolveu um licor extraído da flor violeta e observou que ao
gotejar o licor de violeta sobre um papel branco e, em seguida, algumas gotas de
vinagre, observou que o papel se tornava vermelho (p. 16).
Assim foram obtidos os primeiros indicadores de pH, embora naquela época o conceito ácido
e base não estavam formalizados. Somente no século XIX a técnica de identificação de pH foi
cientificamente reconhecida após a formulação da teoria do químico Svante Arrhenius.
Contudo, apenas no século XX que Willstatter e Robison demostraram que as mudanças de
coloração avermelhada em meio ácido, violeta em meio neutro e azul em condições alcalinas
ocorriam devido ao pigmento das antocianinas. Sendo esta responsável pela coloração de
diversas flores e que seus extractos apresentavam cores que variavam em função da acidez ou
alcalinidade do meio (Vasques, et al, 2018).

2.2. Antocianinas
De acordo com Santos, et al (2017), as antocianinas (do grego: anthos = flores; kianos =
azul), pertencem à classe dos flavonóides derivadas das antocianidinas, são substâncias
presentes nas seivas das plantas, são responsáveis pelos pigmentos de coloração azul, violeta,
vermelha e rosa exibida por flores e frutos. O autor diz que:

Na indústria as antocianinas são utilizadas principalmente como corante natural. As


antocianinas têm uma potente atividade antioxidante quando comparadas com
antioxidantes clássicos como butilato hidroxi anisol, butirato hidroxi tolueno e alfa
tocoferol (vitamina E). Este agente natural, quando adicionado a alimentos, além de
conferir a coloração aos alimentos propicia a prevenção contra auto-oxidação e
peroxidação de lipídeos em sistemas biológicos (p. 30).
Para Santos, et al (2017), a actividade antioxidante presente nas antocianinas se deve a sua
estrutura química formada por três anéis, que possuem ligações duplas conjugadas e também
hidroxilas distribuídas ao longo da estrutura que possibilitam o sequestro de radicais livres,
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causadores de danos celulares e doenças degenerativas. Ademais, as antocianinas apresentam


considerável actividade anticarcinogênica e antiangiogênica. Ainda segundo o autor
anteriormente citado:

As antocianinas podem apresentar diferentes formas estruturais, as quais podem


assumir diferentes colorações. Essas formas podem sofrer interferências de diversos
factores, destacando-se entre estes a temperatura, o valor do pH e possíveis ligações
com outras substâncias químicas. O pH é o factor que mais influência na coloração
das antocianinas, visto que, em função de sua acidez ou alcalinidade, estas podem
apresentar diferentes estruturas (p. 31).
Segundo Vasques, et al (2018), as antocianinas são pigmentos solúveis em meio aquoso e em
meio alcoólico, sua extracção pode ser obtida por dois métodos: o método de decocção e
infusão. As antocianinas compõem o maior grupo de pigmentos solúveis em água do reino
vegetal e são estudadas em todo o mundo como agentes da coloração natural em alimentos,
sendo elas as responsáveis pelos tons compreendidos desde a coloração vermelha até a
coloração azul em muitas frutas, legumes e hortaliças. Conforme o autor:

A principal desvantagem das antocianinas frente aos corantes sintéticos deve-se à


mudança de coloração decorrente de reacções químicas dos produtos alimentícios,
pois as antocianinas possuem grupos cromóforos que são bastante sensíveis às
alterações de pH do meio. Durante a preparação e processamento dos alimentos, o
conteúdo de antocianinas pode decrescer em até 50%, seja durante a lavagem com
água devido à sua solubilidade ou pela remoção de porções dos alimentos que sejam
ricas em flavonóides (p. 32).
Vasques, et al (2018) diz ainda que, suas estruturas apresentam todas as características de um
indicador devido ao carácter fracamente básico, por possuir uma versão protonada, além da
possibilidade de ressonância de cargas em sua estrutura. São substâncias de fácil degradação
bioquímica, a preparação incorrecta dos indicadores ou a não conservação de forma adequada
inviabiliza sua utilização. O autor expressa que:

As soluções contendo pigmentos com pH acima de 7,0, gradualmente mudam a


coloração de tonalidade azul para amarela, como um resultado indirecto da formação
de chalcona, via fissão do anel da anidrobase. Naturalmente a coloração das
antocianinas é directamente influenciada pela substituição dos grupos hidroxila e
metoxila na molécula. Incrementos no número de grupos hidroxila tendem a tornar a
coloração azulada (p. 32).
Na direcção contrária, incrementos no número de grupos metoxilas aumentam a intensidade
do vermelho. Dessa forma, os indicadores ácido-base são uma excelente alternativa para
ensinar a titulação em aulas práticas, utilizando-se da extracção de corantes naturais, os quais
possuem a propriedade de mudar de coloração quando se varia o pH.
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2.3. Ensino da Química


Actualmente o ensino da química se tornou um desafio, professores e alunos concordam que
ensinar e entender a química é uma tarefa difícil. Um dos motivos é que o aluno não
compreende o verdadeiro significado de se aprender química na escola. Além de muitos
alunos relatarem que a Ciência Química é abstracta, por isso seu entendimento se torna mais
complexo. Desta forma, há o interesse de tornar o ensino de Química mais atrativo,
diversificado e que transforme os elementos do ensino tradicional que normalmente é
abordado através da memorização de nomes e fórmulas. Santos, et al (2017) diz que:

O ensino de Química está além de ministrar conteúdos apenas descritivos ela tem o
propósito de contribuir com a conscientização e formação de cidadãos críticos. Visto
que está ciência está inserida no quotidiano dos alunos e esses fenómenos podem ser
explicados pelos professores de Química. Criando pessoas com consciência e com
responsabilidades social e política. A aprendizagem da Química deve possibilitar aos
alunos a compreensão das transformações químicas que ocorrem no mundo físico de
forma abrangente e integrada, para que estes possam julgá-la com fundamentos
teórico-práticos (p. 45).
Porém o que se nota, segundo o autor citado anteriormente, são as dificuldades dos
professores, tanto em formação como os que já actuam no ensino de Química, em promover
uma interdisciplinaridade. Segundo eles, o ensino está sendo feito de forma
descontextualizada e não interdisciplinar, dificultando a associação dos eventos químicos com
o quotidiano por parte dos alunos. Santos, et al (2017) afirma que:

Como alternativa para sanar essa problemática, é preciso mudar o estilo tradicional
das aulas, que muitas vezes são cansativas e pouco atractivas aos alunos, trazendo
jogos didácticos relacionados com os assuntos teóricos correspondentes e tornando
mais frequentes as aulas de laboratório. Para que os alunos consigam experienciar a
teoria na prática. Os conteúdos abordados na disciplina de Química devem ser
eficientes e significativos, que sejam um reflexo da realidade quotidiana dos alunos.
Para isso, a metodologia mais eficiente é a de experimentação, que pode ser realizada
com materiais de fácil aquisição (p. 46).
Dessa forma, os experimentos laboratoriais (aulas práticas) complementam os conteúdos
teóricos abordados, permitindo um ensino construtivo onde aborda a pesquisa, a
contextualização e a problematização. Quando houver a falta de funcionamento destes nas
escolas, acessar procedimentos que podem ser executados na própria sala de aula com
material de baixo custo e de fácil acesso. Para Santos, et al (2017) não se concebe ensinar
química dissociada da parte experimental e por essa razão a Química é considerada uma
Ciência Experimental.
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2.4. Experimentação no ensino de química


Segundo Schnetzler (2010), é essencial que o aluno conclua o Ensino Médio compreendendo
conceitos técnicos e científicos e saiba, de forma clara, relacionar teoria e prática, não
podendo, o ensino de química, ser resumido apenas apresentação de conceitos sem a devida
contextualização. Conforme os Parâmetros Curriculares Nacionais, no Ensino Médio é
importante apresentar ao aluno fatos concretos, observáveis e mensuráveis, uma vez que os
conceitos que o aluno traz para a sala de aula advêm principalmente de sua leitura do mundo.
Ainda conforme o autor:

Há uma grande preocupação em buscar um ensino de Química mais articulado com a


prática social, A transmissão de conhecimentos químicos deve ser absorvida na
realidade, ensinando a Química dentro de uma concepção que destaque o papel social
da mesma, que é contribuir com a conscientização e formação de cidadãos críticos.
Porquê: A Química é também uma linguagem. Assim, o ensino da Química deve ser
um facilitador da leitura do mundo. Ensina-se Química, então, para permitir que o
cidadão possa interagir melhor com o mundo (p. 50).
A busca por meios de tornar o ensino da Química mais atractivo, tornando o ensino mais
diversificado e fora dos panoramas tradicionais é um dos pontos discutidos para a formação
de alunos com conhecimento crítico. E se enfatiza a experimentação como forma de
contextualizar o conhecimento químico e promover uma aprendizagem significativa nos
alunos, as aulas práticas em laboratório são um exemplo onde o aluno tem a possibilidade de
relacionar o conhecimento teórico com o prático. Schnetzler (2010) afirma que:

As aulas práticas no ambiente de laboratório podem despertar curiosidade e o interesse


do aluno, visto que a estrutura do mesmo pode facilitar, entre outros factores, a
observação de fenómenos estudados em aulas teórica. A utilização de ferramentas
experimentais proporciona ao aluno aprender a construir o seu conhecimento, este
proporciona o pensar consciente sobre questões sociais, e assim tornar o conhecimento
científico, fugindo dos princípios do ensino tradicional onde o aluno deve decorar
inúmeras fórmulas e reacções sem relacionar com o meio em que as mesmas ocorrem
(p. 51).
Schnetzler (2010) destaca que aulas práticas contribuem para a aprendizagem colaborativa,
através da realização de experimentos em equipa e a colaboração entre as equipes. Assim, a
formação de um espírito colaborativo de equipa pressupõe uma contextualização socialmente
significativa para a aprendizagem, tanto do ponto de vista da problematização (temas
socialmente relevantes) como da organização do conhecimento científico (temas
epistemologicamente significativos). De acordo com o autor citado anteriormente:

Entretanto, percebe-se entre os professores descontentamento com esta atividade


curricular onde ao serem questionados os problemas mais comummente encontrados
são: falta de estrutura nas escolas; dificuldades de manipulação dos materiais do
laboratório pelos alunos; baixo nível de compreensão dos fenómenos pelos discentes;
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tempo inadequado para a realização das actividades; dificuldade que os alunos têm de
relacionar teoria e prática, conhecimentos teóricos insuficientes para o
acompanhamento das aulas pelos alunos, entre outros (p. 51).
Existem ainda os perigos do reducionismo, do fazer pelo fazer, para não se fazer um
experimento pelo experimento, ou seja, sem validade contextual do que se está estudando já
que nessa modalidade de aulas práticas em laboratórios se tornou um modismo. Sobre essa
modalidade os PCNs deixam claro que a experimentação na escola média tem função
pedagógica. Entretanto, não soluciona o problema de ensino-aprendizagem em Química,
dessa forma não se desvincula “teoria” e “laboratório”. Teoria e prática se acham intimamente
relacionadas à práxis histórica, social, colectiva e quotidiana. Segundo Schnetzler (2010):

Às actividades experimentais no ensino de Química permitem ao aluno uma


compreensão de como a química se edifica e se amplia, presenciando a reacção no
momento em que ela acontece. O aprendizado voltado para o quotidiano, por meio de
exposições experimentais, com instrumentos de fácil alcance e uso corriqueiro,
evidenciou-se uma escolha capaz de instigar os estudantes para a aprendizagem de
conteúdos de Química no ensino médio. Neste trabalho, desenvolveram-se
experiências fundamentadas nas cores de substâncias contidas no açaí, obtidas através
da técnica de extracção alcoólica (p. 52).
Diante do exposto, o estudo destina-se a associar o ensino da Química, e o uso de aulas
experimentais, para aprimorar o conhecimento sobre a aplicabilidade de indicadores naturais
ácido e base com substâncias do quotidiano, com a finalidade de desenvolver nos alunos o
conhecimento científico para se tornarem cidadãos conscientes.

2. Metodologias
2.1. Tipo de pesquisa
2.1.1. Método de pesquisa
Segundo Gil (2002), método representa um procedimento racional e ordenado, constituído por
instrumentos básicos, que implica utilizar a reflexão e a experimentação, para proceder ao
longo do caminho e alcançar os objectivos pré-estabelecidos no planeamento da pesquisa.

O método de estudo do presente projecto será indutivo, pós ira generalizar os factos, isto é,
partimos de algo particular para uma questão mais geral, que segundo Lakatos & Marconi
(1991), método indutivo ou indução é o raciocínio que, após considerar um número suficiente
de casos particulares, conclui uma verdade geral.

2.2. Quanto aos objectivos


Quanto aos objectivos irá usar-se-á Pesquisa Explicativa, pois identifica os factores que
determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenómenos. É o tipo que mais aprofunda
o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas.
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Porém, a escolha desta técnica é devidamente apoiado por que conforma Gil (1991), as
pesquisas explicativas têm como objectivo primordial a identificação dos factores e a
explicação da ocorrência dos fenómenos, (p.75).

2.3. Quanto a Natureza


Quanto a natureza a pesquisa será Aplicada com a finalidade de solucionar a problemática dos
principais factores da contaminação da água e efluentes líquidos com contaminantes
orgânicas. Para Gil (1991), este tipo de pesquisa, tem por objectivo gerar conhecimentos para
aplicação prática dirigidos à solução de problemas específicos, e envolve verdades e
interesses locais (p.42).

2.4. Quanto a Abordagem


Usar-se-á a pesquisa quantitativa, porque os resultados obtidos na colecta identificado as
principais dificuldades no tratamento de efluentes líquidos, isto é, os dados serão traduzidos
em números, opiniões e informações que facilitaram na construção de gráficos. Para Gil
(1991), a pesquisa quantitativa é aquela que recorre à linguagem matemática para descrever as
causas de um fenómeno, as relações entre variáveis (p.66).

2.5. Quanto aos Procedimentos Técnicos


Quanto aos procedimentos técnicos irá utilizar-se a Pesquisa Experimental, que segundo Gil
(1988), quando se determina um objecto de estudo, selecciona-se as variáveis que seriam
capazes de influenciá-lo, define-se as formas de controlo e de observação dos efeitos que a
variável produz no objecto (p.93).

Deste modo, irei utilizar está técnica para o aprofundamento de uma realidade específica, com
o objectivo de conseguir informações ou conhecimentos acerca dos factores que levam os
contaminantes orgânicos a permanecerem muito tempo na água mesmo depois de passar pelo
processo de purificação.

2.6. Técnica de colecta de dados


a) Observação Directa
Esta técnica consistiu na medida em que a pesquisadora ira utilizar os seus órgãos de sentido
na obtenção de determinados aspectos da realidade que acontece durante o tratamento de água
dos esgotos, laboratórios e indústrias, o que permitiu assim observar as principais
necessidades de se desenvolver adsorventes paro o uso no tratamento de água e em efluentes
líquidos.
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b) Questionário
Como técnicas para a colecta de dados, irá usar-se um questionário previamente estruturado,
constituído por uma série de perguntas no qual será dirigida aos funcionários e aos dirigentes
destes estabelecimentos com objectivo de identificar os factores do mão tratamento de água
contendo contaminantes orgânicos.

De acordo com Thiollent (1986), “o questionário é um instrumento de colecta de dados,


constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem
a presença do entrevistador” (p. 281).

2.7. Técnicas de apresentação, análise de resultados de dados


Os dados obtidos, serão processados no Microsoft Office Excel 2013, para a criação de
gráficos com base na análise estatística, e os dados serão interpretados e compilados com
auxílio do Microsoft Office Word 2010.

3. Aspectos éticos
Qualquer investigação efectuada a seres humanos levanta questões morais e éticas. Os
conceitos em estudo, o método de recolha de dados e a divulgação de certos resultados da
investigação podem, bem entendidos, contribuir para o avanço dos conhecimentos científicos,
mas também podem lesar os direitos fundamentais das pessoas (Thiollent, 1986).

Para obter a amostra no hospital provincial de Lichinga a pesquisadora entrara em contacto


com a Direcção do hospital a fim de solicitar a permissão, explicara os objectivos da pesquisa.
Uma vez obtido o consentimento da Direcção efectuara-se a recolha da amostra e a marcação
das entrevistas com os funcionários do hospital.

Neste contexto, pode-se perceber que os sujeitos entrevistados, cientes da natureza do estudo
e dos eventuais transtornos neles envolvidos e a garantia da confidencialidade e anonimato
dos sujeitos e dos dados em estudo, aderirão voluntariamente à pesquisa.

Portanto, a nossa pesquisa preverá procedimentos que assegurará a confidencialidade e a


privacidade dos indivíduos pesquisados, garantindo a protecção da sua imagem, a sua não
estigmatização e a não utilização das informações em prejuízo dos indivíduos ou das
comunidades, inclusive em termos de auto-estima, de carácter económico ou financeiro.
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4. Cronograma
Seram realizadas varias actividades para este presente projecto de pesquisa , das quais podem
se verificar no quadro a baixo.

Meses
Actividade 1 2 3 4
Escolha do tema
Pesquisa Bibliográfica
Revisão literária
Colecta de dados
Relatório preliminar
Relação final
Apresentação
Divulgação dos resultados da pesquisa
Fonte: autor (2022)

5. Orçamento
Material Preço Moeda
1 Computador 35,000,00 MZN
1 Impressora 6000,00 MZN
1 Bloco de Resma 500,00 MZN
1 Caixa de caneta 300,00 MZN
1 Caixa de lápis 300,00 MZN
1 Cartuxo de Tinta 3500,00 MZN
1 Embalagem de argolas 200,00 MZN
1 Bloco de cartona tipo A4 500,00 MZN
1 Embalagem de borracha 250,00 MZN
2 Bloco de Nota 100,00 MZN
1 Gravador de áudio 750,00 MZN
Total 47,400,00 MZN
Fonte: autor (2022)
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6. Referencial Teórico
Gil, António Carlos. (2008). Como elaborar projectos de pesquisa (4ª edição). São Paulo:
Atlas.

Santos, G. S.; Martins, M. M., Pavan, F. A. (2017). Antocianinas como indicadores ácido-
base com potencial aplicação no espaço escolar. Monografia, licenciatura em
química, UNIPAMPA.

Schnetzler, R. P. (2010) Apontamentos sobre a história do ensino de química no Brasil.


Ensino de química em foco. Ijuí: Unijuí, p. 51-75.

Thiollent, Michel. (1986). Metodologia da pesquisa – acção (2ª edição). São Paulo: Cortez.

Vasques, J. D. V.; DA Silveira, C. V.; Dos Reis, P. R. (2018). Uso de indicador natural de
pH como alternativa para o ensino de química na comunidade indígena do trovão, na
região no alto rio negro. Revista IGAPÓ-Revista de Educação Ciência e Tecnologia
do IFAM, v. 12, n. 1, p. 12-21.

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