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Em outro momento Dorfles (2012, p. 100) afirma que, no futuro, a área de atuação
do design na sociedade deverá alcançar, ou até superar, limites desconhecidos sem,
porém, eliminar "o que ainda queremos chamar arte".
Villas-Boas (2003, p. 60) é categórico ao afirmar que "contemporaneamente,
o exercício do design não é uma prática artística, porque está ligado à esfera
produtiva, e não à esfera artística." Ele continua argumentando que "por mais difícil
que seja, na contemporaneidade, afirmar que isso ou aquilo é ou não é arte" a
diferenciação entre "a esfera artística e a esfera produtiva" é um dado histórico:
Por outro lado, Cardoso (2012, p. 245-246) ao argumentar sobre um dos valores do
design, a inventividade de linguagem, relata que em um sentido mais amplo design
é arte:
A noção tola de que ‘design não é arte’ foi ganhando certo pedigree às avessas,
simplesmente por força de tanto ser repetida. Se tomarmos ‘arte’ no sentido
restrito, de artes plásticas, é verdade que design não é arte. Somente os
projetos mais sofisticados de design teriam condição de pleitear tal designação.
Se tomarmos ‘Arte’ em sentido amplo, com A maiúscula, design é uma de suas
manifestações, sem dúvida. Arte é um meio de acesso ao desconhecido, em pé
de igualdade com a ciência, a filosofia, a religião – enfim, os poucos caminhos
que o ser humano encontrou para relacionar seu interior com o universo que o
cerca – e, nesse sentido, design é uma categoria subordinada mais à arte que os
outros três citados (CARDOSO, 2012, p. 245-246).
Por um lado, podemos pensar que o design é utilitário, ou seja, tem uma função
bem clara e objetiva, diretamente ligada às marcas e suas estratégias e à
comunicação com a sociedade. De outro lado, a arte não tem nenhum tipo de
obrigação, a não ser a de expressar a sua subjetividade através do olhar do
artista que a desenvolveu. Porém, quando analisamos essa situação nos dias de
hoje, começamos a perceber interseções e interligações entre as duas
disciplinas. O que nos faz pensar que, sem dúvida, em alguns momentos, uma
utiliza a outra (BELCHIOR E RIBEIRO, 2014, p. 51).
que um "design que quer passar a ideia do pensamento artístico está cheio de
lirismo, de emoções" (p. 88), enquanto um design descritivo (como o de um objeto,
por exemplo) deve carregar o máximo de detalhes da peça. Já para Gringo Cardia,
multiartista, arte é como "a criatividade de expor alguma coisa":
Qualquer trabalho que você faz com arte, chega nas pessoas de uma maneira
totalmente diferente de um trabalho pensado para que a pessoa entenda de
uma determinada maneira. A arte abre espaço para a imaginação de quem vê.
[...] É muito difícil pensar em um design sem arte. Não existe. Você vai fazer uma
coisa que seja prática, mas que não vai ter surpresa aos olhos? O design tem que
trazer inovação, a proposta de você olhar as coisas de uma maneira diferente.
[...] Eu acho que a arte sempre propõe o diferente, e isso atrai (BELCHIOR E
RIBEIRO, 2014, p. 100-101).