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NED – NÚCLEO DE ESTUDOS DIRIGIDOS

Ano Letivo: 2011/1


Estudo Dirigido: Políticas Públicas

Habilidade: Raciocinar de forma crítica e analítica

Professora: Giancarla Fontes de Almeida

ATIVIDADE DISCURSIVA 1

QUESTÃO 1

Habilidades a serem desenvolvidas

Operatória(s): Capacidade de argumentar

Específica(s)  :  Defender idéias e pontos de vista, discutir, sustentar


controvérsias, convencer.

Dados da questão

Instrução: Para responder à questão proposta, assista à reportagem do


Jornal Nacional, da Rede Globo, “Moradores de áreas de risco da Região
Serrana resistem a deixar suas casas”.
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1414727-7823-
MORADORES+DE+AREAS+DE+RISCO+DA+REGIAO+SERRANA+RESISTEM+
A+DEIXAR+SUAS+CASAS,00.html
ou
http://rionews.ws/index/?p=20046

Caso não consiga acessar o site, leia a reportagem:

Moradores de áreas de risco da Região Serrana


resistem a deixar suas casas
O trabalho de retirada dos moradores ameaçados é difícil. De acordo com
juristas consultados pelo Jornal Nacional, o Estado tem o direito e o dever de
retirar à força quem se recusa a sair.

O repórter José Roberto Burnier e Hélio Gonçalves acompanharam uma equipe de


engenheiros e fiscais na missão de convencer os moradores que permanecem em
áreas de risco a deixar suas casas.

Uma casa é arrastada pela enchente do rio. O flagrante, feito semana passada por um
cinegrafista amador, em São José do Vale do Rio Preto, é o que se teme que
aconteça de novo em toda a Região Serrana.

Com uma equipe do Conselho Regional de Engenharia do Rio de Janeiro, a equipe de


reportagem do Jornal Nacional viu como é difícil o trabalho de retirada dos moradores
ameaçados.

O processo de retirada das famílias de área de risco começa com uma vistoria no
imóvel feita pelos engenheiros. Quando eles consideram que esse imóvel não tem
condições de ser habitado mais, ou porque está muito danificado ou porque fica em
uma área muito perigosa, eles embargam e passam para a Defesa Civil. A Defesa
Civil vai ao local para retirar as famílias.

Depois de uma vistoria, a conclusão do engenheiro é clara: “Eu já lhe adianto que o
senhor deve sair com sua família”, alerta para um morador.

Isaías, agricultor, não quer sair. Há três anos, uma enchente destruiu a casa onde
vivia, na mesma rua. Esta aguentou, mas não é segura.

“Eu quero que vocês confiram se tem como eu trazer a minha família para cá ou não.
Se não tiver, ela continua onde ela está. Agora, vou dizer sinceramente a vocês, se eu
perder mais uma vez tudo o que eu perdi, se eu perdesse a minha vida, seria mais um
descanso”, disse ele.

De acordo com juristas consultados pelo Jornal Nacional, o Estado tem o direito e o
dever de retirar à força quem se recusa a sair.

Convencidos do perigo, moradores deixam a área. Pelas próximas semanas, fiscal


tentando convencer morador será uma rotina na Região Serrana do Rio. “Nós vamos
sugerir que a senhora saia de sua casa para preservar a sua vida e a da sua família.
Não espere nem seu marido. Saia com a gente. Porque o patrimônio um dia a gente
faz de novo, demora, mas faz”, orientou um deles.

Jornal Nacional - Edição do dia 19/01/2011

São dois os princípios que regem a Política Nacional da Habitação:

“moradia digna como direito e vetor de inclusão social garantindo padrão mínimo de
habitabilidade, infra-estrutura, saneamento ambiental, mobilidade, transporte coletivo,
equipamentos, serviços urbanos e sociais”;

“articulação das ações de habitação à política urbana de modo integrado com as


demais políticas sociais e ambientais”.

À luz dos princípios acima elencados, comente a reportagem “Moradores de áreas


de risco da Região Serrana resistem a deixar suas casas”, apresentando seu ponto
de vista com argumentos que esclareçam sua posição.

QUESTÃO 2

Habilidades a serem desenvolvidas

Operatória(s):
- Capacidade de inferir e interpretar;

Específica(s) :
- Encontrar relações, implicações, desdobramentos futuros, causas
profundas e formar uma síntese significativa.

Dados da questão.

Analise a reportagem abaixo:

REPORTAGEM

O programa Minha Casa, Minha Vida articula planejamento


urbano à política habitacional?
COLABOROU VALENTINA N. FIGUEROLA

O programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, tem como meta a construção de um
milhão de moradias para famílias com renda de até dez salários mínimos. Além do déficit de
habitação, o plano visa a combater os efeitos do desaquecimento da economia produzidos pela
crise mundial. O objetivo é ambicioso mas, além de elogios, o programa vem despertando
críticas, sobretudo no que se refere às questões ligadas ao planejamento urbano. Para muitos,
o plano prescinde de mecanismos que favoreçam opções como a reforma de imóveis
subutilizados em áreas centrais e urbanizadas. A redação de AU consultou especialistas para
saber: o programa Minha Casa, Minha Vida articula planejamento urbano à política
habitacional?

Creio que há uma hipótese por detrás dessa pergunta: o pacote deve condicionar os
investimentos a uma conciliação entre Plano Diretor e Plano Habitacional para que a
localização dessas moradias não repita erros antigos que irão prejudicar o "adequado
desenvolvimento urbano". Para quem acredita que os Planos Diretores vão além da
retórica (igualdade, inclusão social, sustentabilidade etc.) e que a regulação estatal se
estende para toda a cidade e não para uma parte (frequentemente minoritária,
formada pelo mercado privado) a pergunta tem sentido. Para mim ela é ingênua. Não
há fórmula mágica para mudar o rumo trágico das cidades brasileiras. A competência
constitucional para formular e operar a política urbana é municipal. O foco das críticas
e pressões deve ser dirigido à Câmara e executivos municipais, marcados,
crescentemente, pela prática clientelista ou pela lógica dos financiamentos de
campanha. Do Governo Federal devemos cobrar que o pacote não privilegie a classe
média (como sempre!) em vez da baixa renda (0 a 3 SM) responsável por 84% do
déficit habitacional. Ermínia Maricato, arquiteta e urbanista

O Programa Minha Casa, Minha Vida faz parte de uma


política anticíclica que tem por objetivo aumentar os
investimentos no setor da construção civil e garantir a
geração de emprego e renda e, assim, mitigar os impactos
da crise econômica mundial. Sua aderência à Política
Habitacional viabiliza o atendimento às famílias de
baixíssima renda, por meio de mecanismos que permitem
que um segmento carente dos créditos convencionais
possa adquirir moradias dignas, sem asfixiar o orçamento
doméstico. Está em perfeita sintonia com o Plano Nacional
de Habitação, que é um planejamento sustentável e de longo prazo. Quanto à
articulação com o Planejamento Urbano, o programa promove a interação entre os
dois e dá a oportunidade para melhorar a qualidade de vida dos indivíduos.[...]
http://www.revistaau.com.br/arquitetura-urbanismo/182/fato-opiniao-o-programa-minha-casa-minha-vida-
articula-134745-1.asp

Charge

http://www.prosaepolitica.com.br/2010/08/14/charge-minha-farsa-minha-vida/

Transcrição: A casa Caiu!!! Minha farsa, minha vida.


No segmento no qual se concentra 90% do déficit habitacional do país, a conclusão
dos imóveis não chega a 2%. Balanço referente ao dia 30 de junho deste ano revela
que, para o grupo de renda de zero a três salários mínimos, apenas 1,2% das 240.569
unidades contratadas foi concluído. O número de unidades já entregues é ainda
menor: 565, ou apenas 0,23%..

Considerando a reportagem e a informação da charge apresentada,


comente a seguinte afirmação: “Do Governo Federal devemos cobrar que
o pacote não privilegie a classe média (como sempre!) em vez da baixa
renda (0 a 3 SM) responsável por 84% do déficit habitacional”.
QUESTÃO 3

Habilidades a serem desenvolvidas

Operatória(s):
-­  Capacidade de sintetizar conteúdos de textos verbais e não verbais.

Específica(s) :
-­ Resumir, fazer sumário, condensar, selecionar elementos
fundamentais.

     

Dados da questão

''Brasil não é Bangladesh. Não tem desculpa'', afirma consultora da ONU

"O Brasil não é Bangladesh e não tem nenhuma desculpa para permitir, no século XXI,
que pessoas morram em deslizamentos de terras causados por chuva." O
alerta foi feito pela consultora externa da ONU e diretora do Centro para a Pesquisa da
Epidemiologia de Desastres, Debarati Guha-Sapir. Conhecida como
uma das maiores especialistas no mundo em desastres naturais e estratégias para dar
respostas a crises, Debarati lançou duras críticas ao Brasil. Para
ela, só um fator mata depois da chuva: "descaso político."

A entrevista é publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 14-01-2011.

Eis a entrevista.

Como a senhora avalia o drama vivido no Brasil?

Não sei se os brasileiros já fizeram a conta, mas o País já viveu 37 enchentes, em


apenas dez anos. É um número enorme e mostra que os problemas das chuvas
estão se tornando cada vez mais frequentes no País.

O que vemos com o alto número de mortos é um resultado direto de fenômenos


naturais?

Não, de forma alguma. As chuvas são fenômenos naturais. Mas essas pessoas
morreram, porque não têm peso político algum e não há vontade política para resolver
seus dramas, que se repetem ano após ano.

Custa caro se preparar?

Não. O Brasil é um país que já sabe que tem esse problema de forma recorrente.
Portanto, não há desculpa para não se preparar ou se dizer surpreendido pela chuva.
Além disso, o Brasil é um país que tem dinheiro, pelo menos para o que quer.

E como se preparar então?


Enchentes ocorrem sempre nos mesmo lugares, portanto, não são surpresas. O
problema é que, se nada é feito, elas aparentemente só ficam mais violentas.
A segunda grande vantagem de um país que apenas enfrenta enchentes é que a
tecnologia para lidar com isso e para preparar áreas é barata e está disponível.
O Brasil praticamente só tem um problema natural e não consegue lidar com ele.
Imagine se tivesse terremoto, vulcão, furacões...

http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110114/not_imp665928,0.php

Elabore uma síntese das idéias da consultora da ONU sobre o fenômeno das
enchentes no Brasil, apresentadas na entrevista acima. Após, selecione uma das
críticas da especialista e apresente sua opinião sobre a questão. Não se esqueça
de selecionar, organizar e relacionar argumentos que sustentem seu ponto de
vista. Seu texto deve ter entre 08 e 10 linhas.

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