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ANÁLISE DE RIGIDEZ
MODOS DE DEFORMAÇÃO
Os modos de deformação mais importantes de um chassi de acordo com Riley & George et
al., são divididos em 3 categorias, flexão lateral, vertical, torção longitudinal.
Flexão Lateral
A flexão lateral de um chassi se refere à
capacidade do chassi deformar lateralmente em
resposta às forças aplicadas que atuarão ao longo
do comprimento do carro e serão resistidas nos
pneus, essas forças são causadas por curvas da
estrada, cargas de vento lateral e forças
centrífugas.
Figura 2 Modelo de deformação por flexão vertical. (Riley & George, 2002)
Torção Longitudinal
A torção longitudinal ocorre quando
forças são aplicadas nas extremidades
dos eixos de um veículo, fazendo com
que o chassi se deforme torcendo.
Essencialmente, o chassi pode ser
pensado como uma espécie de mola
torcional que opera entre os eixos do
carro. A torção do chassi provoca uma
deformação na estrutura que, por sua
vez, influencia o funcionamento da
suspensão, impactando diretamente na
dirigibilidade e no desempenho do
Figura 3 Modelo de deformação por torção longitudinal (Riley & George,
2002) automóvel.
ANÁLISE DE RIGIDEZ TORCIONAL
• Modelo Teórico
Após as verificações de frequências naturais da geometria feitas, deve-se interpretar o chassi
como um tubo de seção transversal vazada, e com isso realizar a análise de torção da seguinte
maneira: uma das extremidades é fixada e na outra é aplicado o torque.
Aplicando este modelo no chassi, os pontos que serão tratados como as extremidades são os
pontos de suspensão da dianteira e da traseira. Com isso o modelo da análise na estrutura deve
ficar semelhante a Figura 5.
Figura 5 Cargas e Fixações no Modelo de Elementos Finitos (Riley & George, 2002)
Com os resultados de deformação no eixo Y nos pontos de aplicação do torque é possível obter
a rigidez teórica da estrutura com a equação (1).
Τ
Κ=𝜃 (1)
𝑇 = 𝐹𝐿 (a)
Δ𝑦1 + Δ𝑦2
𝜃 = tan−1 ( ) (b)
2𝐿
Organizando em (1):
𝐹𝐿
Κ=
Δ𝑦1 + Δ𝑦2
tan−1 ( )
2𝐿
Figura 6 Modelo do chassi a para análise teórica (Riley & George, 2002)
• Modelo Prático
O exemplo anterior da maneira de calcular a rigidez com a análise teórica é bastante difícil de
produzir em laboratório, devido à necessidade de gerar uma força vertical contrária à direção
da gravidade. Uma maneira muito mais simples de realizar este tipo de análise na prática
simplesmente pendurar um peso conhecido em um canto do carro e permitir que ele gire em
torno de um eixo. Este método é mostrado abaixo na Figura 7.
Figura 7 Modelo do chassi a para análise prática (Riley & George, 2002)
Na ilustração acima, é possível observar que o braço da alavanca consiste em um tubo fixado à
estrutura nos pontos A e B. Um peso é suspenso na extremidade do tubo. A estrutura é
sustentada em sua linha central por um rolete no ponto C. O torque que age na estrutura e é
resistido nos pontos de suspensão traseiro é diretamente proporcional à força P, multiplicada
pelo comprimento do braço da alavanca L2. O ângulo de torção pode ser calculado a partir da
deflexão média e da metade da largura do vão.
Δ𝐴 + Δ𝐵
𝜃 = tan−1 ( )
𝐿1
𝑃( 𝐿1 + 2𝐿2)
Κ=
Δ𝐴 + Δ𝐵
tan−1 ( )
𝐿1
Na página anterior é mostrado o CAD da montagem da mesa de rigidez do Formula UFPB do
ano de 2023, na análise foram usados:
Relógio Comparador
Com este instrumento de medição é possível medir de
maneira quase precisa, pequenas variações de
dimensões lineares em peças mecânicas. Na validação
ele foi usado para medir o deslocamento da (Viga 1) em
ambos os lados da estrutura em aplicações de peso com
massas diferentes.
Pesos
No modelo apresentado foram usados meios alternativos, porém, o recomendado é usar anilhas
para melhor controle tanto da carga quanto a padronização do local de aplicação da carga (Na
página em que é mostrado o CAD da montagem da mesa de rigidez é de se notar um tubo na
Viga 1 ele é usado para ter um ponto em comum para aplicação de força, que no caso deve ser
adicionado as anilhas).
Observação:
No experimento a montagem de suspensão deve
ser alterada, no lugar dos conjuntos Mola-
Amortecedor é colocado rod, com isso a
suspensão fica “rígida” o suficiente para que a
maior parte da carga seja direcionada ao chassi.
Com base nos resultados das deflexões, é possível calcular a rigidez do chassi e, em conjunto
com as rigidezes das suspensões, determinar a rigidez total do carro. É crucial realizar uma
comparação dos valores obtidos nas análises para verificar sua compatibilidade e calcular um
coeficiente de erro para as análises.