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Módulo:
Conceitos de BIM: Usos e ferramentas
Professor:
M.Sc. Rogério Henrique Frazão Lima
CURSO: MBA em PLATAFORMA BIM: modelagem, planejamento e
orçamento
Objetivo:
Introduzir o aluno na temática da Plataforma BIM, destacando os conceitos existentes, as
vantagens e desvantagens, os softwares utilizados e o papel do BIM Manager neste novo
mercado.
Ementa:
Histórico do Desenvolvimento da Plataforma BIM, seus conceitos e características. Módulos BIM
nD, Interoperabilidade, Trabalho Colaborativo, Ferramentas para cada etapa do tempo de vida
da edificação. As mudanças metodológicas do processo de projeto e execução. Vantagens e
desvantagens. Gestor de BIM (BIM Manager): perfil profissional, habilidades e competências.
Metodologia:
Aulas expositivas dialogadas, baseadas nas bibliografias indicadas.
Procedimentos:
Uso de metodologias ativas para promover um maior envolvimento com o aprendizado.
Recursos didáticos:
Utilização do quadro branco, data show e textos de apoio.
Avaliação:
A avaliação será um processo contínuo que envolverá a assiduidade e a participação
do aluno em sala de aula, através de exercícios práticos. Os exercícios serão
avaliados de acordo com o desenvolvimento do aluno segundo o seu traçado,
apresentação, organização e representação gráfica correta.
Os alunos também serão avaliados através de uma produção textual ao final do
módulo.
Referências/ Bibliografia:
ARANTES, Pedro Fiori. Arquitetura na era digital-financeira. São Paulo: Editora 34, 2012.
MÓDULO DO CURSO:
Conceitos de BIM: Usos e Ferramentas
Ementa
Villemard - 1910
Introdução:
Introdução:
• Reconhecimento de problemas,
• Reestruturação de problemas
• Manipulação de ferramentas para solução dos problemas.
(FLORIO, 2005).
A tecnologia CAD é
considerada a inovação mais
importante de TI das
últimas quatro décadas
(Scheer, 2007)
CAD: Histórico
CAD: Histórico
1971 – Hanratty – Software ADAM (Automated Drafting and Machinery)
Softwares:
2ª Geração:
Modelagem Geométrica
Características
Tipos de modelagem:
- Wireframe (Modelo de arame)
- Surface (Superfície)
- Solids (Sólidos)
- NURBS
2ª Geração: Modelagem Geométrica
Vantagens
Softwares:
- AutoCAD,
- 3DS MAX,
- Sketchup,
- Cinema 4D,
- Lumion,
- Modo,
- etc.
Modelo realizado no Sketchup
Aplicações:
Maquetes eletrônicas e
estudos de composição.
3ª Geração: Modelagem de Produto
BIM (Building Information Modeling)
(NBIMS-US)
3ª Geração: Modelagem de Produto
BIM (Building Information Modeling)
• Possuem componentes de
construção “inteligentes”;
• Dados consistentes;
• Permitir importar/exportar
dados.
Objetos Paramétricos
• Geometrias, dados e
regras associadas;
• Geometria não
redundante;
• Regras paramétricas
modificam
automaticamente as
geometrias associadas;
• Níveis diferentes de
agregação;
• Identifica determinada modificação viola a viabilidade do
objeto
• Habilidade de vincular-se a ou exportar conjuntos de
atributos.
Família de modelos ou classes de modelos
- Conjunto de relações e regras para controlar os parâmetros
pelos quais as instâncias dos elementos podem ser geradas;
CAMPOS x AGENTES
Baseado no gráfico do processo de produção de um projeto
(Succar, 2008)
Fonte: ndBIM
FERRAMENTAS BIM:
- Interoperabilidade;
- Ambiente Multiusuário.
Características:
- Processos, Tecnologias e
Políticas
Vantagens:
- Rapidez na produção da
documentação;
- Reação rápida a problemas
de projeto ou do canteiro
- Potencializa o Trabalho
Colaborativo;
- Reduz erros de
compatibilização de projetos; Gráfico do processo de produção de
um projeto (Succar, 2008)
- Aumenta a precisão nos
quantitativos e orçamentos;
TENDENCIA DE MERCADO
BIM no BRASIL
Norma BIM no BRASIL – NBR 15965
• É um Sistema de Classificação das Informações;
• 13 Tabelas;
• Baseada na OmniClass;
"Empreiteiras brasileiras
são mais novos a usar
BIM. No entanto, eles
estão relatando que
pretendem investir em
capacitação e esperam
aumentar os níveis de
atividade no futuro.”
Relatório sobre uso de
BIM no Mundo McGraw
Hill Construction 2014.
Software: REVIT
SINCO ENGENHARIA
- 14 Empreendimentos
ODEBRECHT
Realizações Imobiliárias
- 20 Empreendimentos
- LED Barra Funda (SP): Hotel, Torre de Escritórios, Torre
Residencial e um shopping center
- Software: Autodesk Building Design (REVIT / Navisworks)
EDALCO
- Implantação em 2 anos
- Todos os funcionários foram capacitados
- BIM 2.0
- Níveis de Maturidade
- EVOLUÇÃO
- MATURIDADE
IMPLANTAÇÃO
IMPLANTAÇÃO
Atividades para Implantação
1º: BEP (BIM Execution Plan)
Documentação de projetos
- Plantas Técnicas
- Tabelas de
Quantitativos,
- etc.
Estudos de Composição Volumétrica e Maquetes Eletrônicas.
O que não é BIM?
- Mudanças legais;
- Resistência a mudanças
Pioneiro - Frank Gehry
Nationale Nederlander
Sucesso do processo
- Museu Guggenheim
- Bilbao
BIM Modelos nD
Modelos 4D = Planejamento
Ferramentas CAD 4D permitem ao modelador executar o planejamento
visualmente e comunicar as atividades no contexto de espaço e tempo
(GSA, 2007; EASTMAN et al., 2011).
Com a tecnologia BIM, o 4D refere-se a utilizar ferramentas de
análise que incorporam os componentes e informações sobre o
método de construção para otimizar o sequenciamento das
atividades. Essas ferramentas incorporam o espaço, a utilização
dos recursos, e informações de produtividade (EASTMAN et al.,
2011).
Conforto térmico
Insolação
Simuladores de
Ventilação
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
- Clash Detection
- Interferências no tempo
(timeliner)
- Fluxos de revisão de
modelos
- Relatórios de verificação
- Diferentes visualizações
- Agrupamento de conflitos
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
Clash Detection
COMPATIBILIZAÇÃO DE PROJETOS
Clash Detection
Trabalho Colaborativo
Servidores / Comunicação
Trabalho Colaborativo
- LINK DE REVIT / WORKSETS (REVIT)
- TEAMWORK (ARCHICAD)
- BCF
Objeto:
Reduzir falhas de comunicação
Reduzir re-trabalho
Aumento de produtividade
Aumento da qualidade dos Projetos
Reduzir erros de compatibilização
Interoperabilidade
www.buildingsmart.org
Visualizadores de IFC
BIM MANAGER
Honorários
Dados de 2009
RECURSOS
PESSOAS
PROCESSOS
BIM MANAGER
Gestão de Recursos:
Equipamentos:
Softwares:
Financeiro
HARDWARE
Requisitos de
Sistema
USO BÁSICO
Fonte: Autodesk
HARDWARE
Requisitos de Sistema
BOM CUSTO
BENEFÍCIO
Fonte: Autodesk
HARDWARE
Requisitos de sistema
USO
AVANÇADO
Fonte: Autodesk
HARDWARE
Requisitos de Sistema
USO
em MAC
Fonte: Autodesk
BIM MANAGER
Gestão de Pessoas:
- Agregar
- Integrar
- Incentivar
- Desenvolver
- Descobrir
potencialidades
“É uma associação de habilidades e
métodos, políticas, técnicas e práticas
- Manter definidas, com o objetivo de administrar os
comportamentos internos e potencializar o
- Acompanhar capital humano nas organizações.”
BIM MANAGER
Gestão de Processos:
- Traçar objetivos / metas
- Definir Metodologias
- Definir Workflows
- Monitorar
- Avaliar Resultados
- Redirecionar
OUTROS CONCEITOS
Design Generativo
Design Generativo
- Dynamo + Revit
Mass Customization
Algorítmos Evolutivos
Captura de Realidade
Laser scanner 3D
Captura de Realidade
Captura de Realidade
Fabricação Digital e
Prototipagem rápida
Fabricação Digital e
Prototipagem rápida
Sagrada Família
(desde 1883)–
Barcelona
Antoni Gaudi
Sagrada
Família
Modelo 3D - Máquinas de Fabricação de Peças
Detalhes digitalizados
• Detalhes digitalizados
PROTOTIPAGEM RÁPIDA:
Impressora 3D
PROTOTIPAGEM RÁPIDA:
Impressoras 3D
TRABALHO PRÁTICO
TENDÊNCIAS DO PROCESSO
- Aos poucos os proprietários estão demandando o BIM;
- Novas habilidades e profissões (BIM Manager);
- Reconhecimento dos benefícios da modelagem e 4D;
- Iniciativas de Padronização;
- Sustentabilidade contribuindo;
- Maior aproximação entre projetistas e construtores;
- Mudança no conteúdo programático dos cursos de
arquitetura e engenharia.
- Mudança nas metodologias de ensino de ARQ/ENG
- Adequação das leis: Termo de Referência para
desenvolvimento de projetos com o uso da Modelagem da
Informação da Construção (BIM) - Secret. de Estado da Saúde
de Sta. Catarina
TENDÊNCIAS DA TECNOLOGIA
- Programação Visual (Dynamo / Grasshoppper)
- Revisão online;
Referências e Bibliografia:
- EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. BIM
Handbook: A guide to Building Information Modeling for
owners, managers, designers, engineers, and contractors.
Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, 2008. 490 p.
Obrigado
rlimaarq@gmail.com
Skype: rlimaarq
Proto-Building: To BIM is to Build
John Tobin
Principal, Einhorn Yaffee Prescott Architecture & Engineering PC
For generations, architects have viewed drawing as the best way to understand and communicate design
intent. Building Information Modeling is generating a new awareness. More than just a new representation
tool, genuine BIM is a building enterprise in its own right.
Introduction
In a famous 1929 painting, The Treachery of Images, Renee Magritte painted a pipe under which he declared “Ceci n’est
pas un pipe” which translates to “This is not a pipe.”
Initially puzzling, he later explained—“Could you stuff my pipe? No, it’s just a representation.” Magritte’s work is a well known
commentary on the limits of representation in capturing important aspects of real-world objects. The painting was a good
facsimile of a pipe, but it lacks crucial aspects of “pipeness.”
There is an obvious similarity to the world of building design. Buildings are intensely complicated, and so immense, that the
most reliable way to convey design intent has been to rely on drafted views which try to describe their configuration. As a
result, the architect’s work has traditionally become an exercise on paper trying to represent something that has a different,
more physical reality.
As a profession, we have devised standards and workflows in which drafting and specifications, produced with standardized
graphic conventions, serve to reasonably document the 3D building. We understand however, that there are limitations to
this drawing-based method, with its multitude of related 2D viewpoints on numerous disconnected sheets.
To minimize the potential for confusion or conflict, many of us have “General Notes” paragraphs which in effect say, “This is
not a building.” (We actually say, “Do not scale drawings”; “In case of discrepancies, call architect”, etc.) This is because we
understand the limits of representation and know that drawings are just our best conventional tool to represent a building.
Building Information Modeling (BIM), it can be argued, offers an entirely different proposition, one that allows us to move
beyond representation and into a simulated building process.
Though many designers continue to use BIM to produce drawings—and a recent industry survey (Top Criteria for BIM
Solutions: AECbytes Survey Results, Oct. 2007) favored that issue over several others—this is probably a transitional phase
for BIM. We would be better served to look beyond using BIM merely as a more powerful representation tool, and instead to
treat the models we create as proto-buildings.
The Greek Proto—as in prototype—suggests something that is a first version of an entity which will later be replicated. BIM
models clearly fall under that rubric, being the first iteration of a building. The process of creating these proto-buildings we
might call proto-tectonics, but more recently it has been called virtual construction.
After two decades of continual advances in 3D object-oriented technology, architects now have the opportunity to build
information models with the same rigor as one would build a building. If we are sufficiently motivated, we will not model to
merely show others the intended outcome of a different, separate process. Rather we will proto-build—that is, make a first-
building. In doing so, we will gain an unprecedented advantage over any previous architectural era—the opportunity to build
twice.
To understand how this opportunity will materialize, it would help to look at both the current state and also the likely future
trajectory of BIM. For the purposes of our argument, it helps to think of BIM as having three different generations, which we
will call BIM 1.0, 2.0, and 3.0.
BIM 1.0 - CAD on Steroids: In the BIM 1.0 era, model-based software emerged against a background of a 2D CAD
production workflow, where the major benefit was better-coordinated and faster production of documents. The goal was to
model with objects and to minimize tedious drafting by having one 3D object handle multiple 2D representations when
placed in a project.
Over many years of development, increasingly sophisticated object-based CAD programs emerged that improved drawing
coordination and also added data fields to the objects. These tools now permitted real-time generation of schedules and 3D
representations. In comparison to previous software, these applications were like CAD on steroids; smarter than reams of
2D CAD, reducing drafting chores, and also eliminating tedious counting.
Because the tools were now incorporating data, the term “Building Information Modeling” was soon born. The objective was
to use the data features for schedule generation, which would ultimately end up on paper. Though sometimes troublesome
to work with, the software grew in acceptance largely for these coordination benefits. It’s worth noting that the BIM 1.0
workflow was still tackling traditional representation tasks.
The most significant characteristic of the BIM 1.0 era however, is that it was still in the realm of the A/E alone, so designers
could elect how deeply they wanted to implement the new techniques.
Detailed BIM models. © EYP Architects
BIM 2.0 - The Big Bang in Reverse: The second phase of BIM—the 2.0 era—dawned when the realm of people involved in
building models expanded beyond the A/E professions.
We could call this stage The Big Bang in Reverse because the diverging galaxies of designers and builders—which had
been hurtling away from each other over several centuries—suddenly reversed direction. Two groups that had grown apart
now found themselves drawn quickly back together by the potential of this new technology.
In contrast to BIM 1.0, the BIM 2.0 situation becomes far more complicated for architects, because various groups are
seeing completely different possibilities—and requiring different performance—from the same artifact. What architects
continue to need as a production tool for documentation now also becomes a bill of materials or a logistics tool for
contractors, as well as a facilities management tool for owners. In the BIM 2.0 era, contractors are helping to popularize
terms such as 4D (time) and 5D (money) models, which allow contractors to use them for phasing and quantity takeoff
purposes. Not to be outdone, design sub-consultants start to see BIM models as an engine for energy and environmental
analysis. The expectations of the BIM process thus increase significantly.
BIM 2.0 is producing a divergence of opinion in how BIM models should be built, who will properly build them, and what their
purpose is. Architects are struggling to absorb how to build these models correctly. Though it does not seem unreasonable,
it takes us outside of our comfort zone, and certainly our typical education. BIM 2.0—which is currently ongoing—is a highly
tumultuous era with architects trying to learn the new techniques that BIM models enable.
The Association of General Contractors (AGC) added significant momentum to this reverse Big Bang when they published
their Contractors Guide to BIM in late 2006. Somewhat in response, the AIA accelerated the shift in gravity by developing
an initiative known asIntegrated Project Delivery, which encourages close cooperation between designers, owners and
contractors. Owners groups such as CURT have also acknowledged shared common needs between owners, contractors
and designers with the 3xPT initiative.
Before too long a familiar term, interoperability—meaning how various information gets exchanged from one partner to
another—emerged with new urgency as an industry-wide issue, and designers are now faced with creating models unlike
anything they had previously seen. Clearly the BIM 2.0 model has moved beyond a tool for representation and is being
thought of as an intricate work in its own right.
Detailed BIM models. © EYP Architects
BIM 3.0 - Post-Interoperability: Though interoperability is currently a thorny and seemingly insurmountable problem in BIM
2.0, we need to take a look beyond to a third, future phase for some direction. There are several efforts afoot—such as the
IFC and BuildingSmart initiatives—to promote inter-disciplinary exchange of information and expertise across disciplines.
The BIM 3.0 era—the Post-Interoperability era—imagines what BIM will be like when working together is a seamless
proposition. InBIM 3.0 and beyond, the various parties will construct a model, not as a representation for their intermediate
purposes, but as a full dress rehearsal for construction, working with the model as they would a real building.
The BIM 3.0 sandbox will probably be a net-centric database, one where BIM models, nowproto-buildings, are constructed
and populated collaboratively in a web-hosted 3D environment accessed from anywhere. All participants including
contractors, trades and owner will understand how to collectively contribute through their own discipline-specific modules.
The architect’s initial proto-building will ideally have continued value throughout design, construction and fabrication efforts.
It may alter form and overall content, but it will be a continuum of activity.
BIM 3.0 may appear at first glance to be a rather idealistic scenario. But the intent is not to ignore real present-day
problems, but to look beyond them for a moment so we can make some steps now towards a better BIM process. The
interoperability challenge will be overcome eventually, and architects need to be prepared for our role when it does happen.
Innovations in computing technology will provide a piece of the puzzle necessary for BIM 3.0 to occur—faster WAN speeds,
and more robust software will enable the networked model to become the vessel for all manner of design input. But
attitudes will also be an important ingredient, one that technology alone cannot overcome. One of the hallmarks of success
in BIM 3.0 will be a cross-disciplinary attitude that looks at buildings as a shared enterprise, especially between designer
and contractor. Also important will be a belief that architects can initiate a process that continues throughout construction.
This prompts the question—if the trajectory of BIM materializes as imagined above, what will be the impact on, and the role
of, designers?
Build It As It Will Be
As outlined above, the development from BIM 1.0 to BIM 3.0 is marked by a shift from representation to proto-building. In
the BIM 3.0 era, drawings will not be a critical component of the design-build workflow. What will be important is how well the
model is built to embody and enable the building process. The act of building BIM models therefore will in fact become a
credible building process in its own right. It may be digital, but it will still feel like a process of construction.
Some early BIM adopters are already getting a taste of this. Throughout many years of using BIM tools, there have been
numerous points where, confronted with a documentation issue, the question arises—“How should I model this?” The
inquiry inevitably turns to the question—“First, what is this element in real-life?” Usually the path to success is found from a
deeper understanding of the element being modeled, and then modeling it as such.
This prompts two observations. First, architects are now often forced to ask basic, fundamental questions about something
we thought we already knew quite well—such as creating doors. It is difficult to believe something as mundane as a door
could prompt a deep philosophical discussion, but that is what appears to happen as we try to grasp the construction
implications around a simple BIM component.
In traditional 2D work, a door is often signified by a panel swing and a frame. Other information gets added in a schedule,
and yet further elaboration is created in a door legend. In a BIM environment, deeper thought is required. This is because
how that single door object will get transferred throughout the downstream processes influences how it gets created in the
first place. (Is it a frame with a panel inside, or a panel with a frame surround?). Take the thinking behind the door and apply
it to all aspects of buildings—windows, ceiling, finishes—and you begin to see a trend.
This leads us to the second observation: if we are deliberately creating individual components in the manner that they would
be built in the real world, then why don’t we do it comprehensively, and model the entire building as it would be built? When
done in this manner, a design model approaches a proto-building, emulating many real life aspects of buildings in
construction. After working with BIM for several years, many architects find themselves modeling in ways that don’t
necessarily make sense if 2D representation is the end-goal. But the goal is no longer 2D representation—instead, knowing
with some certainty how a building works in 3D is invaluable even if it appears many aspects will not make it onto a sheet of
paper,
Though it may take some effort for designers to re-examine how construction objects should best exist in a BIM
environment, this new awareness can only prove to be beneficial in the long run, because it prompts architects to learn even
more about components they are using all the time. In our firm, and in several others I know of, we already strive to build
our models according to accepted industry standards. For example, projects are broken into ‘worksets’ according to the
UniFormat system of Substructure, Core and Shell, Interiors, etc. Furthermore, when we create BIM models, we try to mimic
construction—place foundations, columns, beams, and slabs on beam, then wrap columns, and then have finish walls
separate from enclosure walls. We do this so that we might better understand the process of construction we are initiating.
There is considerably more for architects to understand before we attain full proto-building, but as far as possible we are
moving to shadow construction activity as closely as the current software will allow. What this means then is that a segment
of the architecture profession is moving beyond representation, and embracing a proto-construction mentality, carefully but
inevitably.
Detailed BIM models. © EYP Architects
The impetus for this article was triggered by a simple exchange of viewpoints. Not too long ago, I attended a joint Architect-
Contractor AGC workshop where contractors were becoming resigned to the view that the architect’s BIM model was a
throwaway, that it was often useless for the purposes of construction and that they would simply build a new model for the
construction phase of a project. This is a dire development in my opinion.
To the extent that it is true, architects are missing a tremendous opportunity to re-align the efforts of the architect and the
contractor. The architect’s model should not become a throwaway. It may be a basic first effort that can be developed later,
a first prototype, but it should not have to be thrown away.
Separate design and construction models would be disastrous for many reasons:
One of the reasons the Architect’s BIM model is being viewed as a throwaway may be related to current software
shortcomings where BIM applications cannot yet deconstruct an assembly into the trade-by-trade subcontracting tasks that
contractors need. This is not just another software glitch, it precipitates a difference of vision between architect and
contractor and for that reason we need to work with others to overcome this kind of obstacle. An excellent source of
discussion on the limitations of architect models to construction teams can be found in numerous posts at
http://bimx.blogspot.com, especially some excellent early posts on wall composition.
If BIM 3.0 is our ultimate goal, we will want to keep our focus on what will be possible when these obstacles are surmounted.
As long as architects continue to remain the primary contact in the design process, we still have the opportunity to make that
first BIM model. Whether it will become the final BIM model depends on how seriously we take it as a proto-building.
Conclusion
Contractors have understood the value proposition of “virtual construction” for several years, and architects can assist them
in maximizing it. Architect’s models—based on representation—are not yet conveying important aspects that contractors’
BIM models are expecting to find. So why not? Part of the answer is due to limitations of the tools we use. But it is also that
we are not yet embracing the full potential and implications of BIM, and its ability to emulate building. This may be because
we’re not expected to do it, but it may also reveal a hesitation whether we should shift beyond our role as “representers.”
Yet another factor is that we need some input on what to model, and how to model it as we are designing, so contractors
can use it. One of the great hopes for the recent, ongoing (…and ongoing…) National BIM Standard (NBIMS) process is that
it will clearly articulate a course on how BIM models can become “virtual buildings” with value throughout the entire
construction process. Just as the previous National CAD Standard was a set of graphic representations that codified the
construction document phase for 2D CAD work, the NBIMS will hopefully propose a set of standard conventions suitable for
proto-building. In the interim, a growing number of firms, and some large agencies like GSA, have started to lead the way
and are pursuing a variety of ad hoc BIM model standards. Many of these standards give us a peek at how we can begin to
build proto-buildings which can emulate certain construction processes.
This is a great and exciting time to be an architect. Digital proto-building presents us with an opportunity to fashion our
designs into significant, valuable building prototypes that offer better control and feedback over the design outcome, and to
heighten our contribution to the construction and operations process. Our chance for success may be as much an issue of
attitude as it is technology. What can help to propel this endeavor is a vision of BIM as more than just an extension of an
architect’s documentation drawings, but to understand it as a legitimate form of proto-building in its own right. To BIM is to
build.
John Tobin is a licensed Architect and a Principal with EYP Architecture & Engineering PC, a firm with offices in Albany, NY,
Boston, MA, Washington, DC, New York City, and Orlando, FL.
Tobin has spent his career on the subject of technology in architecture, most recently with a focus on 3D technologies. A
long-time Revit user, he is currently charged with implementing BIM across all architecture and engineering
disciplines at EYP, including structural and MEP work. Prior to joining EYP, John spent ten years as a faculty
member at Rensselaer School of Architecture in Troy, NY, where he taught design and technology courses. He can
be reached at jtobin@eypae.com.
Note: AECbytes content should not be reproduced on any other website, blog, print publication, or newsletter without permission.
Fonte: http://www.aecbytes.com/buildingthefuture/2008/ProtoBuilding.html
Colaboração e Interoperabilidade no contexto da Modela-
gem da Informação da Construção (BIM)
Collaboration and Interoperability in the context
of Building Information Modeling (BIM)
Érica de Sousa Checcucci
Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, Brasil
erica.checcucci@univasf.edu.br
Abstract: Este artigo discute o tema da colaboração e da interoperabilidade no contexto do paradigma BIM, que tem justi-
ficada relevância ao evitar o retrabalho ou reentrada de dados, permitindo a utilização eficiente da informação, e a efetiva
criação do edifício virtual como um protótipo da edificação. Aborda a colaboração enquanto adoção de metodologias e téc-
nicas de trabalho e a interoperabilidade enquanto a busca de padrões para intercâmbio de dados entre aplicativos. Pontua
o IFC (Industry Foundation Classes) e outros padrões coordenados pela buildingSMART International, destacando o papel de
cada um deles na ação projetual colaborativa.
2. Colaboração no contexto BIM cesso da construção, outra questão a ser discutida refere-
A BIM impõe o desenvolvimento de novas formas de se a constução do modelo: qual será o seu nível de detal-
colaborar, produzir e compartilhar o conhecimento. hamento; quem será o responsável por acrescentar cada
Neste contexto, é fundamental a compreensão de que a informação ao modelo e onde elas serão inseridas. Um
tecnologia por si só não tem o poder de resolver todos exemplo prático é a modelagem de uma porta: as suas
os problemas da gestão da informação durante o ciclo dobradiças e a sua maçaneta deverão ser adquiridas e,
de vida da edificação. Assim, faz-se necessário analisar portanto, deverá haver informações sobre estes elemen-
e atualizar os processos envolvidos, revendo a função de tos no modelo. Estas informações (maçaneta e dobra-
cada ator no processo de modelagem. A edificação deve- diças) podem estar embutidas em elementos geométri-
rá ser concebida através da participação multidisciplinar cos ou podem constar apenas no banco de dados, como
integrada, onde todos tenham a compreensão global do informações a serem preenchidas e que farão parte do
modelo, viabilizando a transferência contínua de conhe- objeto porta. Se for este o caso, durante a criação da por-
cimento entre os diversos participantes. ta deverá ser previsto um campo para preenchimento
Gallello (2008) identifica a necessidade de integração de com informações referentes às dobradiças e a maçaneta.
um novo profissional ao processo, chamado de gerente Outro exemplo ilustrativo é a modelagem do revesti-
BIM. Segundo o autor, este profissional trabalhará desde mento externo da edificação, que é executado após os
o início criando a estrutura do projeto e os formatos de elementos de fechamento (alvenaria e estrutura). No en-
troca de arquivos. Será o responsável pela coordenação tanto, no objeto parede, é possível representá-lo como
do modelo, integração das informações e sincronização parte deste objeto. Se assim for feito, este revestimento
das atividades, estabelecendo a estratégia do trabalho terá mesmo prazo de execução da parede, assim como
colaborativo. Deverá entender do fluxo de informações, mesma altura. No entanto, sabemos que o revestimento
do gerenciamento do projeto e das diferentes necessida- pode avançar sobre a estrutura e as paredes de outros
des de cada equipe; conhecendo os aplicativos utilizados, pavimentos, tendo dimensões indepentes destes objetos.
os sistemas relacionados, a infraestrutura em rede, e as Como deverá ser modelado, então, este revestimento?
novas tecnologias. Ele será feito como um elemento separado, podendo ter
Barison e Santos (2011) identificam ainda a participação informações de prazo de construção e tamanho diferente
de outros profissionais relacionados com o contexto da alvenaria ou será uma informação embutida nos objetos?
BIM: o Gerente BIM, o Facilitador BIM, o Analista Os critérios que serão utilizados devem ser discutidos e
BIM e o Modelador BIM. Estes profissionais, segundo todos na equipe devem ter ciência deles, para que a in-
os autores, poderão trabalhar para diversos atores duran- formação modelada pelo arquiteto-projetista possa servir
te o ciclo de vida da edificação: o proprietário, o cons- posteriormente para o empreiteiro simular a construção
trutor, os projetistas, etc; sendo responsáveis por desem- da obra, o administrador realizar manutenções e assim
penhar funções na construção e gestão do modelo BIM. por diante, em um processo contínuo. Desta forma, diver-
Além dos novos profissionais a serem agregados ao pro- sos critérios que serão específicos de uma empresa, ou que
Referências
- Ayres Filho, C.; Scheer, S. 2009. Sugestões para o des-
envolvimento de uma ferramenta de metacompilação de
classes Java para acesso a modelos ifcXML em alto nível.
In: Encontro de Tecnologia da Informação E Comuni-
cação na Construção CiviL, 4., Rio de Janeiro. Anais...
Rio de Janeiro: ANTAC, 2009.
- SI, BuildingSMART – International home of open-
Quadro 1: Padrões BuildingSMART International. Fonte: Autores. BIM, 2011. Disponível em: <http://buildingsmart- tech.
org/>. Acesso em: 22 ago. 2011.
- Scheer, S., Ayres Filho, C. 2009. Abordando a BIM em
4. Considerações finais níveis de modelagem. In: Workshop Brasileiro de Ges-
A gestão da informação durante o ciclo de vida da cons- tão do Processo de Projeto na Construção De Edifícios,
trução passa por estas duas grandes mediações: colabo- 9. São Carlos. Anais... São Paulo: USP, 2009.
ração e interoperabilidade. - Gallello, D. 2008. The new “Must Have” – The BIM
O IFC é o padrão neutro aberto para troca de dados, manager. AECbytes Viewpoint, 34. Disponível em:
e o IFD define o vocabulário que será utilizado neste <http://www.aecbytes.com/viewpoint/2008/issue_34.
padrão, de forma a unificar as nomenclaturas utilizadas html>. Acesso em: 22 ago. 2011.
nestas trocas. Já o IDM tem o papel de especificar in- - Fallon, K. K.; Palmer, M. E. 2007. NISTIR 7417. Ge-
formações que os arquitetos/engenheiros precisam for- neral Buildings Information Handover Guide: Princi-
necer para a execução da edificação, como: estimativa de ples, Methodology and Case Studies. US Departament
custos, quantitativos e cronograma. O MVD represen- of Commerce. National Institute of Standards and Te-
ta a especificação de requisitos das ferramentas para a chnology: 2007.
implementação de uma interface IFC para satisfazer os - Santos, E. T. 2009. Building Information Modeling
requisitos de intercâmbio. and Interoperability. In: Congreso de la Sociedad Ibero-
O caminho para obter a interoperabilidade está no des- Americana de Gráfica Digital, 13. Anais… São Paulo:
envolvimento elaborado do IFC e todos os aspectos le- Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2009.
vantados anteriormente devem ser considerados, desde
Humberto Farina
Universidade de São Paulo, USP
humberto@inprediais.com.br
Resumo
A Modelagem da Informação da Construção é um processo que gera uma mudança conceitual no fluxo de
informações do empreendimento e no processo de trabalho das equipes e do contratante. Permite melhorar a
comunicação entre os envolvidos no projeto, a qualidade das informações disponíveis para tomada de decisões,
a qualidade dos serviços prestados e reduz tempo e custo. Ao desenvolver os processos de forma colaborativa
com o apoio da tecnologia tem-se como benefícios a detecção de conflitos, melhor tomada de decisões por meio
da visualização, melhor comunicação e prevenção a erros. No entanto, há de se admitir que um processo
inovador precisa ser implantado progressivamente, envolvendo os participantes a ponto de se alcançar o
ambiente propício para se estabelecer o novo patamar de trabalho. A utilização da Coordenação de Projetos
assistida pela modelagem da informação da construção pode ser um passo para uma nova forma de pensar. Por
meio desta forma de trabalho, profissionais habituados a desenvolver projetos utilizando processos tradicionais
aplicados à plataforma 2D podem sentir a necessidade de mudar, tornando-se em equipes mais comprometidas
com a integração e colaboração.
Palavras-chave: Coordenação de Projeto. Modelagem da Informação da Construção. Melhoria contínua.
Coordenação espacial.
Abstract
Building Information Modelling inputs changes to the Designing Process, in the workflow and teamwork. It allows
the improvement in the communication among the designing team, the quality of the available information, better
decision taking and in consequence lower time and cost. The development of collaborative processes with the
information technology support could bring benefits how clash detection, visualization that will improve the taking
decision, the communication and prevent designing failures. However, it is true that an innovative process must
implemented progressively, involving all the collaborators to have the right environment to establish new porch of
quality. The use of Designing Coordination Assisted by BIM can be a step to other way of thinking. Through this
work, collaborators who used to designing with traditional processes, applying the 2D platform, may feel the
needing of change, becoming in a team committed to the integration and collaboration.
1FARINA,H., COELHO, K.M.. Impactos na coordenação de projetos assistida pela modelagem da informação da
construção. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA
CONSTRUÇÃO, 7., 2015, Recife. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2015.
1 INTRODUÇÃO
A coordenação de projetos tem papel fundamental na organização do fluxo de informações
para o correto desenvolvimento dos projetos e troca de informações interdisciplinares. Visa
atender as necessidades do empreendedor e das disciplinas de construção. Esse processo
tem características inerentes quanto ao tratamento do fluxo de informações, pois considera
o tratamento de múltiplas entradas, diversidade de requisitos técnicos a serem cumpridos e
diversidade de produtos gerados, em um ambiente de trabalho exclusivamente moldado por
relações interpessoais dos especialistas envolvidos.
Melhado (2001) afirma que o projeto é um processo iterativo e coletivo, exigindo uma
coordenação do conjunto das atividades envolvidas, compreendendo momentos de análise
crítica e de validação das soluções, sem, no entanto, impedir o trabalho especializado de
cada um dos seus participantes.
A relação humana e a forma de condução do trabalho em equipe são aspectos que afetam o
resultado da coordenação de projetos, trazendo a essa atividade um determinado grau de
subjetividade. Nóbrega (2012) demonstra em sua pesquisa que o exercício adequado da
função de coordenador exige persistência, perspicácia e manutenção do foco nos
resultados. Para o autor o perfil do coordenador de projeto deve conter algumas
características essenciais: liderança e empatia.
A liderança é um componente crítico para o sucesso dos projetos, o líder deverá apoiar os
membros da equipe incentivando-os a fazer mais e melhor e fomentar a cooperação,
comunicação e compromisso com o trabalho. A empatia é importante para que o
coordenador seja respeitado pela equipe e para desenvolvimento de um relacionamento de
mutua confiança em busca de interesses comuns.
Outra característica que afeta diretamente o resultado do projeto é o embasamento técnico
e a experiência de quem atua na coordenação. Em alguns casos, a falta de conhecimento
básico dos conceitos dos sistemas que estão sendo projetados e dos métodos construtivos
velam as prioridades e tarefas que deveriam ser consideradas pela coordenação, podendo
prejudicar o fluxo de atividades da equipe. Os coordenadores de projeto precisam ter uma
visão completa e integrada de todo o processo e necessitam de elevado conhecimento
técnico para avaliar e analisar o adequadamente as soluções de projeto de diferentes
especialidades. Finalmente, uma outra habilidade a se considerar como fundamental é a
capacidade de abstração dos modelos que estão sendo concebidos pela equipe e a maneira
como novas propostas e análises estão sendo entendidas, analisadas e absorvidas. A cada
troca de informações ou cada interação, exige-se do projetista e da coordenação, a
capacidade de abstração. Nesse momento, são traduzidas informações representativas ou
simbólicas, para um campo abstrato, de construção virtual que é moldado pela experiência e
conhecimento de cada profissional.
Muitas vezes nesse momento explicações e argumentos são utilizadas por cada profissional
para que haja este equilíbrio e para que as decisões sejam tomadas. Aqui se pode perceber
que este processo é recorrente e também inevitável, por se tratar de uma atividade
plenamente imaginativa, baseada nas capacidades individuais da equipe.
Como resultado pode-se concluir que o processo de coordenação de projetos é uma
atividade complexa, multidisciplinar com atividades intelectuais em dois campos da
comunicação, uma baseada plenamente na exploração da imaginação e outro baseada em
representações gráficas. A comunicação por meio de representações gráficas é a atual
mídia adotada para a elaboração das documentações as quais transmitem as informações
para as próximas etapas do empreendimento. Cabe dizer então que a melhoria do processo
de Coordenação de Projetos pode ser entendida como o ganho de eficiência nos aspectos
citados anteriormente, sendo um deles ligados à mídia de comunicação entre a equipe, a
mesma que obriga cada uma a interagir por meio da construção de modelos mentais.
Neste ponto, a tecnologia da informação pode cobrir essa lacuna, traduzindo os conceitos e
idéias dos especialistas em modelos tridimensionais, facilitando o entendimento do que se
quer expressar como sistema concebido. Nóbrega (2012) destaca a importância dos
instrumentos de tecnologia da informação com um facilitador ao desenvolvimento e ao
compartilhamento das informações do projeto. O guia da Penn State reconhece como um
dos objetivos do BIM a coordenação 3D à identificando como um processo no qual
softwares de checagem de interferências são utilizados no processo de coordenação para
determinar conflitos, comparando modelos 3D de sistemas de construção. Sua meta é
eliminar os grandes conflitos. Os potenciais valores agregados a essas atividades são, entre
outros, a coordenação dos projetos através dos modelos de construção e a visualização da
construção. A Modelagem da Informação da Construção traz essa possibilidade, sendo
nesse momento um catalizador do entendimento dos sistemas do edifício e um facilitador da
Coordenação de Projetos e de sua equipe.
Acredita-se, no entanto, que não é necessário um salto de processos e tecnologias de todos
os projetistas ou disciplinas para que o Coordenador de Projetos possa trabalhar com o BIM.
Ao contrário disso são as atividades de coordenação de projetos que vão trazer o novo
ambiente para o trabalho e o estímulo dos colaboradores a se mobilizarem para um novo
processo. A realização do cenário ideal, de que todos os projetistas produzam seus modelos
BIM e que o coordenador de Projetos gerencie o processo, pode ser conquistado por passos
intermediários, fundamentais para a ambientação, convencimento e aprendizado da equipe.
Jensen e Jóhannesson (2013) afirmam que o mais importante no processo de
implementação do BIM é a condução da transformação em pequenos passos. A parte de
recursos humanos da transformação para o “pensamento em BIM” pode ser uma parte
muito difícil. O resultado da pesquisa de alguns autores vem de encontro a esse raciocino.
Succar (2009) demonstra com o BIM Maturity Index cincos níveis de maturidade que podem
ser alcançados ao longo da implementação do BIM. Para o autor o progresso do nível mais
baixo ao mais alto indica: melhor controle por meio da diminuição de variações entre metas
e resultados reais, uma melhor previsibilidade baixando variabilidade na competência,
desempenho e custos, uma maior eficácia no alcance de metas definidas e estabelecimento
de novas metas mais ambiciosas.
Portanto, em cada organização há de se identificar como iniciar novas práticas com o uso do
BIM e ter rapidamente benefícios do avanço tecnológico. Essa tarefa infelizmente não vem
se mostrado eficiente com o simples “apertar de botões” mas traz consigo a necessidade de
releitura dos processos de condução dos Projetos e por conseqüência novos sistemas de
trabalho até o alcance de experiências satisfatórias.
A proposta deste trabalho passa por elucidar essa hipótese e exemplificar uma das
experiências consideradas de sucesso para o avanço do BIM como um processo que
promove a melhoria da Qualidade dos Projetos.
Fonte: Autores
Qualidade.
Fonte: Autores
4 ESTUDO DE CASO
O estudo de caso apresentado traz a experiência profissional dos autores no
desenvolvimento de um Projeto junto à Odebrecht Realizações Imobiliárias no Rio de
Janeiro e sua equipe de Engenharia. O trabalho se propôs a agregar a coordenação
espacial de todos os sistemas prediais pela modelagem BIM de todas as disciplinas em
simultaneidade ao desenvolvimento dos Projetos. Os Projetos estavam iniciando a fase de
Pré-Executivo, sujeitos ainda a grandes adequações devido às exigências dos clientes,
exigências legais e das alternativas tecnológicas que seriam implementadas. Dentre as
disciplinas de maior fragilidade nesta fase pode-se citar as ligadas aos Sistemas Predais,
como Ar Condicionado, Automação, Elétrica e Hidráulica, projetos que ainda estavam
consolidando os conceitos nas peças gráficas. Foram modeladas também as disciplinas de
Arquitetura e Estrutura, sendo a última usando a concepção estrutural mista, com concreto
armado no embasamento em perfis metálicos na torre do empreendimento. O processo de
coordenação espacial com o BIM rapidamente tomou espaço nas discussões
multidisciplinares, trazendo a oportunidade aos novos integrantes da equipe de Engenharia
se familiarizarem rapidamente ao Projeto. A seguir o caso é descrito, apresentando os
pontos positivos e de melhoria do processo implementado.
Fonte: Autores
Em seguida, fez-se uma avaliação dos Sistemas Prediais no pavimento tipo. Antes mesmo
do início da modelagem, determinou-se regras de ocupação dos espaços levando em conta
critérios de manutenção e operação dos sistemas. Ali foram discutidas previamente as
soluções dos sistemas e a organização da instalação, após serem estabelecidas as
posições e passagens. A modelagem seguiu com o detalhamento dos sistemas destes
pavimentos previamente ao desenvolvimento dos sistemas prediais, servindo como
orientação conceitual aos projetos.
Dentre os sistemas prediais, os sistemas de Ventilação, Exaustão e Ar Condicionado foram
modelados prioritariamente, o que tornou mais evidente as necessidades de ajustes dos
demais sistemas. Há de se elucidar que muitas decisões tomadas já tinham sido levantadas
antes da modelagem, mas o trabalho auxiliou em torná-las evidentes e seguras. O
coordenador de projeto pode ter certeza que estaria na direção correta sem deixar margem
a questionamentos. Problemas decorrentes do processo 2D tais como a omissão de
informações, a simplificação e o simbolismo, retratados na revisão bibliográfica, deixam de
existir quando existe a exposição de projetos integrados e tridimensionais.
Um exemplo a ser citado foi a utilização luminárias de sobrepor em detrimento das de
embutir nos corredores. Percebeu-se que se fossem utilizadas luminárias de embutir,
certamente seriam enfrentados problemas posteriores quanto a especificação dos produtos
e gerenciamento da modificação. A Figura 5 a seguir apresenta a organização encontrada
para os sistemas nos forros dos pavimentos típicos.
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Fonte: Autores
Essa situação trouxe mais uma certeza aos coordenadores do processo, a necessidade de
se levar o modelo ao canteiro de obra. O modelo foi elaborado em formato aberto (extensão
IFC), sendo empregado no canteiro de obras para consultas das empresas executoras.
4.4. Documentação
A documentação de análise da coordenação foi realizadas de duas formas distintas, uma
por meio de relatórios descritivos e imagens extraídas dos modelos e outra por meio de
relatórios do software TeklaBIMsight, pelo qual foi possível mapear todos os locais de
incompatibilidades.
Estes relatórios foram enviados a todos colaboradores, podendo estes fazerem a navegação
do modelo e entenderem os seus sistemas e suas posições a cada pavimento. A Figura 7
apresenta a forma de visualização relatório. Foram utilizados os dois relatórios para cobrir
qualquer dúvida dos Projetistas, sendo o relatório descritivo uma referência aos
coordenadores dos pontos de maior criticidade do Projeto.
Figura 7: Relatório 3D de análise do Projeto
Fonte: Autores
REFERÊNCIAS
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prediais.2001. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, 2001.
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GOES, R.B. Compatibilização de Projetos com o Uso da Ferramenta BIM. São Paulo, 2011.
Dissertação (Mestrado). Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado São Paulo, 2011. 145p.
JENSE, P.A.; JÓHANNESSON, E.I. Building information modelling in Denmark and Iceland.
Engineering, Construction and Architectural Management, Bingley, vol.20, no.1, p. 99-110, 2013.
MELHADO, S.B. Coordenação, cooperação e integração para um novo modelo voltado a qualidade
do processo na construção de edifícios. 2001. Tese (Livre-docência) – Escola Politécnica da
Universidade de São Paulo, São Paulo. 2001.235p.
NÓBREGA, C.L. Coodenador de projetos de edificação: estudo e proposta para perfil, atividades e
autonomia. 2012. Tese (Doutorado) – Escola Politécnica, Universidade de São Paulo, São Paulo.
2012. 227p.
SHIBA, S.; GRAHAM, A.; WALDEN, D. TQM: quatro revoluções na gestão da qualidade. Porto
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SUCCAR, B. Building Information modelling framework: A research and delivery foundation for
industry stakeholders. Automation In Construction. V.18 p. 357-375.2009
REFLEXÃO SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO BIM EM TRÊS
ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA EM PORTO ALEGRE, DE 2010 A
2015 1
Wilson Florio
Universidade Presbiteriana Mackenzie
wflorio@uol.com.br
Resumo
A experiência com a implantação da tecnologia BIM (Building Modeling Information) por três escritórios de
arquitetura de Porto Alegre foi investigada, em uma dissertação de mestrado, sob a ótica dos conceitos e
fundamentações advindos de estudos antecedentes. o processo foi analisado durante um ano, na elaboração do
projeto de um edifício, através de entrevistas presenciais com a equipe e analise do material produzido, visando
compreender as transformações ocorridas com a introdução da plataforma BIM na prática projetual. Concluiu-se
que o custo da implantação, a escassez de profissionais com conhecimentos específicos, a rigidez dos softwares
utilizados, a falta de interoperabilidade dos sistemas, o desconhecimento sobre o processo de projeto e sobre
iniciativas semelhantes, a ausência de experiência com a colaboração e a resistência em experimentar novos
processos, são as principais dificuldades encontradas. Os benefícios obtidos pelos três escritórios e a forma
como barreiras foram enfrentadas em iniciativas que apresentaram melhores resultados podem ser referências
para implantações futuras. Desta forma, a pesquisa discute sobre a atual aplicabilidade do sistema em cada fase
do projeto, os benefícios obtidos e os obstáculos enfrentados, revelando as dificuldades de implantar um
processo de projeto realmente colaborativo nesta fase de transição entre o CAD e o BIM.
Palavras-chave: BIM. Processo de projeto. Implantação. TIC. Benefícios.
Abstract
The experience with the implementation of the BIM (Building Modeling Information) technology by three
architecture offices in Porto Alegre was researched in a master’s degree dissertation, considering concepts and
fundaments from first researches. The process were analysed for a year, in a building project development,
through team interviews and analysis of the material produced, trying to understand the transformations that
happened after the introduction of the BIM platform on the design making. The conclusion was that the cost of
the implementation, the lack of people with specific knowledge, the sternness of the software used, the lack of
interoperability among the systems, the inexperience about design processes and about similar initiatives, the
lack of experience with collaboration and the resistance to experience news processes are the main barriers
faced. The benefits obtained by these three offices and the way barriers were dealt with in initiatives that had
better results can be references to futures implementations. Therefore, the research approaches the current
1CORNETET, B.; FLORIO, W. Reflexão sobre a implantação do BIM em três escritórios de arquitetura em Porto
Alegre, de 2010 a 2015. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO E
COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 7., 2015, Recife. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2015.
applicability of the system in any stage of the project, the benefits obtained and the barriers faced, showing the
difficult to implement a design process effectively collaborative in this stage of the CAD-BIM transition.
Keywords: BIM. Design Process. Implementation. TIC. Benefits.
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos cinco anos o BIM passou a ser assunto recorrente em sites e publicações de
arquitetura, engenharia e construção no Brasil. Identifica-se que a tecnologia, embora muito
utilizada na construção civil, é pouco estudada cientificamente por arquitetos. Além disso, o
setor de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC) tem se tornado cada vez mais
competitivo, exigindo investimentos em novas tecnologias que tornem o processo de projeto
mais colaborativo, eficaz e controlado, e que resulte num projeto mais assertivo. O objetivo
deste artigo é relatar a investigação sobre a implantação da tecnologia BIM (Building
Modeling Information) em três escritórios de arquitetura de Porto Alegre, a partir da
dissertação de mestrado desenvolvida entre 2013 e 2015, de modo a apontar as principais
dificuldades e benefícios obtidos na atual aplicabilidade da plataforma nesses escritórios.
Como procedimento metodológico estabeleceu-se conceitos e fundamentações advindos de
estudos antecedentes sobre o tema. A base conceitual da pesquisa refere-se à
fundamentação teórica a partir de uma revisão bibliográfica sobre processos de projeto e as
novas tecnologias disponíveis. Dentre as investigações mais recentes sobre a implantação
do BIM em escritórios de arquitetura no Brasil, destacam-se as pesquisas de Barison e
Santos (2013), a de Garbini e Brandão (2013), Oliveira e Pereira (2011), Pereira (2013) e a
de Stehling e Arantes (2014). Estas pesquisas revelaram particularidades nas equipes, na
forma de troca de dados, nos softwares utilizados, no gerenciamento do projeto entre outras
que deram origem à elaboração da metodologia de acompanhamento dos estudos de caso.
O processo de projeto de três escritórios de arquitetura foi analisado com a intenção de
compreender as transformações ocorridas com a introdução da plataforma BIM nas suas
respectivas práticas projetuais. Os estudos de caso são compostos de três empresas de
arquitetura de Porto Alegre que já iniciaram a implantação desta tecnologia. A pesquisa
verificou que nenhuma destas possui parceiros que realizem os projetos complementares
em BIM, por este motivo a pesquisa restringe-se às ações realizadas dentro do escritório de
arquitetura. Procurou-se identificar como o uso do BIM interfere no modo como os projetos
de arquitetura são desenvolvidos nesta transição entre o processo CAD tradicional e o BIM.
Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, foram aplicados protocolos de
entrevistas e realizadas coletas e classificações de materiais produzidos nos escritórios
selecionados. A limitação da presente análise deve-se ao fato do tempo de pesquisa ser
inferior ao tempo de projeto e execução das edificações, o que impediu o acompanhamento
de todo o processo e verificação dos benefícios após a construção. O acompanhamento dos
projetos foi realizado por um ano. Após a coleta de informações individuais, foi feita uma
análise cruzada dos resultados da base empírica e da base teórica.
2 ESTUDOS DE CASO
Os estudos de caso foram realizados através da coleta de dados de ordem qualitativa (com
base nos depoimentos dos arquitetos e dos demais envolvidos no projeto) e a avaliação do
material produzido e compartilhado entre os pelos membros da equipe. O objetivo é
entender como os escritórios locais implantaram as novas tecnologias, em que medida
apropriaram-se das suas funcionalidades e, finalmente, se esta implantação interferiu no
processo de projeto. Foram selecionados três escritórios de Porto Alegre, gerenciados por
arquitetos, que se dedicam a projetos executivos de edificações e que implantaram a
modelagem da informação recentemente. Na presente pesquisa o critério para balizar o
porte do escritório está baseado na análise realizada por Barison e Santos (2013).
Cada um dos três escritórios disponibilizou um de seus projetos para a pesquisa. A definição
do projeto foi feita pelos escritórios responsáveis, tendo como critério, além da importância
do uso da tecnologia no seu desenvolvimento, a anuência do cliente em ter seu projeto
disponibilizado para a pesquisa. Por questões relativas à ética em pesquisa, não serão
revelados os nomes dos escritórios, dos profissionais e dos empreendimentos. Entretanto,
todos os envolvidos declararam-se cientes da participação na pesquisa e da publicação dos
resultados. A nomenclatura utilizada nos estudos de caso reflete a ordem em que foram
feitos os acompanhamentos.
Figura 1 – Reprodução do trecho do estudo elaborado pelo grupo de trabalho que relata a
experiência de importar a planta baixa em AutoCAD e de redesenhá-la tridimensionalmente,
usando recursos do Revit.
Em nenhum dos estudos de caso é utilizada a divisão de etapas diferente das tradicionais, o
que certamente dificulta uma ampla utilização da plataforma BIM, uma vez que o produto de
cada etapa deve ser aquele tradicionalmente estabelecido: estudo preliminar, anteprojeto e
projeto executivo. Por esse motivo, independente da ferramenta utilizada, os arquivos são
entregues ao cliente e trocados entre os projetistas complementares em formato .dwg. Esta
prática configura a subutilização da plataforma, visto que a colaboração e o modelo são
utilizados apenas como recursos internos de trabalho.
Com relação ao trabalho colaborativo, foram identificadas tentativas, sendo a iniciativa de
maior sucesso a realizada pelo Escritório 2, onde os arquitetos trabalham no mesmo
arquivo, através de ferramentas de team work do prórpio software. No entanto, percebe-se a
dificuldade de colaboração devido ao fato de os escritórios de engenharia não utilizarem
softwares que apresentem interoperabilidade com as plataformas de arquitetura, gerando a
necessidade de modelagem destes projetos pela equipe de arquitetura. Somente com a
interoperabilidade dos softwares será possível a integração entre diferentes profissionais e
disciplinas, sendo viável evoluir no estágio de implantação da tecnologia para obter
benefícios ainda maiores. Quando isso ocorrer, certamente os investimentos em
treinamento para aprendizado do trabalho colaborativo sejam ainda mais complexos.
Na análise dos estudos de caso, revelou-se fundamental a figura do BIM manager. Esse
profissional deve coordenar o desenvolvimento dos projetos, a equipe técnica, capacitar os
envolvidos e gerenciar o desenho (estabelecendo os níveis de detalhamento e a qualidade
do modelo). Contudo, deve ter também conhecimento técnico de construção e,
possivelmente, de instalações. É fundamental que ele tenha total domínio do software
adotado pelo escritório. O mercado atual não conta com profissionais habilitados para
gerenciar a implantação da nova tecnologia em escritórios locais. É possível perceber que a
maioria dos escritórios está em busca de profissionais com maior conhecimento técnico e de
execução, priorizando novas contratações de profissionais com conhecimento de BIM.
Em síntese, atualmente, os três estudos de caso presentes neste trabalho utilizam apenas o
modelo único com informações geométricas e, em alguns casos, a colaboração entre
profissionais de arquitetura na elaboração dos projetos. Na fase de elaboração de partido e
estudo preliminar, o BIM não é usado, mas nas fases de projeto executivo a sua utilização é
intensa, porém unicamente para uso interno dos escritórios de arquitetura. Este resultado é
bastante semelhante ao referencial bibliográfico analisado previamente, conforme revela a
Tabela 3. Embora o mercado da construção civil já esteja sinalizando nos últimos anos para
a adoção do BIM, pois é perceptível sua eficiência e benefícios, haverá cada vez mais a
pressão do contratante e a consicência da necessidade da utilização da tecnologia.
Tabela 3 – Quadro comparativo entre estudos de caso nacionais e escritórios de Porto
Alegre em relação à aplicabilidade do BIM por etapas de projeto.
Arantes, 2013
Pereira, 2011
Bandão, 2013
Pereira, 2013
Santos, 2013
Escritório 1
Escritório 2
Escritório 3
Stehling e
Barison e
Oliveira e
Garbini e
Concepção
Etapas
Viabilidade e
X
definição do partido
Estudo Preliminar X X
Anteprojeto X X
Projeto Legal X X
Pré-executivo X X X X X X X
Desenvolvime
Compatibilização X X X X X X
Construção
Projeto Executivo X X X X X X
nto/
Detalhamento/ X X X X
X X X
Especificações
Orçamento X X X X
As Built
Fonte: Betina Conte Cornetet, 2015.
Os benefícios obtidos não estão relacionados necessariamente ao uso do BIM durante todo
o processo. Faz parte do sucesso da implantação reconhecer quais as reais intenções e
insatisfações do escritório ao sinalizar interesse em uma nova tecnologia, sendo ainda
admissível que as diferentes ferramentas coexistam, de forma que cada uma seja utilizada
nas tarefas para as quais se mostram mais eficientes. Essa situação é recorrente em
escritórios de engenharia.
Por fim, para que se obtenham todos os benefícios apontados na base teórica sobre o BIM,
será necessário ir além da introdução de novos softwares. É necessário um comportamento
colaborativo entre os envolvidos no projeto e na construção dos edifícios, integrando os
responsáveis pelo planejamento, pelo projeto, pela construção e pelo fornecimento de
materiais. Além disso, é fundamental o papel da universidade e das entidades de classe na
produção de informação e na regulação do uso dessa nova tecnologia.
7 CONCLUSÕES
A pesquisa contribui para o debate sobre a implantação da modelagem da informação na
construção por escritórios de arquitetura, revelando a aplicabilidade do sistema em cada
fase do projeto de cada empresa e os benefícios obtidos pelos membros das equipes. Além
disto, revela os obstáculos enfrentados e as dificuldades de implantar um processo de
projeto realmente colaborativo nesta fase de transição entre o CAD e o BIM.
Foram identificadas dificuldades com a implantação da plataforma BIM nos três escritórios
de Porto Alegre de forma que a aplicabilidade da plataforma é ainda muito restrita aos
escritórios de arquitetura e as experiencias ainda têm caráter experimental. Há algumas
frustrações quanto às motivações iniciais a respeito do aumento da agilidade de projeto. É
possível verificar que, muitas vezes, falta o entendimento de que, para se obter aceleração
de produção, é necessário dominar o processo de projeto auxiliado pelas TICs, promover
mudanças culturais em relação às atividades tradicionais, formar equipes especializadas
com espírito colaborativo, atualizar constantemente a equipe em relação às tecnologias
digitais e delegar o gerenciamento das atividades a profissionais com amplos
conhecimentos também de construção.
Entretanto, apesar de todas as dificuldades descritas, é um consenso entre os escritórios
analisados que a plataforma BIM representa um direcionamento de mercado, revelando-se
uma alternativa para a solução dos atuais problemas enfrentados pelos escritórios de
arquitetura. Empresas que sabem identificar as suas necessidades particulares para a
aplicação da nova tecnologia conseguem obter um retorno mais rápido dos benefícios
alcançados. É importante verificar qual a simplificação admitida em cada caso. Nesse
sentido, considera-se fundamental que continuem sendo realizadas pesquisas a respeito da
implantação dessa tecnologia.
Verificou-se que algumas barreiras enfrentadas durante a implantação do BIM são geradas
por impedimentos externos, enquanto outras referem-se ao enfrentamento de dificuldades
relativas aos processos organizacionais internos do escritório. Atualmente, observa-se uma
subutilização da plataforma em função dessas barreiras e da fase, ainda muito inicial, de
utilização do BIM. As demais potencialidades oferecidas pela plataforma referem-se a uma
fase mais adiantada de uso. Caso não ocorram modificações de mercado e formação
profissional para suprir as dificuldades reveladas, o risco é a ferramenta não ser plenamente
utilizada.
A pesquisa revela carências relativas à formação profissional. Nesse sentido, cabe à
universidade contemplar em seu currículo temáticas como a colaboração, a comunicação
entre os parceiros de projeto, a tecnologia da informação na construção civil,
particularmente os recursos de modelagem paramétrica e modelagem da informação.
Como resultado dos acompanhamentos, analisados sob a ótica da base conceitual da
pesquisa, verifica-se que os arquitetos têm pouco conhecimento e muito pouco domínio
sobre todos os atuais recursos tecnológicos disponíveis na contemporaneidade para a
realização de projetos. Falta também o entendimento sobre o trabalho colaborativo com o
uso desses recursos. Durante a realização da pesquisa também ficou evidente a
importância e o papel do BIM manager, o coordenador de projetos BIM, e a exploração do
banco de dados no projeto, aspecto este que deverá ser investigado mais profundamente
em futuras pesquisas.
Por fim, conclui-se que a implantação da tecnologia de modelagem da informação na
construção irá intereferir no processo tradicional de projeto quando o emprego da plataforma
utilizar um processo de projeto de fato colaborativo. Para que isso ocorra, são necessárias
alterações na estrutura organizacional dos escritórios, no teor dos contratos firmados, na
legislação profissional, na interoperabilidade dos softwares e, sobretudo, no modo como os
diferentes profissionais e empresas de construção interagem. Atualmente, após a introdução
da tecnologia digital nos escritórios analisados, observa-se uma fase de investigação e
experimentação na qual a produção dos projetos de arquitetura está sendo adaptada à nova
realidade do mercado sem, no entanto, romper com as práticas tradicionais do ofício.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Resumo
Observa-se uma tendência das empresas de projeto em migrar para uma abordagem BIM, mas isso não ocorre
facilmente. O objetivo desse trabalho é apresentar o estado de adoção do BIM em empresas de arquitetura,
engenharia e construção da cidade de Fortaleza e verificar as expectativas dos escritórios quanto aos benefícios
e desafios da atuação profissional associada à plataforma BIM. A estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de
caso múltiplo, com caráter exploratório-descritivo. O método de pesquisa utilizado foi o levantamento de dados
qualitativos e quantitativos. 161 empresas de arquitetura, engenharia e construção da cidade de Fortaleza foram
1DANTAS FILHO, J.B.P.; BORGES, A.V.G; SOARES, G.N; SOUZA, D.S.V; GUERRA, R.S.; CARDOSO, D.R.;
BARROS NETO, J.P. Estado de adoção do Building Information Modeling (BIM) em empresas de arquitetura,
engenharia e construção de Fortaleza/CE. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO
E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 7., 2015, Recife. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2015.
convidadas a responder um questionário online das quais obtivemos 41 respostas. Em paralelo, foi realizada
uma pesquisa de campo através de 14 entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam que
aproximadamente 50% das empresas de engenharia, arquitetura e construção implementou ou está
implementando o BIM e as empresas de arquitetura usam o BIM de maneira mais intensa.
Palavras-chave: BIM. Construção. Gerenciamento da Construção.
Abstract
There has been a trend of design companies in migrating to a BIM approach, but that does not happen easily.
The aim of this paper is to present the adoption state of BIM in architectural firms, engineering and construction of
the city of Fortaleza and check the offices’ expectations about the benefits and challenges of professional practice
associated with BIM platform. The method used in the procedures was a survey of qualitative and quantitative
data. 161 architectural, engineering and construction firms of the city of Fortaleza were invited to answer an
online questionnaire, which obtained 41 responses. And in parallel, it was carried out a field survey with the
completion of 14 semi-structured interviews. The results showed that almost half of the companies has
implemented or is implementing BIM and architectural firms are using BIM in a more intense way.
Keywords: BIM. Construction. Construction Management.
1 INTRODUÇÃO
O processo de elaboração dos projetos para construção é caótico e gera um desperdício
elevado de tempo e recursos. A incompatibilidade de informações geradas durante o
processo de projeto pode ser observada na fase de execução dos empreendimentos de
construção. Esse problema é agravado pela natureza complexa da indústria de arquitetura,
engenharia e construção (AEC), figurada pela existência de vários interesses conflitantes e
processos de gestão fragmentados (HORSTMAN; WITTEVEEN, 2013).
A plataforma BIM (Building Information Modeling) é uma ferramenta que contribui para uma
melhoria na elaboração dos projetos de arquitetura, engenharia e construção. Desta forma,
observa-se na atualidade uma tendência das empresas de projeto em migrar da ferramenta
CAD (Computer Aided Design) para uma abordagem BIM, mas isso não ocorre facilmente. É
necessário aplicar técnicas bem-sucedidas de gestão para mudanças no gerenciamento de
projeto e em novos arranjos contratuais. Para isso, Miettinen e Paavola (2014) defendem
que são necessários relatos de experiência na implementação do BIM em diferentes
organizações e contextos, fornecendo conhecimentos sobre problemas e gargalos de
execução.
Deste modo, os objetivos desse trabalho são de apresentar o diagnóstico da implementação
do BIM na indústria da arquitetura, engenharia e construção na cidade de Fortaleza e de
verificar as expectativas dos escritórios, usuários e não usuários do BIM, quanto aos
benefícios e desafios da atuação profissional associada à plataforma. Segundo BARISON e
SANTOS (2011), este tipo de trabalho é importante para apresentar o atual cenário em
termos de demanda por profissionais. LANGAR e PEARCE (2014) justificam a necessidade
de tal estudo, especialmente quando a maioria dos escritórios é pequena (menos de 10
funcionários) e a capacidade de investir pode ser uma restrição diante do investimento
necessário para a adoção do BIM.
Segundo Marciel et al. (2014), que realizaram uma pesquisa em escritórios de projetos de
cidades do Nordeste do Brasil, a necessidade de maior precisão nas informações
trabalhadas em um empreendimento, como forma de redução de perdas e melhoria da
qualidade, foi o benefício mais esperado.
As possibilidades de aplicação de BIM permitem verificar a norma de segurança contra
incêndio, conforme defendido por Karter et al. (2014), que observaram que todas as
medidas de segurança contra incêndio para uma edificação residencial são passíveis de
serem parametrizadas.
Para muito além das etapas de projeto e construção, o BIM pode ser aplicado ainda para
Avaliação Pós-Ocupação (APO), conforme analisado por Sales et al. (2014), que
observaram uma significativa alteração ao comparar APO convencional com APO suportada
por BIM, sendo que esta última ofereceu um fluxo mais enxuto e direto.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
A metodologia adotada é do tipo qualitativa, com uma coleta de dados quantitativa
incorporada. Para Consoli (2008), a utilização desta abordagem se mostra como um dos
métodos mais eficientes para pesquisas nas áreas de gestão de operações e administração.
A estratégia de pesquisa adotada foi o estudo de caso múltiplo, com caráter exploratório-
descritivo compreendido em um paradigma funcionalista.
A unidade de análise é a implementação do BIM em escritórios de arquitetura, engenharia e
construção. Optou-se pela realização de coleta de dois tipos de dados: qualitativos e
quantitativos. Justifica-se essa opção visando à melhor compreensão da situação do BIM
nas empresas. Assim, o estudo baseou-se em múltiplas fontes de evidências: revisão
bibliográfica, entrevistas semiestruturadas (dados qualitativos) e aplicação de questionário
(dados quantitativos).
A amostra foi aleatória para os respondentes do questionário, que está associado ao
método de coleta de dados quantitativo. Inicialmente foram contactadas empresas
associadas à Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura, Regional Ceará (AsBEA–
CE), cooperados da Cooperativa da Construção Civil do Estado do Ceará (CooperCon), em
seguida, escritórios de projetos complementares parceiros dos previamente contactados
foram convidados. Desta forma, um universo de 161 empresas da indústria da arquitetura,
engenharia e construção da cidade de Fortaleza foi convidado a responder um questionário
online2. Obtiveram-se 41 respostas, tratadas com procedimentos de análise dos dados para
questões padronizadas estruturadas, através da estratégia da técnica estatística do SPSS
(Statistic Package for Social Sciences), utilizando-se as frequências das distribuições.
Em paralelo, foi realizada uma pesquisa de campo para o levantamento de dados
qualitativos através de 14 entrevistas semiestruturadas. Segundo Yin (2001), o estudo de
caso se aplica quando são colocadas questões do tipo “como” e “por quê”; e quando o foco
se dá sobre fenômenos contemporâneos dentro de um contexto da vida real. A seleção das
empresas para esta abordagem qualitativa ocorreu através da seleção orientada pela
informação para maximizar a utilidade das informações qualitativas que seriam fornecidas
aos objetivos da pesquisa. Os entrevistados eram do nível estratégico ou tático nas
empresas, além de estarem envolvidos com a gestão do processo de projeto, quais sejam:
coordenadores de projetos, diretores e gerentes de obra.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Visto que a utilização da Plataforma BIM ainda é recente no Brasil, há uma grande
dificuldade em encontrar profissionais especializados. Para mitigar isso, atualmente algumas
instituições privadas vêm ensinando o BIM aos seus alunos de arquitetura e engenharia na
graduação. Isso possibilita que, num futuro próximo, essa carência seja suprida e o
processo de mudança seja cada vez mais rápido.
A maioria das empresas anseia a implantação do BIM, no entanto, devido ao volume de
trabalho e limitação do tempo, muitas vezes essa realização não é iniciada. De fato, tempo
para treinamentos é necessário para que uma equipe bem estruturada e com alto nível de
compreensão seja obtida e, claro, evitar que a adoção não seja insatisfatória, muito menos
inútil, fato esse foi observado em algumas empresas que, na primeira tentativa de
implantação, não obtiveram sucesso e retrocederam para o método inicial de trabalho.
A incompatibilidade com softwares de parceiros foi uma das desvantagens apontadas. De
fato, como o BIM ainda não está amplamente implementado por todos os projetistas, alguns
deles ainda não adotaram essa tecnologia e continuam usando plataformas tradicionais para
desenvolver seus trabalhos. Observa-se o fato do BIM estar mais implementado nos
escritórios de arquitetura, enquanto está sendo pouco utilizado por outros projetistas
(instaladores e calculistas). Desta forma, o trabalho de compatibilização dos softwares
demanda mais tempo e maiores custos a serem supridos pelas empresas.
4.4 Implementações
A análise dos dados indica que os clientes já percebem as vantagens da abordagem BIM,
no entanto, a quantidade ainda é restrita, o que indica que, na maior parte dos casos, a
decisão pela implantação tem partido das próprias empresas, visando à melhoria de seus
processos. Nos escritórios de arquitetura, todas as empresas entrevistadas alegam que foi
uma política própria da empresa em adotar o BIM e eles têm conseguido transmitir aos seus
clientes a importância do uso em seus projetos, fazendo com que os clientes comecem a
transmitir essa importância às construtoras e aos projetistas de instalações do uso do BIM
nos projetos e na execução.
As empresas usam BIM em apenas ¼ dos projetos desenvolvidos, conforme o Gráfico 7.
Um fator apontado durante as entrevistas foi que a quantidade de licenças de softwares
limitava a capacidade de desenvolvimento de projetos em BIM.
Gráfico 7 – Percentual de utilização do BIM em projetos
5 CONCLUSÕES
As empresas de arquitetura usam o BIM de maneira mais intensa, tanto em relação à
quantidade, como também habilidade. Dessa forma, elas lideram o processo de mudança,
enquanto as outras empresas seguem de maneira mais cautelosa. Observa-se que existe a
vantagem do BIM em reunir e compartilhar informação entre empresas diferentes para
desenvolver o processo de projeto de construção de forma colaborativa. Observa-se
também que é importante e essencial, para uma bem-sucedida implantação do BIM, que
todas as partes integrantes do processo participem e colaborem em todo processo.
A carência de profissionais e a resistência da equipe em se adequar à nova plataforma é um
fato que pode ser consequência do custo de investimento necessário para licenças de
software e da falta de tempo alegado para treinar devidamente uma equipe. Então, como os
parceiros ainda não utilizam BIM e os clientes não conhecem, os escritórios consideram
uma desvantagem investir em software com um custo tão elevado, considerando os lucros
de uma empresa de pequeno porte.
Entretanto, praticamente metade das empresas de arquitetura implementou ou está
implementando o BIM. Isto demonstra que estas preferem se manter na vanguarda. Assim,
o software BIM mais utilizado é o Revit, devido ao amplo uso do AutoCAD, que é da mesma
plataforma. Entretanto, as empresas usam BIM em apenas 25% dos projetos desenvolvidos,
talvez por terem ainda uma compreensão básica ou intermediária. Contudo, elas enxergam
benefícios, a maioria deles, relacionados à diminuição de erros e à compatibilização de
projetos. Fato importante é que a maioria das empresas notou que o uso de BIM modificou o
seu processo de projeto, este trabalho se limitou à perspectiva das empresas sobre esta
questão, sendo, talvez, interessante investigar em trabalhos futuros como se deu esta
mudança e elucidar os padrões e verificar as evidências desta modificação, contribuindo
para conteúdos de manuais de BIM.
REFERÊNCIAS
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construção civil da cidade de São Paulo e demanda por especialistas. In: ENCONTRO BRASILEIRO
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IMPLEMENTAÇÃO DA MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA
CONSTRUÇÃO EM EMPRESA DE ARQUITETURA: UM ESTUDO DE
CASO 1
Silvio Melhado
Universidade de São Paulo (USP)
silvio.melhado@usp.br
Resumo
A modelagem da informação surge como uma evolução para o setor da construção civil na busca de integração
dos agentes, potencialmente melhorando o processo de projeto. Inúmeros desafios e dificuldades apresentam-se
na transição para os novos sistemas de informação e as empresas de arquitetura brasileiras, em sua maioria de
pequeno e médio porte, apresentam algumas particularidades que limitam seu desempenho, tais como: recursos
financeiros, humanos e tecnológicos escassos e alta dependência do grau de empreendedorismo e liderança de
seus titulares. Por outro lado, as mudanças de processos internos geram impactos no desenvolvimento dos
projetos e sua produtividade, na adaptação do fluxo tradicional de projeto e no treinamento, ao mesmo tempo em
que exigem maior integração e colaboração, e processos padronizados. Este artigo analisa a implementação da
modelagem da informação da construção e os problemas enfrentados em uma empresa de arquitetura, no
primeiro projeto em que foi implementada. São apresentados os resultados parciais do estudo de caso, que farão
parte da Dissertação de Mestrado da primeira autora, que demonstraram as dificuldades da empresa pela falta
de planejamento estratégico orientado à implementação da modelagem, assim como impactos na gestão da
empresa e necessidade de mudanças no processo de projeto.
Palavras-chave: Modelagem da informação da construção. Empresas de arquitetura. Implementação
tecnológica.
Abstract
Building Information Modelling appears as an innovation to the construction sector in the search for technological
innovation, promoting the integration of construction players and potentially improving the design process. There
are numerous challenges and difficulties in the transition to new information systems and the Brazilian
architectural firms are mostly small and midsize ones what defines their characteristics and limits their
performance, such as financial, human and technological scarce, high dependence on the degree of
entrepreneurship and leadership of their founders. On the other hand, issues related to the changes in the internal
design processes generate numerous impacts on the design tasks and productivity, at the same time requiring
1 COELHO, K.M.; SILVA,, T.F.; MELHADO, S.. Implementação da modelagem da informação da construção em
empresa de arquitetura: um estudo de caso. In: ENCONTRO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA CONSTRUÇÃO, 7., 2015, Recife. Anais... Porto Alegre: ANTAC, 2015
higher integration and collaboration, and standardized processes. This paper aims to analyse the implementation
of Building Information Modelling in an architectural design firm and the problems challenged in a first project
using it. The article shows the partial results of the case study that will integrate the Master Thesis of the first
author, which have shown the firm’s difficulties due to a lack of strategic planning oriented to BIM implementation,
as well as its impacts in the design firm management and the need for changing in the design process itself.
Keywords: Building information modelling. Architectural firms. Technological implementation.
1 INTRODUÇÃO
O setor da construção civil no Brasil há décadas é rotulado como atrasado quando
comparado a outros setores industriais, devido à sua baixa produtividade, em função,
principalmente, de seu baixo nível de industrialização, elevado desperdício de materiais e
reduzida qualificação da mão de obra, o que resulta também na baixa qualidade do seu
produto final. Recentemente, o desenvolvimento das tecnologias de informação e
comunicação (TICs) apareceu como alternativa para criação de novos processos capazes
de incrementar o desempenho das empresas. Considera-se que o uso de TICs tem grande
potencial para implementar melhorias na produtividade e competitividade do setor da
construção (NASCIMENTO E SANTOS, 2001 apud ABAURRE, 2013). No cenário mundial,
observa-se o crescimento do uso da Modelagem da Informação da Construção; diversos
países vêm investindo em políticas nacionais de incentivo à sua implementação e a
mudança tecnológica, em muitos casos, foi iniciada pelo incentivo de políticas públicas,
sendo criados guias e normas que norteiam os novos processos (WONG, 2010).
No Brasil, o uso da Modelagem da Informação da Construção começou a se estabelecer
nas grandes construtoras e incorporadoras no Brasil em 2007, quando algumas empresas
do setor privado se mobilizaram para sua implementação (SOUZA et al, 2013). A partir do
projeto piloto da Gafisa, que em 2011 implementou a tecnologia em cinco empreendimentos
e contou com 65 projetistas envolvidos, outras empresas tais como Tecnisa, JHSF, SINCO e
Odebrecht iniciaram seu processo de implementação (NAKAMURA, 2013). Após essas
primeiras iniciativas, o setor público também passou a demandar projetos utilizando a
tecnologia de modelagem com a adesão da Petrobras, CPTM, Metro, DNIT e Infraero. A
partir disso, outras ações de estímulo surgiram nos últimos dois anos. Destaca-se o papel
da AsBEA (Associação Brasileira de Escritórios de Arquitetura) com o lançamento em 2013
do “Guia AsBEA de Boas Práticas em BIM: Fascículo I”. Também o Sinaenco (Sindicato
Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) iniciou um Ciclo de
Palestras para a conscientização das empresas de projeto e introdução dos conceitos de
modelagem; e, na ABRASIP (Associação Brasileira de Engenharia de Sistemas Prediais),
pode-se destacar o avanço dos projetistas que usam uma plataforma de GETBIM -
Gerenciamento de Especificações e Tecnologias para Objetos BIM, para uniformizar as
informações dos seus trabalhos.
Sob as novas demandas do mercado e o incentivo dos demais agentes da cadeia produtiva
as empresas de projeto passaram a reagir a essas demandas de seus contratantes e a
planejar métodos de implementação da nova tecnologia. As empresas de projeto de
arquitetura, pequenas empresas em sua grande maioria, têm características diferentes
quando comparadas a empresas de maior porte principalmente, em relação à sua gestão. A
empresa deverá viabilizar a inovação como estratégia de negócio e avaliar o retorno do
investimento a curto e longo prazo. O custo elevado na implantação da modelagem é
apontado como uma das principais dificuldades. Estes altos investimentos estão
relacionados a compra de licenças de softwares e de novos equipamentos e ao treinamento
da equipe (SOUZA,2009)
O processo de projeto sofrerá grandes mudanças em todas as etapas de projeto desde a
concepção ao detalhamento final do produto. Há necessidade de análise dos processos
tradicionais e revisão dos seus métodos de trabalho, reorganização de equipes e
estabelecimento de novas lideranças e responsabilidades. É necessário encontrara
maneiras de continuar a produção interna de projeto enquanto simultaneamente se
implementa a nova tecnologia em projetos piloto.
Implementar BIM efetivamente requer significativas mudanças na maneira de trabalhar em
quase todos os níveis dentro do processo do empreendimento; não é suficiente apenas o
aprendizado de novos softwares; deve haver também a reinvenção do fluxo de trabalho,
treinamento da equipe e atribuição de novas responsabilidades (ARAYICY et al, 2011).
3.1 Iniciativas
De acordo com Wong (2010), a modelagem da informação da construção está expandindo
sua implementação em vários países. Os autores apresentam uma revisão do processo de
implementação em seis diferentes países, demonstrando que as iniciativas de
implementação partiram tanto dos setores públicos quanto dos privados, como é o caso de
Hong Kong. No período de 2007 a 2009, a maioria dos países estabeleceu iniciativas de
determinação de diretrizes para implementação da modelagem da informação da construção
que resultaram na produção de guias e manuais. Como demonstra Succar (2009), esses
guias foram desenvolvidos na Austrália, Dinamarca, Finlândia, Holanda, Noruega, Estados
Unidos e Europa, demonstrando amadurecimento no uso da modelagem e sua aplicação.
No Brasil, de acordo com Souza et al (2013), observa-se desde 2007 um início de
movimentação no setor privado para a implementação da modelagem da informação da
construção. De acordo com matéria da Revista Construção Mercado as grandes
construtoras e incorporadoras brasileiras iniciaram uma série de projetos-piloto para avaliar
a aplicabilidade do BIM, na busca de aumento de produtividade, redução de perdas,
diminuição de prazos, melhoria nos orçamentos e melhoria na qualidade do produto
imobiliário. (DELATORRE, 2014). Em 2011, de acordo com a revista AU (REIS, 2011),
quatro empresas de projeto de arquitetura, de diferentes portes, demonstraram alguns
resultados das suas implementações no período de 2004 a 2007. Foram relatadas as
primeiras experiências, dificuldades, ganhos e algumas recomendações. Pode ser
destacado como ação especifica para as empresas de projeto de arquitetura o "Guia AsBEA
de Boas Práticas em BIM". O fascículo 1 foi lançado em 2013 com instruções sobre o uso de
ferramentas digitais nos projetos de arquitetura e toda a cadeia produtiva da construção civil.
Este primeiro fascículo aborda as fases conceituais e iniciais de implementação do BIM e os
demais fascículos ainda estão em desenvolvimento.
Implementar BIM efetivamente requer significativas mudanças na maneira de trabalhar em
quase todos os níveis dentro do processo do empreendimento; não é suficiente apenas o
aprendizado de novos softwares; deve haver também a reinvenção do fluxo de trabalho,
treinamento da equipe e atribuição de novas responsabilidades (ARAYICY et al, 2011). Além
disso a utilização da tecnologia na prática é uma decisão de negócio, pois a rotina de
trabalho de uma empresa vai requerer mudanças de processos (JERNIGAN, 2008).
Arayici (2011) indica quatro estágios para a implementação da mudança tecnológica:
1) Diagnóstico: revisão detalhada e análise das práticas correntes;
2) Plano de Ação: novos processos de negócio e caminhos para adoção da tecnologia;
3) Ação: Implementação da Modelagem da Informação da Construção;
4) Avaliação: Revisão do plano, disseminação e integração ao planejamento estratégico.
Succar (2009) afirma que as empresas que decidem atravessar o abismo da inovação e
investir em aplicações BIM se tornarão empresas inovadoras, como demonstra figura. Esse
autor em seu BIM Maturity Index (BIMMI) define cinco níves de maturidade para a adoção
da nova tecnologia: (a) Inicial/ Ad-hoc, (b) Definido, (c) Gerenciado, (d) Integrado, (e)
Otimizado. Afirma que, em geral, o progresso do nível mais baixo ao mais alto indica: melhor
controle por meio da diminuição de variações entre metas e resultados reais, uma melhor
previsibilidade baixando variabilidade na competência, desempenho e custos, uma maior
eficácia no alcance de metas definidas e estabelecimento de novas metas mais ambiciosas.
De acordo com Jensen e Jóhannesson (2013), o mais importante no processo de
implementação parece ser a condução da transformação em pequenos passos. A parte de
recursos humanos na transformação para o “pensamento em BIM” pode ser muito difícil. É
natural que alguns se sintam ameaçados pelas mudanças. Isso, por si só, pode ser visto
como uma boa razão para as empresas implementarem o BIM em pequenos passos. Os
resultados obtidos por esses autores mostram a importância do envolvimento do gestor do
projeto na implementação, pois a liderança deve estar convicta dos benefícios do BIM, que
deve ser visto como elemento principal do negócio e não apenas como mais um conjunto de
softwares. Se uma empresa quer implementar BIM, isso significa que mudanças
fundamentais são necessárias em todos seus processos. O período de transição dos
processos tradicionais para os processos baseados em BIM é crítico para todas as
empresas e tem que ser executado com atenção aos interesses próprios de cada
organização. É imprescindível difundir o conhecimento para todos os colaboradores, de
modo a torná-los conscientes dos potenciais desses novos processos.
5 ESTUDO DE CASO
5.1 Metodologia
Para cumprir os objetivos propostos nesta pesquisa foi adotado o método de estudos de
caso. Propôs-se uma pesquisa qualitativa por ser apropriada quando o fenômeno em estudo
é complexo, de natureza social e que não tende à quantificação; e por ser útil para observar,
registrar e analisar interações reais entre pessoas, e entre pessoas e sistemas (MORESI,
2003). O objetivo deste artigo é demonstrar os resultados iniciais da implementação da
modelagem da informação na empresa de arquitetura, objeto do estudo de caso. Serão
analisados os impactos da adoção da modelagem em níveis organizacionais que se referem
à gestão da empresa e no processo de produção abordando tanto as questões tecnológicas
como as de desenvolvimento de projetos de arquitetura.
As informações a respeito da implementação nesta empresa foram obtidas a partir da
experiência profissional da autora neste processo, durante três meses, com permanência na
empresa durante dois dias da semana. Também forma realizadas entrevistas com o
gerente, coordenadora e equipe de arquitetos.
Quanto ao processo de projeto, ficou claro que é necessário não somente o aprendizado de
novos softwares, mas também novo fluxo de trabalho, treinamento da equipe e atribuição de
novas responsabilidades para garantir bons resultados (ARAYICY et al, 2011):
Apesar do conhecimento de outros softwares (SketchUp, Rhynoceros) a equipe não
possuía conceitos básicos de interoperabilidade, o que prejudicou a troca de
informações de projeto entre os softwares e gerou análises duplicadas;
Os processos com interface com outras empresas de projeto eram também
duplicados: caso do projeto de estruturas, que era concebido sem auxílio da
modelagem e com trocas de documentos em papel. Até o momento da finalização
deste artigo, a resistência à mudança de processos ainda não tinha sido superada;
A antecipação de informações para a modelagem não era esperada pela equipe e a
etapa de anteprojeto exigia mais detalhamento e especificações do que quando
produzida no CAD 2D. Havia dúvidas se estavam reproduzindo o Anteprojeto ou se
já estavam antecipando o Pré-Executivo;
O trabalho colaborativo, com os membros da equipe acessando um único arquivo e
sincronizando as atualizações, mudou totalmente a maneira de produzir o projeto.
Era necessária uma troca diária de informações, consultas e acordos para o
desenvolvimento do trabalho. A gestão da equipe teria sido mais eficiente se o
gerente do projeto tivesse conhecimento mais aprofundado das facilidades e
dificuldades do software.
A criação de biblioteca de componentes teve que ser simultânea a produção dos
projetos; não houve tempo de preparo e de analise das necessidades do projeto.
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A introdução da modelagem da informação requer investimento de tempo e dinheiro, analise
dos riscos e de retorno do investimento. A utilização de uma nova ferramenta gera impactos
na gestão da empresa e a mudança exige a formulação de uma estratégia de
implementação que ocorre simultaneamente a produção e entrega dos projetos. A
abordagem adotada para a aproximação e utilização da modelagem definirá a qualidade dos
resultados finais e a satisfação dos objetivos esperados. A empresa que implementa a
modelagem sofre fortes impactos em sua gestão e em seu processo de produzir o projeto. O
planejamento estratégico da empresa deve prever custos elevados durante o período inicial
e ser capaz de transformar o investimento em resultados. A necessidade de conhecimento
de gestão na empresa é fundamental para evitar prejuízos e decisões arriscadas. A perda
de produtividade nos estágios iniciais de aprendizado deve ser levada em consideração nos
cronogramas de entregas dos trabalhos. Para isso a escolha de projetos que permitam
maior tempo de produção unidos a um apoio externo, como uma consultoria, podem evitar
desperdício de tempo e garantir que os resultados sejam mais rapidamente atingidos. Deve-
se prever que durante o período de transição o uso do CAD simultâneo ao software de
modelagem será uma realidade. A potencialidade após a fase de transição é a de ganho de
produtividade nos projetos pela facilidade de geração de documentação de projeto. Todas
as informações do projeto, conectadas a um único modelo garante a coerência das
informações apresentadas ao mesmo tempo em que, uma vez que a documentação esteja
montada as revisões de partes de projetos serão simultâneas em plantas, cortes e etc. A
possibilidade de criação de novos produtos. Para a melhoria do uso da modelagem a
escassez de políticas publicas que incentivem e de associações setoriais que promovam o
uso das ferramentas e a necessidade de bibliotecas criadas por fornecedores são fatores
limitantes. A falta de treinamentos adequados que promovam o conhecimento dos
aplicativos em equilíbrio com os conceitos essenciais da modelagem da informação também
limitam a capacidade das empresas na implantação. Quanto maior for o domínio do
conhecimento de software e conceitual mais apta a empresa estará para desenvolve-se
sozinha quando superados os estágios iniciais de implantação.
REFERÊNCIAS
ABAURRE, M.W. Modelos de Contrato Colaborativo e Projeto Integrado para Modelagem da
Informação da Construção. São Paulo, 2013. Dissertação (Mestrado) Escola Politécnica,
Universidade de São Paulo, 2013. 187p.
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O USO DA MODELAGEM BIM 4D NO PROJETO E GESTÃO DE
SISTEMAS DE PRODUÇÃO EM EMPREENDIMENTOS DE
CONSTRUÇÃO
Clarissa Notariano Biotto (1); Carlos Torres Formoso (2); Eduardo Luis Isatto (3);
(1) Núcleo Orientado para a Inovação na Edificação Urbana – NORIE – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil – e-mail: clerwice@gmail.com
(2) Núcleo Orientado para a Inovação na Edificação Urbana – NORIE – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil – e-mail: formoso@ufrgs.br
(3) Núcleo Orientado para a Inovação na Edificação Urbana – NORIE – Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, Brasil – e-mail: isatto@ufrgs.br
Resumo
Building Information Modeling (BIM) é uma nova abordagem para a gestão da informação em
projeto, construção e gestão da edificação. Baseia-se numa representação digital do edifício, a qual
pode ser utilizada para gerar modelos 4D de alternativas de processos de construção. Este artigo
relata os principais resultados de uma pesquisa que investigou o uso da modelagem 4D para apoiar a
tomada de decisão na gestão de sistemas de produção. Quatro estudos de caso foram realizados em
diferentes empresas de construção na cidade de Porto Alegre, Brasil, envolvidas no desenvolvimento
e construção de projetos de edificações residenciais. As principais conclusões do estudo referem-se
aos benefícios do uso de modelos 4D na gestão do sistema de produção.
Palavras-chave: Modelagem 4D, BIM, Gestão do Sistema de Produção.
Abstract
Building Information Modeling (BIM) is a new approach for managing information in design,
construction, and facilities management. It is based on a digital representation of the building, which
can be used for generating 4D models of alternatives for the construction process. This article reports
the main results of a research project that investigated the use BIM for supporting decision making in
production system management. Four case studies were carried out in different construction
companies from Porto Alegre, Brasil, involved in the development and construction of house building
projects. The main conclusions of the study are concerned with the benefits of the use of 4D
visualization in production system management.
Keywords: 4D Modeling, BIM, Production System Management.
1. INTRODUÇÃO
A complexidade nas decisões de um empreendimento se verifica pelo fato de que os efeitos de
cada decisão dependem de um grande número de outras decisões (PAPAMICHAEL, 1999).
No setor da construção, as decisões são tomadas com pouca informação, resultando em
oportunidades perdidas e em efeitos indesejados (PAPAMICHAEL, 1999).
As decisões na gestão da produção são tomadas em três genéricas ações (KOSKELA;
BALLARD; 2003): (a) Projeto do Sistema de Produção; (b) Operação do sistema de produção
(que pode ser dividida em planejamento, controle e correções); e, (c) melhoria do sistema de
produção. Essas três ações podem ser distinguidas baseadas em suas relações temporais ao ato
produtivo. O projeto do sistema de produção deve existir antes do ato produtivo, a operação
durante, e a melhoria pode ser realizada somente depois do ato produtivo, quando se é capaz
de observar como o sistema de produção se comporta de fato (KOSKELA; BALLARD,
2003).
Portanto, para melhor representar e embasar as decisões na gestão da produção, contemplando
em especial, a fase de projeto e operação dos sistemas de construção, novas ferramentas
podem ser utilizadas para extração de informações e explicitação de decisões.
O uso da tecnologia BIM (Building Information Model) está se disseminando pelo setor da
construção por ser um recurso para compartilhar informação sobre uma edificação,
configurando uma base confiável para apoiar decisões e melhorar os processos no decorrer do
ciclo de vida do projeto, baseado em uma representação digital de características físicas e
funcionais dessa edificação (NBIMS, 2007).
Modelos em que a quarta dimensão de informação é o tempo, chamados de modelos 4D, são a
combinação de modelos 3D com o planejamento da obra (RISCHMOLLER; ALARCON,
2002; RILEY, 2005; KUNZ; FISCHER, 2011) e são utilizados como fonte de planejamento
visual da construção, além de gerarem um novo nível de visualização e entendimento dos
processos por parte dos envolvidos no empreendimento (KYMMEL, 2008).
O uso da modelagem BIM 4D se apresenta como uma nova opção de ferramenta de auxílio a
tomada de decisão na gestão de sistemas construtivos, pois, de acordo com Baccarini (1996),
as características dos empreendimentos complexos demandam ações, métodos, técnicas e
ferramentas apropriados para gerenciá-los com sucesso.
O objetivo deste trabalho foi revelar os benefícios encontrados pelo uso dos modelos BIM 4D
na gestão da produção, em especial às fases de projeto e operação, estudados em 4
empreendimentos residenciais.
3. BIM E MODELOS 4D
De acordo com a American General Contractors (AGC, 2011), BIM é o desenvolvimento e
uso de um software computacional para simular a construção e operação de uma edificação. O
modelo resultante, o Building Information Model, é uma representação da edificação rica em
dados, a partir da qual, visões e informações adequadas às necessidades de vários usuários
podem ser extraídos e analisados para gerar novas informações que podem ser utilizadas para
tomar decisões e melhorar o processo de entrega da edificação (AGC, 2011).
Modelos BIM podem representar diversas dimensões (nD) de informação de uma edificação
(LEE et al., 2002). Os modelos nD são uma extensão do modelo de informação da construção,
o qual, incorpora multi-aspectos de informação de projeto requerida em cada estágio do ciclo
de vida de uma edificação (LEE et al., 2002). Os softwares de modelagem nD apresentam
uma série de informações multi-disciplinares baseadas no projeto da edificação e da aplicação
de análises que acessam um modelo nD por meio de dados padronizados e interoperáveis
(LEE et al., 2002). De acordo com Lee et al. (2002), mais dimensões (D) podem ser
adicionadas para integrar informações de tempo, custo, construtibilidade, acessibilidade,
sustentabilidade, acústica, iluminação e requisitos térmicos.
Os modelos 4D são modelos tridimensionais ligados ao tempo (COLLIER; FISCHER, 1995;
LEINONEN et al., 2005), ou tempo de processo (TOMMELEIN, 2005), ou, ao planejamento
de seus elementos (RISCHMOLLER; ALARCON, 2002; RILEY, 2005; KUNZ; FISCHER,
2011). Para Koo e Fisher (1998), CAD 4D é uma técnica de visualização de processos de
construção baseado em geometria: uma animação 4D mostra a construção de um projeto.
A modelagem 4D pode ser feita utilizando modelos CAD e BIM (EASTMAN et al., 2011).
Quando se modela com tecnologia CAD 4D, os modelos 3D que contém apenas associações
de tempo (EASTMAN et al., 2011). O planejamento da construção é conectado ao modelo
3D, permitindo a visualização da sequência construtiva e o cronograma do edifício (GSA,
2007; EASTMAN et al., 2011). Ferramentas CAD 4D permitem ao modelador executar o
planejamento visualmente e comunicar as atividades no contexto de espaço e tempo (GSA,
2007; EASTMAN et al., 2011). As animações 4D se referem aos vídeos ou simulações
virtuais do cronograma (EASTMAN et al., 2011).
Já a modelagem 4D com tecnologia BIM, refere-se a utilizar ferramentas de análise que
incorporam os componentes BIM e informações sobre o método de construção para otimizar o
sequenciamento das atividades. Essas ferramentas incorporam o espaço, a utilização dos
recursos, e informações de produtividade (EASTMAN et al., 2011). Softwares baseados em
BIM suportam a geração de documentos (por exemplo, desenhos, listas, tabelas e
renderizações 3D). Como um recurso compartilhado de conhecimento, o BIM pode reduzir a
necessidade de recoleta e reformatação de informação, o que resulta no aumento da
velocidade e precisão de informação transmitida, automatização de conferências e análises, e
suporte às atividades de operação e manutenção (GSA, 2007; EASTMAN et al., 2011).
4. MÉTODO DE PESQUISA
Este trabalho trata-se de uma pesquisa de aplicação da Tecnologia da Informação e
Comunicação (TIC) na gestão da produção, portanto, segundo March e Smith (1995), a
pesquisa com TIC estuda o artificial, as criações humanas, como as organizações e sistemas
de informações. A ciência do artificial ou design science tem como suas principais atividades
construir e avaliar os produtos (MARCH; SMITH, 1995).
A estratégia de pesquisa adotada neste trabalho foi a pesquisa construtiva (KASANEN;
LUKKA; SIITONEN, 1993; LUKKA, 2003), pois ela é um procedimento de pesquisa para
produzir construções inovadoras, com intenção de resolver problemas encontrados no mundo
real, e assim, contribuir com a teoria da disciplina na qual é aplicada (LUKKA, 2003).
As etapas de desenvolvimento desta pesquisa foram a coleta de dados inicial, a qual
compreendeu a participação da pesquisadora em reuniões com engenheiros de obra e
planejadores das empresas nos estudos. Na etapa de avaliação do planejamento da
produção se utilizou diversas ferramentas do PSP (diagramas de sequência de execução das
atividades, sincronia das equipes, linha de balanço, histogramas de recursos, planilhas de
capacidade dos recursos, modelos 4D, entre outros) para se obter uma nova visualização do
plano de longo prazo dos empreendimentos, e assim, avaliá-los sobre outra perspectiva. Essa
etapa aconteceu nos estudos de 1 a 3. Na etapa de projeto do sistema de produção, que
aconteceu no estudo 4, houve de fato a elaboração do PSP, e também se utilizou a modelagem
4D como nova ferramenta para apoiar a tomada de decisão.
Logo após a coleta de dados, se partiu para a etapa de modelagem 3D, na qual, foram
utilizados softwares BIM e CAD, como AutoCADArchitecture e SketchUP, para obter os
modelos 3D das diversas unidades de análise (unidade-base, torres, empreendimento +
canteiro); Na etapa de modelagem 4D, houve a filtragem de atividades dos arquivos do
MSProject que se referiram aos elementos modelados em 4D, e a ligação desses elementos de
construção BIM e CAD 3D com seu planejamento e a visualização de sua construção.
O uso das ferramentas permitiu visualizar e identificar conflitos entre os recursos de produção
e incoerências nos planejamentos definidos até então. A partir disso, na etapa de alternativas
de planejamento, replanejamento e decisões do sistema produtivo foram elaboradas
alternativas de plano de longo prazo (estudo 1), replanejamento (estudo 2 e 3), e decisões do
sistema de produção, como estratégias de ataques e equipamentos de transporte vertical, entre
outras (estudo 4). Todas essas alternativas foram simuladas nos modelos 4D na etapa de
simulações de cenários, e rapidamente avaliadas.
As etapas estão explicitadas na Figura 1.
Figura 1– Etapas da pesquisa nos estudos empíricos.
Coleta de
dados
(reuniões,
visitas ao
canteiro
de obra)
5. RESULTADOS
Diversos foram os benefícios aportados ao projeto e gestão dos sistemas de produção pelo uso
dos modelos BIM 4D nos estudos desta pesquisa. O quadro resumo da Figura 2 apresenta os
principais benefícios identificados em cada unidade de análise, baseado inicialmente no
modelo de Schramm (2004).
Figura 2 – Quadro resumo dos estudos e benefícios encontrados nos modelos BIM 4D
Unidade de
Benefícios do uso de modelos BIM 4D
análise
A modelagem 4D mostrou erros de sequenciamento das atividades no estudo 3 (Figura 4)
Permitiu a visualização do fluxo de trabalho e WIP (trabalho em progresso) em dois
pavimentos do estudo 2 (Figura 4). O WIP maior no 4º pavimento se comparado ao 16º
Unidade-base pavimento foi provocado pela inversão do fluxo de trabalho na torre de atividades posteriores
aos revestimentos internos.
O modelo BIM 4D ajudou a visualizar qual seria o equipamento de transporte vertical de
materiais mais adequado à unidade-base. No estudo 4, se verificou um problema de
fornecimento de material pelo equipamento cremalheira na unidade-base que teve seu lote de
produção dividido em dois (
Figura 5).
No estudo 2, o modelo 4D auxiliou na visualização do fluxo de trabalho de uma alternativa
Módulo de
de replanejamento do revestimento externo da fachada das torres (Erro! Fonte de
Repetição da UB
referência não encontrada.), o qual apresentou possíveis riscos à segurança dos operários.
A modelagem 4D favoreceu o estudo de simulações de três cenários de plano de longo prazo
no estudo 1, e a visualização de restrições espaciais de instalações de canteiro e do próprio
plano de ataque (Figura 7).
No estudo 4, a escolha do equipamento de transporte vertical foi beneficiada pelo modelo
BIM 4D, pois foi possível extrair de quantitativos de alvenaria e lajes, a quantidade de palets
e ferragens necessárias para cada pavimento. A partir disso, se obteve o tempo necessário de
carregamento para cada pavimento se utilizassem guindaste, caminhão munk e elevador
cremalheira, e qual seria o desembolso ao longo do empreendimento com aluguel desses
Empreendimento equipamentos.
A localização dos equipamentos de transporte vertical também foi definida através do
modelo 4D, pois a cada diferente estratégia de ataque simulada, era necessário locar os
elevadores cremalheiras em diferentes faces das torres do estudo 4 (
Figura 8).
No estudo 3, o modelo 4D auxiliou na visualização do fluxo de trabalho e do WIP no
empreendimento de acordo com diferentes estratégias de ataque, além de mostrar erros de
planejamento, como atividade de terraplanagem posterior a execução de radiers (Erro!
Fonte de referência não encontrada.).
Figura 3 – modelo BIM 4D da unidade-base do estudo 3. (a) casa modelo A com o sequenciamento correto; (b)
casa modelo A com erro no sequenciamento – paredes executadas sem radier. Em verde, cobertura em execução.
(a) (b)
Figura 5- impossibilidade do uso da cremalheira para blocos com dois lotes de produção.
Figura 9 - Erro na sequência de execução do empreendimento no estudo 3. Radiers iniciando sem o serviço de
terraplanagem pronto (figura maior) e cobertura em execução anterior às paredes (figura menor).
6. DISCUSSÃO
No que tange os benefícios da definição da sequência executiva da unidade-base e o pré-
dimensionamento da capacidade de recursos, o modelo BIM 4D facilitou a visualização de
erros de sequenciamento dos processos, de conflitos entre equipamentos de transporte,
instalações de segurança e tamanho do lote de produção, além de explicitar o trabalho em
progresso no mesmo.
Na unidade de repetição da unidade-base (torre, ou blocos de casa) existem unidades que não
seguem a sequência de atividades padrão da unidade-base, seja pela diferença de duração dos
ciclos ou pela restrição técnica da atividade, como, por exemplo, atividades de fachada,
colocação de contra-marcos, entre outros. Pelo uso dos modelos BIM 4D, os fluxos que
interceptam as demais atividades podem ser visualizados, e antecipadas possíveis
interferências entre as atividades, ou equipamentos e instalações de canteiro, como foi o caso
do estudo 2, na simulação do replanejamento da atividade de revestimento externo de
fachadas.
Nas decisões do sistema de produção que abordam o empreendimento, a modelagem 4D
conseguiu explicitar a estratégia de ataque do empreendimento, os fluxos dos principais
equipamentos de transporte, e das atividades de fundação, estrutura, alvenaria, cobertura,
entre outras. Assim, foi possível visualizar restrições físicas de canteiro devido aos estoques
mal localizados, má combinação entre equipamentos, sistemas construtivos e instalações de
canteiro.
7. CONCLUSÃO
Este trabalho apresentou os principais benefícios aportados pelo uso dos modelos BIM 4D
durante o processo de elaboração do projeto ou gestão do sistema de produção baseado em
quatro estudos empíricos. Apesar dos empreendimentos dos estudos estarem em fases de obra
distintas, todos obtiveram algum benefício com o uso da modelagem 4D.
Em resumo, se apresentou os benefícios do uso de modelos BIM 4D de acordo com a unidade
de análise do sistema de produção (unidade-base, unidade de repetição da unidade-base e
empreendimento). Os principais benefícios dizem respeito às decisões de (a) arranjo físico e
logística de canteiro, contemplando a definição de equipamentos de acordo com a capacidade
produtiva e com as instalações (inclusive de segurança); (b) a definição da sequência das
atividades na unidade-base e na unidade de repetição da mesma; e (c) a definição da estratégia
de ataque do empreendimento que reflete na conformação dos fluxos de trabalho no canteiro.
O uso da modelagem BIM 3D permitiu à pesquisadora extrair quantitativos de blocos
cerâmicos de alvenarias e quantidade de ferragens das lajes para dimensionar a capacidade de
transporte que os equipamentos de transporte vertical deveriam ter. Apesar de ter sido uma
informação pontual, é sabido que as demais dimensões de informações contidas nos modelos
BIM podem auxiliar em muitas outras decisões acerca do projeto e da gestão dos sistemas
produtivos.
Através dos modelos BIM 4D, a oportunidade de visualização de problemas no canteiro de
obras, antes e durante a execução do empreendimento, permitiu aos envolvidos se embasarem
em mais informações para tomada de decisão. Isso fez com que o projeto e a gestão dos
sistemas de produção cumpram seu papel de proteger a produção contra os efeitos da
variabilidade e incerteza inerentes aos sistemas de produção, além de contribuírem na
melhoria do desempenho do planejamento e controle da produção (PCP).
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IV TIC Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 17 a 19 de Junho de 2009
Resumo
Building Information Modeling (BIM), em seu conceito mais amplo, tem como pressuposto a
interoperabilidade e a colaboração entre os profissionais da indústria da Arquitetura,
Engenharia e Construção (AEC) para a geração do modelo virtual do edifício. Todavia, os
profissionais da AEC exploram pouco o recurso da colaboração no processo de projeto,
quando trabalham com BIM. Além do mais, os aplicativos BIM ainda não possuem robustez
na interoperabilidade, o que dificulta a cooperação entre diferentes profissionais. Buscando
discutir o uso de softwares BIM voltados para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos o
presente trabalho aborda a eficiência de dois aplicativos BIM voltados para arquitetura
(ARCHICAD e REVIT) no recurso da interoperabilidade. O estudo aqui apresentado
consistiu em selecionar um modelo de edificação de multipavimento e modelá-lo em ambos
os aplicativos. Em seguida os modelos foram exportados e posteriormente importados por
cada um dos aplicativos, utilizando-se o formato Industry Foudation Classes (IFC). Os
modelos importados foram então comparados com os originalmente desenvolvidos dentro de
cada aplicativo, buscando-se não conformidades. Também foram utilizados visualizadores de
IFC nas análises. Os resultados mostram que: ocorrem perdas na qualidade dos dados gerados
no formato IFC quando são importados pelo mesmo aplicativo ou por outros; ferramentas
BIM voltadas para a arquitetura apresentam limitações na descrição das propriedades das
partes do edifício (recorre-se a modelo mistos 3D/2D, o que torna as informações extraídas
desarticuladas do modelo de edifício); existem não conformidades de padrão na definição das
propriedades dos componentes apresentados por diferentes softwares BIM, voltados para
arquitetura. Por fim, o presente trabalho identifica falhas encontradas na troca de informações
do edifício por meio do formato IFC, demonstra que a interoperabilidade ainda precisa
melhorias e sugere o uso de sistemas de compartilhamento de dados, como o OPS.
Palavras-chave: Building Information Modeling, projeto arquitetônico, interoperabilidade,
Industry Foudation Classes.
1. INTRODUÇÃO
A idéia que sustenta o uso do sistema BIM na indústria da Arquitetura, Engenharia e
Construção (AEC) está fundamentada no conceito de interoperabilidade e na colaboração
entre os diversos profissionais. Assim, para a evolução do BIM é necessário aprofundar o
desenvolvimento das tecnologias empregadas, com melhorias nos modelos paramétricos e nos
instrumentos de interoperabilidade. Além do mais, é importante mudar as posturas dos
projetistas de arquitetura e outros profissionais da AEC, por meio de atitudes integradoras,
que visem à multidisciplinaridade.
Buscando avaliar o uso de aplicativos BIM no desenvolvimento de projetos de arquitetura o
presente trabalho aborda a eficiência de dois softwares: ArchiCAD (Graphisoft) e Revit
(Autodesk), voltados para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos, no uso de
instrumentos de interoperabilidade.
O objetivo deste trabalho é identificar algumas das principais falhas na troca de informações
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0,032
0,055
80
Guarda Inferior
2 camadas de Gesso Contínua de Abas
Cartonado de 1.25 cm com Iguias.
acabamento nível 4. Tamanho Variável, ver
Tecto Suspenso ao mapa
Passadiço de acordo com as
directrizes do fabricante.
(A)
(B)
Figura 2: Nível de detalhamento de laje/ corrimão: (A) representação em 3D e (B) em 2D
IV TIC Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 17 a 19 de Junho de 2009
(A) (B)
Figura 3: Nível de detalhamento do objeto parede: (A) representação em 2D e (B) representação em 3D
de 20% no ArchiCAD e 60% no Revit. Essas perdas são significativas e podem inviabilizar o
uso desses arquivos em aplicativos de análises de custos e de eficiência energética.
Na Tabela 2 os arquivos IFC foram importados para softwares de visualização. O que se
observa nesta tabela é que enquanto os arquivos IFC gerados no ArchiCAD apresentam a
visualização da sua geometria completa, alguns objetos do Revit apresentaram problemas na
visualização. De uma maneira geral (com exceção do corrimão e da escada no visualizador 2),
a maioria dos objetos apresenta uma boa visualização quando são importados para os
programas de visualização IFC.
Tabela 2 – Resultado da certificação de elementos construtivos
NÍVEL DE QUALIDADE DE ARQUIVOS IFC IMPORTADOS POR VISUALIZADORES
IFC2X3 GERADO NO ARCHICAD IFC2 X3 GERADO NO REVIT
Geometria Geometria
Visualizador 1 Visualizador 2 Visualizador 1 Visualizador 2
Parede 100% 100% Parede 100% 77%
Coluna 100% 100% Coluna 100% 100%
Laje 100% 100% Laje 100% 100%
Cobertura 100% 100% Cobertura 100% 100%
Porta 100% 100% Porta 100% 100%
Janela 100% 100% Janela 87% 100%
Parede cortina 100% 100% Parede cortina 100% 100%
Corrimão 100% 100% Corrimão 100% 0%
Escada 100% 100% Escada 100% 25%
Peças sanitárias 100% 100% Peças sanitárias 80% 80%
TOTAL 100% 100% TOTAL 89% 78%
Modelos como o OPS, possibilitam uma maior precisão e eficiência no fluxo de informações
entre diferentes profissionais de projeto além de permitir a consolidação de ambientes
eficientes de colaboração (como o Asite). O desenvolvimento de sistemas como o OPS é uma
saída inteligente para problemas de interoperabilidade e uso de formatos IFC, permitindo
colaborar e trocar informações em todo o ciclo de vida do edifício, o que representa o
principal ganho em usar o BIM.
Como exemplo clássico da eficiência do sistema OPS a ONUMA Inc. desenvolve, desde
2007, os BIMStorms (para Wong (2008) poderia ser chamado do “Woodstock” do BIM). O
BIMStorm consiste numa experiência de projeto integrado num espaço virtual, baseado numa
plataforma de colaboração BIM, acessível pela internet (que é oferecida gratuitamente pela
OPS) (ONUMA, 2008). Nesses eventos participam equipes de diferentes países e experiências
profissionais que juntos projetam, em poucas horas, vários edifícios para uma determinada
localidade (em cada evento escolhe-se uma cidade com uma área de intervenção). As equipes
incluem projetistas especializados em projetos e análises de edifícios, e, empregados do
governo com experiência em legislação.
O modelo de servidor OPS funciona, segundo Wong (2008), como um repositório central que
hospeda os projetos e as entradas de dados. Assim, cada equipe multidisciplinar troca
informações da geometria do modelo, das análises de eficiência energética, das análises de
custos e construtibilidade, etc. Em função dessa rica variedade de análises Wong (2008)
mostra que foi possível incorporar aos modelos soluções sustentáveis como tetos verdes e
fachadas com painéis solares. Além do mais, com o sistema OPS foi possível obter
informações de projeto como a existência de zonas sísmicas, o tipo de solo, o código de
edificações, perfil de acessos ao terreno e sistemas de transporte local.
O uso do sistema OPS serve como um repositório central baseado num padrão de informações
global, aberto e interoperável, reduzindo-se às perdas e sobreposições de dados e
possibilitando um ambiente de colaboração internacional e integração em tempo real entre as
diferentes equipes de projeto.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho, por meio de uma análise do uso do IFC para troca de dados de
informações do edifício, detectou falhas no processo de transferência de informações do
modelo do edifício. A partir das análises efetuadas chegou-se às seguintes conclusões:
• Existe uma perda na qualidade geométrica dos modelos quando são importados no
formato IFC, porém essas perdas são limitadas a poucos componentes de construção e não
comprometem o entendimento do modelo gerado;
• O perfil da perda da qualidade da informação geométrica em cada um dos aplicativos que
importou o modelo IFC é diferente, o que leva a conjecturar que os problemas principais
de tradução não estão na geração dos arquivos IFC, mas nos tradutores de importação,
presentes nos aplicativos utilizados para os testes;
• Certas propriedades dos componentes de construção usados nos modelos, como código de
identificação, material, disposição e custos também apresentam perdas quando são
importados pelos aplicativos ArchiCAD e Revit. Estas perdas, em algumas situações, são
significativas e poderiam inviabilizar o uso desses modelos em ferramentas de análises.
Outros aspectos importantes observados durante a construção do modelo de edifício são:
• Não existe um padrão para descrição e classificação das propriedades dos componentes de
construção. Cada aplicativo BIM utiliza um padrão próprio de classificação de
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REFERÊNCIAS
COELHO, S.; NOVAES, C. Modelagem de Informações para Construção (BIM) e ambientes colaborativos para
gestão de projetos na construção civil. In: WORKSHOP NACIONAL DE GESTAO DO PROCESSO DE
PROJETO NA CONSTRUCAO DE EDIFICIOS, 8., 2008, São Paulo.Anais...São Paulo: EP-USP, 2008. p.1-10.
EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. BIM Handbook: a Guide to Building Information
Modeling for Owners, Managers, Designers, Engineers, and Contractors. New Jersey:John Wiley & Sons,
2008.
HANDLER, L. Modeling Walls for Construction in Revit. BIMx, 10 dez. de 2006. Disponível em: <
http://bimx.blogspot.com/2006/10/modeling-walls-for-construction-in.html>. Acesso em 05 dez., 2008.
KHEMLANI, L. Top criteria for BIM solutions: AECbytes Survey Results. AECbytes, 10 de outubro de 2007.
Disponível em: <http://www.aecbytes.com/feature/2007/BIMSurveyReport.html>. Acesso em: 29 de outubro de
2008.
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Workshop Results, VTT, Finland, 2007. Disponível em: < www.coinsweb.nl/downloads/IFC
_2x3_Data_Exchange.doc> Acesso em: 27 de novembro de 2008.
KIVINIEMI, A.; TARANDI, V.; KARLSHØJ, J.; BELL, H.; KARUD, O. Review of the Development and
Implementation of IFC Compatible BIM. ERABUILD FUNDING ORGANIZATIONS, 2008.
KRYGIEL, E.; DEMCHAK, G.; DZAMBAZOVA, T. Introducing Revit Architecture 2008: BIM for
beginners. Indianopolis: Sybex, 2007.
ONUMA PLANNING SYSTEM (OPS). ONUMA, 16 fev. 2008. Disponível em :
<http://onuma.com/products/OnumaPlanningSystem.php>. Acesso em 25 out. 2008
TOBIN, J. Proto-Building: To BIM is to Build. AECbytes, 28 mai. 2008. Disponível em:
<http://www.aecbytes.com/buildingthefuture/2008/ProtoBuilding.html.> Acesso em: 3 out. 2008.
WONG, K. The Summer of BIM (Tech Trends Column). Cadalyst, 1 abr. 2008. Disponível em: <HTTP
://aec.cadalyst.com/aec/article/articleDetail.jsp?id=507889&pageID=1&sk=&date=>. Acesso em: 28 nov. 2008.
1º Congresso Português de Building Information Modelling
24 e 25 de novembro de 2016, Universidade do Minho, Guimarães
Resumo
As instalações das instituições de Ensino Superior, que no caso do ISCTE-IUL estão
concentradas num campus no centro de Lisboa, são usadas diariamente por vários milhares de
utentes, acolhem inúmeros eventos e o exercício próprio da instituição e requerem
investimentos constantes de manutenção, renovação e adaptação. Ao contrário de outros ativos
estratégicos a sua gestão é frequentemente suportada por instrumentos informais: folhas de
cálculo, documentação em papel e registos pessoais, tornando-se difícil controlar e planear
operações e custos globais de manutenção por equipamento ou sistema. Por outro lado, os
desenhos técnicos das instalações estão dispersos e não são fiéis à realidade construída, o que
também dificulta as operações de manutenção, modernização e estudo de cenários de melhoria.
Perante este cenário, o ISCTE-IUL montou uma equipa multidisciplinar, tendo-se definido uma
metodologia para o desenvolvimento de uma solução híbrida de gestão de edifícios e apoio ao
utilizador. A primeira etapa consiste na uniformização e verificação no terreno dos desenhos
dos projetos incluindo equipamentos fixos e móveis e redes, numa Base Digital de Desenhos
em 2D CAD. A segunda etapa consiste na migração desta informação para um modelo BIM,
mais completo e fácil de atualizar, principalmente no que diz respeito à extração de métricas.
Simultaneamente com estas duas tarefas é realizada a análise, levantamento e especificação de
requisitos de uma aplicação web que, interligada com o modelo BIM, irá registar intervenções
de manutenção programada e reativa, orçamentos, controlo de stocks de material de reparação
e restantes operações.
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1º Congresso Português de Building Information Modelling
24 e 25 de novembro de 2016, Universidade do Minho, Guimarães
1. Introdução
As ferramentas básicas para a gestão de instalações variam desde a coleção de folhas de cálculo,
desenhos e manuais de equipamentos em pastas e arquivos em papel ao know-how dos
funcionários sobre as instalações. Existem no mercado ferramentas informáticas que vão desde
a gestão de equipamentos e operações diárias (Computer Aided Facility Management - CAFM)
aos sistemas de gestão total de património incluindo arrendamentos, energia, hospitalidade ou
helpdesk (Integrated Workspace Management System - IWMS) [1], [3]. Estes sistemas agregam
informação atualizada, disponibilizam interfaces uniformes, perfis de utilizador com diferentes
níveis de acesso, conduzem os processos, disponibilizam ferramentas de reporting e ligam-se
aos departamentos financeiros, de compras, ou de património. Tal como acontece com qualquer
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2. Metodologia
2.1 A Equipa
Para responder à necessidade de modernização do funcionamento integrado das unidades do
ISCTE envolvidas na gestão do campus, montou-se uma equipa multidisciplinar composta por
técnicos de várias áreas. O grupo Digital Living Spaces (DLS) do Centro de Investigação em
Ciências da Informação, Tecnologias e Arquitetura (ISTAR-IUL) é um centro de investigação
nas áreas de Desenho Assistido por Computador e ferramentas digitais interativas, Realidade
Virtual e Aumentada aplicadas à Arquitetura e Construção ([4]–[7]). Ao Gabinete de
Desenvolvimento de Sistemas de Informação (GDSI) compete conceber e manter os sistemas
de informação bem como garantir a integração dos mesmos promovendo o aumento contínuo
da qualidade do ensino e investigação no ISCTE-IUL. Finalmente, e com papel fulcral, a
Unidade de Edifícios e Recursos (UER) é a unidade que faz a gestão dos edifícios e
infraestruturas do campus e tem procurado implementar sistemas que tornem esta gestão mais
eficiente.
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Apesar de estar ao corrente das soluções existentes no mercado para gestão de infraestruturas,
o ISCTE-IUL não as adotou devido à expectativa de difícil adequação aos sistemas em uso e
ainda aos custos de licenças e de atualização.
A equipa interna da UER sentia há vários anos a necessidade de basear a sua atividade em
melhor informação e num sistema de controlo de processos formal e baseado em ferramentas
que refletissem de forma atualizada o estado dos edifícios e sistemas associados. Nasceu assim
este projeto, em ligação com as restantes unidades da instituição como a Qualidade,
Comunicação, Serviços Académicos e de Apoio à Investigação.
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A BDD tem por base uma hierarquia de ficheiros CAD em quatro níveis e por edifício,
permitindo o trabalho simultâneo de diferentes utilizadores em matérias específicas. Para a
introdução de toda a informação de geometria e especialidades de forma codificada e uniforme
adotou-se a Norma EN ISO 13567 [9], facilitando também a filtragem de informação não só
enquanto se utiliza a base CAD, como também na relação com a aplicação web, e na
organização e visualização de desenhos produzidos para distribuição (formato PDF). À medida
que este trabalho foi avançando, os técnicos da UER foram solicitando não só desenhos, mas
também listas de quantidades, áreas, etc. Por outro lado, verificou-se que a representação de
equipamentos como mesas, cadeiras ou sanitários, através de blocos com atributos, era
insuficiente para listar a informação necessária e relacioná-la com outras aplicações. Tornou-
se evidente que se estava a “aumentar” a ferramenta CAD (Autocad 2016) para cumprir o papel
de um BIM, tendo-se então tomado a opção de terminar o levantamento da geometria em 2D
em algumas das especialidades, mas arrancar com o modelo BIM, substituindo-se gradualmente
os processos de trabalho. Não obstante, foi dada formação presencial e na plataforma interna
de e-learning e a BDD 2D é já usada internamente e diminui a necessidade de verificações no
terreno, facilita a comunicação e interação com fornecedores e disponibiliza alguns valores
fiáveis que servem de base às avaliações de desempenho de equipas de manutenção.
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Após a conclusão da BDD, a metodologia traçada (figura 2) começa pela revisão dos projetos
de arquitetura e restantes especialidades à lógica BIM, e extrusão da geometria elaborada em
2D para 3D, conforme ilustra a figura 3.
Figura 3: Vista dos modelos dos edifícios do campus ISCTE-IUL em diferentes estágios do
processo de modelação. Cada edifício é modelado separadamente sendo referenciado no
modelo global e inserido no modelo da envolvente urbana (não visível nesta figura).
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necessários para simular e projetar alterações nos espaços, calcular capacidades de ocupação e
alocação de equipamentos, entre outros.
Os principais usos do modelo BIM, dividido numa hierarquia de ficheiros de acordo com
especialidades e com os diversos edifícios, serão:
Visualização do campus para a comunicação institucional, sinalética, desenhos 2D,
aplicações de navegação, suporte aos projetos de intervenções no campus, sistemas de
realidade virtual e aumentada, entre outros;
Sincronização com informação sobre os espaços contida em diversos sistemas tal como
ocupação (funcionários, unidades de ensino e de investigação, espaços de estudo,
restauração, etc.), caraterísticas dos espaços (como tipo de iluminação, capacidade,
conforto, idade, ventilação);
Compilação, armazenamento e tratamento de informação referente aos equipamentos
mais relevantes, não só no que diz respeito à informação geométrica (características e
localização) mas também características como fabrico, fornecedor, ligação a manuais
de instruções, garantias, datas de manutenção, etc.
Geração de relatórios escritos e gráficos sobre a informação contida no modelo,
satisfazendo os requisitos regulares de várias unidades, mas também para apoiar a
tomada de decisão e o planeamento estratégico da instituição (figuras 4 e 5).
Uma das dificuldades práticas encontradas no processo de trabalho colaborativo em BIM, foi a
de permitir a vários utilizadores aceder e contribuir para o mesmo modelo e de forma síncrona.
Os testes feitos com pastas de rede, através de servidor interno do ISCTE-IUL, não se
traduziram nos resultados expetáveis, não sendo possível sincronizar ficheiros, locais e centrais,
devido a permissões de escrita definidas ao nível dos servidores, eventualmente devido à
estrutura complexa da rede do ISCTE. A solução atualmente em testes passa pela utilização de
pastas de rede que acedem diretamente à cloud da Microsoft (www.onedrive.com).
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Figura 5: Planta de espaços de acordo com as suas afetações: circulação, sala de aula,
gabinete, etc.
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Surge, portanto, a necessidade de fornecer uma aplicação que facilite a missão da UER
permitindo, por um lado, a correta gestão das equipas de intervenção na resposta a anomalias
comunicadas por terceiros (figura 6) ou na realização de tarefas inerentes ao plano preventivo
de manutenção e, por outro lado, que toda a informação associada (equipamentos, inventário)
fique organizada de forma a ser facilmente consultável e pesquisável.
No âmbito desta iniciativa está em curso a especificação funcional de uma aplicação de suporte
à atividade da UER enquanto ferramenta de acompanhamento e monitorização de atividades de
intervenção nos espaços e equipamentos do campus universitário. Pretende-se assim constituir
uma base de informação facilmente acessível e rastreável, que permita realizar diferentes tipos
de análise de dados e constituir indicadores de desempenho relacionados com a atividade da
UER.
A aplicação será desenvolvida segundo uma metodologia Web responsiva para permitir o
acesso e a manipulação da informação através de todo o tipo de dispositivos fixos e móveis. A
construção da aplicação irá culminar no desenvolvimento de um conjunto de funcionalidades
que permita cumprir os seguintes objetivos:
Constituição de histórico de ações realizadas sobre espaços, equipamentos e sistemas,
incluindo os custos com materiais, mão-de-obra e outros meios associados;
Avaliação de desempenho dos prestadores de ações interventivas e monitorização do
nível de satisfação dos utentes do campus face às intervenções realizadas;
Interligação com informação gráfica na BDD de modo a: promover a integração de
novos projetos; realizar o acompanhamento das respetivas obras; constituir inventário
de espaços, sistemas e equipamentos georreferenciados;
Realização de análises económicas ao ciclo de vida dos equipamentos (relação de custos
de investimento, operação, conservação, abate e oportunidade) e estimativa de custos
de exploração por espaço para imputação de custos em eventos ou atividades letivas
Integração com sistemas de gestão técnica centralizada para efeitos de monitorização e
minoração de consumos e horas de funcionamento de equipamentos;
Interligação com o modelo BIM para permitir o acesso fixo e móvel, através de
realidade virtual, a espaços e equipamentos e a contabilização rigorosa da duração das
ações realizadas sobre espaços, equipamentos e sistemas para reduzir o erro das
estimativas de custos com mão-de-obra associadas a essas ações.
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3. Trabalho Futuro
Para além do plano de trabalho exposto atrás, pretende-se expandir o sistema integrado em
diversas direções:
Integração com sensores existentes nos edifícios, nomeadamente leitores de cartões de
abertura de salas;
Ligação com sensores ambientais e de consumo de água e eletricidade e com sistemas
de Gestão Técnica de Edifícios;
Integração com sistema de gestão académica para representação de informação, tal
como histórico de utilização de espaços;
Disponibilização online de informação à comunidade interna e externa.
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Produção de modelos para navegação virtual pelo Campus com vista à promoção externa do
ISCTE-IUL e inclusão em quiosque digital para apoio aos utilizadores usuais e ocasionais com
informação sobre serviços, sua localização e navegação, horário, contactos, status, filas espera.
Finalmente, pretende-se com este trabalho receber a opinião e os contributos da comunidade
técnica e científica e, de futuro, transmitir o know-how ganho através de comunicações técnicas
e científicas regulares, prestação de serviços e produtos de ensino.
Referências
[1] K. O. Roper and R. P. Payant, The Facility Management Handbook, 4th ed. American
Management Association, 2014.
[2] B. Becerik-Gerber, F. Jazizadeh, N. Li, and G. Calis, “Application Areas and Data
Requirements for BIM-Enabled Facilities Management,” J. Constr. Eng. Manag., no.
March, pp. 431–442, 2012.
[3] E. Teicholz and IFMA Foundation, Technology for facility managers: the impact of
cutting-edge technology on facility management. Hoboken, New Jersey: John Wiley &
Sons, 2013.
[4] McGraw Hill Construction, “The Business Value of BIM for Owners,” 2014.
[5] GSA, “BIM Guide for Facility Management,” 2011.
[6] BIMForum, “Level of Development Specification,” 2015.
[7] R. G. Kreider and J. I. Messner, “The Uses of BIM: Classifying and Selecting BIM Uses
(v 0.9),” 2013.
[8] Brian Haines (FM:Systems), “The Benefits of Lifecycle BIM for Facility Management |
FM Systems,” 2016. [Online]. Available: https://fmsystems.com/blog/the-benefits-of-
lifecycle-bim-for-facility-management/. [Accessed: 02-Sep-2016].
[9] NP ISO 13567 - Documentação técnica de produtos. Organização e designação de
camadas (layers) em CAD. Parte 3: 2011.
[10] Chuck Eastman, Paul Teicholz, Rafael Sacks, and Kathleen Liston, BIM Handbook: a
guide to building information modeling for owners, managers, designers, engineers and
contractors, 2nd ed. John Wiley & Sons, 2011.
[11] Y. Wang, X. Wang, J. Wang, P. Yung, and G. Jun, “Engagement of Facilities
Management in Design Stage through BIM : Framework and a Case Study,” Adv. Civ.
Eng., vol. 2013, no. 189105, 2013.
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