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Guia de manutenção sugerida: Honda CG 125 1983

Passo 1: desmontagem, limpeza e identificação

É importante iniciar pela desmontagem para poder trabalhar-se com mais precisão, ergonomia
e facilidade na moto, além de permitir uma limpeza mais profunda de todos os componentes.
Para evitar confusão na montagem, ainda mais se tratando de um projeto esporádico, é
essencial identificar e separar os diversos componentes desmontados, além de guardá-los
embalados (para evitar poeira e afins) e de preferência organizados. O motor e chassi devem
ser descontaminados com solução desengraxante neutra, ou se usada solução ácida ou
alcalina, deve ser neutralizada após o uso.

Passo 2: Correções de chassi

O chassi é o primeiro item a ser corrigido. Soldas malfeitas devem ser retiradas e no lugar
devem ser aplicados reforços devidamente soldados. O alinhamento pode ser feito, se
desejado. Após as correções, deve-se partir para a pintura, seja somente corretiva ou de todo o
chassi se assim desejar. A nova pintura pode ser feita usando a tinta antiga como substrato,
contanto que antes se remova (mecanicamente ou quimicamente) todo resíduo de tinta antiga
que esteja soltando, e em seguida aplicar, na seguinte ordem: Wash primer, primer PU, tinta
PU. Se desejar um acabamento metálico, deve-se usar tinta poliéster e verniz.

Passo 3: Correção da balança

A solução mais fácil para o dano no suporte do regulador da corrente é encontrar outra peça
num desmanche ou algo similar, e somente ter o trabalho de alinhá-la com um gabarito
simples; na ocasião disso não ser possível, seria possível aplainar a área danificada e soldar
uma peça feita com chapa espessa, e além da solda, aparafusá-la na balança original, mas com
risco de ser um serviço difícil de fazer um alinhamento fino.

Passo 4: Motor e transmissão

Como o objetivo é fazer apenas a parte de cima do motor, não há necessidade de se abrir o
motor todo, exceto se ao se retirar o pistão se notar folga excessiva de biela e virabrequim
(pode ser verificada forçando o mesmo para cima e pra baixo e para os lados), que nesse caso
seria fortemente aconselhado fazer o motor todo sob risco de desbielar após montado. Folgas
excessivas de rolamentos (principalmente o primário e secundário) também devem ser
avaliadas.
Não sendo necessário fazer a parte debaixo do motor, ela pode ser apenas limpa com uma boa
drenagem do óleo velho, virando o motor, e depois forçando passar óleo novo em diferentes
ângulos. Deve-se limpar o filtro centrífugo e a tela de filtragem, se houver. Verificar a vazão da
bomba de óleo e se não existe obstrução nos dutos.
Na parte de cima, pode-se optar por comprar um kit de cilindro + pistão prontos ou mandar
usinar o cilindro original para colocação de um pistão sobre medida (mais seguro). O kit de
pistão já vira com pino, anéis e travas. No cabeçote, se as válvulas estiverem boas, podem ser
apenas limpas, assentadas e terem os retentores trocados. Será necessário um jogo de juntas
completo mesmo sem fazer a parte debaixo do motor. Em vedações onde não há juntas deve-
se aplicar silicone de alta temperatura.
A superfície de contato dos balanceiros com as válvulas deve ser avaliada e corrigida se
necessário; folgas laterais no eixo do balanceiro podem ser corrigidas com arruelas.

O eixo do pinhão pode ser preenchido com solda e artesanalmente reusinado com retificadeira
caso não se faça a parte debaixo do motor, mas trocado caso se faça.

Passo 5: Elétrica

Se desejado voltar a um sistema com bateria, o mais fácil é se comprar pronto um chicote
completo. Se desejar continuar usando sem bateria, deve-se manter as ligações já existentes,
fazer um esquema elétrico da instalação atual para referência em manutenções futuras. Os
faróis e luzes do painel normalmente vêm direto do estator, então devem precisar de
modificações. As setas não conseguem funcionar com corrente alternada, então será
necessário instalar um retificador simples para elas. A ligação das setas após o retificador segue
o mesmo esquema do original. Todas as lâmpadas (exceto seta) devem halógenas porque LEDs
não podem ser ligados em linhas não retificadas. A instalação de uma chave geral para as luzes
(simples esquema de interruptor), caso não exista nativamente, ajuda bastante em aliviar o
sistema para a partida.
É recomendável usar um cachimbo na vela, o mesmo não é um item caro e mantém a vedação
contra água, poeira e fuga de corrente.

Passo 6: Alimentação

Deve-se lavar o tanque com gasolina ou outro solvente não muito forte para remover qualquer
partícula solta. O carburador deve ser limpo e ter suas juntas trocadas. A numeração dos giclês
deve ser conferida. A mangueira da caixa de ar e coletor devem ser substituídas se estiverem
partidas.

Passo 7: Suspensão

Deve-se trocar o fluido dos garfos dianteiros (se quiser economizar pode ser usado óleo 10W
comum de direção hidráulica) e corrigir possíveis vazamentos por retentores e parafusos de
dreno. Os amortecedores traseiros devem ser limpos e trocados se for notado que estão com
pouca carga ou com muita diferença de carga entre os dois.

Passo 8: Freios

Se ainda houver banda suficiente nas sapatas, o freio pode apenas ser devidamente
descontaminado e regulado. Se o mesmo tiver acabado, basta substituir as sapatas e outros
componentes avariados. Rebarbas do cubo podem ser retirados com o auxílio de uma
retificadeira.
Passo 9: Demais componentes dinâmicos

Os rolamentos de roda devem ser trocados se estiverem estourados. Se tiverem folga na


fixação, pode-se embuchá-los com o auxílio de uma chapa fina, mas o cubo inteiro deverá ser
trocado se for excessivo.

As rodas devem ser limpas, os aros avariados devem ser trocados e balanceados. Não se deve
esquecer de se aplicar uma proteção entre a roda e a câmara de ar. Se o pneu estiver raspando
demais a câmara de ar, deve-se trocá-lo.

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