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I Introdução

Querido leitor, nesta nova lição abordaremos: o Caminho e a Vida. Nela


veremos a diferença entre a vida mecânica na qual estamos envolvidos
cotidianamente, e o caminho espiritual, o caminho da transformação
consciente de si mesmo. Muitos percorrem a vida cotidiana sem um caminho,
achando possível transformar a si mesmos; muitos percorrem um caminho
espiritual sem a vida cotidiana, crendo poder assim transformar-se a si mesmos.
Este é o Caminho do Homem Equilibrado ou, também denominado, o Caminho
do Fio da Navalha. O Caminho e a Vida podem entender-se no símbolo da Cruz,
a horizontal como a vida cotidiana e a vertical como a que ascende ao Ser
Íntimo, só então se converte em uma escada que nos leva às esferas mais
sublimes e superiores.

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O O Caminho e a Vida
O que é a Vida? É uma sucessão de fatos que ocorrem em um determinado
espaço/tempo. A vida mecânica, na qual se encontra o ser humano, é uma
sucessão de estados e eventos mecânicos que conduzem a humanidade à
involução (degeneração). O que é o Caminho? É sair da mecânica da vida através
de um trabalho consciente para chegar à integração com Deus.

A A Senda do Fio da Navalha


- o Caminho -
O caminho sai das leis mecânicas sob as quais a vida nos colocou. No
caminho aprendemos o domínio da natureza inferior e a fusionar-nos com a
natureza superior.
Para percorrer o caminho equilibradamente e não cair nos extremos do
fanatismo, é indispensável subir a escada da vida vertical, ou o caminho,
apoiados nos degraus da vida horizontal. Pondo um pé na linha horizontal
e outro na linha vertical; ou seja, devemos seguir cumprindo com nossos
compromissos familiares, econômicos, sociais, etc. Isto não quer dizer que
seguiremos em nossa vida comum e corrente. O que se afirma é que devemos
cumprir com os compromissos acima mencionados. Os problemas e as
circunstâncias da vida diária devemos vivê-los sem identificação, nem
fascinação, a fim de que nos sirvam de andaimes para subir pela vertical. Não
devemos ir aos extremos, senão guardar o equilíbrio. Vivendo a vida horizontal
de forma consciente, aproveitando, segundo a segundo, todas as circunstân-
cias adversas e favoráveis para extrair delas a luz, a consciência, com a qual nos
iluminamos no caminho.
O caminho da Autorrealização é uma senda cheia de perigos por dentro
e por fora; caminho de mistérios indizíveis. Neste caminho interior, quando
alguém crê que vai muito bem, em realidade pode ir muito mal. Neste
caminho interior, quando alguém crê que vai muito mal, pode ir muito bem.
Neste caminho secreto existem instantes em que alguém já nem sabe o que
é o bem e o que é o mal. O que normalmente se proíbe, as vezes resulta
sendo justo; assim é o caminho interior. Todos os códigos morais, no caminho
interior, são desnecessários. Uma bela máxima ou um formoso preceito moral, em
determinados momentos, pode converter-se em um obstáculo muito sério
para a Autorrealização Íntima do Ser (de nosso Deus particular). No caminho
aprendemos a produzir um elemento de mudança para transformar nossa
maneira de pensar, nossa maneira de sentir e nossa maneira de atuar.

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A vida se vive na horizontal, no
tempo. O Caminho está no aqui e agora e
se vive na vertical, na busca do Despertar
da Consciência

Q Quem está no Caminho?


A Vida é a linha horizontal. Aqueles
que querem sair desta mecânica
ingressam no caminho.
O caminho é percorrido pelas pessoas
que, com um pouco de reflexão, com uma
lógica natural, se detêm um instante e se
perguntam qual é o verdadeiro propósito
de viver neste convulsionado mundo,
cheio de maldade, de dor, de sofrimen-
tos e de estados psicológicos negativos.
Dentro do caminho estão os rebeldes
inteligentes, os que sentem inquietudes espirituais, sentindo uma força que,
desde o mais íntimo de seu Ser, os impulsiona até a superação moral, psíquica
e espiritual.
Aqueles que tratam de levar o rumo de suas vidas neste caminho, se
encontram com os ensinamentos e sabedorias daqueles grandes Seres que,
em todas as épocas, dedicaram e sacrificaram sua vida para ensinar com seu
exemplo e palavra, para dar-nos a orientação, a luz e a reflexão necessária para
diferenciar: o que nos dá o mundo com seu materialismo, e o que em realidade
todo ser humano deve desejar, a Sabedoria da Alma e a união com Deus.
A Vida é mecânica e horizontal, por ela vai passa a humanidade submeti-
da às circunstâncias. A vida aparece em nós quando nascemos e se projeta na
horizontal.
Nos primeiros anos começamos a formar nossa personalidade, queiramos
ou não queiramos, é uma Lei. Essa personalidade se forma de acordo com o
exemplo das pessoas adultas que nos rodeiam e com o meio no qual nos
encontramos. Se no lar recebemos maus tratos em palavras ou em feitos e nos
dão mau exemplo, isso se processa no subconsciente da criança. Quando ela
seja adulta, será uma pessoa imitadora do que foram seus primeiros anos de
vida, ou seja, do que em sua infância aprendeu.
A vida, como já dissemos, se relaciona com esta viagem de criança a
adulto e de adulto à velhice e à morte. Essa vida se faz muito mecânica porque se
vai levando com as experiências negativas do que vivemos, dos costumes, dos
sofrimentos, dos complexos, localizando cada dia a pessoa em situações mais
deprimentes e mais inconscientes. Por exemplo, se a pessoa é endinheirada ou

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tem poder, vive fascinada e crê que isso é tudo, chegando o momento de morrer
sem ter logrado ser dona de si mesma, sem ter logrado nada em relação a seu
aspecto espiritual.
É o caminho largo, fácil e prazeroso que conduz a humanidade à involução
nos aspectos material, moral, psíquico e espiritual. Os estados psicológicos
são produzidos pelos diferentes Eus ou agregados psicológicos que em nosso
interior carregamos. Os eventos são exteriores, mas são o reflexo dos estados. O
exterior é o reflexo do interior.
A única forma de transcender este estado inconsciente no qual nos
encontramos é entrando no Caminho. Para entrar no Caminho e avançar por
ele, devemos trabalhar intensamente com os Três Fatores da Revolução da
Consciência, que são: morrer, nascer e sacrificar-se pela humanidade, ou
seja, eliminar de raiz nossos defeitos e agregados psicológicos, despertar a
consciência e sacrificar-nos, sendo caritativos com nosso próximo.
A vida tem a função no ser humano de nascer, crescer, reproduzir-se e morrer
sem lograr nada objetivo para depois da morte.
A humanidade em seu conjunto é um órgão da natureza, este órgão
recolhe certos tipos de ondas cósmicas, que logo inconscientemente transforma e
adapta às necessidades vitais do organismo planetário. Cada humano é uma
célula orgânica do planeta terra.
O que ocorreria ao planeta se a humanidade deixasse de existir seria o
mesmo que aconteceria a um homem se lhe extraíssemos o fígado ou o coração.
Para os fins da natureza, o homem cumpre as funções de nascer, crescer,
reproduzir-se e morrer, sem alcançar nenhum avanço no caminho espiritual.
As leis da natureza jamais nos levarão à liberação interna, para isso devemos
percorrer o caminho da Revolução da Consciência.
O Caminho é consciência e vai pela vertical, saindo das leis mecânicas da
Vida.
O homem legítimo deve trabalhar intensivamente sobre si mesmo com o
propósito de eliminar de dentro de si os elementos indesejáveis que em seu
interior carrega.
O Homem que verdadeiramente trabalha sobre si mesmo com o propósito
de despertar consciência poderá integrar-se com o divinal. O homem Solar
integrado com a divindade se converte de fato e por direito próprio em
Super-Homem. O Caminho que conduz ao Super-Homem está mais além do
bem e do mal. O homem comum e corrente está limitado e isto tem sua razão de
ser. Não fez a conquista de seu próprio Homem interior, ou seja, da Consciência.
É a única que pode através de sua integração, dar ao homem a sabedoria que lhe
permite ser infinito em seus conhecimentos.
A conquista do Homem é inadiável. Quando a Essência escapa das
garras do Ego, nasce o Amor em nós, o mais terno, o mais puro da Alma, o real, o
verdadeiro.
No Caminho aprendemos a cumprir as leis de Deus e a produzir a Revolução

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da Consciência, a qual nos leva ao conhecimento objetivo e real.
O homem comum pode desenvolver todas suas possibilidades ocultas se
assim o quiser, mas o desenvolvimento de tais possibilidades não é uma Lei.
Para o homem comum a lei é: nascer, crescer, reproduzir-se e morrer, dentro do
círculo vicioso das leis mecânicas da natureza.
Jesus Cristo disse: “Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque os
digo que muitos procurarão entrar e não poderão. Estreita é a porta e estreito
o caminho que conduzem a todas as possibilidades do homem, mas muitos
poucos são os que encontram essa porta e esse caminho.”
O caminho é difícil e exclusivista, por algum motivo se chama “a senda do
fio da navalha”.
As pessoas lutam pela liberdade, derramam sangue em nome da liberdade,
oprimem seus semelhantes em nome da liberdade, gastam bilhões de dólares
em armas, em exércitos, para impor a liberdade, mas a liberdade nunca se impõe
à força.
Uma coisa é ser livre e outra coisa é ter liberdade.
É conveniente que estudemos este assunto num âmbito individual, para
compreender o profundo significado da liberdade.
Um homem não pode ser livre se em seu interior leva o Eu do ódio, porque
sempre será escravo do inimigo ou da pessoa com a qual não se dá bem.
Uma pessoa nunca poderia ser livre se tem o vício do álcool, porque tem que
trabalhar para manter esse vício.
Uma pessoa não pode ser livre se é escrava dos dogmas ou fanatismos
religiosos ou políticos, porque sempre viverá escrava das preocupações de como
ganhar do adversário.
Uma pessoa não pode ser livre se faz-se escrava dos bens que tem.
Uma pessoa não pode ser livre se pensa, a cada instante, sobre um passado e
um futuro incerto que não existem.
Uma pessoa não pode ser livre se não aprende a colocar, em seu justo
lugar, seus pensamentos negativos, suas emoções negativas, paixões negativas,
porque elas mortificam essa pessoa a toda hora e não a deixarão ter paz.
Todos estes pontos de vista nos fazem compreender que é necessário e
impostergável começar, desde este mesmo instante e momento, a trabalhar
intensamente sobre todos esses elementos infra-humanos que em nosso
interior carregamos.
Antes de alcançar a paz, temos que ser livres e para ser livres há que eliminar
o Eu, o mim mesmo, que aprisionou a consciência.
A Paz é Deus em nós.
É necessário compreender que a liberdade é algo íntimo.
O homem que é livre em seu interior nunca seria capaz de entrar na guerra
ou nas polêmicas dos outros, já que, quando se é livre na parte interna, não
há essa guerra interior e, portanto, a liberdade interior se reflete na liberdade
exterior e toda guerra para esta pessoa se torna absurda.

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A liberdade é algo que se desenvolve internamente mediante o trabalho
consciente e se processa em cinco pontos:
1. Libertar-nos da personalidade egoísta que temos.
2. Libertar-nos da mente terrena.
3. Libertar-nos das emoções negativas.
4. Libertar-nos dos instintos negativos.
5. Libertar-nos do jogo do Eu psicológico para que em nós nasçam os dois
instrumentos do Ser: o Intelecto Superior e a Emoção Superior.
A paz é um dom de Deus que cada pessoa deve criar e desenvolver em si
mesmo; já que os elementos que não querem a paz estão dentro de cada um
de nós.
Se chamam Eus, Egos que vivem da guerra, executam a guerra, fazem a
guerra. Se o indivíduo não tem paz, não pode criar paz no lar que é o menor
núcleo da sociedade.
Se o chefe de um lar não tem paz, não pode viver em harmonia com sua
esposa e filhos e, portanto, isso se reflete na sociedade.
A paz não se impõe, a paz nasce.
Para chegar a ter paz é indispensável a Revolução da Consciência, para poder
eliminar radicalmente todos os elementos que temos dentro que produzem a
guerra.
Toda pessoa que queira ter paz tem que compreender e resolver-se a
eliminar de sua psique e de sua mente todos esses Eus gritões, briguentos, que
formam conflitos de momento em momento e se escondem atrás do poder, do
dever, da autoridade que a pessoa exerce em meio à sociedade.
A paz é um atributo de Deus, que advém a nós por uma retidão e porque
eliminamos de nossa natureza inferior os Eus ou elementos que produzem
discórdia.
Há que se ter primeiro amor para que depois tenhamos a paz.
Ter paz frente à guerra.
Ter paz frente ao inimigo.
Ter paz em nosso interior.
Ter paz para compartilha-la com nossos semelhantes que aspiram à guerra.
Ter paz para o descanso.
Ter paz em atividade.
E, sobretudo, viver em paz para morrer em paz.

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E Epílogo
Querido leitor, temos visto de maneira detalhada como estamos
absolutamente submetidos à cotidianidade da vida com toda sua
mecanicidade. A Vida em si mesma não nos fornece um desenvolvimento do
Despertar da Consciência, isto só pode nascer no Caminho; um Caminho que
não se separa da vida e nem da cotidianidade com todas as suas responsa-
bilidades, mas sim completamente o contrário. O Caminho vai dando escalas
superiores à vida. O Caminho dá sentido à vida, porque nos dá as ferramentas
para poder desenvolver-nos, transformar-nos e transformar a realidade que nos
rodeia, convertendo-a em harmonia, paz, amor e consciência.
O Caminho se fundamenta objetivamente sobre a Autognosis, sobre o
Autoconhecimento e os Três Fatores da Revolução da Consciência: nascer,
morrer e sacrificar-se pela humanidade.

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Ciclo de Conferências

Primeira Câmara
As lições da Primeira Câmara vão nesta ordem e desenvolvimento:

01. O que é Gnosis


02. Personalidade, Essência e Ego
03. O Despertar da Consciência
04. O Eu Psicológico
05. Luz, Calor e Som
06. A Máquina Humana
07. O Mundo das Relações
08. O Caminho e a Vida
09. O Nível do Ser
10. O Decálogo
11. Educação Fundamental
12. A Árvore Genealógica das Religiões
13. Evolução, Involução e Revolução.
14. O Raio da Morte
15. Reencarnação, Retorno e Recorrência.
16. A Balança da Justiça
17. Os Quatro Caminhos
18. Diagrama Interno do Homem
19. Transformação da Energia
20. Os Elementais.
21. Os Quatro Estados de Consciência
22. A Iniciação

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