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Efeito da remoção de lactato em meio

aquático após exercício de alta intensidade

Realizado por: Tomás Oliveira a22205994


Vlad Melo a22202349
Francisco Silva
Paulo Vicente a21402370
Resumo

O estudo verificou a efetividade da imersão subaquática até


aos ombros na remoção de lactato durante descanso
passivo e ativo, em atletas praticantes de ciclismo. A
recuperação demorou 31 minutos. A mesma foi iniciada
após detetar o pico de acumulação de lactato no sangue
captado após 30 segundos de um sprint em esforço
máximo. Foram realizadas 8 medições do nível de lactato
durante a fase de recuperação.
Ao contrário da recuperação ativa a recuperação passiva
teve menos consumo de oxigénio quando realizada sob
imersão aquática. O decaimento do lactato não foi diferente
de forma significativa tanto em terra ou em imersão sendo
a recuperação ativa ou passiva.
Em suma, a imersão em água a 29 graus Celcius não
aparenta ser especialmente afetiva na remoção de lactato
após o exercício tratando se de recuperação ativa ou
passiva.
Introdução

A alta intensidade num curto espaço de tempo gera é um


meio muito efetivo para gerar fadiga rapidamente. Os 2
mecanismos mais relevantes para a fadiga são a
acidificação de fibras musculares e depleção do ATP. Assim
sendo surge o lactato que age como protetor contra o
processo de acidificação do musculo, ao contrário do que
se pensava.
O Lactato é um ótimo marcador indireto da quantidade de
fadiga. (Sendo usado universalmente em vários estudos). A
remoção mais rápida possível de lactato é muito procurada
visto que este passa a servir como substrato para o
músculo através do processo de neoglicogénese, acelerar
o processo de remoção aumentaria também a
disponibilidade energética.
A imersão subaquática exerce uma força compressiva no
corpo, existe então uma grande crença entre treinadores e
atletas que a imersão melhora a recuperação.
Apenas 2 investigações encontraram maior efetividade na
remoção de lactato através deste método porém os 2
estudos (Di masi F, Dantas EHM, Barreto AC,2007) ;
(Ferreira JD,Carvalho RGD,Barroso TM, Szmuchrowski LA,
Sledzieswski D, 2011) possuem falhas devido a usar a
frequência cardíaca como forma de controlar a intensidade
do descanso ativo, visto que já foi mostrado em (Benelli, P.,
Ditroilo, M., & De Vito, G, 2004). que exercícios feitos com
o mesmo consumo de oxigénio têm significativamente
maior resposta cardíaca quando imersos em diferentes
profundidades subaquáticas, logo é necessária mais
investigação na área.
Metodologia e Material

Participantes
17 jovens ciclistas bem treinados
Nível de treino: obtido através de questionários (treino por
média de horas semanais)
Design experimental
5 sessões com 1 semana de intervalo para permitir
recuperação entre sessões
Seção 1- Realizaram algumas medidas e procedimentos
antropométricos necessários.

Figura 1- Tabela de medidas antropométricas e parâmetros de consumo de oxigénio

(A última coluna por exemplo representa um teste de


potência de pico anaeróbico de familiarização subaquática)
As seções 2, 3, 4 e 5 o nível de lactato foi medido em 4
condições diferentes.
Sendo estes: PLR- recuperação ativa em terra; PWR-
recuperação subaquática até aos ombros passiva; ALR:
recuperação ativa em terra(bicicleta); AWR: recuperação
ativa submersa em água até aos ombros (bicicleta
subaquática)
Duração 31 minutos /2, minutos de descanso
A temperatura foi monitorada constantemente nos testes
em terra a mesma registava um valor de 29 graus Celsius
A intensidade foi calculada através da percentagem de
consumo de oxigénio, ou seja, limiar de lactato e não
através do VO2max visto que foi mostrado ser mais efetivo
por (Meyer, T., Gabriel, H. H., & Kindermann, W, 1999).
Sendo que deve ser utilizado cerca de 60 a 80 por cento do
VO2max.
Num nível pratico o consumo de oxigénio foi
constantemente monitorado a cada 2 minutos para manter
a intensidade entre 65 e 75 por cento do VO2 max
Avaliações
Antropometria e composição corporal
Consumo e oxigénio máximo e limiar de lactato
Teste de esforço supramáximo (wingare anaerobic test)
realizado numa Peak Bike ergometer
Analise de estatísticas
Comparação do pico de lactato
Comparação de intensidade de recuperação
Modelação da expulsão de lactato
Comparação de expulsão de lactato
Resultados
A figura 2 (figura 1 no documento científico) mostra
resultados de avaliações antropométricas e consumo de
oxigénio/limiar de lactato assim como cálculos feitos
subsequentemente.
Auge de lactato no sangue
Os picos de lactato não diferiram significativamente

Intensidade da recuperação
5 participantes não foram submetidos aos testes de
recuperação passiva fazendo decair o número de testes
para 12.

Figura 2- Comparação de intensidade de recuperação

Modelação de expulsão de lactato e comparações


Realizado em 15 sujeitos (o ambiente não afetou quaisquer
parâmetros de condição de recuperação)
Conclusão e discussão

Os resultados da investigação demonstram que não é


notável melhora na remoção de lactato quando existe
imersão até aos ombros a 29 graus Celcius de um atleta
treinado. Estes resultados não estão de acordo com os
únicos dois trabalhos que abordam o tema: (Masi, F. D., De
Souza Vale, R. G., Dantas, E. H., Barreto, A. C., Novaes,
J.daS., & Reis, V. M , 2007) e (Ferreira JD, Carvalho RGD,
Barroso TM, Szmuchrowski LA, Śledziewski D, 2011)
Estes resultados conflitantes podem ser atribuídos às
diferencias substâncias dos experimentos e design do
estudo, em particulares modalidades de intensidade e a
identificação do ponto de começo da fase de recuperação.
A maior limitação da investigação encontra-se presente na
identificação do pico de acúmulo de lactato, identificação
do início e na localização do pico de condição de
recuperação. Visto que pelo método utilizado existe a
demora de 1 minuto para se obter o valor de lactato, já que
este é realizado duas vezes há um desvio de 2 minutos na
identificação da fase de expulsão do lactato.
Em suma, a maior sugestão do trabalho é a de que ao
contrário do que a literatura aponta o ambiente subaquático
não produz efeitos diferentes na remoção de lactato do
sangue durante recuperação ativa após atividade intensa.
Assim sendo imersão em água a 29 graus Celcius não é
uma prática que aumente ou acelere a recuperação após
exercício intenso em termos de remoção de lactato, quer
seja ativa ou passiva, logo não é aconselhável segundo as
condições investigadas no estudo.
Bibliografia
Benelli, P., Ditroilo, M., & De Vito, G. (2004). Physiological
responses to fitness activities: a comparison between land-
based and water aerobics exercise. Journal of strength and
conditioning research,
Meyer, T., Gabriel, H. H., & Kindermann, W. (1999). Is
determination of exercise intensities as percentages of
VO2max or HRmax adequate?. Medicine and science in
sports and exercise, 31(9), 1342–1345.
Masi, F. D., De Souza Vale, R. G., Dantas, E. H., Barreto, A. C.,
Novaes, J.daS., & Reis, V. M. (2007). Is blood lactate removal
during water immersed cycling faster than during cycling on
land?. Journal of sports science & medicine, 6(2), 188–192.
Ferreira JD, Carvalho RGD, Barroso TM, Szmuchrowski
LA, Śledziewski D. Effect of different types of recovery on
blood lactate removal after maximum exercise. Pol J Sport
Tourism. 2011; 18:105–11.

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