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SUSTENTABILIDADE DAS

EMBALAGENS DE PRODUTOS
ALIMENTARES: PERCEÇÃO
DO CONSUMIDOR E
EVOLUÇÃO NO MERCADO
PORTUGUÊS

Beatriz Santos Castro


Dissertação de Mestrado apresentada
à Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e à Faculdade
de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto
2022
SUSTENTABILIDADE DAS
EMBALAGENS DE PRODUTOS
ALIMENTARES: PERCEÇÃO
DO CONSUMIDOR E
EVOLUÇÃO NO MERCADO
PORTUGUÊS

Beatriz Santos Castro


Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição
Departamento de Geociências, Ambiente e Ordenamento do Território
2022

Orientadora
Doutora Susana Fonseca, Professora Auxiliar Convidada
da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto

Coorientador
Doutor Luís Miguel Cunha, Professor Associado
da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto
Todas as correções determinadas

pelo júri, e só essas, foram efetuadas.

O Presidente do Júri,

Porto, ______/______/_________
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares:
perceção do consumidor e evolução no mercado português

DECLARAÇÃO DE HONRA

Eu, Beatriz Santos Castro, inscrita no Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição da


Faculdade de Ciências da Universidade do Porto declaro, nos termos do disposto na
alínea a) do artigo 14.º do Código Ético de Conduta Académica da U. Porto, que o
conteúdo da presente dissertação reflete as perspetivas, o trabalho de investigação e
as minhas interpretações no momento da sua entrega.

Ao entregar esta dissertação, declaro, ainda, que a mesma é resultado do meu próprio
trabalho de investigação e contém contributos que não foram utilizados previamente
noutros trabalhos apresentados a esta ou outra instituição.

Mais declaro que todas as referências a outros autores respeitam escrupulosamente as


regras da atribuição, encontrando-se devidamente citadas no corpo do texto e
identificadas na secção de referências bibliográficas. Não são divulgados na presente
dissertação quaisquer conteúdos cuja reprodução esteja vedada por direitos de autor.

Tenho consciência de que a prática de plágio e auto-plágio constitui um ilícito


académico.

Beatriz Santos Castro


Oliveira de Azeméis, 27 de Setembro de 2022
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AGRADECIMENTOS
A realização desta dissertação representa o término de mais uma etapa importante
da minha vida. Estes dois últimos anos foram sem dúvida, anos de conquistas, de
crescimento pessoal e profissional. Porém, seria impensável conseguir chegar aqui sem
o apoio, a colaboração e a disponibilidade de todos aqueles que contribuíram nesta
etapa final de obtenção do grau mestre em Ciências do Consumo e Nutrição.

Às instituições, Faculdade de Ciências e Faculdade de Ciências da Nutrição e


Alimentação da Universidade do Porto, pelo acolhimento e sabedoria transmitida ao
longo destes dois últimos anos.

À Professora Doutora Susana Fonseca, pela orientação, disponibilidade,


acompanhamento, boa disposição, partilha de conhecimentos e palavras de incentivo
ao longo de toda a realização deste trabalho.

Ao Professor Doutor Luís Cunha pelo seu acompanhamento, disponibilidade e


partilha de conhecimentos.

Numa nota mais pessoal, gostaria de agradecer às pessoas que me são mais
próximas.

Aos meus avós maternos, que sempre me incentivaram, motivaram e ajudaram ao


longo de todo o meu percurso académico.

Aos meus pais, principais impulsionadores desta dissertação, pelo esforço que
fizeram ao longo destes anos para que tivesse sucesso em todas as etapas da minha
vida; a quem devo tudo aquilo que sou e me tornei, pelo espírito de confiança, sacrifício,
apoio e orgulho que sempre depositaram em mim.

Ao meu namorado, o Nuno, pelo seu companheirismo, incentivo e por ter acreditado
em mim, sempre.
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares:
perceção do consumidor e evolução no mercado português

SUMÁRIO
A sustentabilidade ambiental é atualmente um foco de grande preocupação para o
consumidor, nomeadamente no que respeita aos materiais das embalagens de produtos
alimentares. As embalagens alimentares para além de desempenharem um papel
relevante na proteção e preservação da qualidade e segurança dos alimentos ao longo
da fileira alimentar, constituem também elementos essenciais na comunicação e serviço
(facilidade de consumo) do produto alimentar. São, contudo, reconhecidos, a nível
mundial, os graves problemas que os resíduos das embalagens têm provocado no meio
ambiente, tendo os materiais plásticos um papel de destaque, estimando-se que
anualmente sejam depositados nos oceanos milhões de toneladas deste material.
É neste sentido que ao longo das últimas décadas têm surgido abordagens
ambientalmente mais sustentáveis das embalagens, ao nível do tipo de material, do seu
design e da informação prestada na rotulagem das embalagens.
Constitui objetivo principal do presente trabalho a análise da perceção e atitude do
consumidor atual sobre a sustentabilidade das embalagens alimentares, assim como
avaliar a evolução na vertente da sustentabilidade que as embalagens de alimentos têm
sofrido no mercado de retalho português. Para atingir este objetivo geral foram
considerados os seguintes objetivos específicos: (1) estudo da evolução recente das
embalagens alimentares no mercado de retalho português; (2) estudo da perceção e
atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções associadas à sustentabilidade
no rótulo das embalagens alimentares; (3) estudo da perceção e atitude do consumidor
relativamente aos eixos “conservação”, “conveniência” e “sustentabilidade” das
embalagens alimentares.
Para a concretização experimental do primeiro objetivo específico, constitui objeto
de pesquisa as embalagens de um conjunto de produtos alimentares que se encontram
presentes nas superfícies de retalho alimentar de maiores dimensões na cidade do
Porto e Aveiro, em três momentos durante o período de um ano, tendo se obtido uma
amostra com uma dimensão de 308 embalagens. Para atingir os segundo e terceiro
objetivos foram aplicados inquéritos por questionário a uma amostra por conveniência
constituída por 221 pessoas, em formato digital pela plataforma LimeSurvey.
Relativamente ao estudo da evolução das embalagens no mercado de retalho
português verificou-se que o material plástico é, ainda, o material mais frequente nos
vários componentes das embalagens alimentares devido às suas várias vantagens;
havendo ainda uma grande resistência à sua substituição, constituindo 51,6% das
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embalagens estudadas. No que respeita o rótulo este apresenta-se impresso em 49,5%


das embalagens, sendo que neste componente o plástico encontra-se em minoria. Os
símbolos do ecoponto azul, verde e amarelo e do ponto verde são os que se apresentam
com maior frequência nas embalagens.
Relativamente ao estudo da perceção e atitude do consumidor denota-se ainda uma
ausência considerável no hábito de analisar as informações presentes na embalagem,
sendo que 54,3% dos participantes nunca a raramente o pratica. O símbolo dos
ecopontos e a da reciclagem são os mais conhecidos, porém, a realidade é inversa
quando nos referimos ao símbolo de identificação de material de polietileno tereftalato
e ao Forest Stewardship Council. No que respeita o estudo da perceção e atitude do
consumidor face a aspetos relacionados com a conservação, conveniência e
sustentabilidade, a data de durabilidade revelou-se um ponto crítico para o consumo
dos alimentos e consequente gestão de resíduos, onde cerca de 39,8% da amostra em
estudo admitiu que apenas pode consumir os alimentos até que estes atinjam a data de
durabilidade mínima.

Apesar da tendência ser crescente, para a apresentação de embalagens contendo


materiais sustentáveis é necessário reforçar a necessidade de alteração dos materiais,
dimensões e data durabilidade mínima de consumo, das embalagens e produtos
alimentares, atuar sobre a sensibilização e consciencialização do consumidor alertando-
o para o impacto que determinados materiais, como o plástico, e práticas nocivas
representam para o meio ambiente.

Palavras-chave: Embalagem alimentar; Sustentabilidade; Materiais de embalagem;


Resíduos; Impacto ambiental
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ABSTRACT
Sustainability is currently a subject of concern for the consumer, specially with respect
to materials in food packaging. In addition to the food packaging, make a relevant role
in the protection and preservation of the quality and safety of the food over the food
range, they are also essential elements in the communication and service, (consumption
ease) of the food product. However, there are recognized at a world level, the serious
problems that the waste packaging have caused in the environment, with plastic
materials being greater emphasized where it is estimated that annually, they are
deposited a million tons of this material in the oceans
As a result of all this justifies it over the last decades, more environmentally
sustainable approaches have been emerged at the level of packaging, because the
typology of the material concept, and mode of communication to consumers have strong
environmental effects on the impact on the environment.

The main objective of the present work is the analysis of the perception and attitude
of the current consumer on the sustainability of food packaging, as well as to evaluate
the evolution that food packaging has experienced in the Portuguese retail market.
To achieve this general objective the following specific objectives were considered: (1)
study of the recent evolution of food packaging (material, symbols and mentions
associated with sustainability) in the Portuguese retail market; (2) study of consumer
perception and attitude regarding symbols and mentions associated with sustainability
in the label of food packaging; (3) study of the consumer's perception and attitude
regarding the "conservation" points of food packaging.
For the experimental realization of the first specific objective, the object of research is
the packaging of a set of food products that are present in larger food retail surfaces in
the city of Porto and Aveiro, at three times during the period of one year, having obtained
a sample with a size of 308 packages. To achieve the second and third objectives,
questionnaire surveys were applied to a convenience sample consisting of 221 people,
in digital format by the LimeSurvey platform.
Regarding the study of the evolution of packaging in the Portuguese retail market, it
was found that the plastic material is still the most frequent material in the various
components of food packaging due to its various advantages; there is still a great
resistance to its replacement, constituting 51.6% of the packages studied. As for the
label, it is printed on 49.5% of the packages, with plastic being the minority in this
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component. The symbols of the blue, green and yellow recycling bin and the green dot
are the ones that appear most frequently on packages.
Regarding the study of consumer perception and attitude, there is still a considerable
absence in the habit of analyzing the information present on the packaging, with 54.3%
of the participants never or rarely doing it. The recycling bins and recycling symbols are
the best known, however, the reality is reversed when we refer to the symbol for
identifying polyethylene terephthalate material and the Forest Stewardship Council.
Regarding the study of consumer perception and attitude towards aspects related to
conservation, convenience and sustainability, the shelf-life date proved to be a critical
point for food consumption and consequent waste management, where about 39.8% of
the sample under study admitted that they can only consume the foods until they reach
the minimum shelf-life date.

Despite the growing trend, for the presentation of packaging containing


sustainable materials, it is necessary to reinforce the need to change the materials,
dimensions, and minimum consumption durability date, of packaging and food products,
to act on consumer awareness and awareness. for the impact that certain materials,
such as plastic, and harmful practices have on the environment.

Keywords: Food packaging; Sustainability; Packaging materials; Waste; Environmental


impact
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ÍNDICE

DECLARAÇÃO DE HONRA ......................................................................................... v


AGRADECIMENTOS ................................................................................................... vi
SUMÁRIO ....................................................................................................................vii
ABSTRACT ................................................................................................................. ix
ÍNDICE ........................................................................................................................ xi
ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................. xiii
ÍNDICE DE TABELAS................................................................................................. xv
LISTA DE ABREVIATURAS ...................................................................................... xvii
1 | INTRODUÇÃO E OBJETIVOS................................................................................. 1
2 | REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................... 4
2.1. Conceito de embalagem alimentar ..................................................................... 4
2.2. Funções da embalagem ..................................................................................... 5
2.1.1. Contenção ................................................................................................... 5
2.1.2. Proteção e Conservação.............................................................................. 6
2.1.3. Serviço ......................................................................................................... 6
2.1.4. Comunicação ............................................................................................... 7
2.3. Classificação das embalagens ........................................................................... 8
2.4. Descrição das diferentes tipologias de materiais ................................................ 8
2.4.1. Celulose (papel e cartão) ............................................................................. 8
2.4.2. Metal ............................................................................................................ 9
2.4.3. Plástico ........................................................................................................ 9
2.4.4. Vidro .......................................................................................................... 10
2.5. Implicações dos resíduos da embalagem no ambiente e relação com o tempo de
vida dos alimentos................................................................................................... 10
2.6. Sustentabilidade das embalagens alimentares ................................................. 12
2.6.1. Ciclo de vida dos produtos ......................................................................... 13
2.6.2. Valorização da rotulagem ecológica........................................................... 14
2.6.3. Tecnologia das novas embalagens ............................................................ 18
2.7. Fatores que influenciam as escolhas das embalagens alimentares pelos
consumidores .......................................................................................................... 21
3 | METODOLOGIA .................................................................................................... 23
3.1. Estudo da evolução recente das embalagens alimentares no mercado de retalho
português ................................................................................................................ 23
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3.1.1. Local e data de recolha .............................................................................. 23


3.1.2. Amostra e parâmetros avaliados ................................................................ 24
3.1.3. Recolha ..................................................................................................... 25
3.2. Estudo da perceção e atitude do consumidor relativo à sustentabilidade das
embalagens alimentares ......................................................................................... 26
3.2.1. Amostra e método de recolha de dados ..................................................... 26
3.2.2. Segurança, Privacidade e Proteção de Dados ........................................... 28
3.3. Análise estatística dos dados ........................................................................... 28
4 | RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 30
4.1. Estudo da evolução recente das embalagens alimentares no mercado de retalho
português ................................................................................................................ 30
4.1.1. Caraterização da amostra .......................................................................... 30
4.1.2. Caraterização das diferentes tipologias de materiais das embalagens ...... 32
4.1.3. Caraterização dos símbolos associados à sustentabilidade presente nas
embalagens alimentares ...................................................................................... 38
4.1.4. Caraterização das menções associadas a sustentabilidade presente nas
embalagens alimentares ...................................................................................... 41
4.1.5. Estudos de caso ........................................................................................ 43
4.2. Estudo da perceção e atitude o consumidor atual relativo à sustentabilidade das
embalagens alimentares ......................................................................................... 47
4.2.1. Caraterização sociodemográfica da amostra ............................................. 47
4.2.2. Caraterização dos hábitos de compra de produtos alimentares pré-
embalados ........................................................................................................... 49
4.2.3. Perceção e atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções
associadas à sustentabilidade ............................................................................. 52
4.2.4. Caraterização do consumidor relativa aos aspetos relacionados com a
conservação, conveniência e sustentabilidade .................................................... 62
5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 72
6 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 75
ANEXOS....................................................................................................................... 1
Anexo I - Registo das informações para todos os produtos alimentares à exceção das
frutas e legumes pré-embalados ................................................................................... 2
Anexo II - Inquérito por questionário ............................................................................. 3
Anexo III – Registo de informação recolhida em julho 2021 relativa ao estudo da
evolução recente das embalagens alimentares no mercado de retalho português ..... 10
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ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Símbolo do Ponto Verde (SPV) .................................................................. 16


Figura 2 - Selos icnográficos dos ecopontos ............................................................... 16
Figura 3 – Formas de apresentação do Símbolo da reciclagem ................................. 17
Figura 4 - Selo ecológico de Gestão de Floresta Sustentável (FSC®) ........................ 17
Figura 5 - Símbolos de identificação dos materiais de embalagem ............................. 18
Figura 6 - Matriz de aplicação da ciência e tecnologia em embalagem de alimentos
(Brierley & Elliott, 2017) .............................................................................................. 19
Figura 7 - Determinantes que influenciam a escolha do consumidor para comprar
embalagens sustentáveis (Adaptado (Cammarelle et al., 2021)) ................................ 22
Figura 8 -Frequência dos diferentes materiais de embalagem por categoria de produtos
identificados na 1ª recolha, julho 2021 ........................................................................ 34
Figura 9 – Frequência dos diferentes materiais de embalagem por categoria de produtos
identificados na 3ª recolha, Junho 2022...................................................................... 35
Figura 10 – Distribuição do material de papel/cartão na estrutura da embalagem da
categoria das frutas e legumes pré-embalados, em junho 2022 ................................. 36
Figura 11 – Distribuição do material de vidro na estrutura da embalagem da categoria
dos molhos, em junho 2022 ........................................................................................ 38
Figura 12 - Outros aspetos sustentáveis expressos nas embalagens alimentares por
extenso ....................................................................................................................... 42
Figura 13 – Evolução da embalagem de Leite Meio-Gordo UHT da marca Agros de julho
de 2021 para janeiro de 2022 ..................................................................................... 44
Figura 14 – Evolução da embalagem de água – do garrafão de 5 Lao BIB EcoPack
Monchique 10 L .......................................................................................................... 45
Figura 15 - Evolução do material de embalagem do esparguete da maraca Nacional 46
Figura 16 – Distribuição (%) dos participantes do questionário de acordo com o seu
distrito de residência ................................................................................................... 48
Figura 17 - Frequência (%) de compra de alimentos para casa dos inquiridos ........... 49
Figura 18 – Distribuição (%) dos inquiridos de acordo com o hábito de observar as
embalagens alimentares e analisar a presença de símbolos e menções associadas à
sustentabilidade das embalagens ............................................................................... 52
Figura 19 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o seu grau de concordância face
às afirmações expostas .............................................................................................. 59
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Figura 20 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o seu grau de concordância face
às afirmações expostas .............................................................................................. 63
Figura 21 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o hábito de colocar o produto
alimentar ao lixo após ser ultrapassada a sua data de durabilidade em uma semana 65
Figura 22 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o hábito de colocar o produto
alimentar ao lixo após ser ultrapassada a sua data de durabilidade em um mês ........ 66
Figura 23 - Distribuição dos inquiridos de acordo com a sua interpretação relativa à
indicação: Consumir de preferência antes de 02/09/2022 ........................................... 68
Figura 24 - Distribuição dos inquiridos de acordo com a sua interpretação relativa à
indicação: Consumir até (DD/MM) 22/06 .................................................................... 69
Figura 25 - Distribuição dos inquiridos face a uma suposta redução do tempo de vida de
produtos alimentares de 6 para 3 meses .................................................................... 71
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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1 - Classificação das embalagens ..................................................................... 8


Tabela 2 - Apresentação de logotipos (rótulos/selos) ecológicos destinados aos
alimentos (Adaptado Index (2021)) ............................................................................. 15
Tabela 3 - Local e data de recolha .............................................................................. 24
Tabela 4 - Categorias de produtos alimentares no mercado de retalho português
selecionadas para estudo. .......................................................................................... 24
Tabela 5 -Distribuição da frequência em % (n) de produtos para cada categoria de
géneros alimentícios e data de recolha ....................................................................... 31
Tabela 6 – Caraterização dos Componentes e Materiais da Embalagem em julho 2021,
janeiro 2022 e junho de 2022...................................................................................... 32
Tabela 7 – Caraterização dos diferentes símbolos presentes nas embalagens
alimentares em julho 2021, janeiro 2022 e junho de 2022 .......................................... 38
Tabela 8 – Caracterização de diferentes símbolos (Ecoponto Amarelo, Azul e Verde,
Símbolo do Ponto Verde, Símbolo da Reciclagem e FSC) presentes nas embalagens
alimentares por categoria de produtos identificados na 3ª recolha, Junho 2022 ......... 39
Tabela 9 - Distribuição (%) da presença de menções associadas à sustentabilidade, de
acordo com a categoria, nas recolhas de Julho 2021, Janeiro 2022 e Junho de 2022 41
Tabela 10 - Caraterização sociodemográfica (sexo, idade, dimensão do agregado
familiar, distrito de residência, habilitações literárias e nacionalidade) dos participantes
do questionário ........................................................................................................... 47
Tabela 11 - Distribuição % (n) dos inquiridos de acordo com a frequência de realização
de compras em função do número de elementos agregado familiar ........................... 50
Tabela 12 - Distribuição dos inquiridos % (n) em função do tipo de estabelecimento em
que realizam as suas compras e da frequência das compras ..................................... 51
Tabela 13 - Distribuição % (n) do hábito que os consumidores têm em observar as
embalagens alimentares e analisar a presença de símbolos de acordo com o género e
classes etárias ............................................................................................................ 53
Tabela 14 - Estudo da relação entre a frequência de compra dos alimentos e o hábito
de observar as embalagens ........................................................................................ 54
Tabela 15 - Distribuição dos inquiridos % (n) de acordo com o seu conhecimento
relativamente ao significado dos símbolos nas embalagens alimentares (símbolo do
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ecoponto azul, verde e amarelo, símbolo da reciclagem, selo do copo e garfo, símbolo
ponto verde, identificação material - PET, FSC) ......................................................... 55
Tabela 16 - Aplicação do teste de Qui-quadrado para avaliar a dependência a entre o
conhecimento dos símbolos presentes nas embalagens e o nível de escolaridade .... 56
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LISTA DE ABREVIATURAS

FAO – Food and Agriculture Organization


EFSA – The European Food Safety Authority
LCA – Life Cycle Assessement
SPV – Símbolo do Ponto Verde
EcoAz – Ecoponto Azul
EcoVd – Ecoponto Verde
EcoAm – Ecoponto Amarelo
FSC - Forest Stewardship Council
PET – Politereftalato de Etileno
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1 | INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

A cadeia alimentar atual é caracterizada por uma sequência de etapas que abrange
a sua distribuição e que tem alcance ao nível global. Neste contexto a embalagem
alimentar apresenta um papel de extrema importância na proteção e conservação dos
alimentos, nomeadamente ao longo da cadeia de distribuição do produto, desde o
momento em que o produto é embalado até ao momento em que este chega ao
consumidor final. Porém, ao longo dos últimos anos as embalagens alimentares têm-se
tornado um dos grandes focos de preocupação devido aos seus impactos ambientais
(Sundqvist-Andberg & Åkerman, 2021a).
Uma vez consumido o produto alimentar, o indivíduo tem de descartar a embalagem
seja para o lixo indiferenciado ou para a reciclagem. A perceção, a interpretação e o
uso das embalagens pelos consumidores também desempenham um papel crucial na
criação e gestão de resíduos alimentares (Langley et al., 2021). As perceções erradas
sobre as embalagens e a falta de conhecimento acerca dos vários aspetos mencionados
na mesma, como os materiais que a constituem e a data-limite de consumo, contribui
para uma má gestão dos resíduos das embalagens (Zielinska et al., 2020). O
consumidor desempenha um papel crucial no caminho para uma maior sustentabilidade
(Stenmarck, Jensen, Quested, & Moates, 2016); porém este pode ser afetado por
múltiplos fatores, como pela conveniência, a falta de tempo ou a compra em quantidades
exageradas devido a promoções no preço do produto (Aschemann-Witzel, Hooge,
Amani, Bech-Larsen, & Oostindjer, 2015; Wikström, Williams, Trischler, & Rowe, 2019).
Também as características e funcionalidades atribuídas às embalagens poderão
influenciar os níveis de resíduos a nível doméstico (Wikström et al., 2019). Esta é, de
facto, uma área de profundo interesse, conforme determinado pela meta de
sustentabilidade estabelecida na agenda das Nações Unidas (Nations, 2015).

Interligado aos resíduos das embalagens surge, de modo igualmente impactante, o


problema do desperdício alimentar, como consequência de uma gestão errática.
Segundo a Food and Agriculture Organization (FAO) (2019), cerca de 14% dos
alimentos produzidos, em todo o mundo, são perdidos entre o seu local de produção e
o retalho alimentar. Em 2017 a Austrália atingiu 7,3 milhões de toneladas de produtos
alimentares desperdiçados ao longo de toda a cadeia alimentar, tendo sido gerados pelo
setor primário (34%) e doméstico (34%) e pelo setor secundário (24%) (Brennan et al.
(2021). O problema do desperdício alimentar está diretamente relacionado com as
embalagens alimentares, visto que as embalagens alimentares podem ajudar a limitar
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o desperdício de alimentos através da extensão do tempo de prateleira dos alimentos,


pela disponibilização das embalagens em diversos tamanhos, de modo a corresponder
à conveniência e necessidade das famílias, e através de transmitir mensagens
adequadas de como utilizar e armazenar os alimentos(Wikström et al., 2019).
A prioridade sobre sustentabilidade ambiental tem-se revelado um dos principais
desafios da indústria alimentar, juntamente com a garantia de alimentos seguros e de
elevada qualidade ao longo de toda a cadeia (Boz, Korhonen, & Sand, 2020).
Assim sendo, as perceções e atitudes que o consumidor apresenta perante a
embalagem alimentar poderá revelar alterações significativas no impacto ambiental dos
resíduos de embalagens. Aquando da aquisição de produtos alimentares pelo
consumidor, nas diversas superfícies de retalho alimentar, é assim importante perceber
duas questões que irão depender do comportamento do consumidor. A primeira questão
é relativa à reciclagem das diferentes componentes de uma embalagem alimentar e,
portanto, se o consumidor irá contribuir para um novo ciclo de vida daquela embalagem
alimentar. A outra questão, assenta no consumo do alimento adquirido, isto é, se a data
de consumo indicada na embalagem condiciona o seu consumo e se o consumidor está
disposto a reduzir a sua conveniência de forma a aumentar a sustentabilidade da
embalagem.

Face à importância do tema desenvolveu-se a presente dissertação, no âmbito do


segundo ano do Mestrado em Ciências do Consumo e Nutrição, cujo objetivo principal
consistiu na análise da perceção e atitude do consumidor atual sobre a sustentabilidade
das embalagens alimentares, assim como avaliar a evolução na vertente da
sustentabilidade que as embalagens de alimentos têm sofrido no mercado de retalho
português.
Foram definidos os seguintes objetivos específicos:
i) Estudo da evolução recente das embalagens alimentares (material, símbolos e
menções associadas à sustentabilidade) no mercado de retalho português;
ii) Estudo da perceção e atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções
associadas à sustentabilidade no rótulo das embalagens alimentares;
iii) Estudo da perceção e atitude do consumidor relativamente aos eixos
“conservação”, “conveniência” e “sustentabilidade” das embalagens alimentares.

O presente estudo foi desenvolvido através de dois métodos de investigação


(observação e inquirição). O primeiro método colocado em prática foi o método
observacional para o estudo da evolução dos materiais das embalagens alimentares
presentes no mercado, onde foram analisadas categorias específicas de alimentos,
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tendo em consideração o seu maior grau de inovação e o seu consumo elevado. O


segundo método aplicado baseou-se na aplicação de um inquérito por questionário, com
vista a avaliar as perceções e atitudes do consumidor relativamente aos símbolos e
menções associadas à sustentabilidade no rótulo das embalagens alimentares, bem
como à relação entre os eixos “conservação”, “conveniência” e “sustentabilidade” das
embalagens alimentares.
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2 | REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Conceito de embalagem alimentar

Desde tempos ancestrais, o ser humano consumia os alimentos diretamente do seu


local de produção, e face a esta realidade de autossuficiência não havia necessidade
de recorrer a embalagens com o intuito de armazenar ou transportar alimentos (Berger
& Welt, 2005; Risch, 2009). Quando surgia necessidade de se recorrer a recipientes
para transportar e armazenar alimentos, eram utilizados matérias-primas presentes na
natureza, como troncos ocos de árvores e órgãos de animais (Berger & Welt, 2005).
As embalagens destinadas a estabelecerem contato com os alimentos foram
progredindo consoante a evolução do estilo de vida do homem. Com o passar do tempo
foram descobertos os primeiros materiais que poderiam ser transformados e entrar em
contacto com os alimentos, como a cerâmica (Berger & Welt, 2005), o papel e o vidro,
elevando deste modo o nível de funcionalidades da embalagem. A fabricação da
cerâmica e do vidro, para os fins mencionados anteriormente, surgiu em 7000 anos a.
C. A revolução industrial acelerou expressivamente a utilização de embalagens
alimentares, pois com os novos métodos de fabricação e os novos materiais surgiram
embalagens de latas metálicas e cartão canelado (Risch, 2009). Ainda antes do início
do século XIX, surgiu um novo método para conservar alimentos; o francês Nicolas
Appert submeteu garrafas de vidro fechadas a temperaturas elevadas (Apertização)
descobrindo que deste modo os alimentos podiam ser conservados durante longos
períodos. Um ano após esta descoberta, Peter Duran aplicou esta mesma teoria a latas
metálicas concluindo que estas apresentavam maior resistência que as garrafas de vidro
(Berger & Welt, 2005). Devido à vulnerabilidade das garrafas de vidro estas foram
substituídas pelas latas metálicas (Risch, 2009).
Foi no início do século XIX que se iniciou a fabricação de caixas de cartão dobráveis;
processo este que foi otimizado na década de 1850, evoluindo para caixas de cartão
canelado, sendo atualmente bastante utilizadas como embalagens secundárias.
Relativamente ao plástico, este é considerado um material de embalagem mais recente
quando comparado com o vidro, metal e papel. Apesar do plástico de ter sido descoberto
no século XIX, a maioria dos plásticos tinham uma utilidade exclusivamente militar
(Berger & Welt, 2005). Foi só no período pós II guerra mundial que ocorreram grandes
transformações e melhorias nos seus materiais e propriedades.
Deste modo, e com a evolução das terminologias associadas ao conceito da
embalagem, esta é considerada um recipiente ou invólucro que representa uma barreira
física contribuindo para a preservação da qualidade dos alimentos (Han, Ruiz-Garcia,
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consumidor e evolução no mercado português

Qian, & Yang, 2018). No processo de criação e seleção de embalagem é necessário ter
em consideração diversos fatores, de modo a relacionar o produto alimentar com a
embalagem mais adequada, promovendo igualmente a sua segurança (ACCEPT,
2019). Relativamente à estrutura da embalagem, esta poderá ser constituída por
diferentes tipologias de materiais como o papel, vidro, plástico, metal e/ou madeira, os
quais são utilizados com o intuito de conter, proteger, conservar, comunicar e facilitar o
processo de consumo de produtos alimentares, tornando-os convenientes para o
consumidor, a nível do seu manuseamento, transporte, venda e consumo (Han et al.,
2018).

2.2. Funções da embalagem

A embalagem alimentar foi desenvolvida com vista a proteger os alimentos de


contaminações ambientais (Han et al., 2018) e de outros fatores, como exemplo a
temperatura, luz e humidade; fatores estes com grande importância que podem
contribuir para a degradação do produto alimentar (Ribeiro-Santos, Andrade, Melo, &
Sanches-Silva, 2017).
O desenvolvimento de uma embalagem de alimentos é um processo técnico
bastante exigente e complexo face às diversas funções que esta vai desempenhar. De
acordo com Aggarwal and Langowski (2020) as funções associadas a um sistema de
embalagem de alimentos são a contenção, proteção, comunicação e conveniência.
Tendo em conta os fatores externos que podem interagir com o alimento, as funções de
proteção e contenção revelam-se fundamentais, pois determinam o tempo de vida útil e
ajudam a minimizar o desperdício (Han et al., 2018). Com a globalização surgiu uma
intensificação da oferta alimentar, e exatamente por esse motivo é cada vez mais
importante desenvolver e aplicar um conjunto de processos que preservem as
propriedades originais dos alimentos (Ribeiro-Santos et al., 2017). As funções
relacionadas com a comunicação e conveniência estão a ganhar cada vez mais enfâse,
face ao seu carater informativo e comunicativo (Aggarwal & Langowski, 2020).

2.1.1. Contenção
Esta função é a mais básica, pois é a este nível da embalagem que é possível
acondicionar os alimentos e também definir a quantidade dos mesmos, em massa ou
volume. Quando a integridade da embalagem é colocada em causa, ou seja, violada, o
produto alimentar deixa de estar contido na embalagem. Esta circunstância pode ser
acidental ou provocada, por exemplo por adulteração. De modo a se assegurar a
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contenção da embalagem, são adotados sistemas como, a colocação de selos, sistemas


físicos na abertura de garrafas, entre outros (Aggarwal & Langowski, 2020; Berger &
Welt, 2005; Risch, 2009).

2.1.2. Proteção e Conservação


Esta função representa um papel extremamente importante no que se refere à
proteção do alimento face à exposição de um conjunto de fatores extrínsecos que
poderão colocar em causa a integridade, qualidade e segurança do produto alimentar,
como é o caso da exposição a água, vapor de água, gases, odores, microrganismos, pó
e forças de compressão, às quais o produto está suscetível durante todas as fases da
cadeia alimentar, desde a sua produção até ao seu consumo (Han et al., 2018). A
oxidação, deterioração microbiana e metabolismos, são considerados, por muitos
autores os principais motivos da deterioração de um vasto conjunto de alimentos,
nomeadamente dos mais perecíveis, estabelecendo uma relação direta com a perda de
qualidade dos mesmos (Fernández-Pan, Carrión-Granda, & Maté, 2014; Han et al.,
2018).
A conservação consiste numa extensão da função de proteção; ou seja, a evolução da
tecnologia associada às embalagens, permitiu-lhes conferir propriedades ativas,
reagindo com os alimentos consoante as suas necessidades (como a utilização de
propriedades antioxidantes) (Han et al., 2018). Assim, esta característica da embalagem
contempla a redução do desperdício, a preservação da qualidade do produto durante
mais tempo e promove também a segurança alimentar.

2.1.3. Serviço
Esta função diz respeito ao carater ergonómico de apresentação e venda do produto
alimentar, ou seja, deve representar um conjunto de características que se traduzam na
facilidade de uso e conveniência para o consumidor, de modo a satisfazer as suas
necessidades diárias (Brierley & Elliott, 2017). O serviço da embalagem pode ser
caraterizado pela existência de uma abertura fácil, abertura secundária (que promova o
fecho da embalagem entre utilizações), quantidades individuais ou familiares (ter em
consideração a diversidades dos tamanhos em venda) e combinação de produtos
diferentes. Esta componente da embalagem visa traduzir-se numa maior conveniência
e praticidade para o consumidor de modo a garantir a sua satisfação, exigências e
expectativas face ao produto divulgado.
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2.1.4. Comunicação
A embalagem tem a função de comunicar um conjunto de informações, sejam elas
requisitos legais e por isso obrigatórios ou outras facultativas. Através da embalagem
torna-se possível fazer toda a campanha de marketing relacionada com o produto
alimentar. De entre as várias informações presentes na embalagem, muitas delas têm
caráter informativo, ou seja, de comunicar ao consumidor um conjunto de menções
importantes, como (Berger & Welt, 2005; Brierley & Elliott, 2017; Han et al., 2018):
• Identificação da marca e do produto;
• Suporte ao posicionamento (formato, materiais utilizados e selos);
• Instrumento de venda (preço e código de barras);
• Meio de informação (informações obrigatórias e facultativas);
• Suporte nas ações promocionais (leve 2 pague 1 e aproximação do fim do tempo de
vida).
A rotulagem constitui um elemento obrigatório e de profunda necessidade, o qual é
projetado segundo a legislação vigente devendo apresentar as informações de forma
inequívoca e vinculada (Brierley & Elliott, 2017). A rotulagem dos géneros alimentícios
é decretada pelo Regulamento (UE) nº 1169/ 2011 de 25 de outubro de 2011, sendo
obrigatória a presença dos seguintes elementos: denominação do género alimentício, a
lista de ingredientes, indicação de todos os ingredientes ou auxiliares tecnológicos
utilizados (mencionados no anexo II do presente regulamento), a quantidade de
determinados ingredientes, quantidade líquida do género alimentício, data de
durabilidade mínima, condições especiais de conservação, nome ou firma e endereço
da empresa produtora, país ou local de proveniência, modo de utilização, em caso de
bebidas com um título alcoométrico volúmico superior a 1,2%, mencionar o respetivo
título adquirido e apresentação da declaração nutricional (Regulamento (UE) No 1169,
2011). Ainda como parte fundamental da comunicação integra-se a necessidade de
mencionar os símbolos de caráter sustentável, associados nomeadamente à reciclagem
como o símbolo dos ecopontos, o símbolo da reciclagem, sociedade ponto verde e
certificação ecológica.
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2.3. Classificação das embalagens

Como defendido por vários autores, as embalagens, não devem afetar o produto
alimentar (constituindo não conformidades a migração de constituintes tóxicos dos seus
materiais, reações entre a embalagem e o alimento ou pela entrada de microrganismos
contaminantes), pelo contrário devem promover a sua integridade e sempre que
possível as suas potenciais características (Berger & Welt, 2005; Han et al., 2018;
Mlalila, Kadam, Swai, & Hilonga, 2016).
As embalagens alimentares podem ser classificadas em vários níveis de acordo com
a sua finalidade, características ergonómicas, facilidade de transporte e relação com o
produto, como representado na Tabela 1.

Tabela 1 - Classificação das embalagens

Classificação das embalagens


Nível Primária, Secundária e Terciária
Consumidor individual/familiar e
Utilização
HORECA
Estrutura Flexível e Rígida
Atmosfera Normal, Vácuo e Modificada
Monomaterial (monocamada) e
Tipo
Multimaterial (multicamada)
Metálicas, Vidro, Plásticas, Celulósicas
Material*
(papel e cartão) e Madeira
*materiais com maior frequência de uso
Fonte: Bachegga, 2020; Berger & Welt, 2005; Han et al., 2018

2.4. Descrição das diferentes tipologias de materiais

2.4.1. Celulose (papel e cartão)


A celulose é uma matéria-prima de baixos custos e com excelentes características
e propriedades mecânicas. A produção e comercialização deste material, para fins de
embalamento, é amplamente utilizado no mercado a nível global devido à acessibilidade
económica. Este material que pode ser extraído e reaproveitado através de uma grande
quantidade de resíduos, como de resíduos agrícolas (os hortofrutícolas), e florestais (Y.
Liu et al., 2021); apresenta características positivas como, a biodegradabilidade,
reciclabilidade, boas propriedades físicas, elevada resistência térmica e barreira contra
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a radiação solar. A nano celulose apresenta um grande interesse para a indústria das
embalagens alimentares (Y. Liu et al., 2021).
Contudo, estes materiais apresentam algumas limitações na sua aplicação, como
uma elevada permeabilidade, baixa resistência à água e adesão inter-facial mínima
(David, Gontard, & Angellier-Coussy, 2019).

2.4.2. Metal
O metal é um material, que devido às suas características, nomeadamente à sua
capacidade térmica, permite submeter o alimento a etapas de processamento térmico,
na qual as temperaturas são bastante elevadas, durante um curto período de tempo
(esterilização) (Shah, Bosco, Mir, & Sunooj, 2017), preservando deste modo as
propriedades nutricionais e organoléticas do alimento (Parhi, Tang, & Sablani, 2020).

2.4.3. Plástico
Da produção total de materiais de embalagem plástica, cerca de 46% destina-se a
embalagens para fins alimentícios (Sundqvist-Andberg & Åkerman, 2021a). Este é sem
dúvida o material que gera mais controvérsia a nível global entre os especialistas, face
a problemas relacionados com a qualidade do material e preocupações relacionadas
com a saúde humana e ambiental (Sundqvist-Andberg & Åkerman, 2021b; Valdés,
Burgos, Jiménez, & Garrigós, 2015). Porém, este apresenta várias vantagens, desde a
resistência a impactos físicos, flexibilidade, leve, permeabilidade seletiva à humidade e
gases (O2 e CO2), alta produtividade e baixos custos de produção. Além disto, este
material apresenta uma elevada versatilidade, podendo ser encontrado no mercado,
sobre forma de películas, frascos, boiões, sacos, e embalagens com diferentes
estruturas e resistências. Como é o caso do filme de alta barreira, o qual constitui uma
barreira impermeável ao oxigénio, vapor de água e gases, minimizando as perdas por
oxidação ou deterioração dos alimentos. Esta tecnologia é amplamente aplicada em
carne pré-embaladas, produtos agrícolas e pickles (H. Liu, Xu, & Li, 2018). No entanto
os plásticos destinados a incrementar as embalagens alimentares englobam uma
grande variedade de materiais sintéticos, desde os termoplásticos, plásticos de base
biológica e os bioplásticos degradáveis. Os termoplásticos são no sentido da
sustentabilidade os mais utilizados, pois podem ser reciclados e novamente moldados
para conferirem outras embalagens.

Grande parte dos bioplásticos são provenientes de matérias-primas agrícolas de


modo a combater o uso e produção dos plásticos de origem fóssil. Porém também a
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origem dos bioplásticos tem sido colocada em causa face ao potencial impacto
ambiental, como o uso excessivo de água doce (Sundqvist-Andberg & Åkerman, 2021a).

2.4.4. Vidro
Este é um material já com um longo historial em termos de embalagem, tendo sido
um dos primeiros recursos para conservar e armazenar os alimentos, sob a forma de
garrafas ou potes. É um material que usado uma vez, pode ser reutilizado e
transformado inúmeras vezes, dando-lhe novas caraterísticas (Noviello et al., 2020).

O caráter impermeável, seguro e rígido torna o vidro um recipiente ótimo para preservar
o alimento e protegê-lo de fatores externos. Estes recipientes são feitos recorrendo a
uma combinação de diversos óxidos e/ou compostos com oxigénio, que são
combinados com materiais como, cinzas, areia e calcário gerando estruturas de
embalamento resistentes, consistentes e duráveis (H. Howard, 2018). Para além disto,
este material é extremamente resistente a soluções aquosas, a substâncias orgânicas
e apresenta uma taxa muito baixa de migração de substâncias da embalagem para os
alimentos (Alamri et al., 2020).

2.5. Implicações dos resíduos da embalagem no ambiente e relação com


o tempo de vida dos alimentos

Ao longo das últimas décadas, a humanidade encontra-se a testemunhar uma


incidência gradual de ameaças ambientais e consequentemente uma preocupação
alarmante com o meio ambiente (Jerzyk, 2016); sendo atribuída uma atenção crescente
às embalagens alimentares bem como a gestão dos seus resíduos (Wikstrom &
Williams, 2010). As embalagens alimentares são habitualmente consideradas nocivas
para o meio ambiente (Brennan et al., 2021) especialmente quando o homem não efetua
a reciclagem na íntegra ou corretamente. É face a esta realidade que é relevante e
imprescindível encontrar equilíbrio entre o aumento do impacto ambiental causado pelas
embalagens e diminuição do impacto ambiental através da redução do volume e
materiais das embalagens e redução das perdas de alimentos, culminando na
minimização das perdas alimentares (Wikstrom & Williams, 2010).
Tendo em consideração o percurso do produto alimentar, desde o momento que é
adquirido até que seja descartado, calcula-se que os resíduos gerados pela embalagem
constituam 28,1% da produção total de resíduos (EPA, 2018).Vários estudos têm sido
realizados com a finalidade de determinar as principais causas da má gestão das
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embalagens com o desperdício alimentar, tendo sido identificados dois principais


fatores: o primeiro, consiste na abertura da embalagem e posteriormente esta é
armazenada no frigorifico, tendo na grande maioria das vezes aí permanecido até se
deteriorar ou ultrapassar a data limite de consumo, e o segundo fator são as sobras
(Wikström et al., 2019). Ou seja, a adoção de embalagens com formatos e dimensões
adequadas poderá contribuir ativamente para uma minimização do impacto associado
às embalagens com fins alimentícios. Neste sentido existem 2 conceitos que se revelam
muito importantes perante esta situação, que é o “conter a quantidade certa” e a
existência de “informações relativas à segurança alimentar” (Jörissen, Priefer, &
Bräutigam, 2015; Wikström et al., 2019).
A utilização de embalagens de plástico ao longo dos últimos anos tem aumentado
drasticamente (Nguyen, Parker, Brennan, & Lockrey, 2020). De acordo com Parker
(2015), o volume de plástico que foi produzido em 2012, à escala global, atingiu os 288
milhões de toneladas, número este que quase duplicou no ano de 2015; sendo que uma
quantidade significativa desse número (40%), correspondia à produção de plástico de
utilização única (Parker, 2018). Estima-se que todos os anos sejam introduzidos,
indesejavelmente nos oceanos cerca de 8 milhões de toneladas de plástico; esta prática
é responsável por produzir graves problemas para a saúde pública e dano dos
ecossistemas (Parker, 2015).
Vários estudos demonstram evidências de que a introdução de plásticos nos
oceanos comprometem a saúde das diferentes espécies de vida aí existentes , podendo
nomeadamente causar desnutrição nos peixes e até mesmo extinção de espécies
(Nguyen et al., 2020). São vários os alertas que têm sido divulgados para elucidar os
consumidores para esta frágil realidade. A Autoridade de Segurança Alimentar Europeia
(EFSA), alertou para os riscos que a utilização e deposição destes materiais em locais
desadequados podem representar para a saúde humana e para a saúde dos
ecossistemas (Trowsdale, Housden, & Meier, 2017).
Segundo o relatório divulgado pela Ocean Conservancy, os cinco principais países
pela introdução de plásticos nos oceanos (cerca de 60%) são a China, Indonésia,
Filipinas, Tailândia e Vietname (Winn, 2016), (Nguyen et al., 2020).
É exatamente neste sentido que têm sido implementadas medidas governamentais;
A título de exemplo, o Parlamento Europeu proibiu a utilização de plásticos de utilização
única, a vigorar a partir de 2021 em todos os países membros da União Europeia (B. C.
Howard, Gibbens, Zachos, & Parker, 2018; Rankin, 2019), estas restrições foram
aprovadas no Parlamento Europeu (PE) com cerca de 560 votos a favor, 35 contra e 28
abstenções (Europeu, 2019).
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Várias empresas internacionais estabeleceram e publicaram um conjunto de metas


a atingir para a sustentabilidade até 2025, empresas como a McDonald's, Unilever,
Nestlé, Kraft-Heinz, PepsiCo e Coca-Cola, no qual pretende incluir mais reciclagem e
material reciclado, reduzindo a utilização de materiais de utilização única,
nomeadamente através da redução da dimensão dos materiais (Boz et al., 2020).

2.6. Sustentabilidade das embalagens alimentares

A familiarização dos consumidores com as embalagens sustentáveis tem vindo a


crescer. Porém, quando se faz referência a “embalagem sustentável” é fundamental ter
em consideração que embora seja considerada sustentável terá, inevitavelmente
impacto sobre a natureza, permanecendo a importância de saber gerir os resíduos
materiais das embalagens (Boz et al., 2020; Gutierrez & Thornton, 2014). Quando se
menciona que uma embalagem é sustentável é o equivalente a dizer que os materiais
da mesma são de origem sustentável ou recuperáveis (Jerzyk, 2016).; sendo
exatamente por este motivo que a mensagem transmitida do fabricante para o
consumidor, através da embalagem assume um elevado destaque; se na mensagem
constante na embalagem providenciar os símbolos dos ecopontos e mensagens
ecológicas que apelem à consciencialização do consumidor, o cenário poderá revelar-
se bastante mais positivo e proativo (Jerzyk, 2016).

Posto isto, é fundamental e primordial estabelecer aquilo que se entende como sendo
uma “embalagem sustentável”, para que desta forma seja possível clarificar o
conhecimento do consumidor e contribuir positivamente para as atitudes do mesmo,
influenciando-o assertivamente no seu papel ativo na luta contra as ameaças ambientais
(Boz et al., 2020; Jerzyk, 2016). As definições associadas a esta terminologia têm vindo
a sofrer alterações, tendo a primeira definição sido definida pela Sustainable Packaging
Alliance - Australia):

• Eficaz: reduz o desperdício alimentar, melhora a sua funcionalidade, evita o excesso


de embalagens, reduz os custos do negócio e atinge um retorno do investimento
satisfatório;
• Eficiente: melhora a relação produto/embalagem, melhora a eficiência de energia,
material e água e aumenta o conteúdo reciclado e reduz os desperdícios;
• Cíclico: reutilizável, retornável, reciclável e biodegradável;
• Limpo: reduz emissões atmosféricas, aquáticas, gases de efeito estufa e reduz a
toxicidade (Boz et al., 2020).
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Contudo, uma outra definição mais genérica tem sido amplamente adotada. A
Sustainable Packaging Coalition, é uma organização que ambiciona um mundo onde o
consumidor implementa comportamentos sustentáveis sobre as embalagens
adquiridas. Esta organização defende que as embalagens sustentáveis são benéficas,
seguras e saudáveis para os indivíduos ao longo do seu ciclo de vida, que atende às
especificações do mercado, é obtida, produzida e transportada recorrendo
exclusivamente a energias renováveis, é produzida com recurso a materiais salubres e
é totalmente recuperável e integrada nos ciclos biológicos e/ou ciclos de industriais
fechados (Boz et al., 2020; Nguyen et al., 2020). Espera-se que este tipo de embalagem
proteja o produto e comunique assertivamente as suas características, alcançando a
reutilização de materiais e redução de resíduos ao longo do seu ciclo de vida da
embalagem, desde a sua produção até ao descarte da mesma (Dominic, Östlund,
Buffington, & Masoud, 2015).

2.6.1. Ciclo de vida dos produtos

Atualmente existem diversas ferramentas metodológicas que possibilitam uma


avaliação e previsão dos impactos ambientais. Existem métodos qualitativos, como por
exemplo as listas de verificação, métodos quantitativos regidos por monocritérios (como
a pegada de carbono) e métodos quantitativos regidos por multicritérios, sendo o caso
do Life Cycle Assessment (LCA) (Thomas, Grémy-Gros, Perrin, Symoneaux, & Maître,
2020).
A avaliação do ciclo de vida de um produto, ou como é amplamente designado na
língua inglesa - LCA - é uma ferramenta que possibilita a avaliação dos impactos
ambientais causados por um produto ou serviço com determinadas atividades
funcionais definidas, abordando potenciais impactos ambientais desde a obtenção da
matéria-prima até que ocorra o descarte final do produto (Broeren et al., 2016; ISO,
2006). Estas são atividades bastante complexas devido às diferenças dos elementos
técnicos e materiais de uma embalagem (ISO, 2006). Esta é uma ferramenta que
promove também a reformulação do produtos com vista a alcançar as metas de
sustentabilidade (Thomas et al., 2020).
A crescente necessidade de conferir aos materiais de embalagem o seu destino
adequado e a crescente importância por esta temática, levou à exploração das
propriedades dos diversos materiais. O LCA apresenta uma conjunto de benefícios,
como: (1) a otimização do desempenho ambiental dos produtos ao longo das várias
fases do seu ciclo de vida; (2) orienta decisões ao longo do processamento industrial;
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(3) ajuda na seleção de indicadores relevantes para o desempenho ambiental e (4)


auxilia na política de marketing a nível da implementação de rótulos ecológicos (ISO,
2006).
Porém a teoria defendida por Wikström, Williams, Verghese, and Clune (2014),
reflete sobre o facto de um formato de sistema de embalagem com menor impacto
ambiental e que causa alto desperdício de alimentos pode parecer uma alternativa
melhor ao invés de um sistema de embalagem com maior impacto ambiental que reduz
o desperdício de alimentos. Esta teoria pode ser contraditória face ao fazer-se uso dos
princípios do LCA para reduzir os impactos ambientais gerais, isto porque os alimentos
geralmente têm um impacto ambiental maior do que o sistema de embalagem.

2.6.2. Valorização da rotulagem ecológica

A criação e implementação de práticas mais sustentáveis revelou-se uma atividade


constante em organizações internacionais face à preservação do meio ambiente. Estas
foram práticas desenvolvidas conjuntamente com a comunidade científica e
organizações ambientais não governamentais. O século XXI é caracterizado,
essencialmente pelo aumento da procura dos consumidores por produtos, bens e
serviços com carácter ambientalmente sustentável, fenómeno este designado por
consumismo ambiental (Giacomarra, Crescimanno, Vrontis, Miret Pastor, & Galati,
2021).

Nesta sequência é possível identificar um conjunto de rótulos implementados pelas


empresas com vista a transmitir nos seus produtos mensagens éticas e ambientais, as
quais são sujeitas à avaliação por entidades de certificação, obtendo-se logótipo (rótulo
ou selo) ecológico.
De acordo com a Index (2021), são identificados um total de 147 rótulos ecológicos a
serem aplicados a produtos alimentares. De entre este leque que supera uma centena
de rótulos, é possível encontrar algumas das seguintes certificações:
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Tabela 2 - Apresentação de logotipos (rótulos/selos) ecológicos destinados aos alimentos (Adaptado Index (2021))

CarbonFree ® Certified

Este selo tem como fundamento promover uma maior consciencialização nos
consumidores acerca da importância em minimizar a pegada de carbono. Esta
distinção foi desenvolvida com vista a atendar à dimensão crescente da
sustentabilidade no mercado.
IMO Certified

Esta corresponde a uma certificação sobre a garantia da qualidade e segurança


de produtos apresentados como ecológicos. O Intitute for Marketecology (IMO),
apresenta uma atividade no campo da certificação há mais de 20 anos, atuando
nos mais diversos setores (silvicultura sustentável e monotorização da
intervenção do indivíduo).
EU organic products label

O presente rótulo indica que o produto foi produzido recorrendo unicamente a


estratégias e atividades sustentáveis. Este rótulo só é aplicável se, pelo menos
95% dos ingredientes que constituem um determinado produto alimentar, forem
orgânicos.
UTZ Certified

A UTZ Certified apresenta um método de aplicação bastante rígido e coerente, a


qual trabalha em conjunto com diversas marcas através do estabelecimento de
um conjunto de critérios minuciosos a aplicar na produção das matérias-primas,
procurando alcançar e aumentar a sustentabilidade. Esta certificação garante que
os produtos foram produzidos e transformados de forma responsável.
Forest Stewardship Council - FSC

Este símbolo, também associado à expressão “forets for all forever”, em


português, “Florestas para todos, Para sempre” corresponde a um selo que
aprova a qualidade dos materiais criados pelas empresas certificadas, interligado
à utilização responsável dos recursos florestais (FSC®, 2015).

Além dos rótulos ecológicos mencionados na tabela acima é ainda possível encontrar
vários outros símbolos que apelam à sustentabilidade e natureza dos materiais que
constituem as embalagens alimentares:

Ponto Verde
A presença do símbolo do Ponto Verde (SPV) (Figura 1) nos rótulos das embalagens
significa que a embalagem contribui financeiramente para a Sociedade Ponto Verde,
uma vez que, em Portugal, esta mesma entidade é proprietária dos direitos exclusivos
de utilização deste símbolo; permitindo a utilização deste último com base no
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cumprimento de condições previamente definidas; ou seja, o material da embalagem


não deverá ser modificado, a impressão deverá ser feita respeitando a integridade do
material, deve estar de acordo com as dimensões dos ecopontos e não deve ser
modificado sem a autorização desta entidade (SPV, 2020).

Figura 1 - Símbolo do Ponto Verde (SPV)

Ecopontos Azul, Verde e Amarelo


Por forma a facilitar e tornar mais eficiente as separações dos resíduos de embalagens
ao nível doméstico foram desenvolvidos os selos iconográficos representados na Figura
2. O ecoponto azul (EcoAz) destina-se aos materiais de papel e cartão; o ecoponto
verde (EcoVd) aos materiais de vidro; e o ecoponto amarelo (EcoAm) aos materiais de
plástico e metal. A Sociedade Ponto Verde desenvolveu uma nova iconografia dos
ecopontos com o intuito de auxiliar os consumidores a uma separação correta dos
resíduos. Estas novas “instruções” explicitam a separação do rótulo da embalagem e o
esvaziamento da embalagem.

Figura 2 - Selos icnográficos dos ecopontos

Reciclagem

O símbolo da reciclagem (SR) é um símbolo universal que pode ser apresentado sobre
diversas formas (Figura 3). Relativamente ao seu significado este transmite que a
embalagem é reciclável ou que é feita de materiais reciclados. Não existe nenhuma
entidade responsável por regular e controlar a utilização deste símbolo. Juntamente com
o SR, pode surgir a percentagem de material reciclado utilizado no fabrico dessa mesma
embalagem (SPV, 2020).
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Figura 3 – Formas de apresentação do Símbolo da reciclagem

Forest Stewardship Council (FSC®)

Este símbolo, também associado à expressão “forests for all forever”, em português,
“Florestas para todos, Para sempre” corresponde a um selo que aprova a qualidade dos
materiais criados pelas empresas certificadas, interligado à utilização responsável dos
recursos florestais (Figura 4). As florestas são muito mais do que o valor industrial e
comercial das madeiras, e como tal é necessário assegurar a gestão e utilização
responsável de todas as suas matérias-primas (FSC®, 2015). Pois, o símbolo FSC
fornece uma garantia de produção e consumo sustentável, permitindo ao consumidor
decisões e comportamentos ecologicamente sustentáveis (FSC®, 2015). Este símbolo
foi escolhido para análise porque está diretamente relacionado com o material de
embalagem.

Figura 4 - Selo ecológico de Gestão de Floresta Sustentável (FSC®)

Símbolos de Identificação dos Materiais de Embalagem

As embalagens de plástico são na realidade bastante diversificadas, podendo ter na


sua constituição diferentes materiais, sendo alguns mais rígidos e pesados e outros
mais flexíveis e leves. Na Figura 5, encontram-se discriminados os diferentes
símbolos que caraterizam os materiais de plástico bem como materiais de vidro, de
papel, de metal e compósitos, facilitando o processo de separação dos materiais. O
número 1 – Polietileno tereftalato (PET), é o mais comum; segue-se o Número 2 –
PEAD – Polietileno de Alta Densidade; Número 3 – PVC – Policloreto de Vinila;
Número 4 – PEBD – Polietileno de Baixa Densidade; Número 5 – PP –
Polipropileno; Número 6 – PS – Poliestireno; Número 7 – Outros; Número 21- Papel;
Número 40 – Ferro; Número 41 – Alumínio; Número 81 – Compósitos de papel;
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consumidor e evolução no mercado português

Número 91 – Compósitos de Polietileno de baixa densidade (Europeias, 1997).

Figura 5 - Símbolos de identificação dos materiais de embalagem

2.6.3. Tecnologia das novas embalagens

Atualmente, o consumidor apresenta um interesse crescente pelo conteúdo das


embalagens bem como pelo comportamento que deve adotar para com ela. Na tentativa
de acompanhar as tendências da tecnologia e da sociedade surgiu a necessidade de
atualizar as embalagens alimentares por forma a se integrarem no mercado atual e se
ajustarem àquelas que são as necessidades ambientais e dos consumidores.

Nesta sequência surgiu a introdução de etiquetas e adesivos inteligentes nas


embalagens, capazes de comunicar diretamente com o consumidor (Brierley & Elliott,
2017).

Os indicadores de frescura, consiste em etiquetas que indicam a constante qualidade


do produto, tendo comumente como padrão alterações dos níveis de pH ou composição
atmosférica da embalagem, o Fresh Tag era um indicador colorimétrico, porém foi
retirado do mercado em 2004 (Brierley & Elliott, 2017). O RipSense foi o primeiro rótulo
com sensor inteligente, que muda de cor, consoante a maturação da fruta. Também o
SensorQ é um sensor que foi desenvolvido para indicar o nível de frescura do peixe,
utilizando os níveis de antocianinas e formação de aminas biogénicas (Brierley & Elliott,
2017).
Ao longo das últimas décadas surgiram avanços significativos sobre a ciência e
tecnologia (Risch, 2009), tendo sido neste âmbito amplamente utilizados, termos como
“smart” e “inteligent” associados às embalagens, por parte dos profissionais da indústria
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consumidor e evolução no mercado português

e pelos meios de comunicação. Estes são termos que se direcionam a formatos


inovadores de embalagens (Brockgreitens & Abbas, 2016; Mlalila et al., 2016). De
acordo com a definição citada por Brockgreitens and Abbas (2016), embalagem
inteligente é qualquer tipo de embalagem que fornece uma funcionalidade específica,
além de constituir uma barreira física entre o alimento e o ambiente envolvente.
Brockgreitens and Abbas (2016) propôs um sistema de classificação tendo por base
quatro principais categorias: ergonómica, informativa, ativa e responsiva. A
funcionalidade de ergonómica refere-se à conveniência, facilidade de utilização e
também à capacidade de contenção facilitando o seu transporte e armazenamento. Com
uma importância elevada, apresenta-se também o termo de embalagem informativa,
pois esta apresenta informações destinadas ao modo de utilização e armazenamento
do produto; este tipo de comunicação sofreu uma grande evolução, face aos avanços
tecnológicos que possibilitou a adoção de etiquetas de identificação por radiofrequência.
A embalagem ativa é um conceito atribuído a sistemas de embalagens que
interagem continua e diretamente com o alimento pré-embalado e que é responsável
pela manutenção da sua qualidade, incluindo sistemas que eliminam a humidade,
adição de compostos antimicrobianos e embalagem em atmosfera modificada.
Relativamente à embalagem responsiva, esta produz uma resposta em função de um
estímulo presente no alimento ou no ambiente envolvente, atuando sobre elementos
que poderão ter impacto sobre a qualidade e segurança alimentar.

Transferência Engenharia de reação


Nano biotecnologia Síntese molecular
calor/massa em nano escala

Processa- Tempo e
Nano partículas mento temperatura
indicators
Embalagem

Indicadores de
Embalagem

Nano emulsões
inteligente

Ciência e
integridade
ativa

Tecnologia
Nanocompósitos Alimentar Indicadores de
frescura
Materiais nano Sensores e nano
Funções
estruturados sensores
embalagem

Proteção Contenção Comunicação Marketing Ergonomia

Figura 6 - Matriz de aplicação da ciência e tecnologia em embalagem de alimentos (Brierley & Elliott, 2017)

A embalagem com tecnologia nano apresenta-se como uma nova tecnologia de


embalagem, baseada em nano materiais (Cushen, Kerry, Morris, Cruz-Romero, &
Cummins, 2013). A nano tecnologia é reflexo da evolução dos materiais constituintes
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consumidor e evolução no mercado português

das embalagens, no qual consiste na introdução de polímeros bioplásticos nos matérias


das embalagens ao invés dos convencionais plásticos petroquímicos, estabelecendo
compromissos com a biodegradabilidade, biocompatibilidade e sustentabilidade
(Mahieu, Terrié, & Youssef, 2015). Os materiais utilizados para este fim podem ser
obtidos naturalmente (como é o caso das cinzas, argilas ou biomoléculas) ou produzidos
de modo intencional (como metais e óxidos metálicos) (Vance et al., 2015); sendo o
dióxido de titânio, dióxido de silício e óxido de zinco os nano materiais mais produzidos
globalmente (Piccinno, Gottschalk, Seeger, & Nowack, 2012).
Este tipo de embalagem apresenta quatro categorias: (1) embalagem melhorada, ou
seja, os nano materiais potenciam funções inovadoras como o controlo da temperatura
e barreira contra o oxigénio, (2) embalagem ativa, no qual apresenta efeitos inibidores
sobre o crescimento microbiano, (3) embalagem inteligente, a qual promove a
incorporação de nano sensores permitindo o controlo das condições de armazenamento
e transporte, e (4) biopolímeros biodegradáveis ou compostáveis, contribuindo para o
alargamento do tempo de prateleira dos produtos frescos, através do controlo da taxa
respiratórias dos mesmos (Huang, Li, & Zhou, 2015; Vance et al., 2015).
A nanotecnologia já se encontra amplamente integrada no mercado global,
abrangendo cerca de 1827 embalagens de produtos alimentares no mercado global,
sendo produzidos por 622 empresas localizadas em 32 países (Huang et al., 2015;
Vance et al., 2015). Porém, embora a competição e inovação na área da nanotecnologia
seja intensa, é imperativo e fundamental ter em consideração a capacidade permeável
destas embalagens e o potencial de perigos que podem representar para a saúde do
consumidor, na eventualidade dessas substâncias migrarem para os alimentos (Huang
et al., 2015).
Também associado aos materiais de embalagem relacionados com o plástico, estes
têm sofrido uma grande evolução face à tipologia associada à sua produção (H. Liu et
al., 2018). Na tentativa de solucionar os efeitos adversos ligados à sua existência, foram
desenvolvidos materiais como, filme edível e filme biodegradável (H. Liu et al., 2018). O
filme edível consiste num tipo de embalagem sustentável, pois é constituído por e
macromoléculas biológicas; são utilizados como plastificantes edíveis a fécula de
mandioca, glicerol, sorbitol e gelatina (H. Liu et al., 2018), também a utilização de
diversas variedades de proteínas conferem características edíveis às embalagens
(Valdés et al., 2015).
À semelhança da tipologia do material de embalagem descrito anteriormente,
também o filme biodegradável apresenta um caráter sustentável, pois apresenta
capacidade de ser degradado no meio ambiente por ação dos solos, microrganismos,
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consumidor e evolução no mercado português

água e radiação solar. Os filmes biodegradáveis são criados com base na utilização de
amido uniforme, celulose microcristalina, álcool polivinílico e co polímero de etileno vinil
acetato (H. Liu et al., 2018).

2.7. Fatores que influenciam as escolhas das embalagens alimentares


pelos consumidores

Ao longo das últimas décadas tem surgido um alerta da comunidade científica,


relacionado com a emergência finita dos recursos renováveis paralelamente ao grau de
insustentabilidade que ainda se faz sentir, especialmente devido ao comportamento
humano (Koenig-Lewis, Palmer, Dermody, & Urbye, 2014).
As necessidades individuais tendem a conduzir àquela que será a escolha final de
um produto, ao ir de encontro às características, necessidades e hábitos de cada
indivíduo, as quais são influenciadas por um conjunto de fatores. Por consequência,
esta é uma atitude que quando não é consciente pode se sobrepor aos comportamentos
e decisões mais sustentáveis.
As escolhas individuais são na grande maioria dos casos guiadas pelas preferências
alimentares (decisões maioritariamente inconscientes), as quais são determinadas por
inúmeros fatores, como o grau de instrução, interpretação dos rótulos alimentares e
nutricionais (onde intervém fatores relacionados com as características
sociodemográficas, económicas e tradições). Estes fatores irão inequivocamente
resultar numa determinada escolha e aquisição de um produto alimentar (Hess,
Visschers, & Siegrist, 2012). Sendo que o produto alimentar adquirido vai ser dotado de
um conjunto de características intrínsecas (e.g. propriedades nutricionais e preferências
alimentares) e extrínsecas (e.g. material da embalagem e tempo de vida dos alimentos)
em função dos critérios que determinaram a escolha do consumidor.

O papel de comunicação da embalagem juntamente com atividades/iniciativas que


tenham como objetivo instruir os consumidores sobre a importância e impacto das suas
escolhas, poderão influenciar padrões comportamentais e alimentares mais
sustentáveis e saudáveis, respetivamente (Koenig-Lewis et al., 2014).

A FoodDrink Europe publicou em 2021 um artigo onde assume e enfatiza a


necessidade sobre a promoção de instruções de classificações de embalagens
harmonizadas, as quais se baseiam essencialmente nos seguintes pontos:
• Informações que preconizem a fácil perceção e interpretação por todos os cidadãos;
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

• Mensagens transparentes e facilmente acionáveis;


• Criar um sistema íntegro e universal, sobretudo quando a mesma embalagem é
comercializada em vários países;
• Desenvolver um sistema holístico (fornecer instruções adicionais por meios
digitais).

Um estudo realizado por Cammarelle, Viscecchia, and Bimbo (2021) investigou a


predisposição dos consumidores para adquirir embalagens de caráter sustentável bem
como a sua predisposição a pagar mais por essas embalagens, ao serem construídas
por materiais renováveis como, resíduos orgânicos da indústria dos lacticínios (e.g. soro
de leite vegetal) e materiais à base de plantas (e.g. milho e cana-de-açúcar). Os
responsáveis pelas políticas de marketing deveriam investir ativamente em campanhas
educacionais e informativas, sustentado permanentemente a necessidade inequívoca
de optar por este tipo de embalagens. Estas ações iriam aumentar ativamente a
predisposição dos consumidores, que já apresentam um maior interesse e preocupação
por esta temática, a pagarem mais por este tipo de embalagens. A figura 7, demonstra
os determinantes que influenciam as intenções do consumidor para comprar
embalagens sustentáveis.

Atitudes

Normas
subjetivas
Intenção de comprar
alimentos embalados
em embalagens
Controlo
sustentáveis
comportamental
percebido

Consciência

Figura 7 - Determinantes que influenciam a escolha do consumidor para comprar embalagens sustentáveis
(Adaptado (Cammarelle et al., 2021))

De acordo com Koenig-Lewis et al. (2014) as decisões comportamentais nem sempre


se devem a raciocínios lógicos e ponderações do próprio individuo, mas sim da adoção
de atos comportamentais exercidos por pessoas que detêm algum tipo de
poder/autoridade ou influência na sociedade, que de forma inconsciente regem os
comportamentos nos restantes elementos da sociedades.
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consumidor e evolução no mercado português

3 | METODOLOGIA

Para a concretização do presente estudo foi definida a amostra, explicitada as


variáveis recolhidas e apresentada a forma como será efetuada a recolha e análise dos
dados, bem como as considerações éticas e formais. A metodologia encontra-se
subdividida em dois estudos: (3.1) estudo da evolução recente das diferentes tipologias
de embalagens de alimentos presentes nas grandes superfícies comerciais
portuguesas, relativamente ao objetivo específico i) e (3.2) estudo da perceção e atitude
do consumidor relativa à sustentabilidade das embalagens alimentares, que pretende
dar resposta aos objetivos específicos ii) e iii).

3.1. Estudo da evolução recente das embalagens alimentares no


mercado de retalho português

Este primeiro objetivo surge com o intuito de estudar a evolução das embalagens de
diferentes produtos alimentares nos principais operadores de retalho alimentar em
Portugal, de modo que ao fim do período estabelecido seja possível retirar conclusões
sobre as alterações que os materiais de embalagem e seu design sofreram, bem como
as alterações na informação prestada ao consumidor, focando os aspetos ligados à
temática da sustentabilidade.

3.1.1. Local e data de recolha

O presente estudo decorreu durante um ano, entre 3 de julho de 2021 e 18 de junho


2022 e assentou na recolha de informação das embalagens de uma seleção de produtos
alimentares. Este estudo apresentou três momentos de avaliação distintos e distribuídos
ao longo do tempo, em julho 2021, janeiro 2022 e junho 2022 (Tabela 3).
As cadeias de retalho alimentar escolhidas para realizar esta pesquisa foram o Pingo
Doce, o Modelo Continente e o Auchan, as três maiores marcas de retalho em Portugal
em termos de volume de negócios (Exame, 2020). Foram escolhidos três hipermercados
de grandes dimensões dos distritos de Aveiro e do Porto (Tabela 3), com vista a obter
uma maior variedade de produtos.
Deste estudo, foram excluídos todos os produtos alimentares que se encontrem à
venda sem qualquer tipo de embalamento, ou que não necessitem de pré-embalamento.
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Tabela 3 - Local e data de recolha

1ª Recolha 2ª Recolha 3ª Recolha

Modelo Continente 03/07/2021 18/01/2022 11/06/2022


Gaia Shopping
Pingo Doce Santa
04/07/2021 20/01/2022 12/06/2022
Maria da Feira

Auchan Mar Shopping 10/07/2021 26/01/2022 18/06/2022

3.1.2. Amostra e parâmetros avaliados

Dado o número muito alargado de categorias de produtos alimentares, foram


selecionadas para análise as 11 categorias apresentadas na Tabela 4, tendo por base
as categorias de alimentos mais inovadores, constantes no relatório divulgado pela Food
Drink Europe (Europe, 2018) bem como uma reflexão da equipa de investigação sobre
os produtos alimentares disponíveis no retalho português. Dentro das categorias com
um número alargado de produtos foi necessário definir produtos mais específicos.

Tabela 4 - Categorias de produtos alimentares no mercado de retalho português selecionadas para estudo.

Categoria Produto
Água Mineral natural e nascente
Aperitivos Batatas fritas
Bebidas refrigerantes
Condimentos Canela
Carne refrigerada pré-embalada Bovino picado
Frutos vermelhos
Frutas e Legumes pré-embalados
Tomate cherry
Ervilhas
Legumes congelados
Batatas pré-fritas
UHT
Leite Pasteurizado
Achocolatado
Massas alimentícias Esparguete e Fetuchini
Ketchup
Molhos
Maionese
Produtos de chocolate Tablete de chocolate
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Os parâmetros registados, para cada uma das categorias dos géneros alimentícios
selecionados foram:

• Marca;
• Quantidade líquida de produto;
• Tipo de embalagem (quanto à estrutura);
• Componentes (embalagem, rótulo, tampa, rótulo e palha) e materiais da
embalagem (vidro, plástico, papel, metal, etc.) da embalagem;
• Informação no rótulo sobre símbolos associados à sustentabilidade (símbolos
de ecoponto, reciclagem, ponto verde, certificação ecológica, etc.)
• Informação no rótulo sobre menções associadas à sustentabilidade
(informações que alertem para práticas mais sustentáveis: “embalagem de
plástico reciclado” e sensibilização para a reciclagem).

3.1.3. Recolha

O método adotado para a recolha dos dados nas cadeias de retalho alimentar, foi o
método observacional. A informação recolhida foi registada numa tabela (modelo no
Anexo I). Durante a recolha da informação não foram fotografados os produtos nas
superfícies comerciais.

Em cada um dos momentos de recolha, julho de 2021, janeiro de 2022 e em junho


de 2022, foram inseridos nas tabelas a informação relativamente apenas aos produtos
das categorias selecionados previamente. A embalagem do produto alimentar que
apresentou as mesmas caraterísticas nas diferentes superfícies comerciais, apenas foi
registado uma única vez na tabela, identificando-se os locais onde estava presente. Os
parâmetros registados foram inseridos numa única tabela, sendo que foram
desenvolvidas um total de três tabelas, uma para cada momento de recolha, de acordo
com modelo no anexo I.
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consumidor e evolução no mercado português

3.2. Estudo da perceção e atitude do consumidor relativo à


sustentabilidade das embalagens alimentares

Este segundo estudo tem como intuito caraterizar as perceções e atitudes do


consumidor relativamente aos símbolos e menções associadas à sustentabilidade bem
como efetuar um estudo relativo às suas perceções e atitudes face aos eixos
“conservação”, “conveniência” e “sustentabilidade” das embalagens alimentares.
Recorreu-se à aplicação de um inquérito por questionário, visto que através do mesmo
é possível analisar um largo conjunto de dados como: demográficos, atitudes,
motivações, opiniões, perceções e hábitos de consumo alimentar (EFSA, 2009).

3.2.1. Amostra e método de recolha de dados

A realização deste inquérito contou com uma amostra por conveniência constituída
pelas pessoas que se voluntariaram a responder ao inquérito.

Em termos de critérios de inclusão para definição da amostra, foram listados os


seguintes requisitos:
a) Participante com idade igual ou superior a 18 anos;
b) Participante residente em território nacional (Portugal);
c) Participante que indicou que compra os alimentos consumidos em casa (mesmo
que raramente);
d) Participante que respeitou todos os requisitos durante a resposta ao questionário
online, tendo submetido o mesmo voluntariamente.

Em termos da sua construção, o questionário foi produzido com recurso à plataforma


online do LimeSurvey, plataforma que é administrada pela Universidade do Porto. Os
inquéritos foram disponibilizados em versão portuguesa.
No que respeita a disseminação do inquérito este foi partilhado por grupos de
estudantes, grupos empresariais e também à escala familiar, com o intuito de se obter
uma amostra diversificada, enriquecendo deste modo o presente estudo.
O questionário consistiu em dezasseis questões (para além da questão fechada do
consentimento informando), sendo doze questões de resposta fechada e quatro
questões de resposta aberta, na secção dos dados sociodemográficos.
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consumidor e evolução no mercado português

No que respeita a estrutura do questionário e ao seu conteúdo, este estava dividido


em cinco partes (Anexo II):

A. Consentimento informado
• Aceitação em responder ao questionário
B. Hábitos de compra de produtos alimentares pré-embalados
2. Frequência de compra de alimentos que são consumidos em sua casa
3. Tipo de estabelecimento utilizado e frequência com que são realizadas compras
de alimentos pré-embalados para consumo em sua casa
C. Perceção e atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções associadas à
sustentabilidade
4. Hábito de observar as embalagens alimentares e analisar a presença de
símbolos e menções associados à sustentabilidade das embalagens
5. Avaliação do conhecimento relativamente ao significado dos símbolos presentes
nas embalagens alimentares
6. Avaliação do grau de concordância com afirmações relativas à decisão de
comprar de produtos pré-embalados
D. Perceção e atitude do consumidor face aos eixos conservação, conveniência e
sustentabilidade
7. Avaliação do grau de concordância com afirmações relativas à decisão de
compra de produtos alimentares pré-embalados
8. Atitude do consumidor face a ultrapassar a data indicada na embalagem, após
uma semana e após um mês
9. Interpretação do consumidor perante uma indicação “consumir de preferência
antes de”
10. Interpretação do consumidor perante uma indicação “consumir até”
11. Qual a posição do consumidor face à redução do tempo de vida útil de produtos
alimentares de 6 para 3 meses (que levem a uma menor poluição ambiental)

E. Dados sociodemográficos.

12. Idade
13. Sexo
14. Nacionalidade
15. Concelho de residência
16. Nível de escolaridade
17. Número de elementos do agregado familiar
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Este questionário apresentou três tipos de questões: questões de resposta fechada, de


opção única e de escolha múltipla; questões de resposta em escala de cinco pontos,
que vai desde Não conheço a Conheço completamente e de Discordo completamente
a Concordo completamente e questões de resposta aberta qualitativa (para indicar a
nacionalidade e concelho de residência) e quantitativa (para indicar a idade, em anos e
o número de elementos do agregado familiar) (ver Anexo II).

O questionário online esteve disponível para preenchimento nos meses de maio e


junho de 2022.

3.2.2. Segurança, Privacidade e Proteção de Dados

O questionário disponibilizado foi de preenchimento voluntário, no qual, previamente


ao seu preenchimento, os participantes foram esclarecidos em relação aos objetivos do
estudo e que era garantida a confidencialidade e anonimato de toda a informação
disponibilizada no inquérito.

De seguida os participantes tinham de aprovar o seu consentimento informado.

Este estudo foi aprovado pela Comissão de Ética da Faculdade de Ciências da


Universidade do Porto pelo parecer com a referência de processo CE2022/p17.

3.3. Análise estatística dos dados

O tratamento estatístico foi realizado com recurso ao programa estatístico Statistical


Package for the Social Sciences - IBM® SPSS® Statistics (versão 28.0) para o
Windows® e ao Microsoft Office Professional Plus Excel 2016.
Ao longo de todo o tratamento estatístico será considerado um nível de significância
de 5% (p<0,05).
Relativamente ao tratamento dos dados referente ao primeiro estudo, da evolução
das embalagens alimentares no mercado de retalho português, foi realizado uma
caraterização da amostra com base na análise estatística de frequências.

No que respeita a análise estatística aplicada no segundo estudo, da perceção e


atitude do consumidor relativa à sustentabilidade das embalagens alimentares, foi
realizada uma análise descritiva, onde se determinou a frequência para as variáveis
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consumidor e evolução no mercado português

qualitativas, a média e intervalo de variação (mínimo e máximo) para as variáveis


quantitativas.
Foram construídas e testadas hipóteses para relacionar as perceções e atitudes do
consumidor. Para analisar as variáveis qualitativas foi aplicado o teste do Qui-Quadrado.
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consumidor e evolução no mercado português

4 | RESULTADOS E DISCUSSÃO
Este capítulo de Resultados e Discussão encontra-se subdividido, à semelhança do
capítulo anterior de Metodologia, em dois estudos: (4.1) estudo da evolução recente das
diferentes tipologias de embalagens de alimentos presentes nas grandes superfícies
comerciais portuguesas, relativo ao objetivo específico i) e (4.2) estudo da perceção e
atitude do consumidor relativo à sustentabilidade das embalagens alimentares, que
pretende dar resposta aos objetivos específicos ii) e iii).

4.1. Estudo da evolução recente das embalagens alimentares no


mercado de retalho português

4.1.1. Caraterização da amostra

A caraterização da amostra foi feita através da recolha de informação presente nas


embalagens de uma seleção de produtos alimentares e que foram registados numa
tabela, constante no anexo III.

A Tabela no anexo III apresenta todos os dados recolhidos no primeiro momento de


avaliação, em julho de 2021, na qual se encontram registadas as características de
todas as embalagens de produtos alimentares aí observadas, sendo que cada linha
desta tabela representa os produtos disponíveis com as mesmas caraterísticas, nas três
superfícies de retalho alimentar.
Apenas está apresentado em anexo a tabela da primeira recolha de informação, a
evolução das embalagens nas superfícies comerciais da primeira à última recolha será
descrita e analisada ao longo deste ponto, mostrando quando ocorreram variações
relativamente ao primeiro momento de recolha.
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consumidor e evolução no mercado português

Tabela 5 -Distribuição da frequência em % (n) de produtos para cada categoria de géneros alimentícios e data de recolha

Janeiro de Junho de
Data recolha Julho de 2021
2022 2022
Categoria % (n=306) % (n=306) % (n=308)
Água | mineral natural e de nascente 10,5% (32) 10,5% (32) 11,0% (34)
Aperitivos | batatas fritas 10,5% (31) 10,5% (31) 10,1% (31)
Bebidas refrigerantes 20,9% (64) 20,9% (64) 20, 8% (64)
Condimentos | canela 2,9% (9) 2,9% (9) 2,9% (9)
Carne refrigerada pré-embalada | bovino picado 2,3% (7) 2,3% (7) 2,3% (7)
Frutos e legumes pré-embalados | frutos vermelhos
4,2% (13) 4,3% (13) 4,2% (13)
e tomate cherry
Legumes congelados | ervilhas e batatas pré-fritas 6,9% (21) 6,9% (21) 6,8% (21)
Leite | UHT, achocolatado e pasteurizado 14,7% (45) 14,7% (45) 14,6% (45)
Massas alimentícias | esparguete e fetuchini 2,9% (9) 2,9% (9) 2,9% (9)
Molhos | ketchup e maionese 15,7% (48) 15,7% (48) 15,9% (49)
Produtos de chocolate | tablete 8,5% (26) 8,5% (26) 8,4% (26)

Na Tabela 5, encontram-se discriminados os dados relativos aos três momentos de


recolha, expresso em número e percentagem de produtos, distribuídos por onze
categorias. Ambas as recolhas, de julho 2021 e janeiro de 2022, apresentam uma
amostra com um total de 306 embalagens de produtos alimentares. Observando os
dados apresentados na Tabela 5 é possível afirmar que as categorias de produtos
alimentares com uma maior oferta de produtos e que por isso mais se destacam, tendo
por base uma maior variedade de características como, o formato, a quantidade de
produto e os tipos de materiais de embalagem, são: as “Bebidas refrigerantes”,
representando 20,8% da amostra, os "Molhos” representando 15,9% da amostra e por
fim o "Leite”, que representa 14,6% da amostra.
No decorrer da presente investigação é possível observar uma variação
extremamente reduzida entre os três momentos de recolha. Observa-se que entre a
recolha de julho de 2021 e janeiro de 2022, não se verificou qualquer mudança face à
frequência de produtos presentes nas superfícies de retalho, tendo-se apenas
identificado mudanças na categoria do Leite, mais especificamente ao nível do material
da embalagem de uma linha de produtos. As diferenças em número de produtos apenas
foram visíveis na recolha de junho de 2022. Por esta razão as comparações serão
realizadas entre a primeira e a última recolha.
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4.1.2. Caraterização das diferentes tipologias de materiais das embalagens

Nas superfícies comerciais é possível encontrar uma vasta gama de produtos e


marcas distintas, com vista a oferecer ao consumidor o produto que mais se adeque às
suas necessidades. Sendo esta uma das razões que leva à grande variedade de opções
de tamanhos e de tipos de embalagens por parte das marcas.

Um dos aspetos privilegiados neste estudo, foi precisamente a observação de todos


os materiais pelas quais as embalagens alimentares e seus componentes são
constituídas. Os dados encontram-se apresentados na Tabela 6.

Tabela 6 – Caraterização dos Componentes e Materiais da Embalagem em julho 2021, janeiro 2022 e junho de
2022

Julho 2021 e
Junho 2022
Janeiro 2022
Componente Material % (n=306) % (n=308)
Plástico 52,0% (159) 51,6% (159)
Multimaterial 15,4% (47) 15,3% (47)
Plástico + Alumínio 9,5% (29) 9,4% (29)
Embalagem
(elemento Vidro 7,2% (22) 7,1% (22)
principal) Papel + Alumínio 7,2% (22) 7,8% (24)
Metal 5,2% (16) 5,2% (16)
Papel/ Cartão 3,6% (11) 3,9% (11)

Impressão/gravação 49,4% (151) 49,4% (152)


Rótulo Papel 28,1% (86) 28,2% (87)
Plástico 22,5% (69) 22,4% (69)

Plástico 51,0% (156) 51,3% (158)


Sem tampa 33,7% (103) 33,5% (103)
Tampa
Metal 13,7% (42) 13,6% (42)
Plástico + Alumínio/ Papel 1,6% (5) 1,6% (5)

Os resultados estão expressos como percentagem (número de produtos).

A tipologia de material que mais se destaca no conjunto dos diferentes componentes


materiais da embalagem é o plástico. Como material de embalagem mais frequente da
embalagem, o plástico ocupa o primeiro lugar, representando 51,6% (159) dos produtos
deste estudo, tendo-se observado uma tendência praticamente constante ao longo do
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consumidor e evolução no mercado português

estudo. É possível ainda encontrar plástico + alumínio em 9,5% dos produtos,


totalizando 60,1%. De acordo com Sundqvist-Andberg and Åkerman (2021a), da
produção total de materiais de plástico, 46,0% desta, destina-se a embalagens para fins
alimentícios. Esta é de facto, uma percentagem considerável e que se encontra refletida
nos resultados por nós obtidos, no qual o material de embalagem é maioritariamente
plástico.
Ao observar a Tabela 6 é possível verificar que entre o primeiro e o segundo
momento de recolha de informação (julho de 2021 e janeiro de 2022) não foi registada
qualquer alteração face aos componentes materiais das embalagens. Porém, ao
compararmos os resultados obtidos nestes dois primeiros momentos de recolha com os
resultados de junho de 2022, verificamos que o material de embalagem, papel +
alumínio, registou uma alteração de 7,2% para 7,8%, respetivamente, enquanto o
material de plástico que constitui a tampa sofreu uma alteração de 51,0% para 51,3%.
Relativamente ao material que é mais utilizado nas tampas dos produtos também é
o plástico, tendo-se observado um aumento muito ligeiro desta tendência da primeira
para a terceira recolha, correspondendo respetivamente a 51,0% e 51,3% do total de
embalagens analisadas.
O rótulo apresenta-se na sua grande maioria impresso nas embalagens, não
necessitando de qualquer material secundário para a função de rótulo, representando
49,4% (152) do total de embalagens em estudo.

A distribuição dos diferentes componentes que constituem as embalagens dos


produtos alimentares por categoria de produtos, referentes à primeira e última recolha,
encontra-se espelhado, respetivamente nas Figuras 8 e 9.
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consumidor e evolução no mercado português

Julho 2021

Água | mineral natural e de nascente 28 222 N=34

Aperitivos | Batatas fritas 2 29 N=31

Bebidas refrigerantes 39 2 10 13 N=64

Condimentos | canela 5 4 N=9

Carne refrigerada pré-embalada | bovino picado 6 1 N=7

Frutos e Legumes pré-embalados | frutos vermelhos N=13


6 7
e tomate cherry
Legumes congelados | ervilhas e batatas pré-fritas 19 2 N=21

Leite | UHT, achocolatado e pasteurizado 10 1 34 N=45

Massas alimentícias | esparguete e fetuchini 8 11 N=10

N=48
Molhos | ketchup e maionese 31 13 13
N=26
Produtos de chocolate | tablete 7 19

plástico cartão vidro multimaterial metal cartão e alumínio alumínio e plástico

Figura 8 -Frequência dos diferentes materiais de embalagem por categoria de produtos identificados na 1ª recolha, julho 2021

Como ilustrado pela Figura 8, e quando comparado com a Figura 9 as diferenças são
muito reduzidas, não se verificando mesmo qualquer diferença em algumas categorias
no decorrer do ano de estudo. As categorias onde se verificou alterações foram apenas
3, as “Massas Alimentícias”, os “Molhos” e as “Águas”.
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consumidor e evolução no mercado português

Junho 2022

N=34
Água | mineral natural e de nascente 28 22 2
N=31
Aperitivos | Batatas fritas 2 29

N=64
Bebidas refrigerantes 39 2 10 13

Condimentos | canela 5 4 N=9

Carne refrigerada pré-embalada | bovino picado 6 1 N=7

Frutos e Legumes pré-embalados | frutos vermelhos


6 7 N=13
e tomate cherry

Legumes congelados | ervilhas e batatas pré-fritas 19 2 N=21

Leite | UHT, achocolatado e pasteurizado 10 1 34 N=45

Massas alimentícias | esparguete e fetuchini 8 1


N=9

Molhos | ketchup e maionese 32 13 1 3


N=49

Produtos de chocolate | tablete 7 19 N=26

plástico cartão/ papel vidro multimaterial metal cartão/ papel e alumínio alumínio e plástico

Figura 9 – Frequência dos diferentes materiais de embalagem por categoria de produtos identificados na 3ª recolha, Junho
2022

• Plástico

Ao analisar a Figura 9, verifica-se uma maior presença do material de plástico,


abrangendo as 11 categorias deste estudo. Os “Aperitivos”, são a única categoria que
apresenta uma utilização de mistura de materiais, de plástico e alumínio. O material de
plástico é o que predomina em todas as categorias, exceto nas tabletes de chocolate,
em que é o papel + alumínio. Os “Legumes Congelados” são a categoria com maior
número de produtos cuja embalagem é de plástico correspondendo a 90,5% (19) das
embalagens. Logo a seguir, temos as categorias “Massas Alimentícias”, a qual
apresenta 88,9% (8) das suas embalagens em plástico; em seguida a “Carne
Refrigerada Pré-embalada” com 85,7% (6) das suas embalagens em plástico na sua
estrutura.

A elevada prevalência no uso de plástico deve-se essencialmente ao facto de


apresentar diversas vantagens, desde a sua versatilidade na indústria, resistência a
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impactos físicos, impermeabilidade contra a humidade e gases e baixos custos (H. Liu
et al., 2018; Mengqing & Shelie, 2022). Esta é uma realidade que embora tenha
prevalecido ao longo dos últimos anos prevê-se que estagne num futuro próximo, dando
mais espaço ao desenvolvimento e utilização de materiais mais sustentáveis, que virão
a substituir os materiais de plástico (Nguyen et al., 2020).

• Papel/Cartão e combinado

No que respeita ao material de papel/cartão nas embalagens, é possível observar


através da Figura 9, que este é o menos utilizado na generalidade das embalagens,
encontrando-se presente em apenas quatro das categorias estudadas: nas “Frutas e
Legumes Pré-embalados”, abrangendo 53,8% (7) das embalagens; a “Carne
Refrigerada Pré-embalada” encontramos 14,3% (1) da amostra com embalagem de
papel/cartão; e, por fim, nos “Legumes Congelados” encontramos 11,1% (1) das suas
embalagens com o referido material.

A categoria das “Frutas e Legumes Pré-embalados” que inclui 2 produtos, os frutos


vermelhos e o tomate cherry, apenas o tomate cherry apresenta uma maior frequência
de embalagens cujo material é papel/cartão, correspondendo a 54,6% do universo de
embalagens de papel/cartão, como ilustrado pela Figura 10.

9,1%

Frutos pré-embalados-
frutos vermelhos

Legumes pré-
embalados- tomate
cherry
54,6%

Frequência (%)

Figura 10 – Distribuição do material de papel/cartão na estrutura da embalagem da categoria das frutas e legumes
pré-embalados, em junho 2022

Este resultado ficou aquém das expectativas, pois sendo este um material muito
desejado, com uma boa acessibilidade económica, com excelentes propriedades
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biodegradáveis e recicláveis (Y. Liu et al., 2021) , verificou-se uma reduzida prevalência
do mesmo como material unitário na constituição da estrutura das embalagens. Este
facto, deve-se essencialmente a algumas limitações deste material, nomeadamente a
elevada permeabilidade e baixa resistência à água (David et al., 2019).

Ou seja, em vários casos o material de papel/cartão não se encontrava sozinho, mas


sim acompanhado pelo alumínio, como é o caso mais saliente da categoria dos
“Produtos de Chocolate”, em que 19 das 26 embalagens analisadas nesta categoria
resulta da junção dos materiais papel/cartão e alumínio.

• Vidro

O material de vidro à semelhança do material de papel/ cartão é utilizado com menor


frequência e num número mais limitado de categorias de géneros alimentícios,
coincidindo sobretudo com os géneros alimentícios menos perecíveis. A Figura 9 ilustra
exatamente o que foi referido anteriormente; os “Condimentos” são a categoria com
maior oferta de embalagens de vidro na constituição da embalagem quando comparado
com os outros materiais, abrangendo 44,4% (13) do total de embalagens analisadas
nesta categoria; os “Molhos” correspondem a 27,1% (4) do total das suas embalagens
e por fim, as “Águas” que apresentam 5,9% (2) da oferta das suas embalagens em
material de vidro.
A categoria dos “Molhos” abrange dois tipos de produtos estudados, a maionese e o
ketchup, contudo apenas a maionese apresenta uma maior frequência de embalagens
cujo material é vidro, correspondendo a 54,5%, do universo das embalagens de vidro
estudadas, como ilustrado pela Figura 11.

4,5%

Molhos- Ketchup
Molhos-Maionese

54,5%

Frequência (%)
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Figura 11 – Distribuição do material de vidro na estrutura da embalagem da categoria dos molhos, em junho
2022

4.1.3. Caraterização dos símbolos associados à sustentabilidade presente


nas embalagens alimentares

A caracterização dos diferentes símbolos presentes nas embalagens alimentares


entre a primeira e última recolha encontram-se na Tabela 7.

Tabela 7 – Caraterização dos diferentes símbolos presentes nas embalagens alimentares em julho 2021, janeiro
2022 e junho de 2022

Julho 2021 e Janeiro


Junho 2022
2022
Símbolos
% (n=306) % (n=308)

Ecopontos Verde, Azul e Amarelo 77,1% (236) 77,6% (238)


Símbolo do Ponto Verde (SPV) 76,8% (235) 76,3% (235)
Forest Stewardship Council (FSC®) 15,4% (47) 15,3% (47)
Símbolo da Reciclagem 6,2% (19) 6,2% (19)

Os resultados estão expressos como (número de produtos) percentagem.

Considerando o número total de embalagens inseridos neste estudo, na primeira


recolha (n=306) e na terceira recolha (n=308), é possível constatar que nem todas as
embalagens aqui presentes apresentam símbolos.

Na recolha de julho de 2021, a sinalética dos ecopontos encontra-se presente em


77,1% (236) das embalagens analisadas, apresentando um aumento na recolha de
junho de 2022, onde se verificou que 77,6% (238) das embalagens apresentavam este
símbolo. Este aumento é pelo facto de na terceira recolha existirem mais duas novas
embalagens a integrarem este estudo, uma na categoria das “Águas” e uma outra na
categoria das “Massas Alimentícias”.

Relativamente aos restantes três símbolos registados, é possível concluir que não
sofreram qualquer alteração ao longo das diferentes recolhas. A Tabela 7 apenas
apresenta os dados relativos à primeira e última recolha pelo facto de que na segunda
recolha não houve qualquer variação e alteração no número de embalagens em estudo
em relação à primeira recolha.
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A Tabela 8 apresenta a distribuição da amostra de acordo com a presença dos


diferentes símbolos.

Tabela 8 – Caracterização de diferentes símbolos (Ecoponto Amarelo, Azul e Verde, Símbolo do Ponto Verde, Símbolo da
Reciclagem e FSC) presentes nas embalagens alimentares por categoria de produtos identificados na 3ª recolha, Junho
2022

Ecopontos
Símbolo do Símbolo da
Amarelo, Azul e FSC
Ponto Verde Reciclagem
Verde

Água | mineral natural e de


91,2% (31) 76,5% (26) 20,6% (7) 16,9% (5)
nascente
Aperitivos | Batatas fritas 71,0% (22) 83,9% (26) 16,1% (5) 0
Bebidas refrigerantes 95,3% (61) 76,6% (49) 0 15,5% (8)
Condimentos | canela 66,7% (6) 88,9% (8) 0 0
Carne refrigerada pré-embalada |
100,0% (7) 100,0% (7) 0 0
Bovino picado e preparado
Frutos e legumes pré-embalados
| frutos vermelhos e tomate 46,2% (6) 76,9% (10) 0 53,8% (7)
cherry
Legumes congelados | ervilhas e
57,1% (12) 71,4% (15) 9,5% (2) 0
batatas pré-fritas
Leite | UHT, achocolatado e
84,4% (38) 71,1% (32) 4,44% (2) 60,0% (27)
pasteurizado
Massas alimentícias | esparguete
100,0% (9) 88,9% (8) 22,2% (2) 0
e fetuchini
Molhos | ketchup e maionese 68,2% (30) 69,4% (34) 2,0% (1) 0
Produtos de chocolate | tablete 88,5% (23) 76,9% (20) 0 0

Observando a Tabela 8 é possível verificar que apenas duas das categorias em


estudo apresentam todas as suas embalagens com o(s) símbolo(s) do Ecoponto
Amarelo, Azul e Verde, a categoria da “Carne Refrigerada Pré-embalada” e as “Massas
Alimentícias”. As categorias dos “Frutos e Legumes Pré-embalados” e dos “Legumes
Congelados”, foram as que apresentaram uma menor prevalência destes símbolos nas
suas embalagens, respetivamente 46,2% e 57,1%.

Relativamente à presença do Símbolo do Ponto Verde, é possível observar que mais


de 60,0% das embalagens inseridas em cada uma das onze categorias possui este
símbolo. Destaca-se a categoria da “Carne Refrigerada Pré-embalada” com 100,0% das
embalagens contendo este símbolo; apenas a categoria dos “Molhos” apresenta uma
menor prevalência deste símbolo, estando presente em 69,4% (20) das embalagens
constante neste estudo.
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O símbolo da reciclagem encontra-se ausente em cinco das onze categorias


estudadas. Este apresenta uma maior frequência nas embalagens de “Massas
alimentícias”, mesmo assim correspondendo apenas a 22,2% (2) das embalagens. Além
disto é possível constatar que a presença do símbolo da reciclagem nas embalagens se
encontra bastante limitada, não se encontrando presente em nenhuma embalagem de
cinco das onze categorias em estudo: “Bebidas Refrigerantes”, “Condimentos”, “Carne
Refrigerada Pré-embalada”, “Frutos e Legumes Pré-embalados” e “Produtos de
chocolate”. Este resultando evidência as melhorias que ainda têm de ocorrer ao nível
da informação e material das embalagens.

Também o símbolo FSC, apresenta uma prevalência muito reduzida nesta amostra,
existindo sete categorias sem utilização deste símbolo. A categoria dos Leites é, sem
dúvida, a que apresenta uma maior frequência no uso deste símbolo, encontrando-se
presente em 60,0% (27) embalagens desta categoria. É importante realçar, contudo que
este símbolo está associado a uma certificação facultativa por parte da empresa
produtora.

A partir dos resultados analisados é possível observar uma tendência na utilização


de símbolos que sejam mais comuns para o mercado. Ou seja, são utilizados os
símbolos icnográficos dos ecopontos e o símbolo do ponto verde, pelos quais a
população apresenta maior conhecimento.
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4.1.4. Caraterização das menções associadas a sustentabilidade presente


nas embalagens alimentares

Na Tabela 9 encontra-se representada a frequência (%) das categorias alimentares


em estudo tendo em consideração a presença de menções associadas à
sustentabilidade.

Tabela 9 - Distribuição (%) da presença de menções associadas à sustentabilidade, de acordo com a categoria, nas recolhas
de Julho 2021, Janeiro 2022 e Junho de 2022

Julho de 2021 e
Data recolha Junho de 2022
Janeiro de 2022
Menções associadas à sustentabilidade Sim Não Sim Não

Categoria % (n=306) % (n=308)


Água | mineral natural e de nascente 18,2% 81,8% 20,6% 79,4
Aperitivos | batatas fritas 3,2% 96,8% 3,2% 96,8%
Bebidas refrigerantes 39,7% 60,3% 39,7% 60,3%
Condimentos | canela 44,4% 55,6% 44,4% 55,6%
Carne refrigerada pré-embalada | bovino
0 100% 0 100%
picado
Frutos e legumes pré-embalados | frutos
7,7% 92,3% 7,7% 92,3%
vermelhos e tomate cherry
Legumes congelados | ervilhas e batatas pré-
33,3% 66,7% 33,3% 66,7%
fritas
Leite | UHT, achocolatado e pasteurizado 17,8% 82,2% 22,2% 77,8%
Massas alimentícias | esparguete e fetuchini 0 100% 0 100%
Molhos | ketchup e maionese 16,7% 83,3% 16,7% 83,3%
Produtos de chocolate | tablete 0 100% 0 100%

De acordo com os resultados representados na Tabela 9 é possível verificar que


apenas duas das categorias em estudo registaram alterações face à presença de
menções associadas à sustentabilidade, que coincide exatamente com as principais
alterações que se registaram ao longo deste estudo. A categoria das “Águas”
apresentava nas primeiras duas recolhas de informação 18,2% das suas embalagens
com menções; na recolha de Julho de 2022 verificou-se uma subida deste valor, para
20,6%. O mesmo foi registado na categoria do “Leite”, apresentando um aumento destas
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menções nas suas embalagens entre as primeiras duas recolhas e a última,


respetivamente de 17,8% para 22,2%.

A presença de menções mais sustentáveis com um papel ativo na sensibilização dos


consumidores nas embalagens apenas foi observada em 15,3% da amostra (n=47); em
contrapartida, não foi observada qualquer mensagem em 84,7% da amostra (n=261),
Figura 12.

Aspetos sustentáveis expressos nas embalagens por extenso

Não se Aplica 84,7%

"Nova embalagem mais responsável" 0,7%

"Reciclável" 1,3%

"Por favor recicla-me, tenho 25% de plástico


0,7%
reciclado"

"Boa embalagem para um planeta/ floresta melhor" 0,7%

"Embalagem 100% reciclável" 12,0%

Figura 12 - Outros aspetos sustentáveis expressos nas embalagens alimentares por extenso

De acordo com (Hess et al., 2012; Koenig-Lewis et al., 2014) as menções/ alusões à
sustentabilidade e reciclagem escritas nas embalagens é uma dinâmica na qual se tem
de investir mais, pois as escolhas alimentares são, na sua grande maioria impulsionadas
por fatores pré-existentes. Contudo, ao se investir no papel informativo que a
embalagem representa para o consumidor é possível alterar esta tendência e contribuir
para a consciencialização da natureza e do caráter sustentável das embalagens.

Segundo Mengqing and Shelie (2022), a perceção do consumidor relativamente às


embalagens de plástico é negativa, associando a um impacto ambiental nefasto, porém
nos supermercados, a maioria dos produtos encontram-se em embalagens de plástico.

No presente estudo foram encontradas, mensagens de caráter descritivo e em extenso


com o objetivo de sensibilizar o consumidor para o impacto das mesmas e a adoção de
embalagens com impactos reduzidos para o meio ambiente, Figura 12.
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4.1.5. Estudos de caso

Ao longo deste ano de avaliação da evolução das embalagens no mercado de retalho


português foi visível algumas alterações ao nível da estrutura das embalagens
alimentares, destacando-se essencialmente a sua menção à sustentabilidade e à
certificação ambiental. Ao longo deste tópico serão abordadas e caraterizadas as
alterações que foram registadas ao nível de embalagens de produtos alimentares; as
quais, ao longo das três recolhas, foram registando alterações no sentido da
sustentabilidade e ecologia.

4.1.5.1. Embalagem de Leite

Ao longo do último ano as embalagens de leite da marca Agros apresentaram uma


alteração significativa ao nível da estrutura (materiais) da embalagem, tendo sido
atribuída uma nova imagem a esta embalagem.
A modificação das caraterísticas da embalagem foi detetada na segunda recolha de
dados, no mês de janeiro. Estas diferenças foram registadas nas três superfícies
comerciais.
• Material de embalagem
Aquando da segunda recolha de dados, no mês de janeiro, foi registada uma nova
apresentação da linha de produtos da referida marca (Figura 13). A marca comunica
que esta nova embalagem com 86% de material renovável na sua constituição e uma
tampa de origem vegetal, promove uma redução das emissões de CO2 em 22%, o que
se traduz numa redução de cerca de 515 toneladas deste gás, por ano, apresentando-
se certificada pela Carbon TrustTM (Agros, 2021).
Estas alterações na embalagem do leite Agros foi registada para os 3 tipos de leite:
o “Leite Magro”, “Leite Meio-gordo” e “Leite Gordo”.

• Símbolos e menções
Na produção destas novas embalagens continua a ser utlizado papel/cartão com
certificação FSC® (cartão proveniente de fontes responsáveis).
Apresenta ainda o símbolo do ecoponto amarelo e o símbolo do ecoponto verde.
Contudo, as preocupações da Agros não se limitam ao caráter sustentável dos materiais
presentes na embalagem, mas sim pela qualidade do produto e pelo bem-estar animal,
aqui presente pela certificação WELFAIRTM. Ainda relativa a esta última certificação,
numa das laterais da nova embalagem encontra-se descrita a rastreabilidade do
processo produtivo, no qual é possível observar o perfil sustentável ao longo da cadeia.
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É importante ressalvar, que neste caso de estudo apenas nos referimos ao leite meio-
gordo, porém estas novas embalagens estendem-se a todos os outros produtos da
marca Agros.

Recolha de julho Recolha de janeiro


de 2021 de 2022

Figura 13 – Evolução da embalagem de Leite Meio-Gordo UHT da marca Agros de julho de 2021 para
janeiro de 2022

4.1.5.2. Água mineral natural

A marca de água Monchique, tem ao longo dos últimos anos alcançado um enorme
destaque ao nível mundial, tendo arrecadado o prémio “Monde Selection 2022 – Quality
Award” (Monchique, 2019)..
A modificação das caraterísticas da embalagem foi detetada na terceira recolha de
dados, no mês de junho. Estas diferenças foram registadas nas três superfícies
comerciais.

• Material de embalagem

A BIB EcoPack Monchique 10L corresponde à mais recente apresentação da marca


providenciando uma maior quantidade de produto com recurso a uma menor quantidade
de material de plástico. Os materiais desta nova embalagem são: polietileno, que
constitui a bolsa interior; elastómero que constitui a torneira e o cartão que constitui a
caixa. Esta nova embalagem utiliza menos 63% de plástico PET que seria utilizado para
produzir dois garrafões (Figura 14).
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• Símbolos e menções

A caixa desta nova embalagem é constituída por cartão certificado pela FSC. Além disto,
é possível encontrar o símbolo do ponto verde e os símbolos dos ecopontos amarelo e
azul. Ao fazermos uma leitura da informação escrita na caixa de cartão é visível várias
frases que apelam ao caráter reciclável do material, mencionando mesmo que se trata
de uma “embalagem 100% reciclada e reciclável”.

Recolha de julho Recolha de junho


de 2021 de 2022

Figura 14 – Evolução da embalagem de água – do garrafão de 5 Lao BIB EcoPack Monchique 10 L

4.1.5.3. Esparguete
A Nacional é uma marca que vingou há mais de 170 anos e partir de então tem
apresentado grandes progressos ao nível tecnológico e ecológico, encontrando-se
neste momento no mercado sob vários formatos e materiais de embalagem.
A modificação das caraterísticas da embalagem foi detetada na terceira recolha de
dados, no mês de junho. Estas diferenças foram registadas em duas das três superfícies
comerciais, no Modelo Continente e no Auchan.

• Material de embalagem

A embalagem de Esparguete do Alentejo Eco foi o primeiro produto da linha:


esparguete, da marca a ser totalmente embalado em papel reciclável certificado (PEFC)
garantindo uma evolução sustentável dos materiais da embalagem (Figura 15). O rótulo
encontra-se impresso no próprio material de embalagem.
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• Símbolos e menções

Nesta nova embalagem é possível encontrar diferenças a começar pelo layout da


mesma, na qual há uma secção para evidenciar o caráter ecológico do material de
embalagem “Eco – Embalagem Ecológica”; além disto, encontramos também o símbolo
do ponto verde e o símbolo do ecoponto azul.

Recolha de julho Recolha de junho


de 2021 de 2022

Figura 15 - Evolução do material de embalagem do esparguete da maraca Nacional


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4.2. Estudo da perceção e atitude o consumidor atual relativo à


sustentabilidade das embalagens alimentares

4.2.1. Caraterização sociodemográfica da amostra

Neste primeiro tópico serão apresentados e discutidos os resultados obtidos da


caraterização sociodemográfica dos 221 participantes do questionário (Tabela 10).

Tabela 10 - Caraterização sociodemográfica (sexo, idade, dimensão do agregado familiar, distrito de residência,
habilitações literárias e nacionalidade) dos participantes do questionário

Variável % (n=221)
Feminino 55,7 % (123)
Sexo
Masculino 44,3 % (98)

Idade (anos) Média (± DP) 38,9 (±13,8)


18 - 24 14,0% (31)
25 - 44 55,7% (123)
Classes Etárias 45 – 60 21,7% (48)
61 - 75 7,2% (16)
76 - 90 1,4% (3)

Ensino Primário (1º ciclo de ensino) 6,3 % (14)


Ensino Básico (2º e 3º ciclo de ensino) 9,5 % (21)
Nível de Ensino Secundário 27,1 % (60)
escolaridade Licenciatura/ Bacharelato 33,9 % (75)
Mestrado 18,6 % (41)
Doutoramento 4,5 % (10)

1 9,0 % (20)
2 22,6 % (50)
Dimensão do 3 27,6 % (61)
Agregado
4 29,0 % (64)
Familiar
5 8,6 % (19)
6 3,2 % (7)

Aveiro 32,1 % (71)


Distrito de Porto 29,4 % (65)
Residência Viseu 23,1 % (51)
Outro (s) 15,4 % (34)

Portuguesa 96,8 % (214)


Nacionalidade
Outras 3,2 % (7)
DP – desvio padrão
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O sexo feminino representou a maioria dos participantes, com 55,7 % (n=123). Estes
resultados são próximos dos referidos no portal da PORDATA, no qual de acordo com
os dados referentes ao ano de 2021, 52,4 % da população portuguesa corresponde a
indivíduos do sexo feminino e os restantes 47,6 % (n=98) corresponde a indivíduos do
sexo masculino (Pordata, 2022).

A média das idades registadas é 38,9±13,8 anos; tendo sido o valor mínimo registado
de 18 anos e o valor máximo de 80 anos. De acordo com a Eurostat (2019), a média da
idade dos portugueses encontra-se nos 45 anos, acima da média da população
europeia, cuja idade média centra-se nos 43 anos. A maioria dos inquiridos encontra-se
na classe etária entre os 25 e os 44 anos, correspondendo a 55,7% (n=123) dos
inquiridos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) este grupo etário
corresponde a um conjunto de indivíduos jovens. O grupo etário entre os 18 e 24 anos
corresponde aos jovens adolescentes; entre os 45 e 60 corresponde aos indivíduos em
idade média (ativos); dos 61 aos 75 corresponde aos idosos; e o grupo etário dos 76
aos 90 corresponde aos indivíduos que representam a velhice (OMS, 2021).

Relativamente à dimensão do agregado familiar é possível verificar, a partir da Tabela


9, que 29,0% (n=64) dos consumidores apresentam um agregado constituído por 4
pessoas, 27,6% (n=61) dos consumidores apresentam um agregado constituído por 3
pessoas e 22,6% (n=50) apresentam um agregado constituído por 2 pessoas. Já o
agregado familiar constituído apenas pelo próprio representa 9% (n=20) e o agregado
familiar mais numeroso, constituído por 6 elementos, apenas abrange 3,2% (n=7) da
amostra estudada.

35 32,1
29,4
30
23,1
Frequência (%)

25
20
15
10
3,6 3,6 2,7 2,3
5 0,9 0,5 0,5 0,5 0,9
0

Distrito

Figura 16 – Distribuição (%) dos participantes do questionário de acordo com o seu distrito de residência
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Na Figura 16 encontra-se espelhada a distribuição dos consumidores de acordo com


o seu distrito de residência. Os consumidores presentes de modo mais expressivo neste
inquérito pertencem aos distritos de Aveiro, Porto e Viseu onde reúnem a maioria das
respostas, correspondendo respetivamente a 32,1 % (n=71), 29,4 % (n=65) e 23,1 %
(n=51).

No que respeita a nacionalidade dos consumidores que participaram neste estudo,


esta é na sua maioria portuguesa, correspondendo a 96,8 % (n=214) dos inquiridos;
foram identificadas outras nacionalidades, como a brasileira e angolana, que abrange
uma minoria da amostra em estudo, representando 3,2% dos indivíduos.

4.2.2. Caraterização dos hábitos de compra de produtos alimentares pré-


embalados

A caraterização da frequência de compra de alimentos que os consumidores realizam


em sua casa, Questão 2 do questionário (Anexo II), encontra-se apresentada na Figura
17.

Frequência de compra de alimentos

Muito frequentemente 34,8%

Frequentemente 46,2 %

Raramente 14,0%

Nunca 5,0%

Figura 17 - Frequência (%) de compra de alimentos para casa dos inquiridos

No decorrer do inquérito, os consumidores, quando questionados acerca da


frequência com que realizam compras de alimentos que serão consumidos em sua casa,
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consumidor e evolução no mercado português

46,2% (n=102) dos consumidores afirmou realizar estas compras Frequentemente,


enquanto 34,8% (n=77) dos consumidores afirmou realizar estas compras Muito
frequentemente. Contrariamente a esta realidade, apenas uma minoria dos inquiridos,
cerca de 5,0% (n=11) afirmou Nunca realizar compras de alimentos para sua casa.
Estes 11 inquiridos, uma vez que nesta questão afirmaram Nunca realizar as compras,
foram direcionados automaticamente para a última secção deste inquérito, a
caraterização sociodemográfica, visto o questionário ser dirigido para os consumidores
que efetuavam a compra dos alimentos para consumo em casa.

A frequência de ida ao supermercado é um fator bastante variável de família para


família e sobretudo irá depender das necessidades destas. Na Tabela 11 encontra-se
apresentada a distribuição dos inquiridos de acordo com a frequência de realização de
compras em função do número de elementos agregado familiar.

Tabela 11 - Distribuição % (n) dos inquiridos de acordo com a frequência de realização de compras
em função do número de elementos agregado familiar

Muito
Nunca Raramente Frequentemente
frequentemente
1 5,0% (1) 10,0% (2) 50,0% (10) 35,0% (7)
Número 2 10,0% (5) 14,0% (7) 44,0% (22) 32,0% (16)
de
elementos 3 4,9% (3) 18,0% (11) 54,1% (33) 23,0% (14)
do 4 3,1% (2) 12,5% (8) 46,9% (30) 37,5% (24)
agregado
familiar 5 0 10,5% (2) 36,8% (7) 52,6% (10)
6 0 14,3% (1) 0 85,7% (6)

Através da análise dos dados representados na tabela acima, é possível verificar que
para um número de elementos do agregado familiar constituído por 5 ou 6 elementos,
estes apresentam muita frequência na realização das suas compras, respetivamente
52,6% e 85,7%. Paralelamente a esta realidade também um agregado familiar
constituído por 1 ou 2 elementos realiza as suas compras frequentemente,
respetivamente 50,0% e 44,0%.

Com vista a determinar se a variável, frequência de compra de alimentos que são


consumidos em casa e o número de elementos do agregado familiar, estabelecem
alguma relação entre si, foi aplicado o teste estatístico do Qui-quadrado onde é possível
concluir que as duas variáveis em estudo são independentes, com um valor de p de
0.185 (p>0,05).
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

De seguida encontra-se apresentada na Tabela 12 os dados referentes ao tipo de


estabelecimento e a respetiva frequência com que os consumidores inquiridos realizam
compras de alimentos pré-embalados para consumo em sua casa (Questão 3 do
questionário no Anexo II).

Tabela 12 - Distribuição dos inquiridos % (n) em função do tipo de estabelecimento em que realizam as suas
compras e da frequência das compras

Menos 2-3 2-6


1 vez/ 1 vez/ Todos os
Nunca do que 1 vezes/ vezes/
mês semana dias
vez/ mês mês semana
Supermercados/ 11,0% 33,3% 36,7%
2,9% (6) 9,0% (19) 7,1% (15) 0
Hipermercados (23) (70) (77)
Minimercados/ 18,6% 23,3% 2,3% 19,0%
7,6% (16) 7,1% (15) 1,0% (2)
Mercearias (39) (49) (49) (40)
80,0% 13,3%
Lojas online 3,8% (8) 1,4% (3) 1,4% (3) 0 0
(168) (28)
85,7%
Outro (s) 7,1% (15) 4,3% (9) 1,0% (2) 1,4% (3) 0,5% (1) 0
(180)

Tendo em consideração a amostra estudada é possível verificar relativamente às


idas aos Supermercados/ Hipermercados uma maior intensidade na frequência de 1
vez/ semana e 2 – 3 vezes/ mês, correspondendo respetivamente a 36,7% (77) e 33,3%
(70). Apenas uma minoria da amostra, 2,9% (6) afirma nunca ir aos
Supermercados/Hipermercados realizar as suas compras. É ainda possível verificar
uma maior intensidade na frequência em Minimercados/Mercearias de 1 vez/ mês e 2 –
3 vezes/ mês, correspondendo ambas a 23,3% (49) e que que apenas 1,0% (2) dos
consumidores realizam compras diariamente em Minimercados/Mercearias.
Relativamente à adesão de compras em Lojas online, 13,3% (28) dos inquiridos afirma
realizar as suas compras menos do que 1 vez/mês, enquanto a maioria dos
consumidores presentes na amostra, 80,0% (168) afirma nunca realizar estas compras
neste tipo de plataformas. No que diz respeito a Outro(s) meios/locais para os
consumidores realizarem compras de alimentos pré-embalados, 7,1% (15) dos
consumidores inquiridos afirma recorrer a essas alternativas menos do que 1 vez/mês,
enquanto a grande maioria dos consumidores, 85,7% (180) garante não recorrer a
outras opções.

Estes dados encontram-se alinhados com a plataforma de dados Agricola (2016), a qual
divulgou que os supermercados são o local de preferência para a realização de
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consumidor e evolução no mercado português

compras, quer no meio rural (52,0%) quer no meio urbano (66,0%). Relativamente às
compras online, estas não ultrapassam os 2,0% dos inquiridos, quando questionados
sobre a frequência mensal de compras nestas plataformas.

4.2.3. Perceção e atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções


associadas à sustentabilidade

De seguida encontra-se representada na Figura 18, os resultados dos inquiridos


quando questionados sobre o hábito de observar as embalagens alimentares e analisar
a presença de símbolos e menções associadas à sustentabilidade dessas embalagens
(Questão 4).

Hábito de observar as embalagens e analisar a presença de


símbolos e menções sustentáveis

Muito Frequentemente 14,0%

Frequentemente 26,70

Raramente 26,2%

Muito Raramente 19,5%

Nunca 8,6%

0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0

Figura 18 – Distribuição (%) dos inquiridos de acordo com o hábito de observar as embalagens alimentares e
analisar a presença de símbolos e menções associadas à sustentabilidade das embalagens

É possível constatar que uma grande parte dos inquiridos, ou seja 26,7 % (n=59),
tem o hábito de observar os referidos aspetos Frequentemente; porém, também uma
dimensão da amostra idêntica à anterior afirma que Raramente tem o hábito de observar
aspetos como, os símbolos e menções sustentáveis, nas embalagens alimentares,
reunindo 26,2 % (n=58). Apenas 14,0% (n=31) da amostra estudada revela ter um hábito
assíduo de observar estes elementos nas embalagens alimentares; enquanto a minoria
da presente amostra revela Nunca observar estes elementos, a qual corresponde a
8,6% (n=19) dos indivíduos inquiridos.
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consumidor e evolução no mercado português

Na Tabela 13 encontra-se a distribuição do hábito que os consumidores têm em


observar as embalagens alimentares e analisar a presença de símbolos de acordo com
as classes etárias e o género.

Tabela 13 - Distribuição % (n) do hábito que os consumidores têm em observar as embalagens alimentares e analisar a
presença de símbolos de acordo com o género e classes etárias

Muito
Muito
Nunca Raramente Frequentemente Frequente-
raramente
mente
18 - 24 20,0% (6) 23,3% (7) 26,7% (8) 30,0% (9) 0
25 - 44 7,4% (9) 19,7% (24) 25,4% (31) 25,4% (31) 22,1% (27)
Classes
45 – 60 8,7% (4) 15,2% (7) 34,8% (16) 32,6% (15) 8,7% (4)
Etárias
61 - 75 0 36,4% (4) 27,3% (3) 36,4% (4) 0
76 - 90 0 100% (1) 0 0 0

Feminino 6,8% (8) 19,5% (23) 25,4% (30) 31,4% (37) 16,9% (20)
Género
Masculino 12,0% (11) 21,7% (20) 30,4% (28) 23,9% (22) 12,0% (11)

Analisando a Tabela 13, é possível verificar uma maior concentração de respostas


da variável em análise no grupo etário compreendido entre os 25 e os 44 anos. Cerca
de 12,2% (27) e 1,8% (4) dos participantes em estudo, pertencentes ao grupo etário 25-
44 e 18-24 afirmam observar muito frequentemente as embalagens alimentares,
respetivamente. Já 4,1% (9) e 2,7% (6) dos participantes inquiridos do grupo etário 24
a 44 anos e do grupo etário 18 a 24 anos, respetivamente, assumem não observar e
analisar as informações contidas nas embalagens alimentares.
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consumidor e evolução no mercado português

Na Tabela 14 encontra-se apresentada a relação entre a variável, frequência de


compra de alimentos que são consumidos em casa e a variável, hábito de observar as
embalagens alimentares e analisar os símbolos e menções associados à
sustentabilidade dessas embalagens.

Tabela 14 - Estudo da relação entre a frequência de compra dos alimentos e o hábito de observar as embalagens

Hábito de observar as embalagens alimentares (símbolos e menções sustentáveis)

Muito Muito
Rara- Frequen-
Nunca raram- Frequen- Total Valor (p)
mente temente
ente mente

Frequência Rara- C 6 13 6 4 2 31

compra mente CE 2,8 6,3 8,6 8,7 4,6 31,0

dos Frequen- C 7 22 35 29 9 102


alimentos temente CE 9,2 20,9 28,2 28,7 15,1 102,0

Muito C 6 8 17 26 20 77 <0.001

Frequen-
CE 7,0 15,8 21,3 21,6 11,4 77,0
temente
C 19 43 58 59 31 210
Total
CE 19,0 43,0 58,0 59,0 31,0 210,0
C – Contagem; CE – Contagem esperada

Para apurar a relação entre as duas variáveis mencionadas acima, foi aplicado o
teste do Qui-quadrado a partir do qual é possível concluir que há evidência estatística
que nos permite rejeitar com 95% de confiança a hipótese de que as 2 variáveis em
estudo são independentes, com um valor de p de 0.001 (p<0.05); ou seja, é possível
afirmar que o hábito de observar as embalagens alimentares e analisar a presença de
símbolos e outras menções associadas à sustentabilidade se encontram dependentes
da frequência com que os consumidores realizam as compras de alimentos para as suas
casas.

O facto de as duas variáveis acima se encontrarem relacionadas podem traduzir o


facto de que, ida frequente do consumidor ao supermercado ao longo do tempo pode
se facto desenvolver o seu interesse e aptidão na observação e interpretação da
informação presente na embalagem (símbolos e menções sustentáveis).
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consumidor e evolução no mercado português

De seguida, na Tabela 15, encontra-se refletido um conjunto de dados relativo ao


conhecimento dos consumidores face ao significado /interpretação de diversos símbolos
ecológicos (Questão 5).

Tabela 15 - Distribuição dos inquiridos % (n) de acordo com o seu conhecimento relativamente ao significado dos
símbolos nas embalagens alimentares (símbolo do ecoponto azul, verde e amarelo, símbolo da reciclagem, selo do
copo e garfo, símbolo ponto verde, identificação material - PET, FSC)

Não sei/
Não Conheço Conheço Conheço Conheço Não quero
conheço pouco moderadamente razoavelmente plenamente responder

64,3%
0,9% (2) 2,3% (5) 9,0% (20) 18,1% (40) 0
(142)

4,1% (9) 7,7% (17) 11,3% (25) 29,9% (66) 41,6% (92) 0

6,3% (14) 16,3% (36) 12,2% (27) 24,9% (55) 34,8% (77) 0

10,4%
15,8% (35) 10,9% (24) 26,4% (58) 31,2% (69) 0
(23)

20,4%
23,1% (51) 12,2% (27) 22,2% (49) 16,7% (37) 0
(45)

27,6%
22,6% (50) 14,0% (31) 16,7% (37) 13,1% (29) (1) 0,5%
(61)

Ao fazer uma breve leitura dos dados acima refletidos é possível perceber que a
identificação de material PET e FSC®, são os que reúnem um maior grau de
desconhecimento, respetivamente 20,4 % e 27,6 % ou de pouco conhecimento,
respetivamente 23,1 % e 22,6 %. O símbolo dos ecopontos destaca-se perante o
conjunto de respostas obtidas, no qual grande parte dos inquiridos (64,3%) afirmam que
conhecem plenamente o respetivo símbolo. Também o símbolo da reciclagem se
destacou, no qual 41,6% dos inquiridos afirmam conhecer este símbolo plenamente.
Relativamente ao símbolo do Copo e Garfo e ao símbolo do Ponto Verde, estes
apresentam uma grande proximidade nos seus dados, onde a grande parte dos
inquiridos afirmam deter pleno conhecimento do objetivo dos mesmos, correspondendo
respetivamente a 34,8% e a 31,2% da amostra estudada.

De acordo com Boesen et al., (2019) vários estudos têm sido realizados na tentativa
de obter evidências acerca da discrepância entre indivíduos face ao seu comportamento
de compra e reciclagem de embalagens. Fatores como género, consciência ambiental,
preocupações com questões da sociedade e atitude positiva em relação às questões
ambientais são de facto elementos diferenciadores e com forte impacto na perceção do
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

consumidor. Uma das justificações encontradas para a falta de conhecimento dos


consumidores pode-se resumir ao facto de nos últimos anos ter surgido uma grande
variedade de rótulos ambientais e eco rótulos, culminado com a pequena difusão destes
novos conceitos relacionados com a sustentabilidade (Boesen et al., 2019).

Com o intuito de determinar a relação estatística que existe entre as variáveis,


conhecimento dos símbolos presentes nas embalagens e o nível de escolaridade, foi
aplicado o teste do Qui-quadrado com vista a averiguar se estas variáveis estabelecem
algum tipo de relação entre si. O valor de p da relação de cada um dos seis símbolos
questionados com o nível de escolaridade, encontram-se representados na Tabela 16.

Tabela 16 - Aplicação do teste de Qui-quadrado para avaliar a


dependência a entre o conhecimento dos símbolos presentes nas
embalagens e o nível de escolaridade

Valor de prova (p)

Nível de escolaridade

<0.001

<0.001

<0.001

<0.001

0.03

0.068

Tal como mencionado ao longo da revisão da literatura, existe um vasto conjunto de


selos, certificados e logótipos com referências ambientais, ecológicas e sustentáveis.
Porém, é importante relembrar e ter em consideração que nem toda a população tem
conhecimentos nesta área, acabando apenas por captar alguns conceitos em virtude do
dia-a-dia, como por exemplo através de campanhas publicitárias por parte das próprias
marcas.

Após a aplicação do teste do Qui-quadrado é possível verificar, através da Tabela


16, que o símbolo dos ecopontos, o símbolo da reciclagem, do copo e garfo e SPV
apresentam um valor de p inferior a 0.001; ou seja, uma vez que este valor se apresenta
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

inferior a 0.05, há evidência estatística que nos permite rejeitar, com 95% de confiança,
a hipótese de que o conhecimento dos referidos símbolos é independente do nível de
escolaridade, logo são dependentes. Além disto, torna-se relevante mencionar que
estes símbolos são na prática os conhecidos e os mais abordados nas embalagens dos
produtos alimentares.

Estes resultados encontram-se de acordo com os dados por nós obtidos no primeiro
estudo que integra a presente dissertação, ao longo da extensão do ponto 4.1., no qual
é possível verificar, na Tabela 15, que o símbolo do ecoponto e o SPV são os mais
conhecidos.

Relativamente ao símbolo PET, este apresenta um valor de p igual a 0.03; ou seja,


uma vez que este valor se apresenta inferior a 0.05, há evidência estatística que nos
permite rejeitar, com 95% de confiança, a hipótese de que o conhecimento do referido
símbolo é independente do nível de escolaridade, logo são dependentes. No que
respeita a certificação FSC, esta apresenta um valor de significância de 0.068. Como o
valor de p>0.05 existe evidência estatística que nos permite aceitar com 95% a hipótese
de que as duas variáveis são independentes uma da outra.

Tendo em conta os resultados estatísticos obtidos, uma vez que na maioria das
relações concretizadas entre o conhecimento dos diferentes símbolos e o nível de
escolaridade, há evidência estatística que nos permite rejeitar a hipótese de que
estas duas variáveis são independentes, podemos concluir que um maior nível de
escolaridade se encontra relacionado com um maior conhecimento.
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Na Figura 20, encontram-se refletidos um conjunto de dados relativos a 8 afirmações


colocadas no inquérito sobre as quais foi pedido o grau de concordância dos
consumidores, numa escala de cinco pontos, desde Discordo Plenamente a Concordo
Plenamente e adicionalmente foi colocada a opção, Sem Opinião (Questão 6).

1. É importante para mim que a embalagem 2. Recorro aos símbolos do ecoponto para fazer
indique que é feita de material reciclado. a separação das embalagens.

3. A certificação FSC® é um critério relevante na 4. Deito fora as embalagens alimentares no lixo


escolha do produto. indiscriminado.
FCUP | FCNAUP 59
Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

5. Saber que o material da embalagem é 6. Opto pelo produto mais barato


reciclável altera o meu comportamento, independentemente de qualquer mensagem do
motivando-me a reciclar. material sustentável.

7. A indicação no rótulo “100% plástico 8. Compro embalagens maiores para reduzir o


reciclado” é positiva para a minha decisão de impacto da embalagem.
compra.

Legenda:

Figura 19 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o seu grau de concordância face às afirmações expostas
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Na Figura 19 é possível observar um conjunto de oito gráficos circulares, os quais


descrevem o comportamento e atitude do consumidor face às diversas situações a que
são sujeitos no seu dia-a-dia (apresentado nas oito afirmações):
É possível verificar que grande parte dos consumidores inquiridos 41,6%, Concordam
moderadamente sobre a importância que a embalagem indique que é feita de material
reciclado; sendo que, apenas 2,7% dos inquiridos Discordam plenamente. Os
consumidores revelaram Concordar plenamente em recorrer aos símbolos do ecoponto
para fazer a separação das embalagens. Esta realidade corresponde a 38,00% da
presente amostra. Os consumidores afirmaram que Concordam moderadamente sobre
o facto de a certificação FSC ser um critério relevante na escolha do seu produto,
correspondendo a 20,8% dos inquiridos. Porém, contrariamente a esta realidade,
também uma percentagem considerável da amostra (10,9%) em estudo assume
Discordar moderadamente sobre a relevância desta certificação no momento das suas
compras. Esta última realidade estará fortemente relacionada ao facto de a maioria da
amostra estudada não conhecer ou conhecer pouco esta certificação, como
apresentado na Tabela 15.

Grande parte dos consumidores, que corresponde a 31,2% afirmou Discordar


moderadamente da realidade de colocar fora as embalagens no lixo indiscriminado.

Quando questionados acerca da natureza do material da embalagem, 31,1%


consumidores revelaram, Concordar moderadamente em saber que o material da
embalagem, ao ser reciclável, altera os seus comportamentos, motivando-os a reciclar.
Quando questionados sobre o preço do produto alimentar um número considerável dos
consumidores inquiridos (28,5%) afirmou Concordar moderadamente em optar pelo
produto mais barato independentemente de qualquer menção de maior sustentabilidade
do material da embalagem. Relativamente às menções de cariz sustentável, 38,9% dos
consumidores afirmaram que Concordam moderadamente com o facto de que a
presença no rótulo da mensagem “100% plástico reciclado” é positiva para a sua
decisão de compra. Por fim, 36,7% dos consumidores Concordam moderadamente que
compram embalagens maiores para reduzir o impacto da embalagem.

De um modo geral pode-se retirar uma conclusão positiva às respostas dadas pelos
consumidores às afirmações anteriores, pois as respostas mostraram que a maioria dos
inquiridos inseridos na amostra estudada detêm uma atitude positiva face ao impacto
ambiental que as boas práticas assumem nesta temática.
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Os resultados obtidos encontram-se alinhados com os resultados evidenciados no


estudo realizado por (Boesen, Bey, & Niero, 2019) sobre o consumo sustentável e
produção de embalagens de alimentos e bebidas, no qual após abordarem os
consumidores denotaram, de um modo geral, um baixo conhecimento da existência de
alguns rótulos, porém era percetível a interpretação do conceito de sustentabilidade e a
importância da sua prática.
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

4.2.4. Caraterização do consumidor relativa aos aspetos relacionados com a


conservação, conveniência e sustentabilidade

Na Figura 20, encontram-se refletidos um conjunto de dados relativos a 8 afirmações


colocadas no inquérito sobre as quais foi determinado o grau de concordância dos
consumidores, numa escala de cinco pontos, desde Discordo Plenamente a Concordo
Plenamente e adicionalmente foi colocada a opção, Sem Opinião (Questão 7).

1. Não tenho hábito de verificar a data-limite de 2. O preço baixo é o principal critério na minha
consumo escolha

3. Reaproveito as embalagens dando-lhes outro 4. Tendo a opção do produto embalado em


fim vidro, plástico e metal, escolho o de plástico
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consumidor e evolução no mercado português

6. Considero as embalagens de plástico mais


5. É seguro reutilizar embalagens de alimentos
convenientes

8. Aquiro sempre as embalagens que mais me


7. Prefiro o açúcar embalado em plástico a papel
convêm, independentemente da sua natureza

Legenda:

Figura 20 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o seu grau de concordância face às afirmações expostas
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consumidor e evolução no mercado português

Na Figura 20 é possível observar um conjunto de oito gráficos circulares, os quais


descrevem a atitude do consumidor face às diversas situações a que são sujeitos no
seu dia-a-dia.
É possível verificar que grande parte dos consumidores inquiridos 40,6%, Discordam
plenamente quando questionados sobre a ausência de hábitos de verificar as datas-
limite de consumo; sendo que, 15,5% dos inquiridos Concorda plenamente com o facto
de não observar este parâmetro nas embalagens.

Quando questionados sobre o preço dos produtos cerca de 34,8% dos consumidores
revelaram Concordar moderadamente em recorrer aos preços mais baixos. Já 20,8%
dos consumidores assume Discordar plenamente em utilizar este critério nas suas
compras.

Os consumidores, quando questionados acerca do reaproveitamento das embalagens


alimentares, dando-lhes outro fim, 43,5% afirmaram que Discordam moderadamente
com esta prática, enquanto 12,6% dos consumidores Discordam plenamente.

Cerca de 37,7% dos consumidores afirmou Discordar plenamente em optar por um


produto embalado em plástico quando o mesmo estivesse disponível também em vidro
e metal. Apenas 5,3% dos consumidores presentes neste estudo afirmaram Concordar
plenamente com esta opção.

Quando questionados sobre a potencial segurança em reutilizar embalagens de


alimentos cerca de 23,2% e 24,2% dos consumidores inquiridos, afirmaram Discordar
plenamente e Discordar moderadamente, respetivamente. Enquanto 27,5% dos
consumidores Concordam moderadamente que é seguro reutilizar este tipo de
embalagens.

Relativamente conveniência das embalagens de plástico, a maioria dos inquiridos


afirmou discordar desta hipótese (34,3% e 24,6% Discordam plenamente e Discordam
moderadamente, respetivamente). Enquanto 19,8% Concorda moderadamente que as
embalagens de plástico são mais convenientes.

Quando questionados pela preferência de açúcar embalado em plástico ao invés de


papel, a grande maioria dos inquiridos afirmou discordar desta realidade (58,5% e 18,4%
Discordam plenamente e Discordam moderadamente, respetivamente). Apenas 1,4%
dos inquiridos Concordam plenamente com a preferência da embalagem de plástico.
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consumidor e evolução no mercado português

Por fim, quando questionados acerca da aquisição de embalagens de acordo com a sua
conveniência, independentemente da sua natureza 22,7% dos consumidores afirmou
Discordar plenamente desta afirmação. Apenas 5,8% adquire as embalagens que mais
lhes convém, Concordando plenamente.

Analisando de um modo global as respostas às oito afirmações anteriores é possível


verificar uma tendência de hábitos ecológicos e sustentáveis. Os consumidores quando
confrontados com questões mais ecológicas demonstraram ter sensibilidade e uma
consciencialização crescente perante decisões que afetam o seu dia-a-dia.

Com vista a avaliar a perceção do consumidor relativa à conservação e durabilidade


dos alimentos, foram considerados um conjunto de onze produtos alimentares,
pertencentes a categorias distintas de produtos (com diferentes graus de
perecibilidade). Os consumidores foram questionados (Questão 8) sobre as suas
práticas após ultrapassar a data de durabilidade dos produtos alimentares
mencionados, após uma semana e após um mês do fim da data de durabilidade
presente na embalagem dos mesmos, representados, respetivamente, nas Figura 21 e
na Figura 22.

Colocação do produto alimentar ao lixo após ultrapassar 1 semana


a data de durabilidade mencionada na embalagem

Maionese 107 85 15
Tabelete de chocolate 25 154 28
Leite pasteurizado 158 45 4
Leite UHT 105 99 3
Ervilhas congeladas 22 154 31
N
Iogurte 56 145 6
Bebida Refrigerante 32 147 28
Carne picada pré-embalada 150 52 5
Canela moída 28 123 56
Alface cortada pré-embalada 124 77 6
Arroz 7 148 52
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Deito fora Não deito fora Não vejo a data

Figura 21 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o hábito de colocar o produto alimentar ao lixo após ser
ultrapassada a sua data de durabilidade em uma semana
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Colocação do produto alimentar ao lixo após ultrapassar 1 mês a data


de durabilidade mencionada na embalagem

Maionese 141 52 14
Tablete de chocolate 61 118 28
Leite pasteurizado 188 16 3
Leite UHT 163 42 2
Ervilhas congeladas 55 122 31
Iogurte 150 53 4 N
Bebida Refrigerante 72 109 26
Carne picada pré-embalada 197 82
Canela moída 48 105 54
Alface cortada pré-embalada 188 15 4
Arroz 30 127 50
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Deito fora Não deito fora Não vejo a data

Figura 22 - Distribuição dos inquiridos de acordo com o hábito de colocar o produto alimentar ao lixo após ser
ultrapassada a sua data de durabilidade em um mês

É possível verificar uma coerência na correspondência dos produtos que o consumidor


“deita fora”, “não deita fora” e “não vê a data”, quer para uma semana após a data de
durabilidade do produto mencionada na embalagem quer após um mês.

Relativamente aos produtos que o consumidor admitiu deitar fora após 1 semana da
data indicada na embalagem assinala-se: em primeiro com maior frequência, o leite
pasteurizado, reunindo 71,5% (n=158) dos inquiridos, em segundo a carne picada pré-
embalada que abrangeu 67,9% (n=150) dos inquiridos e em terceiro, a alface cortada
pré-embalada a qual reuniu 56,1% (n=124) do total de respostas dos consumidores
inquiridos (Figura 21).

Relativamente aos produtos alimentares que os consumidores inquiridos afirmaram que


não deitaram fora após 1 semana da data indicada na embalagem, foram: em primeiro
com maior frequência as ervilhas congeladas e a tablete de chocolate, abrangendo
69,7% (n=154) das respostas, em segundo, o arroz com 67,0% (n=148) da amostra em
estudo e em terceiro, as bebidas refrigerantes a qual reuniu 66,5% (n=147) do total de
respostas dos consumidores inquiridos (Figura 21).
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No que respeita os produtos alimentares que os consumidores inquiridos afirmaram não


ver a data, foram indicados com maior frequência os seguintes produtos: a canela
moída, que reuniu 25,3% (n=56) das respostas, o arroz com 23,5% (n=52), e as ervilhas
congeladas por 14,0% (n=31) da amostra em estudo (Figura 21).

Relativamente aos produtos que o consumidor admitiu deitar fora com maior
frequência após a data de durabilidade ultrapassar um mês foram: em primeiro, a carne
picada pré-embalada, reunindo 67,9% (n=197) da amostra, em segundo a alface
cortada pré-embalada e o leite pasteurizado que abrangeu 85,1% (n=188) da amostra
em estudo (Figura 22). Foram os mesmos produtos já indicados que eram deitados fora
após 1 semana de ultrapassarem a data de durabilidade.

Relativamente aos produtos alimentares que os consumidores inquiridos afirmaram que


não deitaram fora após 1 mês da data indicada na embalagem, foram: em primeiro com
maior frequência o arroz, correspondendo a 57,5% (n=127) das respostas, em segundo,
as ervilhas congeladas com 69,7% (n=122) da amostra em estudo e em terceiro, a
tablete de chocolate, a qual reuniu 53,4% (n=118) do total de respostas dos
consumidores inquiridos (Figura 22). Estes produtos alimentares correspondem aos
mesmos produtos que os consumidores indicaram como não deitarem fora após uma
semana.

No que respeita os produtos alimentares que os consumidores inquiridos afirmaram não


ver a data, foram selecionados com maior frequência os seguintes produtos: a canela
moída, que reuniu 24,4% (n=54) das respostas, o arroz que abrangeu 22,6% (n=50), e
as ervilhas congeladas foram selecionadas por 13,6% (n=30) da amostra em estudo
(Figura 22). Foram os mesmos produtos já indicados que pelos consumidores que
afirmaram não ver a data após 1 semana de ultrapassarem a data de durabilidade.
Efetivamente os produtos sobre os quais o consumidor não tem o hábito de ver a data,
correspondem, na sua maioria, a produtos pouco perecíveis.
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consumidor e evolução no mercado português

As datas de durabilidade dos produtos alimentares constituem um elemento de


extrema importância quer no mercado de venda quer na integridade do alimento. Porém
existem dois extremos, o consumidor que têm por hábito observar esta informação, e o
consumidor que não vê a data de durabilidade do alimento. Na Figura 23 encontra-se
apresentada a frequência de respostas dadas pelos inquiridos quando questionados
quanto à interpretação da indicação: “consumir de preferência antes de…” (Questão 9).

Consumir de preferência antes de 02/09/2022

Apenas posso consumir o


26,2% alimento até 02/09/2022
39,8%
Posso consumir o alimento
depois de 02/09/2022

34,0% Uma vez aberto, tenho de


consumir o alimento até
02/09/2022

Figura 23 - Distribuição dos inquiridos de acordo com a sua interpretação relativa à indicação: Consumir de
preferência antes de 02/09/2022

A maioria da amostra em estudo, 39,8% revelou apenas poder consumir o alimento até
à data de durabilidade definida na embalagem. Enquanto 34,0% dos consumidores
inquiridos afirmou poder consumir o alimento depois da data indicada na embalagem.

Já 26,2% da amostra estudada revelou que uma vez aberto, terá de consumir o alimento
até à data indicada na embalagem.
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Na Figura 24 encontra-se apresentada a distribuição de respostas dadas perante a


indicação “consumir de preferência antes de…” (Questão 10).

Consumir até (DD/MM): 22/06

Apenas posso consumir o


alimento até 02/06/2022
28,0%
Posso consumir o
alimento depois de
02/06/2022
7,0% 65,0%
Uma vez aberto, tenho de
consumir o alimento até
02/06/2022

Figura 24 - Distribuição dos inquiridos de acordo com a sua interpretação relativa à indicação: Consumir até
(DD/MM) 22/06

Relativamente à indicação no rótulo de uma data de durabilidade de “consumir até”,


mais de metade dos inquiridos, 65,0% revelou que apenas pode consumir o alimento
até à data mencionada na embalagem e cerca de 28,0% afirma ter de consumir o
alimento até 02/06, depois de já o ter aberto (Figura 24).
Porém, cerca de 7,0% dos consumidores inquiridos revelou poder consumir o alimento
depois do fim da data-limite de consumo.

Relativamente à durabilidade dos produtos alimentares é importante realçar que se


encontram definidas duas menções (data de durabilidade mínima e data-limite de
consumo) como menções obrigatórias para determinados géneros alimentícios, de
acordo com o nº1, da alínea f), do artigo 9º do Regulamento (EU) Nº 1169/2011, do
Parlamento Europeu e do Conselho de 25 de outubro de 2011, relativo à prestação de
informação aos consumidores sobre os géneros alimentícios.

1) “Data-limite de consumo”, aplica-se a todos os produtos alimentares


microbiologicamente perecíveis (como a carne fresca e o peixe). Por este motivo
são alimentos suscetíveis de, após um curto período apresentarem deterioração
e degradação da sua integridade e, portanto, representar perigo para a saúde
humana. Sendo que, nestas circunstâncias aparece no rótulo do género
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alimentício a menção “consumir até”, sendo a sua comercialização proibida após


o términus da data mencionada (DGAV, 2018).
2) “A data de durabilidade mínima”, aplicável aos produtos alimentares pouco
perecíveis (como o arroz, massas, conservas, azeite, etc.) e que corresponde à
data até à qual o operador económico responsável por este produto considera que
os géneros alimentícios conservam as suas propriedades em condições de
conservação adequadas. Para esta segunda menção não existe qualquer diploma
legal que defina períodos de durabilidade mínimo em função do género
alimentício, incumbindo essa tarefa ao próprio operador, o qual é responsável por
estabelecer uma data recomendada, responsabilizando-se pela segurança do
alimento. Sendo que, neste caso aparece no rótulo do género alimentício a
menção "consumir de preferência antes de…" ou “consumir de preferência antes
do fim de…”. Não existe proibição de venda após expirar a data indicada na
rotulagem (DGAV, 2018).

De acordo com Zielinska et al. (2020), várias pesquisas têm demonstrado que os
consumidores apresentam uma maior tendência a desperdiçar intencionalmente
alimentos (nomeadamente embalagens ainda por abrir) quando estas se aproximam da
data limite de consumo devido a inseguranças que aquele alimento poderá trazer para
a sua saúde. A dificuldade que os consumidores apresentam em interpretar
corretamente as datas de “consumir de preferência antes de” e “consumir até” é
bastante notória, a qual apresenta enormes consequências relacionadas com o
desperdício alimentar e falha na rastreabilidade das embalagens.

Atualmente, existe ainda uma grande confusão relativamente à interpretação destes


dois conceitos por parte dos consumidores. A falta de conhecimento e a difusão errada
por parte das diferentes marcas dos géneros alimentícios são fatores decisivos para o
uso errado das datas de durabilidade.
Segundo Zielinska et al. (2020), os consumidores com um nível de escolaridade
compreendido no ensino superior apresentam uma maior propensão na observação da
data-limite de consumo, correspondendo a 35,9% dos consumidores inquiridos.

Com vista a determinarmos a posição do consumidor perante uma redução do tempo


de vida de produtos alimentares de seis para três meses, em prol de uma embalagem
mais sustentável, com menor impacto para o ambiente foi realizada uma pergunta aos
inquiridos com vista a determinar a sua concordância (Questão 11).
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Posição do consumidor face à redução do tempo de vida de


produtos alimentares de 6 para 3 meses

Concordo 77,2%

Nem concordo nem discordo 13,1%

Discordo 9,7%

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Figura 25 - Distribuição dos inquiridos face a uma suposta redução do tempo de vida de produtos alimentares de
6 para 3 meses

Para uma melhor interpretação dos resultados nesta questão as opções de


resposta foram agrupadas de modo a evidenciar resultados, tendo-se obtido três
opções de resposta, “Concordo”, “Nem concordo bem discordo” e “Discordo”, como
ilustrado na Figura 25.
A maioria dos inquiridos encontram-se recetivos a adquirir alimentos com a data
de durabilidade mais reduzida, reunindo 77,2% (n=159) da amostra estudada.
Apenas 9,7% dos inquiridos demonstrou discordarem a esta alteração.
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5 | CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indústria alimentar está atualmente cada vez mais orientada e adaptada aos
diferentes tipos de clientes e às suas necessidades, porém é urgente implementar
sistemas cada vez mais sustentáveis. A sustentabilidade é atualmente um eixo de
grande preocupação para o consumidor, nomeadamente no que respeita aos materiais
das embalagens de produtos alimentares. As embalagens alimentares para além de
desempenharem um papel relevante na proteção e preservação da qualidade e
segurança dos alimentos ao longo da fileira alimentar, constituem também elementos
essenciais na comunicação e serviço (facilidade de consumo) do produto alimentar. É
neste sentido que ao longo das últimas décadas têm surgido abordagens
ambientalmente mais sustentáveis ao nível das embalagens, pois a tipologia do
material, conceito e o modo de comunicação para com os consumidores, têm fortes
efeitos sobre o nível do impacto ambiental provocado.

Este estudo permitiu compreender que apesar de os resultados apresentarem uma


tendência ambientalmente positiva, o material de plástico continua a destacar-se como
sendo o material de embalagem mais utilizado, representando 51,6% das embalagens
de produtos alimentares estudadas, apresentando-se em maioria, em oito das onze
categorias. O material plástico é, ainda, sem dúvida o material mais frequente nos vários
componentes das embalagens alimentares devido às suas várias vantagens; havendo
ainda uma grande resistência à sua substituição.
Observa-se ainda uma grande estagnação da evolução da tecnologia no sentido da
sustentabilidade das embalagens; porém o período no qual decorreu o presente estudo
é relativamente curto quando comparado com o universo de produtos existentes no
mercado de retalho alimentar e com a indústria alimentar. Ainda que as conclusões por
nós retiradas se encontrem longe do preconizado, estima-se que nos próximos anos se
verifique alterações mais relevantes e sustentáveis nos materiais das embalagens dos
produtos alimentares.

No que respeita a presença de símbolos no rótulo das embalagens, em julho de 2022,


observou-se uma maior prevalência no uso de dois símbolos, os símbolos dos
ecopontos e o símbolo do ponto verde, correspondendo respetivamente a 77,6% e a
76,3% da amostra avaliada. Porém, paralelamente a esta realidade a utilização de
menções por extenso relativas a aspetos sustentáveis apenas foram identificadas em
15,3% das embalagens estudadas, havendo mesmo três das onze categorias
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consumidor e evolução no mercado português

estudadas sem qualquer menção nas suas embalagens. Isto para dizer que, embora
esta prática ainda não seja massiva, já esta enraizada nas principais marcas do
mercado alimentar. É fundamental continuar e progredir, atuando sobre a sensibilização
e consciencialização do consumidor a alertando-o para o impacto que determinados
materiais, como o plástico, e práticas nocivas representam para o meio ambiente.

A avaliação da perceção e atitude do consumidor relativa à sustentabilidade das


embalagens alimentares demonstrou que há ainda uma parte dos consumidores que
não apresenta hábitos de analisar e interpretar as informações e símbolos contidos nas
embalagens alimentares; sendo que, cerca de 8,6% da população estudada nunca
observa estas informações e 19,5% observa muito raramente. Porém, paralelamente a
esta realidade é possível constatar uma consistência ao longo dos resultados, a qual
demonstra uma consciencialização crescente dos consumidores e uma coerência nas
suas práticas, como recorrer aos símbolos do ecoponto para fazer a separação dos
resíduos e a preferência por embalagens de papel ao invés das de plástico.
O acesso facilitado aos alimentos e a confiança que o consumidor apresenta sobre a
data de durabilidade mínima, pode levar a que descarte o produto alimentar após a data
mencionada na embalagem. Cerca de 39,8% da amostra em estudo admitiu que apenas
pode consumir os alimentos até que estes atinjam a data de durabilidade mínima. Como
consequência desta atitude, ocorre um aumento do desperdício alimentar e dos
resíduos das embalagens.
Contudo, é importante ter em consideração que nem todos os consumidores
confirmam as datas mencionadas na embalagem ou que consomem conscientemente
os alimentos após alcançada a data de durabilidade mínima. Ora, esta é uma realidade
facilmente observável neste estudo, na qual à uma grande divisão da amostra em
estudo, distribuída pelas diferentes interpretações da data, sobretudo quando esta
indica “consumir de preferência antes de”. A falta de informação acerca da qualidade
que os alimentos preservam após o fim da data mencionada na embalagem poderá
constituir uma das fortes razões para o descartar do alimento, uma vez alcançada a data
de durabilidade mínima.

Esta investigação apresenta algumas limitações. Uma delas é não existir muita
informação científica publicada relativamente à evolução dos materiais de embalagens
alimentares no mercado de retalho; para além desta limitação e ainda que tenhamos
obtido resultados relativos à tendência evolutiva dos materiais das embalagens, o
período de tempo no qual decorreu o estudo foi relativamente curto. Um maior espaço
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de tempo iria certamente proporcionar resultados mais favoráveis e conclusivos face ao


crescimento dos materiais sustentáveis nas embalagens alimentares.
Outra limitação foi o facto de termos aplicado inquéritos online com perguntas de
resposta fechada, o que limitou algumas opções de resposta, não nos permitindo apurar
o verdadeiro grau de conhecimento dos consumidores quando questionados no
inquérito sobre as diversas matérias sustentáveis.

Não obstante às limitações este foi um primeiro estudo que nos permitiu recolher dados
e chegar a resultados sobre a evolução das embalagens alimentares nas superfícies de
retalho alimentar e combinar estes resultados com aquelas que são as perceções e
escolhas do consumidor.
Novos estudos devem ser implementados para avaliar a perceção do consumidor
sobre a durabilidade dos produtos alimentares de forma a reduzir o desperdício de
alimentos e os resíduos das embalagens.
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consumidor e evolução no mercado português

6 | REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares:
perceção do consumidor e evolução no mercado português

ANEXOS
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do consumidor e evolução no mercado português

Anexo I - Registo das informações para todos os produtos alimentares à exceção das frutas e legumes pré-embalados

Identificação Tipo de Componentes e materiais da embalagem


Categoria de do produto embalagem Outros aspetos
Quantidade Rótulo Local de
Marca relacionados
líquida (símbolos e Recolha
alimento (designação (quanto à com a
(gramas/ menções)
comum) estrutura) Embalagem Rótulo Tampa sustentabilidade
litros)
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Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do
consumidor e evolução no mercado português

Anexo II - Inquérito por questionário

Avaliação da perceção e atitude do


consumidor atual sobre a
sustentabilidade das embalagens
alimentares
O presente questionário integra o projeto de dissertação no Mestrado em Ciências
do Consumo e Nutrição da Universidade do Porto, que pretende investigar as perceções
e atitudes do consumidor atual sobre a sustentabilidade das embalagens alimentares,
focando nos símbolos e menções associadas à sustentabilidade presentes das
embalagens alimentares bem como na relação do eixo sustentabilidade com outros
eixos como da conservação e conveniência.
A participação no estudo é voluntária, sendo a desistência possível a qualquer
altura. Toda a informação recolhida é anónima e confidencial, sendo os dados
apenas utilizados para fins científicos.
O preenchimento deste questionário dura cerca de 8 minutos. Pode contactar a
autora através do e-mail up202000420@fc.up.pt.
Agradecemos a sua colaboração.
*Obrigatório

A. Consentimento

1. Li e aceito responder a este inquérito.*


Selecionar apenas 1 círculo
1О Sim
0О Não

B. Hábitos de Compra de Produtos Alimentares Pré-embalados

Definição
Produto alimentar pré-embalado - Um produto considera-se pré-embalado quando é colocado
numa embalagem de qualquer natureza, fora da presença do comprador e de tal modo que a
quantidade de produto contida na embalagem tenha um valor previamente escolhido e não possa
ser alterada sem que a embalagem seja aberta ou sofra uma alteração percetível (de acordo
com Regulamento UE 1169/2011).
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consumidor e evolução no mercado português

2. Com que frequência compra os alimentos que são consumidos em sua


casa? *
Selecionar apenas 1 círculo

0О Nunca
1О Raramente
2О Frequentemente
3О Muito Frequentemente

3. Qual o tipo de estabelecimento utilizado e com que frequência são


realizadas as compras de alimentos pré-embalados para consumo em sua
casa? *
Selecionar apenas 1 círculo por linha

Menos do 2–6
1 vez/ 2 -3 vezes/ 1 vez/ Todos os
Nunca que 1 vezes/
mês mês semana dias
vez/ mês semana
Minimercados/
0О 1О 2О 3О 4О 5О 6О
Mercerias
Supermercados/
0О 1О 2О 3О 4О 5О 6О
Hipermercados
Lojas online 0О 1О 2О 3О 4О 5О 6О
Outro(s) 0О 1О 2О 3О 4О 5О 6О

C. Perceção e atitude do consumidor relativa aos símbolos e menções


associadas à sustentabilidade
4. Tem o hábito de observar as embalagens alimentares e analisar a presença
de símbolos e menções associados à sustentabilidade dessas
embalagens? *
Selecionar apenas 1 círculo

0О Nunca
1О Muito Raramente
2О Raramente
3О Frequentemente
4О Muito Frequentemente

5. Avalie o seu conhecimento relativamente ao significado dos seguintes


símbolos nas embalagens alimentares. *
Selecionar apenas 1 círculo por linha
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consumidor e evolução no mercado português

Não Conheço Conheço Conheço Conheço


Sem opinião
conheço pouco moderadamente razoavelmente plenamente

0О 1О 2О 3О 4О 5О

0О 1О 2О 3О 4О 5О

0О 1О 2О 3О 4О 5О

0О 1О 2О 3О 4О 5О

0О 1О 2О 3О 4О 5О

0О 1О 2О 3О 4О 5О

6. Avalie o seu grau de concordância com as afirmações seguintes relativas


à decisão de compra de produtos alimentares pré-embalados: *
Selecionar apenas 1 círculo por linha

Discordo Concordo
Discordo Nem discordo Concordo
moderadament moderadament
plenamente nem concordo plenamente
e e

É importante para mim


que a embalagem indique
que é feita de material 0О 1О 2О 3О 4О
reciclado

Recorro aos símbolos de


ecoponto para fazer a 0О 1О 2О 3О 4О
separação dos materiais
A certificação FSC
(gestão de floresta
sustentável) é um critério 0О 1О 2О 3О 4О
relevante na escolha do
produto
Deito fora as embalagens
alimentares no lixo 0О 1О 2О 3О 4О
indiscriminado

Saber que o material da


embalagem é reciclável
altera o meu 0О 1О 2О 3О 4О
comportamento,
motivando-me a reciclar
Opto pelo produto mais
barato 0О 1О 2О 3О 4О
independentemente de
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qualquer mensagem de
maior sustentabilidade

A indicação no rótulo
"100% plástico reciclado"
é positivo para a minha 0О 1О 2О 3О 4О
decisão de compra

Compro embalagens
maiores para reduzir o 0О 1О 2О 3О 4О
impacto da embalagem

D. Perceção e atitude do consumidor face aos eixos conservação,


conveniência e sustentabilidade
7. Avalie o seu grau de concordância com as afirmações seguintes relativas
à decisão de compra de produtos alimentares pré-embalados: *
Selecionar apenas 1 círculo por linha

Concordo
Discordo Discordo Nem discordo Concordo Sem
moderada-
plenamente moderadamente Nem concordo plenamente opinião
mente

Não tenho o hábito


de verificar a data 0О 1О 2О 3О 4О 5О
limite de consumo
Adquiro sempre as
embalagens que
mais me convêm, 0О 1О 2О 3О 4О 5О
independentement
e da sua natureza
O preço baixo é o
principal critério na 0О 1О 2О 3О 4О 5О
minha escolha
Reaproveito as
embalagens dos
0О 1О 2О 3О 4О 5О
alimentos dando-
lhes outro fim
Tendo opção do
produto embalado
em vidro, plástico e 0О 1О 2О 3О 4О 5О
metal, escolho a de
plástico
É seguro reutilizar
embalagens de 0О 1О 2О 3О 4О 5О
alimentos
Verifico sempre a
data limite de
consumo dos 0О 1О 2О 3О 4О 5О
iogurtes
Considero as
embalagens de
plástico mais 0О 1О 2О 3О 4О 5О
convenientes
Prefiro o açucar
embalado em
plástico do que em 0О 1О 2О 3О 4О 5О
papel
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consumidor e evolução no mercado português

8. Considerando que o produto ainda não foi aberto. Após ultrapassar 1


SEMANA da data indicada na embalagem, deito fora o produto? E passado 1
MÊS? *
Selecionar apenas 1 círculo por linha

Após ultrapassar 1 Semana Após ultrapassar 1 Mês

Não vejo a Não vejo a


Sim Não Sim Não
data data

Arroz 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Alface cortada pré-
embalada 1О 2О 1О 2О 3О

Canela moída 1О 2О 3О 1О 2О 3О
Carne picada pré-
embalada 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Bebida refrigerante 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Iogurte 1О 2О 3О 1О 2О 3О
Ervilhas
congeladas 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Leite UHT 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Leite pasteurizado 1О 2О 3О 1О 2О 3О
Tabelete de
chocolate 1О 2О 3О 1О 2О 3О

Maionese 1О 2О 3О 1О 2О 3О

9. Qual a sua interpretação perante a seguinte indicação? *

1О Apenas posso consumir o alimento até 02/09/2022.


2О Posso consumir o alimento depois de 02/09/2022.
3О Uma vez aberto, tenho de consumir o alimento até 02/09/2022.
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consumidor e evolução no mercado português

10. Qual a sua interpretação perante a seguinte indicação? *

1О Apenas posso consumir o alimento até 22/06.


2О Posso consumir o alimento depois de 22/06.
3О Uma vez aberto, tenho de consumir o alimento até 22/06.

11. Qual a sua posição face à redução do tempo de vida de produtos


alimentares de 6 meses para 3 meses, utilizando materiais de embalagem
mais sustentáveis? *
Selecionar apenas 1 círculo

0О Discordo plenamente
1О Discordo moderadamente
2О Nem discordo/ Nem concordo
3О Concordo moderadamente
4О Concordo plenamente
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E. Dados Sociodemográficos

12. Indique a sua idade (em anos) *


_______________________________

13. Indique o seu sexo*


1О Feminino
2О Masculino

14. Indique a sua nacionalidade

_______________________________

15. Indique o seu concelho de residência

_______________________________

16. Indique o seu nível de escolaridade*


Selecionar apenas 1 círculo.

0О Nenhum
1О 1º ciclo do ensino básico (4º ano de escolaridade)
2О 2º ciclo do ensino básico (6º ano de escolaridade)
3О 3º ciclo do ensino básico (9º ano de escolaridade)
4О Ensino secundário (12º ano de escolaridade)
5О Curso profissional
6О Licenciatura/Bacharelato
7О Mestrado/Doutoramento

17. Número de elementos do agregado familiar (incluindo o próprio) *

_______________________________

Obrigada pela sua participação!


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Anexo III – Registo de informação recolhida em julho 2021 relativa ao estudo da evolução recente das
embalagens alimentares no mercado de retalho português

Tipo de Outros aspetos *Material


Componentes e materiais da embalagem
embalagem Rótulo relacionados com embalagem Local de
Marca Quantidade
(quanto à Palha e (símbolos) a sustentabilidade secundária recolha
líquida Embalagem Rótulo Tampa
estrutura) proteção (menções…) (e.g. packs)
ÁGUA MINERAL NATURAL E NASCENTE
EcoAm, SPV,
33 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA ND Plástico (1) (2), (3)
PET, SR
EcoAm, SPV,
75 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA ND NA (2), (3)
PET, SR
EcoAm, SPV,
1,5 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA ND Plástico (1) (2)
PET, SR
Luso
EcoAm, SPV, (1) (2)
7L Garrafão Plástico Papel Plástico NA ND NA
PET, SR
Cartão EcoAm, EcoAz, (1) (2)
10 L Box/Caixa Impressão Plástico NA ND NA
Multimaterial SPV, FSC®
EcoAm, SPV, (1) (2)
5,4 L Garrafão Plástico Papel Plástico NA ND NA
PET, SR
“Garrafa com 25%
EcoAm, SPV,
1,5 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA de plástico Plástico (1) (2), (3)
FSC®
reciclado”
Serra da Estrela
“Garrafão com
6L Garrafão Plástico Plástico Plástico EcoAm, SPV 100% plástico NA (2), (3)
reciclável”
(1) (2), (3)
50 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND Cartão

(1) (2), (3)


1,0 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA
Fastio
(1) (2), (3)
1,5 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND Plástico

2,5 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (2)


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6L Garrafão Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (2)

33 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (1) (2), (3)

75 cL Garrafa Vidro Papel Metal NA EcoVd, SPV ND NA (1) (2), (3)

50 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (2)


Vitalis
(1) (2), (3)
75 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SPV ND NA

(1) (2), (3)


1,5 L Garrafão Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND Plástico

6L Garrafão Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (2), (3)

Vimeiro 1,5 L Garrafão Plástico Papel Plástico NA EcoAm, SPV ND Plástico (2), (3)
“Embalagem 100% (1) (2), (3)
34 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SPV reciclada e Plástico
reciclável”
“Embalagem 100% (1) (2), (3)
72 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SPV reciclada e Plástico
reciclável”
Monchique
“Embalagem 100%
1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SPV reciclada e NA (2), (3)
reciclável”
“Embalagem 100%
5L Garrafão Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SPV reciclada e NA (1) (2), (3)
reciclável”

VOSS 80 cL Garrafa Vidro Impressão Plástico NA SR ND NA (2)

33 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND NA (2)

Pingo Doce 50 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND Plástico (2)

6,0 L Garrafões Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND NA (2)


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URSU 6,0 L Garrafão Plástico Plástico Plástico NA ND ND NA (2), (3)

Penacova 33 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA FSC® ND Plástico (3)

Auchan 33 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND NA (3)

EcoAm, SPV,
Healsi 55 cL Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND NA (1), (2)
FSC®
REFRIGERANTES

SPV, PET, (1) (2), (3)


Santal 1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA ND NA
EcoAm
(1) (2), (3)
1,5 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm ND NA

Trina
27,5 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)

33 cL Lata Metal Impressão Metal NA SPV, EcoAm ND NA (1)

1,5L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1), (2)

Joy
“Metal recicla-se
33 cL Lata Metal Impressão Metal NA SPV, EcoAm NA (1), (2)
para sempre”

SPV, EcoAm,
1L Multimaterial Multimaterial Impressão Plástico NA ND NA (1), (2), (3)
FSC®
B!
SPV, EcoAm,
400 mL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA ND NA (1), (2)
FSC®

Brisa 1L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND Plástico (2)

1,75 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)
7up free
1,25 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND Plástico (2)
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50 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm “100% reciclável” NA (2)


33 cL Lata Alumínio Impressão Alumínio NA SPV, EcoAm ND Plástico (1) (2), (3)

1,75 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1) (2), (3)

1L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm “Recicla-me, tenho Plástico (1) (2), (3)
25% de plástico
Coca Cola 50 cL garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm reciclado” NA (2)

20 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1)


Zero açúcar
Metal Metal (1) (2), (3)
33 cL Lata Impressão NA SPV, EcoAm Plástico
Light (alumínio) (alumínio)
Metal Metal (1) (2), (3)
15 cL Lata Impressão NA SPV, EcoAm Cartão
Original (alumínio) (alumínio) “Recicla-me, sou
Metal 100% reciclável” (1) (2), (3)
1L Garrafa Vidro Papel NA SPV, EcoAm NA
(alumínio)
Metal (1) (2), (3)
20 cL Garrafa Vidro Plástico NA SPV, EcoAm Papel
(alumínio)
1,75 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
Símbolo: 100%
reciclável
Pepsi 1L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2)

Metal Metal
33 cL Lata Impressão NA SPV, EcoAm ND Plástico (1), (2), (3)
(alumínio) (alumínio)
1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1), (2), (3)
“100% reciclável
com pelo menos
1L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
25% de plástico
reciclado”
Fanta “Por favor, recicla-
50 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (2)
me”

33 cL Lata Metal Impressão Metal NA SPV, EcoAm Plástico (1), (2)


“100% reciclável”
15 cL Lata Metal Impressão Metal NA SPV, EcoAm Cartão (1), (2)

1,75 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
Sumol “100% reciclável”
1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
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“Não me trates
1,25 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm como lixo, recicla- NA (1), (2), (3)
me”
Metal Metal “100% reciclável”
33 cL Lata Impressão NA SPV, EcoAm Plástico (1), (2), (3)
(alumínio) (alumínio)

Nestea 1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm “100% reciclável” NA (1), (2)

2,0 L Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA PET, EcoAm ND NA (1), (2), (3)

1,5 L Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA PET, EcoAm ND NA (1)

1,0 L Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA PET, EcoAm ND NA (1), (2), (3)

Lipton 50 cL Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA PET, EcoAm ND NA (1), (2), (3)
IceTea
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® ND NA (1), (2), (3)

Plástico
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio EcoAm, FSC® ND Plástico (1), (2), (3)
Plástico

25 cL Lata Metal Impressão Metal NA EcoAm ND Plástico (1), (2), (3)

2,0 L Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1)

0,5 L Garrafa Plástico Fita plástica Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1)


Continente
Ice Tea SPV, EcoAm,
1,5 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND NA (1)
FSC®
Papel SPV, EcoAm,
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio ND Plástico (1)
Plástico FSC®
É
2,0 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Continente

Frutis 1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1), (2)

Fresky 1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, SPV ND NA (2)


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Plástico
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio EcoAm, SPV ND Plástico (2)
Plástico

Onda refrescante 2L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm ND NA (2)

1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA (1) (2), (3)
“Embalagem 100%
reciclável, fabricada
Sprite 1,25 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm com pelo menos NA (2)
25% de plástico
reciclável”
33 cL Lata Alumínio Impressão NA NA SPV, Eco\Am Plástico (1) (2), (3)

Refrigerante
laranja 1,5 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA ND ND NA (2)
Pingo Doce

2L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm ND Plástico (2)


Cola Clássica
33 cL Lata Alumínio Impressão NA NA EcoAm ND Plástico (2)

2,0 L Garrafa Plástico Plástico NA NA EcoAm ND Plástico (2)

1,5 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® ND Cartão (2)


Iced Tea
Papel
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio EcoAm, FSC® ND Plástico (2)
Plástico

750 mL Garrafa Plástico Plástico NA NA EcoAm ND NA (1), (2), (3)

Coca Cola
33 cL Lata Metal Impressão NA NA SPV NA Plástico (3)
Auchan

Coca Cola
1,5L Garrafa Plástico Plástico Plástico Plástico SPV NA Plástico (3)
Auchan
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Coca Cola
1,5L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® EcoAm NA (3)
Auchan

Coca Cola
1,5L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm EcoAm NA (3)
Auchan

EcoAm, SPV,
Iced tea Auchan 1,5L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm NA (3)
FSC®

LEITE (PASTEURIZADO E UHT)


(1) (2), (3)
SPV, EcoAm, “Embalagem 100%
Terra Nostra UHT 1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA Plástico
FSC® reciclável”

SPV, EcoAm, (1) (2), (3)


Gresso UHT 1,0 L Pacote Multimaterial Impressão NA NA ND Plástico
FSC®
SPV, EcoAm, “Tampa de origem (1) (2), (3)
Mimosa Bem
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA FSC®, Carbon vegetal” – origem Plástico
Essencial
Trust cana-de-açúcar
(1) (2), (3)
SPV, EcoAm,
Mimosa Bem 1,0 L Garrafa Multimaterial Impressão Plástico NA ND Plástico
FSC®
Especial
Plástico (1) (2), (3)
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio SPV ND Plástico
Plástico

Sem lactose 20 cL Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA SPV, EcoAm ND Plástico (1), (2)

SPV, EcoAm,
1,0 L Garrafa Multimaterial Impressão Plástico NA ND Plástico (1) (2), (3)
FSC®
Matinal
SPV, EcoAm,
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND Plástico (1), (2)
FSC®
SPV, EcoAm,
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA FSC®, Certificado ND Plástico (1), (2)
Nova Açores APCER
Ultrapasteurizado
Papel FSC®, Certificado
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio ND NA (1)
Plástico APCER
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Ucal FSC®, Certificado “Boas embalagens


1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico Plástico NA (1) (2), (3)
Leite de pastagem APCER boas florestas”

1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® ND Plástico (1), (2)
Ucal
UHT
Plástico SPV, EcoAm,
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio ND Plástico (1)
Plástico FSC®

Plástico
Ucal 1,0 L Garrafa Plástico Papel NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)
Alumínio
Preminum
Plástico
UHT 25 cL Garrafa Plástico Papel NA SPV, EcoAm ND Plástico (1), (2)
Alumínio

SPV, EcoAm,
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND Plástico (1)
FSC®
Continente
UHT
Papel
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio SPV, EcoAm ND Plástico (1)
Plástico
“Boa embalagem
SPV, EcoAm,
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA para um planeta Plástico (1), (2)
FSC®
melhor”
Agros
Plástico
20 cL Pacote Multimaterial Impressão NA EcoAm, FSC® ND Plástico (2)
Plástico

SPV, EcoAm,
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND NA (1) (2), (3)
FSC®
Vigor
Pasteurizado
SPV, EcoAm,
0,20 cL Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA ND Plástico (1)
FSC®

Mimosa SPV, EcoAm,


1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA “Reciclável” NA (1) (2), (3)
Pasteurizado FSC®

Milhafre dos
1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® ND Plástico (2)
açores

President 1,0 L Garrafa Plástico Papel Plástico NA ND ND NA (2), (3)


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Pingo Doce 1,0 L Pacote Multimaterial Impressão Plástico NA EcoAm, FSC® ND Plástico (2)

1,0 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SR ND Plástico (2)


Pingo Doce
Sem lactose
20 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm, SR ND NA (2)

EcoAm, FSC®,
Auchan 1,0L Pacote Multimaterial papel plástico NA ND NA (3)
SPV

plástico e EcoAm, FSC®,


Auchan 20 mL Pacote Multimaterial papel metal ND NA (3)
papel SPV

Covap 1,0L Pacote Multimaterial papel plástico NA FSC®, SPV ND NA (3)

Serra leite 1,0L Pacote Multimaterial papel plástico NA FSC® ND NA (3)

LEITE ACHOCOLATADO
(1) (2), (3)
Plástico
1,0 L Garrafa Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND NA
Alumínio
Ucal
Ultrapasteurizado Plástico (1) (2), (3)
25 cL Garrafa Plástico Plástico NA SPV, EcoAm ND Cartão
E Alumínio
Esterilizado
25 cL Garrafa Vidro Papel Metal NA SPV, EcoV ND Cartão (1)

SPV, EcoAm, (1) (2), (3)


1,0 L Pacote Multimaterial Impressão NA NA ND NA
FSC®
Agros
UHT (1) (2), (3)
Plástico SPV, EcoAm,
20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio ND Plástico
Plástico FSC®

Plástico
Gresso 20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio SPV, EcoAm ND Plástico (1) (2), (3)
Plástico
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Plástico
Milka 20 cL Pacote Multimaterial Impressão Metal EcoAm ND Plástico (1)
Plástico
“Estamos
SPV, EcoAm, preocupados com o
Papel
Nesquik 20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio Rainforest ambiente por isso Papel (1), (2)
Plástico
Aliance usamos palhinha
de papel”
Plástico
Mimosa 20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio SPV, EcoAm ND Plástico (1) (2), (3)
Plástico

“Embalagem 100% (1) (2), (3)


1,0 L Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm NA
reciclável”
“Embalagem
(1) (2), (3)
fabricada com 25%
Cacaolat 20 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA SPV, EcoAm Cartão
de PET reciclável”

Papel SPV, EcoAm,


20 cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio ND Plástico (1)
Plástico FSC®

Papel
Choco kids 20cL Pacote Multimaterial Impressão Alumínio FSC® ND NA (2)
Plástico

“Garrafa mais leve


Pingo Doce 29 cL Garrafa Plástico Plástico Plástico NA EcoAm NA (2)
e reciclável”

APERITIVOS: BATATA FRITA

Cartão Plástico
175 g Pacote rígido Impressão NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)
Alumínio Alumínio
Pringles
Cartão Plástico
70 g Pacote rígido Impressão NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Alumínio Alumínio

Alumínio
282 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico

Alumínio
Lay’s 250 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Plástico
(1) (2), (3)
Alumínio
140 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
Plástico
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Alumínio (1) (2), (3)


160 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
Plástico

Alumínio
80 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2), (3)
Plástico

Alumínio
30 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND Plástico (1) (2), (3)
Plástico

Alumínio
295 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Plástico

Alumínio
282 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico

Alumínio
Ruffles 160 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)
Plástico

Alumínio
90 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (3)
Plástico

Alumínio Alumínio
30 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND (1) (2), (3)
Plástico Plástico

Alumínio
175 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Plástico
Continente
Alumínio Alumínio
30 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND (1)
Plástico Plástico

Alumínio (1) (2), (3)


400 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
Plástico
(1) (2), (3)
Alumínio
250 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
Plástico
Pála-pála
Alumínio
200 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1)
Plástico

Alumínio
180 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico
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Alumínio
200 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico

Alumínio
170 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico
Pingo doce
Alumínio
185 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)
Plástico

Alumínio
45 g Saco Impressão NA NA SPV, EcoAm ND Plástico (2)
Plástico

200 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2) (3)


Maria batata
100 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)

alumínio e
200 g saco impressão NA NA SPV, SR ND NA (3)
plástico

alumínio e
185 g saco impressão NA NA EcoAm ND NA (3)
plástico
Auchan
alumínio e
150 g saco impressão NA NA EcoAm ND NA (3)
plástico

alumínio e
100 g saco impressão NA NA SPV ND NA (3)
plástico

alumínio e
Turrells 150 g saco impressão NA NA SPV ND NA (3)
plástico

alumínio e
Sr. Basília 135 g saco impressão NA NA SPV, EcoAz ND NA (1) (3)
plástico

CARNE REFRIGERADA PRÉ-EMBALADA (BOVINO PICADO)

Prisca
400 g Caixa Plástico Papel NA NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)
Picada
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Seleção
SPV, EcoAm,
Continente 300 g Cartão Plástico Papel NA NA ND NA (1)
EcoAz
Picada
Continente SPV, EcoAm,
475 g Caixa Plástico Papel NA NA ND NA (1)
Picada EcoAz

Lusiaves
400 g Caixa Plástico Papel NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Carne picada
Seleção
Continente 400 g Caixa Plástico Cartão NA NA EcoAm, EcoAz ND NA (1)
Carne picada
Continente SPV, EcoAm,
400 g Caixa Plástico Papel NA NA ND NA (1)
Carne picada EcoAz

Angus
400 g Caixa Plástico Papel NA NA EcoAm ND NA (1) (2)
Carne picada

MOLHOS: MAIONESE

“Garrafa 100%
754 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
reciclável”

“Garrafa 100%
447 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA (1), (2), (3)
reciclável”

“Garrafa 100%
434 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm NA (2)
reciclável”

“Garrafa 100%
Calvé 240 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm NA (2)
reciclável”

434 g Garrafa plástico papel plástico NA SPV, EcoVd ND NA (2) (3)

275 g Garrafa plástico papel plástico NA SPV, EcoVd ND NA (2) (3)

240 g Garrafa plástico papel plástico NA SPV, EcoVd ND NA (1) (2), (3)
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“Garrafa 100%
412 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA (1) (2), (3)
reciclável”

459 g Boião Vidro Papel Metal NA EcoAm, EcoVd ND NA (1)

SPV, EcoAm,
Hellman’s 416 g Boião Vidro Papel Metal NA ND NA (2)
EcoVd

238 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND NA (2)

Metal (1) (2), (3)


208 g Boião Vidro Papel NA EcoVd ND NA
Plástico
(1) (2), (3)
490 g Boião Vidro Plástico Metal NA ND ND NA

235 g Boião Vidro Plástico Metal NA ND ND NA (1)


Heinz
(1) (2), (3)
395 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA

(1) (2), (3)


220 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA

675 mL Boião Vidro Plástico Metal NA SPV, EcoVd ND NA (1) (2), (3)
Paladino
Alumínio
10 mL Saqueta Impressão NA NA SPV ND Plástico (1)
Plástico

437 g Boião Vidro Papel Metal Plástico SPV, EcoVd ND NA (1)

Continente 414 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm ND NA (1)

207 g Boião Vidro Papel Metal NA SPV, EcoVd ND NA (1)


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450 mL Boião Vidro Papel Metal NA SPV ND NA (1) (2), (3)


Vieneza
Papel
430 mL Garrafa Plástico Plástico NA EcoAm ND NA (2)

414 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm ND NA (2)

Pingo Doce 414 g Boião Vidro Papel Metal NA EcoVd ND NA (2)

207 g Boião Vidro Papel Metal NA EcoVd ND NA (2)

414 g frasco vidro plástico metal NA SPV, EcoAm ND NA (3)

207 g frasco plástico plástico metal NA SPV ND NA (3)


Auchan
414 g garrafa plástico papel metal NA SPV ND NA (3)

175,00 bisnaga metal impressão plástico NA SPV ND NA (3)

MOLHOS: KETCHUP

700 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV NA NA (1) (2), (3)

342 g Garrafa Vidro Papel Metal NA ND NA NA (2)

Heinz 550 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA (1)

460 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA (1) (2), (3)

342 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA (1), (2)


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250 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA (1) (2), (3)

40 cL Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV ND NA (1)

Alumínio
10 mL Saquetas Impressão Plástico NA SPV ND Cartão (1) (2), (3)
Plástico

550 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm “100% reciclável” NA (1) (2), (3)

485 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm “100% reciclável” NA (1)

Calvé 473 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA NA (2)

(1) (2), (3)


350 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm “100% reciclável” NA

(1) (2), (3)


275 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA NA

Pingo Doce 560 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA SPV, EcoAm NA NA (2)

Hellman’s 468 g Garrafa Plástico Papel Plástico NA EcoAm “100% reciclável” NA (2)

Auchan 450 g garrafa plástico papel plástico NA SPV, EcoVd NA NA (3)

CONDIMENTOS - CANELA
(1) (2), (3)
39 g Frasco Vidro Plástico Plástico NA SPV ND NA
Margão
Canela (1) (2), (3)
30 g Saqueta Plástico Impressão NA NA SPV ND NA
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SPV, EcoAm,
100 g saqueta plástico impressão NA NA EcoAz, EU ND NA (3)
organic products
Plástico
120 g Boião Plástico Papel NA SPV ND NA (1), (2)
Papel

55 g Frasco Vidro Plástico Plástico NA SPV ND NA (1)


Continente
Canela
100 g Saqueta Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1)

Pingo Doce
39 g Frasco Vidro Papel Plástico NA SPV ND NA (2)
Canela

10 g frasco vidro papel plástico NA SPV, EcoAm ND NA (3)


Auchan
30 g saqueta plástico impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (3)

TABLETES DE CHOCOLATE

Papel
300 g Moldagem Impressão NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Alumínio
Lindt
Excellence
Cartão
100 g Caixa Impressão NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Alumínio

Cartão
250 g Moldagem Impressão NA NA SPV, EcoAz, SR ND NA (2)
Alumínio
Jubilen
Cartão
100 g Caixa Impressão NA NA SPV, EcoAz, SR ND NA (1) (2), (3)
Alumínio

Continente Cartão SPV, EcoAm,


100 g Caixa Impressão NA NA ND NA (1)
Seleção Alumínio EcoAz, UTZ

Cartão
Nestlé 170 g Caixa Impressão NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Alumínio
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Papel
100g Moldagem Impressão NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Alumínio

Papel SPV, EcoAm,


270 g Moldagem Impressão NA NA ND NA (2)
Alumínio EcoAz

Papel
123 g Moldagem Impressão NA NA SPV ND NA (1) (2), (3)
Alumínio

Cartão
200 g Caixa Impressão NA NA EcoAz ND NA (1) (2), (3)
Alumínio

200 g Moldagem Plástico Impressão NA NA EcoAm ND NA (2)


Regina
(1) (2), (3)
100 g Moldagem Plástico Impressão NA NA EcoAm ND NA

Papel (1) (2), (3)


100 g Moldagem Impressão NA NA EcoAz ND NA
Alumínio

Cartão
190 g Caixa Impressão NA NA SPV ND NA (1)
Alumínio

Cartão (1) (2), (3)


CÔTE D’OR 180 g Caixa Impressão NA NA SPV ND NA
Alumínio
(1) (2), (3)
Cartão
100 g Caixa Impressão NA NA SPV ND NA
Alumínio

Papel
Crunch 100 g Moldagem Impressão NA NA SPV ND NA (2)
Alumínio
(1) (2), (3)
300 g Moldagem Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA

(1) (2), (3)


Milka 250 g Moldagem Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA

100 g Moldagem Plástico Impressão NA NA SPV, SR ND NA (1) (2), (3)


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Cartão
Guylian 100 g Caixa Impressão NA NA SPV Project Seahorse NA (1)
Alumínio

Cartão
Perugina 86 g Caixa Impressão NA NA UTZ ND NA (2)
Alumínio

Cartão
100 g Caixa Impressão NA NA SPV Project Seahorse NA (2)
Alumínio
La Casa
Cartão
200 g Caixa Impressão NA NA SPV “Reciclar” NA (2)
Alumínio
(1) (2), (3)
200 g Moldagem Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm, SR ND NA
Cadburi dairy
milk (1) (2), (3)
110 g Moldagem Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm, SR ND NA

MASSAS ALIMENTÍCIAS: ESPARQUETEE FETTUCHINI


Pingo Doce
500 g Saco Plástico Impressão NA NA ND ND NA (2)
Esparquete

500 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)

(1) (2), (3)


725 g saco plástico impressão NA NA SPV ND NA
Milaneza
Esparguete (1) (2), (3)
1000 g saco plástico impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA

(1) (2), (3)


500 g saco plástico impressão NA NA EcoAM ND NA

(1) (2), (3)


725 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
Nacional
Esparguete (1) (2), (3)
500 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA
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Sansepolcro
500 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV ND NA (2)
Fetutchini

Rummo 500 g saco cartão impressão NA NA SPV, EcoAz, SR ND NA (2) (3)

LEGUMES CONGELADOS: ERVILHAS E BATATAS FRITAS

1 Kg Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)


Pingo doce
Ervilhas
400 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)

(1) (2), (3)


700 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA

(1) (2), (3)


1125 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA

(1) (2), (3)


Tem fecho –
800 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm NA
“abertura fácil”
Iglo
Ervilhas
500 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2)

100 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (2) (3)

1250 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, EcoAm ND NA (1) (2), (3)

1000 g saco plástico impressão NA NA EcoAz ND NA (3)


Auchan
400 g saco plástico impressão NA NA SPV ND NA (3)

Biocool 150 g caixa cartão impressão NA NA SPV ND NA (3)


FCUP | FCNAUP 30
Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do consumidor e evolução no mercado português

300 g saco plástico impressão NA NA SPV ND NA (3)

(1) (2), (3)


750 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, SR ND NA

(1) (2), (3)


600 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, SR ND NA
Mccan
Batata frita (1) (2), (3)
500 g Saco Plástico Impressão NA NA SPV, SR ND NA

2000 Saco Plástico Impressão NA NA SPV, SR ND NA (2) (3)

2,5 Kg Saco Plástico Impressão NA NA EcoAm ND NA (2)


Pingo Doce
Batata frita
1 Kg Saco Plástico Impressão NA NA EcoAm ND NA (2)

2500 g saco plástico impressão NA NA SPV ND NA (3)

Auchan 1000 g saco plástico impressão NA NA SPV ND NA (3)

130 g caixa cartão impressão NA NA SPV, EcoAm, SR ND NA (3)

FRUTAS E LEGUMES PRÉ-EMBALADOS

SPV, EU organic
Framboesa Continente BIO 125 g Caixa Plástico Papel Plástico ND NA (1)
products label

SPV, EU organic
Amoras BioCheers 125 g Caixa Plástico Papel Plástico “100% reciclável” NA (1) (2), (3)
products label

FSC®, EU organic
Morangos BioValmarques 250 g Caixa Cartão Papel Plástico ND NA (1)
products label
FCUP | FCNAUP 31
Sustentabilidade das embalagens de produtos alimentares: perceção do consumidor e evolução no mercado português

(1) (2), (3)


Mirtilos Beira Baga 400 g Caixa Plástico Papel Plástico SPV ND NA

(1) (2), (3)


SPV, EU organic
Mirtilos BioCheers 250 g Copo Plástico Papel Plástico ND NA
products label

SPV, EcoAm,
Tomate cherry continente 200 g caixa cartão papel plástico ND NA (1)
FSC®

Tomate cherry continente 500 g caixa plástico papel plástico SPV, EcoAm ND NA (1)

Docinhas de
Tomate cherry 250 g caixa cartão plástico plástico SPV ND NA (1) (2)
olhos bonitos

Tomate cherry pingo doce 350 g caixa cartão papel plástico EcoAm, FSC® ND NA (2)

Tomate cherry Tomacious 350 g caixa cartão papel plástico FSC® ND NA (1) (2) (3)

SPV, EcoAz,
Tomate cherry Tomacious 500 g caixa cartão papel plástico ND NA (1) (2) (3)
EcoAm, FSC®

SPV, EcoAz,
Tomate cherry Tomacious 1000 g caixa plástico plástico plástico ND NA (1) (2) (3)
EcoAm, FSC®

SPV, EcoAz,
Tomate cherry Tomacious 250 g caixa cartão papel plástico ND NA (1) (2) (3)
EcoAm, FSC®
LEGENDA:

EcoAm – Ecoponto amarelo


(1) - Grupo Modelo Continente Sonae Gaia shopping EcoVd – Ecoponto verde
EcoAz – Ecoponto azul
(2) - Pingo Doce Santa Maria da Feira
FSC® - Forest Stewardship Council
(3) - Auchan do Mar Shopping SR – Símbolo da reciclagem
SPV – Símbolo do ponto verde

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