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A FORMAÇÃO DO EMBRIÃO

Até estar completamente formado o embrião passa por diversas etapas:


segmentação, blastulação, gastrulação, neurulação, e organogênese.

Blastômeros: São as primeiras células resultantes das sucessivas divisões


mitóticas (segmentação ou clivagem) do zigoto. São células não especializadas que, na
evolução embrionária, irão compor a mórula, a blástula, e a gástrula.

FECUNDAÇÃO

A Fecundação ou fertilização é o processo que ocorre quando os gametas


masculinos e femininos encontram-se e o espermatozoide penetra o óvulo. Quando
isto acontece, os nucléolos dessas células haploides (1n) fundem-se num só, formando
a primeira célula diploide (2n) do novo ser vivo, o ovo ou zigoto.

Ao penetrar o óvulo, o espermatozoide perde seu flagelo e passa a ser


chamado pro núcleo masculino.

A união dos pro núcleos masculinos e femininos chama-se cariogamia ou


anfimixia (do grego amphi, dois, mixis, mistura).

A PRIMEIRA SEMANA
(SEGMENTAÇÃO ou CLIVAGEM DO ZIGOTO)

A clivagem consiste em repetidas divisões do zigoto, resultando em um rápido


aumento do número de células. Primeiro, o zigoto se divide em duas células
conhecidas como blastômeros; estas então se dividem em quatro blastômeros, oito
blastômeros, e assim por diante.

A clivagem normalmente ocorre enquanto o zigoto atravessa a tuba uterina,


rumo ao útero. O zigoto ainda se encontra contido pela substância gelatinosa muito
espessa, a zona pelúcida, deste modo, ocorre um aumento no número de células sem
que aumente a massa citoplasmática. A divisão do zigoto em blastômeros começa
cerca de 30 horas após a fertilização. Divisões subsequentes vão se seguindo e formam
blastômeros progressivamente menores. Os blastômeros mudam de forma e se
alinham, apertando-se uns contra os outros para formar uma esfera compacta de
células conhecida como mórula. Este fenômeno, chamado de compactação, é
provavelmente mediado por glicoproteínas de adesão da superfície celular.

A compactação permite uma maior interação célula-a-célula e constitui um pré-


requisito para a segregação das células internas que formam o embrioblasto ou massa
celular interna do blastocisto. A mórula (do latim, Morus, amora), uma bola sólida de
12 ou mais blastômeros, é formada três dias após a fertilização e penetra no útero. Seu
nome provém da sua semelhança com o fruto amoreira.
A SEGUNDA SEMANA
(FORMAÇÃO DA BLÁSTULA E IMPLANTAÇÃO DO BLASTOCISTO)

A blástula é o estágio de desenvolvimento embrionário em que, após sucessivas


clivagens, centenas de células da mórula reorganizam-se agregadas e formam uma
espécie de bola, com uma cavidade central repleta de líquido que denomina-se
blastocele. Essas células formam uma camada celular chamada blastoderme.

A blástula sucede a mórula e antecede a gástrula. É, portanto, umas das


primeiras fases de formação, antes que o embrião seja propriamente constituído.

Não se sabe exatamente quanto tempo o óvulo gasta para atravessar a trompa
(oviduto). Presume-se que esse tempo seja de três a quatro dias. No sexto dia da
fecundação, o blastocisto “fixa-se” no endométrio do útero, iniciando a fase de
implantação. Nessa fase, o embrião vive à custa do material difusível através do
endométrio, uma vez que suas reservas nutritivas (vitelo) são mínimas.

A implantação ocorre normalmente na parede posterior do corpo do útero, no


espaço entre a abertura de glândulas do endométrio. Não é raro, porém, o blastocisto
implantar-se em locais anormais, fora do corpo do útero. Em geral isso leva à morte do
embrião, e a mãe sofre severa hemorragia durante o primeiro ou segundo mês de
gestação.

SÚMULA DA IMPLANTAÇÃO

A implantação do blastocisto começa no fim da primeira semana e termina


antes do final do segundo. O processo pode ser sumariado como se segue:

1. A zona pelúcida degenera (quinto dia). O desaparecimento da zona


pelúcida resulta do aumento de tamanho do blastocisto e da degeneração causada
por lise enzimática. As enzimas líticas são liberadas pelos acossamos dos muitos
espermatozoides que rodeiam e penetram parcialmente na zona pelúcida.
2. O blastocisto se liga ao epitélio endometrial (sexto dia).
3. O texofoblasto começa a se diferenciar em duas camadas, o
suncicioblasto e o citotrofoblasto (sétimo dia).
4. O sincíciotrofiblasto evade os tecidos endometriais (capilares, glândulas,
estroma) e o blastocisto começa a se implantar no endométrio (oitavo dia).
5. Aparecem no sinciciotrofoblasto lacunas repletas de sangue (novo dia)
6. O blastocisto penetra abaixo do epitélio endometrial
7. Redes lacunares são formadas pela fusão de lacunas adjacentes (décimo
e décimo primeiro dia).
8. O sinciciotrofoblasto continua a erodir vasos sanguíneos endometriais,
fazendo com que o sangue materno flua para fora das redes lacunares, e se
estabelece, assim, uma circulação uteroplacentária primitiva. (Décimo primeiro e
décimo segundo dias)
9. A falha no epitélio endometrial desaparece gradualmente, enquanto o
epitélio superficial se regenera. (Décimo segundo e décimo terceiro dia).
10. Desenvolvem-se as vilosidades coriônicas primárias (décimo terceiro e
décimo quarto dia).

A TERCEIRA SEMANA

Este é o início do período embrionário, que termina ao final da oitava semana.


O rápido desenvolvimento do embrião a partir do disco embrionário, como resultado
de numerosos eventos morfogênicos, é caracterizado pela formação da linha primitiva,
da noto corda e de três camadas germinativas a partir dos quais todos os tecidos e
órgãos embrionários se desenvolvem.

NEURULAÇÃO

Aos processos envolvidos na formação da placa neural, das pregas neurais e no


fechamento delas para formar o tubo neural dá-se o nome de neurulação. Estes
processos estão completados pelo fim da quarta semana, quando ocorre o
fechamento do neurósporo caudal. Durante a neurulação, o embrião pode ser
chamado de neurula.

FORMAÇÃO DO TUBO NEURAL: A placa neural aparece como espaçamento do


ectoderma embrionário localizado cefalicamente em relação ao nó primitivo. A placa
neural é induzida a formar-se pela noto corda em desenvolvimento e pelo
mesênquima adjacente. Um sulco neural, longitudinal, desenvolve-se na placa neural;
o sulco neural ladeado pelas pregas neurais, que se juntam e se fundem para originar o
tubo neural. O desenvolvimento da placa neural e seu dobramento para formar o tubo
neural é chamado neurulação.

FORMAÇÃO DA CRISTA NEURAL: Com a fusão das pregas neurais para formar o
tubo neural, células neuroctodérmicas migram ventrolateralmente para constituir a
crista neural, entre o ectoderma superficial e o tubo neural. A crista neural logo se
divide em duas massas que dão origem aos gânglios sensitivos dos nervos cranianos e
espinhas. Outras células da crista neural migram do tubo neural e dão origem a várias
estruturas.

DA QUARTA À OITAVA SEMANA

Essas cinco semanas constituem a maior parte do período embrionário, que se


estende da terceira a oitava semana. Durante estas cinco semanas, que representam a
maior parte do período embrionário, os principais órgãos e sistemas do corpo são
formados a partir das três camadas germinativas. No início da quarta semana, as
dobras nos planos mediano e horizontal convertem o disco embrionário achatado em
um embrião cilíndrico em forma de “C”. A formação das dobras cefálica caudal e
laterais constitui uma sequência contínua de eventos que resultam numa constrição
entre o embrião e o saco vitelino. Durante o dobramento, a parte dorsal do saco
vitelino é incorporado pelo embrião e dá origem ao intestino primitivo. Quando a
região da cabeça se dobra ventral mente, parte do saco vitelino é incorporado pela
cabeça embrionária em desenvolvimento como o intestino anterior. O dobramento da
região da cabeça também faz com que a membrana orofaríngea e o coração sejam
deslocados ventral mente, e que o encéfalo em desenvolvimento se transforme na
parte mais cefálica do embrião.

Enquanto a região caudal se dobra ventral mente, uma parte do saco vitelino é
incorporada à extremidade caudal do embrião, compondo o intestino posterior. A
porção terminal do intestino posterior expande-se para constituir a cloaca. O
dobramento da região caudal também resulta na membrana cloacal, na alantoide, e no
deslocamento do pedículo do embrião para a superfície ventral dele.

O dobramento do embrião no plano horizontal incorpora parte do saco vitelino


como intestino médio. O saco vitelino permanece ligado ao intestino médio por um
estreito ducto vitelino. Durante o dobramento no plano horizontal, Formam-se os
primórdios das paredes laterais e ventral do corpo.

Ao se expandir, o âmnio envolve o pedículo do embrião, o saco vitelino e a


alantoide, compondo então um revestimento epitelial para nova estrutura chamada
cordão umbilical.

As três camadas germinativas diferenciam-se em vários tecidos e órgãos, de


modo que, ao final do período embrionário, estejam estabelecidos os primórdios dos
principais sistemas de órgãos. A aparência externa do embrião é muito afetada pela
formação do encéfalo, coração, fígado, somitos, membros, ouvidos, nariz e olhos. Com
o desenvolvimento das estruturas, a aparência do embrião vai se alterando, e estas
peculiaridades caracterizam o embrião como inquestionavelmente humano.

Com os primórdios das estruturas internas e externas essenciais se formam


durante o período embrionário, a fase compreendia entre a quarta e a oitava semana
constitui o período mais crítico do desenvolvimento. Distúrbios do desenvolvimento
nesta altura podem originar grandes malformações congênitas no embrião.

DA NONA SEMANA ATÉ O NASCIMENTO


(O PERÍODO FETAL)

O período fetal, que começa nove semanas após a fertilização e termina com o
nascimento, caracteriza-se pelo rápido crescimento corporal e diferenciação dos
tecidos e órgãos. Uma mudança óbvia é a diminuição relativa da velocidade de
crescimento da cabeça, em comparação com o resto do corpo. No início da vigésima
semana aparece o lanudo e o cabelo, e a pele é recoberta pela verniz ceceosa. As
pálpebras permanecem fechadas na maior parte do período fetal, mas começam a se
abrir por volta da vigésima sexta semana. Até então, o feto é usualmente incapaz de
sobreviver fora do útero principalmente por causa da imaturidade do seu sistema
respiratório.

Até cerca da trigésima semana, o feto tem aparência avermelhada e enrugada


por causa de sua pele fina e da relativa ausência de gordura subcutânea. Em geral, a
gordura se forma rapidamente ao longo das últimas seis a oito semanas, dando ao feto
um aspecto liso e rechonchudo. Esse período final (“de acabamento”) é dedicado
principalmente à formação dos tecidos e à preparação dos sistemas envolvidos na
transição do meio intrauterino para o extrauterino, particularmente o sistema
respiratório e cardiovascular. Fetos prematuros nascidos entre a vigésima sexta e a
trigésima sexta semana em geral sobrevivem, mas fetos a termo têm maiores chances
de sobrevivência.

As alterações que ocorrem no período fetal não são dramáticas quanto as do


período embrionário, mas são muito importantes. O feto é menos vulnerável aos
efeitos teratogênicos das drogas, vírus e radiação, mas estes fatores podem interferir
com o desenvolvimento funcional normal, sobretudo do cérebro e dos olhos.

Existem várias técnicas disponíveis para avaliar as condições do feto e para


diagnosticar certas moléstias antes do parto e anormalidades do desenvolvimento.
Hoje em dia o médico pode determinar se um feto possui ou não certa doença ou uma
malformação congênita, utilizando, por exemplo, a amniocentese e a ultrassonografia.
O diagnóstico pré-natal pode ser realizado cedo o bastante para permitir o aborto
seletivo de um feto defeituoso, se esta for a decisão da mãe e se o procedimento for
legal; por exemplo quando forem diagnosticadas anomalias sérias, incompatíveis com
a vida pós-natal.

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