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TREINAMENTO DE

DIREÇÃO DEFENSIVA
CONCEITO DE DIREÇÃO DEFENSIVA:

Dirigir de modo a evitar acidentes, apesar das ações incorretas dos outros e
das condições adversas.

 Ações incorretas dos outros: o outro condutor não possui razão, ou


seja, é um condutor infrator.

 Condições Adversas: São aquelas que estão além da capacidade de


controle do motorista, exigindo técnicas de Direção Defensiva que
permitam antecipá-las.

1. CONDIÇÕES ADVERSAS

As condições adversas que podem causar acidentes de trânsito são: LUZ,


TEMPO, VIA, TRÂNSITO, VEÍCULO, MOTORISTA, CARGA e PASSAGEIRO.

1.1 Condição Adversa Luz

A intensidade da LUZ natural ou artificial, em dado momento, pode afetar a


capacidade do motorista de ver ou de ser visto. Pode haver luz demais, provocando
ofuscamento, ou de menos, causando penumbra. Apresentam-se na forma natural
ou artificial.

Ao perceber farol alto em sentido contrário, pisque rapidamente os faróis para


advertir o condutor que vem em sua direção de sua luz alta. Caso a situação
persista, volte a visão para o acostamento do lado direito ao cruzar-se com ele.
Nunca revide a luz alta.

PARA EVITAR OFUSCAMENTO POR FAROL ALTO, UTILIZE A VISÃO PERIFÉRICA:

Ponto A: Visão Central (para onde você está olhando)

Ponto B: Visão Periférica (campo visual captado pelos olhos).

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Proteja seus olhos da incidência direta da luz solar. Para isso você poderá
usar óculos escuros, ou baixar o pára-sol a fim de evitar o ofuscamento. Esse tipo de
situação geralmente se dá nas primeiras horas da manhã ou à tardinha. Se possível,
evite trafegar nesses horários. E se tiver mesmo que dirigir, redobre a atenção.
Mantenha as lanternas acesas, para melhorar a visibilidade de seu próprio veículo.

1.2 Condição Adversa de Tempo

Frio, calor, chuva e neblina. Todos esses fenômenos reduzem muito a


capacidade visual do motorista, tornando difícil a visibilidade de outros veículos. Na
verdade, em condições extremas, torna-se muito difícil, quando não impossível,
divisar até mesmo os contornos da via, a margem das pistas, as faixas divisórias e a
sinalização.

Além de dificultarem a capacidade de ver e de ser visto, as más condições de


TEMPO tornam estradas escorregadias e podem causar derrapagens.
Em situação de mau tempo, é preciso se adaptar à nova realidade, tomando
cuidados básicos: reduza a velocidade, acenda as luzes. Se o tempo estiver ruim,
deixe a estrada, parando em um local seguro e espere as condições melhorarem.

Na chuva ocorre o fenômeno conhecido como AQUAPLANAGEM, ou seja, o


veículo desliza sobre uma fina camada de água, perdendo a aderência com o
asfalto. Caso ocorra, deve-se segurar firmemente o volante e reduzir a velocidade,
sem acionar os freios.

MARCAS NO PAVIMENTO

SEGURANÇA AQUAPLANAGEM

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Na chuva, há o risco também dos alagamentos, que podem ocultar obstáculos
à circulação de veículos, como buracos ou bueiros sem tampa. Portanto, reduza a
velocidade e acompanhe o deslocamento dos veículos à sua frente.

Fonte: Manual do Proprietário do Astra

Na neblina, a regra defensiva é a mesma utilizada contra o ofuscamento


causado por farol alto em sentido contrário, ou seja, utilize a visão periférica,
guiando-se pela Linha de Bordo da faixa de trânsito. Caso a neblina esteja muito
densa, pare em local seguro, com o pisca alerta ligado. JAMAIS LIGUE O PISCA-
ALERTA COM O VEÍCULO EM MOVIMENTO.

1.3 Condição Adversa da Via

A VIA torna-se condição adversa de acordo com seu estado de Manutenção


e Sinalização e falhas no Projeto ou na Construção. Em razão disso, procure
adaptar-se às condições da via, identificando bem o traçado das curvas, das
elevações, a largura das pistas, o número de faixas de rolamento disponíveis, a
existência e o estado do acostamento, pólos atrativos de trânsito, se os lotes
lindeiros estão cercados ou não e obstáculos na pista, como quebra-molas,
sonorizadores, etc.

Mais uma vez, a velocidade é chave. O próprio Código de Trânsito Brasileiro,


em seu art. 220, estabelece que Deixar de reduzir a velocidade do veículo de
forma compatível com a segurança do trânsito nas vias rurais cuja faixa de
domínio não esteja cercada, nos trechos em curva de pequeno raio, ao
aproximar-se de locais sinalizados com advertência de obras ou trabalhadores
na pista, quando o pavimento se apresentar escorregadio, defeituoso ou
avariado, e em declive é infração de trânsito GRAVE. Se sentir que a estrada não
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está em condições ideais, a redução da marcha não é somente questão de bom-
senso, mas imperativa. Lembre-se de que as placas de sinalização apresentam os
limites máximos de velocidade, estabelecidas para as condições normais de trânsito,
e que nem sempre velocidade baixa (por exemplo, em trechos com sinalização de
regulamentação de velocidade máxima permitida para o trecho de 40 km/h), é
compatível com a segurança de trânsito, considerando-se, as condições climáticas
do local da circulação e do veículo e seu uso.

Esteja atento também à ação da Força Centrífuga, que atua jogando o veículo
para fora da curva. Para não sofrer as conseqüências, o ideal é reduzir a velocidade
antes da curva, acelerando de forma suave e progressiva durante o seu traçado,
obedecendo o seguinte:

 Nas curvas à direita, manter-se junto a linha de bordo: O procedimento


reserva uma saída à direita caso o veículo venha a ser vítima da força
centrífuga; esteja atento ao raio da curva, para evitar choque com obstáculos
e com veículos parados no acostamento.
 Nas curvas à esquerda, manter o veículo no centro da faixa: A lógica seria
manter o veículo junto à linha divisória de fluxos opostos. Entretanto, há o
risco de choque frontal com o veículo que segue em sentido contrário, caso o
mesmo esteja sob a ação da força centrífuga (invadindo a contramão de
direção), bem como evita também o choque com veículos que esteja
realizando uma ultrapassagem proibida.

fonte: Shell Responde

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1.4 Condição Adversa de Trânsito

Vejamos o que diz o Código de Trânsito Brasileiro:


Art. 1º, § 1º: Considera-se TRÂNSITO a utilização das vias por pessoas,
veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de
circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.

Art 29º, Inciso VII: Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento,


os de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as ambulâncias,
além de prioridade de trânsito, gozam de livre circulação, estacionamento e
parada, quando em serviço de urgência E devidamente identificados por
dispositivos regulamentares de alarme sonoro E iluminação vermelha
intermitente, observadas as seguintes disposições:
a) quando os dispositivos estiverem acionados, indicando a proximidade dos
veículos, todos os condutores deverão deixar livre a passagem pela faixa da
esquerda, indo para a direita da via e parando, se necessário (NOTA: DESRESPEITO
= AÇÃO INCORRETA DOS OUTROS, DE ACORDO COM O CONCEITO DA DIREÇÃO
DEFENSIVA, SENDO, PORTANTO, EVITÁVEL);

b) os pedestres, ao ouvir o alarme sonoro, deverão aguardar no passeio, só


atravessando a via quando o veículo já tiver passado pelo local (NOTA:
DESRESPEITO = AÇÃO INCORRETA DOS OUTROS, DE ACORDO COM O CONCEITO DA
DIREÇÃO DEFENSIVA, SENDO, PORTANTO, EVITÁVEL);

c) o uso de dispositivos de alarme sonoro E de iluminação vermelha


intermitente só poderá ocorrer quando da efetiva prestação de serviço de
urgência;
d) a prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar com
VELOCIDADE REDUZIDA E com os DEVIDOS CUIDADOS DE SEGURANÇA,
obedecidas as demais normas deste Código;

Aqui as variáveis são outras. Estamos falando das condições específicas do


trânsito em um determinado local, num determinado horário e, principalmente, por
um determinado veículo: VEÍCULO DE POLÍCIA. Muitos acidentes ocorrem em
razão do avanço, pura e simplesmente, do sinal vermelho fechado, em desrespeito
ao estabelecido no Código de Trânsito Brasileiro. Frise-se também a importância do
grifo no “E”, quando o CTB estabelece “alarme sonoro E de iluminação vermelha
intermitente”.

Os períodos de pico geralmente oferecem os maiores problemas para os


motoristas. No início da manhã e no fim da tarde e durante os intervalos tradicionais
para almoço o trânsito tende a ficar mais congestionado. Todo mundo está se
deslocando para ir ao trabalho ou voltar para casa. Além disso, há determinadas
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épocas do ano, como Carnaval, Natal, períodos de férias escolares e Feriados, em
que a tendência a problemas de congestionamento é compreensivelmente maior.

Em áreas rurais, o perigo é diferente. Atenção com o movimento lento de


carroças, animais soltos e pedestres desatentos. Nos centros urbanos, os pontos de
maior concentração de pedestres e carros estacionados também são problemáticos.
Preste bastante atenção ao se aproximar de pontos de ônibus e estações de trem e
metrô.

PEDESTRES:

O comportamento do pedestre é imprevisível. Para evitar acidentes, a receita


é a seguinte: tenha muita cautela e dê sempre preferência aos pedestres.
Problemas com o álcool não são exclusividade de motoristas imprudentes.
Pedestres embriagados também são freqüentes e geralmente acabam atropelados.
Quase todas as vítimas são pessoas que não sabem dirigir, não tendo, portanto,
noção da distância de frenagem. Muitos são desatentos e confiam demais na ação
do motorista para evitar atropelamentos.

O motorista defensivo deve dedicar atenção especial a crianças, pessoas


idosas e deficientes físicos, que estão mais sujeitos a atropelamentos. As crianças
não possuem o senso de cuidado apurado, e os menores de sete anos não
possuem percepção de velocidade e distância. Os idosos possuem esta percepção,
mas o corpo, na grande maioria das vezes, não corresponde ao cérebro. Os
portadores de necessidades especiais, estarão sujeitos as limitações impostas, seja
na capacidade perceptiva, seja na capacidade motora.

Reduza sempre a velocidade ao se aproximar de uma faixa de pedestres. Se


houver pessoas querendo cruzar a pista, pare completamente o veículo. Só retome
a marcha depois que os pedestres tiverem completado a travessia.

VEÍCULOS:

O CTB, em seu Art. 29º, § 2º estabelece o seguinte: ”Respeitadas as normas


de circulação e conduta estabelecidas neste artigo, em ordem decrescente, os
veículos de maior porte serão sempre responsáveis pela segurança dos menores, os
motorizados pelos não motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres”.

Para Evitar colisões, basta seguir as Normas Gerais de Circulação e Conduta


estabelecidas no Capítulo III do CTB.

TIPOS DE COLISÕES
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- Colisão frente-a-frente;
- Colisão com o veículo da frente;
- Colisão com o veículo de trás;
- Colisão em um cruzamento;
- Colisão misteriosa;
- Colisão nas ultrapassagens.

COMO EVITAR:

1. Frente-a-frente:
- Reduzir a Velocidade;
- Piscar os faróis;
- Buzinar;
- Encostar o máximo para a direita ou sair para o acostamento.

“NUNCA VA PARA A CONTRAMÃO DE DIREÇÃO”

2. Com o veículo da Frente:

- Manter distância;
- Procurar olhar além do veículo à frente, para antecipar reações;

3. Com o veículo de trás:

- Planejar seu trajeto com antecedência;


- Sinalize as suas intenções;
- Domine a situação;
- Pare de forma suave e gradativamente, sempre deixando uma distância entre
o seu veículo e o veículo que está à sua frente, para servir de área de
escape.

4. Nos Cruzamentos:

- Definir o trajeto;
- Reduzir a velocidade;
- Sinalizar com antecedência;
- Observar o trânsito (onde se encontra e para irá se deslocar).
- Respeitar e ceder preferências.

5. Misteriosa:
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- Reduzir a velocidade ao dirigir sob chuva;
- Ficar atento às placas de advertência;
- Não dirigir estando cansado.

6. NAS ULTRAPASSAGENS

6.1 - Ao Ultrapassar:

- Verificar se a sinalização permite;


- Verificar se as condições de tráfego permitem;
- Observar pelos retrovisores para verificar se alguém já está ultrapassando;
- Verificar se não há um obstáculo que impeça o retorno à faixa em segurança.

6.2 – Ao ser ultrapassado:

- Reduzir a velocidade;
- Manter-se à direita da pista;
- Sinalizar se há ou não condições de ultrapassagem.

DISTÂNCIA DE SEGUIMENTO

É distância entre o veículo que está dirigindo e o que segue à frente. Para
estabelecê-la, devemos levar em consideração o veículo, a velocidade, a carga ou o
número de passageiros conduzidos, o tipo de pavimento, o veículo que está à frente,
o volume do tráfego e o estado do motorista. Devemos ter em mente a regra dos
dois segundos, que leva em consideração um segundo para a distância de reação
(desde o momento que o motorista vê o perigo até tomar uma atitude), e um
segundo para a distância de frenagem (depois que o mecanismo de freio é acionado
até sua parada total).

COMO PROCEDER:

Quando o veículo que está à sua frente passar por um ponto de referência
(uma árvore, um poste, uma passarela) conte pausadamente 51, 52 (como
contamos nos movimentos de arma na ordem unida). Lembre-se: Estamos falando
de condições mínimas de segurança. Quanto mais afastados do veículo da frente,
melhor.

Para veículos de maior porte, acrescente um segundo para cada três metros
de comprimento do veículo.

Exemplo: Um caminhão com 12 metros de comprimento, divide-se 12 por 3,


que é igual a 4. Logo 4 segundos do caminhão + 2 segundos da regra = 6 segundos
de distância do veículo que vai à frente. Pode parecer muito, mas o freio de um
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caminhão não é igual ao freio de um veículo importado com disco nas quatro rodas,
com abs...

ANIMAIS

Todos os anos, muitos motoristas são vitimados em acidentes causados por


animais. Esteja atento, portanto, ao trafegar por regiões rurais, de fazendas ou em
campo aberto, principalmente à noite. A qualquer momento, e de onde menos se
espera, pode surgir um animal. E chocar-se contra um animal, mesmo um animal de
pequeno porte como um cachorro, geralmente tem conseqüências graves.

Ao perceber a presença de animais, reduza a velocidade e siga devagar até


que tenha ultrapassado o ponto em que se encontra. Isso evitará que o animal se
sobressalte e, na tentativa de fugir, venha ao encontro do seu veículo. Nunca
acenda o farol alto (os animais são atraídos pela luz), ou buzine (pode assustá-lo).

E lembre-se: embora possuam o mesmo porte, cavalos e bois possuem


reações diferentes. O boi não muda de trajetória durante seu deslocamento,
possibilitando assim que se passe pela sua retaguarda. Já o cavalo é imprevisível,
portanto não há condições de saber qual o melhor caminho seguir.

1.5 Condição Adversa de Veículo

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Para dirigir com conforto e segurança, o veículo também precisa estar em
perfeitas condições de uso e particularmente adaptado a cada motorista. Antes de
sair para o trânsito preste atenção ao seguinte:

- Assegure-se de que todos os vidros estejam limpos e com boas condições


de visibilidade. Elimine todo e qualquer obstáculo ao seu campo visual. Não
utilize os lavadores durante o deslocamento, pois a água pode ofuscar a visão
do motorista.
- Ajuste o banco para uma posição adequada, que lhe permita alcançar sem
esforço todos os pedais e comandos do painel. O banco não deve estar nem
muito próximo nem muito afastado do volante e nem estar inclinado
demasiadamente para trás.
- Ajuste os espelhos retrovisores internos e externos. Você deve ter um
bom campo de visão sem que para isso tenha que se inclinar para frente ou
para trás.
- Coloque o cinto de segurança e certifique-se que todos os passageiros
façam o mesmo. Lembre-se, cintos de segurança salvam vidas.
- Confira o funcionamento básico dos equipamentos obrigatórios de
segurança. Se qualquer coisa estiver fora de especificação ou funcionando
mal, solucione o problema antes de colocar o carro em movimento. Pneus,
freios, lâmpadas, limpadores de pára-brisas, buzina, espelhos retrovisores,
amortecedores e suspensões são itens que merecem revisão constante.
- Confira se o nível de combustível é compatível com o trecho que pretende
cobrir. Ficar sem combustível no meio da rua, além de muito frustrante,
também pode oferecer perigo para todos os usuários da via. É passível de
multas (Art 180 CTB - Ter seu veículo imobilizado na via por falta de combustível:
Infração – média, Penalidade – multa, Medida administrativa - remoção do veículo).

Manutenção em 1º Escalão:

- Água do Radiador:
- Óleo do Motor;
- Fluido da Direção Hidráulica;
- Fluido de Freio;
- Parte Elétrica;
- Pneus;
- Equipamentos de Emergência (triângulo, chave de roda, macaco)

1.6 Condição Adversa do Motorista

Muito importante também para a prevenção de acidentes é o fator motorista. O


condutor deve estar em plenas condições físicas, mentais e psicológicas para dirigir.

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Várias são as condições adversas que podem afetar o comportamento de um
motorista: fadiga, embriaguez, sonolência, dificuldades visuais ou auditivas, mal
estares físicos generalizados.

Dirigir cansado é sempre perigoso. Para evitar a fadiga, tome alguns cuidados:

1. Sempre que possível, evite dirigir nas horas de pico. Saia um pouco mais cedo
pela manhã. Evite as rotas de maior congestionamento, mesmo que precise andar
um pouco mais.

2. Adapte-se bem à temperatura. Use roupas leves no calor e agasalhe-se bem no


frio. Se seu carro tem ar-condicionado, utilize-o até alcançar uma temperatura
agradável no interior do veículo. O calor ou o frio excessivos causam irritação e
estresse, além de afetar os reflexos.

3. Caso vá cobrir longas distâncias, faça intervalos com freqüência, para "esticar
as pernas" e ir ao banheiro. Não se esqueça de alimentar-se adequadamente
também.

4. Se sentir que o cansaço bateu mesmo, pare. Descanse ou durma um pouco. E


se retorne a direção quando sentir que está de fato renovado.

SEU ESTADO EMOCIONAL TAMBÉM É MUITO IMPORTANTE. EVITE DIRIGIR


SE SENTIR QUE ESTÁ IRRITADO, PREOCUPADO OU ANSIOSO. CONFIE A
DIREÇÃO A UM AMIGO OU TOME OUTRA CONDUÇÃO. RELAXE.

Abuso na Ingestão de Bebidas Alcoólicas

Excessos no consumo de álcool ainda são o principal responsável por


acidentes nas ruas e estradas de nosso país.

A dosagem alcoólica se distribui por todos os órgãos e fluidos do organismo,


mas concentra-se de modo particular no cérebro.

Cria um excesso de autoconfiança, reduz o campo de visão e altera a


audição, a fala e o senso de equilíbrio. Com o álcool, a pessoa se torna presa de
uma euforia que, na verdade, é reflexo de anestesiados centros cerebrais
controladores do comportamento.

O fato é que bebida e direção simplesmente não combinam. O resultado


dessa mistura é quase sempre fatal. E o risco não é só de quem bebe. Os
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passageiros em um veículo conduzido por um motorista embriagado freqüentemente
também são vitimados.

SE BEBER, NÃO DIRIJA SOB NENHUMA HIPÓTESE.

Se for a uma festa onde sabe que irá beber, deixe o carro em casa. Ou deixe
as chaves com um amigo que não vá beber, ou com o dono da casa, com a
recomendação expressa de só lhe devolver se tiver certeza de que você está
absolutamente sóbrio.

Cuidado também com medicamentos e drogas, pois são substâncias de


efeitos análogos aos do álcool. Caso seja obrigado a ingerir medicamentos, consulte
seu médico quanto a prática de direção, ou então, leia atentamente a bula. Caso
haja informação desaconselhando a operação de máquinas ou a condução de
veículos, não dirija!

1.7 Condição Adversa Carga

A carga também é condição adversa, pois suas características, como massa,


volume e forma influenciam na condução do veículo, prejudicando sua estabilidade.
É importante que o motorista esteja ciente que a correta estivagem da carga evita
acidentes.

2. ELEMENTOS DA DIREÇÃO DEFENSIVA

2.1 – CONHECIMENTO

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O Código Penal diz que o desconhecimento da lei não é desculpa. O mesmo
se aplica ao Código de Trânsito. Nenhum condutor pode conduzir seu veículo em via
pública sem conhecer o Capítulo III do Código, que trata das Normas Gerais de
Circulação e Conduta (em anexo). É importante também que o condutor conheça
seu veículo, para perceber imediatamente anomalias que se apresentem. E conheça
e principalmente ponha em prática a doutrina da Direção Defensiva. O Policial Militar
deve conhecer também a área de atuação, o local para onde se dirige, as vias de
acesso, a geografia do terreno e suas rotas alternativas, para evitar exposição a
risco desnecessário.

2.2 – ATENÇÃO:

Um veículo que se desloca a 90 km/h está percorrendo 25 m/s. Na distração


de três segundos para trocar um cd, por exemplo, o veículo terá percorrido uma
distância de 75 metros. Distância suficiente para um acidente de proporções
trágicas. A atenção do condutor deve ser de 360 graus, sempre utilizando
corretamente seu retrovisor. Muita atenção com os ângulos mortos, que podem
provocar acidentes.

- Em azul: área coberta pelo retrovisor;


- Em verde: ângulo morto, ou ponto cego.

Para isso, o retrovisor deve estar corretamente ajustado, como na figura abaixo:

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2.3 – PREVISÃO:

É a habilidade do motorista prever o perigo, para antever situações de risco


de acidentes, sejam mediatas ou imediatas. A previsão mediata é aquela que deve
ser feita antes de iniciar uma viagem. A imediata acontece durante a condução do
veículo.

 Previsão Mediata: São aquelas voltadas às Condições Adversas, como por


exemplo: Check list do veículo; verificação de condições de trânsito;
verificação de condições climáticas.
 Previsão Imediata: São aquelas voltadas para o trânsito propriamente dito,
tais como: Época de férias escolares, muitas crianças correndo e
atravessando as ruas sem olhar para os lados, para apanhar pipas; Dia 27 de
setembro também há muitas crianças nas ruas correndo atrás de doce,
ofertados por ocasião do calendário religioso; Nos fluxos intensos em feriados
prolongados, há incidência de motoristas imprudentes, cometendo infrações
de trânsito que podem causar acidentes (transitando pela contramão de
direção, pelo acostamento, dirigindo embriagado). E todos sabemos da
ocorrência de atropelamentos sob passarelas, em razão da imprudência de
pedestres.

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2.4 – DECISÃO:

É fundamental decidir e agir prontamente em situações de risco. Nesses


momentos, a decisão é auxiliada pelo Conhecimento que o condutor possui, pela
Atenção que ele mantém e pela Previsão do perigo.

2.5 – HABILIDADE:

A habilidade ao volante á a capacidade de manusear corretamente os


instrumentos de comando e executar com perícia e sucesso as manobras de
trânsito. Saber qual a melhor maneira de parar, dar marcha à ré, fazer conversões,
enfim, de manejar o veículo. São requisitos fundamentais em manobras de
emergência.

A habilidade está diretamente ligada à posição que o condutor se encontra no


veículo e à dimensão do veículo. Ônibus e Caminhões possuem o balanço traseiro
(distância compreendida entre o centro das rodas traseiras o limite do pára-choque
traseiro) exagerado, podendo chegar a até 60% da distância entre-eixos.

Nos veículos de carga,


Nos veículos de passeio, o Nos ônibus, o condutor
o condutor encontra-se
condutor encontra-se atrás encontra-se à frente do eixo
acima do eixo
do eixo direcional. direcional.
direcional.

Balanço Traseiro: Conhecimento essencial


para manobras de qualquer veículo.

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3. ACIDENTE EVITÁVEL OU NÃO EVITÁVEL

TODO ACIDENTE, QUANDO É PREVISÍVEL, É EVITÁVEL. Por isso, é


importante que o condutor esteja atento, realizando estudos de casos usando com
base o que estudou até aqui toda vez que tomar conhecimento de algum acidente
de trânsito, para que possa tornar previsíveis fatos até então inimagináveis.

4. MÉTODO BÁSICO DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES

O comportamento seguro no trânsito pode ser mantido com a prática do


Método Básico de Prevenção de Acidentes, que consiste em três ações
interligadas:

a) PREVEJA O PERIGO: A previsão de possíveis situações de riscos deve ser


efetuada com antecedência, podendo ser de horas, dias ou até semanas,
caracterizando a previsão mediata.

b) DECIDA O QUE FAZER: Muitas vezes, os acidentes resultam de erros dos


motoristas. A mesma falha que provoca um acidente leve pode causar um
acidente fatal – a gravidade é determinada pela ocasião. Isso quer dizer
que os acidentes, mesmo os pequenos, merecem ser revistos, analisando-se
o tipo de erro cometido para afastar a possibilidade de repetição. O fato do
motorista ter contribuído para que houvesse um acidente indica que não
agiu em tempo, não sabia como se defender, ou ainda, desconhecia o
perigo.

c) AJA A TEMPO: Além de estar consciente sobre os perigos e quais atitudes


devem ser tomadas, é preciso saber agir imediatamente, e jamais esperar
para ver o que vai acontecer. Algumas vezes, os acidentes ocorrem
justamente porque o motorista espera a atitude dos outros, ou que os demais
conheçam e respeitem as regras de trânsito.

CONCLUSÃO:

Há um ditado popular que diz: “O pior do acidente é não tê-lo evitado.”.


Visualizamos aqui que não basta ter RAZÃO, é necessário ter BOM-SENSO. O
acidente gera traumas que o tempo não apagará, e depois de ocorrido, não adianta
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tentar identificar o culpado. Todos nós somos responsáveis pela segurança do
trânsito.

Debata com seus amigos o que aprendeu até aqui. Sempre que tomar
conhecimento de um acidente de trânsito, estude-o para saber o que ocasionou e o
que poderia ter sido feito para tê-lo evitado. Verifique quais as conseqüências:
Quantas vítimas? Alguma fatal? Quais os prejuízos materiais? E pergunte-se: E se
fosse com você? E se uma das vítimas fosse você mesmo, ou um parente seu? O
tempo apagaria esse trauma?

Pratique a Direção Defensiva.

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