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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO – UPE

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
DISCIPLINA: EDUCAÇÃO E SUSTENTABILIDADE
DOCENTE: MÁRCIA XAVIER

MARTA LUZIA BEZERRA DA SILVA

RESENHA CRÍTICA: FILME "WALL-E "

GARANHUNS, 2024
O filme “Wall-e”, uma obra cinematográfica produzida pela renomada Pixar
Animation Studios, lançado no ano de 2008, sob direção de Andrew Stanton. O
filme, que se destaca como uma animação inovadora, oferece não apenas uma
história envolvente, mas também uma análise crítica imensa de questões sociais
contemporâneas.
“Wall-e” emerge uma crítica incisiva e, por vezes, sombria, de nossa
sociedade contemporânea, mostrando falhas sistêmicas e comportamentos
autodestrutivos. Com uma visão futurista, o filme aborda questões cruciais
relacionadas à sustentabilidade, capitalismo, desperdício, e a preservação
ambiental, desencadeando um olhar crítico sobre o estado atual do mundo.
Uma das críticas mais agudas é direcionada ao capitalismo desenfreado,
retratado de forma não tão sutil na montanha de lixo que cobre a terra. A obsessão
pelo consumo e a busca incessante por lucro são representadas de maneira
obscura, ressaltando um planeta devastado e abandonado. O filme sugere que a
exploração desenfreada dos recursos naturais e a busca incessante pelo próximo
produto inovador alimentam a degradação ambiental social.
A figura de Wall-e, embora seja adorável, serve como um espelho de nossa
própria solidão causada pela dependência excessiva de dispositivos eletrônicos e. O
distanciamento social é exposto de maneira crua na representação da humanidade
na nave espacial Axiom, onde as relações humanas são substituídas por interações
virtuais e comodidades automatizadas. É uma crítica contundente à globalização e
ao modo como as tecnologias, quando mal administradas, podem levar a uma
desconexão devastadora.
O filme também lança luz sobre a sociedade do desperdício, destacando a
obsolescência programada, ou seja, quando um produto lançado no mercado se
torna inutilizável e o ciclo de produção e descarte. A montanha de lixo que cobre a
terra é uma alegoria dolorosa da sociedade contemporânea, que muitas vezes
prioriza o consumo impulsivo em detrimento da responsabilidade ambiental.
Ao abordar a preservação ambiental, “Wall-e” não se contenta em apenas
alertar sobre os perigos iminentes. Ele vai além desafiando diretamente a inércia da
sociedade, incitando-nos de maneira provocativa a reconsiderar não apenas
nossas práticas diárias, mas também buscar ativamente alternativas sustentáveis.
Ao fazê-lo, “Wall-e” atua como um catalisador para que cada indivíduo assuma a
responsabilidade pelo estado do planeta, incentivando uma reflexão profunda sobre
o nosso papel coletivo na preservação ambiental.
Assim, “Wall-e” não apenas transcende sua natureza como uma animação
encantadora, mas se revela como uma crítica contundente e destemida à nossa
maneira de viver. A obra não se contenta em apenas entreter, mas desafia
agressivamente a indiferença do espectador, instigando uma profunda reflexão
sobre as estruturas sistêmicas que alimentam a degradação ambiental e social em
nosso mundo contemporâneo.
Ao nos confrontar não apenas com uma narrativa envolvente, mas com uma
chamada à ação incisiva, “Wall-e” força-nos a questionar não apenas as práticas
individuais, mas também os sistemas e paradigmas que perpetuam a crise. A
abordagem audaciosa do filme convoca-nos a abandonar a passividade,
destacando a urgência inegável de uma mudança coletiva e consciente.
A mensagem programada por ele não é apenas clara, mas também inadiável:
a transformação é uma necessidade imediata. O filme adverte que, se não
tomarmos medidas decisivas, corremos o risco de nos tornarmos os protagonistas
de um mundo abandonado, retratando de maneira sombria o destino que nos
aguarda se não alterarmos drasticamente nossa trajetória. Em última análise,
“Wall-e” é um apelo inquietante à responsabilidade, empurrando-nos para além da
contemplação passiva em direção à ação iminente, na busca incansável por um
futuro mais sustentável.

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