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Rio Largo, AL
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WILSON ARAÚJO DA SILVA
Rio Largo, AL
2017
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SUMÁRIO
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GESTÃO AMBIENTAL EM AVICULTURA
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Energia elétrica: pensando na economia, é mais viável que a granja seja instalada junto
a rede de eletrificação rural ou urbana. Principalmente quando se pensa em instalações que
necessariamente precisam de energia elétrica, como o incubatório, por exemplo. Para evitar
complicações em situações adversas, é importante ter um gerador de energia, pronto para
funcionar sempre que necessário (LANA, 2000).
Acesso à granja: deve-se dar preferência por estradas asfaltadas, para não correr o risco
de serem interditadas na época das chuvas. Deverá também permitir o acesso de caminhões o
tempo todo, estando equipadas com pontes resistentes, se for preciso. Caso não seja asfaltada,
deverá, no mínimo ser encascalhada (LANA, 2000). Além do mais, as aves, tanto pintos como
adultos, necessitam de transporte rápido e cuidadoso, tendo em vista que são animais frágeis
(MALAVAZZI, 1999)
Mão-de-obra: deverá ser encontrada o mais próximo possível do local da granja afim
de evitar custos adicionais com o transporte de funcionários (LANA, 2000).
Topografia do terreno: para evitar o risco de inundações e dispensa de grandes trabalhos
de terraplanagem, Cotta (2012) recomenda que o terreno a ser escolhido para a instalação da
granja seja elevado e levemente inclinado. O autor afirma ainda que terrenos úmidos se
constituem num dos principais obstáculos à criação de aves. Áreas muito acidentadas, exigem
maiores trabalhos de terraplanagem, o que onera os custos de produção. No caso de áreas
montanhosas, o meio da encosta é o local mais indicado, pois no fundo dos vales ocorre o
acúmulo das águas das chuvas e o topo das montanhas é caracterizado por ventos intensos
(LANA, 2000).
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Tipo de solo: devem ser levadas em consideração apenas as características físicas, ou
seja, sua permeabilidade e textura. É o que irá possibilitar drenagem rápida e eficiente das águas
superficiais. Nesse sentido, solos com características arenosas (sílico-argilosos) são os mais
indicados para as explorações avícolas (LANA, 2000). Solos argilosos são considerados
pesados, e se caracterizam por dificultar a penetração das águas, acarretando na formação de
poças de água, que por sua vez podem se constituir em fontes de microrganismos patogênicos,
ou seja, foco de doenças (MALAVAZZI, 1999).
Escolhido o local levando em considerações os fatores listados acima, deve-se atentar
para a localização dos setores que irão compor a granja.
Os galpões de criação, normalmente dispostos no sentido leste-oeste, devem respeitar a
distância mínima de 100 m entre os galpões, com a finalidade de prevenir a propagação de
doenças que porventura surjam entre as aves. Devem ser situados longe de estradas, pois os
faróis dos veículos podem estressar as aves durante à noite, o que pode resultar em mortalidade
por pânico e esmagamento, bem como as estradas podem trazer doenças de outras criações. Os
silos e depósitos de ração devem ser instalados do lado de fora do galpão, onde poderão ser
abastecidos por caminhões graneleiros; o escritório da granja deverá ser localizado em local
estratégico, que permita controlar os galpões e depósitos de ração; as residências das pessoas
que trabalham na granja devem ser fora da área delimitada para os galpões de criação (LANA,
2000).
Tanto para a criação de poedeiras comerciais como de frangos de corte, devem ser
considerados basicamente os mesmos pontos que foram abordados até aqui. No entanto, as
poedeiras são, de certo modo, mais resistentes as condições ambientais do que as aves
destinadas ao abate, pois seu crescimento é mais lento, não havendo a necessidade de um rápido
desenvolvimento corporal como nas aves voltadas à corte (MALAVAZZI, 1999). Assim, deve-
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se atentar para a temperatura do local a ser construído os galpões, de modo que as aves sejam
capazes de manter a homeotermia.
Proteção ambiental
Ventos fortes causam muito desconforto para as aves. Nesse sentido, Cotta (2012)
recomenda o uso de quebra ventos através da plantação de árvores. Eucaliptos e coníferas se
configuram como espécies ideais para este fim, cuja plantação para a formação do quebra-
ventos poderá ser feita de forma alternada (LANA, 2000). O sentido da construção adotado
normalmente é o leste-oeste, reduzindo assim a incidência de raios solares no interior do aviário,
melhorando assim o conforto térmico das aves.
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de pelo menos 100 metros das extremidades dos galpões. O fosso de putrefação (no caso de não
haver incinerador) é o local de destino das aves mortas e também deverá se localizar a distância
de 100 metros dos galpões e dos poços de água potável e na parte mais baixa da granja, porém
que seja livre de inundações (LANA, 2000).
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Sangue: devido à baixa quantidade produzida (0,79% do PV), é incorporado às penas
ou às vísceras após a desidratação.
Penas: após a depena, são conduzidas para a área de processamento por flutuação em
água. Na saída do sistema, as peneiras rotativas separam a água das penas e são conduzidas aos
digestores por transportadores do tipo rosca sem fim. A hidrólise das penas é essencial para que
a farinha a ser produzida possa ser digerida pelos animais que irão recebe-las na alimentação.
Ela é feita através do processo de cozimento sob alta pressão num digestor, logo após é
prensada, recebe o acréscimo de sangue, é secada, moída e acondicionada em sacos ou silos,
estando a partir daí pronta para ser utilizada.
Vísceras: trata-se das não comestíveis, representadas por: trato digestivo, traqueia,
pulmões, carcaças e partes condenadas pelo serviço de inspeção veterinária, cabeças, pés e
ossos gerados a partir das CMS’s. Todo esse material é conduzido, também através de roscas
sem fim, para o processamento em digestores ou autoclaves, onde é submetido à alta
temperatura e pressão. Em seguida água é acrescentada e o óleo sobrenadante é retirado. A água
é então retirada e o material volta ao digestor para completar o processamento. Após o
resfriamento, é moído, ensacado ou ensilado, assim pronto para utilização.
Gordura: a gordura extraída durante os processos deve ser conduzida para o tanque de
decantação para extração da borra e do excesso de umidade. Após purificada, está pronta para
ser usada em rações.
Na tabela 2 são indicados os rendimentos dos produtos finais. As proporções indicadas
podem variar, a depender do estado corporal das aves, da idade ao abate, do sexo, o tipo de
processamento de cada abatedouro, entre outros fatores.
Tabela 5 - Produtos obtidos dos resíduos do abate de aves de 1,9 kg de peso vivo médio.
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Tratamento de efluentes do abatedouro
Em se tratando de frangos de corte, as operações de abate geram grandes volumes de
águas usadas que são chamadas de efluentes, ou águas residuais, conforme a tabela 3.
Tabela 6 - Efluentes líquidos dos abatedouros avícolas.
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A principal fonte de iodo tem origem no sistema de pré-tratamento. O tratamento do
iodo formado no fundo das lagoas, em geral, consiste simplesmente em retirá-lo, dispondo-o
em cima do terreno. A produção estimada é de 0,5 kg de sólidos secos/kg de DBO removido.
Os efluentes líquidos só podem ser lançados em curso d’água após atender o que
preconiza a lei de proteção ambiental.
A indústria avícola é responsável por uma alta produção de dejetos, os quais devem
receber destinos ecologicamente corretos e economicamente viáveis. A cama de aviário tem o
potencial de gerar dois subprodutos a partir do processo de biodigestão: o biogás (gás
inflamável) e o biofertilizante (líquido organo-mineral estabilizado).
A biodigestão ou digestão anaeróbia se apresenta como uma alternativa para o
tratamento da cama. Basicamente, é um processo pelo qual bactérias anaeróbias, através de
fermentação ocorrida em biodigestores, degradam a matéria orgânica, produzindo o biogás e o
biofertilizante, o primeiro apresentando alto valor como fonte energética e o segundo como
fonte nutricional para as plantas. O uso de biodigestores na produção animal é visto como uma
importante ferramenta, pois, além de promover o tratamento dos resíduos, retorna ao sistema
produtivo parte da energia que seria perdida, por meio do biogás (SANTOS et al. 2007).
O tempo de estocagem dos dejetos nas instalações influencia nos potenciais de produção
de biogás dos dejetos das aves. Assim, as granjas que utilizam o sistema de biodigestão
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anaeróbia para o tratamento dos dejetos das aves devem proceder à limpeza frequente das
instalações, a fim de maximizar a produção e utilização do biogás (FARIAS et al., 2012).
Apesar do biogás ser menos inflamável e apresentar menor pressão que os combustíveis
comumente utilizados, basta realizar ajustes nos aquecedores para que a queima seja realizada
de forma satisfatória (SANTOS, 2007).
Contudo a produção do biogás e do biofertilizante através do sistema de biodigestão
agrega valor à propriedade rural, seja pelo fator financeiro, como pela integração às mais
variadas atividades que se desenvolvem no meio rural, trazendo geração de energia renovável,
reciclagem de nutrientes para as plantas e saneamento ambiental (SANTOS, 2013).
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Água
Deve ser farta e de boa qualidade e sofrer tratamento, de forma que se torne potável em
qualquer época do ano (COTTA, 2012). A boa qualidade da água é de fundamental importância,
devendo-se esta apresentar qualidades físico-químicas e microbiológicas adequadas, uma vez
que as aves terão acesso à mesma fonte de água, e um possível problema na qualidade desta
afetará consideravelmente a criação (ALBINO e BARRETO, 2003).
Tratamento
A água deverá passar por exames bacteriológicos e por uma análise físico-química,
ambos realizados em laboratório. A água potável não deve conter microrganismos patogênicos,
bem como deve estar livre de bactérias indicadores de contaminação fecal. Os indicadores de
contaminação fecal, tradicionalmente aceitos, pertencem a um grupo de bactérias denominadas
coliformes. Ao ser evidenciada a presença de tais microrganismos, deverá ser realizado o
tratamento com hipoclorito e desinfetante bactericida em concentrações de acordo com o
resultado do exame (FUNASA, 2006).
Em se tratando da análise físico-química, leva-se em consideração o pH da água. A
alcalinidade total de uma água é dada pela soma das diferentes formas de alcalinidade
existentes, ou seja, é a concentração de hidróxidos, carbonatos e bicarbonatos, expressa em
termos de Carbonato de Cálcio (CaCO3). Pode-se dizer que a alcalinidade mede a capacidade
da água em neutralizar os ácidos (FUNASA, 2006). A medida da alcalinidade é de fundamental
importância durante o processo de tratamento de água, pois, é em função do seu teor que se
estabelece a dosagem dos produtos químicos utilizados. Quando a alcalinidade é muito baixa
ou inexistente há a necessidade de se provocar uma alcalinidade artificial com aplicação de
substâncias alcalinas tal como cal hidratada ou carbonato de sódio para que o objetivo seja
alcançado. Quando a alcalinidade é muito elevada, procede-se ao contrário, acidificando-se a
água até que se obtenha um teor de alcalinidade suficiente para reagir com o sulfato de alumínio
ou outro produto utilizado no tratamento da água (FUNASA, 2006).
Para visualizar um exemplo de exame laboratorial, acesse o link abaixo:
http://www.mpma.mp.br/arquivos/transparencia/arquivos/obras/3867_relat_analise_ag
ua_poco_colinas.pdf
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Fontes
A água utilizada deverá provir, preferencialmente, de poços artesianos ou da rede
hidráulica municipal. Caso seja usada água de poços não artesianos ou de fontes naturais, deve-
se certificar que ela seja potável para uso humano, através de análises periódicas, e se não há
contaminações nos encanamentos e reservatórios. Caso se utilize águas de superfície, como
rios, lagos, açudes ou represas, antes da utilização, a água deverá passar por instalações de
tratamento e purificação, que tendem a ser onerosas (LANA, 2000).
Caso a região não permita a instalação de um poço artesiano, é necessário procurar uma
fonte natural ou um curso d’água, sempre se certificando de que a água é potável. O uso de
cursos de água exige instalações de tratamento da água com cloro ou algum produto
desinfetante. Em regiões de escassez, a água da chuva pode ser utilizada, desde que
devidamente recolhida em reservatórios livres de contaminação. A granja deverá ter um
reservatório central localizado no ponto mais alto do aviário, e a capacidade desse reservatório
dependerá da necessidade da granja (LANA, 2000). O uso de uma caixa d’água por galpão é
recomendado por Ferreira (1993), pois favorece a administração de medicamentos quando
necessário. O autor complementa o uso de tubulações enterradas, para evitar a incidência de
raios solares e consequente elevação da temperatura da água.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COTTA, T. Frangos de corte: criação, abate e comercialização. Viçosa, MG: Aprenda fácil,
2012. 243p.
FERREIRA, M. G. Produção de aves: corte & postura. Guaíba: agropecuária, 1993. 118p.
FUNASA - Fundação Nacional de Saúde. Manual prático de análise de água. 2ª ed. rev. -
Brasília: Fundação Nacional de Saúde, 2006. 146 p.
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