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Prática : Resistividade Elétrica

Markennedy Portil dos Santos


Marcus Vinycius Carvalho Barbosa,
Ranyelle Maria da Silva Avelino Leal
Departamento de Física - Centro de Ciências da Natureza - UFPI

A resistividade elétrica é uma característica presente nos materiais que descreve a


capacidade de um material resistir ao fluxo de corrente elétrica. Sendo inversamente
proporcional a condutividade elétrica, a resistividade ρ é uma propriedade física específica
dos materiais que depende da composição, estrutura e temperatura destes, ou seja, é uma
características microscópicas que determina a densidade de corrente J quando o meio é
submetido a um campo elétrico E. Dessa forma, obtém-se que

ρ = 𝐸/𝐽 (01)

Em um fio condutor de comprimento dl e secção transversal S atravessa uma


corrente J homogênea devido à diferença de potencial entre as extremidades do fio,
determinado por

𝑏
∆𝑉 = ∫ 𝐸. 𝑑𝑙 = 𝐸. 𝑙 (02)
𝑎

onde E é o campo uniforme paralelo ao comprimento l. Sabendo-se que a corrente é obtida


pela integral dupla da densidade de corrente J, obtém-se que

𝐼 = ∫ 𝐽. 𝑑𝑠 = 𝐽. 𝑠 (03)
𝑠

Logo, das expressões 02 e 03 obtém-se que

𝑉/𝐼 = 𝐸. 𝑙/𝐽. 𝑠 (04)

Reorganizando esta equação adquirimos uma expressão para a resistência do material


como sendo

𝑅 = ρ. 𝑙/𝑠 (05)
Desta forma, partindo da expressão 05 obtém-se uma equação para a resistividade
do material
ρ = 𝑅. 𝑠/𝑙 (06)

Resultados e discussão.
O presente trabalho tem como objetivo determinar a resistividade elétrica de um fio
condutor e comparar o resultado com a literatura, com intuito de determinar a estrutura
metálica estudada. Para isso, mediu-se a resistência do fio, cuja área transversal é de
0,126*10-6 m2, por meio de um multímetro (na função ohmímetro) variando o comprimento
12 vezes, conforme a tabela I. Para cada comprimento L obtém-se um valor diferente para a
resistência do material, uma vez que esta é uma característica macroscópica proporcional
ao tamanho do fio e inversamente proporcional à sua área. Por fim, de posse dos resultados
da tabela I, plotou-se um gráfico da resistência em função do comprimento do fio, conforme
ilustra a figura 1, e a partir do ajuste linear obteve-se um valor de 4,000 Ω/𝑚 para o
coeficiente angular da reta, que representa a razão entre a resistividade elétrica e a área da
secção transversal do fio. Dessa forma, ao multiplicar o coeficiente angular da reta pela
área do fio, obtém-se uma resistividade de 50×10-8 Ω.m e ao comparar com a literatura
observou-se que o material estudado é o constantan, condutor formado por uma liga
metálica composta de cobre (60%) e níquel (40%), por conseguinte, adquiriu-se um erro
experimental de 2% visto que na literatura a resistividade do constantan é de 49×10-8 Ω.m.

Figura 01: Regressão linear do gráfico da Resistência em função do comprimento de um fio.[02]


Tais erros deram-se devido a incerteza do equipamento de medida e a pureza da
liga metálica estudada, visto que não foi informado o real percentual dos componentes que
constitui o constantan. Contudo, conclui-se que os objetivos desta prática foram alcançados,
uma vez que o erro experimental não ultrapassou 10% e o material do fio condutor foi
identificado.
Tabela I: Dados experimentais da resistência e comprimento de um fio metálico.

Resistência Comprimento Resistência Comprimento


R l (cm) R l (cm)
(Ω) (Ω)

0,2 05 1,4 35

0,4 10 1,6 40

0,6 15 1,8 45

0,8 20 2,0 50

1,0 25 2,2 55

1,2 30 2,4 60

Conclusão.
Ao finalizar o experimento e comparar os dados teóricos com os experimentais
identificou-se, a partir de uma de resistividade elétrica 50×10-8 Ω.m, que o fio era composto
por uma liga metálica de cobre e níquel conhecida na literatura com constantan e ao
comparar este resultado com a literatura obteve-se que o erro percentual foi de 2%. Tais
erros deram-se devido à incerteza do equipamento de medida e da pureza da liga metálica,
uma vez que o percentual da quantidade dos componentes que constitui o material
estudado é desconhecida. Entretanto, conclui-se que o objetivo do presente trabalho foi
alcançado, uma vez que os materiais que compõem o fio foram identificados com um erro
experimental aceitável, visto que não ultrapassou 10%.

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