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6s~R U A DE S. B E N T O -6 j
S. PAULO
1.V
© IC C IO N Â fílO
DA3
ou
SEGUIDO
NOVA EDIÇÃO
S. PAULO
TEIXEIRA & IRM ÃO-EDITORES
G5 — KUA DE S. BENTO — G5
1889
/J
DICCIONAEIO
DAS
PRIMEIRA PARTE
A .
Abacate Traição.
Abobora Esperança vã.
Abobora d"agna Queres ?
Abobora menina Jurei ser teu.
Abricó Fidalguia.
Acacia Sonhei comtigo
Acantho Nós indissolúveis
Açafrão Ha diíferença na ami
zade.
Açafroa Resistência.
Acer Reserva.
Aconito Vingança.
Açucena amarella Tens a preferencia.
Açucena branca Candura.
A g árico Não conheço obstácu
los.
Agrião Queda.
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Agulha Intriga.
Aipim com casca Temor de desgraça.
Aipim cozido Consummou-se o que
previ.
Aipim descascado Prognostico de infor
túnios.
Alamo negro Coragem.
Alecrim com flôr Intima amizade.
Alecrim desfolhado Ciúmes.
Alecrim do norte Amor fiel.
Alecrim do norte com Quero o que tu que-
flôr res.
Alecrim secco Saudades.
Alecrim verde Firmeza.
Alevante Felicidade.
Alface ‘ Vaidade.
Alfavaca Doença,esquecimento.
Alfazema Volubilidade.
Alfazema murcha Ostentação falsa
Alfeneiro d’Allemanha Defesa.
Alfinete de metal Amor oífendido.
Alfinetes da secia côr
de rosa Valor e fé pura.
^Ifinetes da secia rosa Santidade.
Alfinetes da secia bran
cos Quero e não posso.
Algodão em flôr Amizade verdadeira.
b' i Algodão em rama Amor puro.
Alho Fogo de amor.
Alinhonetes Basta de demora.
Almeirão Impaciência.
Amarantho Immortalidade.
Amaryllis Inconstante.
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6 DICCIONARIO DAS FLORES
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DICCIONAEIO DAS FLORES
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8 »ICCIONARIO DAS FLOßES
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10 DICCIONARIO DAS FLORES
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DICCIONARIO DAS FLOßES 11
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Endro Ingratidão.
Ervilha Apparecer.
Ervilha de cheiro Prazer dedicado.
Escabiósa Abandono cruel.
Esclapiar Ventura permanente.
Escovilha azul Expressões de amor.
Espinho Dôr.
Esponja (flor) Desassocegcs.
Esporas azues Timidez.
Esporas brancas Apressa-te.
Esporas côr de rosa Attracção.
Estrellas celestes Não posso ser feliz.
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Goiaba Apertos.
Goivo amarello Preferencia.
Goivos brancos Não sei quando será.
Goivos encarnados Enfados.
Goivos rôxoe Solidão.
Grelo de cidreira Abraços. '
Grelo de figueira Fujo de ti.
Grelo de goiabeira Caranguejo de amor.
Grelo de larangeira Aprouvera que fosse
hoje.
Grelo de limoeiro Trago o peito má-
goado. A u s ên ci a
magoada.
Grelo de maracujá Acordei com sobre-
salto.
Grelo de nabos Arranhas como gato.
Grelo de parreira Festejo os teus annos.
Grinaldas Cadêa de amor.
Grumixama Ausência mortificante.
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DICCIONAEIO DAB FLORES 15
J
16 DICCIONARIO DAS FLORES
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18 DICCIONARIO DAS FLORES
I V
i.
N ã o te esqueças de í
mim Lembra-te de mim. ..
Narciso Amor proprio.
Nozes Explica-te. 1
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Nozes de Bancu Vivo afílicto. !
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Officiaes da sala Doce alegria. ' f
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Palma da índia Desagrado. i
Palma de Santa Rita Ofíereço-te a minha
mão. '
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Papagaio (planta) Não falles sem pensar. (
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Quiabos Queimei-me.
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Rabanetes CReprehensão.
Rábãos Aspereza. .
Rainha das ílôres Tudo emprehen derei.
Rainunculos Injustiça.
Reseda Tens qualidades, teus
encantos encantão.
Retroz amarello Talvez.
Retroz azul Hoje.
Retroz azul ferrete A ’ noitinha.
Retroz branco Amanhã.
Retroz cor de ganga Sempre.
Retroz escarlate Nunca mais.
Retroz preto Estar inconsolável.
Retroz rôxo Quero viver comtigo.
Retroz verde Continuamente.
Romã Ambição.
Romeira Fatuidade.
Rosa amarella S e r á s sempre meu
bem.
Rosa Amelia Murmuração.
Rosa azul Hoje ou amanhã.
Rosa branca Aífeição.
Rosa branca cheirosa Laços indissolúveis.
Rosa capuchinha Brilhantismo.
Rosa de cem folhas Esplendor.
Rosa de cheiro encar
nada. Serei muito feliz.
Rosa da India Estimação.
Rosa de Jerico Graças.
Rosa maxixe Doces instantes gozei.
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DICCIONARIO DAS FLORES 23
Urumbeba Arrufos.
Uvas dedo de dama Especial favor.
Uvas moscatéis Contentamento.
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DICCIONABIO DAS FLORES 27
Bachareleiro Campainhas.
Basta de demora Minhonetes.
Basta de mortificar-me Laranja da China.
Basta de tantos enga
nos Araçá da praia.
Basta por hoje Bacopary.
Batalhar debalde Batata ingleza.
Beijos de amor Batata doce branca.
Beijos de amor Figos brancos.
Belleza Loios do jardim.
Bem quizera eu ver Bicuiba.
Bem te entendo Beijos de frade raja-
dos.
Bizarria Baga grande.
Brandura Macella brazileira.
Brevidade Banana da índia roxa.
Brilhantismo Rosa capuchinha.
Brutalidade Coroa.
Castidade Arruda.
Castidade Ibérida da Persií
Captivar Cará mimoso.
Cautella Malmequer inglez.
Chamar Avença.
Chamar debalde Limão gallego.
Chega á janella Côco de catarro.
Cho carreiro Bicos de arara.
Choro quando te nSo Banana da índia ama
vejo re! la.
Ciúmes Alecrim desfolhado.
Concede-me venturas Bringella rôxa.
Confiança Lirio rôxo.
Consolação Ortelâ branca.
Constância eterna Perpetua rôxa.
Consummou-se o que
previ Aipim cozido.
Contenda Bôcca de leão verme
lha.
Contentamento Uvas moscatéis.
Continúa, e vencerás Rosa de todo o anno.
Continuamente Retroz verde.
Contradicção Bretalha.
Convidar Castanha de cajú.
Coragem Alamo negro.
Cruéis tormentos Coj^té.
Cruéis tormentos Malmequer no peito.
Crueldade Limão azedo.
Cuidado! Borboleta branca.
Comprimentar Laranja tangerina.
DICCIONAKIO DAS FLORES 29
Desengano Cidra.
Desespero Mangericão largo.
Desespero mortal Botão de cravo ama-
rello.
Desfallecimento Flôr de fumo.
Desfarce conhecido Bringella amarella.
Desfez-se tudo Cará mandioca.
Desfrutemos os praze
res Amêndoa confeitada.
Desgosto Não me deixes rajado.
Desordem Batata doce rôxa.
Despedida Mangerona murcha.
Desprezo Cravo amarello
Desprezo teus aífectos Georgina amarella.
Dias de casamento Trigo.
Difficuldade em amar Fructa de macaco.
Discrição Capuchinhas.
Dize quanto ha-de ser Castanha do Mara
nhão.
Doce alegria Officiaes da sala.
Doces instantes. Rosa maxixe.
Doces momentos de
amor Ananaz pyramidal.
Doces momientos gozei Amor perfeito rôxo.
Docilidade Pêcego.
Doçuras tuas < Pinha.
Doença Alfavaca.
Dôr Espinhos.
Dôr Jacintho.
Durou pouco Amoras roxas.
DICCIONARIO DAS FLORES 31
Egoismo Murta.
Embaçadella Araçá mimoso.
Em má hora ! Bôca de leão amarella^
Enfados Goivos encarnados.
Enganas-me ! Bico de perdiz.
Entra pelo meu postigo Trepadeira côr de rosa
Enredos Ameixas rôxas.
Enredos Babosa.
És engraçada Beijo de frade côr de
rosa.
És formosa Dito, dito.
És leviana Lirio dos valles.-.
És o meu bem Figos passados.
És o meu prazer Cambucá.
Especial favor Uvas dedo de dama^
Esperança baldada Jervão.
Esperanças doces Araçá de corôa.
Esperanças extinctas Giesta odorifera.
Esperança mallograda Giesta.
Esperança vã Abobora.
Esperar Pennas brancas.
Espero-te domingo Segurelha.
Espero resposta Botão de cravo branco^
Espero-te quinta-feira Velludo côr de rosa.
Espero-te quinta-feira Velludilho côr de rosa.-
Espero-te sabbado Velludo encarnado.
Espero-te sabbado Velludiiho encarnado.
Espero-te sexta-feira Velludo verde.
Espero-te sexta-feira Velludiiho verde.
Espero-te terça-feira Tope de França.
Esplendor Rosa de cem folhas..
DICCIONARIO D a S FLORES
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DICCIONAßlO DAS FLORES
Ha diffejença na ami
zade. Açafrão.
Ha enredos Babosa.
Ha novidade na casa Xuxú.
Heide amar-te até mor
rer Sempre vivaamarella.
Heide por força amar-
te Dália pintada.
Hoje Retroz azul.
Hoje nãO; amanhã sim Herva de S. João.
Hoje, ou amanhã Rosa azul.
Honestidade Tulipa.
Houve contenda Bocca de leão encar
nada.
Igualdade Pastilhas.
Immortalidade Amarantho.
Impaciência Almeirão.
Impertinência Mamona.
Incerteza Dormideira.
Inclinação aífectuosa Cravo branco.
Inconstância Bôcas de lobo.
Inconstante Amaryllis.
Indiíferença Angélica amarella.
Infidelidade Bons dias.
DICCIONARIO DAS FLORES 35
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Já não posso mais Lirio escarlate.
Já não tenho doçuras Ovos.
Jurei amar-te Dália rajada.
Jurei ser teu Abobora menina.
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36 DICCIONARIO DAS FLORES
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mCCIONAKIO DAS FLORES 37
TV
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Namoro Junquilho dobrado.
Não aceito Castanhas do reino.
Não conheço obstácu
los Agárico.
Não desanimes Salsa.
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Não dês credito. Cravo azul.
Não dormi Beijo de frade escar
late.
Não desesperes Ortelã pimenta.
Não duvidar Papoula rajada.
Não é para ti M o n s e n h o r côr de
rosa.
Não falles sem pensar Papagaios (planta).
Não entendo Magnolia
Não jures falso ' 1
Botão de cravina.
Não me faltes Nabos.
Não me importa Jaca molle.
Não percas a oceasião Jambos.
Não posso Botão de rosa da ín
dia.
Não posso ser feliz Estrellas celestes.
Não prosigas Maias..
Não quero Folhas de tomates.
Não quero mais amar Monsenhor branco,
Não quero os teus fa
vores Macella gallega.
Não sei quando será Malva ingleza.
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Is’i.i 'Si O
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Obrigação Pinhões de S. Paulo.
Oífensa Pimenta verde.
O ífe re c o -te a minha
mão Palma de Santa Rita.
O meu gosto é o teu Botão de cravina ra
jada.
Ora não falles n’isso Manga.
Orgulho Papoula encarnada.
Ostentação falsa Alfazema murcha.
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DICCIONARIO DAS FLORES
Ostentação vã Deracêna.
Outro officio! Côco de quaresma.
Paciência Gabellos.
Paixão Jasmim miudo.
Paixão desgraçada Cajú.
Paixão violenta Artemisa singela. A
Palliaçào Araçá miudo.
Para que és cruel Dália côr de rosa.
P a ssei a noite sem
somno Figos rôxos.
Passeio Pitanga.
Paz Oliveira.
Pazes Avelleira.
Paz, ventura e alegrias Azeitonas verdes.
Peço misericórdia Balsamo.
Pedir perdão Azeitonas pretas.
Pela janella Trepadeira branca.
Perdes o tempo. Malmequeres dobra
dos.
Perdi quanto amava Andaaçú.
Perfeição Botão de rosa encar
nada.
Perigo Monsenhor rôxo.
Pretenção Jasmim do cabo.
Pezar Jacintho.
Poder Flôr de liz. •
Portador seguro Cravo da índia.
Por ti sinto ardor Ortelã preta.
Posse Herva cidreira.
Posso ir lá ? Coentro.
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Quéda Agrião.
Oueimei-me Quiabos.
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Quem é mais firme? Musgo.
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Quem te gozará? Dália rôxa.
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Quero e não posso Al f i net es da sécia.
brancos.
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DICCIONARIO DAS FLORES 41
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42 DICCIONARIO DAS FLORES
Santidade Al f i ne t e s da s éc i a
rosa.
Satisfarei Mimo de Venus bran
co.
Saudades Alecrim secco.
Segredo Papel em branco.
Sê benigna Botão de ouro.
Sê minha querida 'Anemone.
Il. Sem amor não ha ven
tura Angélica branca.
Sempre Retroz côr de ganga.
Sempre feliz Mangerona.
Serás consolado Mimo de Venus ama-
rello.
Sim, ou não? Lirio amarello.
Sentimento Cravo rôxo.
Separação forçada Folhas de cypreste.
I"l' Se r á em vão meu
amor? Dália côr de canna.
Serás sempre o meu
bem Rosa amarella.
Serei muito feliz Rosa de cheiro encar
nada.
Se souberas ! Malvaisco rajado.
ll ■'
Serei tua até á morte Cravo verde.
Serei tua eternamente Amóras vermelhas.
Se tu quizeres ! Beijo de frade rôxo.
Silada Pimenta de cheiro.
Silencio Pervinca.
Sinceridade Saudades brancas.
Singeleza Giló.
Sympathia Cabellos de Venus.
Só a ti quero Cravina encarnada.
M'--. '*»'■
}(' ■-fr
DICCIONARIO DAS FLORES 43
tude Sultanas.
Tens qualidades Resedá.
T ernura Damas azues.
Ter paciência Cabellos.
Teu amor amarga Trovisco.
Teu amor dá gostos Macenilha.
Teu amor sabe a rapa
dura Pinhões da Europa.
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TJ ■É
Ultimo recurso Sabugueiro. íÂilí.
Um riso teu felicita Maracujá mirim. :|
Unamo-nos Catinga de mim. ■
íM:
União Botão de cravo côr de
rosa.
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DICCIONARIO DAS FLORES 4a
Vaidade Alface
Valor e fé pura Alfinetes da sécia côr
de rosa. *
Variedade Beldroegas.
Vem pela porta da rua Trepadeira amarella,'
Vem quarta-feira Velludilho branco.
Vem quarta-feira Velludo branco.
Vem segunda-feira Trevo.
Vem vêr-me Jaboticabas.
Vens tarde Aravina branca rajada.
Ventura Angelica branca.
Ventura permanente Esclapiar.
Venturas Dália amarella
Vergonha Jasmim amarello.
Victima do ciume Flor de Limoeiro.
Victoria Ananaz de corôa.
Vingança Aconito.
Viver afflicto Dedaes de dama.
Vivo afflicto Nozes do Bancú,
Vivo para ti Gergelim.
Volubilidade Alfazema.
Voluptuosidade Flor de Macieira.
Vontade Limas da Persia.
»A S PiGUEtAS JP3SECIOSAS
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Ii tr .
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©fSACfJIiO WA®
Escolhe-se uma certa porção de flores, que
se põem uma ao pé da outra em cima de uma
mesa, dando-se a cada uma uma significação,
que se escreve em um papel, v. g .:
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DICCIONÀRIO DAS FLORES 49
O m e s m o p or m e io cias c o r e s
, A
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E m lile m a d a « F lô r e «
Amarello.—Desesperação.
|fi' Azul.—Elevação de espirito, pureza de senti
mentos, circumspecção.
Azul e amarello.—Arrependimento.
Azul claro e branco.—Belleza, agrado.
Azul claro.—Firmeza, fidelidade.
Azul e encarnado. — Magestade, amor con
stante.
Branco.—Boa fé, candura, pureza, innocencia.
Côr de azeitonas.—Affabilidade.
— de canna.—Sinceridade.
— de ílôr de alecrim. — Saudade.
•— de laranja. — Ciume, amor oífendido.
— de pinhão. — Modéstia.
— de rosa. — Juventude, amor, ternura.
Carmezim. — Poder supremo.
Encarnado. — Pejo, amor, desejos.
Preto. — Tristeza, luto.
Roxo. — Paixão de amor.
Verde. — Esperança.
Verde e amarello. — Esperança perdida.
Verde-monte. — Simplicidade.
Vermelho e branco. — Brandura, delicadeza.
— e amarello. — Fogo de amor.
— e verde. — Esperança segura.
Telcg:raplio a m a to rio
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DICCIONARIO DAS FLORES 51
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’ •' »"T . ' '•’• ' ••'■'' ■y ' >'■'’■
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QUADRO SYNOPTICO
DAS DIVERSAS ESPECIES DE AMOR
A m o r sy m p a tb ic o
I' " A m o r g ie n s ii a l
A m o r ro m a iscsc o
U m a s im p le s io c liu a ç ã o
' I
Sua origem.—E’, permitta-se-me a expres
são, o gaguejar infantil da sympathia.
Nasce sem ruido, sem estrondo, qual regato
/ timido sobre a molle arêa, que em principio
corre por entre ribeiras esmaltadas de flores,
'mríÇ
-c acaba por se tornar um rio formidável no ■■íli
;íw
seu impetuoso curso.
Seu i m p é r i o . de mui longa duração;
por isso que gasta muito tempo em crescer. 4
O hymeneo, longe de o destruir, serve-lhe
de alimento e de apologia.
Considerações.—\]m 2i inclinação é preferi-,
vel a uma violenta paixão; porque uma dá
esperanças de augmentar, e a outra, pelo con- í
, '■ *■ ;•’. ' , . ’ ^ .'" > r-^, '*' -. ‘ ' ' ’^ '. ' V ’
« . ÿ - , r : - . ?■ -, v ' ■■ ■
U m g;osto
A m o r i>latonâ«o
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62 DICCIOKARIO DAS PLOEE8
F. P alh a.
Quando ligeira
No bosque adeja
E rumoreja
Brisa fagueira,
Seu ciciar
Sob a ramada
Canto de fada
Finge no ar.
Quando innocente
O passarinho
Deixa seu ninho,
Voa contente;
Louvando o dia
Na voz que encanta,
Um hymno canta,
Todo alegria.
Quando o rocio
Brilha deposto
Da flôr no rosto
Fresco e macio;
DICCIONxVRIO DAS FLORES
Pendendo a flor
Que elle humedece,
1^ î Verter parece
Pranto d’amor.
Oh ! que harmonia
Profunda, immensa!
m- Para quem pensa,
I
liV"’ Que alta magia!
Tudo, Senhor,
Tudo respira,
Tudo suspira.
Diz tudo — amor — !
A. L ima .
U m I s c ijo p o r ca @ í£ s;o
O r a m o de a le c r im
Entre o mimoso.
Tenro biquinho.
Traz d’alecrim
|7tV Verde raminho.
Pousou-me no hombro;
E o ramo veio
Suavemente
Tocar-me o seio,
d ic c io n a r ío d a s f l o r e s 67
«Furtaste-O acaso
« D’algum jardim »
Disse.—E brincando
Em torno a mim.
Os pés felpudos
Na aréa fina
D^esta arte escrevem
« Leopoldina. »
Prestes a pomba
Voou ao céo,
Prestes ás letras
O labio meu.
Ia a beijal-as ;
Brisa do mar
O doce nome
Veio apagar.
O Bsraw co
•1-'” •
f. .
; -•; v;;'.
DICCIONARIO DAS FLORES 6^
r ■:
DICCIONARIO DAS FLORES 71
A roüa do m a r
J. F. DE Skrîsl,.
JS . B R I S A
?'ííi .
R E C IT A T IV O S
PRIMEIRO
SEGUNDO
De l u z d e e n c a n t O ; d e a l e g r i a i n f i n d a ,
Aquelle r o s t o s e d u c t o r e s p l e n d e :
Brilha a ventura em sua face linda;
E o c é o n o f o g o q u e e s s e o lh a r a c c e n d e !
TERCEIRO
'
i.l !
— ^
DICCIONAEIO DAS FLORES 77
B. P ato.
P'À
78 DICCIONAlilO DAS FLORES
¥1 As idíaTles da m a llie r
( i m it a ç ã o d e m il l é v o y e )
A'
DICCIONARIO DAS FLORES
Na terceira o vermelhão,
Que as faces vae besuntando,
Inventa as rosas postiças.
Quando as outras vão murchando.
J oão de L emos
DE A M O R
Uma menina
Quer que eu lhe dê
Lições d’amores
Por A B C .
A —E’ amante
Não ardilosa:
B —É benigna,
Não buliçosa.
DICCIONARIO DAS FLORES 81
R —Risonha^
Não rigorosa :
Tome; menina;
Lição gostosa.
Uma; etc.
S —E’ sincera;
Não suspeitosa:
T —E’ ser terna
Nunca teimosa.
V —Verdadeira
Nada vaidosa:
Tome; menina;
Lição gostosa.
Uma; etc.
X —Xocarreira;
Pouco chorosa
Z —Zombeteira
Pouco zelosa:
Tome; menina;
Lição gostosa.
Uma; etc.
Sã
Depois das lettras Tome SentidO;
Bem decorar; Vá de vagar;
Quer que eu Ih’ensine AMAR \- s
A soletrar? Soletre—amar.
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V í.- . ^ , . > .
" S ím
Kí
O MARXJJO
Triste vida é a do marujo !
Qual délias a mais cansada !
Por amor da triste soldada.
Passa tormentos.
Passa tormentos
Dom, dom.
Com as tempestades,.
Dom, dom.
As nossas necessidades
Nos obrigão a navegar,
A passar tempos no mar,
E aguaceiros,
í:
E aguaceiros.
Dom, dom.
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DICCrONARIO DAS FLORES
Nossa comida.
Dom, dom.
O’ leva a riba . . . .
Dom, dom.
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Qu^eu lá sinto no campo o tambor
A fallar-me meiguicc d’amor.
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m
Eu acordo cm ti cuidando.
- / i . ■■ .'i
Em ti cuidando me deito,
Não é defeito o cuidado.
Ter amor não é defeito.
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.h u t V
C o ra ça o n ã o g o ste s d*ella,
<^ue e lla n â o gosta de ti.
r ■■■
Coraçâo, que tens com Lilia?
K ;; Desde que seus olhos vi,
Pulas e bates no peito,
Tape, tape, tipe ti:
Coraçâo, não gostes d’elîa.
Que ella não gosta de ti.
iS
gSf^''s
' '•, Quando anda, quando falia,
Quando chora, quando ri,
Coração, tu não socegas. }f vJ
Tape, tape, tipe ti;
Coração, etc.
Aquelle modo risonho
Nâo é nem foi para ti.
Basta louco e não estejas
Tape, tape, tipe ti : M
Coração, etc.
Um dia que me affagava.
Zombava, eu bem pcrcebi ;
Era por gostar de ver-te
Tape, tape, tipe ti :
Coraçâo, etc.
■:
Uife
m r'
.; I
Quanto enganei-me!
Que o riso, então.
Da falsidade
Era expressão.
(
|¥ A mão tomei-te,
Corou-te o pejo,
Voltaste a face,
Furtei-te um beijo.
O doce nectar
il :
Cue então bebi,
Que era veneno
Depois senti.
Magica rosa.
y .'
Nos teus carinhos
Só vi as cores,
Nunca os espinhos.
Fórma e perfume
Foi illusão.
Trago os espinhos
No coração.
Mesmo na terra
Julguei eu vêl-a.
'n
Astro divino,
A minha estrella.
I '
ti-,, . u n ç iÆ '.
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