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BACHARELADO EM FISIOTERAPIA

GEOVANA DE SANTANA SANTOS

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA ATRAVÉS DO MÉTODO


NEUROEVOLUTIVO BOBATH EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Alagoinhas – BA
2019
GEOVANA DE SANTANA SANTOS

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA ATRAVÉS DO MÉTODO


NEUROEVOLUTIVO BOBATH EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado


como requisito para obtenção do título de
Bacharela em Fisioterapia da Faculdade de
Regional de Alagoinhas FARAL/UNIRB.

Orientadora: Prof.ª Esp. Carla Lorena de


Araújo Costa

Alagoinhas – BA
2019
BIBLIOTECA ZUZA PEREIRA / FACULDADE REGIONAL DE ALAGOINHAS –

UNIRB

Santos, Geovana de Santana


Abordagem fisioterapêutica através do método Neuroevolutivo Bobath em
crianças com Paralisia Cerebral / Geovana de Santana Santos – Alagoinhas,
Bahia, 2019. 50 f.

Monografia (Graduação) Curso de Bacharelado em Fisioterapia –


Faculdade Regional de Alagoinhas – UNIRB.

Orientadora: Prof.ª Esp. Carla Lorena de Araújo Costa

1. Bobath. 2. Encefalopatia Crônica 3. Fisioterapia.

CDD: 615.5
GEOVANA DE SANTANA SANTOS

ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA ATRAVÉS DO MÉTODO

NEUROEVOLUTIVO BOBATH EM CRIANÇAS COM PARALISIA CEREBRAL

Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado como requisito para obtenção de título

de Bacharel em Fisioterapia do curso de Fisioterapia da Faculdade Regional de

Alagoinhas FARAL/UNIRB.

Data de Aprovação

___/___/____

Banca Examinadora:

________________________________________
Prof.ª Esp. Carla Lorena de Araújo Costa (Orientador/a)
Faculdade Regional de Alagoinhas FARAL/UNIRB

________________________________________
Prof.º Me. Marcos Vinícius Santos Silva
Faculdade Regional de Alagoinhas FARAL/UNIRB

________________________________________
Prof.ª Ma. Midiã Oliveira Lima
Faculdade Regional de Alagoinhas FARAL/UNIRB
Dedico esse trabalho aos meus Pais.
AGRADECIMENTOS

De antemão, agradeço a Deus pelo dom da vida e por ter me proporcionado

chegar até aqui, pois sem Ele nada disso seria possível. À minha família, por estar

comigo em todos os momentos, cuidando de mim, com amor e paciência, em

especial, os meus pais, meu irmão e minha Dinha, os quais contribuíram

diretamente para tornar essa caminhada mais fácil.

A minha orientadora Carla Lorena Costa, por todo empenho e dedicação que

teve comigo durante a construção desse trabalho. E, além disso, sou grata à todos

os professores que me passaram um pouco do seu conhecimento no decorrer da

graduação, os quais tenho profunda admiração.

Agradeço de coração a minha prima Amanda Santana, que me ajudou a

construir esse trabalho, em meio a tantas dificuldades em que me encontrei, ela foi

peça fundamental neste momento.

E por fim, agradeço a todos que fazem parte de minha vida e que direta ou

indiretamente contribuíram para que tudo isso se realizasse. De modo especial, aos

meus amigos de turma, Mielly Nataly, Mylena Rodrigues, Marcos Antônio e Joana

Machado (quase minha co-orientadora rs), os quais sempre estiveram juntos, me

ajudaram, me orientaram, e colaboraram para a realização desse sonho.


“Foi o tempo que dedicastes à tua rosa que a fez tão importante”
(Antoine de Saint-Exupéry)
RESUMO

A Paralisia Cerebral (PC) é uma patologia que afeta o Sistema Nervoso Central
(SNC) abrangendo diferentes disfunções, e sua etiologia ainda é causa de
investigação. No entanto, sabe-se que os quadros clínicos apresentados por seus
portadores vão depender do tipo de disfunção motora e da localização da lesão no
SNC. O presente estudo trata-se de uma revisão bibliográfica que apresenta uma
abordagem qualitativa de caráter explicativo, e tem como objetivo discutir a respeito
da utilização do método Bobath no desenvolvimento motor de crianças com PC.
Após a pesquisa e análise dos dados foram selecionados cinco artigos científicos do
tipo estudos de caso que apresentavam resultados significativos com relação às
técnicas do Bobath correspondentes as habilidades motoras de crianças com PC.
Assim, conclui-se que os métodos utilizados para o estudo foram eficazes para o
ganho da função motora grossa; diminuição e adequação do tônus, controle de
tronco, cintura escapular e consequentemente melhora da postura.

Palavras-Chave: Bobath. Encefalopatia Crônica. Fisioterapia.


ABSTRACT

Cerebral Palsy (CP) is a pathology that affects the Central Nervous System (CNS)
encompassing different dysfunctions, and its etiology is still cause for investigation.
However, it is known that the clinical pictures presented by its patients will depend on
the type of motor dysfunction and the location of the CNS lesion. The present study
is a bibliographical review that presents a qualitative approach with explanatory
character, and aims to provide a discussion about the use of the Bobath method in
the motor development of children with CP. After researching and analyzing the data,
five scientific articles were selected, such as case studies that presented significant
results in relation to the Bobath techniques corresponding to the motor skills of
children with CP. Thus, it was concluded that the methods used for the study were
effective for the gain of gross motor function, decrease and adequacy of tone, control
of the trunk, scapular girdle and consequently improvement of posture.

Keywords: Bobath. Chronic Encephalopathy. Physiotherapy.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

Ach Acetilcolina
ADM Amplitude de Movimento
AVC Acidente Vascular Cerebral
AVD’s Atividades de Vida Diária
CO2 Dióxido de Carbono
DNPM Desenvolvimento Neuropsicomotor
EEG Eletroencefalograma
ECNPI Encefalopatia Crônica não Progressiva da Infância
EEG Eletroencefalografia
EMGs Eletromiografia de superfície
FES Estimulação Elétrica Funcional
FNP Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
GMFM Gross Motor Function Measure
LILACS Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
MEDLINE Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
NMES Estimulação Elétrica Neuromuscular
O2 Oxigênio
OI/TrA Oblíquo Interno/Transverso do Abdome
PC Paralisia Cerebral
PIT Padrões Influenciando o Tônus
PubMed US National Library of Medicine’s
RM Ressonância Magnética
RN Recém-nascido
SCIELO Scientific Eletronic Library Online
SNC Sistema Nervoso Central
TAC Tomografia Axial Computadorizada
TBA Toxina Botulínica
TC Tomografia Computadoriazada
LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Classificação da PC, regiões cerebrais e gravidade........................... 18


Figura 2 – Normalização do tônus....................................................................... 26
Figura 3 – Exemplo de pontos chave de controle da cabeça.............................. 27
Figura 4 – Exemplo de facilitação da extensão do quadril e do tronco em pé..... 28
Figura 5 – Exemplo de inibição do padrão de rotação interna e flexão do mem- 28
bro superior..........................................................................................................
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 12

1.1 Objetivos.................................................................................................. 13

1.1.1 Objetivo Geral........................................................................................ 13

1.1.2 Objetivos Específicos............................................................................ 13

2 REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................... 14

2.1 Paralisia Cerebral.................................................................................... 14

2.1.1 Fisiopatologia da Paralisia Cerebral...................................................... 16

2.1.2 Os tipos de Paralisia Cerebral............................................................... 17

2.1.3 Diagnóstico da Paralisia Cerebral......................................................... 19

2.1.4 Tratamento............................................................................................ 20

2.2 Método Bobath Neuroevolutivo............................................................. 24

2.2.1 Técnicas................................................................................................ 26

3 METODOLOGIA.............................................................................................. 31

3.1 Métodos e Abordagem.......................................................................... 31

3.2 Procedimentos Técnicos....................................................................... 31

3.3 Coleta e Análise de Dados.................................................................... 32

3.4 Fluxograma............................................................................................. 33

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES..................................................................... 34

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 42

REFERÊNCIAS.................................................................................................... 43
12

1 INTRODUÇÃO

A Paralisia Cerebral (PC), também conhecida como encefalopatia crônica não


progressiva da infância, compreende numerosas disfunções com etiologias e
quadros clínicos diversos, porém, que trazem em comum o fato de afetarem o
sistema nervoso central (SNC) (DUARTE; RABELLO, 2015). Assim, segundo
Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008), as principais causas da PC encontram-se
ligadas a distúrbios metabólicos, infecciosos, malformações no desenvolvimento,
traumas na gestação, uso de drogas durante a gravidez, problemas na placenta e a
prematuridade.
Os portadores de PC apresentam várias alterações sensório-motoras,
cognitivas, diferenças no tônus muscular, rigidez, espasticidade, reflexos primitivos,
além de alterações na postura, equilíbrio e coordenação (DUARTE; RABELLO,
2015). Seu quadro clínico vai depender do tipo de disfunção motora presente, como
extrapiramidal, discinético, atáxico, espástico e misto; e pela topografia das lesões,
isto é, a localização do corpo acometido, assim, classificando-as em monoplegia,
diplegia, paraplegia, hemiplegia, tetraplegia ou quadriplegia (LEITE, 2012).
O índice de PC é maior em países subdesenvolvidos do que em países
desenvolvidos, isto devido à falta de acesso aos serviços de saúde apropriados nos
períodos pré e pós-natal aumentando assim, a incidência da paralisia cerebral em
prematuros e em crianças com baixo peso. Estima-se que no Brasil ocorrem cerca
de 30.000 a 40.000 mil novos casos por ano (SILVA, 2017).
Para obter o diagnóstico de Paralisia Cerebral é necessário observar os sinais
apresentados, como, a demora no desenvolvimento motor, a permanência de
reflexos primitivos e a existência de reflexos anormais. Além disso, uma anamnese e
exames físicos minuciosos são essenciais para descartar a possibilidade de
distúrbios progressivos do SNC, como doenças degenerativas. É indicado também
exames como eletroencefalograma (EEG) e tomografia computadorizada (TC), para
estabelecer a localização das lesões ou malformações congênitas pertinentes
(LEITE; PRADO, 2004).
Nesse contexto de redução das limitações derivadas da PC no indivíduo, é
necessário ressaltar o processo de reabilitação de forma multidisciplinar,
especialmente a abordagem fisioterapêutica, a qual utiliza diversos recursos e
métodos terapêuticos que atendam às necessidades desses indivíduos. Dentre as
13

práticas fisioterapêuticas o Método Neuroevolutivo Bobath tem sido utilizado pelo


profissional de fisioterapia como recurso na reabilitação de crianças com PC, uma
vez que baseia-se na inibição de reflexos primitivos e seus padrões patológicos
(DUARTE; RABELLO, 2015). Logo, questiona-se de que forma o método Bobath
pode contribuir no desenvolvimento motor de crianças com Paralisia Cerebral?
Sabe-se que a PC é uma patologia que afeta o Desenvolvimento
Neuropsicomotor (DNPM) de crianças, e nos últimos anos o índice vem aumentando
significativamente no Brasil. A escassez ao serviço de saúde especializado na área
da fisioterapia, promove uma carência sobre o conhecimento em relação a técnicas
atuais utilizadas, dentre elas o Método Bobath. Diante disso espera-se que o
presente estudo venha contribuir no âmbito social, acadêmico e profissional no
futuro, levando a uma maior compreensão quanto ao tema abordado.

1.1 Objetivos

1.1.1 Objetivo Geral

Discutir a respeito da utilização do Método Bobath no desenvolvimento motor


de crianças com Paralisia Cerebral.

1.1.2 Objetivos Específicos

 Explanar sobre a função motora grossa e o tônus muscular de crianças com


PC após intervenção com o método Bobath;
 Ressaltar a influência das técnicas do método Bobath sobre o controle de
tronco e o controle postural de crianças com PC;
 Demonstrar os efeitos do método Bobath em crianças com PC.
14

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Paralisia Cerebral

As primeiras definições da paralisia cerebral (PC) aconteceram em 1843,


quando, o cirurgião inglês William John Little a considerou como um
desordenamento clínico que afeta o sistema nervoso de crianças em seus primeiros
anos de vida (SANTOS, 2014). Nessa época, os casos relatados por ele, foram
nomeados como “Síndrome de Little”. Em 1862, ele estabeleceu a correlação entre o
quadro da PC e o parto anormal, após observar que nessa época muitas das
crianças nasciam prematuramente ou de partos complicados (ASSIS-MADEIRA;
CARVALHO, 2009).
Em 1897, Sigmund Freud propôs a expressão Paralisia Cerebral, que
posteriormente, foi consagrada por Phelps ao relatar um grupo de crianças que
manifestavam alterações motoras, relativamente severas por lesão no SNC,
similares ou não à Síndrome de Little (ROTTA, 2002). A descrição mais utilizada
pelos especialistas é de 1964, que determina a PC como “um distúrbio permanente,
embora não invariável, do movimento e da postura, devido a defeito ou lesão não
progressiva do cérebro no começo da vida” (LEITE; PRADO, 2004, p. 2).
Atualmente, o termo mais empregado para se referir PC é o de Encefalopatia
Crônica não Progressiva da Infância (ECNPI), pois esta é estabelecida como um
conjunto de alterações motoras não progressivas, sujeitas ao acometimento
encefálico, que se manifesta na infância, não sendo exclusivamente secundária à
lesão progressiva do cérebro, entretanto se deve também a ação que a dita lesão
desempenha sobre a estrutura e função do corpo (JACQUES et al., 2010).
Entende-se pelo exposto acima que a PC não é uma doença evolutiva, ou
seja, seus fatores patológicos não evoluem com o avançar da idade, no entanto
suas alterações físicas e psicológicas poderão ser percebidas no decorrer da
doença (REBEL et al., 2010). A PC é descrita por alterações motoras, posturais e de
movimentos ordenados dos pacientes, surgindo desde cedo, encontrando-se
secundária a uma lesão, dano ou disfunção do SNC, sendo que estas não são
caracterizadas como doença progressiva ou degenerativa do cérebro, e a lesão,
pode ocorrer no período pré, peri ou pós-natal e assim, por consequência
interferindo no desenvolvimento motor normal da criança (LEITE; PRADO, 2004).
15

Por se tratar de uma patologia com uma diversidade de conceitos e


diagnósticos, estabelecer a incidência e a prevalência da PC é uma missão
complicada. Mas, de acordo com Brasil (2013) sua prevalência varia de 1,5 a 5,9 por
1.000 nascidos vivos em países desenvolvidos. Em países em desenvolvimento
estima-se que seja de 7 por 1.000 nascidos vivos, isto devido as más condições de
saúde e no cuidado precário às gestantes no período pré-natal.
Segundo Silva (2017), no Brasil ocorrem cerca de 30.000 a 40.000 mil novos
casos por ano, uma vez que se trata de um país subdesenvolvido e com condições
precárias de saúde no geral. Entretanto, no Brasil não existem pesquisas científicas
considerando a incidência de indivíduos com deficiência física, mental ou sensorial,
o que existe são estimativas desses dados (REBEL et al., 2010).
A PC é uma categoria clínica muito extensa, decorrente de uma lesão no
SNC, por esta razão, sua etiologia ainda é causa de investigação no meio dos
pesquisadores de diversos países, que buscam constatar um fator etiológico
determinador apara a patologia, no entanto, foram descobertos vários fatores de
risco que sugerem que esta seja uma doença multifatorial, ou seja, sem causa
específica (PATO et al., 2002).
Ainda que desconhecido seu fator etiológico, sabe-se que suas causas
podem ser decorrentes de fatores endógenos, como a capacidade genética herdada
pelo indivíduo a qual, é decisiva no padrão de evolução do SNC, e, os fatores
exógenos, o qual leva em conta o momento em que o fator etiológico afeta o SNC
em seu desenvolvimento, estando sempre ligados a fatores pré-natais, perinatais e
pós-natais (SANTOS, 2014).
De acordo com Rotta (2002), no período pré-natal, os agentes etiológicos
predominantes são as infecções e parasitoses (sífilis, sarampo, toxoplasmose,
herpes, HIV); intoxicações (drogas, álcool, cigarro); radiações (terapêuticas
diagnósticas); traumatismo (pancada no abdome da gestante ou queda da mesma);
fatores maternos (patologias crônicas, anemia grave, desnutrição e idade materna
avançada).
Conforme Lianza (2001), com relação às causas perinatais, estas, estão
associados a acontecimentos que envolvem o nascimento da criança, entre elas, as
hemorragias intracranianas, capazes de lesar o cérebro em nível cortical ou
subcortical, hipóxia, traumatismos durante o parto, asfixia perinatal, prematuridade e
16

os fatores de ordem obstétrica, como descolamento prematuro da placenta e


incompetência do istmo cervical, além da idade materna acima de 40 anos de idade.
Segundo Maranhão (2005), como causas pós-natais da PC, apresentam-se
basicamente, infecções, alterações vasculares e traumas, e dentre estes destacam-
se a meningite, encefalite viral, hidrocefalia, traumas crânioencefálicos, oclusão de
veias e artérias cerebrais, lesões cirúrgicas e seus tratamentos, os afogamentos e
anemia falciforme também estão inclusos em causas pós-natais.
Leite e Prado (2004) afirmam que ao observar o quadro clínico da patologia é
preciso levar em consideração a extensão e amplitude do distúrbio motor, e sua
caracterização semiológica principalmente. Dessa forma, a PC manifesta diversas
formas clínicas, nelas estão presentes atrasos no desenvolvimento neuropsicomotor,
padrões anormais de postura, tônus muscular atípico, além de distúrbios
musculoesqueléticos secundários (SANTOS, 2014).
Suas formas clínicas variam em distúrbios motores que são classificados
clinicamente a depender da parte do corpo acometida, como, hemiplegia, diplegia,
quadriplegia, e, os casos variam em paralisia completa ou discreta habilidade. Além
das sequelas motoras, constantemente os quadros vem acompanhados por
problemas cognitivos, sensitivos, comportamentais e por epilepsia (OLIVEIRA et al.,
(2013).

2.2.1 Fisiopatologia da Paralisia Cerebral

Segundo Marcondes et al. (2002) o SNC depende de uma oferta apropriada


de Oxigênio (O2) e nutrientes para um desempenho normal, a ausência desta oferta
pode ocasionar a asfixia que é uma das causas motivadoras da encefalopatia
hipóxico-isquêmica, e esta, é a afecção neurológica mais frequente no período
neonatal que provocam efeitos nocivos ao SNC. Além disso, para o funcionamento
apropriado dos neurônios é preciso também uma oferta efetiva de O2, de glicose e
outros substratos provenientes da circulação sanguínea, a falência desta, ocasiona a
morte neuronal e déficits cerebrais consequentes.
De acordo com Ribeiro (2018) o procedimento de oxigenação sanguínea
acontece através da hematose, que é a troca gasosa entre os capilares sanguíneos
e os alvéolos por meio da difusão dos gases oxigênio e dióxido de carbono (CO2).
Por meio desse processo, permeado pelo sistema respiratório e circulatório, o
17

sangue venoso, rico em CO2 é transformado em sangue arterial rico em O2, e


distribuído aos tecidos do organismo para promover as reações metabólicas das
células.
As trocas gasosas do feto são realizadas por meio da placenta, que mesmo
apresentando baixa qualidade de O2, permanece aeróbia devido à hemoglobina fetal
que tem alta afinidade com o O2 por meio da perfusão dos tecidos fetais e baixo
gasto tecidual de oxigênio. A deficiência desse suprimento leva a dois meios
patogênicos: hipoxemia e isquemia. As regiões mais afetadas são o córtex cerebral,
o hipocampo, o gânglio basal, o tálamo e a substância branca subcortical e
periventricular, causando morte neuronal distinta por necrose ou apoptose
(FIGUEIRA, 2004).
Rotta (2002) considera que os acontecimentos que levam ao
comprometimento cerebral são a diminuição de oxigênio, por conta da hipoxemia,
que é a redução das concentrações de O2 no sangue, ou devido à isquemia, a qual é
a redução da perfusão de sangue no cérebro, que se configura como a forma mais
crítica de privação de oxigênio. A encefalopatia hipóxico-isquêmica é determinada,
portanto, pela junção de hipoxemia e isquemia, relacionadas com o metabolismo da
glicose que acarretam a alterações bioquímicas, biofísicas e fisiológicas levando a
alterações secundárias que, por conseguinte levará a lesões que acarretam a PC.

2.1.2 Os tipos de Paralisia Cerebral

A classificação da PC é definida a partir de dois critérios, levando em conta o


tipo de disfunção motora existente, ou seja, a forma clínica resultante, que
compreende os tipos, extrapiramidal ou discinético (atetóide, coréico e distônico),
atáxico, hipotônico, piramidal ou espástico; bem como pela topografia dos danos, ou
seja, abrange a localização do corpo afetado, que compreende a monoplegia,
diplegia ou paraplegia, hemiplegia, tetraplegia e quadriplegia, como ilustradas na
figura 1. Além dessas, podem também existir formas mistas (SANTOS, 2014).
18

FIGURA 1: Classificações da PC, regiões cerebrais e gravidade.

Fonte: Mancini et al. (2002).

Para Brasil (2013) a PC discinética é caracterizada por movimentos atípicos


mais evidentes quando o paciente começa um movimento voluntário acarretando
movimentos e posturas atípicas; compreende a distonia (tônus muscular variável
estimulado pelo movimento) e a coreoatetose (tônus variável, acompanhado de
movimentos involuntários), é originada por lesão nos núcleos da base do sistema
extrapiramidal (corpo estriado, globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico).
Rotta (2002) afirma que na PC de forma atáxica apresentam-se significativas
alterações do equilíbrio e da coordenação motora, relacionadas à hipotonia muscular
evidente. Em consonância, Monteiro, Abreu e Valenti (2015) salientam que a forma
atáxica é menos encontrada do que as outras, e o seu padrão clínico prevalecente é
a ataxia, resultantes de alterações cerebelares. A ataxia é entendida como
instabilidade de movimentos oscilatórios da cabeça e do tronco, além disso,
verificam-se hipotonia e reflexos miotáticos diminuídos.
Santos (2014) salienta, que a PC hipotônica é rara, equivalendo a 1% dos
casos. Para alguns pesquisadores, esta é uma forma ainda não reconhecida,
acredita-se que seja uma característica transitória que precede o início da
espasticidade. Seu padrão marcante é a permanência da hipotonia ao longo do
tempo, causando assim um atraso significativo no desenvolvimento motor,
prejudicando a manutenção da postura e, dificilmente a criança consegue
deambular. A forma mista também apresentada pelos pacientes se caracteriza por
sintomas clínicos de duas ou mais diferentes formas de PC.
19

A forma mais comumente encontrada é a espástica ou piramidal, que


conforme a localização e a extensão do comprometimento apresentam-se por
monoplegia, diplegia, hemiplegia, triplegia ou tetraplegia. Na forma espástica,
apresentam-se com hipertonia predominante nos membros superiores e inferiores, e
em grupos musculares extensores e adutores, esse padrão vicioso pode ocasionar
retrações músculo- tendinosas prejudicando o ato motor voluntário (LIANZA, 2001).
Leite e Prado (2004) definem a hemiplegia como a forma mais frequente
apresentada, na qual o membro superior é o mais acometido. Os sinais
manifestados são a espasticidade, a hiperreflexia e o sinal de Babinski. O padrão
apresentado pelo paciente é de semiflexão do membro superior e hiperextensão
com adução do membro inferior e pé equino. É comum nesses casos a hipotrofia
dos segmentos corporais acometidos. Além disso, a hemiparesia é percebida na
criança quando esta começa a manipular objetos usando apenas um lado do corpo e
negligenciando o lado acometido.
A forma diplégica também conhecida como síndrome de Little, caracteriza-se
por intensa espasticidade dos membros inferiores que resulta em posição de
tesoura, ou seja, a postura com cruzamento dos membros inferiores e marcha “em
tesoura”. Já nos membros superiores nestes casos a espasticidade é leve, e na
maioria das vezes só é percebida em condição de estresse ou um maior esforço
físico (ROTTA, 2002).
Quando se apresenta na forma quadriplégica ou tetraplégica, representa a
forma mais grave da PC, é determinada pelo acometimento dos quatro membros por
conta da lesão encefálica bilateral, que pode ser extensa, simétrica ou não. Os
tetraplégicos são pessoas inteiramente dependentes na execução das suas
atividades da vida diária e continuamente necessitarão de cuidados específicos. Na
maioria dos casos esta forma está acompanhada de complicações na deglutição, na
linguagem, além de comprometimento mental, e no desenvolvimento mínimo de
integração das funções motoras e psíquicas e, em alguns casos a microcefalia
(SANTOS, 2014).

2.1.3 Diagnóstico da Paralisia Cerebral

A Paralisia Cerebral precisa ser diagnosticada por uma equipe multidisciplinar


o mais cedo possível, entretanto, raramente acontece no primeiro ano de vida, ainda
20

que exista a presença de sinais indicativos da patologia, assim como déficit no


desenvolvimento, espasticidade e incoordenação. A princípio, o acompanhamento
médico pretende estabelecer se as alterações são decorrentes da PC ou de
distúrbio motor progressivo, sendo necessário realizar os exames complementares
para se fechar o diagnóstico (MARANHÃO, 2005).
De acordo com Lianza (2001), as manifestações neurológicas prévias no
berçário precisam ser examinadas, para isso, vale ressaltar a importância dos
exames clínicos, como: Eletroencefalografia (EEG), sobretudo quando o recém-
nascido (RN) apresenta convulsões. A ultrassonografia e tomografia axial
computadorizada (TAC) são indicadas principalmente para averiguação e o
esclarecimento das más formações ou causas patológicas determinadoras da PC,
tais como, hemorragias encefálicas, hidrocefalia e porencefalia. A ressonância
nuclear magnética (RM) pode oferecer maiores detalhes e clareza a respeito dos
processos de maturação ou patológicos do SNC.
Além dos exames clínicos, o exame físico é também frequentemente utilizado
para determinar os acometimentos motores, onde devem ser observados sinais
como retardo ou atraso no desenvolvimento motor, permanência dos reflexos
primitivos, existência de reflexos atípicos, e a frustração no desenvolvimento dos
reflexos protetores. Assim, os profissionais que atentem a criança com PC possuem
uma série de procedimentos e técnicas de intervenção aliados a objetivos
específicos a serem alcançados (LEITE; PRADO, 2004; REBEL et al., 2010).

2.1.4 Tratamento

O tratamento consiste em amenizar os problemas decorrentes da patologia,


uma vez que não se pode atuar sobre uma lesão, que já se encontra cicatrizada. O
tratamento cirúrgico abrange cirurgias ortopédicas, para corrigir as deformidades,
preservar a função e aliviar a dor. O uso de medicamentos anticonvulsivantes e
psiquiátricos, utilizados no controle dos fenômenos psicológicos e da agitação
psicomotora. A toxina botulínica tem se revelado benéfica na prevenção de sequelas
motoras e a espasticidade. É preciso também o acompanhamento com a equipe
multidisciplinar, incluindo psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, etc. (SANTOS,
2014).
21

Lianza (2001) afirma que as cirurgias ortopédicas têm diversos objetivos, tais
como, simplificar a higiene e os cuidados de enfermagem, inibir a evolução da
luxação do quadril, evitar ou reduzir a dor, melhorar o posicionamento na cama,
favorecer o sentar e a marcha, tornando-a mais agradável e com menos desgaste
energético. Vale ressaltar que a intervenção cirúrgica na PC favorece principalmente
o tipo clínico espástico, entretanto sua redução é frequentemente temporária e não
deve ser entendida como método definitivo.
Embora não se tenha referimento com relação às contraindicações, as
cirúrgicas ortopédicas nos membros inferiores precisam ser proteladas até a
maturação da marcha, que acontece acerca dos 6-10 anos de idade, isto porque os
resultados de cirurgias efetuadas antes dos oito anos são pobres por consequência
do potencial de crescimento ainda existente (SPOSITO, 2010).
No entanto, o adiamento cirúrgico demasiado pode agravar as deformidades,
como na luxação de quadril, por isso, recomenda-se a avaliação radiológica
regularmente nesses pacientes que decidiram adiar a intervenção cirúrgica,
sobretudo em relação ao quadril. Além disso, é indicada também a utilização de
órteses (LIANZA, 2001).
Sposito e Albertini (2010), afirmam que o tratamento farmacológico da
espasticidade deve ser individualizado para que possa atingir as necessidades de
cada paciente. Os medicamentos antiespásticos atuam inibindo reflexos medulares
mono e polissinápticos melhoram a mobilidade ativa e passiva, agem a nível
muscular inibindo a liberação de cálcio causando a fraqueza muscular e assim
diminuindo o tônus.
Dentre os medicamentos utilizados, a toxina botulínica (TBA) foi uma das
soluções descobertas pela ciência para auxiliar no tratamento da espasticidade em
portadores de PC, que mostrou-se eficaz, comprovado segundo a literatura e que
possui poucos efeitos colaterais (CAMARGOS et al., 2007). A substância
supramencionada é uma neurotoxina, aplicada por meio de injeção intra-muscular,
no ponto motor do músculo e assim, atua na união neuro-muscular, bloqueando a
liberação da acetilcolina (Ach) proporcionando uma paresia muscular que dura cerca
de 3 a 6 messes após aplicação (FRANCO et al., 2006).
A indicação da TBA ocorre quando existe espasticidade localizada em um
determinado grupo muscular, que não responde ao tratamento medicamentoso
antiespástico habitual de forma eficaz, reduzindo a ação muscular tônica excessiva,
22

induzindo a um aumento da mobilidade ativa e passiva, possibilitando, dessa forma


um maior alongamento dos músculos abordados (SEGURA et al., 2005). Desse
modo, torna-se um importante aliado da fisioterapia, pois promove a redução da
espasticidade e o aumento da amplitude de movimento (ADM), e a manutenção de
ganho dos mesmos (SILVA et al., 2013).
A fisioterapia dispõe de diversas técnicas de tratamento para crianças com
PC, e estas devem ser iniciadas logo após o diagnóstico, o mais precoce possível.
O objetivo do terapeuta é aperfeiçoar os recursos ativos que a criança possui, e a
partir da avaliação de suas especificidades como a força, flexibilidade, mobilidade e
estabilidade, colaborar na realização de suas atividades funcionais de forma mais
eficiente possível (OLIVEIRA et al., 2013)
Os diferentes recursos disponíveis em fisioterapia devem ser utilizados
conforme o desenvolvimento motor normal de cada criança, visando à linha de
reabilitação motora global, e não apenas de grupos musculares isolados. Dentre
eles encontram-se: estimulação elétrica neuromuscular, cinesioterapia, estimulação
precoce, hidroterapia, equoterapia, Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP)
– Kabat, PediaSuit, e o Método Neuroevolutivo Bobath, os quais utilizam estímulos
sensitivos, mobilizações, treino de equilíbrio e etc. (DUARTE; RABELLO, 2015;
LIANZA, 2001).
Monteiro, Abreu e Valenti (2015) afirmam que as correntes elétricas
terapêuticas são utilizadas principalmente com objetivo de fortalecimento ou
recuperação da função muscular perdidas, ausente ou comprometida. Estas são
divididas em Estimulação Elétrica Neuromuscular (NMES) e Estimulação Elétrica
Funcional (FES). No tratamento da PC, emprega-se a NMES, pois esta tem por
finalidade a recuperação do controle motor ou fortalecimento, das patologias que
afetam o SNC. Já o FES é mais comum em pacientes que perderam alguma
capacidade funcional já existente.
Oliveira et al. (2013) reconhecem que a cinesioterapia utiliza características
biomecânicas e cinesiológicas no tratamento da PC, através de atividades como
alongamentos, mobilizações passivas, treino de força e equilíbrio. Os procedimentos
são realizados de modo conservador, com o intuito de corrigir ou amenizar as
deformidades características da PC, como, pé equino, subluxação ou encurtamento
muscular do quadril, rotação interna do quadril, joelho valgo, e a postura típica dos
membros superiores na PC espástica.
23

Brasil (2016) estabelece a estimulação precoce como uma abordagem de


natureza sistemática e sequencial, com técnicas e recursos terapêuticos
convenientes para estimular todas as propriedades que interferem na maturação da
criança, favorecendo o desenvolvimento motor, cognitivo, sensorial, linguístico e
social. Partindo do princípio da neuroplasticidade, aproveitando o momento crítico da
criança para estimular e desenvolver suas competências na fase em que a
possibilidade de recuperação é maior.
A abordagem hidroterapêutica dispõe de propriedades fisiológicas,
psicológicas e funcionais para o tratamento de pacientes com distúrbios
neurológicos, pois a água oferece um ambiente altamente dinâmico, através dos
seus princípios físicos, favorecendo a cinestesia que provocam estímulos nas
terminações neurosensoriais. Para crianças com PC o ambiente aquático possibilita
a sensação de liberdade a partir da realização de tarefas, que na maioria das vezes
são complexas em solo. Assim a hidroterapia tem o objetivo de gerar a máxima
independência funcional, manutenção do equilíbrio e força (JACQUES et al., 2010;
NAVARRO et al., 2010; OLIVEIRA et al., 2013).
A equoterapia é um recurso terapêutico e educacional, que utiliza o cavalo
como terapia, e através do movimento da andadura ao passo, possibilita ao corpo,
os deslocamentos para frente, para trás, para um lado, para outro, para cima e para
baixo, acompanhados dos movimentos da cintura pélvica. Em portadores de PC,
ajuda no desenvolvimento das áreas sensório-motoras e neuromotoras responsáveis
pela otimização do tônus, ativação muscular, controle de tronco e de cabeça,
equilíbrio e assim, desenvolvendo ou melhorando as habilidades motoras
(NASCIMENTO et al., 2010).
Segundo Duarte e Rabello (2015), a facilitação neuromuscular proprioceptiva
(FNP), desenvolvida por Dr. Herman Kabat, e que por esta razão é também
conhecida apenas como “Kabat”, tem por objetivos promover o desenvolvimento
funcional através da facilitação, inibição e relaxamento muscular, utilizando métodos
de contrações musculares excêntricas, concêntricas e estáticas, padrões diagonais,
alongamento e estímulo verbal, ajustadas com o emprego da resistência e com
meios facilitários adequados, regulados para atingir as necessidades de cada
paciente.
Conforme Borges (2012), o protocolo Pedia Suit recentemente desenvolvido,
é um recurso terapêutico constituído por um traje ortopédico-terapêutico, combinado
24

com sessões de fisioterapia baseadas em um específico programa de exercícios


para o tratamento de pessoas com PC. Fundamentado em três princípios básicos:
(1) o efeito do traje terapêutico; (2) fisioterapia diária durante um mês; e (3) atuação
motora ativa do paciente. Seu objetivo é focar na correção postural do paciente e no
desenvolvimento motor, resistência, coordenação motora, flexibilidade e equilíbrio e
correção postural.
O método Neuroevolutivo Bobath tem como objetivo habilitar o paciente para
realizar as atividades funcionais, tornando-o o mais independente possível conforme
seu potencial. Suas técnicas estão divididas em técnicas de facilitação, inibição e
estimulações efetuadas através dos pontos-chave de controle. (CASTILHO-
WEINERT; FORTI-BELLANI, 2011; DUARTE; RABELLO, 2015).

2.2 Método Bobath Neuroevolutivo

O método teve sua origem na década de 50, através do casal Karel e Berta
Bobath, que nasceram em Berlim, aonde Karel Bobath formou-se em medicina, e
Berta teve sua primeira formação, em ginástica reparadora, onde desenvolveu sua
percepção do movimento normal, exercício e relaxamento. Pouco antes da Segunda
Guerra Mundial eles fugiram para Londres, onde Berta Bobath formou-se em
fisioterapia e Karel Bobath iniciou sua carreira como pediatra especializando-se em
paralisia cerebral (ALCÂNTARA; COSTA; LACERDA, 2011).
Antes de 1950 a reabilitação neurológica convencional apresentava noções
de recuperação ortopédica, e nessa época, Berta Bobath foi convidada para tratar
de um paciente que tinha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Este era um
pintor famoso, que apresentava um quadro de hemiplegia à direita com uma
espasticidade significativa. No decorrer do tratamento ela observou que a partir dos
movimentos e das posturas a espasticidade seria capaz de ser modificada, e assim,
iniciou a elaboração da técnica que hoje é conhecida como Bobath (CATILHO-
WEINERT; FORTI-BELLANI, 2011).
Duarte e Rabello (2015) afirmam que o Bobath é definido como abordagem
terapêutica que pode ser usado tanto para solução de problemas, quanto para a
avaliação e tratamento de pessoas com dificuldade da função motora, do movimento
corporal e do equilíbrio postural, uma vez que estes foram provenientes de lesões no
SNC.
25

Dentre as principais contribuições desse método, destaca-se a comprovação


de que o SNC tem a capacidade de aprendizado em resposta a estímulos inibitórios
dos padrões de movimento que prejudica a movimentação normal. Dessa forma, o
tratamento inicialmente é voltado para a mudança e aprimoramento da coordenação
em preparação para as atividades funcionais, bloqueando padrões anormais e
proporcionando uma grande variedade de padrões normais os quais são
fundamentais para adquirir as habilidades motoras (MONTEIRO; ABREU; VALENTI,
2015).
A técnica é utilizada por profissionais fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais
e fonoaudiólogos, ainda que as especificidades permeiem-se entre si, todas elas
desempenham papéis específicos de acordo com suas aéreas de atuação. O
fisioterapeuta, por sua vez, atua com enfoque nos alongamentos musculares, no
aperfeiçoamento e aquisição motora e postural, incluindo a marcha, equilíbrio e
coordenação motora. Avalia ou indica o uso de órteses, andadores, cadeira de rodas
entre outros dispositivos, a fim de promover o alinhamento biomecânico e prevenir
deformidades (ALCÂNTARA; COSTA; LACERDA, 2011).
O Bobath tem como objetivo preparar o paciente para que este possa realizar
suas atividades funcionais, dentro das suas possibilidades, tornando-o o mais
independente possível. O método proporciona a experiência sensório-motora
através de movimentos básicos como: rolar, sentar engatinhar e andar, além de
atividades da vida diária (AVD’s) como se alimentar, se vestir, tomar banho,
caminhar em diferentes ambientes, dentre outros, que através da repetição,
integração e adaptação em suas AVD’s promovem a prática, o aprendizado e mais
tarde, automatismo (PESSOA et al., 2017).
Mancini et al. (2002) destaca outros objetivos da técnica, como diagnosticar
antecipadamente quais foram às sequelas ocasionadas pela lesão, prevenir as
decorrências secundárias e deformidades, possibilitar o máximo a capacidade do
paciente a partir do enfoque perceptivo, cognitivo e emocional, e integrar o indivíduo
na sociedade, da melhor maneira possível, com base nas suas necessidades
especiais.
26

2.2.1 Técnicas

Santos, Santos e Martins (2017) afirmam que antes de qualquer facilitação no


método Neuroevolutivo Bobath é preciso organizar o tônus do paciente no início do
procedimento, seja por meio de uma estimulação ou por inibição, proporcional ao
tônus apresentado, conforme mostra a figura 2 abaixo. Por esta razão é
imprescindível que a intervenção seja realizada de forma individualizada, onde deve
existir uma diversidade de técnicas e a adaptação destas, com o intuito de atender
as necessidades de cada paciente.

FIGURA 2: Normalização do tônus.

Fonte: Catilho-Weinert e Forti-Bellani (2011).

Para Duarte e Rabello (2015), após a organização do tônus muscular as


técnicas de tratamento podem ser iniciadas no paciente, e estão divididas em três
etapas que são a estimulação, a facilitação e a inibição. A etapa de estimulação
inicia-se desde o momento em que o tônus foi inibido ou estimulado conduzindo-se
para a normalização, estas, aumentam o tônus postural e alinham a ação muscular,
estando divididas em transferência de peso, o tapping, o placing e o holding. Os
métodos de inibição e facilitação são conduzidos pelo fisioterapeuta por meio dos
“pontos chave de controle” que através do seu manejo influenciam seguimentos à
distância.
Os pontos chaves de controle são em sua maioria as articulações dos
pacientes, e são utilizados pelo terapeuta a fim de mudar os padrões anormais por
meio da estimulação de seus pontos principais, reduzir a espasticidade através do
corpo todo e conduzir os movimentos ativos do paciente. Conceituam-se como
27

principais pontos chaves proximais: a cabeça, o esterno, cintura escapular, e o


quadril; e os pontos mais distais: o punho, o cotovelo, o joelho e o tornozelo. Um
exemplo de ponto chave pode ser observado na figura 3 abaixo (MONTEIRO;
ABREU; VALENTI, 2015).

FIGURA 3: Exemplo de pontos chave de controle da cabeça.

Fonte: Castilho-Weinert e Forti-Bellani (2011).

Ibita (2008) afirma que é através dos pontos, das mudanças manuais e
ambientais capacitadas, assim como o uso de pistas e comandos verbal que a
facilitação se torna possível. A facilitação é uma prática que necessita da integração
da capacidade de interpretar, integrar e executar o manuseio terapêutico essencial
para o tratamento fundamentado no método Bobath a partir do manejo das mãos do
terapeuta colocadas corretamente sobre o corpo do paciente, (figura 4), utilizando
informações sensoriais e proprioceptivas, permitindo assim o movimento de forma
mais fácil.
28

FIGURA 4: Exemplo de facilitação da extensão do quadril e do tronco em pé.

Fonte: Castilho-Weinert e Forti-Bellani (2011).

De acordo com Ferreira e Mejia (2004); e Duarte e Rabello (2015), assim


como a facilitação, a inibição também utiliza os pontos chave do controle ela é a
prática de conter uma noção em proveito da outra, (figura 5), compreende-se que
estas formas de movimento podem ser promovidas em conjunto, ou
simultaneamente, no decorrer do manuseio do paciente. As técnicas de inibição e
facilitação podem ser entendidas como os Padrões Influenciando o Tônus (PIT).

FIGURA 5: Exemplo da inibição do padrão de rotação interna e flexão do membro


superior.

Fonte: Castilho-Weinert e Forti-Bellani (2011).

Castilho-Weinert e Forti-Bellani (2011) demonstram que os PIT acontecem


pelo manejo do fisioterapeuta guiando atividades funcionais, ou através do comendo
verbal, gerando uma inibição combinada com uma facilitação, ao utilizar os PIT
pelos pontos chave de controle provocam alterações no tônus que influem no
controle postural e no desempenho das atividades funcionais. Eles inibem, pois,
29

acontecem em posturas que não permitem estimular reflexos patológicos e facilitam


porque proporcionam o alinhamento biomecânico apropriado ao alongamento e à
contração muscular.
Costa (2014) define que as técnicas de estimulação são usadas para modular
o tônus, ou seja, aumentando o tônus postural e ajustando a ação conjugada dos
músculos antagonistas e sinergistas, dentre os métodos considerados na
estimulação, destacam-se: a transferência de peso, o placing e o holding e o
tapping.
Entre as técnicas de estimulação acima citadas, a transferência de peso
proporciona pressão e recrutamento de unidades motoras, além disso, é tem papel
imprescindível em liberar os outros seguimentos que não estão segurando peso
para que executem movimentos, vale ressaltar, que esta transferência pode ser
favorecida pelos pontos chave de controle. Devem-se estimular os movimentos de
mudança de peso em grandes amplitudes, para os lados, para frente e para trás, em
diagonal entre outros (DUARTE; RABELLO, 2015).
Em seguida, o placing e holding (colocação e manutenção) são técnicas que
abrangem a habilidade em controlar e manter os movimentos, pois no tratamento o
corpo e os membros do paciente são colocados em diversas posições. O placing é
usado para caracterizar a capacidade do paciente em interromper um movimento em
qualquer amplitude, de forma voluntária ou automática. Agora, o holding, é a
capacidade de sustentar o segmento do qual o movimento foi interrompido, na
posição em que se colocou este segmento quando executou o placing (CASTILHO-
WEINERT; FORTI-BELLANI, 2011).
Prontamente, o tapping é usado como meio de aumentar o tônus postural
através do estímulo tátil e proprioceptivo, estimular grupos musculares fracos,
adquirir graduação apropriada na inervação mútua, ativar os reflexos de equilíbrio,
proteção e retificação, além de proporcionar os padrões sinérgicos de movimento.
Baseando-se em pequenas batidas na extensão dos segmentos corporais
específicos a fim de gerar estímulos táteis proprioceptivos, e/ou co-contração, dos
agonistas, antagonistas e sinergistas simultaneamente ocasionando movimentos de
estabilidade (FERREIRA; MEJIA, 2004; COSTA, 2014).
Segundo Costa (2014), entre os equipamentos usados no método, destaca-se
a bola suíça, ou bola Bobath, usada na maioria das intervenções. Além disso, utiliza-
se também: o rolo, o andador, o espelho, prancha de equilíbrio, tatame,
30

escada/rampa, brinquedos entre outros. Vale ressaltar que as indicações destes


recursos dependem do nível de comprometimento motor e da capacidade motora de
cada paciente, por esta razão o profissional que não possui estes aparelhos deve
usar a criatividade para atender as necessidades da criança, proporcionando a
qualidade esperada.
31

3 METODOLOGIA

3.1 Métodos e Abordagem

O presente estudo apresenta uma abordagem qualitativa, que segundo


Minayo (2001) corresponde a questões muito particulares, com a preocupação no
que diz respeito às ciências sociais, com nível de realidade que não pode ser
mensurado. Ou seja, ela trabalha de forma flexível, permitindo uma ampla variedade
de pesquisa, tais como motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes,
relacionando-se a uma esfera mais profunda das relações, dos processos, dos
fenômenos e que não podem ser quantificados de forma fixa. O atual estudo
apresenta dados referentes à abordagem acima citada sobre o método Bobath na
reabilitação de crianças com PC, tendo como base artigos que correspondem ao
objetivo do estudo.
De acordo com Gil (2007) o método dedutivo faz parte de concepções
caracterizada como verdadeiros e indiscutíveis e proporciona chegar a conclusões
de modo exclusivamente formal, ou seja, em valor unicamente de sua lógica. O
trabalho é formado por pesquisa bibliográfica explicativa e descritiva que segundo
Lakatos e Marconi (2011), parte do pressuposto de que sua utilização é de
fundamental relevância, com a possibilidade de acessar uma considerável gama de
textos que proporcionem teorias acerca de determinado assunto.
A pesquisa descritiva determina a busca de variados relatos sobre o objeto de
pesquisa, pois pretende caracterizar os fatos e fenômenos de uma realidade
específica (GIL, 2007). A respeito da pesquisa explicativa, Cervo et al. (2007), dizem
que se particulariza em identificar os elementos que definem ou contribuem para o
acontecimento do fenômeno.

3.2 Procedimentos Técnicos

Para a confecção deste trabalho foram realizadas buscas nas bases


eletrônicas de dados Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde
(LILACS), Scientific Electronic Library Online (SCIELO) e US National Library
of Medicine's (PubMed) - Medical Literature Analysis and Retrieval System Online
(MEDLINE), além de fontes bibliográficas sendo utilizados os seguintes descritores:
32

Bobath; Encefalopatia Crônica; Fisioterapia. Dentro do período de dez anos, entre


2008 e 2018 para as pesquisas das publicações em bases de dados.
Como critérios de inclusão, foram incluídos artigos publicados na íntegra e
com acesso livre, em português ou inglês, com menos de dez anos de publicação,
que apresentavam metodologia específica, que atendiam aos objetivos do estudo
proposto, relacionados a crianças portadoras de paralisia cerebral e que realizaram
tratamento através do método Bobath e que apresentavam resultados consideráveis.
Como critérios de exclusão, foram excluídos artigos que tenham sido
publicados antes dos últimos dez anos, que não apresentem metodologia específica,
que não exponham resultados consideráveis ou que não tenham sido realizados
com pacientes portadores de paralisia cerebral e que não estiveram relacionados
com o método Bobath.

3.3 Coleta e Análise de Dados

Após a análise, foram excluídos artigos que não traziam o método


Neuroevolutivo Bobath como tratamento de crianças com PC, que tinham mais de
dez anos de publicação e aqueles que não atenderam aos objetivos. A realização
deste trabalho foi efetuada a partir de uma leitura minuciosa dos artigos para que
estes pudessem ser selecionados, juntamente com o orientador, de acordo com as
suas significâncias que atendessem ao propósito do estudo.
As informações foram identificadas, analisadas e relacionadas com outros
estudos já existentes para demonstrar se as técnicas do método Bobath eram
eficazes no tratamento de crianças com PC ou não. Os artigos foram lidos com
bastante atenção para a preparação do quadro de Resultados e Discussões, cujo
intuito foi comparar os autores, encontrando resultados similares e/ou incompatíveis
em seus estudos.
33

3.4 Fluxograma

BOBATH
ENCEFALOPATIA CRÔNICA
FISIOTERAPIA

LILACS PUBMED SCIELO MEDLINE

CRITÉRIOS DE CRITÉRIOS DE
INCLUSÃO: EXCLUSÃO:

• - 10 ANOS • + 10 ANOS
• LÍNGUA • OUTROS
PORTUGUESA IDIOMAS
OU INGLESA

Fonte: Autor (2019).


34

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Conforme os levantamentos bibliográficos foram selecionados cinco artigos


relacionados com o método Neuroevolutivo Bobath, fisioterapia e crianças com
Paralisia Cerebral, indexados, em ordem decrescente quanto ao ano de publicação
estando entre 2015 e 2008. Sendo dois deles estudos de caso, outros dois, estudos
quali-quantitativo e um estudo do tipo transversal, como ilustra o quadro abaixo.

QUADRO 1 – Síntese dos artigos pesquisados.


TÍTULO/
REVISTA OBJETIVOS METODOLOGIA RESULTADOS
AUTOR/ ANO

Revista Avaliar a Estudo de caso de uma A análise


Influência do Neurociências influência do criança do sexo eletromiográfica
conceito Bobath conceito masculino, com sete mostrou que a
na função Bobath na intervenção com
anos de idade com PC
função o Bobath pode
muscular da do tipo quadriplégica
muscular de apresentar
paralisia um paciente espástica o qual foi benefícios na
cerebral com PC submetido à avaliação ativação de
quadriplégica quadriplégica clínica, física e análise grupos
espástica. espástica. cinético-funcional musculares
através da envolvidos no
controle de tronco
eletromiografia durante
e no alinhamento
uma única intervenção postural.
Firmino et al.
(2015) fisioterapêutica.

Intervenção UNIANDRADE Analisar os Estudo quali- Após a


fisioterapêutica efeitos da quantitativo onde intervenção, as
em crianças intervenção do avaliou-se duas crianças
profissional de passaram por
com paralisia crianças, uma do sexo
fisioterapia na uma nova
cerebral. reabilitação feminino, 14 anos e avaliação na qual
funcional de outra do sexo se pôde perceber
indivíduos com masculino, 11 anos, que o tratamento
PC, com avaliadas pelo GMFM. foi eficiente para
Novakoski, Mélo enfoque na manter o
e Castilho- Seguiu-se um protocolo
análise de com 10 intervenções, repertório motor e
Weinert (2013). questões estimular a
uma vez por semana
relacionadas a aprendizagem
habilidades com duração de 60 motora das
motoras em minutos. crianças,
atividades especialmente
orientadas à nas dimensões de
tarefa. ficar de pé, andar,
correr e pular da
GMFM.
35

Tratamento Revista Descrever o Estudo do tipo Pôde-se observar


fisioterapêutico Neurociências tratamento transversal com a aquisição do
na paralisia fisioterapêutico participação de três desenvolvimento
cerebral aplicado em crianças do sexo motor, ativação
tetraparesia crianças com feminino, com média de do controle
espástica, PC do tipo idade de 3,7 anos e de cervical e da
segundo o tetraparesia 8,3 meses. Avaliou-se o cintura escapular
conceito Bobath. espástica. controle cervical e e melhora da
encurtamentos postura.
Gomes e Golin musculares e grupos
(2013). hipertônicos através da
escala de Ashworth
modificada.

Influência do Saúde (Santa Observar o Estudo quali- Após a


conceito Maria) tônus quantitativo, onde foram intervenção
Neuroevolutivo muscular, selecionados quatro verificou-se que
Bobath no tônus juntamente voluntários, três do houve diminuição
e força muscular com atividades gênero masculino e um do tônus e
e atividades funcionais do gênero feminino com aumento da força
funcionais estáticas e idade de 06 a 08 anos, muscular em
estáticas e dinâmicas avaliados antes e após grupos muscular
dinâmicas em após o tratamento pela específicos de
pacientes tratamento por Escala de Ashworth todos os
diparéticos meio do modificada, além de pacientes, além
espástico após conceito serem avaliados de adequação em
paralisia Neuroevolutivo também as atividades algumas
cerebral. Bobath. funcionais estáticas e atividades
dinâmicas e a força funcionais e
Peres, Ruedell e muscular. Seguiu-se um dinâmicas.
Diamante. protocolo com 25
(2009) sessões, duas vezes
por semana, com
duração de 40 minutos
durante três meses.

Análise do Ciência, Avaliar e Estudo de caso de uma Após o


desempenho cuidado e comparar a criança do sexo tratamento foi
motor de uma saúde. capacidade feminino com um ano e possível verificar
criança com funcional pré e quatro meses de idade, ganhos em todas
hemiparesia pós-tratamento com PC do tipo as dimensões
espástica pré e utilizando hemiparesia espástica avaliadas pela
pós-tratamento como protocolo leve, avaliada pela escala GMFM.
fisioterapêutico: o conceito escala GMFM. Seguiu- Melhora na
estudo de caso. Bobath. se um protocolo de 25 funcionalidade
sessões, com duração motora, na
Palácio, de 50 minutos durante prevenção da
Ferdinande e um mês. instalação dos
Gnoatto (2008). padrões anormais
e das
deformidades do
paciente,
contribuindo
assim para um
melhor
desenvolvimento
motor.
Fonte: Autor (2019).
36

O estudo de Firmino et al. (2015) contou com uma criança do sexo masculino,
de sete anos com PC do tipo quadriplégica espástica a qual foi submetida à
avaliação clínica, física e a análise cinético-funcional através da EMGs, antes e após
intervenção. As manipulações com o Bobath consistiram em mobilizações pélvicas,
alongamentos passivos dos músculos iliopsoas e rotação de tronco, que tinham o
intuito de estimular e aumentar as habilidades da criança e favorecer respostas
motoras automáticas.
Após uma única intervenção, foi possível perceber que o Bobath apresenta
benefícios na ativação de grupos musculares envolvidos no controle de tronco e no
alinhamento postural, os alongamentos passivos contribuíram para redução da
hipertonia, porém o estudo não apresenta resultados com relação à função motora
grossa da criança.
Novakoski, Mélo e Castilho-Weinert (2013), realizaram um estudo com
intervenções fundamentadas no método Bobath, em duas crianças, uma do sexo
feminino de 14 anos, e a outra do sexo masculino de 11 anos, ambas com
diagnóstico de PC. Como instrumento de avaliação utilizou-se a escala GMFM. Após
o protocolo de dez sessões, pôde-se perceber que o tratamento foi eficiente para
manter o repertório motor e estimular a aprendizagem motora das crianças,
especialmente nas dimensões de ficar de pé, andar, correr e pular. As crianças
apresentavam controle de tronco e estabilização postural com apoio, porém o estudo
não apresenta resultados com relação ao tônus muscular.
Gomes e Golin (2013) realizaram uma pesquisa na qual a linha de tratamento
proposta era o método Bobath, onde participaram três crianças do sexo feminino,
com idade média de 3,7 anos e de 8,3 meses diagnosticadas com PC do tipo
tetraparesia espástica que foram avaliadas de forma física e também pela escala de
Ashworth modificada, antes e após intervenção.
As condutas eram baseadas em mobilizações, alongamentos e dissociação
passiva de cinturas, facilitação do controle cervical e de cintura escapular e inibição
dos padrões reflexos anormais, além de estimular o rolar e favorecer os benefícios
do ortostatismo. O presente estudo mostrou ser eficaz no que diz respeito à
utilização do Bobath para diminuição do tônus muscular e aquisição do controle
cervical e postural e estímulos à função motora grossa.
Peres, Ruedell e Diamante (2009) realizaram sua pesquisa com quatro
crianças com idade entre seis e oito anos com diagnóstico de PC diparéticos
37

espásticos, avaliados antes e após tratamento com o método Bobath, onde os itens
avaliados foram o tônus muscular através da escala de Ashworth Modificada,
avaliou-se também a força, e as atividades funcionais. As intervenções foram
realizadas num período de três meses, tendo como objetivo observar o tônus
muscular, juntamente com atividades funcionais estáticas e dinâmicas após
tratamento por meio do método Bobath.
O protocolo de atendimento teve por finalidade a mobilização e controle de
cintura pélvica, fortalecimento e controle de tronco, mobilizações, alongamentos e
fortalecimento de grupos musculares do quadril, joelhos e tornozelos, sendo
realizados através de movimentos ativos e controlados pelo fisioterapeuta com o
intuito de mobilizar ativamente as articulações, controlar o tônus e aumentar a força
muscular. Após o tratamento houve diminuição do tônus muscular, e por
consequência, aumento de força muscular e melhora nas atividades estáticas, como
sentar, engatinhar e ajoelhar adquirindo também o controle de tronco e postura.
O estudo de Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008) avaliaram a capacidade
funcional de uma criança, com um ano e quatro meses, sexo feminino, com
diagnóstico de PC, utilizando como recurso de avaliação neuromotora a GMFM, e
como protocolo de tratamento o método Bobath. Esta pesquisa foi efetuada no
período de um mês, totalizando 25 sessões, com duração de 50 minutos.
Após o tratamento pode-se verificar ganho de força, aprimoramento da
funcionalidade, melhora no desenvolvimento motor, prevenção da instalação dos
padrões anormais e deformidades e com relação às funções motoras grossas pode-
se observar maiores ganhos nos itens de ficar em pé, o que demostra o ganho de
controle de tronco e postura, engatinhar e ajoelhar. O autor não apresenta os
resultados com relação ao tônus muscular.
De acordo com os achados relacionados à função motora grossa, a pesquisa
de Novakoski, Mélo e Castilho-Weinert (2013) priorizou a aprendizagem motora, e
ao final do estudo as crianças apresentavam melhora qualitativa no desempenho
das atividades motoras grossas, onde os maiores ganhos foram relativos às
manobras de ficar de pé, andar, correr e pular. Eles explicam que sua abordagem
era baseada em circuitos que enfatizavam o equilíbrio e a noção espacial, além das
trocas de posturas e transferência de peso, o que, segundo Duarte e Rabello (2015)
são técnicas que proporcionam pressão e recrutamento de unidades motoras,
facilitando os movimentos e adquirindo assim as habilidades motoras.
38

Compartilhando da mesma ideia, Hartcopff e Camargo (2018) afirmam que o


protocolo de atendimentos centrado na mobilidade pélvica, na transferência e
manutenção fundamentada nas técnicas do Bobath sobre a função motora grossa e
o grau de independência funcional foi capaz de proporcionar aumento na função
motora grossa nas dimensões em pé, em sentar, deitar/rolar, e em seu estudo
também utilizaram técnicas de estimulação e facilitação.
Vedoato, Conde e Pereira (2008) corroboram com os estudos de Novakoski,
Mélo e Castilho-Weinert (2013) e Hartcopff e Camargo (2018) quando afirmam que
após o tratamento Bobath, houve aprimoramento das habilidades motoras das
crianças nos aspectos qualitativos da função motora grossa, como sentar, ficar de
pé, andar correr e pular, na qual a realização das atividades visavam o
aprimoramento das capacidades funcionais e isto, de acordo com Alcântara, Costa e
Lacerda (2011) justifica-se pelo fato de que o Bobath atua com enfoque no
aperfeiçoamento e aquisição motora, incluindo marcha, equilíbrio e coordenação.
No estudo de Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008) pode-se verificar ganho
de força, melhora da funcionalidade, prevenção da instalação dos padrões anormais
e deformidades, e ainda com relação à função motora grossa pode-se observar
maiores ganhos nos itens de ficar em pé, engatinhar e ajoelhar. Diferente de
Novakoski, Mélo e Castilho-Weinert (2013) que basearam suas condutas em
estimulação, e transferência de peso, os autores, basearam-se em inibição e
facilitação o que pode ser esclarecido segundo Duarte e Rabello (2015) quando
afirmam que são técnicas que promovem a inibição dos padrões patológicos e
facilitação dos movimentos e posturas adequadas para o ganho de função motora
grossa.
Os resultados dos estudos acima, relacionados com a função motora
grossa após tratamento com o Bobath podem ser explicados segundo Castilho-
Weinert e Forti-Bellani (2011); e Ávila e Rocha (2014), quando afirmam que as
técnicas de estimulação, facilitação e inibição aumentam o tônus e regulam a ação
muscular dos agonistas, antagonistas e sinergistas, e a transferência de peso
possibilita pressão e recrutamento de unidades motoras, e dessa forma, quando há
transferência de peso, há movimento.
Ao que se refere ao tônus muscular, Firmino et al. (2015) afirmam que as
técnicas de estimulação dos pontos chave de quadril por meio da transferência de
peso favorece a diminuição do tônus muscular, isto porque, segundo Abreu,
39

Monteiro e Valenti (2015) os pontos chave são utilizados a fim de mudar os padrões
anormais e reduzir a espasticidade através de sua estimulação.
Colaborando com esse pensamento, Gomes e Golin (2013) utilizaram a
adequação tônica do Bobath para diminuição do tônus muscular e obtiveram
resultados positivos nas atividades funcionais motoras das crianças da amostra, pois
segundo Santos, Santos e Martins (2017) a adequação tônica do Bobath realizada
antes das técnicas de tratamento devem ser de acordo com o tônus muscular
apresentado pelo paciente sendo assim, capaz de reduzir ou normalizar o tônus,
proporcionando um tratamento mais fidedigno.
Complementando as ideias de Firmino et al. (2015) e de Gomes e Golin
(2016), Peres, Ruedell e Diamante (2009) afirmam que houve diminuição do tônus
muscular e por consequência, aumento de força muscular e melhora nas habilidades
funcionais, uma vez que de acordo com Marsura et al. (2012) o tratamento com o
Bobath visa a inibição da atividade reflexa patológica para normalizar o tônus
muscular e facilitar o movimento normal.
Oliveira e Golin (2016) acrescentam a estas constatações que o alongamento
passivo associado à adequação tônica do Bobath é eficaz para redução do tônus e
para alterar o grau de espasticidade e assim, favorecer os ganhos funcionais. O que
pode ser explicado segundo Teive, Zonta e Kumagai (2008) quando confirmam que
a inibição da atividade reflexa patológica associada ao alongamento muscular
oferece estímulos que beneficiam os padrões normais e assim, promove o controle
do tônus.
Com relação ao controle de tronco e postura, Firmino et al. (2015) ressaltam
que após a aplicação do Bobath foi possível verificar ativação na musculatura
envolvida no controle cervical e estabilização corporal e no alinhamento postural.
Uma vez que segundo Castilho-Weinert e Forti-Bellani (2011) as técnicas de
mobilização pélvica, alongamentos e rotação de tronco, são capazes de interferir
positivamente na reeducação corporal neuromotora e colaborar no desenvolvimento
de movimentos e posturas desejadas.
Em concordância com Firmino et al. (2015), o estudo realizado por Pagnussat
et al. (2013) mostrou que a transferência de peso e manutenção em regiões
corporais contrárias ao lado que se pretende estimular a atividade muscular
aparentam ser a base do processo de facilitação das reações de estabilização e
40

retificação, e estas reações proporcionam maior domínio e ativação muscular no


desenvolvimento das atividades motoras, equilíbrio postural e controle de tronco.
Peres, Ruedell e Diamante (2009) acrescentam que a utilização do Bobath
após diminuição do tônus, proporcionou aquisição do controle cervical e postural,
além de estímulos das atividades motoras, o que pode ser explicado, segundo
Gomes e Golin (2013), quando afirmam que a diminuição do tônus muscular
proporciona aumento da força muscular e por consequência melhora nas atividades
estáticas como equilíbrio postural e controle de tronco.
Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008) salientam que houve ganho postural e
controle de tronco após a melhora da função motora grossa mediante tratamento
com Bobath. O que segundo Duarte e Rabello (2015) é possível, pois as técnicas
utilizadas para a aquisição da função motora proporcionam a facilitação dos
movimentos e posturas, promovendo assim ganho e estabilização postural e de
tronco.
Complementando o estudo de Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008),
Hartcopff e Camargo (2018) acrescentam que um protocolo centrado na mobilidade
pélvica, proporciona estabilidade corporal e consequentemente aquisição do
controle de tronco e postura, uma vez que utiliza transferências de peso,
manutenção e trocas de posturas e dessa forma adquirindo resultado.
Os efeitos do Bobath em crianças com PC foram demonstrados através dos
estudos acima, onde Novakoski, Mélo e Castilho-Weinert (2013) puderam verificar
ganhos relativos à aprendizagem motora, principalmente em relação às atividades
das funções motoras grossas, após intervenção com o método Bobath, pois as
técnicas utilizadas por eles, de acordo com Yalcinkaya et al. (2014) atuam nas
habilidades motoras uma vez que possibilitam redução da espasticidade, pressão e
recrutamento de peças motoras, beneficiando os movimentos e ganho da função.
Da mesma forma, Palácio, Ferdinande e Gnoatto (2008) também
apresentaram resultados favoráveis em relação à função motora grossa das
crianças após o tratamento com o Bobath, utilizando técnicas que segundo Duarte e
Rabello (2015) viabilizam a inibição dos padrões patológicos e favorecem os
movimentos e posições apropriadas para o ganho desta função.
Compartilhando destes resultados, Firmino et al. (2015) apresentam
resultados em relação a redução do tônus muscular e ao controle de tronco e
postura, através da estimulação dos pontos chave, transferência de peso e
41

mudanças de posturas, que segundo Ibita (2008) são técnicas capazes de atuar de
maneira positiva no que diz respeito a recuperação neuromotora e redução do tônus.
Gomes e Golin (2013) corroboram com estes resultados, pois apresentaram
ganhos relacionados à redução do tônus muscular, através da adequação tônica do
Bobath e aquisição de controle de tronco e postura após intervenção. Os autores
ainda afirmam em seu estudo, que a redução do tônus é capaz de aumentar a força
muscular e consequentemente proporcionar melhora nas atividades estáticas, como
o controle de tronco e postura.
Peres, Ruedell e Diamante (2009) concordam com os efeitos demonstrados
pelos autores acima, pois em seu estudo também apresentaram benefícios relativos
a redução do tônus muscular, aumento de força, controle de tronco e postura após a
intervenção com o Bobath. As técnicas utilizadas por eles resultaram em diminuição
do tônus, aquisição do controle de tronco e postural, além de estímulos das
atividades motoras.
Dessa forma, os efeitos apresentados pelos autores supracitados, justificam-
se segundo Lourenço, Borges e Bezerra (2010) quando afirmam que o método
Bobath parte do princípio em que o SNC é capaz de aprender e responder a
estímulos, e a partir deste conhecimento, a fisioterapia consiste em promover à
criança a capacidade de controlar os movimentos, modificando ou adaptando estes,
a fim de estimular o desenvolvimento e aprendizagem motora, proporcionando ao
cérebro a organização do sistema perante a maturação do mesmo.
Este fator de organização cerebral que proporciona resultados positivos após
a utilização do Bobath, segundo Borella e Sacchelli (2009) é conhecido como
neuroplasticidade ou plasticidade neural, que é um mecanismo de recuperação do
SNC em resposta ao treinamento, que depende da demanda das atividades,
repetição dos movimentos, intensidade e quantidade favorecendo assim uma
reorganização cerebral e proporcionando resultados.
42

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados encontrados, pode-se concluir que o método Bobath
utiliza técnicas de facilitação, inibição e estimulação eficazes para aquisição das
habilidades motoras, uma vez que, a diminuição e adequação do tônus proporciona
um aumento da força muscular o ganho da função motora grossa, controle de
tronco, cintura escapular e consequentemente melhora da postura, e isto pode ser
confirmado com base nos procedimentos avaliativos utilizados nos estudos antes e
após as intervenções, indicando assim que o método é eficiente no tratamento de
crianças com PC.
Entretanto, deixa-se a desejar por parte dos autores dos respectivos estudos,
questões relacionadas ao tempo de aplicação da técnica, e a quantidade de crianças
envolvidas, pois a maioria dos trabalhos encontrados na literatura contou com uma
amostra pequena, e tiveram curta duração de tempo da análise também não existiu
a comprovação da técnica através de um grupo controle.
Além disso, os estudos selecionados para este trabalho apresentaram
crianças com diferentes faixas etárias e com tipos diferentes de PC, o que pode
influenciar nos resultados, visto que os efeitos dependerão da capacidade e
condição em que SNC se encontra, e quanto mais precoce for a intervenção
melhores serão os resultados a longo prazo, vale ressaltar também que os
benefícios das amostras só foram verificados a curto prazo, o que não é tão
interessante, uma vez que os efeitos do Bobath mais fidedignos são comprovados a
longo prazo.
Sendo assim, faz-se necessário a realização de mais estudos relacionados a
essa temática, para que estas possam servir inclusive como embasamento de novos
trabalhos, uma vez que, mesmo apresentando resultados favoráveis, ainda existe
certa dificuldade e uma escassez em encontrar literaturas que abordem com mais
ênfase o método Bobath, suas técnicas e os seus resultados.
43

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