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Teste de Avaliação de Português

12.º Ano – Ensino Profissional


Ano letivo 2023/2024

GRUPO I (Educação Literária)

Apresenta as tuas respostas de forma bem estruturada.

Lê atentamente o poema.

Uma flor de verde pinho

Eu podia chamar-te pátria minha


dar-te o mais lindo nome português
podia dar-te um nome de rainha
que este amor é de Pedro por Inês.

5 Mas não há forma não há verso não há leito


para este fogo amor para este rio.
Como dizer um coração fora do peito?
Meu amor transbordou. E eu sem navio.

Gostar de ti é um poema que não digo


10 que não há taça amor para este vinho
não há guitarra nem cantar de amigo
não há flor não há flor de verde pinho.

Não há barco nem trigo não há trevo


não há palavras para dizer esta canção.
15 Gostar de ti é um poema que não escrevo.
Que há um rio sem leito. E eu sem coração.

Manuel Alegre, 30 anos de poesia, Lisboa,


Dom Quixote, 2.ª edição, 1997, p. 34
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1. Indica a entidade a quem o sujeito poético se dirige.

2. Identifica a figura de estilo presente no verso 7 do poema e explicita o seu valor expressivo.

3. Comenta o verso 9, considerando a globalidade do poema.

4. Explicita o efeito expressivo da anáfora do advérbio de negação “não”, ao longo do poema,


relacionando-o com o estado de espírito do sujeito poético.

5. Transcreve três exemplos de pronomes pessoais presentes no poema, identificando a pessoa a qual
se referem.

GRUPO II (Leitura e Gramática)

Lê com atenção o texto que se segue e responde às questões que te são colocadas.

Uma alma só e melancólica da Antiga Shurima, Amumu, vagueia o mundo à procura de um amigo.
Amaldiçoado com um feitiço de magia ancestral, ele está condenado a ficar sozinho para todo o sempre,
pois o seu toque é mortífero e o seu afeto é a ruína. Aqueles que afirmam tê-lo visto, descrevem Amumu
como um cadáver ambulante, pequeno em estatura e enfeixado com ligaduras cor de linho. Amumu tem
5 inspirado mitos, folclore e lendas que são contadas recontadas por gerações sem fim. A sua magnitude é
tanta que é impossível distinguir se estes contos são verídicos ou mera ficção.

O Povo inteiro de Shurima concorda em certas coisas: o vento sopra sempre do lado oeste nas
manhãs; uma grávida numa lua nova é um sinal de mau presságio; os tesouros enterrados estão sempre
escondidos debaixo das pedras mais pesadas. Apenas não concorda sobre qual é o conto de Amumu.

10 Um destes contos é o que liga Amumu à primeira grande família governante de Shurima, que
sucumbiu a uma doença que corrompia a carne a uma velocidade estrondosa. O filho mais novo, Amumu,
foi colocado em quarentena nos seus aposentos e acabou por criar uma amizade com a criada que ouvia os
seus gritos através das paredes. Ela presenteava-o com as notícias do reino e as histórias dos poderes
místicos da sua avó.

15 Certa manhã, a criada trouxe-lhe a notícia de que o último irmão restante de Amumu havia falecido,
tornando-o, assim, no novo imperador de Shurima. Triste por ter de receber estas notícias sozinho, a criada
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destrancou a porta e correu na direção de Amumu. Ele abraçou-a, mas quando se apercebeu, deu um passo
para trás – ele havia condenando a sua amiga ao mesmo destino infeliz da sua família.

Após a morte da menina, a avó rogou uma praga ao jovem imperador, visto que para ela era Amumu
20 quem tinha assassinado a sua neta. A maldição fez com que Amumu ficasse preso no seu sofrimento, para
sempre vagueando o mundo sem ninguém a seu redor.

Adaptado e traduzido de: League of Legends, Champions,


https://universe.leagueoflegends.com/en_US/story/champion/amumu/

1. Este texto pode ser classificado como um:

(A) poema.
(B) conto.
(C) novela.
(D) romance.

2. Na linha 9, como se pode classificar o tipo de sujeito referente a “não concorda”:

(A) sujeito indeterminado.


(B) sujeito subentendido.
(C) sujeito composto.
(D) sujeito inexistente.

3. Na linha 16, o pronome pessoal em adjacência verbal “-o” refere-se:

(A) ao irmão falecido de Amumu.


(B) à criada.
(C) ao irmão vivo de Amumu.
(D) a Amumu.

4. A expressão “(…) a sua amiga” (l. 18) desempenha a função sintática de

(A) complemento oblíquo. (C) predicativo do sujeito.


(B) complemento direto. (D) complemento indireto.

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5. Classifica a oração “Após a morte da menina, a avó rogou uma praga ao jovem
imperador” (l. 19).

6. Reescreve a frase, substituindo a expressão sublinhada no pronome pessoal correto “Um


destes contos é o que liga Amumu à primeira grande família governante de Shurima” (l.
10).

Cotações

Item
Grupo
Cotação (em pontos)
1. 2. 3. 4. 5.
I 20 20 20 20 20 100
1. 2. 3. 4. 5. 6.
II 10 10 10 10 10 10 60

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GRUPO III (Escrita)

“As palavras são boas. As palavras são más. As palavras ofendem. As palavras pedem
desculpa. As palavras queimam. As palavras acariciam. As palavras são dadas,
trocadas, oferecidas, vendidas e inventadas. As palavras estão ausentes. Algumas
palavras sugam-nos, não nos largam: são como carraças, vêm nos livros, nos jornais,
nos slogans publicitários, nas legendas dos filmes, nas cartas e nos cartazes. As palavras
aconselham, sugerem, insinuam, ordenam, impõem, segregam, eliminam. São melífluas
ou azedas. O mundo gira sobre palavras lubrificantes com óleo de paciência. Os
cérebros estão cheios de palavras que vivem em boa paz com as suas contrárias e
inimigas. Por isso as pessoas fazem o contrário do que pensam, julgando pensar o que
fazem. Há muitas palavras.”

José Saramago, Deste mundo e do outro, Porto,


Porto Editora, 9.ª edição, 2018, p. 53

1. Partindo das palavras de José Saramago, redige um texto de opinião, com um mínimo de duze
ntas e um máximo de trezentas e cinquenta palavras, no qual defendas uma perspetiva pessoal
sobre o poder das palavras.

Cotações

Item
Grupo
Cotação (em pontos)

III Item único 40

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