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Agricultura I

Eng. Agro°. Prof. Dr. Bruno Novaes Menezes Martins

brunovaesagrope@gmail.com
Agricultura I
Eng. Agro°. Prof. Dr. Bruno Novaes Menezes Martins

brunovaesagrope@gmail.com
Origem e Distribuição Geográfica

• Dentro do gênero Phaseolus têm 56 espécies.


• As mais importantes são:
• Phaseolus vulgaris L. – feijão comum
• Phaseolus lunatus L. – feijão fava
• Phaseolus coccineus L., P. acutifolius, P. polyantus
• Outros feijões:
• Vigna unguiculata – feijão caupi, feijão de corda.
• Vigna angularis – feijão adzuki
• Vigna radiculata – feijão mungo
• Vignia umbellata – feijão arroz
Origem e Distribuição Geográfica

Phaseolus vulgaris
Preferência de consumo

• Grupo I:Gênero Phaseolus


Phaseolus vulgaris – (80%)

Mesoamérica, norte e sul dos andes

• Grupo II: Gênero Vigna


África Tropical (da Nigéria a África do Sul)
Vigna unguiculata – (20%)
Importância econômica
6%

➢Cultura empregadora;
19%

➢Base da alimentação do brasileiro;

➢Sem grande expressão de comércio


internacional;

75%

➢Comercialização:
• É um produto que perde rapidamente o valor
comercial e nutritivo após a colheita:
Até 10 hectares 10 a 100 hectares > 100 hectares
Situação atual da cultura

• Fonte de proteína.

• Adaptada as diversas condições de clima e solo.

• Explorado por pequenos, médios e grandes agricultores.

• Cultivado em três safras: águas, seca e inverno.

• Cultivares apresentam grãos de tamanho e cores diferentes.

• É um produto que perde rapidamente o valor comercial e nutritivo após a


colheita:
Descrição Botânica

• Ordem
➢Rosales
• Família
➢Fabaceae (Leguminosae)
• Gêneros
➢Phaseolus
➢Vigna
• Espécies
➢Phaseolus vulgaris L.
➢Vigna unguiculata L.
.
Características gerais

• Planta anual
• Herbácea
• Pubescente (pouco)
• Folhas trifoliadas
• Ciclo entre 60 e 120 dias
• Crescimento determinado
➢ Florescimento: inflorescência na parte
terminal
• Crescimento indeterminado
➢ Florescimento: continua emitindo ramos
vegetativos
Morfologia: Germinação
Morfologia: Sistema radicular

• Ramificado (pivotante)
• Raiz principal, secundárias, terciárias...
• Nodulação:
➢Fixação simbiótica é mais eficiente no Vigna.
• Distribuição varia quanto à:
➢Estrutura do solo
➢Porosidade
➢Aeração
➢Capacidade de retenção de umidade do solo
➢Temperatura
Em condições favoráveis pode
atingir até 1metro
Morfologia: Caule

• Eixo principal da planta e tem origem no


meristema apical do embrião, dando
origem a uma sucessão de nós e entrenós.
• Nós:
1º  ponto de inserção dos cotilédones
2º  ponto de inserção da folha primária
3º  ponto de inserção da folha
trifoliada
Caule: Phaseolus vulgaris
• O caule pode ter hábito de crescimento:

➢DETERMINADO: a emissão e a elongação de folhas e ramos cessam por


ocasião do advento das flores.
✓Inflorescência na parte terminal

➢INDETERMINADO: ocorre crescimento de folhas e ramos antes e após a


floração.
✓Não há presença de inflorescência terminal (apenas axilares) – floração
ocorre da base para o ápice.
Morfologia: Folha
Morfologia: Inflorescência
• Podem ser brancas, branco-amareladas, róseas e roxas (feijão preto);
• Tipo de flor e disposição dos órgãos reprodutores favorece a autofecundação
(autogamia);
• Taxa de cruzamentos naturais ou polonização cruzada (alogamia) varia de 2 a 5%;
• O abortamento de flores pode chegar a 75% (maior pegamento nos primeiros dias
de floração).

Phaseolus
Vigna
Morfologia: Fruto

• Tipo legume (vagem).

• 4 a 7 sementes por vagem (Phaseolus).


• até 18 sementes por vagem (Vigna).
Tipos de feijão

CARIOCA
• O feijão tipo Carioca é o mais consumido no
Brasil;
• É considerado pequeno dentro da classificação
quanto ao tamanho do grão;
• Apresenta coloração bege com estrias marrons.
Tipos de feijão

PRETO
• O feijão preto é bastante consumido na região Sul e nos Estados do
Espírito Santo e Rio de Janeiro.
• Apresenta uma coloração preta e o tamanho do seu grão é
classificado como pequeno.
Tipos de feijão

ROSINHA
• O feijão tipo Rosinha apresenta uma
coloração rosa claro e seu grão é
classificado como pequeno.
• É consumido principalmente nos
Estados de Goiás, Mato Grosso, Pará e
São Paulo.
Tipos de feijão

ROXINHO
• O feijão tipo Roxinho é classificado
quanto ao tamanho do grão como
pequeno.
• Apresenta uma coloração arroxeada e
é consumido principalmente nos
Estados de Goiás e Minas Gerais.
Tipos de feijão

MULATINHO
• O feijão tipo Mulatinho é muito
consumido na região Nordeste do
país.
• Apresenta uma coloração bege
claro e é classificado como grão
pequeno.
Estádios fenológicos do feijão

O desenvolvimento do feijoeiro compreende duas grandes fases distintas:

• Fase vegetativa: vai da germinação até o aparecimento dos primeiros botões florais;
• Fase reprodutiva: vai da emissão dos botões florais até o pleno enchimento de
vagens e a maturação das sementes.
Estádios fenológicos do feijão
V0: GERMINAÇÃO

INFLUÊNCIA DA
TEMP E ÁGUA ≈ 5 dias

• Planta epígea;
• Aparecimento da radícula;
• Grande sensibilidade a falta
ou excesso de água;
• Temp. < 12°C diminuem a
germinação, a temp ideal é de
25°C.
Estádios fenológicos do feijão
V1: EMERGÊNCIA ≈ 2 dias

• Ocorre o desdobramento da
dobra do hipócolito;
• Presença dos cotilédones.
Estádios fenológicos do feijão
V2: FOLHAS PRIMÁRIAS ≈ 3 dias

• Não se recomenda o uso de


produtos químicos com
potencial fitotóxico
(herbicidas), que podem
provocar perda significativa de
área foliar e redução do
estande.
Estádios fenológicos do feijão
Estádios fenológicos do feijão
V3: 1° FOLHA TRIFOLIADA ABERTA
5 a 9 dias

• Queda dos cotilédones;


• A planta passa a depender
diretamente dos nutrientes do
solo.
Estádios fenológicos do feijão
V4: 3° FOLHA TRIFOLIADA ABERTA
6 a 15 dias
ADUB. NITROGENADA
CONTROLE DE PLANTAS • Início do processo de
DANINHAS ramificação;
• A ramificação depende de
fatores como genótipo
(características da
variedade), condições
ambientais, sistemas de
produção adotados e
densidade de semeadura,
além de outros.
Estádios fenológicos do feijão
≈ 10 dias
R5: BOTÕES FLORAIS

• Nas variedades de hábito de


crescimento indeterminado
(II, III e IV), o
desenvolvimento vegetativo
prossegue, mediante a
emissão de novos nós, ramos
e folhas.
Estádios fenológicos do feijão
R6: FLORAÇÃO

≈ 5 dias
Estádios fenológicos do feijão
R7: FORMAÇÃO DE VAGENS ≈ 10 dias

• A planta continua emitindo novas flores,


por tempo variável relacionado aos tipos
de plantas correspondentes;
• Deficiências hídricas nesse estádio
proporcionam diminuição da produção
pela redução da fotossíntese e do
metabolismo da planta, pela queda de
vagens jovens (abortamento) e pela
retração do tamanho das vagens em fase
de crescimento.
Estádios fenológicos do feijão
18 a 24 dias
R8: ENCHIMENTO DAS VAGENS

• A ocorrência de
condições climáticas
desfavoráveis,
principalmente falta
de água e nutrientes,
poderão reduzir a
produção, em número
e peso de grãos.
Estádios fenológicos do feijão
R9: MATURAÇÃO

≈ 15 dias
Aptidão edafoclimática
Aptidão edafoclimática
ÁGUA
EXCESSO
- Apodrecimento de sementes e vagens;
- Paralisação no desenvolvimento;
- Amarelecimento das plantas;
- Ataque de doenças.

FALTA
- Menor altura e área foliar da planta;
- Menor número de flores;
- Aumento do abortamento de flores;
- Menor número de vagens e grãos por vagem;
- Menor desenvolvimento e produção.
Aptidão edafoclimática
Condições climáticas
Condições climáticas
Práticas culturais: preparo do solo

Aspectos a considerar: Principais pontos na escolha do método


• Restituição de nutrientes; de preparo:
• Conservação do solo; • Grau de compactação do solo;
• Aeração e infiltração de água; • Volume de restos culturais;
• Controle de plantas daninhas; • Infestação de invasoras;
• Controle de doenças; • Fertilidade do perfil do solo explorado
pelas raízes.
Práticas culturais: preparo do solo

Objetivos:
• Oferecer condições de semeadura;
• Conseguir uma boa germinação;
• Estabelecimento e desenvolvimento da
cultura;
• Facilitar a colheita.

Tipos de preparo do solo para o feijoeiro:


• Preparo convencional;
• Preparo reduzido;
• Plantio direto.
ARADO DE AIVECA ARADO DE DISCO GRADE ARADORA

ARADO ESCARIFICADOR
SUBSOLADOR
DESTORROADOR
Benefícios do sistema de plantio direto:

• Controle da erosão;
• Reduz o consumo de combustível;
• Reduz o trânsito de máquinas na área;
• Conserva a umidade do solo e melhora o aproveitamento da água pelas plantas;
• Reduz a amplitude térmica no solo, favorecendo a fisiologia e o desenvolvimento
do sistema radicular;
• Aumenta a matéria orgânica do solo;
• Aumenta a agregação do solo;
• Assegura maior probabilidade de obtenção de produtividades mais elevadas.
Práticas culturais: Semeadura
FEIJÃO DAS ÁGUAS

➢ Cultivo de primavera ou plantio de primavera;


➢ Semeadura de agosto a dezembro;
➢ Colheita de novembro a março;
➢ Início do período chuvoso;
➢ As plantas se desenvolvem no final do inverno e durante a primavera, coincidindo a colheita
com o início do verão.

PROBLEMAS:
➢ Falta de umidade na semeadura;
➢ Excesso de umidade na colheita, principalmente nas semeaduras tardias;
Práticas culturais: Semeadura
FEIJÃO DA SECA

➢ Cultivo de verão-outono ou plantio de verão;


➢ Semeadura de janeiro a março;
➢ Colheita de abril a junho;
➢ As plantas irão se desenvolver durante as estações do verão e outono, coincidindo
a colheita com o período de redução na precipitação pluvial.

PROBLEMAS:
➢ Excesso de chuvas na semeadura;
➢ Ocorrência de veranicos;
➢ Excesso de umidade na colheita nas semeaduras antecipadas;
➢ Ocorrência de geadas nas semeaduras tardias.
Práticas culturais: Semeadura
FEIJÃO DA SECA

➢ Cultivo de outono-inverno ou plantio de outono;


➢ Semeadura de abril a julho;
➢ Colheita de julho a outubro;
➢ Uso de irrigação;
➢ A colheita é realizada principalmente durante os meses de inverno;
➢ Em regiões de inverno rigoroso, tem-se feito a semeadura em meados de julho, com o
objetivo da cultura escapar do frio na fase reprodutiva.

PROBLEMAS:
➢ Excesso de umidade na colheita em semeaduras tardias “julho”;
➢ Ocorrência de geadas;
➢ Necessidade de água, necessita de irrigação.
População de plantas
Semeadura: covas
Práticas culturais: adubação

➢Sistema radicular delicado e superficial;


➢Ciclo curto: 70 a 110 dias;
➢Exigente em nutrientes;
➢Considerar:
• Exigência da cultivar;
• Histórico da área;
• Análise de solo.
Práticas culturais: adubação
TEORES NUTRICIONAIS
Práticas culturais: adubação

➢ Aplicar calcário para elevar a V% a


70%;
➢ pH ideal de 6,4 a 6,5;
➢ Elevar o teor de Mg para 5-10 mmolc
dm-3
Práticas culturais: adubação
Benefícios da Calagem
Práticas culturais: adubação

Benefícios da Gessagem

- Fornecimento de Ca e S ao solo;
- Fornecimento de enxofre (grãos com maior teor de cistina);
- Baixo custo do nutriente;
- Diminuição [Al] trocável nas camadas subsurpeficiais;
- Visa melhorar o ambiente para o crescimento radicular em subsuperficie;
- A planta explora um maior volume de solo tendo mais acesso a água e
nutrientes.
Controle de plantas daninhas

Crescimento inicial lento (20 DAE – 5% da MS total);


FEIJÃO
BAIXA CAPACIDADE COMPETITIVA Sistema Radicular Superficial (20 cm);

Porte reduzido (50-60cm).

Danos causados:
• Competição por água, luz, nutrientes e espaço físico.
• Perdas por daninhas na cultura podem chegar a 90%.
• Água é + importante no cultivo da seca.
• Colheita – plantas providas de espinhos dificultam ou aumenta o custo da colheita manual.
• Período crítico de competição –15 a 30 DAE
• Controle: Consiste na adoção de certas práticas que resulta na redução da infestação, mas não
necessariamente na sua completa eliminação
Práticas culturais: colheita

PONTO DE COLHEITA: Maturação fisiológica


• Variedade de cor bege – 38 a 44% de umidade;
• Variedade de cor preta – 30 a 40% de umidade;
• Na prática recomenda-se colher com 12-14% de umidade;
• Quando a vagem muda de cor: Verde  creme-palha

PROBLEMAS:
• Perdas de sementes por deiscência das vagens;
• Ataque de pragas (carunchos);
• Aumento da infestação de plantas daninhas (devida a queda das folhas);
• Redução na qualidade das sementes (germinação e vigor).
Colheita manual
ARRANQUIO DAS PLANTAS
(grãos com 36% de umidade)

SECAGEM A PLENO SOL


(grãos com 14% de umidade)

RECOLHIMENTO

TERREIRO
(camadas de 30 a 60 cm)

TRILHAGEM
VARAS – TRATOR – PISOTEIO DE ANIMAIS
(separação do grão da vagem)
Batendo feijão no manguá (vara presa a outra vara)

SEPARAÇÃO E LIMPEZA DOS GRÃOS


(abanação)
RACIOCÍNIO CRÍTICO

Você é um agricultor que deseja aumentar a produção de feijão em sua


propriedade. Desenvolva uma estratégia completa, considerando fatores
como escolha de variedades de feijão, preparo do solo, controle de pragas e
doenças, manejo da irrigação, adubação e colheita, com o objetivo de
maximizar a produção de feijão em sua plantação. Explique cada etapa da
sua estratégia, destacando os principais desafios e cuidados necessários para
atingir um aumento significativo na produtividade, mantendo ao mesmo
tempo a sustentabilidade do sistema de produção.

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