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Mensagem

Roteiro de Trabalho I Educação Literária e Leitura I Oralidade

Grupo de trabalho: 3 elementos.

Recursos necessários
O trabalho de grupo incidirá sobre dois documentos: um poema da obra Mensagem (sorteado), de Fernando
Pessoa, e um outro documento selecionado pelos elementos do grupo (poema de um outro autor, tema musical /
canção ou notícia de imprensa).
O documento escolhido pelo grupo de trabalho deverá apresentar pontos de contacto com o poema de Mensagem
e permitir uma leitura / abordagem comparativa ou intertextual entre os dois documentos.
(*Obs.: os poemas objeto de análise encontram-se nas páginas seguintes.)

Critérios para a escolha segundo documento1:


- Pesquisa e seleção de um poema de um autor contemporâneo (séc. XX-XXI), português ou de língua
portuguesa, que apresente afinidades com o poema de Mensagem, ao nível temático, quanto à intenção ou
quanto ao estilo;
- Pesquisa e seleção de uma passagem de Os Lusíadas que apresente afinidades com o poema de Mensagem,
quanto ao assunto ou à intenção, e que permita uma abordagem intertextual;
- Pesquisa e seleção de um tema musical, cantado em português, que apresente afinidades com o poema de
Mensagem, quanto ao tema, à intenção ou ao estilo;
- Pesquisa e seleção de uma notícia de imprensa recente, que apresente afinidades com o poema de
Mensagem, quanto ao assunto, contexto ou outro aspeto considerado pertinente.
(1. Escolher uma das opções acima indicadas.)

Etapas do trabalho de grupo

A. Preparação da apresentação oral em trabalho de aula (2 tempos letivos), que deverá contemplar dois
momentos.

 Primeiro momento: apresentação e análise de um poema de Mensagem, tendo por base os seguintes tópicos
orientadores:

1 – Breve contextualização: informações sobre a figura, facto ou situação sobre o/a qual incide o poema;

2 – Assunto do poema e seu desenvolvimento;

3 – Justificação da localização do poema na estrutura de Mensagem;

4 – Estratégia de mitificação e/ou de exaltação / dimensão simbólica do(s) herói(s) / elementos simbólicos;

5 – Marcas épico-líricas presentes no poema (e respetiva exemplificação);

6 – Outros aspetos estético-formais marcantes e respetivo valor expressivo (2 ou 3 aspetos).

 Segundo momento: apresentação do documento escolhido pelo grupo; abordagem comparativa ou


intertextual entre os dois documentos

B. Apresentação oral do trabalho pelos 3 elementos do grupo (6 a 9 minutos)

A apresentação oral terá um limite máximo de 3 minutos por aluno.


O grupo deverá garantir que haja uma distribuição equilibrada do tempo de participação oral por aluno.
O documento escolhido deverá ser divulgado à turma durante a apresentação oral do trabalho.
(Referir obrigatoriamente o autor / intérprete, o título e a fonte do documento.)
Observações:
O guião da apresentação e o documento escolhido deverão ser enviados antecipadamente à professora.
Se o grupo optar por fazer um PowerPoint, este deverá servir apenas como recurso de apoio à apresentação
e ser enviado antecipadamente para o mail da professora.
Género textual da apresentação: exposição oral (com sequências argumentativas)

Critérios de avaliação
Aspetos de conteúdo [Avaliação do Grupo de Trabalho] – 20 valores
(Pertinência, qualidade, diversidade e correção das informações)

Domínio da Educação Literária – 12 valores


Informações – breve contextualização (figura, facto ou situação do poema);
Assunto do poema e seu desenvolvimento;
Justificação da localização do poema na estrutura de Mensagem;
Estratégia de mitificação e/ou de exaltação / dimensão simbólica do(s) herói(s) / elementos simbólicos;
Marcas épico-líricas presentes no poema (e respetiva exemplificação);
Outros aspetos estético-formais marcantes e respetivo valor expressivo (2 ou 3 aspetos).

Domínio da Leitura (Leitura de Imagem / Leitura comparativa) – 8 valores


Apresentação do documento escolhido pelo grupo;
Comparação ou abordagem intertextual das duas obras.

(OBS.: O decalque de documentos da internet ou de outros documentos implica a atribuição de zero pontos a todo o trabalho,
em todos os domínios.)

Oralidade [Avaliação Individual] – 20 valores


Respeito pelas marcas do género textual indicado (exposição, com sequências argumentativas)
Planificação / organização da apresentação / Estruturação discursiva e Coerência textual
Correção linguística e adequação do discurso (texto coeso, recurso a mecanismos de coesão diversificados e
corretos, propriedade e riqueza do vocabulário, registo de língua adequado, correção morfossintática)
Capacidade de comunicação / expressividade (clareza / naturalidade / ritmo / fluência / linguagem gestual…) e uso
adequado dos recursos utilizados2
Respeito pelos princípios do trabalho intelectual (Identificação das fontes utilizadas, cumprimento das normas de
citação e de referenciação bibliográfica; respeito pelo direito autoral) e originalidade / criatividade 2

(2. O decalque de documentos da internet ou de outros documentos implica a atribuição de zero pontos a todo o trabalho, em
todos os domínios.)

Outros aspetos a considerar (avaliação formativa): funcionamento e método do grupo de trabalho; participação,
empenho e colaboração dos elementos do grupo.
Brasão - II. Os Castelos
Quinto
D. Afonso Henriques
Pai, foste cavaleiro.
Hoje a vigília é nossa.
Dá-nos o exemplo inteiro
E a tua inteira força!

Dá, contra a hora em que, errada,


Novos infiéis vençam,
A bênção como espada,
A espada como bênção!

Brasão - III. As Quinas


Segunda
D. Fernando,
Infante de Portugal

Deu-me Deus o seu gládio porque eu faça


A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.

Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me


A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer grandeza são seu nome
Dentro em mim a vibrar.

E eu vou, e a luz do gládio erguido dá


Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois, venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.
Brasão - IV. A Coroa
Nun’Álvares Pereira
Que auréola te cerca?
É a espada que, volteando,
Faz que o ar alto perca
Seu azul negro e brando.

Mas que espada é que, erguida,


Faz esse halo no céu?
É Excalibur, a ungida,
Que o Rei Artur te deu.

‘Sperança consumada,
S. Portugal em ser,
Ergue a luz da tua espada
Para a estrada se ver!

Mar Português
III
Padrão

O esforço é grande e o homem é pequeno.


Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.

A alma é divina e a obra é imperfeita.


Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano


Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma


E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.
Mar Português
VII
Ocidente
Com duas mãos — o Ato e o Destino —
Desvendámos. No mesmo gesto, ao céu
Uma ergue o facho trémulo e divino
E a outra afasta o véu.

Fosse a hora que haver ou a que havia


A mão que ao Ocidente o véu rasgou,
Foi alma a Ciência e corpo a Ousadia
Da mão que desvendou.

Fosse Acaso, ou Vontade, ou Temporal


A mão que ergueu o facho que luziu,
Foi Deus a alma e o corpo Portugal
Da mão que o conduziu.

Mar Português
IX
Ascensão de Vasco da Gama

Os Deuses da tormenta e os gigantes da terra


Suspendem de repente o ódio da sua guerra
E pasmam. Pelo vale onde se ascende aos céus
Surge um silêncio, e vai, da névoa ondeando os véus,
Primeiro um movimento e depois um assombro.
Ladeiam-no, ao durar, os medos, ombro a ombro,
E ao longe o rastro ruge em nuvens e clarões.

Em baixo, onde a terra é, o pastor gela, e a flauta


Cai-lhe, e em êxtase vê, à luz de mil trovões,
O céu abrir o abismo à alma do Argonauta.
O Encoberto – I. Os Símbolos
Terceiro
O Desejado
Onde quer que, entre sombras e dizeres,
Jazas, remoto, sente-te sonhado,
E ergue-te do fundo de não-seres
Para teu novo fado!

Vem, Galaaz com pátria, erguer de novo,


Mas já no auge da suprema prova,
A alma penitente do teu povo
À Eucaristia Nova.

Mestre da Paz, ergue teu gládio ungido,


Excalibur do Fim, em jeito tal
Que sua Luz ao mundo dividido
Revele o Santo Gral!

Brasão - I. Os Campos
Segundo
O das Quinas

Os Deuses vendem quando dão.


Compra-se a glória com desgraça.
Ai dos felizes, porque são
Só o que passa!

Baste a quem baste o que lhe basta


O bastante de lhe bastar!
A vida é breve, a alma é vasta:
Ter é tardar.

Foi com desgraça e com vileza


Que Deus ao Cristo definiu:
Assim o opôs à Natureza
E Filho o ungiu.

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