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Por que sou A ética e o valor O mestre maçom

maçom? moral na maçonaria perante si próprio


2023 - Ano 31 - nº 186
www.revistaconsciencia.com.br
Editorial
Qual a maçonaria que queremos?
Estimados Irmãos!
Vivemos hoje nos perguntando com frequência, sobre os rumos da nossa maço-
naria, diante de tantas mudanças ocorridas nas últimas décadas (pandemia, virtualidade,
evasões, inassiduidade, descomprometimento, entre outras).
Como uma escola de aperfeiçoamento do homem, cuja finalidade é combater a
ignorância em todas as suas modalidades, sendo um dos princípios essenciais a busca pela
perfeição, nossa Ordem considera os homens iguais em direito para que seja respeitada a
dignidade de cada um, mesmo que os sectarismos político e religioso, sejam incompatí-
veis com a universalidade do espírito maçônico, que combate a tirania, a ignorância e a
superstição.
A maçonaria teve parte fundamental nos grandes momentos e nas grandes decisões
da história do país e que, “por algumas circunstâncias ou destino, acabou, em determinado
momento, se distanciando das grandes decisões da participação na vida política”. Precisa-
mos resgatar a memória da nossa luta pela liberdade, conhecimento e fraternidade.
A contribuição do Maçom à vida pública, política e social vem de longa data e
distintas geografias e o Brasil precisa demais da mobilização dos Maçons, porque sem a
construção do presente bem feito, não teremos o futuro e a responsabilidade que nos pesa
pela participação em movimentos históricos no país.
A Maçonaria sempre foi um “celeiro de ideias e uma oficina de bons exemplos”, e
que seus feitos continuam no presente, com os olhos voltados ao futuro. E, diante de tantas
preocupações e dúvidas, nos vem à mente: qual será o futuro da Maçonaria? Qual futuro
você quer viver? Qual futuro estamos criando?
Será que nós Maçons de hoje, já demos conta de que tudo à nossa volta é resultado
do que foi projetado por alguém no passado, e cuja plenitude foi alcançada? Que também
temos a obrigação de construirmos nossa “obra”?
Por essas e mais razões, meus Irmãos, não nos preocupemos em prever o futuro,
mas sim, em construí-lo!
Para tornar a vida especial, não precisamos de eventos grandiosos, mas, simples-
mente a vontade de fazer “algo” melhor pela sociedade, pela família, pelos Irmãos, pela
Loja e pela Ordem, afim de que possamos deixar o nosso legado.
O segredo da nossa existência enquanto Ordem, é encontrarmos um propósito para
valer a pena de trabalharmos juntos, unidos e coesos, motivados para superarmos os pro-
blemas e as dificuldades interpostas pelo caminho.
E, este é um processo coletivo!
Ele será apenas e unicamente o resultado das atitudes que tomarmos como maçons Irmão
que somos, dia após dia, pois o futuro da maçonaria está em constante construção, e, não Ademir Batista
podemos desconstruir o que já é fato. Nossa fraternidade é indissolúvel! de Oliveira
Diretor e Editor da
Nossa fraternidade precisa prosperar no futuro, e nós precisamos de coragem para
Revista Consciência
enfrentarmos os desafios que nos apresentam todos os dias. E não podemos nos isolar, Loja Oriente Maracaju nº 01
mesmo que a realidade da sociedade moderna, apesar das redes sociais ou da política de GLEMS - Campo Grande
identidade, onde as pessoas se sentem mais isoladas e mais solitárias do que nunca, há
quem afirme que “as pessoas que sentem que vivem numa comunidade, ou até que têm
amigos com quem podem contar, estão a diminuir”.
Muitos Irmãos podem se perguntar o quão confiáveis são os seus amigos ou se são
confiáveis diante das dificuldades e, na maioria dos casos, eles não o serão.
Irmãos são diferentes! Você concorda? Nós vivemos de acordo com um código.
Precisamos manter nossas tradições! Nossas origens! Nosso Ritual não pode ser demolido
e sua ritualística deve ser seguida integralmente.
O futuro da Maçonaria está em nossas mãos!
Pensemos nisto!
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3 Qual a maçonaria que queremos? • Santa Maria/RS
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Irmão Ademir Batista de Oliveira • Sinop/MT
Joel Monteiro Lopes (66) 3531-2650 / 99231-7544

Textos Maçônicos
• Rondonópolis/MT
Cicero Belarmino da Silva (66) 3422-3006 / 99994-8533
• Porto Velho/RO
5 As inspiradoras colunas Booz e Jakim Francisco Aleixo da Silva (69) 3229-1556 / 99972-1027

Irmão Charles Boller PROJETO GRÁFICO


André da Silva Cerqueira (comp&art) 240323
6 Outros
Emília Morales
8 Noções de realismo fantástico aplicadas à maçonaria
Irmão Hercule Spoladore revistaconsciencia
12 Por que sou maçom?
Christian Pissini @revistaconsciencia
14 O papel da astronomia na maçonaria (67) 99600-3636
Irmão T. Ferreira
17 Como devo ir para uma sessão FOTOS NESTA REVISTA

Irmão Carlos Santos • Imagens retiradas da internet


18 Ser Maçom • Acervo Revista Consciência

Autor desconhecido PROJETO GRÁFICO


20 A ética e o valor moral na maçonaria
Irmão José Airton de Carvalho
23 Uma formiga ensinou-me a orar comp_art@uol.com.br
(67) 99983-6214
Irmão Mestre José Antônio Fracalossi Meister
26 Encontros semanais IMPRESSÃO E ACABAMENTO

Irmão Nelson Vieira (67) 99600-3636


29 O mestre maçom perante si próprio
Rui Bandeira
30 Irmãos por que me abandonastes? VEICULAÇÃO NACIONAL E ONLINE
Irmão Dalton - Borraz チ Polis

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Maçonaria

As inspiradoras
colunas Booz
e Jakim Irmão Charles Boller

O
significado simbólico maçônico das duas verdades e realidades que colocam em xeque cren-
colunas é controverso e confuso se com- ças e ideias a respeito do Universo.
parado ao que diz a bíblia judaico-cristã, É isto que a Maçonaria visa com sua moti-
em I Reis 7:13-22. vação à auto-educação e o despertar dos imensos
Em essência elas decoram e demarcam a potenciais que até o momento existem apenas em
entrada do templo, o portal do iniciado no caminho resultado de experiências empíricas, transmitidas
da luz, do conhecimento gradativo de seu eu, de pelos sentidos.
seu interior, do seu templo, da sua espiritualidade. Aos poucos, os Maçons de formação meca-
As colunas Booz e Jaquin são verdadeiras nicista, influenciados pelos místicos e sensitivos,
e físicas nas Lojas e devem estar lá para objetivo passam a entender ou absorver o funcionamento
que pode, numa primeira instância, fugir ao enten- destas energias, não como mágica, mas com ali-
dimento. cerce científico.
Será que elas não têm outros significados Partindo da especulação incutida pela física
que simplesmente albergar as ferramentas e supor- quântica, especula-se em torno das possibilidades
tar romãs e globos? de sentir e usar das energias que constituem o Uni-
Todos os símbolos usados pela pedagogia verso, ou Universos.
da ritualística maçônica devem ficar ao alcance da É uma das razões de manter as colunas
vista para permitirem sua utilização material e pro- Booz e Jaquin dentro do Templo, como modelo de
piciarem, a partir disto, a construção, a concepção dipolo energético de campos elétricos, magnéticos
de pensamentos abstratos, sem adentrar na seara e gravitacionais, ou quem sabe, portal para outros
pantanosa dos dogmas; (apresentar algo duvidoso Universos, talvez concentradores das energias da
como certo e indiscutível, cuja verdade se espera cosmologia quântica de que o homem é feito.
que as pessoas aceitem sem questionar.) (tudo é possível até que o véu do conheci-
Na escola primária, na fase concreta dos mento se desvende)
métodos de ensino, os conceitos abstratos são É o mesmo que ensinar o conceito do zero
transmitidos via materialização, por exemplo: para as crianças do jardim da infância, há neces-
como explicar o zero para uma criança? sidade de manter o modelo, o inspirador de novos
Colocam-se dois objetos a vista e depois se pensamentos até o instante em que o mais cético
subtrai estes da visão, ficando o nada, definindo o venha a entender o que os outros Irmãos sentem e
vazio; gravando na mente o conceito de zero. interpretam de forma empírica.
Para usar um símbolo ele deve ser visto, ao Os exercícios especulativos podem então
menos numa primeira instância; depois de firma- inspirar novos modelos e, quem sabe, surjam no-
do o conceito abstrato, o cérebro se encarrega de vas ciências e conhecimentos que projetem o ho-
completar o que fica invisível aos olhos. mem ao encontro de seu futuro.
A ciência avança nas áreas da física quân- Ao passar pelas colunas Booz e Jaquin o
tica, cosmologia, psicologia transpessoal e revela Obreiro entra na oficina recheada de ferramentas
continuamente a existência e ação de energias, de trabalho em direção à luz, a sabedoria necessária

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Maçonaria
para burilar a pedra bruta. resultado da polidez e educação maçônica que
Trabalha nele próprio até obter uma lin- honra o Grande Arquiteto do Universo e que toma
da e bem formada pedra cúbica polida, isto é o seu lugar de destaque na sociedade humana.

Reflexão

Outros
Você sabia que...?
Seu NASCIMENTO foi através de Outros;
Seus primeiros BANHOS foram dados por Outros;
Seu NOME foi dado por Outros;
Você foi EDUCADO por Outros;
A sua RENDA, ainda que indiretamente, vem por meio de Outros;
Se você quer se DIVERTIR, ou faz uma viagem, vai a um show, cinema, tea-
tro, restaurante, estádio, são os Outros que te servirão;
Quando você ADOECE é cuidado por Outros;
O RESPEITO a si é dado por Outros;
Seu ÚLTIMO BANHO será dado por Outros;
O seu FUNERAL será realizado por Outros;
E os PERTENCES e PROPRIEDADES serão herdados por Outros.
Então, questiono-me por que motivo alguns de nós deixamos o nosso EGO,
nosso TEMPO, nossa CARREIRA, nosso DINHEIRO e nossas CRENÇAS nos leva-
rem a menosprezar o valor dos OUTROS.
Está na hora de nos tornarmos mais amorosos, mais humildes e vivermos
pacificamente com os *OUTROS; porque nesta vida precisamos uns dos outros
em todo o tempo.
Tenhamos gratidão com o próximo!
Cada um de nós é O OUTRO DO OUTRO.
Vamos cuidar uns dos outros!
Lembre-se:
Em tudo, eu e você precisamos UM DO OUTRO!!

“AMAIVOS UNS AOS OUTROS COMO EU VOS AMEI.”


JESUS CRISTO
Emília Morales
Terapeuta

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Eventos

Grande Loja Maçônica do


Estado de Mato Grosso do Sul
• Mundo Novo
Loja 13 de Maio de Mundo Novo nº 39

O Venerável Mestre Irmão Gilberto Rossato Delicato, da Loja 13 de Maio de Mundo Novo nº
39, realizou uma Sessão de Exaltação do Irmão Julio Alexandre Ivantes Lucca, estando presente
os Irmãos Delegados, Regional Samuel Ribeiro da Silva, Distritais, Cesar Augusto Rozão e
Walter de Medeiros, representando o Sereníssimo Grão-Mestre Ademar de Souza Freitas.
Autoridades naquela presentes na sessão os Irmãos, Veneráveis Mestres, da Loja Acácia de Eldorado nº 34, do
Oriente de Eldorado, Edson Kaiser, da Loja Silo Vargas Batista nº 17, do Oriente de Iguatemi, Udson Rodrigues.

• Terenos
Loja Sacerdotes do Direito n° 47

Sessão Conjunta na Loja Sacerdotes do Direito n° 47, Venerável Mestre Irmão Rodrigo Francisco dos Santos,
Loja Acácia Pantaneira n° 59, Venerável Mestre Irmão Araes El Daher Filho e Loja Colunas da Lei nº 55,
Irmão Jose Antonio Braga Neto e a Loja De São João nº 69 Venerável Mestre Irmão Rogério Luiz Ribeiro
estando presente inúmeros Irmãos dos quadros aproveitando o momento o Grão-Mestre Ad Vitam Irmão Juarez
Vasconcelos fez um comentário sobre a fundação da Loja Sacerdotes do Direito nº 47 do Oriente de Terrenos.

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Maçonaria

Noções de realismo
fantástico aplicadas
à maçonaria Irmão Hercule Spoladore
Loja de Pesquisas Maçônicas Brasil – Londrina/PR

O
Homem atual, parcialmente desperto do maneira transpostas da esfera da realidade para o
seu sono mental de milhares de anos, está subconsciente e uma vez ai programados, se tor-
um pouco mais liberado, mas ainda está nam psíquicos cuja natureza extrema é desconhe-
preso aos grilhões de preconceitos, lendas, falsos cida, pois a mente não pode conhecer sua própria
mitos, crendices que foram programados no seu substância.
subconsciente. Ele começa lentamente a vislum- O status intelectual e moral atual no qual
brar através de sua memória genética a experiência o Homem está inserido, foi modelado pela Ciên-
e a vivência de seus antepassados de milhões de cia no campo físico e por pensadores e filósofos
anos. A Terra tem sua idade estimada em cinco bi- no campo mental. O mundo atual não é igual ao
lhões de anos. mundo dos seus antepassados. Outros paradigmas
O Homem quer saber a qualquer custo de foram introduzidos. Tudo mudou.
onde veio e qual é o mistério da vida. E por isso Sabe-se que a civilização moderna foi cons-
ele especula muito. Foi criado aqui neste planeta truída sem o conhecimento de sua verdadeira es-
a partir de um tronco comum com os primatas, é trutura intima. Embora idealizada pelo Homem
oriundo de outros planetas, ou habitantes de outros ela não está de forma alguma bem ajustada à sua
mundos mais avançados, fizeram experiências ge- própria medida. O Homem não conhece o seu EU
néticas a partir dos primatas? duplo.
No momento atual há uma ansiedade uma O conhecimento interior é aquele que ema-
verdadeira febre de procura das suas prováveis ori- na do seu próprio íntimo de sua forma intuitiva e
gens. natural, não seguindo raciocínios, conceitos teo-
A razão principal desta tendência é porque rias, ou qualquer outro processo mental. São os ca-
a Ciência está tornando o Homem mais liberado de minhos do autoconhecimento.
falsas morais, falsos deuses e crenças descabidas e Muito embora a maioria dos maçons não
assim ele está se preparando para a grande e fan- saiba, mas este é o verdadeiro ponto crucial da Ini-
tástica aventura cósmica. É claro que conhecendo ciação, apesar deste fato não ser propriedade da
o passado ignoto, será mais fácil antecipar o futuro Ordem. Todas as entidades iniciáticas seguem este
maravilhoso que o espera. mesmo percurso.
Cada ser humano tem em sua mente uma Este conhecimento interior não deve ser
verdadeira procissão de fantasmas mentais, no confundido com o conhecimento comum adquiri-
meio da qual caminha uma realidade desconhecida do através de livros didáticos, de aulas escolares,
para ele. manuais etc.
Carl Jung em seu livro “O Homem e seus O mundo desenvolveu-se ao acaso por ini-
símbolos” penetrando ainda mais nas entranhas ciativa de homens-gênios a maioria por descober-
de mente humana refere que existem aspectos tas acidentais, amoldados à forma de ser de seus
subconscientes na nossa percepção da realidade. pensamentos, sem seguir uma metodização ou es-
Quando nossos sentidos reagem a fenômenos re- quema racional.
ais, as sensações auditivas e visuais são de certa Repentinamente houve um tremendo salto

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Maçonaria
na Ciência. O Homem aceitou a desafio. Mas os Sabe-se que foi introduzida na Bíblia mais
homens de Ciência não tomam conhecimento para de trinta mil alterações. Ora, aqueles manuscritos
onde estão chegando ou para onde pretendem ir. escritos por essênios com seus textos ainda virgens
São conduzidos pelo acaso. Cada cientista é um de alterações por cerca de dois mil anos, poderiam
homem à parte guiado pelas próprias descobertas. alterar o rumo das religiões, e poderia até mudar o
As descobertas acontecem sem pevisão do que pos- rumo da própria civilização cristã.
sam causar. Todavia, a Ciência que o homem conhece
O Homem ainda está meio aturdido, meio e a usa mal, pautada toda ela no paradigma newto-
tonto e parvo com tanta realidade, a qual chega às niano-cartesiano sofreu um impacto, ou seja, um
raias do fantástico. pulo para o futuro, quando o conhecido se deparou
No momento, o Homem quer aprender al- com o desconhecido. Foi quando o antigo paradig-
guma coisa sobre civilizações extintas e entrar ao ma não mais explicou e nem pode prever resulta-
mesmo tempo entrar em contato com outros se- dos deste choque de interpretações e definições.
res inteligentes do Universo. Explora como pode Foi quando a Física Quântica apareceu. Os
o cosmo, dentro de sua tecnologia impotente em cientistas entraram em contato com outra realida-
busca de outros mundos, pesquisa o próprio planeta de. A Física quântica apresentou um aspecto da
em busca de novas verdades que possibilitem en- realidade fantástica que até parece ficção cientifica,
contrar suas razies. A atual ansiedade em pesquisar pois as partículas estudadas podem estar em dois o
sobre a origem e desaparecimento dos dinossauros, mais lugares ao mesmo tempo.
nada mais é que a própria procura de si mesmo. A Física Quântica é de probabilidades, pois
A Ciência, dentro do paradigma cartesiano e nunca se saberá com certeza como uma coisa espe-
newtoniano é muito rígida. Admite uma experiên- cifica vai acabar. Não se sabe o resultado.
cia como fato comprovado após sua repetição cen- A Física clássica é reducionista, pois parte
tenas e milhares de vezes de maneira experimen- da probabilidade de que só se conhecendo as partes
tal e lógica, seguindo o esquema cientifico que ela de um todo, poderá se conhecer este todo.
considera como correto. A nova Física é holística, pois enquadra o
O que não consegue explicar, simplesmen- universo como um todo unificado, cujos segmentos
te abandona, põe de quarentena, não publica, nega ou partes se interconectam e se influenciam uma às
simplesmente como no caso a teoria do caos e outras, ou seja, mutuamente.
dos sistemas não lineares, apenas para citar como Segundo Stuart Hamreroff existem dois ti-
exemplos. pos de leis governando o universo. Um é explicado
E ainda assim muitos segredos em poder pela lei do movimento de Newton. Todavia indo
da Ciência que poderiam precipitar a evolução da para a escala a nível do átomo uma série de leis
humanidade foram mantidos secretos durantes mi- quânticas assume o controle das ações.
lênios em favor de grupos, religiosos ou mesmo O Homem ficou mais ainda perdido com
científicos, com receio de que a revelação pudesse esta nova realidade.
causar catástrofes e o mundo fosse engolido por se A atual civilização é recente. Sabe-se mais
inteirar destes conhecimentos. Mas em realidade ou menos que ela data de cinco mil anos atrás.
este é um artifício, uma mentira, pois na verdade Mesmo sem ter havido os tais fins de mundo
os segredos são mantidos seguros por interesses de ou por água ou por fogo como pregam os falsos
grupos econômicos, científicos ou religiosos. profetas, muitos povos nasceram, cresceram tive-
Um dos exemplos mais recentes é o misté- ram o seu apogeu e desapareceram. Esta parece ser
rio que o meio cientifico e teológico e outros exe- uma constante, um ciclo pelo qual todos passam
getas está fazendo com os manuscritos de Qunran todos os povos. Ninguém acreditava que o império
- Mar Morto, descobertos em 1947, trazendo-os romano caísse e desaparecesse.
ainda escondidos. Resolveram agora recentemente A civilização atual está no caminho do
libera-los para alguns estudiosos devidamente cre- apogeu cientifico e o Homem se preparando para
denciados. a grande aventura cósmica, mas ele ainda não

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Maçonaria
evoluiu como ser inteligente a ponto de vencer suas exista um outro Homem dentro do si o outro EU.
paixões, suas vaidades e sua ganância de poder O Homem para se tornar liberto, terá que
temporal. É claro que o Homem tem ótimas qua- sair a força deste labirinto, e escapar do jugo dos
lidades, mas ainda mata, ainda existem traições e conspiradores.
ainda existem guerras. A única forma será um redimensionamento
Como todas as civilizações a atual parece ser de todos os valores conhecidos. Novas programa-
uma conspiração contra si própria. Grande número ções mentais deverão introduzidas na mente huma-
de pequenos tiranos, chefetes verdadeiras pequenas na. Se não houver esta reciclagem, o Homem será
divindades, cujo poder somente é possível por cau- eternamente vítima desta farsa.
sa de um consentimento passivo e acomodado de A própria Maçonaria não está ajustada para
não por em dúvida que este poder não deva existir, o Maçom atual, pois ela foi moldada para o Ho-
e isso desviam o olhar do Homem do verdadeiro mem emergente das primeiras décadas da era in-
aspecto da realidade, ou seja, de seu aspecto mais dustrial e, não está sendo usado o mesmo modelo
puro. Ressalte-se que muitos destes tipos são Grão- idealizado para a aquela época. Modificaram tudo.
-Mestres, veneráveis, chefes de estado, papas, jui- A Ordem perdeu-se. Desapareceu o seu
zes chefes de escritório e políticos principalmente. verdadeiro encanto mágico que havia no início. O
Esta conspiração leva o Homem a renunciar Maçom atual entra no templo sem respeitar os sím-
voluntariamente que no mundo habitado por ele, bolos que “enxerga”, sem, no entanto, senti-los. O

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Maçonaria
poder que a Maçonaria poderia ter foi fragmentado O realismo fantástico para seus simpatizan-
pelas ditas denominações potências cada qual se tes não é uma agressão às leis da natureza, mas sim
diz ser a verdadeira, a regular insinuando sempre as suas verdadeiras manifestações. É o apareci-
que as demais são perjuras ou irregulares. mento do palpável impossível.
A Maçonaria atual por falhas de sua estrutu- É o verdadeiro contato com a realidade sem
ração escondeu de seus adeptos sua verdadeira fi- as falsificações impostas pelos antigos e
nalidade, seus principais princípios e também lado modernos preconceitos, as más e erradas
místico que deveria ser mostrado em sua pureza. programações milenares, étnicas, familiares e indi-
Todos querem exibir seus luxuosos aven- viduais etc.
tais e ostentar seus graus. Quanto mais elevado o É a revelação da obra divina através de suas
grau, maior importância o Maçom se dá, sem ter o leis da Harmonia, Evolução e Vibração vistas de
mínimo o conhecimento básico necessário. Existe um modo direto sem o filtro do sono intelectual
a tática da acomodação. Eles vêm buscar graus e que ainda domina o Homem, através de costumes
pagam por isso e assim comparecem, dando a im- ultrapassados, tabus sociais, conformismos,
pressão que são numerosos e fortes. Existem, pou- sofismas, superstições; falsos mitos, crendices etc.
cos pensadores. Onde estão os filósofos e sábios da Segundo Teilhard de Chardin” Em escala
Ordem? cósmica nos ensina a Física Moderna só o fantásti-
A maioria das Lojas é autofágica do ponto co tema probabilidade de ser real”
de vista do poder de liderança e político em relação Haldane diz: “A realidade não é apenas
aos seus líderes. Cria-os, e depois os destroem, os mais fantástica do que acreditamos, é muito mais
engole. fantástica do que tudo quando podemos imaginar”.
Quanto à maioria dos adeptos, estes são Afirmam os autores que o verdadeiro re-
acomodados e guiados por falsos condutores. alismo moderno faça parte o fantástico nas áreas
Quase ninguém usa seu espaço durante uma cósmicas, pesquisas de culturas extintas, sociolo-
sessão, para explodir seu pensamento democrático gia que estudam o Homem em si, especialmente a
diante de um fato que precisa ser denunciado. As mente humana composta de seu consciente e sub-
instruções e os ensinamentos são insuficientes. consciente e o relacionamento do Homem com o
Há um verdadeiro pacto de silêncio. Todos Universo.
se calam e esperam acontecer. A Maçonaria é um sistema moral, filosófico
Os poucos maçons que poderiam ser os e político-social que investe tudo principalmente
arautos de um pensamento livre, são execrados, de- no Maçom, procurando melhora-lo espiritualmen-
negridos e esquecidos. Adormecem. te, preparando-o para ser um líder e construtor
Há qualquer coisa de errado na Ordem. O social, antevendo uma sociedade humana de paz,
Maçom terá que parar para pensar; Sua visão está igualdade, justiça social, onde a verdade pura seja
embaçada. Ele precisa ver a realidade tal qual ela é. transparente e verdadeira e que ele possa saber
Para se chegar a este desiderato, o Maçom mais sobre o seu futuro.
terá que empregar uma maneira diferente para uti- Está claro que a Ordem terá que refazer
lizar os conhecimentos que tem ao seu dispor, rever toda a sua forma de ser, e executar seus verdadei-
princípios universais da Ordem, rever as interpreta- ros princípios ora destorcidos, criar novas formas
ções simbólicas e históricas, os procedimentos ritu- de ação do pensamento, preparando-se assim para
alísticos e principalmente procurar entender o con- o grande empreendimento cósmico que o porvir re-
ceito mais profundo do que vem a ser a Iniciação, serva para Ela.
tentando estabelecer novas ordens de valores entre REFERÊNCIAS
as várias áreas do saber maçônico, vendo os fatos
ARNTZ, William, CHASSE, Betsy, VICENTE, Mark Quem somos nós.
como eles são em realidade e não com os olhos que Ed. Presitígio Editorial Rio de Janeiro, 2007
CARREL, Aléxis O Homem, esse desconhecido. Editora Educação Nacional
se limitam apenas às hierarquias tradicionais. Porto (?)
Se o Maçom proceder assim, finalmente per- CHARDIN, Teilhard O Fenômeno Humano Editora Herder São Paulo, 1970
PAUWELS Louis, BERGIER, Jacques O Despertar dos Mágicos.
ceberá a realidade e ao mesmo tempo, o fantástico. Ed. Difusão Europeia do Livro São Paulo, 1968

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Maçonaria

Por que sou


maçom? Christian Pissini
ARLS Terceiro Milênio nº 2825 - Amambai/MS

R
ecentemente em conversa aleatória com Acredito que o maçom dedicado apresenta
uma pessoa, a mesma me perguntou se eu à sociedade um homem preparado e evoluído que
era maçom, ao confirmar ela me disse que pensará no seu semelhante.
seu pai e seu irmão estavam adormecidos, e em se- Acredito no Ágape no final das reuniões as-
guida me indagou: sim como nas visitações em lojas de outros orien-
- Não entendo até hoje, o que é ser maçom, tes, como forma de unir os irmãos.
por que ser Maçom? São alguns dos pontos que eu elencaria para
Em primeiro instante me veio a decepção explicar o porquê de ser maçom, e se me perguntas-
desses irmãos não terem dado tal explicação aos sem o que abomino seria:
membros de sua família. O uso indevido da maçonaria para bene-
E em seguida, pensando e refletindo sobre fício próprio (pessoas que tem interesse em usar
os dias atuais nas lojas simbólica e filosófica que o “ser” maçom para se dar bem em determinada
participo, me perguntei, se todos realmente sabem situação).
porque são Maçons? Maçons que não agregam nem a sociedade
Vejo irmãos ausentes das reuniões, outros e nem a própria instituição.
que confundem e acham que somente a reunião Irmãos prejudicando outros irmãos e até
uma vez por semana para encontrar os Irmãos e mesmo a sociedade.
jantar é a maçonaria, convívio social faz parte, mas A falta de compromisso com a maçonaria,
não é tudo. gostar do status mas não da frequência.
Obviamente que eu sei o porquê de estar na Atitudes por dinheiro, dentro e fora da ins-
instituição maçonaria há duas décadas (sem contar tituição.
o período de Ordem DeMolay), e antes que alguém Indicação por status social, o famoso vale
me pergunte vou responder: quanto pesa.
Respeito e admiro a instituição pelos seus São alguns dos momentos em que realmen-
feitos históricos pela liberdade – igualdade e fra- te penso em desistir, como pensei quando recebi
ternidade. o questionamento, não quis acreditar que alguém
Admiro a beneficência discreta da maçona- esteve entre colunas e não produziu luz aos que o
ria que ajuda, mas não divulga. circundam.
Agradeço a todos os ensinamentos simbóli- Isso realmente me entristece e teria muito
cos e filosóficos que recebi até o 33º grau que me mais a elencar, mas ficarei por aqui.
tornaram uma pessoa melhor. Sei que os casos abomináveis são a minoria,

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em sua cidade. revi
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Maçonaria
mas temos que corrigir, indicando e selecionando Como já escrevi anteriormente não precisa-
melhor. O indicado deve ser analisado de tal forma mos ser perfeitos, mas temos de estar sempre na
que ao indicar, saibamos que ele tem capacidade de luta pela evolução, se tivéssemos vindo ao mundo
gestão, de ser venerável, pois vejo muitos declinan- para não evoluir bastaria continuar selvagem.
do ao cargo, e a venerância é algo que acontecerá Espero ter dividido com os irmãos a agonia
inevitavelmente a qualquer irmão. que uma simples pergunta me trouxe, não é mi-
Posso parecer duro com as palavras, mas re- nha intenção ofender ninguém mas trazer a refle-
almente a pergunta feita ficou latejando na minha xão necessária para a evolução enquanto maçom
cabeça, justamente por ter visto irmãos mais novos e ser humano. Para quem se dedica ela é natural,
serem também questionados e não saber o que res- mas alguns precisam ser chamados a atenção para
ponder. Pois não tem o devido compromisso com a pensar.
nossa ordem, para mim são pessoas que não sabem Por isso pergunto: E você meu irmão, por
o que estão fazendo na instituição. que é Maçom? Por que está aqui?

Pedro Chaves é o primeiro


sul-mato-grossense membro da
Academia Brasileira de Educação

Fotos Jeferson Hermida


Aconteceu no último dia 20 de março, na Casa de Arte e Cultura Julieta de Serpa na cidade do Rio de
Janeiro, a posse do Irmão Pedro Chaves dos Santos Filho, como membro efetivo da Academia Brasileira de
Educação, eleito para ocupar a cadeira 32, cujo patrono é o jornalista e escritor Medeiros de Albuquerque.
Em 99 anos da Academia, o irmão é a primeira pessoa do Estado de Mato Grosso do Sul e da região Centro-
-Oeste a ocupar lugar numa instituição de enorme relevância. Estiveram presentes na cerimônia diversas
autoridades do estado de Mato Grosso do Sul e do país, o governador do Estado, Irmão Eduardo Riedel, da
Loja Arquitetos da Luz nº 4131 (GOB/MS), o deputado estadual Rafael Tavares representando a Assem-
bleia Legislativa, o presidente do Tribunal de Justiça do Estado (TJ/MS), desembargador Sérgio Martins,
o vice-presidente do Tribunal Eleitoral (TRE- MS), desembargador Irmão Paschoal Carmello Leandro, o
presidente do Tribunal de Contas do Mato Grosso do Sul (TCE-MS) Jerson Domingos, o Diretor Pedagó-
gico da Funlec Dr. Luiz Roberto Pires, o Venerável Mestre da Loja Raul Sans de Matos Enier Guerreiro da
Fonseca e o presidente do Sebrae/MS e Famasul Marcelo Bertoni, dentre outras autoridades de todo país.
Pedro Chaves dos Santos Filho compõe o quadro de Irmãos da Loja Raul Sans de Matos nº 38 e é membro
titular no Conselho Curador da Fundação Lowtons de Educação e Cultura - Funlec.

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Maçonaria

O papel da astronomia
na maçonaria Irmão T. Ferreira
Grande Loja de Portugal

E
m minha opinião, a astronomia foi uma ci- Presentemente, a astronomia é uma continu-
ência basilar na história de Portugal, pois ação da astrologia, tal como a química o é da alqui-
durante a época dos descobrimentos esta ci- mia e a medicina o é dos curandeiros e dos sacerdo-
ência tornou- se imprescindível, com a nossa época tes, etc. No processo de cientificação de certas áreas
de ouro, no descobrimento de novos mundos, ten- do conhecimento, deu-se aquilo que em filosofia se
do-nos tornado uma potência mundial, à época, e, designa por rupturas epistemológicas, ou seja: o co-
por essa via, dado novos mundos ao Mundo. nhecimento testado, sistematizado e validado pela
A astronomia é uma das mais antigas ciên- comunidade científica vai afastando gradualmente o
cias, que proveio da astrologia, principalmente a conhecimento do senso comum ou mitológico.
sua constituição, as suas posições relativas e as leis Então, e já que a astrologia se encontra na
dos seus movimentos ou seja, o Universo. génese da astronomia, e a astronomia estreitamente
É do conhecimento geral que, desde que o relacionada com a maçonaria, que importância tem
homem é homem ou, mesmo até antes de se reco- a astronomia na maçonaria, perguntei-me a mim
nhecer como tal, já observava o céu e buscava nas mesmo diversas vezes.
estrelas a explicação para a sua vida e para as situa- E que símbolos relacionados com a astrono-
ções que nela ocorriam. mia poderemos encontrar nas lojas maçónicas?
O objectivo destas observações era a de en- E que Maçons foram importantes no desen-
contrar razões ou motivos para a sua sobrevivência volvimento desta ciência?
ou melhoria da sua própria condição de vida. São estas três pequenas questões, sobre as
Na minha pesquisa sobre este tema, cedo quais me irei debruçar no meu trabalho.
me surgiram questões, relacionando a astronomia Começarei por responder à segunda questão.
com a astrologia. Astrologia, pelo seu significado, Que símbolos da astronomia poderemos encontrar
também do dicionário da Porto Editora, aponta-nos numa loja maçónica?
este conceito como um substantivo feminino, tendo Comecemos pela entrada.
a seguinte definição: “estudo das posições e carac- As duas Colunas que nos remetem para o
terísticas dos astros no sentido de determinar a sua templo de Salomão estão situadas simbolicamente a
influência no destino e no comportamento das pes- Ocidente, um dos quatro pontos cardeais.
soas, bem como em fenómenos naturais”. Sendo os pontos cardeais a forma mais an-
Ou seja, no meu entender, uma não existiria tiga de orientação, foi certamente estudada pela as-
sem a outra, e tentar perceber os contributos da as- tronomia. Entramos, e o que vemos à nossa frente?
trologia para a astronomia seria uma questão para A lua do lado esquerdo no Oriente e o Sol
um outro desafio. Vou partir do princípio de que an- do lado direito.
tes da astronomia ser astronomia, teve de haver es- Dois astros estudados pela astronomia.
tudos sobre os astros, contudo estes não eram feitos No lugar do Orador vemos um planisfério
de forma científica, mas esotérica e especulativa. celeste, obra de muito estudo astronómico, e no lu-
Eventualmente, percebeu-se que a energia gar do Secretário um planisfério terrestre.
do Sol influenciava o ser humano, mas só mais tarde O planisfério celeste é fruto de muito estudo
os estudos sobre a influência dos astros nos compor- astronómico, pois permite-nos estudar e reconhecer
tamentos e na conduta humana haveriam de ganhar as estrelas e constelações que conseguimos visu-
a credibilidade que actualmente a comunidade cien- alizar da Terra. O seu antecessor foi o astrolábio,
tífica lhe confere. instrumento de navegação para medir a altura dos

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Maçonaria
astros no horizonte, que foi fundamental na navega- Este último, menos conhecido, foi director
ção marítima até ao séc. XVIII. do observatório de Paris, em 1793, sendo também o
Sendo que a astronomia estuda, não só, mas Primeiro Venerável da Loja “As 9 Irmãs”.
também, o sistema solar, e o planeta Terra faz parte Já Laplace, ficou imortalizado na matemá-
do sistema solar, fará todo o sentido estabelecer a tica com o teorema de Laplace, mas é responsável
ligação entre o planisfério presente na mesa do Se- pela mudança da visão conceptual do universo.
cretário com a astronomia. Foi Laplace quem mais desenvolveu conhe-
Está descrito na decoração da loja, no Ritu- cimentos sobre o sistema solar através da compila-
al de Aprendiz, que a Loja ou Templo, está coberto ção dos seus antecessores, e realizando um trabalho
por um tecto azul com estrelas que formam grande de cinco volumes, denominado mecânica celeste,
número de constelações. onde organiza a astronomia matemática.
Aqui temos outro exemplo do esplendor da Este trabalho veio a originar um ramo da as-
astronomia em simbologia maçónica. tronomia onde se estuda os movimentos dos corpos
Por último, mas nunca subtraindo o seu grau celestes, sendo a principal força determinante dos
de importância, temos na mesa do Venerável Mestre movimentos celestes a gravitação. Esta ciência está
a Estrela Flamejante. Não será por acaso que este intimamente ligada à astronáutica, onde o primeiro
símbolo tem o nome de estrela. Estrela é fonte de e segundo homem a pisar a lua, Neil Armstrong e
luz, que por sua vez simboliza conhecimento e sa- Edwin Aldrin foram também Irmãos Maçons.
bedoria – qualidade atribuída ao Venerável Mestre, No sentindo de finalizar, e passando para
tema igualmente estudado pela astronomia. a minha terceira pergunta, a maçonaria por meio
Passando para a resposta à terceira pergunta, de Irmãos Maçons teve um papel fundamental no
na minha pesquisa encontrei dois Irmãos Maçons desenvolvimento da astronomia, na qual o nos-
que tiveram o seu trabalho profano ligado à astro- so irmão Pierre Laplace foi um dinamizador desta
nomia. São eles Pierre Simon Laplace, matemático, ciência, sendo que, graças à sua investigação, deu
físico, filósofo e astrónomo francês; e Jérôme La- origem ao estudo da astronáutica, permitindo ao ho-
lande, astrónomo francês. mem conquistar a Lua.

Ordem DeMolay

• Campo Grande
Loja Maçônica Estrela do Sul nº 3

O Mestre Conselheiro Rafael Prudente do Capitulo João Affonso de Barros Melo nº 32 e demais
autoridades, presidiram a sessão de Instalação do novo Mestre Conselheiro Vitor Hugo Batista
Garcia, no dia 25/02/2.023, no Templo da Loja Maçônica Estrela do Sul nº 3 da Grande Loja
Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul, estando presente vários convidados entre eles o Pai do
ora empossado Irmão Pedro Paulino Garcia Junior e a cunhada Vania Regina Parra Batista.

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PARAMENTOS
Avental de Aprendiz Avental de Mestre-Instalado
GOB do GOB

•Confeccionado em cetim, napa e oxford •Confeccionado em cetim e napa, com detalhes em dourado
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•Conversível para um Avental de Companheiro •Apresenta elástico traseiro para melhor fixação na cintura

Avental de Avental de Mestre Maçom


Venerável-Mestre do Rito Brasileiro

•Confeccionado em cetim, napa e oxford •Confeccionado em veludo, napa e oxford


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(67) 99600-3636 / (67) 3028-3333 @revistaconsciencia


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Maçonaria

Como devo ir
para uma sessão Irmão Carlos Santos
Loja Obreiros do Oriente nº 17 - GOMS/COMAB
Campo Grande/MS

O
ser humano possui três dimensões básicas: isso, o orador, estando com o Livro da Lei em suas
Sentimento, Pensamento e Ação. O homem mãos nos diz:
só é capaz de encontrar a felicidade quando “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos
o seu sentimento entra em acordo com a sua reali- vivam em união! É como o óleo precioso sobre a ca-
dade interior. beça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e
A consciência é a essência universal que age que desce à orla de suas vestes; como o orvalho do
como o grande juiz de nossas ações. Ela nos mostra Hermom, que desce sobre os montes de Sião; porque
a realidade e o que nos liga com a verdade. ali o Senhor ordena a benção e a vida para sempre”
A cada ação, há um despertar maior. Sendo assim, sempre que ocorrer a união
A escada de Jacó representa essa recondu- surgirá à consciência de grupo e como consequên-
ção, proporcionando a direção correta que leva o cia surgirá a motivação.
homem que ascende do seu EU inferior em busca Motivação esta que irá fazer crescer:
do seu EU superior. Ao entrarmos numa Loja para -O entusiasmo, o respeito mútuo, a vontade
uma sessão, devemos fazê-lo com espírito positi- permanente de aprender e colaborar, o desejo de
vo, com a mente voltada para construir e o coração ensinar, o comando sem autoritarismo e arrogân-
aberto transbordando amor e humildade. cia, a aceitação sem submissão e o uso da crítica
Humildade para aceitar críticas sem mago- só para construir. Portanto, o Maçom deverá ir para
as, vencer suas vontades e paixões sem revolta, e uma sessão, tendo a certeza de que a construção de
também muito vigilante em suas críticas para não seu templo interior depende de si e de seus irmãos,
cometer ofensas. A força de uma Loja se estabelece assim como a construção do templo interior de seu
quando reina em seu meio o amor e a sabedoria. irmão depende dele também. Não atires pedras na-
Pois através dessa sabedoria chega-se ao quele que te ajudará a levantar templos à virtude e a
equilíbrio e do equilíbrio nasce à união. cavar masmorras ao vício.
Fica bem claro para todos nós, que a união Chegue sempre com o sentimento:
dos irmãos é o maior desejo do GADU, pois os nos- _O QUE DESEJAIS MEU IRMÃO?
sos trabalhos só começam com a Loja aberta. E para ... “UM LUGAR ENTRE VÓS”...

Grande Loja Maçônica


do Estado do Ceara
• Juazeiro do Norte

Loja Deus e Humanidade n° 14


Elevação de sete Irmãos na Loja
Deus e Humanidade n° 14

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Maçonaria

Ser Maçom Autor desconhecido

(Filosoficamente)

S Também, ser Maçom não é apenas


er Maçom não é ser nenhum religioso, faná-
tico, mas sim aquele indivíduo que acredita, aceitar a morte, é sim, compreender como
sendo um divulgador e cumpridor das leis
sendo uma manifestação da justiça do
emanadas do Grande Arquiteto do Universo.
Grande Arquiteto do Universo, mas enten-
Não é ostentar uma crença em es-
der que é o caminho natural que possibilita
pecial, é poder vivenciar a fé raciocinada,
nossos corpos (material, astral, mental) ca-
sincera no Supremo Criador, e respeitar as
minharmos rumo a perfeição.
diferentes escolhas que nossos irmãos fa-
Também, não é só o poder, ou a pos-
zem pelo mundo afora, desde que sejam
sibilidade de participar de uma sociedade
elas voltadas para o bem. secreta, com discrição, que nos permite ser
Não é um ser fanático, mas o indiví- melhores, mas o desejo de evoluirmos e as-
duo que professa uma fé racional é ser ca- sim podermos ajudar aos nossos semelhan-
paz de se confrontar com a razão, em qual- tes, a terem a oportunidade de melhorarem,
quer época da humanidade, ou seja, vale e de encontrarem o caminho, a orientação,
antes, depois ou durante a existência, por- o ensinamento, e tudo aquilo que precisam
tanto não é uma fé cega, usurpadora, nem ou estão buscando, e que podem estar ao
fanática, eis que o Maçom combate todo nosso alcance, basta querer verdadeiramen-
tipo de fanatismo e usurpação. te.
Não é ter uma religião especial, mas Ser Maçom, também não é só aque-
sim, ter a fé e a crença no Grande Arqui- le que lê bons livros, das mais variadas
teto do Universo, e uma grande responsa- escolas iniciáticas, obras indicadas para
bilidade, primeiro para consigo mesmo no obter conhecimento e melhorar nossa cul-
desbaste das asperezas, e depois pelo nosso tura, mas sim, ter o aprendizado através
semelhante, na ajuda fraterna e solidária. da leitura, das palestras, mensagens, dos
Não é competir para superar o nosso trabalhos dentro e fora dos templos ma-
próximo, mas sim, conseguir forças para çônicos, conseguir promover o desbaste
poder superar a si mesmo, e conseguir me- da pedra bruta que somos, com lições vi-
lhorar a cada dia, através dos estudos e das vas, para a nossa real e própria mudança,
práticas que aprendemos com nossos mes- e assim colocarmos em prática, tudo que
tres, e nas oficinas, nos períodos destinados aprendemos e praticamos, para a evolu-
ao estudo. ção da humanidade, da qual somos parte
Não é construir templos monumen- integrante, e podermos fazer uma grande
tais, suntuosos, mas é sim poder transfor- diferença, como disse Jesus através de seu
mar o nosso coração em templo eterno da evangelho “faça por ti que te ajudarei”.
morada de Deus, “o nosso templo corpo”. Ser Maçom não é somente ir à Loja,

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Maçonaria
participar das sessões ritualísticas, com o Ser Maçom não é se conformar em
intuito de não ser cobrado pelo seu padri- receber, mas confortar-se em poder dar,
nho, mas é poder reunir condições de poder porque feliz todo aquele maçom que pode
enfrentar e conviver com todas as situações dar e doar, ao invés de ter que pedir, como
que vivenciamos, onde quer que seja, pre- nos ensinou São Francisco, “que é dando
parando-nos para, com equilíbrio, serenida- que se recebe, mas é perdoando que se é
de, tolerância, efetivamente poder ajudar perdoado”, portanto devemos nos preparar
aos nossos irmãos necessitados, buscando para estarmos sempre felizes, sorrindo, e
ajuda, seguindo a orientação que o Gran- poder doar e partilhar, inclusive aquilo de
de Arquiteto do Universo deixou para nós, bom que aprendemos.
levando seu ensinamento a todos, estudar, Ser Maçom é a prática diária da trilo-
muito embora, seja ele mesmo o grande be-
gia, Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e
neficiado, que se dispôs a evoluir.
Fé, Esperança e Caridade, como um caminho
O Maçom consciente é o Maçom em
para a contínua evolução da humanidade, um
qualquer lugar, na Loja, na sua casa, na rua,
dos grandes propósitos de nossa Ordem.
no trânsito, ao telefone, no trabalho, sozi-
Todos nós, iniciados Maçons viemos
nho ou na multidão, na alegria ou na dor,
na saúde ou na doença, onde ele esteja, pois porque fomos chamados, um pouco mais
sabe que o Grande Arquiteto do Universo, cedo, ou um pouco mais tarde. Muito tempo
que tudo vê e tudo sabe, sempre o estará já se passou, mas se aqui estamos, cumpra-
colocando à prova sua firmeza de caráter, e mos a nossa missão, em evoluir e ajudar a
quantas vezes vacilar, duvidar, saberá, que evolução da humanidade, sendo o guia dos
ele, o Criador, não nos abandonará, assim nossos irmãos.Ser Maçom não é só esperar
também deverão ter consciência todos os para que os grandes Avatares ou os grandes
nossos irmãos. irmãos desçam até onde estamos, mas sim,
Ser Maçom não é ser diferente, é ser ter pensamentos edificantes, em mudanças,
exatamente igual a todos, porque todos nós estudos e na prática do bem. Abrimos o ca-
somos iguais perante o Grande Arquiteto nal com o Grande Arquiteto do Universo,
do Universo, e ele não esquece ou faz di- elevando sempre nossos pensamentos, atos
ferença de seus filhos, ama a todos igua- e ações, esforçando-nos na melhora cons-
litariamente, com as qualidades raras, nos tante, em todos os lugares. Agindo assim
profanos e em nós. É, sem dúvidas, uma estaremos, todos, trilhando o caminho que
obrigação, e nunca mérito. Jesus, o Mestre dos mestres, deixou para a
Ser Maçom não é mostrar-se que é humanidade, o seu maior legado, O Amor,
bom, mas é provar a si próprio que se es- “Amai a Deus sobre todas as coisas, com
força a cada dia para ser bom, e praticar os todas as forças da tua alma e do teu cora-
ensinamentos recebidos na Arte Real, uma ção, e ao teu Irmão como a ti mesmo”, nada
vez que ser bom deveria ser um estado de fazendo aos outros que não gostaria que lhe
todos que habitam este planeta, seria o nor-
fosse feito. Sigamos estes ensinamentos.
mal, natural, e o anormal deveria ser o que
não é bom. Pedreiro Livre

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Maçonaria

A ética e o
valor moral na
maçonaria Irmão José Airton de Carvalho*

A
Ética, denominada de Filosofia Moral ou que significa hábito, costume.
Ciência Moral, trata da análise e a reflexão Os romanos traduziram o ethos grego por
sobre as condutas humanas, tanto indivi- moralis.
duais, quanto coletivas, e as normas morais como Cícero diz em uma das suas obras, referin-
princípios dos comportamentos. do-se ao vocábulo grego, que “Aquilo que tem a
Sua finalidade é fazer com que o desenvol- ver com os costumes, que eles (os gregos) chamam
vimento humano atinja a plenitude, respeitando as ethos, nós, nesta parte da filosofia referente aos há-
diferenças individuais. bitos, costumamos chamar de moral”.
Segundo Aristóteles, “a Ética estabelece o O dicionário esclarece que Moral é a parte
que se deve ou se pode fazer, e o que não se deve da filosofia que trata dos costumes ou deveres do
ou não se pode fazer”. homem para com seus semelhantes e para consigo
É evidente que quando se estuda o procedi- mesmo.
mento do homem no meio social, deve-se levar em Aristóteles não separa a Ética da Virtude,
conta que o homem é um ser moral, justamente por porque, para ele, toda a virtude se gera e perece
ser ele um se político. dos mesmos atos, e mediante os mesmos atos; e
É um ser político porque a isso o obriga a exemplifica dizendo que “de tocar cítara surgem
sua natureza humana. os bons e os maus citaredos”. Isto significa que,
Mais do que nunca o homem tem que se pelos atos, se conhece se o indivíduo é virtuoso
adaptar à vida em comunidade, mormente nos ou não.
tempos de globalização, quando o mundo virou Mais adiante ele enfatiza: “É necessário,
uma “aldeota”, onde a aviação e os meios de co- pois, atentar para a qualidade dos atos que prati-
municação acabaram com as distâncias. camos, porque consoante a sua diferença resulta a
O homem vive em sociedade e o Estado diferença dos hábitos”.
onde ele vive precisa dele, como ele precisa do Se o homem considerar que a prática dos
Estado. deveres para com os outros e para consigo mesmo
Na sua larga visão, Aristóteles em “A Polí- é o único caminho que leva à perfeita harmonia so-
tica” assinala: cial, estará, pois, procedendo corretamente e pode
…“Está claro que o Estado é produto da considerar-se feliz.
natureza e superior ao indivíduo; quem não fosse Analisemos o que Aristóteles estabelece de
capaz de viver na comunidade civil ou dela não fundamental na sua “Ética”:
tivesse necessidade para bastar-se a si mesmo, não “Os atos morais são livres, motivo por que
se tornaria nenhuma parte do Estado…”. o indivíduo assume a sua responsabilidade. Em as-
Tenhamos em mira que a teoria aristotélica sim sendo, torna-se, para quem os pratica, causa de
da moral é o fundamento dessa corrente do pensa- mérito ou demérito.
mento chamado Ética. A responsabilidade supõe, com certeza, o
É interessante verificar que a palavra ética, que denominamos de imputabilidade, pelo qual o
em português, é derivada do vocábulo grego ethos ato é atribuído a um indivíduo como seu autor”.

20 edição 186 • 2023


Maçonaria
“Existem duas espécies de responsabili- A Maçonaria é por excelência, uma Enti-
dade: aquela pela qual o indivíduo responde por dade de Moral, pois, seus princípios alcançam, em
seus atos diante da própria consciência, ou seja, a suas ações, os níveis mais elevados da Ética Uni-
responsabilidade moral, e a responsabilidade so- versal. Sua obra, tanto material quanto espiritual
cial que faz com que o indivíduo responda por seus advém de um passado remoto.
atos, às vezes, perante a justiça, quando violar as Educando e disciplinando, prepara seus
leis civis”. membros para que participem na busca da verda-
Aristóteles ensina que “A virtude é um há- de, elevando-os em sua dignidade, fazendo com
bito não só diante da reta razão, mas a ela conjunta. que ajam com justiça, desfrutando da liberdade,
E a reta razão nada mais é que sabedoria”. praticando a fraternidade e dedicando-se com
Resumindo, Virtude é o hábito de praticar o amor à Humanidade.
Bem, e vício, o hábito de praticar o mal. Diante da evolução por que passa o mundo
Voltemos a Aristóteles e vejamos o que ele é necessário que visualizemos, à luz maçônica, os
tem para nos ensinar: grandes desafios.
“A Virtude, diz ele, se distingue segundo O rigor moral e a força da autêntica solida-
esta diferença: das virtudes, algumas chamo dia- riedade social se fazem necessários para que corri-
noéticas, a sapiência, a inteligência e a prudência; jamos os deslizes individuais, as más instituições
éticas, a liberalidade e a temperança. políticas, econômicas e sociais, com o intuito de
Quando, de fato, falamos dos costumes de que o relacionamento humano seja mais fraterno.
alguém, não dizemos ser sapiente ou inteligente, A resposta não é simples, mas, podemos as-
mas sim, brando de ânimo ou temperante; e lou- segurar que sem ela enveredamos os mais tristes e
vamos também, referindo-nos ao hábito: que nós funestos destinos.
chamamos virtudes aqueles hábitos que merecem A Moral permite o cultivo de todas as vir-
ser louvados”. tudes, o que garante uma promissora convivência
Aristóteles procura estabelecer diferença com nossos pares.
entre aquilo que ele chama de virtudes dianoéticas O imoral e o amoral, hoje ou amanhã, pa-
e virtudes éticas: garão alto preço de uma conduta desmedida, des-
“As primeiras são inatas no homem e po- truindo, assim, suas vidas.
dem crescer através do estudo, do ensinamento, “A História, mestra da vida”, testemunha a
razão por que têm necessidade de experiência e de decadência dos que se distanciam da moral.
tempo. Nenhuma nação, nenhum povo e nenhum
Já as virtudes éticas são frutos do hábito, o
homem poderão concretizar seus sonhos, se não
que vale dizer que nenhuma delas se gera no ho-
estiverem embasados nos conceitos da Moral.
mem por natureza, são as chamadas virtudes ad-
Seria como construir castelos ao vento, ain-
quiridas.
da que a aparência pareça estável.
Elas não se geram nem por natureza nem
Portanto, a cada um, a concepção do dever,
contra a natureza, mas nascem em nós que, aptos
do bem, da justiça, das virtudes e, sobretudo, da
pela natureza a recebê-las, nos tornamos perfeitos
verdade, pois aí está a formatação da moral, reve-
mediante o hábito”.
lando-nos os valores que norteiam o homem e os
O estagirita conceitua a natureza humana
povos, prestigiando suas instituições e reafirman-
como sendo equilibrada.
do na fé, a verdadeira perfectibilidade humana.
Para ele, todo ideal tem base natural e todo
A Maçonaria nos chama ao cultivo da Mo-
natural tem desenvolvimento ideal.
ral e à sua nobre prática, para que sejamos cada
Reconhece, e o faz objetivamente, que a
meta da vida não é o Bem por si mesmo, mas a dia, mais virtuosos.
felicidade. *Zé Airton é Mestre Instalado, membro da ARLS Águia das Alterosas – 197 –
Assegura que a felicidade aparece como GLMMG, Oriente de Belo Horizonte, presidente da Escola Maçônica Mestre
Antônio Augusto Alves D’Almeida e membro da Loja de Pesquisas Quatuor
um bem perfeito, sendo a meta de todas as ações. Coronati Pedro Campos de Miranda

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Maçonaria

Uma formiga
ensinou-me
a orar Irmão Mestre José Antônio Fracalossi Meister

E
m tudo os sábios, desde as épocas mais re- que estão sob a face da terra no ar ou no mar, e em
motas da humanidade, procuram e buscam, todos os reinos, mineral, vegetal e animal.
na matéria ou no espaço, conceitos teóricos Sabemos da capacidade de organização, que
oi práticos, e tiram conclusões, acerca de fatos pre- as formigas são possuidoras, de uma capacidade
sente futuros, ou inusitados, tal como definir que incrível em carregar coisas, objetos e alimentos,
a inteligência é imparcial, e afirmam que nenhum em se comunicar, de se organizar, mas ao observar
homem é teu inimigo, que nenhum homem é teu certo dia uma formiguinha carregando uma enorme
amigo, todos os habitantes da terra se prestarmos folha, quem por certo ainda não viu uma cena des-
muita atenção, eles são, ou serão nossos instruto- tas, só parei a observar, ela tão pequenina carregava
res, mesmo os desafetos, e eles estão aqui para nos uma folha que me pareceu ter cerca de dez vezes
ensinar, quando cruzarem o nosso caminho, até nas o seu tamanho, e nos passam a impressão de que
circunstancias mais adversas. o faz isto com muito sacrifício, ora ela arrastava a
Os nossos inimigos, se tornam um verdadei- folha, ora colocava sobre sua cabeça, e quando o
ro mistério que deve ser bem resolvido, embora leve vento batia, a folha tombava fazendo com que a for-
muito tempo, primeiro porque precisamos ter a per- miga também caísse.
cepção de quem e como são as pessoas com quem Foram muitos tropeços enquanto olhava seu
convivemos, e porque o homem deve ser compreen- deslocamento, mas nem por isso a formiga desani-
dido, e nunca julgado previamente, e também como mou ou desistiu de sua tarefa, observei atentamente,
aprendemos com Jesus, que não devemos julgar a acompanhei seu trajeto, até que chegou próximo a
ninguém, para que pelo Pai sejamos nós julgados, e um buraco, que imaginei ser a porta da sua casa, o
quem somos nós para julgar alguém, que direito nos seu formigueiro.
arvoramos para tal, eis que somos todos imperfei- Olha que pensei o que sentia aque-
tos e com muitas deficiências que os outros veem, le serzinho, devia até exclamar Ufa!, até que
em nossos atos como nos portamos, mas nós que enfim acabou o martírio, ela tinha acabado
a possuímos e carregamos conosco as imperfeições seu empreendimento, tinha dado conta do re-
não as vemos, porque sempre estamos acostuma- cado, que eu antecipadamente não acredita-
dos a só enxergar o defeito e erros, mas sempre nos va, até porque estamos acostumados a julgar.
outros, e em nunca olhar no espelho que reflete, a Ledo engano, meu pré-julgamento estava
nossa imagem e os defeitos, ou seja para a nossa caindo por terra, na verdade ela havia acabado uma
própria consciência. etapa, pasmem a folha era muito maior que a porta
Todos os seres que habitam nosso planeta, do buraco, ai ela deixou do lado de fora para en-
sem excluir ninguém são nossos instrutores, muitos tão entrar sozinha, foi ai que pensei coitada, tanto
animais, de varias espécies e para muitos pasmem esforço, tanto sacrifício para nada, quanto esforço
até mesmo seres minúsculos como as formigas, que desperdiçado.
para muitos é uma praga e ruim, causam destruição, Lembrei-me do ditado popular, “Nadou, na-
mas convenhamos, como tudo ela também tem sua dou e morreu na praia”, mas fiquei observando, ai
razão de ser e de existir, assim como todos os seres que a pequena notável me surpreendeu novamente,

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Maçonaria
e certamente te surpreenderá também se observar- “Que o Senhor me concedesse a graça de
des, como trabalhão em conjunto estes bichinhos. como aquela formiguinha, em não desistir da
Do buraco saíram outras formigas, pelo que caminhada, mesmo que os ventos contrários me
observei ela foi buscar e pedir ajuda, não sei como fizessem virar a cabeça para baixo, ou me impe-
se comunicaram, mas como um exercito com a che- dissem de seguir em frente”
gada do reforço, começaram a cortar a folha em “Que o Senhor me guiasse, mesmo quan-
pequenos pedaços, elas pareciam alegres na tarefa, do pelo tamanho da minha carga, não conseguis-
de um lado para outro sem interrupção, e em pou- se ver com nitidez o caminho a ser percorrido”
co tempo a grande folha havia desaparecido, dando “Que a minha fé fosse fortalecida, para
lugar a pequeninos pedaços, que foram todos leva- que eu não vacilasse ante as dificuldades que en-
dos para dentro do buraco, e aí nos remetem a um contrar na nossa caminhada”
grande e antigo ensinamento o de que a união faz a Olha, imaginei como seria a alegria dos fi-
força, de que unidos seremos fortes, e mais ainda da lhotes lá dentro, que provavelmente esperavam pelo
solidariedade. alimento, penso que isto também fez a motivação
Isto nos aguça a sensibilidade e nos leva à daquela formiga esquecer e superar todas as adver-
reflexão sobre as mais variadas experiências, que se sidades que encontrou pelo caminho, que belo ensi-
apresentam em nossas vidas, de quantas vezes desa- namento ela nos deixou naquele dia.
nimamos diante do tamanho das tarefas ou das difi- Após o meu encontro com aquela formiga,
culdades, que sugiram no nosso caminho? Indague- pude entender a razão de tudo existir, ela me estimu-
mos as nossas desistências, renuncias e fracassos. lou, a reflexão saí dali fortalecido para continuar a mi-
Imaginei talvez se a formiguinha tivesse nha caminhada com mais entusiasmo, superando to-
olhado para o tamanho da folha, que na minha ava- dos os obstáculos, que surgem em minha caminhada.
liação preliminar parecia ser um desafio gigantesco Agradeci a Deus, este que é o Grande Arqui-
pelo seu tamanho, se não houvesse a necessidade e teto, porque temos que agradecer por tudo até pelas
vontade, ela nem mesmo teria começado a carrega-
pedras que estão em nosso caminho, porque elas não
-la, teria simplesmente desistido, nesta comparação
estão para nos ferir ou machucar, estão sim para nos
como seria conosco, situação semelhante.
ensinar, para aprendermos a desviar, e ainda por ter
Olhem aprendemos que não devemos ter
nos dado a oportunidade de ter o mestre colocado
nem cultivar o sentimento de inveja, mas segu-
aquela formiga no meu caminho, e nos dado a ca-
ramente eu invejei, uma inveja positiva se é que
pacidade de através das faculdades de que somos
existe, vibrei com toda sua persistência, toda sua
possuidores, ver, sentir e agir, ou ainda de poder
tenacidade e toda a força daquela formiguinha foi aí
ter tido a oportunidade impar de cruzar o caminho
que transformei a minha reflexão em ORAÇÃO, e
dela nesta vida, e me despertar, e assim com todos
dirigindo ao divino mestre pedi, a ele com todas as
que cruzam nossos caminhos, e conseguir entender
minhas forças.
“Que me desse a tenacidade daquela for- de uma forma muito positiva, que nos sirva de lição
miguinha, para carregar as dificuldades do meu para nosso dia-a-dia, por tudo isso é que devemos
dia-a-dia” observar tudo o que foi criado, tudo tem uma razão
“Que me desse a perseverança da formi- de ser e existir, usemos nossa percepção para captar
ga, para que eu não desanime diante das quedas entender e praticar os sábios ensinamentos a nossa
e obstáculos da minha caminhada” disposição, basta que tenhamos os nossos sentidos,
“Que eu pudesse ter a inteligência e a esper- abertos, preparados e receptivos para entendimen-
teza dela, para fracionar o meu fardo, que às vezes tos das lições da natureza a nossa disposição, que
se apresenta grande e pesado demais para mim” são os sinais que a espiritualidade maior nos enca-
“Que eu tivesse a humildade para par- minha para podermos avançar rumo a evolução, que
tilhar com os outros o êxito da minha chegada, almejamos nesta passagem terrena.
mesmo que meu trabalho aparentasse ter sido Texto Original com modificações de João Pedro Santana Pereira
solitário” Revista Theosophia em 13 de dezembro de 2008

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Maçonaria

Grande Oriente
do Brasil - MS
• Campo Grande
ARLS De Emulação nº 2.501

A ARLS De Emulação nº 2.501, realizou Sessão Magna de Iniciação no dia 04/03/23, onde
foram iniciados os seguintes candidatos; Yves Christian da Cunha Rodrigues Espinoza,
Victor Hugo Paiva Pereira Andrade Vieira e Ed Carlos Fidelis Vaz Albert.
Sessão esta que foi dirigida pelo Grão-Mestre Estadual Adjunto Honorário, Poderoso Irmão David da Silva Ribeiro,
estando do seu lado o Venerável Mestre Irmão José Hélio Rosa de Souza juntamente com o Irmão Antônio Jefferson
D. Carneiro, Venerável Mestre da ARLS Obreiros da Pátria nº 2.900. A sessão contou ainda com vários visitantes.

Grande Oriente de Mato Grosso


do Sul - GOMS – COMAB
• Corumbá
ARLS Estrela do Oriente nº 01

O Soberano Irmão Bento Adriano Monteiro Duailibi Grão-Mestre, Grande Oriente de Mato Grosso do Sul -
GOMS – COMAB, esteve na ARLS Estrela do Oriente nº 01, no Oriente de Corumbá/MS, onde presidiu uma
sessão de Iniciação dos candidatos Wagner Túlio de Miranda, Marcos Thadeu Nunes de Carvalho, Jose Xavier
Neto, Joao Pedro Teixeira da Silva e Armando Miranda Candia, trabalho este conduzido pelo Ilustríssimo
irmão Élio Moreira Junior Venerável Mestre desta Oficina. Sessão esta que teve a honra de receber os Ilustres
Irmãos que acompanharam o Grão-Mestre, Paulo Almeida dos Santos Grande Secretário de Administração,
Claudio Norikazu Uemura Juiz do ETJM, e Alfredo Ricardo Carneiro Jaime Conselheiro do ICM.

www.revista .com.br 25
Maçonaria

Encontros
semanais Irmão Nelson Vieira
Loja Aurora II nº 2017 - Benfeitora da Ordem - GOB/MS
Oriente de Campo Grande

T
odas as semanas os maçons têm encontros ruim pecar? Sem dúvida que é, mas errar é humano.
nas suas respectivas sedes. Os momentos Os estragos às vezes são danosos e irreversíveis,
que antecedem as sessões são esperados situações que somente o Criador pode perdoar. E
com ansiedade, porque o pessoal não vê à hora de pensar que as coisas ruins têm propagação rápida.
adentrar ao templo para lapidar a pedra bruta. O pouco de nefasto pode manchar o muito que foi
Uma vez no templo acabam as diferenças, a e é realizado de bom. Errar faz parte, persistir no
igualdade impera. O mesmo deveria acontecer no mesmo erro implica que algo vai de mal a pior. Ai,
mundo profano. Um clima de harmonia prevale- até a tolerância tem limites.
ce sobre os presentes, impressionante, ninguém é O homem costuma esquecer facilmente as
mais que ninguém. Nos procedimentos, as energias coisas boas em detrimento do mínimo mal feito
são estabelecidas, com início, meio e fim, obser- que “turva as águas límpidas”. Há instantes que
vado o binômio disciplina e hierarquia em práti- aqueles não cumpridores de suas obrigações e ou-
ca desde quando os primeiros maçons iniciaram a tros que maculam a Maçonaria, induzem terceiros a
obra majestosa e singular que começa no EU e dá pensar que: “se fulano é assim, que dirá os outros”.
seguimento na forma do conjunto, igual a NÓS. Colocando todos os demais na vala comum.
No começo a busca de uma unidade, a partir É comum ouvir nas rodas de conversas que,
de pessoas com os mesmos ideais, afazeres e cren- dificilmente existe família sem “ovelhas negras”,
ça numa entidade superior a tudo que, acreditaram isto é, alguém fora dos padrões corretos de con-
ser o criador do que há na terra, com o homem na vivência perante a sociedade. A bem da verdade
liderança. Assim, aquele grupo de outrora foi cres- não foge a regra com relação à Maçonaria. Alguns
cendo paulatinamente a ponto de extra passar fron- ingressam na Ordem com objetivos de conotação
teiras, continentes e em 1717 na Inglaterra, segun- materialista, distantes da doação fraterna, solidá-
do registros históricos nascia a GLM da Inglaterra. ria, desprendida de interesses escusos. Querem e
Aliás, a Maçonaria sempre esteve presente fazem uso da Instituição para servir de trampolim
nas lides por melhorias, na minimização e resolu- na intenção de obter benesses. Felizmente é uma
ções de problemas intrínsecos dela e também os minoria, mas tem. Assim como tem aqueles que
que afligem os povos, sejam locais, domésticos ou gostam de bajular na maior naturalidade, visando
de abrangência nacional e internacional. conquistas materiais, indo de encontro aos ditames
Há de se ressaltar que o homem, a família, a da Maçonaria, assim sem qualquer pudor.
pátria, o trabalho e principalmente a fé religiosa na A Maçonaria é perene, os homens a fazem
existência do Supremo Criador, tem lugar reserva- dinâmica com ações internas e externas, isso sig-
do na Ordem, com observância as normas estabele- nifica dizer que os maçons têm sobre eles olhos
cidas para serem respeitadas e aplicadas em benefi- vigilantes e críticos, atentos as suas atividades e
cio do ser humano. Infelizmente, a imperfeição faz comportamentos. Um deslize pode ocasionar co-
dos homens seres falíveis, que podem sucumbir às mentários desairosos, prejudiciais ao protagonista,
tentações, em face de fraquezas e vulnerabilidades com reflexos na Maçonaria, infelizmente. O ma-
incidentes nos mesmos. E, isso acontece na Maço- çom é uma espécie de espelho a refletir imagens
naria e não seria diferente, é composta de homens. da sua própria conduta, junto à comunidade, prin-
Os homens erram, pecam, mas quem nun- cipalmente quando é do conhecimento das pessoas,
ca cometeu faltas: “que atire a primeira pedra”. É sua condição de membro da Ordem.

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Maçonaria
Importante! Seria interessante que a Ma- Rever os irmãos nos “encontros semanais”
çonaria dentro do possível estivesse presente em é gratificante. São ocasiões preciosas, únicas, de
todos os segmentos da sociedade, principalmente cunho singelo, de suma importância para manuten-
naqueles considerados decisivos no tocante ao bem ção dos elos da corrente humana e dos nós simétri-
estar do povo. No campo político a Ordem deve- cos inclusos na corda que entrelaça os homens de
ria ter maçons políticos e não políticos maçons. bons costumes.
Homens maçons devidamente comprometidos com Oxalá! O Grande Arquiteto do Universo
os princípios que norteiam a Instituição, a começar permita mais e mais “encontros semanais” pelo
pela valorização do ser humano com ênfase na tría- mundo afora, dotando de saúde e sabedoria os
de: liberdade, igualdade e fraternidade. membros da Ordem, fazendo deles instrumentos
Daí que os “encontros semanais” têm mo- para operar junto à comunidade em que estão in-
tivos para acontecer numa espécie de avivamento seridos, com ações fraternas sem jamais querer ser
dos valores virtuosos maçônicos, no exercício da superior, embora possam ser detentores de conhe-
pratica constante dos ensinamentos da doutrina cimentos específicos. A bem da verdade ninguém
maçônica, de conformidade com os seus preceitos sabe tudo, e mesmo sabendo muito sempre preci-
irrefutáveis e de acordo com as normas vigentes do sará do concurso de terceiros para “tocar” a vida.
país. É também, um congraçamento periódico da Ah! Os “encontros semanais” acontecem e
irmandade e de atualização dos conhecimentos in- são essenciais.
ternos e extras muros. Até o próximo encontro.

Grande Oriente
do Brasil - MS
• Campo Grande
6ª Festa das Nações Maçônicas - MS

https://www.gobms.org.br/6a-festa-das-nacoes-maconicas-ms/

No dia 09 de março de 2023, a Sra Adriane Lopes, Prefeita de Campo Grande – MS, recebeu a comissão de Festa
das Nações Maçônicas, comissão estas representadas pelos Irmãos, Grão-Mestre da Grande Loja Ademar de Souza
Freitas, Grande Oriente do Brasil MS o Grão-Mestre Adjunto David da Silva Ribeiro, representando o Grão-Mestre
Soberano Irmão Bento Adriano Monteiro Duailibi do do Grande Oriente de Mato Grosso do Sul Gilberto Begena,
que solicitaram o espaço cultural denominado CIDADE DO NATAL, que deverá acontecer nos dias 09, 10 11 e 12
do mês de novembro de 2.023, qual foi prontamente atendida pela Sra Prefeita.
Fazendo parte desta comissão os Irmãos; Paschoal Carmelo Leandro, Paulo Ernesto Valli, Francisco
Bandeira, Matheus Dauzacker, Danilo Costa, Melchi Borges e o Irmão Ruy Cesar Barbosa.

www.revista .com.br 27
Maçonaria

28 edição 186 • 2023


O mestre
maçom perante
si próprio Rui Bandeira
Fonte: Blog A Partir Pedra

T
odo o maçom, desde o primeiro dia que ad- aprender ensinando. Persistência no Estar como
quiriu essa condição sabe que o seu maior meio para o Ser. Persistência em fazer, dia após
inimigo é aquele que vê quando, de fren- dia, mês após mês, ano após ano, mais do mes-
te, olha para o espelho. Mas também sabe que a mo, como forma de descobrir, afinal, que o mesmo
melhor maneira de acabar com o inimigo não é continuamente se reinventa e, quando damos por
prendê-lo (pode sempre libertar-se…), ou matá-lo ela, já é outro e melhor.
(pode dele fazer um mártir ou herói para outros, Persistência no trabalho mais importante
e assim afinal multiplicar os seus inimigos…). A que existe, o trabalho em si próprio, o trabalho que
melhor maneira de acabar com o seu inimigo é fa- lhe permite reconhecer-se e ser reconhecido como
zer dele seu aliado, seu amigo. A amizade tem mais aquilo de que se apelida, Maçom.
força que a força… Persistência no lapidar da única obra que,
Todo o maçom sabe, desde o dia em que apesar de todas as obras que construa ou que crie,
adquiriu essa condição, que dentro de si convive afinal realiza durante o tempo que passa neste pla-
o que potencialmente o destrói, o desvaloriza, o no da existência, a sua verdadeira obra-prima, a
apouca – os seus vícios, os seus defeitos – e o que sua vida e quem a vive.
o engrandece – as suas virtudes e capacidades. Por Persistência na busca da forma de melhorar
isso aprende que é crucial cavar masmorras aos o que parece bom, mas pode sempre ser um pouco
seus vícios e cultivar suas virtudes. Só assim aque- melhor – para descobrir que, após a melhoria, o
le que vê quando, de frente, olha para o espelho que é melhor, pode ainda ser melhorado mais um
deixará de ser o inimigo que arrasta para as som- pouco, desde que… persista no trabalho.
bras da depravação para passar a ser efetivamente Persistência na lapidação da sua Pedra Bru-
o aliado amigo que acompanha no caminho para ta até conseguir dar-lhe a desejada forma de Pedra
a Luz. Cúbica. Persistência para polir essa Pedra Cúbica,
O Mestre Maçom, quando se coloca – o face a face, para bolear bem as arestas, uma a uma,
que deve fazer com frequência… – perante si pró- para que essa Pedra Cúbica seja capaz de ser en-
prio, deve sempre recordar-se que o esforço para caixada onde deve, seja sólida para bem assegurar
ser melhor pode não necessitar de ser muito gran- o seu papel, se enquadre harmoniosamente entre
de, mas inevitavelmente tem que ser contínuo. Tal as demais, aumentando com o seu brilho o brilho
como aquele que anda de bicicleta precisa de man- das vizinhas.
ter o movimento para não cair, assim aquele que Persistência para nunca se sentir satisfeito,
cessa o esforço para melhorar verá degradar-se o para ter a noção de que é sempre possível fazer
que atingiu. e ser um pouco melhor e para efetivamente agir
Assim, a palavra que, no meu entendimen- para assim fazer e ser – e descobrir que continuar a
to, se deve utilizar para ilustrar o que se impõe ao lapidar uma Pedra Cúbica não a faz mais pequena,
Mestre Maçom perante si próprio é “persistência”. paradoxalmente engrandece-a. Persistência em ser
Persistência no contínuo esforço de me- realmente e completamente aquilo que se reclama
lhoria. Persistência em aprender e ensinar e em ser: Mestre Maçom!
Maçonaria

Irmãos por
que me
abandonastes? Irmão Dalton - Borraz チ Polis
Amâncio, 33

O
assunto que ora abordamos é mais um sua ausência avisaria que ele não poderia compa-
caso real e que, cremos, se passa no coti- recer à sessão, acreditou o moribundo. A ausência
diano de várias Lojas Maçônicas. Trata-se cumpriu seu dever.
do abandono, do desprezo e da falta de percepção Falou, gritou, berrou, contudo não conse-
sobre o próximo, quando o próximo está longe! Em guiu alcançar o duro coração dos irmãos. Ninguém
nossas Loja aconteceu um fato corriqueiro: um dos lhe ouviu. Então, reinou silêncio nas colunas e no
Irmãos faltou à sessão. Passou-se o primeiro dia, oriente. A cirurgia do obreiro não foi um sucesso
o segundo e vários outros sem que nenhum irmão e ele permaneceu internado no hospital por dias.
houvesse feito uma ligação para saber o que acon- Recebeu visitas de todos, menos dos “irmãos”. Não
tecera. sucumbindo à enfermidade partiu para o Oriente
eterno. No enterro, todos, menos os “irmãos” Na
missa de sétimo dia, todos, menos os “irmãos”.
Dizem que, às vésperas da morte, sussurrou: IR-
MÃOS, PORQUE ME ABANDONASTES?
Decerto, se ele fosse obreiro de uma Loja
em que todos não apenas se tratassem, mas fossem
realmente irmãos, no dia de sua ausência ou no dia
seguinte, todos saberiam o motivo de sua falta e o
apoiariam. Quem sabe ele estaria vivo. Tratamo-
-nos por “irmãos” e várias pranchas já foram escri-
tas justificando o termo, contudo, o que sai da boca
Ilustração do site evangelize - Autor desconhecido não entra no coração. Somos experts nos rituais, na
legislação e no conhecimento maçônico.
Falta-nos, porém, emoção, sensibilidade,
Todos estavam absorvidos por suas ativida-
solidariedade e fraternidade para com o próximo.
des no mundo não-maçônico e a irmandade esvaiu-
Há grande diferença entre tratar “por” irmão e tra-
-se pelo ralo, afinal de contas irmão só é irmão no
tar “como” irmão. Á mais que semântica. Precisa-
dia da reunião. Maçonaria é para voluntários, se ele mos amar mais, viver mais e agir mais para que,
não veio é porque não quis ou porque estava en- num futuro não muito distante, não venhamos a
volvido em sua atividade profana, diziam uns. Na ser os próximos a dizer: IRMÃOS, PORQUE ME
próxima semana ele virá, diziam os mais otimistas. ABANDONASTES? REFLITAMOS MEUS IR-
Outros, sequer perceberam a falta do IR- MÃOS…
MÃO. O fato é que o obreiro havia sido submetido Quando um Irmão faltar por mais de uma
a uma cirurgia. Sua família não sabia que tinha que vez, entremos em contato. Quando um Irmão cla-
avisar à Loja e as pessoas que o cercavam não sa- mar por ajuda, ajudemos. Quando um Irmão quiser
biam que ele era maçom (para alguns, isso ainda é sair da Loja, deixemo-lo ir, mas se ele precisar de
um segredo a ser guardado a sete chaves). Somente nós, devemos estar de Pé e a Ordem!

30 edição 186 • 2023


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