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“Autopsicografia”

Poema teorizador do fingimento poético, cujo título significa a reflexão


sobre o seu estado psicológico, a sua alma no momento da escrita.
A obra nasce

Dor real (sentida) Dor intelectualizada (fingida)

Coração (sentimento / engano) Razão (intelecto)

Ponto de partida para a criação Criação / fingimento/ imaginação


artística

O que se sente é intraduzível e, ao tentar traduzir por palavras entendíveis,


adultera-se o sentimento; a nova realidade acaba por ser mais verdadeira do
que aquela que a originou.
“Isto”

Espécie de esclarecimento de dúvidas Explicitação do fingimento –


suscitadas pela afirmação “O poeta é reelaboração da dor sentida, filtrada
um fingidor” (Autopsicografia) pela imaginação

Fingimento Recusa do coração (sentimentos)

A dor sentida (“o que sonho ou passo”


“É como um terraço sobre outra coisa ainda”

Mundo sensível, terreno, das Mundo inteligível, superior


aparências

Sentimento e imperfeição
Intelectualização e perfeição

A escrita ocorre num momento posterior ao sentir, livre do “enleio”, ou seja, do


engano das sensações ou sentimentos, reservados ao leitor. Por isso, numa
espécie de desprezo pelo mediatismo sentimental, o poeta situa-se num plano
superior, porque o sentir é para o leitor.

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