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AULAS 1e2
Prezado(a) estudante,
Esta revisão visa aprimorar o seu conhecimento sobre os conteúdos trabalhados anteriormente. Os
itens de múltipla escolha possuem apenas uma alternativa correta. Caso tenha alguma dúvida durante a
resolução, procure o seu(sua) professor(a).
Lembre-se que a Habilidade 7 tem como objetivo fazer com que você consiga desenvolver a
habilidade de identificar a tese defendida no texto.
É interessante que esta atividade seja resolvida de forma individual, para posterior correção e
socialização das respostas. Atente para a orientação do seu(sua) professor(a), ele o conduzirá neste
momento e poderá utilizar outra metodologia na aplicação desta revisão.
Em qual dos trechos está expressa a tese do texto sobre como os goianos tratam o Rio Araguaia?
(A) “Porém, o afeto não se traduz em respeito, se levarmos em consideração a monumental quantidade de
lixo deixada nas 25 praias que ficam no leito do rio que corta o município de Aruanã”.
(B) “A Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Aruanã chegou a fazer um trabalho de conscientização,
visitando acampamentos (...)”
(C) “O volume de lixo daria para encher 12 caminhões da Companhia de Urbanização de Goiânia. A média
diária ficou em 8 toneladas”.
(D) “Nesse ano, a prefeitura local recolheu 175 toneladas de lixo deixadas na natureza, após os
acampamentos”.
QUESTÃO 4
Leia o texto a seguir.
Chuva e escola. (adaptado)
A chuva provocou a tragédia, mas não foi culpada por ela. O que aconteceu em Petrópolis, semana
passada, tem responsáveis claros: o descaso com o uso do solo urbano e a irresponsabilidade na
aplicação dos recursos públicos pelos atuais dirigentes, a permanência da pobreza, apesar da riqueza
nacional. Não se sabia o dia e a hora, nem a quantidade de chuva, mas sabia-se que, cedo ou tarde, em
Petrópolis ou outra cidade, dezenas de pessoas, inclusive crianças, seriam soterradas. A dor dessas
famílias vinha sendo construída.
Anos depois de anos, governantes impuseram um desenvolvimento cujos resultados são
distribuídos, provocando emigração em massa, que incha as cidades grandes, despreza a regulamentação
do solo urbano, usado de maneira temerária, porque a forma mais simples de resolver falta de moradia é
construindo casas em lugares onde, mais dia menos dia, serão vitimadas pela chuva. Não é por falta de
aviso, a cada ano temos mais de uma tragédia desse tipo em alguma cidade do Brasil. Nossos dirigentes
não cuidam do problema. Fecham os olhos ao que já aconteceu e certamente voltará a acontecer.
[...]
Para evitar outras Petrópolis, já em fabricação, o Brasil inteiro, não apenas o Rio de Janeiro e
outras cidades, precisa ter estratégia de longo prazo para transformar suas "monstrópoles" em cidades
sadias, coesas, harmônicas, pacíficas e seguras. Isso vai exigir programa para manter as populações que
ainda não migraram para grandes cidades; esforço para promover desmigração, oferecendo condições
para retorno de moradores às cidades de origem; rigor na regulamentação do uso do solo; transporte
público de qualidade; obras para manuseio das águas e, sobretudo, educação de qualidade em todas as
cidades.
Escola não deve servir apenas como abrigo depois das tragédias, elas devem servir para evitar
tragédias, formando uma nova geração de brasileiros. Se toda cidade tivesse escola com alta qualidade,
oferecendo oportunidades de emprego e renda, certamente, a migração seria menor, a urbanização seria
mais regular. Para isso, o Brasil precisa de um Sistema Único Público Nacional de Educação de Base.
Oferecer educação de base até a conclusão do ensino médio com a máxima qualidade para todos,
independentemente da renda e do endereço de cada família. Além de oferecer oportunidades produtivas a
todos, esse sistema servirá também para formar eleitores que escolham dirigentes comprometidos com a
população.
As tragédias do tipo Petrópolis têm a ver com o excesso de chuva, mas, principalmente, com a
ausência de políticas públicas, especialmente na educação ao longo de décadas.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/02/4987219-cristovam-buarque-chuva-e-escola.html.
Acesso em 22/02/2022
Identifique no texto o trecho que apresenta a tese por ele defendida.
QUESTÃO 5
Leia o texto abaixo.
O socorro na escola
Apesar de a pandemia ainda estar num nível ameaçador — principalmente por causa da ômicron, a
variante mais transmissível do novo coronavírus —, é uma excelente notícia a volta às aulas de forma
100% presencial na quase totalidade do país, após praticamente dois anos de ensino remoto ou, no caso
de um sem-número de alunos, nem isso.
Para os estudantes em situação de severa pobreza, esse retorno é ainda mais importante. E nem
me refiro ao fato de a educação ser um instrumento capaz de permitir que, no futuro, eles consigam
romper o ciclo de miséria em que vivem. Falo de algo mais imediato: a luta contra a fome.
É na escola que muitas crianças conseguem a única refeição robusta do dia. Por isso, antes da
pandemia, a agonia de pais ou responsáveis eram as férias: sem colégio, sem merenda. Com a crise
sanitária então, foi o pesadelo total.
O panorama no Brasil é dramático. Há, ao menos, 19 milhões de pessoas que não têm o que
comer. O país, inclusive, retornou ao Mapa da Fome da FAO (Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura). Entre os fatores que contribuíram para a calamidade está o desemprego. O
cenário atual é de mais de 12 milhões de brasileiros sem trabalho.
A escola tem outro caráter essencial e urgente: integra a rede de proteção de crianças e
adolescentes contra a violência, uma chaga que independe da classe social. Os estabelecimentos de
ensino são um fundamental canal de denúncia de abusos físicos, psicológicos e sexuais, seja porque as
vítimas se sentem mais seguras para revelar seu sofrimento, seja porque professores, pelo convívio diário,
podem perceber vestígios de que algo está errado. Hoje, os profissionais de educação recebem muito
mais informações e orientações sobre como detectar a violência — uma marca física, uma mudança de
comportamento do aluno, por exemplo.
Afastados das salas de aula durante as medidas restritivas, meninos e meninas perderam esse
meio de pedir socorro. Ficaram confinados com seus algozes, vulneráveis às mais diversas agressões.
Agora, a porta para a ajuda se abre novamente.
A retomada será de muitos desafios, entre outros, por causa das perdas pedagógicas, do
desnivelamento dos alunos, dos impactos psíquicos provocados pela pandemia — com o período de
distanciamento social e até a morte de familiares causada pela doença. Há, evidentemente, um longo
tempo de recuperação pela frente, mas a escola voltar à rotina de crianças e adolescentes já atende às
necessidades mais urgentes.
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/02/4985941-cida-barbosa-o-socorro-na-escola.html
Acesso em: 22/02/2022
QUESTÃO 6
Leia o texto.
Quem tem fome tem pressa.
O sociólogo mineiro Herbert de Souza, o Betinho, um dos maiores símbolos de cidadania do país,
cunhou no início dos anos 1990 uma frase que entrou para a história: "Quem tem fome tem pressa".
Naquela época, o país tinha um contingente de 32 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da
pobreza. Quase 30 anos depois, era de se esperar que o Brasil, que está entre as 10 maiores economias
do mundo, tivesse superado o flagelo da fome. Infelizmente, não.
O nosso Brasil, é forçoso reconhecer, adoeceu e empobreceu nos últimos anos. A grave crise
econômica que atravessamos, com inflação acima de dois dígitos que voltou a assombrar, o desemprego
que atinge quase 13 milhões de brasileiros e o custo de vida elevadíssimo acabaram empurrando um
quarto das famílias, mais de 52 milhões de pessoas, para uma vida de pobreza ou extrema pobreza.
Portanto, não há dúvida: a prioridade absoluta do Brasil hoje é trabalhar para minimizar os impactos
da crise social que estamos vivendo, consequência da crise econômica, e que tem na fome a sua face
mais perversa.
Como não se chocar quando vemos filas gigantescas com pais e mães de família tentando
conseguir ossos para alimentar seus filhos? Como não se indignar ao ver milhares de famílias recorrerem
ao velho fogão de lenha para preparar o alimento dos filhos, pois não conseguem comprar um botijão de
gás, cujo valor representa hoje, em média, 10% do salário mínimo?
Fome, miséria e dor não têm partido, não têm ideologia, não têm cor. É sofrimento. E não podemos
compactuar, aceitar ou nos conformarmos com cenário tão desolador, que se agravou nos últimos dois
anos por conta da famigerada covid-19, que, só no Brasil, ceifou mais de 631 mil vidas.
Não há outro caminho para a busca de soluções senão a união do país — aí incluída a classe
política, empresariado, sindicatos, sociedade civil organizada e tantos outros atores fundamentais nessa
batalha.
Não esperemos, no entanto, soluções simples para problemas complexos. O fato é que não
podemos aguardar mais. É urgente, em primeiro lugar, que a equipe econômica do governo reconheça a
grave situação do país. Não dá para continuarmos nessa ortodoxia. Temos graves desafios para enfrentar:
os buracos nas rodovias, as crianças fora das escolas, as filas nos hospitais e postos de saúde, a fome, a
dor de milhões de famílias carentes desse imenso Brasil. É preciso realizar os investimentos para
evitarmos um caos ainda maior.
[...]
Sabemos que não serão ações conservadoras na economia que resolverão os problemas do Brasil.
Sabemos também que não se cura câncer com placebo e que doença grave exige, não raro, injeção na
veia. A injeção na economia neste momento é investimento nos mais pobres!
Portanto, neste momento, mais do que nunca, é preciso criatividade, coragem e ousadia. Milhões e
milhões de brasileiros estão passando fome e o quadro, se nada for feito, vai se agravar. E quem tem
fome, como bem disse Betinho, não pode esperar.
[...]
Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/opiniao/2022/02/4982903-alexandre-silveira-quem-tem-fome-tem-pressa.html
Acesso em: 22/02/2022
Qual a tese defendida no texto?