Ficha técnica

Administração::
Pr. Romualdo Larroca
Pr. Ronaldo Alberto de Oliveira
Pr. Marildo Vivan

Coordenação Geral:
Washington Alencar (Departamento de Educação da Associação Paulistana)

Texto:
Italo Rocha de Sousa
 Palavras do Presidente
EDUCAÇÃO E MISSÃO
“Todos os teus filhos serão ensinados do Senhor; e
será grande a paz de teus filhos”. Ao ler as palavras
do profeta Isaias registradas no capítulo 54:13,
fico buscando compreender o real sentido desta
mensagem.
Vejo neste verso uma conexão muito grande
entre a Educação e a sua Missão. Através da sala
de aulas ou do trabalho Pastoral escolar, o ministro tem uma imensa
responsabilidade, bem como, uma grande oportunidade de apresentar as
claras, e inequívocas verdades da Palavra de Deus para uma geração que
precisa desesperadamente conhecer a Jesus para encontrar paz e
esperança, embora não perceba essa necessidade.
Como bem expressou Ellen White, “a Bíblia deve tornar-se o fundamento e o
assunto da educação... Ela deve ser usada como a Palavra do Deus vivo e
considerada como o primeiro e o último e o melhor em todas as coisas. Então se
verá verdadeiro crescimento espiritual. Os alunos desenvolverão salutar caráter
religioso, porque comem a carne e bebem o sangue do Filho de Deus. A não ser,
porém, que seja cuidada e promovida, a saúde da alma decairá. Mantende-vos
no conduto de luz. Estudai a Bíblia”. (FEC, p. 474).
A palavra de Deus comunicada em sua forma adequada certamente trará
grande paz a todos que a receberem no coração. O dever do Pastor Escolar
é transmitir a Palavra de Deus com inteligência, com amor, com sabedoria,
mas com equilíbrio também.
Jesus disse: “Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus.
Portanto, todo aquele que da parte do Pai tem ouvido e aprendido, esse vem a
mim”. João 6:45.
Querido Pastor, que essa profecia falada por Jesus seja uma grande
realidade em seu ministério, que seja verdadeira na vida dos seus alunos, e
que através de sua diligência muitos estudantes possam ser ensinados a
irem a Jesus. Que pela Educação, você cumpra a missão!

Pr. Romulado Larroca

Presidente da Associação Paulistana da IASD
 Mensagem do Departamento de
Educação da Associação Paulistana

Prezados pastores de escolas,

A Educação Adventista tem em seu DNA a

certeza de que fomos feitos para Deus.
Infelizmente, o pecado assolou as nossas
vidas e hoje necessitamos urgentemente de
uma restauração com o Eterno.
Este manual que tens em mãos não terá todas as respostas para
o fazer pastoral dentro da sua unidade, entretanto, muito do que
você fará, permeará o que aqui está sendo apresentado.
Sempre que tiver alguma dúvida, use este guia como uma
proposta de linha mestra, que trará embasamento teórico para o
seu cotidiano prático.
Ao pensar o conteúdo aqui proposto, analisamos a realidade dos
tempos difíceis que vivemos, sabendo que nesta caminhada neste
mundo, somos feitos como vaso nas mãos do oleiro para ajudar
outros a se reconectarem com o Eterno.
Aproveite cada dia, tendo como certeza que cada aluno (e cada
família) é um campo missionário.
Que através de nós mais pessoas possam conhecer a Jesus!

Washington Alencar
Departamental de Educação da AP
 O Ministério do Pastor de Escola
“Os que tiverem mais vocação para o ministério deviam ser empregados para dirigir o
ensino de Bíblia em nossas escolas. As pessoas escolhidas para essa obra precisam ser
acurados estudantes da Bíblia; homens que tenham profunda experiência cristã; e seu
ordenado deve ser pago do dízimo.” (CPPE, 362)

O Pastor de Escola deve compreender a importância e relevância de sua missão. Não deve achar
que está na escola se preparando para ser um pastor distrital ou porque não tem uma função
melhor a desempenhar. Não deveria pensar que o ministério na escola é inferior ou de segunda
categoria. A escola é uma instituição sagrada, um local que Deus escolheu para salvar pessoas que
não seriam alcançadas de outra maneira. O Pastor de Escola foi chamado por Deus para
desempenhar seu ministério nesse ambiente e deve florescer onde está plantado. Ele será o
pastor de centenas de famílias e Deus confiou essas famílias para que sejam cuidadas e assistidas
por ele.

A Espiritualidade do Pastor de Escola

Em qualquer área do ministério, o pastor enfrenta constantemente diversas barreiras à experiência
espiritual. Não é diferente para o Pastor de Escola. Por isso, ele nunca deveria se esquecer que,
antes de ser pastor é um pecador redimido em Cristo Jesus.
O Pastor de Escola que negligencia sua vida devocional e momentos de encontro pessoal com
Deus poderá ter algum tipo de êxito aparente, mas estará negligenciando o mais importante. Um
pastor que descuida de sua vida espiritual fará pouco mais do que implementar teorias
psicológicas, métodos organizacionais e técnicas motivacionais. O poder real do ministério brota da
espiritualidade resultante de um encontro pessoal com Cristo.
O Guia para Ministros Adventistas do Sétimo Dia destaca cinco barreiras à experiência espiritual do
pastor, são elas: falta de dependência, falta de tempo, falta de privacidade, falta de planejamento e
falta de disciplina. Dentre essas, se caracterizam as maiores no contexto do ministério escolar a
falta de dependência e a falta de disciplina. As atividades na escola são extremamente intensas e o
Pastor de Escola pode facilmente perder-se fazendo tantas atividades e abandonar o tempo
dedicado à oração e meditação. Ou pode ainda ter tanto êxito graças às suas habilidades que
passe a confiar excessivamente em si mesmo, abandonando a dependência de Deus.
O Pastor de Escola deve ser uma referência a outros pelo seu estilo de vida, inclusive no que diz
respeito à espiritualidade.
 O Pastor de Escola e os
Relacionamentos
“O tato e o critério centuplicam a utilidade do obreiro.” - Obreiros
Evangélicos, pág. 119
O ministério pastoral é feito de
relacionamentos e isso se torna
especialmente visível no ministério escolar. O
pastor de escola se relaciona diariamente
com a comunidade escolar, de maneira que
o sucesso de seu ministério dependerá de
sua capacidade de relacionar-se bem com as
pessoas.
O pastor deve amar as pessoas,
demonstrando o amor do Supremo Pastor a
quem serve.
Em busca de um pastoreio de êxito, o Pastor
de Escola precisa desenvolver um bom
relacionamento com a equipe administrativa
da escola. Pastor e diretor devem trabalhar
juntos a fim de planejar e executar ações que
mantenham a escola alinhada com os ideais
da filosofia adventista. O Pastor de Escola
responde diretamente ao diretor geral da
escola. Ele deve ter acesso ao seu
planejamento e conhecer a sua rotina de
atividades na escola.
O diretor é o responsável geral pela escola,
detendo a visão geral dos objetivos e
necessidades dela. Ele é o responsável por
uma escola pedagogicamente forte,
estrategicamente relevante, que ofereça um
atendimento de excelência, que se
mantenha fiel à filosofia da educação
adventista e que desfrute de um clima
espiritual.
Evidentemente, para atender todas essas
demandas, o diretor geral está cercado de
uma equipe a quem delega funções, mas
não deixa de ser o responsável pelo todo. O
Pastor que compreende isso, se mostrará
um leal companheiro de seu diretor. Será, de
fato, o pastor da escola – o que inclui ser o
pastor do diretor da escola, afinal
pastoreamos pessoas!
Ao relacionar-se com o diretor geral, o Pastor
de Escola deveria manter a postura espiritual
e humilde que é esperada de um pastor.
Orar com seu diretor, compartilhar os
desafios e atender as demandas espirituais
da escola é o que se espera do
relacionamento entre diretor geral e pastor
de escola.
Além do diretor geral, o Pastor de Escola
deve estar atento às necessidades espirituais
de todo o grupo administrativo. Por
desempenhar uma função administrativa
numa instituição adventista, muitas vezes se
presume que esses não tenham
necessidades espirituais e acabam ficando
desassistidos. A equipe administrativa é a
liderança do seu rebanho, pastoreie essa
liderança! Visite coordenadoras,
orientadoras, tesoureiro e secretária escolar,
faça-os entender que você é o pastor deles e
está disposto a apoiá-los em todas as
demandas espirituais.
Motive-os constantemente para a missão.
Compreenda e ajude-os a compreender que
todas as atividades e projetos da escola são
oportunidades de salvação. Não fique
esperando que eles deem a tônica espiritual
em todas as atividades, você é a pessoa mais
bem preparada para isso.
Da mesma maneira, pastoreie os professores
e servidores de sua escola. De maneira geral,
eles enfrentam grandes desafios em sua vida
pessoal e diariamente se dispõem a deixar
seus desafios de lado para servir a Deus na
escola, valorize-os por isso. Encontre tempo
e crie oportunidades para orar com eles.
Alimente-os diariamente da Palavra de Deus
nos cultos, mas vá além disso. Conheça suas
necessidades pessoais, visite-os e esteja
sempre disponível para ouvi-los.
Por fim, busque manter um bom
relacionamento com os alunos e seus
familiares. Mostre-se disponível. Exerça um
ministério pastoral além da capela. Se torne
parte da vida deles e de suas famílias.
Ofereça atenção e interesse pelas
preocupações e necessidades dos alunos,
essa atenção fará toda diferença. Faça com
que os pais saibam que existe um pastor na
escola de seus filhos, que está disponível
para ensinar a Bíblia, oferecer atendimento
espiritual, visitação hospitalar, assistência em
momentos de luto e aconselhamento. Esteja
presente nos programas especiais da escola
(dia das mães, dia dos pais, cantatas e
formaturas) e aproveite essas oportunidades
para se fazer conhecido e mencionar aquilo
que você pode oferecer a eles. Ao receber
um pedido de oração, não apenas ore, mas
faça-os saber que está orando. Ao descobrir
que um aluno ou familiar está doente ou
enfrentando algum outro tipo de dificuldade,
consiga o contato telefônico e ligue
oferecendo uma oração e assistência
espiritual. Seja o pastor do grande rebanho
que o Senhor lhe confiou, que inclui toda a
comunidade escolar.
Evidentemente os relacionamentos
interpessoais também exigem cuidados. A
atenção que oferecemos às pessoas pode
ser mal interpretada em alguma situação e
isso lhe trará dificuldades. Por isso,
relacione-se de maneira recatada com o
sexo oposto e policie-se quanto ao que pode
tornar-se aparência do mal. Atenda pessoas
do sexo oposto em ambientes que não
ofereçam riscos à sua reputação, se possível
de porta aberta. Vivemos em tempos difíceis,
em que todo cuidado é necessário.
Fortaleça seu relacionamento conjugal e
familiar. Seja parceiro de sua esposa e faça
com que todos saibam de sua parceria. Caso
viva uma situação que te deixe
desconfortável em relação ao sexo oposto,
compartilhe com ela e confie em suas
impressões. Compreenda-se como um
individuo pecador e vulnerável e peça a Deus
que te mantenha fiel à Ele, à sua família, aos
seus princípios e ao ministério que Ele te
confiou.
Invista em relacionamentos saudáveis e seu
ministério será bem-sucedido e abençoado
por Deus.
 Cultura da Pastoral Estudantil
Código de vestuário
“Deus espera que Seus ministros, em maneiras e
vestuário, representem devidamente os
princípios da verdade e a santidade de seu
ofício.” (Obreiros Evangélicos, 174)
A aparência pessoal exerce grande impacto
nos relacionamentos. Quando um pastor se
encontra com alguém pela primeira vez, essa
pessoa faz um julgamento imediato a seu
respeito com base na sua aparência. Muitas
vezes, o que é visto fala mais audivelmente
do que o que é verbalmente expresso.
O Pastor de Escola deve levar em conta o
bom gosto e asseio. Deve se vestir de
maneira apropriada para cada ocasião. Além
disso, deve manter o cuidado com a boa
aparência da pele, cabelos penteados e
barba bem feita.
A aparência do Pastor de Escola não deve
causar ruídos em seus relacionamentos.
Muitas podem ser as causas que levem a
aparência pessoal para atrair a atenção para
ele: vestimentas sujas, ostentosas ou
impróprias para a ocasião podem difamar
tanto o ministério como a mensagem. “É
melhor que a aparência passe sem ser
notada, exceto pela modéstia, adequação e
bom gosto.” (Guia para ministros, 30)
O ambiente de trabalho
Dentre as muitas atribuições do Pastor de
Escola, o atendimento a alunos e familiares,
além de professores e servidores se mostra
um dos mais importantes.
Por isso, de maneira geral, a escola reserva
um espaço para tais atendimentos. Esse
espaço deve oferecer ao pastor condições
de receber as pessoas mantendo a discrição
necessária, mas também sem expô-lo a
situações constrangedoras.
A sala pastoral deve ser um ambiente
agradável, acessível a todos, que permita a
confidencialidade necessária em muitos
casos. Muitos atendimentos poderão ser
realizados em outros ambientes, mas se a
escola dispõe de uma sala pastoral, essa
deve estar sempre limpa e organizada.
Deve ser um ambiente bonito, aconchegante
e jovial, bem iluminado e arejado. A porta
deve estar sempre aberta para que todos
percebam o pastor como acessível.
Vale ainda destacar que a sala pastoral deve
ser reservada o suficiente para que a pessoa
sinta-se a vontade para expor suas
demandas, mas não isolada a ponto de
transmitir a aparência do mal. Poucas salas
pastorais dispõem de câmeras de segurança
ou portas de vidro, se possível, atenda de
porta aberta e com pelo menos uma mesa
de distância da pessoa atendida.
Horário de trabalho e expectativas de
assiduidade
A rotina de trabalho nos diversos setores da
escola se mostra um desafio para muitas
pessoas. É impossível imaginar que alguém
que não segue horários fixos consiga ter
sucesso numa instituição, ainda mais escolar.
Siga, respeite, organize-se e defenda
horários e programas agendados para tais
datas.
O Pastor de Escola, como fiel obreiro de
Deus, deve mostrar-se disponível e pontual.
O tempo é concedido por Deus como um
dom a todas as pessoas, esse dom deve ser
bem utilizado, especialmente no serviço de
Deus.
Evidentemente, o Pastor de Escola deve
manter em seu planejamento tempo para o
cuidado pessoal, de sua saúde e de sua
família. O segredo para isso está justamente
no planejamento. O planejamento aumenta a
eficiência e dá senso de direção ao Pastor de
Escola.
Quanto à necessidade do planejamento,
entre outras coisas, Ellen White nos
recomenda: “Quando vos levantardes pela
manhã, considerai, tanto quanto possível, o
trabalho que deveis efetuar durante o dia.
Caso seja necessário, tende um bloco de
anotações em que escrevais as coisas a
serem feitas, e estabelecei-vos o tempo em
que deveis realizar o trabalho” (Evangelismo,
652).
Diariamente o Pastor de Escola deve se
responsabilizar e, portanto, estar presente
nos cultos com professores e servidores, que
podem ser distribuídos ao longo do dia a fim
de possibilitar que o maior número possível
esteja presente. Deve também estar
disponível para atendimentos a pais e
alunos, o que exige que ele esteja presente
na escola durante todo esse período.
Além disso, espera-se que o Pastor de Escola
esteja integralmente comprometido com a
escola, participando dos eventos e
atividades, promovendo a espiritualidade e
atividades sociais, além de defender a
filosofia institucional diante de todos com
quem tiver contato. Como parte do grupo
administrativo e, mais ainda, como pastor,
espera-se ética e comprometimento com a
equipe.
 Expectativas de desempenho e
avaliação
A vida do Pastor de Escola
Tendo sido vocacionado por Deus para o
exercício do ministério, espera-se do pastor
muito mais do que se esperaria de qualquer
outro profissional. A vida e o ministério do
pastor se confundem, sendo uma e a mesma
coisa.
Assim, toda a vida do Pastor de Escola deve
refletir seu chamado, suas convicções e sua
lealdade ao Deus que o chamou.
A família do pastor pertence ao ministério
tanto quanto ele, de maneira que se espera
que ele seja um bom marido e pai,
pastoreando seu principal rebanho.
O Pastor de Escola deve cuidar com seus
relacionamentos, mantendo a ética e
comportamentos adequados para um
ministro de Deus.
O Pastor de Escola precisa cuidar de seu
corpo – o templo do Espírito Santo –
dedicando tempo à prática de atividades
físicas e mantendo uma alimentação
saudável.
O Pastor de Escola tem como principal
preocupação a salvação de almas para o
Reino de Deus, de maneira que deveria evitar
trazer sobre si mesmo e sua família
preocupações resultantes da contração de
dívidas ou mal uso dos recursos financeiros.
Como ministro e obreiro do Senhor, o Pastor
de Escola deveria utilizar bem as redes
sociais, tendo em vista ali também a salvação
de almas, começando pela própria. A vida
pública do pastor deve ser salvaguardada e o
comportamento no mundo virtual deve ser
tão adequado quanto o é no mundo real.
Pastoreio na escola
No contexto escolar, cada pessoa tem uma
função. Há pessoas responsáveis pela
estruturação pedagógica da escola, outras
responsáveis pela disciplina e boa parte das
escolas conta também com um psicólogo
para oferecer atendimento emocional aos
alunos e familiares.
O Pastor de Escola pode contribuir com
todos esses, mas somente ele será o pastor
da escola!
O pastor foi separado por Deus e pela igreja
para ser a figura pastoral e desempenhar
essa função. Por isso nunca deve deixar de
ser pastor.
Eventualmente pode ser necessário ao
pastor oferecer outros tipos de suporte,
atender outros tipos de emergência, mas
nada disso deve concorrer com o ministério
pastoral que se espera que ele exerça.
O pastor deve estar disposto a aconselhar as
pessoas e conduzi-las à vontade de Deus
conforme expressa na Bíblia. O pastor deve
visitar o seu rebanho e conhecer as suas
necessidades. Utilizando a figura do pastor
de ovelhas, espera-se que o Pastor de Escola
tenha “cheiro de ovelha”. Para isso, deve
estar disposto a saber quais são as
necessidades espirituais do grupo
administrativo, dos professores, servidores,
alunos e familiares.
Além dos momentos de culto (onde nem
todos conseguem estar sempre), o Pastor de
Escola exercerá um ministério singular na
escola se orar individualmente com as
pessoas e visita-las em seus lares. Comece
pelo grupo administrativo, vá sempre que
possível à sala do diretor e ofereça a ele uma
oração. Marque uma visita pastoral na casa
dele. Pastoreie-o. Faça o mesmo com as
coordenadoras, orientadoras, tesoureiro,
secretária escolar e diretor ou coordenador
disciplinar. Então faça o mesmo com os
professores e funcionários.
De maneira geral, se acredita que as pessoas
que trabalham em nossas instituições estão
sempre bem e firmados na Palavra de Deus,
de maneira que a igreja local e mesmo o
pastor distrital podem conferir menor
atenção às suas necessidades. Como pastor
delas, você deve pastoreá-las e oferecer todo
o atendimento espiritual necessário.
 Expectativas de desempenho e
avaliação
Evangelismo na escola
Dificilmente um pastor encontrará um
campo missionário com mais oportunidades
do que o temos em nossas escolas! Alunos e
familiares que ali estão tem consciência da
confessionalidade de nossa escola e, ainda
que não devamos ser proselitistas, devemos
valorizar nossa filosofia cristã.
Com muita sabedoria, todos os esforços
devem ser feitos para criar oportunidades de
se apresentar as mensagens bíblicas que
transformam vidas. Há pessoas em busca do
conhecimento bíblico e o pastor está na
escola para encontrar essas pessoas e
ministrar a Palavra de Deus para elas.
Discipulado na escola
Os alunos adventistas de nossas escolas
também devem receber atenção especial por
parte do Pastor de Escola. Muitas vezes
esses alunos se veem como minoria e se
sentem pressionados a esconder a sua fé.
Um trabalho especial deve ser feito no
sentido de fortalecer neles a identidade
adventista e o senso de missão. O Pastor de
Escola deve se aproximar deles e aproximá-
los de si mesmo.
A pressão e cobrança que esses alunos
recebem, invariavelmente é maior do que a
de seus colegas. Eles deveriam encontrar no
Pastor de Escola uma referência e um
suporte, não mais um crítico dizendo que “os
adventistas são os piores e que mais dão
trabalho”.
Esses alunos têm acesso ao coração dos
amigos que, talvez, você nunca alcance.
Ajude-os a enxergar isso e a se tornarem
missionários na sala de aula e na escola que
apoiarão o seu ministério.
Promoção da escola
Muitos aspectos da escola são diretamente
afetados pela quantidade de alunos que
cada unidade tem. A quantidade de
servidores, o número de bolsas de estudo
que são concedidas e, em alguns casos,
mesmo a exclusividade do Pastor de Escola
dependem da quantidade de alunos.
Para além disso, o principal propósito da
escola deve ser redimir pessoas através da
educação. O máximo de pessoas deve ser
levada a reconhecer e crer em Jesus como
seu Senhor e Salvador pessoal, mas “como
crerão naquele de quem nada ouviram?”
(Romanos 10:14). Assim, quanto mais alunos
tivermos, maiores são as possibilidades de
proclamação da Palavra de Deus.
Toda a escola se envolve constantemente na
manutenção dos alunos, mas também na
captação de novos alunos a fim de que haja
crescimento. O Pastor de Escola também
deve se envolver ativamente nesse processo.
Há um campo específico que se mostra
favorável à atuação do Pastor de Escola: as
igrejas evangélicas. O Pastor de Escola
facilmente tem acesso aos pastores
evangélicos e às suas comunidades quando
se dispõe a apresentar a Educação
Adventista a eles.
Para isso, a escola pode promover “cafés
com os pastores” da região e o Pastor de
Escola é o principal responsável em
promover esses eventos. Além disso, o
Pastor de Escola pode visitar esses pastores
evangélicos e oferecer-se para divulgar a
Educação Adventista nas igrejas.
O Pastor de Escola e a Associação
O Pastor de Escola exerce um ministério
desafiador e singular, com possibilidades
inimagináveis em outras áreas do ministério,
mas continua sendo um pastor adventista.
Ele representa a Igreja Adventista na escola
onde atua. É o representante da Instituição
Adventista e deve se portar como tal.
 Expectativas de desempenho e
avaliação
Além disso, o Pastor de Escola deve incluir
em sua agenda a presença nos concílios do
campo. Sua presença é indispensável e sua
ausência será notada. O pastor deve
também conhecer o programa oficial de seu
campo, promovê-lo e adaptá-lo à realidade
de sua escola. Em algumas ocasiões, poderá
ser escalado pelo campo para pregar ou
atender convites específicos.
Projetos Integrados
Há projetos que fazem parte do programa
geral do campo e abrangem todas as
unidades escolares. Dentre esses estão os
Dez Dias de Oração, a Semana Santa,
Quebrando o Silêncio, Impacto Esperança,
Recolta, entre outros. Para esses projetos, os
materiais são fornecidos pelo Departamento
de Educação ou pela Associação e devem ser
adaptados à realidade local da escola, mas
devem ser realizados.
Projetos Individuais
Além de adaptar os programas gerais, o
Pastor de Escola deve também pensar e
planejar projetos específicos para sua
unidade escolar. Tais projetos devem ser
alinhados com a administração escolar e
com a coordenação da pastoral estudantil do
Departamento de Educação.
Evidentemente, todo bom planejamento
considera eventuais imprevistos e é
facilmente adaptável à realidade e desafios
que surgem ao longo do caminho.
A Rotina do Pastor de Escola
O Pastor de Escola tem horário de trabalho
bem definido. Ele é o responsável pelo culto
dos professores, que acontece antes do
início das aulas, devendo estar na escola no
horário determinado para isso.
Ao longo do dia, o Pastor de Escola também
é responsável pelos demais cultos com os
servidores, bem como pelo culto dos
professores que dão aulas no período da
tarde, que deve acontecer também antes do
início das aulas da tarde.
Faz parte da rotina do Pastor de Escolas
promover classes bíblicas e dar estudos
bíblicos, além de oferecer atendimento
espiritual aos alunos e familiares sempre que
necessário.
De maneira geral, o Pastor de Escola deverá
estruturar seu dia de atividades como segue
(adaptações devem ser feitas conforme
indicar a necessidade local):

Planejamento na Escola
Anualmente o Pastor de Escola deve fazer o
seu planejamento considerando a agenda do
campo, a agenda do Departamento da
Associação e a agenda de sua unidade
escolar. Esse planejamento deve conter os
projetos gerais do campo, as semanas de
oração especiais, o tema das capelas e a
proposta de aplicação do Plano Mestre de
Desenvolvimento Espiritual (PMDE) ao longo
do ano. Nesse link está disponível um
modelo de Planejamento anual que pode ser
utilizado como referência e que segue os
passos acima mencionados.
 Frequência
Atividade Tempo estimado

Culto dos
Diária 10 minutos
professores (manhã)

Culto dos
Diária 10 minutos
servidores

Culto dos
Diária 10 minutos
professores (tarde)

Contato com 15 minutos

Diária
os alunos nos recreios por intervalo

Contato no 15 minutos
Diária
portão de entrada/saída dos alunos por período

15 minutos
por dia (passando em todos os
Visita Diária
departamentos ao menos 1 vez por
pastoral aos departamentos da escola
semana)

Classes 30 minutos
Semanal
Bíblicas 4º e 5º anos por turma

Classes 1 hora por

Semanal
Bíblicas com alunos interessados Classe Bíblica

45 minutos
Capela Semanal por capela (as capelas são divididas por
segmentos)

Reunião
Semanal 2-3 horas
Administrativa

Pequeno Grupo
Semanal 2 horas
com alunos

Estudo e
Diária 1 hora
produção de conteúdo
 Como preparar capelas
O momento de capelas é o horário nobre
que você terá com todo o grupo. Vale
lembrar que a eficiência desse momento é
construída antes, fora da capela.
Ao preparar o conteúdo da capela, deve-se
levar em conta o conhecimento prévio do
seu público a fim de partir do conhecido
para o desconhecido.
As capelas para alunos do Ensino
Fundamental 2 e Ensino Médio devem ser
apresentações expositivas de temas
condizentes com a realidade que vivem. Para
isso, o Pastor de Escola deve manter-se
atualizado e conhecer bem a as
necessidades de seu público-alvo. Além
disso, deve também estar familiarizado com
a linguagem que eles utilizam.
Além da apresentação expositiva, o
momento de capela também caracteriza
uma boa oportunidade para que os alunos
participem e desenvolvam suas habilidades.
Um Pastor de Escola sábio utilizará ao
máximo as habilidades dos alunos,
envolvendo-os o máximo possível.
O storytelling é uma linguagem milenar que
atinge todas as pessoas. É inteligente da
parte do Pastor de Escola utilizá-lo. Ao
mesclar conceitos com narrativas, a
comunicação se torna muito mais eficiente e
marcante.
A arte de contar histórias impacta todas as
gerações, especialmente os mais novos.
Assim, a capela dos alunos da Educação
Infantil e Ensino Fundamental 1 consiste na
contação de histórias. A seguir, algumas
dicas do site pastordeescola.com.br sobre
como contar histórias para crianças:
Como contar histórias para crianças
Aparência Pessoal: O Seu corpo tem que
contar a história. Tem que vivê-la. Tudo tem
que ser intenso, e de verdade.
- Compre chapéus diferentes, bichos de
pelúcia, e objetos que ilustrem suas histórias,
e use-os conforme a realidade. Tire-os de
dentro de uma “caixa mágica”.
- Eu uso um chapéu comprido de cores
diferentes, e os recepciono assim, canto
assim, e só tiro se na história usarei outro.
- Seja muito gestual em tudo o que for fazer.
Crianças acompanham muito melhor a
linguagem do corpo que as palavras.
Clima Emocional: Use sua voz, sons
preparados, seu olhar, seu vestuário e seus
objetos para preparar o campo do
inconsciente da criança. É ali que você
precisa colocar a SEMENTE DO EVANGELHO,
os princípios da Palavra, e estrutura mental.
Como apresentar a história: Conte-a como
a maior verdade do mundo.
- Dê a emoção que ela exige.
- Emocione-se primeiro, e então eles se
emocionarão com você.
- Não faça como as professoras deles: “Hoje
eu vou contar a história do menino Davi, que
matou um gigante”. Pronto, você já contou a
história (matou-a), acabou com tudo, e se a
criança for um ser humano normal, ela não
vai estar nem aí para aquilo que você falará
até o fim. Não mate sua história!
- Conte aumentando o suspense...
aumentando... e diminuindo a voz... o olhar...
os gestos.
- Nunca perca o controle da plateia.
- Não demore mais do que 15 a 20 minutos.
Eles não têm o poder de concentração de
um adulto (nem adulto consegue).
- Se a história for boa, não precisa fazer
HERMENÊUTICA. Eles entendem tudo. Fale
uma frase de aplicação, e termine ali. Não
faça um sermão!!!
 Não se esqueça!
Máximas do Pastor de Escola
Administração escolar, professores e
funcionários são a igreja do Pastor de
Escola, alunos e seus familiares são o
campo missionário.
O Pastor de Escola precisa fazer parte da
vida dos alunos a fim de ser relevante
para eles e então convidá-los a servir a
Jesus.
O relacionamento do Pastor de Escola
com o diretor determinará o êxito das
ações planejadas.
Ao conquistar professores e servidores, o
Pastor Escolar recebe reforços para
conquistar o coração dos alunos.
Para fazer parte da vida dos alunos,
primeiro é preciso ir até onde eles estão.
O portão da escola pode ser a maçaneta
do coração.
Quando se trata de crianças, brincadeira
é coisa séria. O lugar mais importante
para o Pastor de Escola que quer
alcançar os alunos estar é no pátio na
hora do recreio.
Os alunos nunca amarão o que o Pastor
de Escola apresenta a eles sem antes
amá-lo.
A sala pastoral só se torna relevante
depois que o Pastor de Escola tiver
passado tempo o bastante fora dela
(com os alunos).
Os alunos ouvirão com mais facilidade o
que o Pastor de Escola tem a dizer
depois que ele mesmo tiver passado
tempo ouvindo o que eles têm a dizer.
O primeiro passo para executar um
plano é pastorear o coração daqueles
que poderiam te impedir de executá-lo.
Dicas Úteis:
Participe dos conselhos de classe afim de
saber quais são as dificuldades dos
alunos e conseguir ajudá-los.
Otimize o tempo no preparo das
meditações para os cultos, afinal você
pregará 200 dias por ano para as
mesmas pessoas. Uma boa dica é
trabalhar séries de estudo. Você pode
utilizar o livro do ano na segunda-feira,
um livro da Bíblia na terça, motivos de
oração na quarta, outro livro da Bíblia na
quinta e a lição da escola sabatina na
sexta, por exemplo.
Inclua o PMDE no seu planejamento de
capelas, ele pode ser uma fonte de
inspiração trabalhando um tema por
bimestre distribuído ao longo das
capelas.
Sempre consulte o diretor escolar ao
tomar decisões importantes. Tendo-o
como parceiro será muito mais fácil
atingir os seus objetivos.
Passe o máximo de tempo com os
alunos, no fim isso é o que fará a
diferença.
Trate com respeito e atenção todos os
servidores da escola, a maior parte deles
tem uma vida desafiadora e precisam de
pastoreio.
Conheça ao máximo o seu público-alvo.
Leia sobre eles, estude sobre o
desenvolvimento humano e combine a
leitura à sua vivência.
Seja firmemente manso. Se não souber
como fazer isso, então seja mansamente
firme.
Apresente novidades regularmente.
Sempre que falar a eles, certifique-se de
que aprendam pelo menos uma coisa
nova.
Registre absolutamente TUDO o que
você fizer.
 Não se esqueça!

Dicas Úteis: Considerando que somente um pastor seja

Mantenha-se jovial. Não tem como ser capaz de compreender e partilhar dos
jovem para sempre, mas jovial sim. problemas e frustrações que o ministério
Especialize-se na arte de contar histórias traz, o Pastor de Escola faria bem tendo um
e improvisar. Há bons cursos onde você amigo pastor com quem pudesse manter um
pode aprender isso (como esse de relacionamento de compreensão e
storytelling, oferecido gratuitamente pela aconselhamento mútuos.
Pixar: Além disso, a Associação Ministerial também
https://www.khanacademy.org/computin dispõe de um pastor experiente e disponível
g/pixar/storytelling) e você terá muitas que tem condições de ouvir, orientar e
oportunidades de colocar em prática. aconselhar o Pastor de Escola.
Esteja sempre disposto e mantenha-se Da mesma maneira, o Coordenador da
sempre humilde. Lembre-se: você, mais Pastoral Estudantil do campo é um pastor
do que ninguém, representa a Cristo na que partilha de desafios semelhantes e,
sua escola. tendo experimentado o ministério escolar,
compreende bem as lutas e frustrações
Contatos de Emergência: advindas do ministério pastoral nas escolas,
Muito embora o ministério pastoral possa podendo ser um conselheiro para aqueles
ser extremamente solitário e isso se que o buscam.
intensifique ainda mais no ministério escolar, O Pastor de Escola precisa ter diante de si a
todo Pastor de Escola precisa de uma rede certeza de que não foi deixado a sofrer
de apoio, com amigos sinceros que possam sozinho, mas que existe toda uma estrutura
ouvi-lo, apoiá-lo, compreendê-lo e mesmo para ampará-lo e atendê-lo em suas
admoestá-lo eventualmente. As amizades necessidades.
ajudam no desenvolvimento de uma visão
realística de nossas virtudes e limitações
pessoais.
Amizades leais indicam competência
relacional e maturidade emocional da parte
do pastor.
Evidentemente, a esposa do Pastor de Escola
deverá ser sua mais fiel confidente, com
quem ele pode compartilhar suas conquistas
e frustrações. No entanto, “embora a
amizade com o cônjuge deva ser a mais
completa, se a esposa se torna a única
confidente, isso torna muito pesada a carga
sobre ela” (Guia Para Ministros, 20).
Assim, é necessário que o Pastor de Escola
encontre amigos com quem possa partilhar
sua vida e experiências.