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Pedro Oliveira da Silva

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Florestan começa falando sobre a crise da civilização, que é basicamente a negação das
utopias e ideologias da burguesia, em que a sua parte revolucionaria precisou da sociologia
como uma ferramenta, mas acabou deixando os sociólogos de escanteio com o passar do
tempo, transformando eles em um simples funcionário, pois no momento atual de
contrarrevolução a moda é o terror institucionalizado. Entretanto, toda crise possui mais de
um lado, os “defensores” e os “aceleradores”, com suas distintas maneiras de operar diante da
crise relacionadas com os seus nomes, aqui Florestan se diz fazer parte dos aceleradores, o
que fica claro com o decorrer do capítulo.

A civilização industrial é apresentada como um subproduto da ciência e da tecnologia


cientifica, mas o seu real significado, numa sociedade política, se dá pelo controle burguês
dessa força revolucionaria, corrompendo a ciência e a tecnologia em apenas ferramentas que
servem apenas para a manutenção do sistema capitalista.

Levando em conta a capacidade limitada do sociólogo, que não o permite agir de qualquer
forma, o ideal seria buscar procurar e entender o ponto certo de onde intervir para que suas
ações possam ser efetivas, pois é isso o que diferencia o investigador do funcionário. A
próxima problemática do agir como investigador está na postura à cerca da “neutralidade ética
do cientista”, desde o início a neutralidade é adversária ao pensamento científico, isso tudo
prova que existe sim um caráter revolucionário na ciência, a ciência é basicamente o atestado
ético no que tange todos os processos ao redor da busca pela verdade, tanto quanto suas
implicações e reações no mundo real.

O papel principal do sociólogo é produzir conhecimento necessário para a transformação da


ordem existente, de modo que as vertentes mais importantes para tal são a sociologia
descritiva, a comparada e a histórica, deixando um pouco de lado a sociologia formal e
sistemática, que brilha realmente no plano conceitual. O que não quer dizer que seja fácil de
ser aplicado, pois existem diversas condições que devem ser ponderadas, como o “pêndulo de
intensidade da rebelião” juntamente com o entrelaçamento ocasional na luta de classes, que
cai em temas ainda mais complicados, áreas econômicas, sociais, culturais e políticas
carregam cada uma diversos pontos de intersecção que necessitam de certo cuidado. A
burguesia age da mesma maneira com as “mentes criadoras” e com o proletariado,
considerando que as suas criações são usurpadas e os realizadores são minimizados para que
acreditem na hierarquia de poder exercida pelos burgueses, é uma anomalia que acomete
Pedro Oliveira da Silva
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todos os produtores, sendo eles a força de trabalho ou a genialidade. Isso tudo acaba por afetar
a qualidade dos produtos intelectuais de todas as áreas.

A situação do sociólogo brasileiro é um tanto mais complicada, aqui dependemos dos centros
de investigação capitalistas, mas por outro lado, podemos observar de perto as reações que as
crises causam em diversos aspectos da sociedade, desde o crescimento de projetos burgueses
de estado e até mesmo as projeções em que tais projetos se baseiam, o que uma hora ou outra
pode culminar em um súbito conflito de classes. O nosso maior trunfo é a possibilidade de
acompanhar o cotidiano de um país extremamente desigual, aproveitando do boom dos
conflitos de classes, que são descaradamente silhuetadas, para que seja realizado o papel do
sociólogo de militar e conscientizar a sociedade dos males da dominação burguesa.

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