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MÚSICA E INCLUSÃO

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Sumário
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3

A MÚSICA COMO ELEMENTO DE INCLUSÃO .................................................... 4


A MÚSICA ALÉM DE ARTE É EDUCAÇÃO ........................................................ 12
A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL ...................................... 13
UM OLHAR PARA O FUTURO ............................................................................ 17
A MÚSICA PARA SURDOS ................................................................................. 19
CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 20

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 21

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NOSSA HISTÓRIA

A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários,


em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo
serviços educacionais em nível superior.

A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de


conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua.
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de
publicação ou outras normas de comunicação.

A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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INTRODUÇÃO

A música tem papel importante na inclusão social entre as pessoas. Não é de hoje
que essa arte atua na transformação da vida de milhares de jovens no Brasil. Com as
oportunidades desiguais que encontramos em nossas periferias, a arte e a cultura
muitas vezes se tornam a única opção de saída de uma triste realidade que habita
nosso país.

Aos que enxergam esperança, a música é uma ferramenta essencial para o


desenvolvimento e educação do Brasil.

Ao longo dos anos o ensino de música nas escolas tem tido um papel meramente
recreativo, de preenchimento de tempo ou de apoio a atividades festivas dessas
instituições. Hoje com a institucionalização da Lei 11. 769 de 18 de agosto de 2008,
que institui a obrigatoriedade do ensino de música nas escolas da educação básica,
criam-se expectativas em torno do desenvolvimento desse ensino, que agora toma
ares de um ensino sistematizado e organizado como qualquer outra disciplina no
currículo escolar. A lei ao mesmo tempo em que contempla as escolas com a riqueza
que o ensino de música pode trazer com sua sistematização, preocupações quanto a
sua efetivação nas instituições, problemas e barreiras que discutiremos mais a frente.

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A MÚSICA COMO ELEMENTO DE INCLUSÃO

Durante décadas, a música esteve presente na escola em festas e momentos


culturais, muitas vezes sem objetivos sistematizados e sem qualquer ligação com o
dia-a-dia das salas de aula das crianças e jovens, e mesmo assim alcançava os
objetivos propostos pela escola. Hoje trabalhar com música em um ambiente escolar
requer acima de tudo íntima ligação com o trabalho de sala de aula, são muitas as
contribuições que o ensino de música pode trazer para o desenvolvimento cognitivo
da criança. Ao estabelecer o ensino de música nas escolas como requisito obrigatório
nos currículos escolares, o Brasil apresenta um amplo avanço no meio educacional,
tendo em vista que muitas instituições já assinalavam os sucessos obtidos com o
casamento música e ensino, apresentando como fruto avanços na aprendizagem,
Loreiro (2010, p. 24) afirma que “O ensino da música como disciplina inserida no
currículo da escola fundamental apresenta-se hoje como uma área de conhecimento
onde a diversidade de funções e a variedade de abordagens impede a construção de
uma prática educativa democrática, abrangente e formativa”.

Apesar de perceber contribuições positivas do ensino de música na escola, a autora


aponta algumas barreiras ainda a serem vencidas frente a essa nova realidade, e que
até a efetivação plena do ensino de música nas escolas, figurarão os contextos
escolares. A autora ainda acrescenta que:

Diante da realidade brasileira, a educação musical a nível de ensino fundamental não


apresenta uma característica própria, um direcionamento que lhe dê a identidade de
saber escolar, com possibilidades de acesso irrestrito à prática musical, onde se
articulam experiências adquiridas tanto fora quanto dentro do sistema escolar de
ensino. A educação musical requer novas propostas, novas possibilidades de
intervenção educativa, pois é nessa fase da escolaridade que se dá a formação e o
desenvolvimento de habilidades importantes para o desempenho futuro do indivíduo
(LOUREIRO, 2010, p. 24).

Trazendo a discussão para a temática da inclusão, podemos refletir sob o prisma de


que a educação inclusiva no Brasil, segue os mesmos passos que a educação
musical, talvez a passos mais lentos, uma vez que, envolve um contingente bem

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maior de indivíduos envolvidos e de que diferentemente da música além das barreiras
de percepção social e sistematização, muitas outras são impostas e expostas
consolidando-se talvez por caminhos diferentes, mas complementando-se em sua
sistemática de desenvolvimento que visa ao incluir, o pensar, planejar e efetivar
conjuntamente metas e objetivos.

Nessa perspectiva pretende-se investigar a influência da música no processo de


inclusão das escolas, verificando se a prática da educação musical pode trazer
contribuições concretas ao processo de ensino aprendizagem de crianças com ou
sem deficiência de modo promover entre estas um ambiente em que se sintam
verdadeiramente incluídas no ambiente escolar, e não apenas inseridas.

Nesse sentido é imprescindível perceber como as instituições escolares estão


recebendo essa determinação legal, na qual, pela lei 11. 769 de 18 de agosto de 2008
torna-se obrigatório o ensino de música nas escolas brasileiras. As instituições estão
preparadas? Os profissionais têm formação adequada? Há recursos e ferramentas
que viabilizem o trabalho com música? Muitas são as indagações, algumas com
possibilidades de resposta, outras a serem pensadas, refletidas e analisadas. Como
bem coloca Ropoli (2010, p. 10):

Um ensino para todos os alunos há que se distinguir pela sua qualidade. O desafio
de fazê-lo acontecer nas salas de aulas é uma tarefa a ser assumida por todos os
que compõem um sistema educacional. Um ensino de qualidade provém de iniciativas
que envolvem professores, gestores, especialistas, pais e alunos e outros
profissionais que compõem uma rede educacional em torno de uma proposta que é
comum a todas as escolas e que, ao mesmo tempo, é construída por cada uma delas,
segundo as suas peculiaridades.

A luz das ideias da autora, podemos entender que, para que o ensino de música se
efetive de fato, e com o nível de qualidade adequado no ensino, levará algum tempo.
A própria lei contempla em seu texto um prazo para sua total e real efetivação nas
unidades escolares. Contrapondo ao processo de desenvolvimento inclusivo numa
instituição, não pecamos em dizer que o ensino de música em seus primeiros anos
não estará de fato incluído na sistematização do ensino, estará apenas inserido na
grade curricular e sendo cumprido como manda as disposições legais, com

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profissionais que darão suas aulas da maneira que souberem, ou até onde o
compromisso e comprometimento com o aluno lhes permitir.

O fato é que muitas serão as contribuições que o ensino de música trará as nossas
escolas, aos nossos alunos, mas isso pensado ainda em um prazo mais estendido
que os três anos previsto na lei de implementação. Considerando que só a faculdade
de licenciatura em música dura em média quatro anos, sem contar com os dados de
que em nosso país não há cursos de licenciatura suficiente para suprir a demanda
requerida pelas escolas em apenas um grupo de concluintes.

Referindo sobre tais pontos inerentes a educação inclusiva no Brasil, também


podemos pensar em colhimento de resultados em longo prazo, pois a efetivação de
políticas públicas que de fato se programem e funcionem no sistema de ensino, ainda
caminha a passos lentos, isso para não dizer devagar quase parando.

De fato, muito tem crescido o número de alunos com algum tipo de deficiência
matriculados nas escolas regulares de ensino, no entanto deve-se pensar e avaliar
até que ponto, essas instituições - obrigadas a receber esse aluno – estão de fato
incluindo-os no processo de ensinagem e aprendizagem. Até que ponto essas
crianças e adolescentes, alguns até já jovens ou adultos inseridos em ambientes
infantis, estão de fato incluídos? Buscando respaldo nas discussões de Ropoli (2010,
p.9), percebemos que uma escola para se tornar um ambiente que de fato inclua,
deve no mínimo estar preparada para recebê-lo em suas bases arquitetônicas,
sociais, culturais e principalmente pedagógica.

A escola comum se torna inclusiva quando reconhece as diferenças dos alunos diante
do processo educativo e busca a participação e o progresso de todos, adotando novas
práticas pedagógicas. Não é fácil e imediata a adoção dessas novas práticas, pois
ela depende de mudanças que vão além da escola e da sala de aula. Para que essa
escola possa se concretizar, é patente a necessidade de atualização e
desenvolvimento de novos conceitos, assim como a redefinição e a aplicação de
alternativas e práticas pedagógicas e educacionais compatíveis com a inclusão.
(ROPOLI, 2010, p. 9).

A discussão da autora contempla amplamente a perspectiva real da inclusão e por


que não dizer, a do ensino de música nas escolas, tendo em vista que a música se

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apresenta como um elemento importante no processo de inclusão de um sujeito a
um determinado grupo ou situação de aprendizagem.

A música se configura como uma importante ferramenta no processo inclusivo, pois


assim como a inclusão, rompe com paradigmas e atitudes que sustentam e alimentam
a inércia das escolas e dos sujeitos nela contidos, contesta os sistemas educacionais
em seus fundamentos e bases estruturais, questiona, burla moldes e modelos, reflete
a fixação de padrões, as especificidades dos alunos, refuta a seletividade, produz e
pensa a construção de identidades e personalidades, e com isso modifica, faz a
inversão entre inserção e inclusão. Gil (2005) contempla a discussão de Ropoli (2010)
discutindo que:

Na Escola Inclusiva não existem classes especiais. Ou melhor, todas as classes e


todos os alunos são muito especiais para seu professor. E você sabe que isso é
verdade por experiência própria. Você sabe que o Joãozinho aprende uma palavra
muito melhor quando você faz um desenho na lousa. Que a Mariazinha entende mais
quando você canta uma música inventada para a aula de Ciências. Que o Pedro
entende melhor a tabuada quando você usa palitos de sorvete ou sementes. E por
isso, muitas vezes, você passa, de carteira em carteira, explicando a mesma coisa de
um jeito diferente para cada um deles (GIL. 2005, p. 18).

Nessa perspectiva o ensinar e o aprender música se entrelaça com o processo


inclusivo do aluno especial, ou de qualquer minoria adversa. Na busca de maneiras
e formas de pensar e sistematizar um ensino, que mais do que aprendizagem,
promova o aluno a uma formação cidadã e conceitual de mundo, processo que deve
ser uma constante no ensino de música, não estamos falando aqui da mera técnica
de se ensinar ou aprender um instrumento musical, mas sim, do desenvolvimento de
aptidões, da musicalização enquanto elemento de reflexão e libertação do homem.

É na busca constante, no descobrir e redescobrir formas e maneiras de como ensinar,


de como incluir um ou alguns, sem excluir os demais, que a música e a inclusão e
encontram, e uma pode oferecer elementos essenciais para que ambas venham a
contribuir significativamente para a formação humanizadora e equalizadora que a
educação deve promover ao sujeito.

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O movimento de estruturação da música como disciplina na grade curricular, apesar
de ser uma conquista nova, vem a muito tempo sendo foco de lutas e perspectivas
no meio educacional; mesmo se fala em relação as conquistas em relação a inclusão.
No Brasil e no mundo muitos são os documentos que embasam as conquistas hoje
obtidas na educação inclusiva.

A Educação Inclusiva não é uma moda passageira. Ela é o resultado de muitas


discussões, estudos teóricos e práticas que tiveram a participação e o apoio de
organizações de pessoas com deficiência e educadores, no Brasil e no mundo. Fruto
também de um contexto histórico em que se resgata a Educação como lugar do
exercício da cidadania e da garantia de direitos. Isto acontece quando se preconiza,
por meio da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948), uma sociedade mais
justa em que valores fundamentais são resgatados como a igualdade de direitos e o
combate a qualquer forma de discriminação. Percebeu-se que as escolas estavam
ferindo estes direitos, tendo em vista os altos índices de exclusão escolar; populações
mais pobres, pessoas com deficiência, dentre outros, estavam sendo, cada vez mais,
marginalizadas do processo educacional. A Declaração Mundial de Educação para
todos (1990), a Declaração de Salamanca (1994) e a Convenção Interamericana para
a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Pessoa Portadora de
Deficiência (1999) são alguns dos mais importantes documentos produzidos sobre
esse assunto. (GIL, 2005, p. 14-15).

Diante dos conceitos e pressupostos apresentados pela autora, percebe-se que são
muitas as fontes documentais que validam a necessidade de desenvolvimento de
uma educação que inclua, ao invés de só inserir, que receba e abrace a causa antes
mesmo de avaliá-la para não correr o risco de pecar no julgamento ou invalidá-la
antes mesmo de experimentá-la. É claro que todo processo de efetivação deve passar
sim por preceitos avaliativos, no entanto tanto na educação inclusiva como no ensino
de música, é preciso que isso se dê durante o processo de efetivação, em uma
construção reflexiva e dialógica, de como ver, perceber e entender, para a partir daí
traçar objetivos e metas condizentes com o que se objetiva conquistar com o ensino,
o que pressupõe a necessidade de um profissional pesquisador para o
desenvolvimento de uma prática intencional. Como bem coloca Freire (1996, p. 29):

Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses que-fazeres se


encontram um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando,

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reprocurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago.
Pesquiso para constatar, constatando intervenho, intervindo educo e me educo.
Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar ou anunciar a
novidade.

As palavras de Freire completam a ideia de casamento perfeito entre o ensino de


música e a implementação da educação inclusiva no contexto escolar. O autor não
tratar nenhum dos temas, mas ao destacar a necessidade de desenvolvimento de um
ensino em que a base seja a pesquisa, a busca constante; o questionamento e a
intervenção nos conduz a discussões que permeiam o mundo da música e as
discussões em torno da educação inclusiva, são temáticas que exigem muita
pesquisa e estudo para se efetivarem plenamente na educação.

A implementação da música no currículo escolar através da Lei 11.769 tem dividido


opiniões, dentre elas destacamos a opinião da Prof. Dra. Magali Oliveira Kleber
publicado na revista da Associação Brasileira de Educação Musical – ABEM:

O Brasil possui uma riqueza cultural e artística que precisa ser incorporada, de fato,
no seu projeto educacional. Isso só acontecerá se escola e espaços que trabalham
com educação começarem a valorizar e incorporar, também, conteúdos e formas
culturais presentes na diversidade da textura social. [...] Dessa forma, a Lei favorece
que se abra esse espaço tanto para uma discussão sobre o que se pode fazer para
melhorar a educação brasileira como, também, possibilita que se planeje essa
inserção no sistema educacional brasileiro. Isso está ligado ao exercício da cidadania
cultural, um direito de todo brasileiro e, a escola é, ainda, o único espaço garantido
constitucionalmente de acesso a toda a população. Nesse sentido é que as práticas
musicais se mostram como um fator potencialmente favorável para a transformação
social dos grupos e indivíduos. Poder contar com seus valores musicais no processo
pedagógico-musical pode se tornar um ponto significativo para um trabalho de
ampliação do status de “ser músico” ou de participar de um grupo musical (KLEBER,
2010. p.1 ABEM).

O que fica claro no comentário da pesquisadora é sua percepção sobre as


contribuições que a música pode trazer aos indivíduos em sua formação social e
pessoal. Trazendo o leque dessas contribuições para o universo da criança especial

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podemos acrescentar o grande trabalho de facilitadora dos mecanismos de
aprendizagem. Um ensino orientado e alicerçado numa base pedagógica lúdica,
prática e dinâmica facilita e muito o processo da aprendizagem de uma criança, se
ela é especial tais procedimentos se tornam indispensáveis, considerando que essa
criança já tem fatores internos e externos que interferem na maioria das vezes na sua
atenção, concentração, socialização dentre outros fatores.

A música como elemento de inclusão se configura como um grande aliado frente ao


trabalho educativo. A dinamicidade, o potencial socializador, a alegria e
movimentação muitas vezes involuntárias causadas pelo ritmo de uma música, a
torna uma ferramenta de grande relevância nas mãos de educadores e músicos que
trabalham com crianças.

Nessa perspectiva para que a música venha a oferecer suas contribuições ao meio
educacional, é necessário que o acesso a linguagem musical, não fique apenas no
papel como muitas leis brasileiras, se faz necessário que os educadores sejam
preparados para usar essa rica ferramenta em suas práticas, e mais que isso sejam
instigados a viver e desenvolver com seus alunos experiências musicais que
desenvolvam seus sentidos, estimule a sensibilidade, ampliando a comunicação entre
todos e de todos com o mundo.

A imagem abaixo ilustra alunos em aula de música, Escola Municipal Ensino


Fundamental

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(Fonte: revistaescolapublica.com.br (2015))

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A MÚSICA ALÉM DE ARTE É EDUCAÇÃO

Entre muitas proezas, a música tem uma característica incomparável: educar. Fazer
música envolve sentimento, inspiração, dom, mas principalmente muito estudo e
dedicação. Por esse motivo, tudo isso é um grande aprendizado e deve ser passado
aos jovens – em especial aos da favela como uma oportunidade que a escola não
consegue oferecer por si só.

Quando citamos o termo “inclusão social”, a primeira referência que vem à mente diz
respeito aos problemas de desigualdade em nossa sociedade. No entanto, o conceito
pode ser estendido a outros casos, como deficiências, pessoas com dificuldade de
aprendizado ou problemas psicológicos. O papel da música pode ser crucial para
facilitar a inclusão dessas pessoas em um grupo e, consequentemente, mudar a
forma de vida delas. Independentemente do caso, a música como inclusão social,
sempre vai agregar de alguma forma e nunca o contrário.

A música tem diversas funções e existem inúmeras formas eficazes de fazer dela uma
ferramenta infalível para a inclusão social de pessoas. Alguns exemplos mais
comuns:

Corais

Um coral pode ser formado por cantores de diferentes idades e perfis. Além de ser
uma excelente forma de aprendizado de canto, há todo um trabalho de controle e
integração social envolvido.

Orquestras

As orquestras permitem o acesso a instrumentos tanto eruditos quanto populares.


Envolvem aprimoramento técnico e artístico de jovens, e podem servir como base
para projetos individuais ou em grupos.

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Teoria musical

Esse bem cultural ainda está longe da realidade da grande maioria da população. Em
sua essência, trata-se da base da educação musical, independentemente do estilo a
ser praticado.

A música e a inclusão social são, indiscutivelmente, interligadas entre si. Todo


conhecimento deve ser visto como patrimônio cultural de cada pessoa e precisa ser
motivado entre os jovens. Vivemos em um país extremamente desigual, e ao mesmo
tempo incrivelmente criativo, com uma raiz musical inigualável. É tempo de mudança
e a música pode ser o caminho mais curto para tempos melhores no futuro.

A MÚSICA NO DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande
relevância na vida de uma criança despertando sensações diversas, tornando-se uma
das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e instigar a
memória das pessoas.

Sabendo que as aulas de educação artística, onde a música está inserida não tem
um papel de grande destaque no currículo escolar, uma vez que as disciplinas
seguem uma regra hierárquica, onde as que são tidas como as mais importantes para
o desenvolvimento escolar do aluno tem um enorme destaque e são tidas como as
demais necessidades para a vida escolar e social do aluno, enquanto as demais
disciplinas que estão presentes no currículo são levadas em “banho-maria” nas salas
de aula.

As aulas de educação artística há muito tempo vêm sendo relegadas ao segundo


plano, os alunos só se dedicam as atividades artísticas dentro da escola apenas
quando o professor ou a instituição tem atividades específicas ou projetos,
apresentações, amostras, recitais, encontros, etc.

Para as escolas ainda é mais importante que o aluno venha a ler e escrever com
maior rapidez para assim acompanhar os planos escolares e suas atividades diárias,
facilitando assim o trabalho de acompanhar as fases individuais dos alunos, que

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quase sempre não são respeitadas, pois estes alunos que não acompanham essa
norma (ler e escrever) no tempo determinado pelo sistema educacional são taxados
como lentos e necessitados de reforço em suas atividades.

No âmbito escolar a música tem por finalidade acrescer e facilitar a aprendizagem do


educando, pois instrui o indivíduo a ouvir de maneira afetiva e refletida. A educação
deve ser vista como um processo comum, permanente e progressivo, que precise de
diferentes formas de estudos para seus aperfeiçoamentos, pois em qualquer espaço
sempre haverá diferentes condições familiares, sociais, ambientais e afetivos.

A musicalização abraça aspectos importantes com propósitos educacionais, e é um


apetrecho que assessora o educador a cumprir bem o seu papel, visto que educar
exige doses de emoção, alegria, compromisso, além de trazer experiências que
enriquecem a relação entre professor e alunos.

O tema ainda fala da música como um importante papel na educação, não apenas
como estética, mas também como facilitadora do processo de ensino-aprendizagem
e como instrumento que tem um grande poder de tornar a escola um ambiente mais
receptivo e alegre que façam com que os alunos desejem estar neste ambiente e
dediquem-se ainda mais as suas atividades, pois estarão envolvidos emocionalmente
com todo o espaço, tanto físico quanto emocional da escola.

Em nossa tradição escolar, o ensino da educação artística ainda é considerado um


conhecimento supérfluo, muitas vezes vista como suporte para outras matérias. A
banalização da música no contexto escolar encontra-se presente devido ao uso da
mesma apenas como recreação, ignorando sua importância para o desenvolvimento
e riquezas culturais e sociais que a música proporciona para os indivíduos.

Quando o ensino de Artes (música, dança, teatro, pintura, etc.) passarem a ser tido
como uma matéria importante e complementar para a formação de um cidadão e
apresentar-se dentro do currículo escolar ou mesmo como forma interdisciplinar,
haverá uma ascensão favorável de aprendizado, levando em conta os aspectos
psicológicos e físicos dos alunos.

Vygotsky (2003) nos mostra que o ambiente externo interage diretamente no


desenvolvimento e aprendizagem das crianças, dessa maneira acredita-se que o

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contato das mesmas com a cultura que a rodeia seja um elemento fundamental para
o seu crescimento saudável.

A música tem um grande poder de interação e desde muito cedo adquire grande
relevância na vida de uma criança despertando sensações diversas, tornando-se uma
das formas de linguagem muito apreciada por facilitar a aprendizagem e instigar a
memória das pessoas.

Desde o nascimento que o ser humano mostra suas necessidades de comunicação,


interagir com a sociedade e meio envolvente. Essa necessidade se inicia no ventre
da sua mãe, onde é criada uma relação de afeto, estabelecendo formas de
comunicação entre a mãe e a criança, através de simples gestos.

Segundo Morris (1975, p. 235):

Tudo que é caracteristicamente humano depende da linguagem. O ser humano é, em


primeira instância, o animal falante. O discurso representa o mais essencial – mas
não o único – papel no desenvolvimento e na preservação da identidade humana e
de suas aberrações, assim como faz no desenvolvimento e na manutenção da
sociedade e de suas aberrações.

A cultura vem acompanhando as gerações e sua importância é incontestável. A


necessidade de comunicação ente os povos tornaram a música uma marca vital de
identificação de cada comunidade e sua cultura. Segundo Oliveira (1999, p. 42), “é a
necessidade de comunicação que impulsiona, inicialmente, o desenvolvimento da linguagem”.
A música é a forma de expressão artística, tanto no campo popular quanto no erudito.
As comunidades podem ser identificadas pela música que escutam.

Como podemos definir taxar ou estimar o gosto musical, a cultura, classe social, se a
criança não tem opção de aprofundar seu conhecimento nos diversos campos
culturais oferecidos pelas artes? A música proporciona uma forma de expressão e
contribui para buscar a identidade de um povo, mas, isso não quer dizer que se devem
privar o mergulho em outras culturas, pois a igualdade implica no direito de não haver
discriminação, sendo assim a escola tem obrigação de oferecer essa cartela de
opções a seus alunos.

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Charles Husband (1998, p. 139) afirma:

No reconhecimento de nossa individualidade está a possibilidade de assumirmos a


identidade da comunidade que fazemos parte, aquilo que nos une e nos solidariza.
Consequentemente, os direitos individuais não podem ser inteiramente usufruídos ou
garantidos, na ausência do respeito para com a dignidade, a integridade, a igualdade
e a liberdade daquelas comunidades com as quais nos identificamos, incluindo a
comunidade étnica a qual pertencemos. Na busca do reconhecimento de quaisquer
de nossas comunidades [...] nós devemos reconhecer reciprocamente a legitimidade
da existência e da integridade de outras comunidades, inclusive suas diferenças em
relação a nós.

No Brasil ainda temos pouco incentivo para pesquisas sobre educação musical
enquanto em outros países a música já é vista como obrigatória nas escolas. A
finalidade da inclusão da música na escola não é tanto transmitir uma técnica
particular, mas sim trazer para o aluno opções de expressão e linguagens que o
ajudarão a desenvolver o gosto pela cultura e assim futuramente expressar-se através
dela.

Dessa maneira, é possível afirmar que no Brasil já temos uma trajetória histórica,
educativa e cultural que nos permite uma reflexão crítica acerca de perspectivas e
caminhos concretos que possam subsidiar a inserção da educação musical nas
escolas.

Sabendo que as aulas de educação artística, onde a música está inserida, não tem
um papel de grande destaque no currículo escolar uma vez que as disciplinas seguem
uma regra hierárquica, onde as que são tidas como as mais importantes para o
desenvolvimento escolar do aluno tem um enorme destaque e são consideradas
como as de mais necessidade para a vida escolar e social do aluno, enquanto as
demais disciplinas que estão presentes no currículo são levadas em “banho-maria”
nas salas de aula como é o caso da disciplina de Artes.

As aulas de educação artística há muito tempo vêm sendo relegadas ao segundo


plano, os alunos só dedicam-se as atividades artísticas dentro da escola apenas
quando o professor ou a instituição tem atividades específicas ou projetos,

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apresentações, amostras, recitais, encontros, etc. Assim não sendo a arte fica sempre
em segundo plano.

Para as escolas ainda é mais importante que o aluno venha a ler e escrever com
maior rapidez para assim acompanhar os planos escolares e suas atividades diárias,
facilitando assim o trabalho de acompanhar as fases individuais dos alunos, que
quase sempre não são respeitadas, pois estes alunos que não acompanham essa
norma (ler e escrever) no tempo determinado pelo sistema educacional são taxados
como lentos e necessitados de reforço em suas atividades.

UM OLHAR PARA O FUTURO

A análise de idéias a respeito do ensino de Música, assim como as suas finalidades,


suas vantagens e sua relação com a escola moderna. A partir do século XX, estas
discussões se tornaram ainda mais intensas e, consequentemente o ensino de
música conseguiu cada vez mais espaço dentro dos currículos escolares brasileiros.
Promovem benefícios, que através da música podemos sensibilizar o educando,
desenvolvendo a percepção de mundo, enfim, o fazer criativo.

A educação musical auxilia todo o processo de formação do ser humano, e pesquisas


científicas comprovam que crianças, jovens e adultos que estudam algum instrumento
musical têm melhor desempenho na aprendizagem escolar.

A cultura é o fundamento, que alicerça e identifica um povo e aprendendo sobre nossa


cultura estamos valorizando nosso país. A música é um fenômeno global e não há
cultura sem música, por isso seu papel é tão importante, quanto conhecer e preservar
nossas tradições musicais, é também conhecer a produção musical de outros povos
e culturas e, de modo, explorar, criar e ampliar os caminhos e os recursos para o fazer
musical. Como umas das formas de representação simbólica do mundo, a música,
em sua diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro,
próximo ou distante. Mais do que uma disciplina, o ensino musical é uma expressão
de vida.

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A música é uma das competências a serem desenvolvidas na infância, e, como
sabemos, outra importante trajetória se completa quando a criança adquire a
habilidade de ler e escrever.

Todavia, a educação musical infantil no Brasil ainda caminha lentamente, ela precisa
ser constituída, e seus principais objetivos não podem se resumir a auxiliar no
aperfeiçoamento dos alunos em outras áreas de conhecimento, fazer porque cada
criança tem o direito de desenvolver sistematicamente suas habilidades musicais,
precisa ser valorizada como conhecimento artístico e acadêmico valorizada por si
mesma.

A nova legislação abre múltiplas possibilidades para que a atividade musical encontre
o seu espaço na educação básica. Entretanto, é preciso mencionar que “a lei em si
não é capaz de modificar o cenário da educação escolar” (Martinez, 2012, p. 20), pois
inúmeros fatores que influenciam esse processo, como a organização das diferentes
secretarias de educação e dos diversos estabelecimentos de ensino, além da
formação e atuação do professor.

(Fonte ferraristudio.blogspot.com (2010))

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A MÚSICA PARA SURDOS

Se você é ouvinte, deve estar pensando: como assim, música para surdos?! Se você
for surdo, deve saber exatamente do que nós estamos falando. Não só a música,
como todas as artes podem (e deveriam!) ser acessíveis para todos que queiram
apreciá-las. Para os surdos, a música pode ser sentida de dois jeitos diferentes: ou
por meio das vibrações ou com um interprete de Libras.

Os surdos conseguem sentir a música, literalmente, vibrando por todo o seu corpo.
Geralmente, para os ouvintes, o som (que é uma onda, que vibra o ar) vibra os ossos
e membranas dos ouvidos e essa vibração é decodificada pelo cérebro como sons.
Quando você é surdo, você recebe essas mesmas vibrações, mas geralmente, existe
algum problema nessa comunicação com o cérebro e o surdo acaba não
reconhecendo as vibrações como sons. O que não significa que eles não sentem a
música, aliás, eles acabam sendo até mais sensíveis a elas do que os ouvintes. É
isso que permite iniciativas super legais como o Samba com as Mãos, no qual a
Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida de São Paulo
leva surdos para assistirem ao Carnaval Paulistano e sentir a vibração da bateria, ou
como a Banda do Silêncio, composta apenas por crianças surdas tocando
instrumentos.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Considerando que a educação genuína é aquela que conduz o homem a pensar,


refletir e analisar o mundo a sua volta, podemos entender que um processo educativo
que promova todas essas capacidades deve ser muito bem planejado e embasado
teoricamente e metodologicamente. Considerando a música como uma ferramenta
metodológica rica em diversidade, cultura, movimento, arte e teatralidade, podemos
apontá-la como um genuíno mecanismo de ensino- aprendizagem e como tal deve
ser pensado e planejado antes de colocado em prática, o “achismo” sobre as
possíveis contribuições da música ao ensino vem de muito tempo, mas suas reais
contribuições só se formalização a partir de trabalhos planejados e orientados a luz
dos conhecimentos didático-pedagógicos.

É no casamento perfeito desses dois polos do conhecimento que reside o real sentido
de se usar a música, mais do que como um elemento socializador ou inclusivo na
educação; a música quando integralizada a prática pedagógica de um docente deve
assumir um papel de fomentadora de potenciais, instrumentalizadora de capacidades
e mais ainda de pontecializadora de sonhos, de alegrias de vontade de aprender
brincando, cantando, dançando. Não é fácil, se fosse fácil não seria foco de tantas
discussões e não geraria tanta divergência, não quanto aos seus resultados, mas
(algumas vezes) quanto ao seu uso, de forma impróprio e indevida para tapar buracos
em práticas pedagógicas não planejadas, sem objetivos ou metas para com o ensino,
e acima de tudo sem compromisso com a aprendizagem dos educandos. É
necessário entender que educar não é apenas ensinar regras ou conteúdos
gramaticais matemáticos, etc.

O verdadeiro educador sabe que educar é acreditar e investir em sonhos, é ainda


mais que isso, é acreditar e investir em sonhos alheios, por vezes até utópicos, mas
sonhos, que devem ser tratados como reais, imagináveis, possíveis e necessários de
serem sonhados. Investir na educação musical é ter o compromisso firmado naqueles
que nos fazem existir como educadores, a responsabilidade uma vez assumida como
educador, deve ser mantida e alimentada dia-a-dia, por cada um que se diz educador.

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REFERÊNCIAS

https://www.sabra.org.br/site/importancia-da-musica-na-inclusao-social/

http://www.editorarealize.com.br/revistas/setepe/trabalhos/Modalidade_1datahora_3
0_09_2014_10_21_08_idinscrito_980_c8aaea6e0455e75391f1d72dccc5c5a6.pdf

http://blog.handtalk.me/musica-para-surdos/

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-contribuicao-da-musica-
para-desenvolvimento-e-aprendizagem-da-crianca.htm

https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-importancia-musica-na-
educacao-infantil.htm

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