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A dor de pensar
A lucidez de Pessoa, a sua obsessão de análise e a busca de respostas
provocam-lhe sofrimento e angústia. A tendência excessiva para a intelectualização
leva o poeta a ser incapaz de apenas sentir e, por isso, deseja ser inconsciente para
poder atingir a felicidade, cada vez mais utópica. Assim, debate-se sempre entre
consciência e inconsciência e, consequentemente, entre infelicidade e felicidade,
entre “sentir” e “pensar”.
Sonho e realidade
Pessoa, subjugado pelo poder do pensamento, vive uma inquietação constante na
procura da felicidade. A sua angústia existencial leva-o a procurar escapar da
realidade amarga através do sonho. No entanto, este surge como um projeto
falhado, que traz a desilusão.
A nostalgia da infância
Face à incapacidade de viver a vida, refugia-se numa infância mítica, uma idade de
inocência em que ainda não se pensa e, por isso, tudo é possível. Esta felicidade
que as crianças experimentam, devido à inconsciência das suas ações contrasta
com a infelicidade vivida pelo sujeito poético. O sonho e a infância são os únicos
momentos de felicidade para o autor, que vê neles o paraíso perdido.