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Português – 12º ano – Documentos informativos

Fernando Pessoa ortónimo


In Pinto, Elisa Costa et alii, Plural, Português 12.º ano, Lisboa Editora, pp. 152-153.
(…)

(…) Tanto nesta Parte I de Chuva Oblíqua como nas restantes, recria vivências que se
interseccionam com outras que, por sua vez, dão origem a novas combinações de
realidade/idealidade. E neste jogo dialéctico, o sujeito poético revela-se duplo, fragmentado, na
busca de sensações que lhe permitam antever a felicidade ansiada, mas inacessível.
In Moreira, Vasco, Pimenta, Hilário, Preparação para o exame nacional 2010 – Português 12.º, Porto Editora, pp. 15 - 20.
Características gerais da poesia de Fernando Pessoa ortónimo (quadro -síntese)

Linguagem, estilo e forma


Temas / Linhas temáticas
Nível fónico Linguagem e estilo Forma

 a intelectualização dos sentimentos Recursos que conferem  linguagem simples,  Formas poéticas varia-
e das emoções musicalidade aos poe- mas expressiva e/ou das, predominando as
mas sugestiva estrofes mais tradicio-
 a dor de pensar (a lucidez intelec-
nais e populares (qua-
tual e a dor de ser lúcido)  adjetivação expressi-
 versificação regular e dra, quintilha)
va
 o fingimento artístico (como tradicional
expressão da arte poética)  uso expressivo de mo-  Predomínio da regula-
 eufonia
dos e tempos verbais ridade métrica, rimática
 as dicotomias:  aliterações e assonân- e estrófica
- pensar / sentir; cias  uso frequente do pre-
- sinceridade / fingimento; sente do indicativo  Poemas paúlicos e
- consciência / inconsciência;  onomatopeias intersecionistas: os
 metáforas originais e
- real / ideal;
 utilização da rima e do inesperadas mais irregulares e
- querer / fazer; inovadores quanto à
ritmo poéticos
- esperança / desencanto.  comparações forma
 transporte ou encadea-
 a fragmentação/dispersão do “eu”,  imagens
mento de versos
a despersonalização
 uso de símbolos
 sobriedade rítmica e
 a introspeção e a autoanálise
musical  linguagem simbólica e
 a complexidade interior esotérica
 predomínio dos versos
 a angústia existencial curtos (métrica de  vocabulário simples,
cariz popular) por vezes prosaico
 a inquietação perante o enigma do
indecifrável do mundo e do ser (do  recurso às figuras de
“eu”) oposição (antíteses,
Nos poemas paúlicos e
 a solidão interior intersecionistas: oxímoros, paradoxos)

 o pessimismo, o tédio, a náusea, a  interrogações retóricas


 verso longo, com ritmo
sensação de “estagnação”  pontuação emotiva
interior
 a resignação, a abdicação, a desis- (frases exclamativas,
tência, a abulia, o cansaço, a fra-  verso livre, branco interrogativas, suspen-
queza da vontade (interseccionismo) sivas)

 a incapacidade de desfrutar plena-  uso frequente de fra-


mente da vida ses nominais

 a inadaptação social (que culmina  utilização de um dis-


no tédio e na angústia) curso argumentativo
(alguns poemas)
 a evocação nostálgica da infância
perdida  uso de frases axio-
máticas
 o sentimento de perda / a nostalgia
do “eu” (da identidade perdida) / a  associações inespera-
nostalgia de um bem perdido (tema das
da perda)  desvios sintáticos (por
 a transitoriedade da vida vezes)

 a ansiedade metafísica (consciência


dolorosa do mistério que enforma o
mundo sensível)
 o esoterismo, o ocultismo (como
fonte de explicação da realidade)
 a procura e a ânsia de um “além”,
de um ideal
 a evasão pelo sonho
 a interseção ou a (con)fusão entre
o real e o sonho, o exterior e o inte-
rior, o objetivo e o subjetivo
 o vago, o subtil, o inefável

(Ver ainda, no manual, o quadro informativo da página 50.)

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