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Uso e Ensino de Português em Portugal

Em Portugal, a língua portuguesa tem estatuto oficial de língua materna, sendo o


país difusor da norma denominada português europeu. É a língua oficial da
imprensa, das comunicações governamentais, da publicidade, do ensino escolar,
das universidades. E há instituições e academias para o fim de conservação e
propagação como o Instituto Camões e a Academia de Ciências de Lisboa, que é a
instituição maior de cunho científico que regula a norma, e que foi fundada por D.
Maria I. É na Academia que se encontra o Instituto de Lexicologia e Lexicografia da
Língua Portuguesa, que visa preservação e expansão da língua. Esse instituto foi o
responsável pela publicação do Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea,
em 2001.

Há ainda em Portugal outras línguas reconhecidas oficialmente. Entre elas a Língua


Gestual Portuguesa, utilizada pelas pessoas surdas, e o mirandês, que é falada no
nordeste de Portugal desde a fundação do país e também é uma língua românica
com origem no latim. Uma curiosidade é que, até 1884, era apenas uma língua oral,
portanto os registros escritos existem há pouco tempo, sendo o mais recente
formalizado na Convenção Ortográfica de 1999. Encontra-se presente também no
território português o cabo-verdiano, uma língua crioula falada por imigrantes, que
tem vocabulário próprio, gramatica e já começa a ter dicionários. Ocorre então em
Portugal uma situação de diglossia.

Na década de 70, um em cada quatro portugueses não sabia ler nem escrever (o
que corresponde a 25% da população). Foram as reformas do Ministro da Educação
José Simão de Veiga, último do Estado Novo, que permitiram lançar as bases para a
generalização e democratização do ensino, estabelecendo o direito à educação e a
igualdade de oportunidade.

O sistema obrigatório de ensino português é primordialmente gratuito, e é dividido


em três níveis: ensino básico, secundário e superior. A criança inicia os estudos com
seis anos e passa por 12 anos de estudo no total.

Em relação aos imigrantes, a escola é encorajada a promover a inclusão dos alunos


estrangeiros. A educação em Portugal é um direito universal e estar em situação
irregular no país não é um impeditivo para a matrícula de estrangeiros no ensino,
seja básico, secundário ou superior.

A taxa de analfabetismo em Portugal situa-se nos 5,23%, sendo que as regiões


Alentejo, Madeira e Centro apresentam valores acima da média nacional. Isto quer
dizer que 95% da população é alfabetizada, ainda é uma situação a ser resolvida se
comparado a Itália, França e Alemanha, que apresentam taxas de 99%.

Geralmente as crianças recebem na escola publica um bom ensino em línguas e


terminam os estudos falando fluentemente inglês e mais um idioma (geralmente
alemão ou francês).

Assim como no Brasil, em Portugal existem escolas públicas e privadas, entretanto,


o número de alunos nas escolas públicas é consideravelmente maior. Dados da –
Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência.

As escolas privadas apresentam diferenciais que não são oferecidos nas escolas
públicas. Por exemplo, são muito comuns as escolas internacionais em Portugal,
especialmente britânicas e francesas.

No ano de 2006, as universidades de Portugal aderiram ao Tratado de Bolonha, do


qual fazem parte 29 países da Europa. O Tratado foi a maneira encontrada para
garantir uma qualidade similar entre as instituições de ensino dos diferentes países,
a fim de modernizar e internacionalizar o ensino superior.

Em recente ranking que aponta as melhores universidades do mundo, publicado


pela Quacquarelli Symonds (QS), a Universidade do Porto é a mais bem
posicionada e aparece na 328ª posição, já a Universidade de Lisboa está na 345ª
colocação e a Universidade Nova de Lisboa na 405ª. Mas ainda ficam atrás de
universidades brasileiras como a USP e a Unicamp.

Os bons resultados da educação portuguesa no Programa Internacional de


Avaliação de Alunos (Pisa) tem chamado a atenção do mundo todo. O teste Pisa é
considerado o maior do mundo, envolve meio milhão de alunos a cada três anos, e
serve para avaliar o sistema educativo de cada país.
Nos últimos anos, Portugal passou das últimas posições entre os países da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), para um
nível acima da média de todos os países da organização.

De acordo com o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento),


em 2018 Portugal subiu uma posição em relação a 2017 ficando na 41ª posição
mundial no ranking da educação enquanto o Brasil se manteve no 79º lugar ficando
atrás da Venezuela (71º), México (77º) e Azerbaijão (78º).

Os Programas de Português do Ensino Básico (PPEB), homologados em 2009 e


que entraram em vigor 2011, propõem como referencial de textos “narrativas de
literaturas de países de língua oficial portuguesa”, indicadas para o 1º e 2º Ciclo do
Ensino Básico (através do Plano Nacional de Leitura), e para o 3º Ciclo do Ensino
Básico (CEB). Esses objetivos foram reforçados nas Metas Curriculares de
Português para o Ensino Básico, de 2012, elaboradas pela equipe do ministro Nuno
Crato. Apesar de indicações concretas nos Programas, serem bastante lacunares,
não deixa de ser um passo a assinalar para a visibilidade destas literaturas de outros
países de língua portuguesa.

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