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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL

CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CECA


PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA

WILSON ARAÚJO DA SILVA

GESTÃO AMBIENTAL EM AVICULTURA

Rio Largo, AL
2017
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WILSON ARAÚJO DA SILVA

GESTÃO AMBIENTAL EM AVICULTURA

Trabalho solicitado pelo Profº Geraldo Roberto


Quintão Lana como requisito avaliativo junto a
disciplina Ciência Avícola. Semestre 2017.1.

Rio Largo, AL
2017

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SUMÁRIO

Escolha do local para instalação dos setores avícolas.................................................................4


Proteção ambiental......................................................................................................................7
Destino dos resíduos avícolas.....................................................................................................8
Dejetos como fonte de energia..................................................................................................11
Água..........................................................................................................................................13
Referências bibliográficas.........................................................................................................15

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GESTÃO AMBIENTAL EM AVICULTURA

Escolha dos locais para instalação dos setores avícolas

Mesmo sendo tecnicamente possível criar frangos em qualquer lugar, as inadequadas


condições topográficas, geográficas e de clima podem tornar o empreendimento muito oneroso
(COTTA, 2012). A escolha dos locais deve ser feita de modo que não acarrete em problemas
da empresa avícola como um todo, bem como de saúde pública e ambiental. Inúmeros pontos
devem ser observados na escolha do local, a saber:
Escoamento da produção: deve ser à preços que condizem com o custo da mesma, já
que a avicultura visa o lucro. Para tanto, se faz necessário uma pesquisa, junto àquelas pessoas
mais ligadas à atividade avícola e quem têm certa influência na região. Para quem vender, quais
os limites mínimo e máximo de aves que podem ser vendidas e quais as possibilidades de venda
na região são algumas das perguntas a serem formuladas na pesquisa que será essencial para a
escolha do local (MALAVAZZI, 1999).
Deve ser fora do perímetro urbano: é a melhor opção para evitar transtornos para a
empresa avícola, que se fosse na cidade, sofreria com barulhos que provocam estresse nas aves,
e consequentemente, afetam o desempenho produtivo. Também não é interessante para a
população da cidade ter uma empresa avícola perto das residências, pois os cheiros comuns dos
aviários podem causar incômodo, bem como o trânsito seria prejudicado devido ao constante
fluxo de caminhões. Entretanto, deve-se atentar para a proximidade do mercado consumidor e
os fornecedores de matéria-prima (milho e soja, por exemplo), com fácil acesso à energia
elétrica e água em abundância (LANA, 2000; COTTA, 2012).
Terreno: não precisa ser caro, pois em regiões de terras fracas, com o passar dos anos,
o uso racional do esterco pode ter a capacidade de recuperar às mesmas (MALAVAZZI, 1999).
Quanto à área, deverá ser suficiente para todas as instalações, incluindo estradas, plantio de
árvores para cinturão verde e gramados. É importante também uma reserva para futuras
expansões da granja (LANA, 2000).
Regiões não saturadas: visa a preservação das aves contra eventuais surtos de doenças,
o que é uma vantagem das regiões de baixa densidade populacional (MALAVAZZI, 1999).
Água: Deve ser abundante e de qualidade, atendendo às necessidades das aves, de
limpeza em todos os setores do aviário e das pessoas.

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Energia elétrica: pensando na economia, é mais viável que a granja seja instalada junto
a rede de eletrificação rural ou urbana. Principalmente quando se pensa em instalações que
necessariamente precisam de energia elétrica, como o incubatório, por exemplo. Para evitar
complicações em situações adversas, é importante ter um gerador de energia, pronto para
funcionar sempre que necessário (LANA, 2000).
Acesso à granja: deve-se dar preferência por estradas asfaltadas, para não correr o risco
de serem interditadas na época das chuvas. Deverá também permitir o acesso de caminhões o
tempo todo, estando equipadas com pontes resistentes, se for preciso. Caso não seja asfaltada,
deverá, no mínimo ser encascalhada (LANA, 2000). Além do mais, as aves, tanto pintos como
adultos, necessitam de transporte rápido e cuidadoso, tendo em vista que são animais frágeis
(MALAVAZZI, 1999)
Mão-de-obra: deverá ser encontrada o mais próximo possível do local da granja afim
de evitar custos adicionais com o transporte de funcionários (LANA, 2000).
Topografia do terreno: para evitar o risco de inundações e dispensa de grandes trabalhos
de terraplanagem, Cotta (2012) recomenda que o terreno a ser escolhido para a instalação da
granja seja elevado e levemente inclinado. O autor afirma ainda que terrenos úmidos se
constituem num dos principais obstáculos à criação de aves. Áreas muito acidentadas, exigem
maiores trabalhos de terraplanagem, o que onera os custos de produção. No caso de áreas
montanhosas, o meio da encosta é o local mais indicado, pois no fundo dos vales ocorre o
acúmulo das águas das chuvas e o topo das montanhas é caracterizado por ventos intensos
(LANA, 2000).

Figura 1. Terraplanagem em área montanhosa.

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Tipo de solo: devem ser levadas em consideração apenas as características físicas, ou
seja, sua permeabilidade e textura. É o que irá possibilitar drenagem rápida e eficiente das águas
superficiais. Nesse sentido, solos com características arenosas (sílico-argilosos) são os mais
indicados para as explorações avícolas (LANA, 2000). Solos argilosos são considerados
pesados, e se caracterizam por dificultar a penetração das águas, acarretando na formação de
poças de água, que por sua vez podem se constituir em fontes de microrganismos patogênicos,
ou seja, foco de doenças (MALAVAZZI, 1999).
Escolhido o local levando em considerações os fatores listados acima, deve-se atentar
para a localização dos setores que irão compor a granja.
Os galpões de criação, normalmente dispostos no sentido leste-oeste, devem respeitar a
distância mínima de 100 m entre os galpões, com a finalidade de prevenir a propagação de
doenças que porventura surjam entre as aves. Devem ser situados longe de estradas, pois os
faróis dos veículos podem estressar as aves durante à noite, o que pode resultar em mortalidade
por pânico e esmagamento, bem como as estradas podem trazer doenças de outras criações. Os
silos e depósitos de ração devem ser instalados do lado de fora do galpão, onde poderão ser
abastecidos por caminhões graneleiros; o escritório da granja deverá ser localizado em local
estratégico, que permita controlar os galpões e depósitos de ração; as residências das pessoas
que trabalham na granja devem ser fora da área delimitada para os galpões de criação (LANA,
2000).

Figura 2. Disposição dos silos.

Tanto para a criação de poedeiras comerciais como de frangos de corte, devem ser
considerados basicamente os mesmos pontos que foram abordados até aqui. No entanto, as
poedeiras são, de certo modo, mais resistentes as condições ambientais do que as aves
destinadas ao abate, pois seu crescimento é mais lento, não havendo a necessidade de um rápido
desenvolvimento corporal como nas aves voltadas à corte (MALAVAZZI, 1999). Assim, deve-

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se atentar para a temperatura do local a ser construído os galpões, de modo que as aves sejam
capazes de manter a homeotermia.

Proteção ambiental

Ventos fortes causam muito desconforto para as aves. Nesse sentido, Cotta (2012)
recomenda o uso de quebra ventos através da plantação de árvores. Eucaliptos e coníferas se
configuram como espécies ideais para este fim, cuja plantação para a formação do quebra-
ventos poderá ser feita de forma alternada (LANA, 2000). O sentido da construção adotado
normalmente é o leste-oeste, reduzindo assim a incidência de raios solares no interior do aviário,
melhorando assim o conforto térmico das aves.

Figura 3. Ação das árvores como quebra-ventos.

Os galpões devem ser afastados de outras instalações e protegido da invasão de animais


domésticos ou selvagens, para tanto, é adotado o uso de cerca telada em cada galpão e uma
cerca ao redor de toda a propriedade. Com esse tipo de isolamento, reduz-se a possibilidade de
aparecimento de doenças, que podem ser acarretadas por bactérias e vírus selvagens
transmitidos às aves pelo ar e pela água de bebida, seja por pássaros, pessoas ou até mesmo
veículos que transitam em regiões contaminadas (COTTA, 2012).
No que diz respeito às redes de esgotos, localizadas no subterrâneo paralelamente aos
galpões, deverão passar pelos mesmos e desembocar nos canais de drenagem numa distância

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de pelo menos 100 metros das extremidades dos galpões. O fosso de putrefação (no caso de não
haver incinerador) é o local de destino das aves mortas e também deverá se localizar a distância
de 100 metros dos galpões e dos poços de água potável e na parte mais baixa da granja, porém
que seja livre de inundações (LANA, 2000).

Destinos dos resíduos avícolas

Ao elaborar o projeto de uma empresa avícola, deve-se considerar as disposições legais


relativas ao meio ambiente. Numa granja de frangos de corte, isto se aplica, principalmente, em
relação ao abatedouro, que pode ser altamente poluidor. No entanto, a criação de frangos não é
uma atividade que cause maiores danos ao meio ambiente. Isto pode ser afirmado porque os
dejetos ficam restritos ao aviário, formando a cama que mais tarde será utilizada no meio rural.
A qualidade do ar também não é afetada, entretanto, se faz necessário uma consulta prévia a
algum órgão de proteção ambiental, uma vez que tal ação poderá evitar complicações futuras
(COTTA, 2012).
Após o abate, se faz necessário dar um destino aos resíduos produzidos. Eles são
constituídos de sangue, penas, intestinos, pulmões, pés, cabeças, porções resultantes de
condenações e os ossos das carnes que são mecanicamente separadas (CMS). Além dos
efluentes que formam as águas residuais utilizadas nas diferentes etapas do abate. Em média,
no Brasil, são utilizados 25 L de água por carcaça (COTTA, 2012).

Tratamento de resíduos sólidos


Devem ser encaminhados à chamada graxaria. Nesta instalação, os resíduos são
processados e transformados em matéria-prima para alimentação animal. Uma ave com cerca
de 1,9 kg de peso vivo (PV), pode produzir as quantidades de resíduos listados na tabela 1.

Tabela 4. Resíduos (g e %) de abate produzidos por ave de 1,9 kg de


peso vivo.

Fonte: Cotta (2012).

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Sangue: devido à baixa quantidade produzida (0,79% do PV), é incorporado às penas
ou às vísceras após a desidratação.
Penas: após a depena, são conduzidas para a área de processamento por flutuação em
água. Na saída do sistema, as peneiras rotativas separam a água das penas e são conduzidas aos
digestores por transportadores do tipo rosca sem fim. A hidrólise das penas é essencial para que
a farinha a ser produzida possa ser digerida pelos animais que irão recebe-las na alimentação.
Ela é feita através do processo de cozimento sob alta pressão num digestor, logo após é
prensada, recebe o acréscimo de sangue, é secada, moída e acondicionada em sacos ou silos,
estando a partir daí pronta para ser utilizada.
Vísceras: trata-se das não comestíveis, representadas por: trato digestivo, traqueia,
pulmões, carcaças e partes condenadas pelo serviço de inspeção veterinária, cabeças, pés e
ossos gerados a partir das CMS’s. Todo esse material é conduzido, também através de roscas
sem fim, para o processamento em digestores ou autoclaves, onde é submetido à alta
temperatura e pressão. Em seguida água é acrescentada e o óleo sobrenadante é retirado. A água
é então retirada e o material volta ao digestor para completar o processamento. Após o
resfriamento, é moído, ensacado ou ensilado, assim pronto para utilização.
Gordura: a gordura extraída durante os processos deve ser conduzida para o tanque de
decantação para extração da borra e do excesso de umidade. Após purificada, está pronta para
ser usada em rações.
Na tabela 2 são indicados os rendimentos dos produtos finais. As proporções indicadas
podem variar, a depender do estado corporal das aves, da idade ao abate, do sexo, o tipo de
processamento de cada abatedouro, entre outros fatores.

Tabela 5 - Produtos obtidos dos resíduos do abate de aves de 1,9 kg de peso vivo médio.

Fonte: Cotta (2012)

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Tratamento de efluentes do abatedouro
Em se tratando de frangos de corte, as operações de abate geram grandes volumes de
águas usadas que são chamadas de efluentes, ou águas residuais, conforme a tabela 3.
Tabela 6 - Efluentes líquidos dos abatedouros avícolas.

Fonte: Cotta (2012).

O tratamento dessas águas residuais segue as seguintes etapas:


• Pré-tratamento
Como objetivo a retirada dos sólidos mais grosseiros. Para a operação podem ser
utilizados os equipamentos a seguir: peneiras giratórias, usadas nas saídas dos canais de penas
e vísceras; peneiras vibratórias, pouco utilizadas em abatedouros avícolas; peneiras estáticas,
inclinadas; e remoção de sólidos flotáveis, feita nas caixas de gordura.
• Tratamento biológico
Existem dois processos de tratamento biológico da água: anaeróbio e aeróbio. No
processo anaeróbio, são utilizadas lagoas anaeróbias, de três a quatro metros de profundidade e
capacidade de 0,19 a 0,50 kg/DBO/m³/dia, com tempo de retenção de quatro a seis dias. Elas
podem gerar mau cheiro, exceto nos casos em que uma camada de gordura é formada na
superfície. Já no processo aeróbio, utilizam-se lagoas aeradas ou lagoas de estabilização
facultativa. As lagoas aeradas são projetadas para um tempo de retenção de efluentes que varia
de dois a 10 dias, de profundidade de 2,5 a 4,5 m e são dotadas de aeradores superficiais. Quanto
as lagoas de estabilização facultativa, elas são usadas após a passagem dos efluentes pela lagoa
anaeróbia. Elas apresentam uma profundidade que varia de 1,20 a 1,80 m.
• Tratamento do iodo

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A principal fonte de iodo tem origem no sistema de pré-tratamento. O tratamento do
iodo formado no fundo das lagoas, em geral, consiste simplesmente em retirá-lo, dispondo-o
em cima do terreno. A produção estimada é de 0,5 kg de sólidos secos/kg de DBO removido.
Os efluentes líquidos só podem ser lançados em curso d’água após atender o que
preconiza a lei de proteção ambiental.

Dejetos como fonte de energia

A indústria avícola é responsável por uma alta produção de dejetos, os quais devem
receber destinos ecologicamente corretos e economicamente viáveis. A cama de aviário tem o
potencial de gerar dois subprodutos a partir do processo de biodigestão: o biogás (gás
inflamável) e o biofertilizante (líquido organo-mineral estabilizado).
A biodigestão ou digestão anaeróbia se apresenta como uma alternativa para o
tratamento da cama. Basicamente, é um processo pelo qual bactérias anaeróbias, através de
fermentação ocorrida em biodigestores, degradam a matéria orgânica, produzindo o biogás e o
biofertilizante, o primeiro apresentando alto valor como fonte energética e o segundo como
fonte nutricional para as plantas. O uso de biodigestores na produção animal é visto como uma
importante ferramenta, pois, além de promover o tratamento dos resíduos, retorna ao sistema
produtivo parte da energia que seria perdida, por meio do biogás (SANTOS et al. 2007).

O tempo de estocagem dos dejetos nas instalações influencia nos potenciais de produção
de biogás dos dejetos das aves. Assim, as granjas que utilizam o sistema de biodigestão

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anaeróbia para o tratamento dos dejetos das aves devem proceder à limpeza frequente das
instalações, a fim de maximizar a produção e utilização do biogás (FARIAS et al., 2012).
Apesar do biogás ser menos inflamável e apresentar menor pressão que os combustíveis
comumente utilizados, basta realizar ajustes nos aquecedores para que a queima seja realizada
de forma satisfatória (SANTOS, 2007).
Contudo a produção do biogás e do biofertilizante através do sistema de biodigestão
agrega valor à propriedade rural, seja pelo fator financeiro, como pela integração às mais
variadas atividades que se desenvolvem no meio rural, trazendo geração de energia renovável,
reciclagem de nutrientes para as plantas e saneamento ambiental (SANTOS, 2013).

Biodigestor de fluxo contínuo

Em 2012, foi desenvolvido na Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de


Jaboticabal, o projeto de um equipamento que separa os dejetos em partes líquidas e
sólidas, melhorando o desempenho dos biodigestores. Segundo o autor da tese, Aires
(2012), o produtor de frangos de corte necessita, em média, de 26,5 quilowatt-hora de
potência por cada galpão avícola. Com o biodigestor de fluxo contínuo, a chamada "cama
de frango" de cada ave produz 1,245 m 3 de biogás por ave, o que equivale a 1,556
quilowatt-hora (kWh) por ave. Assim, um pequeno galpão, com 20.000 frangos, geraria
24.900 m3, que equivale a 31 Megawatt-hora (MWh). As avícolas também costumam
utilizar lenha para aquecer os galpões durante os primeiros 15 dias de vida das aves. Com
a substituição da energia da lenha pela do biogás, a redução de gases de efeito estufa pode
chegar a 8 toneladas de gás carbônico equivalente ao ano por galpão.
Figura 7. Modelo do protótipo de biodigestor contínuo desenvolvido pela Unesp - Jaboticabal.

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Água
Deve ser farta e de boa qualidade e sofrer tratamento, de forma que se torne potável em
qualquer época do ano (COTTA, 2012). A boa qualidade da água é de fundamental importância,
devendo-se esta apresentar qualidades físico-químicas e microbiológicas adequadas, uma vez
que as aves terão acesso à mesma fonte de água, e um possível problema na qualidade desta
afetará consideravelmente a criação (ALBINO e BARRETO, 2003).

Tratamento
A água deverá passar por exames bacteriológicos e por uma análise físico-química,
ambos realizados em laboratório. A água potável não deve conter microrganismos patogênicos,
bem como deve estar livre de bactérias indicadores de contaminação fecal. Os indicadores de
contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas
coliformes. Ao ser evidenciada a presença de tais microrganismos, deverá ser realizado o
tratamento com hipoclorito e desinfetante bactericida em concentrações de acordo com o
resultado do exame (FUNASA, 2006).
Em se tratando da análise físico-química, leva-se em consideração o pH da água. A
alcalinidade total de uma água é dada pela soma das diferentes formas de alcalinidade
existentes, ou seja, é a concentração de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, expressa em
termos de Carbonato de Cálcio (CaCO3). Pode-se dizer que a alcalinidade mede a capacidade
da água em neutralizar os ácidos (FUNASA, 2006). A medida da alcalinidade é de fundamental
importância durante o processo de tratamento de água, pois, é em função do seu teor que se
estabelece a dosagem dos produtos químicos utilizados. Quando a alcalinidade é muito baixa
ou inexistente há a necessidade de se provocar uma alcalinidade artificial com aplicação de
substâncias alcalinas tal como cal hidratada ou carbonato de sódio para que o objetivo seja
alcançado. Quando a alcalinidade é muito elevada, procede-se ao contrário, acidificando-se a
água até que se obtenha um teor de alcalinidade suficiente para reagir com o sulfato de alumínio
ou outro produto utilizado no tratamento da água (FUNASA, 2006).
Para visualizar um exemplo de exame laboratorial, acesse o link abaixo:
http://www.mpma.mp.br/arquivos/transparencia/arquivos/obras/3867_relat_analise_ag
ua_poco_colinas.pdf

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Fontes
A água utilizada deverá provir, preferencialmente, de poços artesianos ou da rede
hidráulica municipal. Caso seja usada água de poços não artesianos ou de fontes naturais, deve-
se certificar que ela seja potável para uso humano, através de análises periódicas, e se não há
contaminações nos encanamentos e reservatórios. Caso se utilize águas de superfície, como
rios, lagos, açudes ou represas, antes da utilização, a água deverá passar por instalações de
tratamento e purificação, que tendem a ser onerosas (LANA, 2000).
Caso a região não permita a instalação de um poço artesiano, é necessário procurar uma
fonte natural ou um curso d’água, sempre se certificando de que a água é potável. O uso de
cursos de água exige instalações de tratamento da água com cloro ou algum produto
desinfetante. Em regiões de escassez, a água da chuva pode ser utilizada, desde que
devidamente recolhida em reservatórios livres de contaminação. A granja deverá ter um
reservatório central localizado no ponto mais alto do aviário, e a capacidade desse reservatório
dependerá da necessidade da granja (LANA, 2000). O uso de uma caixa d’água por galpão é
recomendado por Ferreira (1993), pois favorece a administração de medicamentos quando
necessário. O autor complementa o uso de tubulações enterradas, para evitar a incidência de
raios solares e consequente elevação da temperatura da água.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIRES, A. M. Desenvolvimento de um sistema para o pré-processamento da cama de


frangos de corte destinada a biodigestão anaeróbia e compostagem “in-vessel”.
Jaboticabal, 2012. 143 f. Tese (doutorado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Ciências Agrárias e Veterinárias, 2012.

ALBINO, L. F. T.; BARRETO, S. L. T. Criação de codornas para a produção de ovos e


carne. Viçosa, MG: Aprenda Fácil, 2003. 268p.

COTTA, T. Frangos de corte: criação, abate e comercialização. Viçosa, MG: Aprenda fácil,
2012. 243p.

FERREIRA, M. G. Produção de aves: corte & postura. Guaíba: agropecuária, 1993. 118p.

FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. -
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 146 p.

LANA, G. R. Q. Avicultura. 1ª edição, Livraria e Editora Rural Ltda. Campinas-SP, 2000.


268p.

MALAVAZZI, G. Avicultura: manual prático. São Paulo: Nobel, 1999. 156p.

SANTOS, T. M. B.; LUCAS JÚNIOR, J.; SILVA, F. M. Avaliação do desempenho de um


aquecedor para aves adaptado para utilizar biogás como combustível. Engenharia Agrícola.
Jaboticabal, v.27, n.3, p.658-664, set./dez. 2007.

SANTOS, E. L. B.; NARDI JUNIOR, G. Produção de biogás a partir de dejetos de origem


animal. Tekhne e Logos, Botucatu, SP, v.4, n.2, Agosto, 2013.

ROMILDO, M. F. et al. Biodigestão anaeróbia de dejetos de poedeiras coletados após diferentes


períodos de acúmulo. Ciência Rural, Santa Maria, v.42, n.6, jun, 2012.

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