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HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO EM SANTOS

Caio César Barbosa Dias


Mirela Felipe dos Santos
Raphaela Galvão Bueno

RESUMO:
Pretende-se com este artigo expor a importância da criação de um Hospital
Veterinário Público em Santos, para evitar e prevenir as zoonoses (doenças
típicas de animais, transmissíveis para humanos), por meio de pesquisas de
campo, relatórios e entrevistas. Um dos principais pontos que levaram à
criação deste artigo é o número excessivo de animais abandonados, o que
levou a questionamentos como: quais são as causas e consequências? Seria
também um problema que envolve a saúde pública? Como um Hospital
Veterinário Público iria solucionar esses problemas? A primeira etapa do
trabalho foi uma visita a dois hospitais veterinários, ambos mantidos por
instituições privadas, para realizar entrevistas e coletar informações diversas
(preços, casos de emergência mais comuns, quais são os procedimentos do
hospital) a fim de embasar e concretizar a real necessidade de um
investimento governamental em um hospital veterinário que atendesse aos
mais carentes. Após as pesquisas de campo, com as informações obtidas, foi
possível concluir que a margem de preços de vacinas e consultas é
incompatível com a renda de muitas pessoas. Consequentemente, sem a
vacinação e tratamentos, o animal acaba contraindo doenças, fazendo com
que estes sejam abandonados em muitos casos. Além de demonstrar a
importância da criação de um Hospital Veterinário Público também será
abordado o tema “Conscientização da população”, para evitar que mais casos
de abandono aconteçam. Estima-se que, com a construção de um hospital
veterinário público, o número de casos de abandono e zoonoses iria diminuir.

Palavras-chaves: Saúde Pública; População; Animais.


INTRODUÇÃO

O objetivo dessa pesquisa é indicar a inexistência de hospitais


veterinários públicos em Santos, denotando sua necessidade de criação para a
proteção e cuidado dos animais ao da saúde pública. Para a validação dessa
análise foram feitos investimentos bibliográficos, questionários e entrevistas
aos profissionais da área da saúde animal, que nos proporcionaram entender o
funcionamento de um hospital veterinário particular.

Com a criação do hospital veterinário público na cidade de Santos seria


possível diminuir a taxa de permanência de animais de rua que em muitos
casos são abandonados por seus donos pela falta de condições financeiras.
Dentro dos principais problemas financeiros, pode-se citar: os custos dos
tratamentos de doenças, vacinas, alimentação equilibrada do animal, banhos e
tosas, e diversos outros custos fundamentais para o bem-estar do animal.

Acompanhando os benefícios de criação do hospital seria possível


também diminuir a transferência de doenças transmitidas de animais para o ser
humano, já que por sua vez seria possível examinar os animais prevenindo
estas doenças.

Na cidade de Santos, há apenas instituições particulares, onde os


preços não são acessíveis a todos e quem não possui condições acaba
deixando o animal doente, consequentemente, possibilitando uma
contaminação com as doenças no animal. Embora haja disponibilidade de
descontos para populações mais carentes, o preço ainda é um entrave.

Mesmo os médicos veterinários possuindo um código de ética a cumprir,


eles são funcionários de uma empresa e não podem ultrapassar as regras
impostas por ela. Contudo, para eles enquanto profissionais, acreditam que se
houvesse a criação de pelo menos um hospital veterinário, seria uma forma de
proteger a população, diminuir a taxa de abandono e o sofrimento de muitos
animais sem tratamento.

Para que a criação de um hospital veterinário público em Santos se torne


real, é necessário que toda população tenha o conhecimento dos bens que ele
traria, sendo feitas campanhas que conscientizem o cidadão santista sobre
seus benefícios apontando os males que a falta dele gera, provocando assim
um grande movimento para que chegue até a Câmara de Santos, depois para
o governo do Estado de São Paulo, já que somente o município de Santos não
teria verbas suficientes para essa construção. Seria um benefício para a
população, para os animais e ainda geraria mais empregos.

1. Por que ter um hospital veterinário?

Muitas pessoas têm animais de estimação, seja por querer uma


companhia ou para brincar com suas crianças, ou até por uma vontade de
adotar um animal de rua, entretanto, nem todos podem arcar com gastos que
um animal gera. Pensando nessas pessoas, um hospital veterinário público
seria ideal para atender seus animais de estimação.

Ter um animal de estimação é ter gastos adicionais que são


extremamente necessários, tais como: consultas veterinárias, banhos e tosas,
vacinas, alimentação e brinquedos. Todos esses itens custam dinheiro e não
são tão baratos assim. Sem estes cuidados, as consequências podem
ultrapassar o espectro econômico e se tornar em um espectro social,
colocando em perigo a saúde da população com possíveis doenças contraídas
pelo animal.

Os hospitais veterinários possuem mais especialidades do que as


clínicas veterinárias, podendo assim, abranger um número maior de casos,
porém essas instituições são particulares e seus valores não são acessíveis
para toda população. Os preços dos serviços em uma instituição particular são
altos, por exemplo, uma castração em um hospital veterinário com preço
popular é quatrocentos reais, mais os valores adicionais com anestesia,
medicação entre outros.

Um dos principais motivos de abandono são problemas recorrentes de


animais adotados por famílias que vivem em condições precárias. Um exemplo
desses casos são: Quando um cachorro contrai alguma doença por não ter
tomado a vacina e seus donos não têm como arcar com os custos do
tratamento, eles optam por abandoná-lo em algum lugar, ou simplesmente
ignorar a presença da doença. Enquanto isso, o animal sofre e a população
local corre o risco de se contaminar. Se houvesse um hospital veterinário
gratuito que desse as vacinas ou prestasse o atendimento necessário para a
cura, isso não aconteceria.

O abandono de animais é considerado um crime de acordo com o artigo


32 da Lei 9.605/98 que determina detenção de três meses a um ano e multa
para quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou realizar experiência
dolorosa ou cruel a um animal vivo. Como mencionado no artigo de lei, também
é recorrente alguns casos de tortura à animais, e um hospital veterinário
público poderia realizar tratamentos para esses animais, vítimas de maus-
tratos.

Metodologia

Foram feitos questionários a 34 pessoas que possuem animais de


estimação, questionando o quanto essa pessoa gasta em média por
mês com o animal, se ela possui condições para cuidar do animal,
quanto é pago por vacina, dentre outras perguntas.

Foi possível também acompanhar de perto como funciona um


hospital veterinário, em visitações ao hospital veterinário Unimes (figura
1) e Mar a Pet (figura 2), que são de instituições privadas, questionando
os valores, se as pessoas que vão para alguma consulta ou tratamento
possuem condições, se essas pessoas são de classe baixa, média, alta,
dentre outras questões.

Para os veterinários destes hospitais e de outras clínicas foram


feitos mais questionários levando em consideração o bem que faz levar
um animal para o veterinário, o por que as vacinas dos animais são
importantes, a importância de tratar as zoonoses, e como elas afetam
diretamente o ser humano e o animal, entre outros assuntos poucos
discutidos na sociedade.
Figura 1 – Hospital Veterinário Unimes

Figura 2 – Hospital Veterinário Mar a Pet

Resultados

Por meio de uma pesquisa feita por um formulário virtual, concluiu-se


que em média por mês, as pessoas gastam de 100 (cem) a 200 (duzentos)
reais com comida e higiene (figura 3), e de 115 (cento e quinze) a 200
(duzentos) reais em vacinas que são dadas uma vez ao ano (figura 4). Sendo
considerado um custo alto para manter um animal de estimação saudável.

Alguns mesmos tendo condições de arcar com estes gastos preferem ir


a campanhas de vacinação e castração, nas quais não precisam pagar
evitando determinado custo, porém o público-alvo dessas campanhas são as
pessoas mais pobres. Isso é um problema, pois quem realmente precisa da
vacina gratuita não tem a chance de vacinar seus animais, ficando ele sem ela.
As vacinas previnem doenças nos animais e nas pessoas, pois podem
ser transmitidas para os humanos, como é o caso da leishmaniose, uma
doença transmitida pelo mosquito-palha, sendo a segunda doença parasita que
mais mata no mundo.

A castração também é benéfica tanto para os animais, quanto para a


população, ela diminui o risco de câncer de mama nas fêmeas e reduz a
frustração sexual nos machos, sem falar que ocorre a chance de gerar filhotes
indesejados por não serem castrados, o que aumenta ainda mais o número de
animais que moram nas ruas.

Na cidade de Santos, a Codevida (Coordenadoria de Defesa da Vida


Animal) órgão da Prefeitura, ligado à Secretaria do Meio Ambiente, faz cerca de
5 mil castrações e quase 10 mil atendimentos clínicos por ano, conta também
com um Castra-móvel, veículo especialmente adaptado como um centro
cirúrgico, capaz de realizar de 20 a 40 castrações por dia.

Infelizmente, nem todo mundo possui o conhecimento ou mesmo se


importa em vacinar ou castrar seus animais, não sabem o bem que trará para a
população da região, não percebendo que os próprios que não ligam são os
mais afetados.

De todos os hospitais veterinários pesquisados, o Hospital Veterinário


Unimes, localizado no Morro Nova Cintra, é uma instituição particular,
universitário e não recebe nenhuma ajuda do município ou do Estado, ele é
mantido por recursos próprios, e por ter altos custos envolvidos não consegue
atender gratuitamente, porém é o que possui os preços mais baixos, e mesmo
assim, não é todo mundo que consegue pagar pelo atendimento lá. Os valores
dos procedimentos e das consultas são destinados à manutenção dos serviços
prestados pelo hospital e aos salários dos médicos veterinários.

Os veterinários com quem conversamos apoiam a ideia de ter um


hospital veterinário público na cidade de Santos, seria o ideal, um novo
ambiente que atenda mais, acessível para quem realmente precisa, e com um
horário mais amplo de funcionamento, pois a qualquer momento pode haver
uma emergência.
Estima-se que a população de cães, na Baixada Santista, em 2015 era
de 184.053 e, de gatos, 43.111 (IBGE), considerando que 60,2% desses
animais não possuem as vacinas em dia, nem são tratados corretamente, com
a implantação de um hospital veterinário, seriam salvas mais vidas animais,
diminuiria o número de pets nas ruas e ainda seriam prevenidas doenças que
afetam a população.

Figura 3 – Gráfico de gasto em média por mês com um animal

Figura 4 – Gráfico de gasto em média pela vacina

Como tornar esse projeto viável?

Mesmo trazendo vários benefícios para a população, não é tão simples


construir um hospital veterinário em Santos, infelizmente o município não
possui verbas suficientes para isso. Seria necessária a intervenção/
contribuição do governo do Estado de São Paulo para que este projeto se
tornasse possível.

Está em vigor a Lei 6.921/2018, que autoriza o Executivo a construir um


hospital veterinário gratuito na região, as pessoas de Bertioga, Cubatão,
Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente,
poderão levar seus animais para consultas, cirurgias, exames laboratoriais,
medicação e internação, totalmente de graça. O governo deverá fazer
convênios com as prefeituras, empresas privadas, órgãos públicos,
organizações não governamentais e instituições de ensino, para a utilização
dos serviços.

A função do hospital público veterinário é atender os animais das


pessoas mais pobres que não conseguem pagar os altos valores em unidades
particulares, e para que essa função seja cumprida, será necessária uma
comprovação de renda de até um salário mínimo, ou que esteja inscrito em
algum programa social, como o Bolsa-Família por exemplo, pois há muitas
pessoas que mesmo tendo condições de pagar, optam por ir onde não é
necessário gastar já que estão “dando de graça”. Isso rouba a oportunidade de
quem realmente precisa e não resolve o problema, já que o alvo dessas
campanhas são as pessoas sem condições que não conseguem a
oportunidade de vacinar, tratar ou castrar seus animais.

Segundo o deputado Cássio Navarro (PSDB), autor do projeto de lei, a


construção de um hospital público veterinário ampliará o atendimento, uma vez
que a população de baixa renda não tem acesso a consultas particulares.
Muitos procedimentos e medicamentos têm custos elevados e os animais
acabam morrendo. A lei incentiva que o governo firme parcerias com
universidades com curso de medicina veterinária para que os alunos possam
ampliar seu aprendizado com horas de estágio, além de diminuir os gatos na
contratação de profissionais na área.

O Projeto de Lei 527/2018 foi aprovado pelo plenário da Alesp no dia 13


de dezembro, pelo governador Márcio França, publicada no Diário Oficial do
Estado dia 21 de dezembro de 2018.
Contudo, enquanto esse projeto não sai do papel, a população deve ser
informada sobre a importância de um hospital veterinário público e sua criação,
as pessoas devem saber como vai ajudar a região, e exigir do governo que as
medidas sejam tomadas e tudo não fique apenas como se fosse construído.
Mais campanhas de vacinação e castração gratuitas deveriam ser feitas,
verbas deveriam ser destinadas à saúde animal que além de ser seres que
merecem o mesmo valor que os humanos, evitariam várias doenças que
causam epidemias e mortes.

É crucial que as informações sejam divulgadas a todos, para que assim


seja possível uma mobilização dos moradores da cidade, deixando claro que
isso é um pedido para os governantes e que deve ser atendido.

Há muitas instituições que tratam e acolhem centenas de cães e gatos,


mas elas não recebem ajuda do governo e os gastos são altos com quilos de
ração e higienização, nem todo mundo faz doações, muitos voluntários ajudam
por amor aos animais, mesmo assim, não é o suficiente para mantê-los
abrigados e alimentados.

Por meio da nossa pesquisa foi observado que se por alguma razão os
donos não tivessem mais condições de sustentar seus bichos, eles levariam
para uma ONG (Organização Não Governamental), pelo menos até se
reestabelecer financeiramente.

Uma moradora de Santos criou na internet um abaixo-assinado que


conta com mais de trinta mil assinaturas, para pressionar o Conselho Regional
de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo para a criação urgente do
projeto, de acordo com ela, é dever do Estado proporcionar atendimento aos
animais.

Depois de muita pesquisa, não foi encontrado muito material sobre a


criação de hospitais veterinários em Santos ou na Baixada Santista, o que
demonstra um certo descaso por parte do governo. Embora pouco discutido,
um hospital veterinário é de extrema importância para evitar as zoonoses e
diminuir a quantidade de animais abandonados.
Mesmo pouco divulgado, há alguns projetos e organizações que
defendem a ideia. No futuro, com uma divulgação maior do projeto, pode ser
que se torne uma realidade a construção de um hospital veterinário público.

Espalhar cartazes pela cidade, transmitir propagandas nas rádios locais,


na televisão, jornais pode conscientizar os moradores, como é o caso da
“Campanha alerta sobre o abandono de animais”, na qual a frase “Esse pet é
descartável, esse NÃO” (Figura 5), em cima de uma garrafa pet e um cachorro
se destaca fazendo um trocadilho com as palavras de que um animal não pode
ser abandonado, pois não é algo que é jogado fora depois que o dono não quer
mais.

Com a colaboração de todos os que vivem na região e veem a falta que


um estabelecimento público para tratar os animais faz, é possível alcançar este
objetivo.

Figura 5 – Campanha alerta sobre abandono de animais

CONCLUSÃO

Foi discutido no trabalho a questão do porquê as pessoas que possuem


uma renda baixa não possuem uma oportunidade de tratamento e consulta
gratuita na Baixada Santista para seus animais, levando em consideração que
com essa criação do hospital surgiriam muitas contribuições benéficas para o
animal que necessita de tratamentos, mas os quais seus donos não possuem
condição financeira para pagar, o que com a criação de um hospital veterinário
público esse fator diminuiria muito e poderia até ser levado a um investimento
financeiro melhor em outros cuidados como por exemplo banho, brinquedos e
ração, além de poder beneficiar a saúde pública, evitando doenças e talvez
oportunidade de empregar mais pessoas e empregar até mesmo estudantes
que estão fazendo estágio na faculdade de medicina veterinária, e
possivelmente conseguir um mão de obra um pouco mais barata.

Porém, a criação desse projeto não se torna algo tão fácil, seria
necessário um grande apoio financeiro do governo de São Paulo para a cidade
de Santos, sem contar que necessitaria de um apoio popular junto para que
isso ocorresse.

O desenvolvimento do estudo, possibilitou o conhecimento sobre a


situação do abandono de um animal, e a elevação ainda mais da importância
de criação desse hospital veterinário público.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

MEUS ANIMAIS; https://meusanimais.com.br/diferencas-entre-uma-clinica-e-


um-hospital-veterinario/ . Acesso em 02/05/2019 as 17:19.

ENTRETERIMENTO R7; http://entretenimento.r7.com/bichos/noticias/animais-


abandonados-sofrem-em-santos-no-litoral-de-sao-paulo-20111013.html. Acesso
em 02/05/2019 as 17:19.

PREFEITURA DE SANTOS; http://www.santos.sp.gov.br/?q=hotsite/codevida.


Acesso 02/05/2019 as 17:19.

MSF; https://www.msf.org.br/o-que-fazemos/atividades-medicas/leishmaniose.
Acesso 02/05/2019 as 17:19.

COSTA DO NORTE; http://costanorte.com.br/politica/26274/hospital-publico-


veterinario-pode-ser-construido-na-baixada-santista. Acesso 02/05/2019 as
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JUSBRASIL;https://carollinasalle.jusbrasil.com.br/noticias/395206911/
abandonar-animais-e-crime-previsto-em-lei. Acesso 02/05/2019 as 17:19
CHARGE.ORG; https://www.change.org/p/pela-cria%C3%A7%C3%A3o-de-um-
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urgente. Acesso 02/05/2019 as 17:19

UNIMES; https://www.unimes.br/novidades.php. Acessado 02/05/2019 as 18:00

PREFEITURA SANTOS; http://www.santos.sp.gov.br/?q=noticia/campanha-


alerta-sobre-o-abandono-de-animais. Acesso em: 02/05/2019 as 18:10

QUESTIONÁRIO; https://docs.google.com/forms/d/10nNVaqvEaT_hplC-
e3GgyNN5QtmGRpQrQNLpMTWH9fk/edit#responses. Acesso em: 02/05/2019
as 18:30

VETERINÁRIOS ENTREVISTADOS: Bárbara Guimarães, Jaqueline de Paula,


Guilherme, Shelly Oliveira, Christiane Fonseca, Cristiano Freadman, Márcia
Setani, Renata Souza, Bruna Matarazzo, Giovanna Freire e Cláudio Pellegrini.

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