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Nova Síntese SP2.

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Objetivo : Descrever o processo de formação do zigoto até o final do
período embrionário
Primeira semana de desenvolvimento
• O zigoto sofre um processo chamado de clivagem ou segmentação,
que consiste em uma sucessão de mitoses através das quais se
originam os blastômeros.
• A metáfase da primeira mitose da clivagem é a anfimixia do término
da fecundação. Depois da separação dos cromossomos (anáfase), há
o surgimento de uma divisão em um dos meridianos do zigoto,
formando duas células-filhas de mesmo tamanho, ambas diploides.
• Em seguida, no segundo dia de desenvolvimento na tuba uterina,
ambas as células filhas se dividem em uma divisão perpendicular à
primeira, formando quatro blastômeros de formato alongado.
• A terceira divisão ocorre dois dias e meio após a fecundação, formando oito blastômeros,
com o embrião se aproximando da união útero tubária.
• A quarta divisão ocorre durante o quarto dia de desenvolvimento e dá origem a um
embrião de 12 a 16 células com um formato de esfera maciça e aspecto de amora,
denominado mórula.
• Na quinta divisão, as divisões celulares perdem o sincronismo mitótico devido a distinção
de dois tipos de blastômeros, os que se dividem lentamente (futura massa celular interna-
embrioblasto) e os que se dividem com rapidez (futuro trofoblasto), deixando de assumir
forma geométrica.
• Durante o quinto e sexto dia, o surgimento de um líquido incolor que empurra os
blastômeros que se dividem com rapidez para a periferia, isto é, contra a zona pelúcida.
Essas células deslocadas dão origem ao trofoblasto, e a cavidade resultante recebe o nome
de blastocele. Já os blastômeros que se dividem lentamente se agrupam em um dos polos
da esfera oca (futuro polo embrionário) e formam o embrioblasto. As células adjacentes à
blastocele formam o hipoblasto, composto por uma única camada de células.
• Assim, forma-se o blastocisto, que perde a zona pelúcida e orienta seu polo embrionário
em direção ao endométrio e começa a se implantar. Vale ressaltar também que a zona
oposta a de orientação, o polo embrionário, é denominada de polo vegetativo.
• OBS: se as secreções que nutrem o blastocisto possuem substâncias
nocivas (ex: medicamentos administradados à mãe), estas podem
afetar o embrião e desencadear um abortamento precoce.
• Além disso, o blastocisto é muito frágil e muito sensível a agressões.
Caso as agressões forem leves, o dano produzido é parcial e alteração
se repara pelo fato de as células embrionárias não afetadas se
multiplicarem e substituírem as células danificadas. Isto é possível
porque nas etapas mais iniciais do desenvolvimento a potencialidade
evolutiva dessas células é mais alta, ainda que diminua à medida que
a idade do embrião aumenta.
Segunda semana de desenvolvimento
• A implantação do blastocisto no endométrio ocorre em qualquer
setor da mucosa endometrial, ainda que habitualmente ocorra no
terço superior da parede dorsal do útero.
• As células do trofoblasto que cobre o polo embrionário se aderem ao
epitélio da mucosa uterina.
• A adesão inicial (aposição) é frágil e depende das interdigitações que
se formam entre as microvilosidades da membrana plasmática das
células do trofoblasto e umas protusões especiais que aparecem na
superfície do endométrio, chamada de filopódios
• A adesão se firma e as células trofoblásticas proliferam em uma maior
velocidade e penetram no endométrio. Essa proliferação coincide
com a diferenciação do trofoblasto em citrofoblasto, a qual fica
reservada a atividade proliferativa, e sinciciotrofoblasto, que fica a
cargo da penetração, com as células do primeiro incorporam ao
segundo à medida que se dividem.
• O endométrio materno não se comporta de maneira passiva a
penetração, ele a fomenta, colaborando com a atividade do
sinciciotrofoblasto.
• Enquanto isso, dentro do blastocisto, as células do hipoblasto proliferam e se
expandem sobre o citotrofoblasto, originando um epitélio simples
pavimentoso chamado membrana Heuser, que forma uma nova cavidade
que substitui a blastocele, o saco vitelino primitivo.
• Ademais, as células do embrioblasto, localizadas dorsalmente ao hipoblasto,
originam um novo folheto epitelial chamado epiblasto, através do que se
forma um disco embrionário bilaminar.
• Aos 11 dias, entre a parede do saco vitelino primitivo e o citrofoblasto,
aparece um tecido conjuntivo frouxo, o mesoderma extra-embrionário, que
se forma a partir da membrana de Heuser.
• Além disso, na espessura mucosa endometrial erodida pelo siciciotrofoblasto,
começam a aparecer pequenas cavidades cheias de secreções de sangue
materno, provenientes das glândulas endometriais e dos vasos sanguíneos
erodidos. A rede lacunar se estabelece através da interconexão dessas
cavidades, e então se inicia a circulação sanguínea uteroplacentária primitiva.
Entre os dias 12 e 14 ocorrem as seguintes modificações:
• O endométrio segue sendo invadido pelo sinciciotrofoblasto e a rede
lacunar se expande.
• Do citotrofoblasto brotam cordões celulares para dentro do
sinciciotrofoblasto, o que dá origem às vilosidades primárias.
• A cavidade amniótica aumenta de tamanho.
• Devido a migração de células do hipoblasto para dentro da membrana
de Heuser, forma-se uma cavidade pequena, o saco vitelino definitivo,
que substitui o saco vitelino primitivo.
• O saco definitivo possui um epitélio de células baixas, chamado
endoderma extra-embrionária, que substitui progressivamente a
membrana de Heuser.
• No mesoderma extra-embrionário aparecem espaços que crescem, se
fundem entre si e originam uma cavidade única, o celoma extra-
embrionário.
• Isto faz com que o mesoderma extra-embrionário se divida em dois
folhetos que constituem a parede do celoma, chamados:
• Mesoderma esplânico: que envolve o saco vitelino
• Mesoderma somático: recobre o âmnio e o citotrofoblasto.
• O mesoderma extraembrionário, o citotrofoblasto e o
sinciciotrofoblasto compõem a parede do saco coriônico, chamada
córion.
• Uma parte do mesoderma extraembrionário que se encontra entre o
citotrofoblasto e o âmnio se converte no pedículo de fixação.
• Nutrição do embrião: as substâncias nutritivas derivam do endométrio que
vai sendo erodido pelo sinciciotrofoblasto. Mais tarde, quando se estabelece
a circulação uteroplacentária primitiva, são adicionados produtos do sangue
materno, ao qual se incorporam as secreções das glândulas endometriais
erodidas.
• Alterações hormonais: a gravidez evita a menstruação porque o
sinciciotrofoblasto começa a secretar a gonadotrofina coriônica (hCG) assim
que o embrião começa a se implantar. Pelo fato de a hCG ser similar ao LH
da hipófise, ela estimula o corpo lúteo a produzir progesterona, a qual
mantém o endométrio na fase secretora e evita a menstruação.
• Uma vez que o hCG aparece na urina materna assim que se inicia a
implantação do embrião, ela é utilizada para diagnosticar a gravidez por
meio de estudos de fácil realização. Com o hCG assumindo as funções do
LH, a progesterona não decai e o endométrio se mantém.
• Caso esse processo se altere, ocorre um abortamento precoce que chega a
se confundir com uma menstruação.
Terceira semana de desenvolvimento

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