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Realismo

“Natureza-Morta” - Giorgio Morandi, 1946.

• O artista pintou ao logo


de sua vida natureza-
morta ( grupo de garrafas,
jarros e objetos
domésticos humildes).
• Suas obras evocam calma
e paz interior.
• Representa objetos
cotidianos e vulgares
imbuídos do mais
profundo mistério.
Realismo nos Estados Unidos
• Na primeira metade do
século XX, nos Estados
Unidos, prevaleceu a
estética realista.
• Nesse período os
pintores norte
americanos retratavam
o cotidiano das
camadas médias
urbanas e seus valores
morais e provincianos.
Edward Hopper
• O pintor retratou a
solidão, o individualismo,
os amplos espaços,
tensão e a decadência da
sociedade norte-
americana ( como a
violência juvenil, morte,
por exemplo, temas
pouco abordados).
• Imagens imóveis precisas
de desolação.
• Mundo a sua volta vazio.
• Deu forma visual a
solidão.
Realismo Mágico
• Com a chegada dos artistas
europeus os conceitos
foram mudando.
• Apareceram temáticas mais
abstratas.
• Georgia O’Keeffe, criou o
realismo mágico:
• Misturou realismo e
surrealismo.
• Suas obras apresentam
imagens de flores, ossos e
as paisagens desérticas do
Texas.
• Ex: “Jack-in-the-Pulpit No.
IV”, 1930 (pintura ao lado).
Pós-modernidade,
Vanguarda e
Arte Contemporânea
Vanguarda e Pós-modernidade
• A arte moderna, iniciada com os movimentos e
manifestos no começo do século XX.
• É um ruptura com o passado, uma revolta ante o
convencionalismo na arte.
• Contra regras antigas e castradoras, o novo foi
apresentado com liberdade e experimentação.
• Havia a necessidade de destruição da estética tradicional,
que impunha a representação realista e naturalista e
acadêmica.
• Para a arte acadêmica, que durou do renascimento até
fins do século XIX, a arte deveria ser uma ilusão uma
mímese do real.
• As vanguardas modernistas (futurismo, cubismo,
expressionismo...) significaram a quebra do universo
racional e conceberam a arte do seu tempo.
• Nesse universo, a representação realista (imitativa e
ilusionista) supunham que a literatura ou a pintura
espelhavam ponto por ponto o real.
• Mas os artistas da sociedade industrial, com o
automóvel, o avião, a eletricidade, os conflitos
sociais, a descoberta do inconsciente, questionaram e
se rebelaram contra o circuito tradicional da arte.
Anos 50 : Expressionismo Abstrato
Pós-guerra
• O período do pós-guerra
foi caracterizado pela
mudança de centro.
• Pela primeira vez o
debate artístico
abandona a Europa, e
migra para os Estados
Unidos.
• Os anos, posteriores ao
fim da Segunda Guerra
Mundial, presenciaram “Número 1 (Névoa lavanda mist)”, Jackson Pollock, 1950
uma forte onda abstrata.
“Number 1, (Lavender Mist)”, de Jackson Pollock, 1950
“Ritmo de Outono - número 30”, de Jackson Pollock, 1950.
Esmaltado sobre tela. 266.7 x 525.8 cm
• Pertenceu a Escola de Nova York.
• Pintura gestual geralmente realizado em grandes painéis de
lona crua que são posteriormente esticados em chassis de
telas.
• Foi influenciado pelos artistas do Muralismo Mexicano.
• Sua técnica de pintura é classificada como “dripping”
(gotejamento sobre a tela numa espécie de “balé onírico”).
• Tinha predileção por textos filosóficos e psicanalíticos.
• Se inspirava na música jazz (bebop) e zen-budismo.
• Valorizava cultura ancestral e indígena.
• Suas pinturas apresentam sensações pictóricas imediatas.
• Linguagem é existencial como pessoa e artista numa identificação de
livre criação.
• Negava a visão moderna onde “tudo” é projetado.
• Pollock criou a união entre o automatismo surrealista,
abstração informal de Kandinsky e intensidade emocional
do expressionismo.
• Desenvolveu uma técnica conhecida como pintura de
ação.
• Feita com rápidos respingos sobre a tela de maneira
espontânea, sem preparar esboços.
• Quando, Pollock abandou o cavalete e colocou a tela no
chão, passando a pingar e gotejar a tinta sobre a
superfície, seu automatismo criativo se aproximou da
dança e da performance.
• Subversão física relativa ao ato de pintar.
• Registrava assim a ação do pintor no momento em que
aplicava a tinta na superfície da tela.
• Trabalhava com tintas industriais (esmaltes e tintas automotivas).
• Usava vários materiais como pinceis.
• Cores do outono: preto, marrom, branco e turquesa.
• O emaranhado de linhas demonstram as contradições emocionais do artista, com
áreas cheias e vazias, o claro e o escuro, linhas finas e grossas, regiões mais levas e
vazadas e outras mais cheias...
Pintura em campos de cor
Pintura em campos de cor
• A ação do pintor sede lugar
a contemplação.
• Os campos de cores são
luminosos e translúcidos.
• Neste momento a dança
performática da pintura de
ação é substituída por um
senso de psíquico de energia
contemplativa, de grandes
planos de cor com molduras
emocionais.

“Sem título (violeta, preto, laranja, amarelo sobre branco e


vermelho)”, Mark Rothko, 1949.
Minimalismo
• A partir dos anos 60, vários
escultores desenvolveram uma
consciência da “liberalidade”
dos objetos e materiais.
• Uso de técnicas e materiais de
produção industrial na criação
da arte.
• As obras de arte minimalista são
constituídas por formas
geométricas como cubos,
repetidos de forma padronizada.
• Muitos artistas do movimento
defendem a ideia que fazem
estruturas e não esculturas.
• Valorizam os materiais
“Sem título”, Dan Flavin, 1981 industriais em estruturas feitas
em grande escala.
• Os minimalistas
compartilhavam com as
teorias neoplasticistas a
crença em que uma obra de
arte deve ser
completamente concebida
pela mente antes de sua
execução.
• A arte era uma força pela
qual a mente podia impor
sua ordem racional às
coisas, mas a única coisa
que a arte, em definitivo,
não era, de acordo com o
Minimalismo, era
expressão. Donald Judd, "15 untitled works in concrete"
1980-1984
• Uma arte racional, objetiva
e fria.
“Sem título”, Donald Judd, 1971
“Untitled (100 caixas de alumínio dispostas num hangar)” Donald Judd, 1982-86
“Sem título”, Robert Morris, 1965.
“Questão de tempo”, Richard Serra, 1994–2005
OP Arte
• Foi um tipo de arte
abstrata que explorou os
efeitos óticos, as
repetições rítmicas e os
motivos gráficos
geométricos.
• Explorou a expansão a
contração de espaço
usando composições que
lembram grades em
sobreposições de branco
e preto ou cores das mais
variadas.
• A ilusão óptica criou uma
impressão de movimento
“Vega-Nor”, Victor Vasarely, 1969 na pintura.
Vega III, Victor Vasarely, 1957-59
« Unités plastiques », Victor Vasarely, 1958
“Renault logo”, Victor Vasarely
1972
“Zebras”, Victor Vasarely, 1937
“Ponto de Encontro”, de Mary Vieira,
1967
• Mary Vieira (1927-2001),
artista influenciada pelo
Construtivismo.
• Entendia a arte como
exercício da liberdade poética.
• Escultora e professora.
• Cursou desenho e pintura
com Guignard (1896 - 1962)
na Escola de Belas Artes de
Belo Horizonte, em 1944.
• Estudou escultura com Franz
Weissmann (1911 - 2005) e
com Amilcar de Castro (1920 -
2002).
• Lecionou a partir de 1966 na
Escola Superior de Arte em
Técnicas de Planejamento
Gráfico e Desenho Industrial,
na Universidade da Basiléia na
Suíça.
Mary Vieira com Max Bill, na Escola de Ulm, junho de 1954
• Em 1949, produz os primeiros
Polivolumes.
• Estruturas de caráter abstrato-
geométrico.
• Combina nessas estruturas uma
parte sólida com segmentos
móveis como placas ou círculos
concêntricos que giram em torno
de um eixo fixo.
• As estruturas apresentam
múltiplas configurações ao serem
manuseadas pelo observador.
• A obra permite inúmeras
possibilidades plásticas contidas
em uma só forma.

“Polivolume: Côncavo e
Convexo”, 1948
Alumínio anodizado
200,00 cm x 35,00 cm
• São obras de grande porte, de aço ou alumínio, realizadas com uma técnica
apurada.
• Nos Polivolumes, Mary Vieira explora ideias de contenção e movimento.

“Polivolume: Superfície Multidesenvolvível”, 1948. Alumínio anodizado, 56,00 cm x 10,40 cm


• Placa quadrada de
alumínio, na qual são
recortados vários
círculos concêntricos,
que estão ligados a um
eixo vertical e podem
ser movimentados
pelo espectador.

“Polivolume: Disco Plástico, Ideia


para uma Progressão Serial”,
1953/1962. Alumínio anodizado
36,60 cm x 36,60 cm
“Luz-Espaço: Tempo de um Movimento”, 1953
Alumínio anodizado e madeira
Coleção Museu de Arte Moderna de São Paulo (SP)
“Polivolume: Conexão
Livre - Homenagem a
Pedro de Toledo”, 1953
Lâminas de aço inox e
alumínio em forma
cilíndrica
480,00 cm x 75,00 cm
“Ponto de Encontro”, de Mary Vieira, 1967
• Essa escultura de
1969/1970 é
abstrata-geométrica
• Combinação sólida
com segmentos
móveis.
• Polivolume de
alumínio de
configuração
variáveis.
• 230 placa de alumínio
móveis ao redor de
um eixo central (160
x 100).
• Mais blocos de
mármore.
• Essas peças assumem
múltiplas configurações
distintas ao serem
manuseadas pelo observador,
que deixa de ser passivo.
• Possibilita inúmeras
composições plásticas
derivadas de uma só forma.
• Com os blocos de mármore o
espaço permite a convivência
social.
• Proporciona experiências
lúdicas relativas ao espaço e
tempo, já que explora os
conceitos de movimento.
• A artista de relaciona com o
construtivismo e a arte
cinética.
Anos 60,70 e 80
O Surgimento da arte Pop
• Em meados dos anos 50, a revolta modernista
esgotou seu impulso criador. A interpretação
individual, o hermetismo, os escândalos começaram
a soar ocos ante a sociedade de massa.
• Foi contra o subjetivismo e o hermetismo modernos
que surgiu a arte Pop, primeira bomba pós-moderna.
Convertida em antiarte, a arte abandona museus,
galerias e teatros e é lançada nas ruas com outra
linguagem, assimilável pelo público: os signos e
objetos de massa.
“O que, exatamente, torna
os lares de hoje tão
diferentes, tão atraentes?”,
Richard Hamilton.
Colagem, 1956.
Pop Arte
• A pop surgiu no final dos
anos 50.
• Esses artistas construía as
suas obras com figuras
recortadas de revistas,
principalmente os
anúncios publicitários.
• Ao mesmo tempo, que
satirizava a sociedade de
consumo, colocava a
sedução e uma beleza
nova encontrada nos
produtos de consumo.
“Lata se sopa Campbell’s em quatro cores”
Andy Warhol, 1965, (serigrafia).
• Logo, os jovens artistas que
rejeitavam o expressionismo
abstrato, pois acreditavam que
este perdera o contato com a
realidade da vida
contemporânea, passaram a
criar suas obras inspirados na
cultura de massa.
• A Arte pop usa as imagens da
mídia de massa, da publicidade s
da cultura popular,
apresentando o objeto cotidiano
como arte.
• São imagens populares e “Blam”, Roy Lichtenstein, 1963.

efêmeras, muitas vezes


dispensáveis, divertidas, baratas
e reproduzidas em larga escala.
• Fácil assimilação.
• Os artistas procuram
estabelecer a relação
entre arte e consumo.
• Trabalhavam com
serigrafia, um tipo de
impressão que quando a
tinta passa por áreas
vazas de uma tela
recortado cria um “Brilho Box”, Andy Warhol, 1964.
desenho original.
Robert Rauschenberg (1925-2008)
• ASSEMBLAGEM ou
ASSEMBLAGE: TERMO
CUNHADO NA DÉCADA DE 50
POR JEAN DUBUFFET.
• DENOTATIVO DE OBRAS DE
ARTE ELABORADAS A PARTIR
DE FRAGMENTOS DE
MATERIAIS NATURAIS OU
FABRICADOS, COMO O LIXO
DOMÉSTICO.
• O TERMO É GERALMENTE
EMPREGADO SEM QUALQUER
PRECISÃO E JÁ FOI USADO
PARA DEFINIR DESDE A
FOTOMONTAGEM ATÉ
INSTALAÇÕES EM GERAL.

Rectroactivo II,
Robert Rauschenberg, 1964
• AS COISAS NÃO SÃO ENCONTRADAS PELO ARTISTA.
• SÃO SALVAS DA CONDIÇÃO DE RESTOS.
• CRIOU PINTURAS QUE CHAMOU DE “COMBINADOS”
(COMBINES).
• INSERÇÃO DE COISAS DE VERDADE: ANIMAIS
EMPALHADOS, RECORTES DE REVISTAS, REPRODUÇÕES
DE ARTE...
• SENTIDO TRÁGICO: DENÚNCIA DA INUTILIDADE DO
SER ARTISTA.
• DA IMPOSSIBILIDADE DA ARTE NUMA SOCIEDADE
ONDE A ARTE JÁ NÃO PODE TER NENHUM
SIGNIFICADO.
• SÓ CONHECE APENAS O PRESENTE.
• O ESPAÇO USADO NÃO SE REFERE AO IMAGINÁRIO.
• É VAZIO E DISPONÍVEL PARA RETER COISAS ( CAMPO
MAGNÉTICO).

“Odalisca”, Robert Rauschenberg, 1955


“Mercado Negro”, Robert Rauschenberg, 1961

“Coca-Cola Plan”, Robert


Rauschenberg, 1958
Combine: grafite sobre
papel, óleo em três
garrafas de Coca-Cola,
esfera de corrimão de
madeira e asas de metal
fundido em estrutura de
“Mercúrio Zero Glut”, Robert Rauschenberg 1987. madeira
Assemblage de metal
“Canyon”, Robert Rauschenberg, 1959
Pop Arte,
ou Novo Realismo
ou Nova Figuração no Brasil
“Concurso de Miss”, Rubens Gerchman, 1965.
Acrílica sobre tela, 140,00 cm x 280,00 cm. Coleção Gilberto Chateaubriand - MAM RJ
“A Bela Lindoneia”,
Rubens Gerchman, 1966.
Acrílica, vidro bisotê e
colagem sobre madeira,
90,00 cm x 90,00 cm
Coleção Gilberto
Chateaubriand - MAM RJ
“Carnê Fartura”, Rubens Gerchman, 1966
Acrílica sobre tela
200,00 cm x 100,00 cm
• Claudio José Tozzi (São Paulo,
1944) é artista plástico,
fotógrafo, arquiteto e
professor.
• Mestre em arquitetura pela
Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo da Universidade
de São Paulo (FAU/USP).
• Foi influenciado pela da arte
pop, pelo uso de imagens
retiradas dos meios de
comunicação de massa (como
cinema, música e histórias
em quadrinhos)
• Seus temas são políticos e
urbanos.
• Utilizou com frequência a
serigrafia.
“Usa e Abusa”, Cláudio Tozzi, 1966. Tinta em massa e acrílica sobre madeira, 33 x 52 cm
• Iniciou a carreira como artista
gráfico.
• Venceu o concurso de cartazes
para o 11º Salão Paulista de Arte
Moderna, ocorrido em 1962.
• Em 1967, seu painel “Guevara
Vivo ou Morto”, exposto no Salão
Nacional de Arte
Contemporânea, foi destruído a
machadadas por um grupo
radical de extrema direita.
• Em 1969 Tozzi viaja a estudos
para a Europa.
• Posteriormente, a sua viagem a
Europa, seus trabalhos revelam
uma maior preocupação com a
elaboração formal e abstrata. “A Prisão”, Claudio Tozzi, 1968
Tinta em massa sobre hardboard (chapa de fibra de alta densidade)
200,00 cm x 200,00 cm
“Multidão”, Cláudio Tozzi,
1968. Liquitex sobre
placa. 148 x 138 cm
• Utilizou símbolos da
sociedade de consumo,
que aparecem como
imagens ou objetos.
• Nas suas obras
encontramos sinais de
trânsito, bandeiras,
letreiros, peças
publicitárias e histórias
em quadrinhos, retira-os
de seu contexto e atribui-
lhes novos sentidos. “Bandido da Luz Vermelha”, Claudio Tozzi, 1967.
Liquitex sobre hardboard
95,00 cm x 95,00 cm
• Foi influenciado pelo
pensamento dos
arquitetos marxistas
Sérgio Ferro (1938), Flávio
Império (1935-1985) e
Maurício Nogueira Lima
(1930-1999), em cujas
obras se percebe a
convergência entre os
cartazes soviéticos, as
vertentes construtivas e o
vocabulário pop com
“Astronauta”, Claudio Tozzi, 1969.
Epóxi e duco sobre hardboard finalidade política.
90,00 cm x 90,00 cm
“Guevara vivo ou morto”, de Claudio Tozzi, 1967, 175.00 cm x 300.00 cm.
Tinta em massa e acrílica sobre aglomerado
• A obra foi feita
posteriormente a morte de
Guevara.
• É um trabalho explicitamente
engajado.
• Reduz Che a uma imagem
clichê, agigantada e congelada
em um quadrado.
• Fragmenta as imagens e
depois multiplica.
• Artista metódico e
sistemático: primeiro o
desenho no papel vegetal,
partindo quase sempre de
uma fotografia, depois um
projeto, finalmente o quadro.
• Divide a obra em três partes
verticais e três horizontais.
• O texto centralizado lembra a
publicidade e os cartazes
construtivistas.
• Promove recortes no próprio
suporte.
• Privilegiou a imagem com
contornos pretos e fundo
branco.
• Um rigoroso formalista (limite
das imagens, forma quadrada)
e reprodução pop.
• Depois do acidente em
Brasília, passou um longo
período até recuperar a obra e
restaurá-la com os seus alunos
na FAU/USP.
• A expressão “Guevara, vivo
ou morto…” que batiza a
obra era uma manchete
frequente nos jornais, um
mistério no qual Guevara
estava envolvido após sair
de Cuba, ou seja,
• Prova uma reflexão sobre
os rumores sobre a sua
morte e ao mesmo tempo
demonstra o desejo de
seus inimigos que queriam
encontrá-lo vivo.
Série Roupa-corpo-roupa:
“O Eu e o Tu”,
Lygia Clark, 1967
Lygia Clark
(Belo Horizonte 1920/ Rio de Janeiro 1988)
• Pintora e escultora.
• 1947 e 1948 estuda arte
moderna com Burle Marx
e Zélia Ferreira Salgado.
• Suas aulas com Burle
Marx era no seu
apartamento no Leme /
Rio de Janeiro.
• Produz desenhos e
composições sobre papel
e óleo.
• 1950 - Estuda pintura em
Paris. Lygia Clark e a filha Elizabeth Clark, 1942.
• Em Paris desenvolveu uma série de desenhos em
torno do motivo da escada.
• Realizou uma grande quantidade de retratos de
seus filhos a lápis carvão.
• 1952 - Dedicou-se à pintura e aos estudos “Planos
em Superfície Modulada”.
• 1953 - Participou da II Bienal do Museu de Arte
Moderna (MAM) de São Paulo.
• 1954 – Fundou o Grupo Frente ao lado de Ivan
Serpa, Hélio Oiticica Lygia Pape, Aluísio Carvão,
Décio Vieira, Franz Weissmann, Abraham Palatnik
entre outros.
“Escada”, Lygia Clark, 1951.
Óleo sobre tela, 98 x 72 cm
• Estudou o espaço
e a materialidade
do ritmo das
linhas.
• Apresenta as suas
Superfícies
Moduladas na I
Exposição do
Grupo Frente.
• Representou o
Brasil na Bienal de
Veneza
“Composição nº 1”,
Lygia Clark, 1954.
Óleo sobre tela, 115 x 84 cm
• Em 1956 realizou uma
conferência na Escola de
Arquitetura de Belo
Horizonte e defendeu uma
maior fusão entre arte e
vida.
• Em dezembro (1956) é
inaugurada em São Paulo a I
Exposição Nacional de Arte
Concreta, com artistas de
São Paulo e do Rio de
Janeiro.

“Estudo para espaço modulado”,


Lygia Clark, 1958.
Colagem de carvão, 35,7 x 28 cm
• Lygia Clark é fortemente
influenciada pelo construtivismo.
• 1959 I Exposição Neoconcreta,
inaugurada no MAM do Rio de
Janeiro.
• Os artistas participantes,
oriundos do Grupo Frente,
assinam um Manifesto
Neoconcreto, publicado no
Jornal do Brasil, rompendo com
o concretismo.
• Defendiam a introdução da
expressão na obra de arte,
rejeitando o primado da razão
sobre a sensibilidade.
• Colocaram-se contra a
exacerbação racionalista a que os “Articulado/Monumento a Descartes/ Caranguejo (Bicho)”,
Lygia Clark, 1959.
concretistas haviam levado sua Peça composta por 7 triângulos agudos (chapas de alumínio)
obra. unidos por dobradiças.
• 1959/60 suas criações apontam
para novas descobertas.
• Dessas experiências são criados os
Casulos feitos de metal, onde o
plano e dobrado e uma nova
dualidade.
• Realizou obras interativas.
• Série “Bichos”, construções
metálicas geométricas que se
articulam por meio de dobradiças e
requerem a participação do
público.
• Em dezembro de 1960, Lygia Clark
participa da exposição Contribuição
da mulher às artes plásticas no
país, junto com Tarsila do Amaral,
Anita Malfatti, Maria Leontina, Elisa
Martins e Tomie Ohtake entre
outras.
• Trata-se de um conjunto de chapas de alumínio, articulados com
dobradiças que permitem que as pessoas dobrem, virem, mexam,
combinem as formas.
• Ou seja, a obra não é acabada, convidando quem a vê a interagir.
• Todas suas obras produzidas a partir de “Bichos" seguem este
conceito: o público é parte fundamental da obra.
• 1966 - inaugurou
um novo paradigma
nas artes visuais
brasileiras,
estabelecendo uma
conexão entre arte
e experiência
sensorial.
• Usando objetos do
cotidiano como
pedras, água,
conchas, sementes
Lygia cria os
Objetos Sensoriais
Pedra e Ar, Diálogo
de Mãos, Livro
Sensorial, Respire
Comigo entre
outros trabalhos.

“Estruturas vivas”,
Lygia Clark, 1966.
• 1967 - apresentou 8
objetos relacionais na
exposição Nova
Objetividade Brasileira no
MAM do Rio de Janeiro.
• Na V Bienal do MAM de
São Paulo, Lygia inclui
Cesariana: série roupa-
corpo-roupa, Livro
sensorial, Ping-pong e
Respire comigo.
• “O Eu e o Tu Série Roupa-
Corpo-Roupa”.
• Fase: Não Arte
• Fantasmática do Corpo
• Tipo de obra: proposições
de Lygia Clark.
• Material: Borracha /
Tecido / Materiais
diversos.
• Acervo: Associação
Cultural Lygia Clark.
• Ação / Composição:
proposta pensada para um
casal.
• O homem e a mulher estão
vestidos com um macacão
de plástico.
• Os macacões têm um forro
interior confeccionado com
materiais diversos (saco
plástico cheio de água,
espuma vegetal, borracha,
etc.)
• Proporciona ao homem
uma sensação feminina e à
mulher uma sensação
masculina.
• Um capuz, feito do
mesmo material plástico
recoberto de tecido,
tapa os olhos dos
participantes.
• Um tubo de borracha,
como um cordão
umbilical, une os dois
macacões.
• Tocando-se, os
participantes
descobrem pequenas
aberturas nos macacões
(6 fechos eclair).
• Os fechos dão acesso
ao forro interior,
traduzindo as
sensações
experimentadas pelo
outro.
• Deste modo, o
homem se encontra
na mulher e ela se
descobre no corpo do
homem.
Arte Conceitual/Fluxus
• Foi parcialmente formada
a partir do minimalismo.
• Os artistas começaram a
fazer obras de caráter
temporário utilizando
tipos diferentes de
processos.
• Inscreveram padrões
geométricos imaginários
na paisagem, registrados
por meios fotográficos e
textuais.
“Inserções em Circuitos Ideológicos: Projeto Coca-Cola”
Cildo Meireles, 1970.
• Recebeu influência dos ready –
mades de Marcel Duchamp e
das obras dadaístas.
• Os ready-mades são objetos
produzidos em série
industrialmente.
• São retirados de sua função e
local original e declarados obra
de arte.
• É o acaso que determina como
ele vai ser constituído com
obra de arte.
• Para a arte conceitual o
produto artístico, material está
em um segundo plano, à
imaginação é que constituí a
arte.
“Terno de Feltro”, Joseph Beuys, 1970.
“Trouxas Ensanguentadas”, Artur Barrio, 1970
• Artur Barrio (Porto,
Portugal, 1945).
• Artista multimídia e
desenhista.
• Produz obras com elevado
grau de questionamento
político e social.
• Em 1955, Artur Barrio
passa a viver no Rio de
Janeiro.
• Começou a se dedicar à
pintura em 1965 e, a partir
de 1967, frequenta a Escola
Nacional de Belas Artes
(ENBA).
• Entre 1967/68, realizou os
"cadernos livres", com registros
e anotações que se afastam das
linguagens tradicionais.
• 1969 - começou a criar
“Situações”, intervenções de
grande impacto realizadas no
espaço urbano.
• As obras geralmente são feitas
com materiais nada
convencionais, como lixo, papel
higiênico, dejetos, materiais
orgânicos, detritos humanos e
carne putrefata.
• As “Situações” são atos
efêmeros e provocativos, uma
interferência artística no
ambiente.
• Em 1969, o artista
lançou o seu
Manifesto: um brado
"contra as categorias da
arte" e a situação
política e social do
terceiro mundo.
• Questionou as
categorias tradicionais
da arte.
• Problematizou sua
relação com o mercado
e a situação social e
política na América
Latina.
“Do Corpo à terra”, curadoria de Frederico Morais, 1970

“Totem-monumento ao preso político”, Cildo Meireles, 1970


• Em 1970, na mostra Do Corpo à
Terra, espalha as Trouxas
Ensangüentadas.
• Eram 14 embrulhos com carne,
ossos e sangue.
• A intervenção ocorreu em um rio
de Belo Horizonte, Minas Gerais.
• A ação tem apelo político e é
associada aos assassinatos
cometidos pelo regime militar e
grupos de extermínio.
• Barrio realizou essas intervenções
longe dos olhos do público.
• Documentou as ações por meio de
filmes em Super-8, fotografia,
cadernos e livros de artista,
materiais que se tornam parte de
seu trabalho.
Trouxas ensanguentadas, de Artur Barrio, 1970. Materiais: Trouxas de pano
preenchidas com material orgânico e dejetos, cortadas a golpes de faca. Local:
terrenos baldios do Rio de janeiro e no rio Ribeirão das arrudas em Belo Horizonte.

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