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Proposta de Redação

A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos

construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-

argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema

“O impacto da heteronormatividade compulsória nas escolhas afetivas”,

apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos.

Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos

para defesa de seu ponto de vista.

TEXTO I

Blog da Galera : você sabe o que significa heteronormatividade compulsória?

Segundo o dicionário, este termo é usado para identificar situações que fogem do

“habitual”, isto é, em termos de orientação sexual, relações que não são heterossexuais se

tornam assim marginalizadas (gays, lésbicas, bissexuais, assexuados, etc). Em outras

palavras, a heteronormatividade exclui tudo aquilo que não é aceito pela sociedade,

naturalizando o senso comum como a única forma propriamente digna de aceitação.

Na prática, o termo é definido enquanto compulsório, pois já existe uma grandiosa

socialização por cima deste. Ou seja, a famosa “caixinha dos meninos” e “caixinha das

meninas”. Na maioria dos casos, os pais já esperam que seu filho homem se atrele ao

“papel natural da vida” a que lhe é atribuído: gostar de meninas, brincar de carrinho, não

ser sensível, e por aí vai. O papel da filha mulher, em contrapartida, é gostar de garotos,

brincar de boneca e ser sentimental.


Disponível em: <https://capricho.abril.com.br/comportamento/blog-da-galera-voce-sabe-o-que-significa-
heteronormatividade-compulsoria/>. (Adaptado).

TEXTO II

Heterossexualidade compulsória obriga LGBTs a seguirem padrões hétero-cis

Estar em desacordo com as normas hétero-cis normativas fomentadas pela sociedade em

todos os âmbitos sociais é uma das principais fontes de conflitos internos e externos de

quem faz parte da comunidade LGBTQIAP+. Independentemente da idade e da fase da

vida em que o indivíduo se descobre, a pressão para se encaixar no padrão exposto o

atinge de maneira inevitável.


É dessa imposição que nasceu o termo “heterossexualidade compulsória”, definido pelo

psicoterapeuta Adilon Harley como “uma ferramenta para tentar garantir a estrutura

patriarcal de poder”. De acordo com ele, isso afeta diretamente as pessoas LGBTQIAP+,

mas principalmente as mulheres cis, uma vez que essa heterossexualidade compulsória

reafirma valores e comportamentos nocivos em qualquer relação humana. "Ela

[heterossexualidade compulsória] é um instrumento de poder que cada vez mais perde o

sentido e que está reativo justamente pela percepção coletiva da falência desse modelo”,

afirma.
Disponível em: <https://queer.ig.com.br/2021-09-02/heterossexualidade-compulsoria-obrigacao.html>.
(Adaptado).

TEXTO III
‘Aprendemos que o certo é gostar de meninos’, diz pesquisadora

A ideia é de que, num patriarcado, a heterossexualidade não é só uma orientação sexual,

mas uma ferramenta de controle, uma forma de manter a supremacia masculina. Por meio

da hiper-romantização das relações heterossexuais – tanto afetivas, amorosas, quanto

sexuais -, a mulher é levada a construir toda a sua vida em torno de homens. Ela é

ensinada a priorizar relações com homens e a rejeitar relações com mulheres. Faz parte da

heterossexualidade compulsória tanto a noção de que a heterossexualidade é normal e a

homossexualidade/a lesbianidade são desviantes, quanto a construção de que “amizade

entre mulheres não existe”, “mulheres são naturalmente competitivas”… tudo feito para

minar as potencialidades de relações entre mulheres.

Esse conceito também explica o processo por meio do qual somos socializadas: a

heterossexualidade compulsória não dita só que o ‘normal’ é a atração pelo sexo oposto,

mas pelos papéis sociais que cada sexo desempenha. Então esse conceito explica que,

num patriarcado, não basta uma mulher gostar de um homem e se relacionar com ele: é

necessário que cada um desempenhe determinado papel nessa dinâmica de casal. Ou

seja: a mulher ser submissa, dominada, emocionalmente dependente, cuidadora; e o

homem ser o provedor, o que “pega mas não se apega”, o ‘másculo’, garanhão.
Disponível em: <https://blogs.correio24horas.com.br/mesalte/aprendemos-que-o-certo-e-gostar-de-meninos-diz-
pesquisadora/>. (Adaptado).

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