O estágio 1 do desenvolvimento começa com a fecundação na ampola da tuba uterina e
termina com a formação do zigoto.
O estágio 2 (dias 2 a 3) compreende os estágios iniciais da clivagem até a mórula.
Uma cavidade se forma na mórula, convertendo-a em blastocisto.
O estágio 3 (dias 4 a 5) é a fase do blastocisto livre.
O estágio 4 (dias 5 a 6) é representado pela implantação do blastocisto na parede
posterior do útero, local normal da implantação. Os blastocistos estão seccionados para mostrar sua estrutura interna.
Blastocisto:
O blastocisto, uma estrutura vital no desenvolvimento embrionário, é composto pelo
embrioblasto, pela cavidade blastocística e pelo trofoblasto. O trofoblasto, inicialmente encapsulando o embrioblasto e a cavidade blastocística, posteriormente forma estruturas extraembrionárias e a porção embrionária da placenta.
Entre quatro e cinco dias após a fecundação, a zona pelúcida desaparece, e o
trofoblasto próximo ao embrioblasto adere ao epitélio endometrial. O blastocisto eclode da zona pelúcida antes da implantação, acontecendo por volta do quinto dia. A mórula alcança o útero entre o 3° e o 4° dia de desenvolvimento, e a ação de enzimas cria uma abertura na zona pelúcida, permitindo que o blastocisto ecloda e interaja diretamente com o endométrio.
O trofoblasto do polo embrionário passa por diferenciação em duas camadas
distintas: uma externa, o sinciciotrofoblasto, e outra interna, o citotrofoblasto.
Durante esse processo, o sinciciotrofoblasto desempenha um papel essencial na
implantação, invadindo o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo subjacente. Simultaneamente, forma-se uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície profunda do embrioblasto. Ao término da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio.
O citotrofoblasto, uma camada interna mitoticamente ativa, contribui para o
crescimento da massa de sinciciotrofoblasto, promovendo fusão e perda de membranas celulares, reguladas pela via monofosfato de adenosina (AMP) cíclico. O sinciciotrofoblasto, uma massa multinucleada expansiva, exibe atividade erosiva enquanto invade o tecido conjuntivo endometrial, ao passo que o blastocisto se incorpora lentamente ao endométrio.
Como Está o Útero Durante a Implantação e Como Agem os Hormônios:
Após a ovulação, o folículo ovariano forma o corpo-lúteo, uma estrutura glandular
que secreta progesterona e estrogênio, preparando o endométrio para a implantação. O aumento de progesterona induz o espessamento do endométrio, tornando-o receptivo. Nesse período, as glândulas endometriais aumentam, e a parede uterina se torna altamente vascularizada e edematosa.
Se o oócito for fecundado, o corpo-lúteo cresce, formando o corpo-lúteo gestacional
e intensificando a produção hormonal. A gonadotrofina coriônica humana (hCG), secretada pelo sinciciotrofoblasto do blastocisto, evita a degeneração do corpo- lúteo gestacional. Esse processo é essencial nas primeiras 20 semanas de gestação.
Logo após a ovulação, as paredes do folículo ovariano e da teca folicular colapsam,
formando o corpo-lúteo sob a influência do LH. Esse corpo-lúteo secreta progesterona e estrogênio, contribuindo para o preparo do endométrio.
A relação hormonal, após a ovulação e o espessamento do endométrio, implica no
aumento de progesterona. As glândulas endometriais na vizinhança também aumentam, enquanto a parede uterina local se torna altamente vascularizada e edematosa. As secreções das células deciduais e das glândulas endometriais contêm fatores de crescimento e metabólitos que sustentam o crescimento do embrião durante a implantação.
A aderência do blastocisto ao epitélio endometrial durante os estágios iniciais da
implantação é ilustrada na Figura A e B. Após 6 dias, o trofoblasto está aderido ao epitélio endometrial no polo embrionário do blastocisto. Aos 7 dias, o sinciciotrofoblasto penetra o epitélio, iniciando a invasão do tecido conjuntivo endometrial, marcando um estágio crucial no processo de implantação.
Mecanismos Moleculares:
Durante um breve período de 2 a 3 dias, conhecido como janela de implantação, há
uma intricada interação entre o embrião (blastocisto) e o revestimento do útero (endométrio). Nesse momento crucial, as proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs) desempenham um papel essencial na fertilização.
As células do endométrio são ativas nesse processo, secretando fatores de
crescimento, metabólitos e apresentando microvilosidades que intensificam a interação com o blastocisto. Moléculas de adesão celular, como integrinas, são fundamentais para facilitar a aderência entre as células do embrião e do endométrio, proporcionando a ancoragem necessária para uma implantação bem- sucedida.
Outras substâncias, como citocinas, desempenham o papel crucial de regular a
comunicação entre as células. As prostaglandinas, por sua vez, influenciam processos inflamatórios e vasculares, essenciais para o estabelecimento da gravidez. Hormônios como a gonadotrofina coriônica humana (hCG) e a progesterona são vitais para manter o ambiente propício à gravidez.
Além disso, enzimas específicas, como a metaloproteinase de matriz e
proteinoquinase A, mediam a comunicação entre células e a matriz extracelular. Esses elementos, em conjunto com as vias de sinalização Wnt, contribuem para criar um ambiente endometrial altamente receptivo.
O blastocisto libera enzimas:
A MMP-9, ou metaloproteinase da matriz-9, desempenha um papel crucial na penetração
do embrião através do endométrio durante o processo de nidação. Ela quebrar e remodelar a matriz extracelular do endométrio, permitindo que o blastocisto se insira e se fixe na parede uterina de maneira eficaz. A ação da MMP-9 envolve a degradação controlada de proteínas estruturais na matriz extracelular, como o colágeno. Ao fazer isso, cria-se um caminho para o embrião penetrar e estabelecer a implantação bem-sucedida.
As células do endométrio não apenas sustentam o crescimento embrionário, mas também
desempenham um papel crucial no controle preciso da profundidade de penetração do blastocisto. O processo de invasão atinge seu auge por volta das 9 a 12 semanas, marcando o ápice de uma implantação bem-sucedida no endométrio receptivo.
Implantação:
Durante a implantação, por volta de 6,5 dias após a fertilização, as células do
trofoblasto no polo embrionário do blastocisto passam por uma proliferação ativa, resultando na formação do sinciciotrofoblasto. Este componente crucial é capaz de invadir o revestimento uterino, como indicado pelos sítios normais de implantação na parede uterina, destacados na área amarela. A imagem aumentada revela um blastocisto em processo de implantação.
O sinciciotrofoblasto penetra o epitélio endometrial e o tecido conjuntivo
subjacente. Simultaneamente, ocorre a formação de uma camada cuboidal de hipoblasto na superfície profunda do embrioblasto. Ao final da primeira semana, o blastocisto está superficialmente implantado no endométrio. 
Durante esse processo, o sinciciotrofoblasto invade ativamente o tecido conjuntivo
endometrial, facilitando a invasão com a colaboração da apoptose das células endometriais. Essa etapa intricada da implantação conclui-se durante a segunda semana, marcando o término desse vital estágio inicial do desenvolvimento embrionário.
Embriologia Humana - Fecundação, Clivagem, Compactação, Mórula, Blástula e Nidação, Gastrulação, Fechamento Do Embrião, Noções de Organogenese e Teratogenese