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1)Na escola nos deparamos com algumas pinceladas sobre quem era Zumbi e sobre como os

quilombos serviam de refúgio para os escravizados, muito pouco se falava sobre


representatividade e resistência, já que até falsas alegações levantaram sobre Zumbi ter seus
próprios escravos e atribuição de crimes aos integrantes. Entretanto, quando pesquisamos em
fontes mais confiáveis, achamos informações sobre os quilombos como eram comunidades
que serviam como local de resistência à escravidão como o “Angola Janga” que significa
pequena Angola. O que nos deixa a entender que os quilombos eram locais onde suas origens
eram buscadas, suas identidades resgatadas e suas maneiras de expressão cultural eram
exaltadas, como danças e cantos onde mantinham viva a memória dos seus ancestrais e de seu
lar. Eram locais onde lutavam por uma vida digna, como quando eram livres em sua terra
natal.

2) A relação da memória na história em quadrinhos é a de registrar através de uma obra


artística e de expressão cultural popular, um fato histórico, e através desse trabalho ilustrado
manter vívido, de forma lúdica, o conhecimento e compreensão do passado. E apartir dessa
obra, proporcionar reflexões e problematizar o assunto levando o tema de outra forma para
mais pessoas, além do texto tradicional.

3) Nessa história “O caminho de Angola Janga” nos mostra como o desespero perante a
injustiça e da maldade envolvida nas relações entre os senhores de engenho e o escravizado,
levou a necessidade de combater essa cruel forma de vida através de uma resistência ativa e
organizada. Uma reação, em busca do refúgio no Quilombo, como um local de resistência e
acolhimento, e lá encontrariam a liberdade e forças para lutar contra a opressão em conjunto.
Reforçando uma historiografia que não retrata o Quilombo como um movimento clandestino e
marginal, que foi baseada em registros tendenciosos feitos pelas autoridades da época, essas
que caçavam os escravizados fugitivos e combatiam os Quilombos a favor dos interesses dos
senhores de escravos.

4) A palavra “Quilombo” se tornou sinônimo de resistência contra o racismo, ou contra outra


discriminação contra uma minoria oprimida, como o machismo sofrido pelas mulheres por
exemplo. Isso devido a não passividade e a união características do Quilombo no passado. Na
luta continua contra o racismo estrutural contemporâneo, incentivando todos os iguais a
lutarem por seus direitos pelo exemplo, seguindo a tradição de resistência como uma forma de
identificação cultural, que mantém essa continuidade de luta através dos laços históricos e
afetivos com seus ancestrais.

5) Usando a história em quadrinhos em sala de aula e explorando o final onde termina sem
entregar ao leitor o desfecho; onde entendemos que, ao ser trabalhado em sala, o texto faria
com que os alunos fossem levados a pensar em quais seriam os possíveis caminhos conclusivos
para os fugitivos do engenho que estavam em busca do Quilombo. Faríamos a pergunta:
Afinal, o que aconteceria se os protagonistas fossem apanhados? E se não conseguissem
chegar até ‘’A casa da Cuca’’ ? Com esse questionamento pretendemos que os alunos se
questionem sobre as diversas crueldades praticadas com aqueles que eram escravizados e a
refletir sobre a condição desumana envolvida, pedindo depois, como se sentiriam na pele dos
dois personagens?. Acreditamos que essa situação auxiliaria na quebra de um passado
escravagista “normalizado” e atenuado, que mantém impessoal, frio e distante a questão da
dor humana, onde “a escravidão ‘apenas’ aconteceu e tudo bem”. A idéia seria questionar o
aluno sobre o possível término da história, causar curiosidade e então introduzir o assunto dos
quilombos como forma de resistência e de emancipação.

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