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ATIVIDADE DISCURSIVA 1
QUESTÃO 1
Dados da questão
Uma casa é arrastada pela enchente do rio. O flagrante, feito semana passada por um
cinegrafista amador, em São José do Vale do Rio Preto, é o que se teme que
aconteça de novo em toda a Região Serrana.
O processo de retirada das famílias de área de risco começa com uma vistoria no
imóvel feita pelos engenheiros. Quando eles consideram que esse imóvel não tem
condições de ser habitado mais, ou porque está muito danificado ou porque fica em
uma área muito perigosa, eles embargam e passam para a Defesa Civil. A Defesa
Civil vai ao local para retirar as famílias.
Depois de uma vistoria, a conclusão do engenheiro é clara: “Eu já lhe adianto que o
senhor deve sair com sua família”, alerta para um morador.
Isaías, agricultor, não quer sair. Há três anos, uma enchente destruiu a casa onde
vivia, na mesma rua. Esta aguentou, mas não é segura.
“Eu quero que vocês confiram se tem como eu trazer a minha família para cá ou não.
Se não tiver, ela continua onde ela está. Agora, vou dizer sinceramente a vocês, se eu
perder mais uma vez tudo o que eu perdi, se eu perdesse a minha vida, seria mais um
descanso”, disse ele.
De acordo com juristas consultados pelo Jornal Nacional, o Estado tem o direito e o
dever de retirar à força quem se recusa a sair.
“moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de
habitabilidade, infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo,
equipamentos, serviços urbanos e sociais”;
QUESTÃO 2
Operatória(s):
- Capacidade de inferir e interpretar;
Específica(s) :
- Encontrar relações, implicações, desdobramentos futuros, causas
profundas e formar uma síntese significativa.
Dados da questão.
REPORTAGEM
O programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, tem como meta a construção de um
milhão de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos. Além do déficit de
habitação, o plano visa a combater os efeitos do desaquecimento da economia produzidos pela
crise mundial. O objetivo é ambicioso mas, além de elogios, o programa vem despertando
críticas, sobretudo no que se refere às questões ligadas ao planejamento urbano. Para muitos,
o plano prescinde de mecanismos que favoreçam opções como a reforma de imóveis
subutilizados em áreas centrais e urbanizadas. A redação de AU consultou especialistas para
saber: o programa Minha Casa, Minha Vida articula planejamento urbano à política
habitacional?
Creio que há uma hipótese por detrás dessa pergunta: o pacote deve condicionar os
investimentos a uma conciliação entre Plano Diretor e Plano Habitacional para que a
localização dessas moradias não repita erros antigos que irão prejudicar o "adequado
desenvolvimento urbano". Para quem acredita que os Planos Diretores vão além da
retórica (igualdade, inclusão social, sustentabilidade etc.) e que a regulação estatal se
estende para toda a cidade e não para uma parte (frequentemente minoritária,
formada pelo mercado privado) a pergunta tem sentido. Para mim ela é ingênua. Não
há fórmula mágica para mudar o rumo trágico das cidades brasileiras. A competência
constitucional para formular e operar a política urbana é municipal. O foco das críticas
e pressões deve ser dirigido à Câmara e executivos municipais, marcados,
crescentemente, pela prática clientelista ou pela lógica dos financiamentos de
campanha. Do Governo Federal devemos cobrar que o pacote não privilegie a classe
média (como sempre!) em vez da baixa renda (0 a 3 SM) responsável por 84% do
déficit habitacional. Ermínia Maricato, arquiteta e urbanista
Charge
http://www.prosaepolitica.com.br/2010/08/14/charge-minha-farsa-minha-vida/
Operatória(s):
-
Capacidade de sintetizar conteúdos de textos verbais e não verbais.
Específica(s) :
- Resumir, fazer sumário, condensar, selecionar elementos
fundamentais.
Dados da questão
"O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século XXI,
que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva." O
alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da
Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como
uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar
respostas a crises, Debarati lançou duras críticas ao Brasil. Para
ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."
Eis a entrevista.
Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas
morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver
seus dramas, que se repetem ano após ano.
Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente.
Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva.
Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110114/not_imp665928,0.php
Elabore uma síntese das idéias da consultora da ONU sobre o fenômeno das
enchentes no Brasil, apresentadas na entrevista acima. Após, selecione uma das
críticas da especialista e apresente sua opinião sobre a questão. Não se esqueça
de selecionar, organizar e relacionar argumentos que sustentem seu ponto de
vista. Seu texto deve ter entre 08 e 10 linhas.
Caso sua atividade seja selecionada, você nos autoriza sua publicação integral
ou parcial no Guia de Possibilidades de Respostas?
( ) Sim
( ) Não