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Versão 3.0
Outubro | 2022
programa palavras escritas
Luísa Cotrim e Teresa Condeço
Índice
Índice .................................................................................................................................................... 2
Nota Introdutória.................................................................................................................................. 4
I. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 5
II. PROMOVER AS COMPETÊNCIAS MOTORAS FINAS .................................................................... 5
2
Estabilidade ........................................................................................................................................... 5
Actividades para desenvolver as competências perceptivas e a coordenação olho-mão ....................... 6
Cortar .................................................................................................................................................... 8
Actividades de fortalecimento dos pulsos e das mãos: .......................................................................... 9
Actividades para melhorar as competências motoras finas: ................................................................. 10
III. PROMOVER AS COMPETÊNCIAS DE ESCRITA ......................................................................... 14
Desenvolvimento da pinça ................................................................................................................... 14
Formação das letras e escrever nas linhas .......................................................................................... 16
Planear a Diferenciação....................................................................................................................... 17
IV. ETAPAS DO PROGRAMA PALAVRAS ESCRITAS ..................................................................... 20
Pré-Escrita, Competências Perceptivas e Motoras .............................................................................. 20
Inventário de Competências e Recursos.............................................................................................. 20
A criança põe os lápis de cor na boca ou mastiga papel...................................................................... 20
A criança bate com o lápis no papel .................................................................................................... 20
A criança segura no lápis - preensão palmar ....................................................................................... 21
A criança garatuja ao acaso ................................................................................................................ 21
A criança rabisca para cá e para lá ...................................................................................................... 21
A criança garatuja espontaneamente na direcção horizontal ............................................................... 22
A criança garatuja espontaneamente na direcção vertical ................................................................... 22
A criança garatuja espontaneamente na direcção circular ................................................................... 22
A criança desenha uma linha horizontal .............................................................................................. 22
A criança desenha uma linha vertical................................................................................................... 23
A criança desenha uma linha circular .................................................................................................. 24
A criança desenha uma cruz................................................................................................................ 24
A criança desenha uma linha diagonal ................................................................................................ 26
A criança desenha uma escada ........................................................................................................... 26
A criança desenha um quadrado ......................................................................................................... 26
A criança desenha um triângulo........................................................................................................... 27
A criança faz o desenho de um losango .............................................................................................. 27
A criança faz o desenho da casa ......................................................................................................... 27
A criança faz o desenho do corpo humano .......................................................................................... 28
Competências Gráficas e Linguísticas ................................................................................................. 28
Inventário de Competências e Recursos.............................................................................................. 28
A criança escreve o seu primeiro nome ............................................................................................... 28
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Constrói frases simples (baseadas nas suas actividades ou interesses), ditadas pelo tutor, com os
cartões/palavra (4) ............................................................................................................................... 37
Constrói frases com cartões palavras e coloca-os junto da imagem correcta ...................................... 38
Escolhe o complemento directo correcto para as frases memorizadas ................................................ 38
Constrói frases simples na 1ª pessoa, ex. "Eu quero","Eu gosto", com a ajuda da fotografia
personalizada ...................................................................................................................................... 39 3
Escreve palavras que fazem parte do seu vocabulário visual .............................................................. 39
Copia letras que fazem parte das palavras do seu vocabulário visual, com modelo ............................ 40
Copia palavras de uma folha para outra .............................................................................................. 41
Escreve letras que fazem parte das palavras do seu vocabulário visual, ouvindo o som da letra ........ 42
Completa palavras escrevendo letras que faltam................................................................................. 42
Completa palavras, escrevendo as sílabas que faltam ........................................................................ 43
Escreve palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, com sílabas directas ............................ 44
Escreve palavras que fazem parte do seu vocabulário visual para formar frases ................................ 44
Aprende a traçar as maiúsculas de imprensa de todas as letras do alfabeto ....................................... 45
Escreve uma pequena história, com modelo, com pistas visuais (imagens) ........................................ 46
Escreve qualquer palavra que se lhe dite ............................................................................................ 46
Escreve palavras em que se tenha de pensar: completar frases, fazer perguntas, fazer listas, etc. .... 46
Utiliza a escrita funcionalmente (as palavras são seleccionadas de acordo com os contextos em que a
criança se encontra inserida e consoante as suas necessidades de comunicação) ............................ 47
Escreve, quer palavras, quer frases, com a sua letra pessoal, proporcionada e legível ....................... 48
Traça todas as letras maiúsculas em letra de imprensa ou letra manuscrita........................................ 48
Utiliza as maiúsculas de forma adequada ............................................................................................ 49
Utiliza o ponto final correctamente ....................................................................................................... 49
Competências Ortográficas e Morfosintácticas .................................................................................... 49
Inventário de Competências e Recursos.............................................................................................. 49
Utiliza os sinais de pontuação correctamente ...................................................................................... 50
Escreve frases de palavras com concordância de género e número ................................................... 50
Escreve uma frase de forma independente, com alguns erros gramaticais e troca de letras ............... 51
Completa frases ou textos incluídos em cadernos de trabalho ligado a esquemas de leitura .............. 52
Completa frases ou textos no computador ligado a esquemas de leitura ............................................. 53
Escreve uma carta pessoal curta ......................................................................................................... 53
Escreve pequenas mensagens e notas ............................................................................................... 53
Escreve uma história curta conhecida ou descreve acontecimentos a partir de imagens .................... 54
Reconta e escreve acontecimentos especiais ou pessoais, com ajuda na construção frásica ............. 55
Escreve pequenas histórias sem apoio das imagens ........................................................................... 55
Escreve notícias especiais, experiências ou acontecimentos escolares .............................................. 56
Utiliza notas, um esquema em aranha para reconstruir pequenas histórias......................................... 56
Utiliza competências de "tirar notas" e construção de listas para apoiar a compreensão, a
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memorização e a Independência ......................................................................................................... 57
Preenche envelopes ............................................................................................................................ 58
Escreve cartas ..................................................................................................................................... 58
Escreve emails .................................................................................................................................... 58
Escreve lista de compras depois de verificar sozinho "as faltas" ......................................................... 58
Utiliza o teclado e software de forma apropriada para apoiar a escrita ................................................ 58
V. SITES RECOMENDADOS .............................................................................................................. 60
VI. LEITURA RECOMENDADA .......................................................................................................... 60
VII. FICHA TÉCNICA........................................................................................................................... 60
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Luísa Cotrim e Teresa Condeço
Nota Introdutória
Este manual é disponibilizado apenas em formato digital. Estamos desta forma a contribuir para um
equilíbrio ecológico sustentado.
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Luísa Cotrim e Teresa Condeço
I. INTRODUÇÃO
Os indivíduos com perturbações do desenvolvimento, nomeadamente, as crianças e jovens portadores
de Trissomia 21, desenvolvem competências motoras finas segundo o mesmo padrão das crianças
com desenvolvimento considerado típico, embora com dificuldade e em atraso em relação às etapas
5
consideradas.
O desempenho, ainda que possa melhorar com a prática e ao longo do desenvolvimento da criança,
apresenta sempre dificuldades devidas a algumas das seguintes razões:
O programa estruturado para o ensino da escrita, tem como objectivo, promover as competências
perceptivas, grafomotoras, morfossintácticas e linguísticas, necessárias ao desenvolvimento de uma
escrita funcional em indivíduos com perturbação do desenvolvimento intelectual.
São apresentadas três etapas, definidas segundo objectivos gerais e específicos e com propostas de
estratégias, actividades e recursos pedagógicos.
Estabilidade
É importante que a criança se sente de maneira a que a sua posição se mantenha estável enquanto
escreve ou executa qualquer tarefa de manipulação fina. A cadeira e a mesa devem ter o tamanho
adequado para que os joelhos se mantenham alinhados com as ancas e os pés repousem no chão. Se
a criança não chegar com os pés ao chão, deve considerar a possibilidade de utilizar um pequeno
degrau. Também no caso da mesa, aconselhamos mesas com tampos inclinados.
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Figura 1. Vários tipos de tampos inclinados que podem ser utilizados para apoiar a escrita.
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Actividades para desenvolver as competências perceptivas e a coordenação olho-mão
Aprenda a segurar o instrumento de escrever de um modo adequado para controlar e ver os traços
que realiza.
6
Perceba onde deve começar o traço e que trajectória seguir, em todo o tipo de linhas.
Controle os movimentos da mão de modo a poder inibir-se a tempo e não ultrapassar os limites
assinalados.
Adquira uma destreza manipulativa para o traçado que lhe permita ajustar-se às linhas descontínuas
dos traços, sem perder o movimento solto.
Copie de um modelo diversas linhas e grafismos: vertical, horizontal, cruz, circular, sequências de V´s,
ondas, etc.
Trace a pedido, sem modelo, as linhas e grafismos que lhe são indicados: linha vertical, horizontal,
oblíqua, ondulada, a cruz, o círculo, sequências de V´s, etc.
Sugestões de material
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Figura 3. Colecção Números e Letras, volume 1 para treinar o grafismo como pré-competência para o desenho das letras e
dos números.
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Figura 6. Exemplos de material didáctico que pode ser utilizado com o objectivo de treinar a coordenação olho-mão.
Cortar
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A actividade do corte com a tesoura exige uma competência elevada que deve ser precocemente
promovida. Na rubrica Recursos pode observar o tipo de tesoura que aconselhamos: deve ter uma
mola para que depois de a criança a fechar, a tesoura abra automaticamente, auxiliando o movimento.
Também tesouras com buracos duplos são uma boa alternativa para crianças com maiores
dificuldades, o adulto pode ajudar o movimento por cima da mão da criança.
Não deve esquecer que, inicialmente, é mais fácil cortar bocados de papel e que este não deve ser
"normal" mas um pouco mais grosso.
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1. Sentar com as palmas das mãos juntas, dedos esticados. Mantendo os dedos pressionados juntos,
colocar os cotovelos para fora, levantar as palmas das mãos. Repetir 5 vezes.
2. Sentar com os dedos entrelaçados. Esticar os braços para a frente do corpo, puxando as palmas
das mãos para a frente, para longe do corpo. Repetir 5 vezes.
4. Saltos de coelho. Agachar no chão, colocar as mãos afastadas à largura de um braço, e bater os
pés no ar.
6. Ajoelhar entre duas cadeiras, uma mão em cada cadeira. Fazer força com as mãos para levantar o
corpo e ficar de pé.
7. Agachar no chão, com a mão que utiliza para escrever no chão, ao lado do corpo. A criança anda à
roda da mão estendida.
10. Atirar a bola ao ar com uma mão e apanhar com uma caneca de plástico na outra mão.
11. Utilizando garrafas de plástico vazias, colocar uma bola de “ping pong” no gargalo e apertar. www.tcondeco.pt
12. As crianças colocam 6 molas da roupa nas costas umas das outras. Depois têm que retirá-las das
suas próprias costas.
a) Deitar uma ligadura ao longo da mesa ou no chão. A criança aperta o fim da ligadura entre o punho
da mão “que escreve” e a ponta da mesa ou chão. Utilizando os dedos, ela vai tentar juntar a
ligadura debaixo da mão.
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b) Colocar a ligadura de lado ao longo da mesa ou chão. A mão “que escreve” é colocada em cima da
ponta da mesa ou chão. Utilizando só os movimentos do polegar, a criança tenta deslizar a
ligadura debaixo do polegar.
14. A criança tenta movimentar os dedos como se tocasse piano. Deve ser usado o dedo
10 correspondente de cada mão.
15. Colocar um elástico largo e forte à volta dos dedos e polegar da mão “que escreve”. Abrir e fechar
os dedos para esticar a mão.
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Figura 8. Professor Crocodilo. Vai ajudar os pequenotes a abrir e fechar um fecho, a manipular o velcro, botões,
molas e laços. Da Sigkids.
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Figura 10. Quadro de fechos e quadro de actividades para treinar a motricidade fina.
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Figura 11. Peças grossas para enfiamento e cordel com a ponta em madeira.
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Figura 12. Enfiamentos para treinar a motricidade fina e ao mesmo tempo aprender a contar.
Figura 14. Quadro para promover a manipulação dos atacadores. Ténis em material grosso para treinar os atacadores.
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Desenvolvimento da pinça
Inicialmente, as crianças agarram o lápis pela palma da mão - preensão palmar. Aos poucos, os dedos
vão esticando e o lápis passa a ser agarrado entre o polegar e os outros dedos de uma maneira
desajeitada em que o movimento é feito sobretudo a partir do pulso e do braço - pinça tripoda estática
ou "pinça imatura". No estadio final, as crianças seguram o lápis entre a ponta do polegar e dos dois
primeiros dedos, fazendo pequenos movimentos com a mão para o controlar - pinça dinâmica tripoda.
As crianças com Trissomia 21 persistem na pinça imatura, necessitando de actividades e
encorajamento para desenvolver a pinça correcta.
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Figura 23. Lápis Triangular JUMBO com espessura adequada à preensão de crianças, desde a idade pré-escolar e/ou
crianças com necessidades educativas especiais.
Figura 24. Fáceis e leves de manipular, ajudam a criança a colocar correctamente os dedos e a formar uma "pinça"
adequada. Não necessitam de muita pressão.
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Figura 25. Lapiseira ideal para ajudar a promover uma preensão correcta. A mina HB grossa similar à de um lápis. Na parte
inferior apresenta depressões para colocação correcta dos dedos como se fosse um "pencil grip".
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Figura 26. Este modelo de “pencil grip” permite colocar os dedos na posição que convém à criança ao mesmo tempo que
protege o dedo anelar.
Planear a Diferenciação
Para que a diferenciação seja conseguida, os professores devem perceber qual o conhecimento e
compreensão de cada criança, o seu nível de competências e capacidades e o seu nível de
desenvolvimento em cada uma das áreas.
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Com este conhecimento, devem ser traçados objectivos dentro de cada área de estudo. Estes devem
ser divididos em pequenos passos, não esquecendo a importância do equilíbrio entre experiências
familiares e novas.
De qualquer forma, o programa pode não ser totalmente acessível e então pode ser mais vantajoso
poder focar num aspecto particular de um assunto. Ensinar vocabulário e aspectos práticos é mais útil
do que generalidades sobre determinado tema.
Em alguns casos, o nível de compreensão e desempenho pode indicar que devem ser utilizados
programas de estudo associados com níveis anteriores.
A tarefa deve ser diferenciada de modo a que o desempenho exigido seja o esperado para uma
criança mais nova mas num contexto que reflecte a idade e os interesses da criança.
São necessários, pensamento criativo e imaginação por parte do professor, senso comum, flexibilidade
e disponibilidade de recursos. Tudo isto requer planeamento e ligação entre os professores e
professores de apoio especializados, para ajudar a preparar e a diferenciar os materiais.
1. Conteúdo:
2. Abordagem e contexto:
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3. Apresentação:
As crianças aprendem melhor através de uma abordagem multisensorial: ver, copiar, fazer, sentir.
Apresente todo o trabalho visualmente: impresso, diagramas, imagens, símbolos.
Assegure-se de que as instruções verbais são reforçadas visualmente.
Sempre que possível utilizar material concreto.
Utilize linguagem simples e familiar. As instruções devem ser curtas e concisas.
Ensine vocabulário temático específico e palavras-chave.
4. Respostas e avaliação:
Sugestões de material
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Usar material significativo para o aluno, que esteja relacionado com os seus temas de interesse e com
a vida quotidiana, para que a informação tenha uma aplicação concreta.
Os conceitos novos devem ser introduzidos num contexto familiar.
As tarefas devem ter muito suporte visual.
As ilustrações devem estar directamente relacionadas com o texto e a tarefa.
Verifique a partir do desempenho da criança se a folha de trabalho vai de encontro aos seus objectivos
educativos.
Experimentar várias versões da mesma folha de trabalho para perceber qual é que funciona melhor
para o aluno.
Suplemente a folha de trabalho com uma versão gravada das instruções de trabalho, que o aluno pode
tocar para reforço.
O texto deve estar bem diferenciado das imagens.
Os limites à volta das folhas devem ser largos.
Utilizar papel para o treino da caligrafia, com linhas duplas.
Utilizar o processador de texto ou a máquina de escrever.
Sublinhar e explicar palavras-chave e todas as que forem novas. www.tcondeco.pt
Ilustrar as palavras-chave.
Separe texto contínuo. As instruções devem estar destacadas, numa caixa, num determinado tipo de
letra ou cor.
Utilize subtítulos para partir e estruturar a folha.
A folha deve ter poucos elementos para evitar confusão.
As folhas de papel devem ter cores diferentes segundo a matéria.
Utilize linguagem simples e familiar. As frases devem ser curtas e concisas.
Evite palavras ambíguas. Utilize verbos activos e não passivos.
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Figura 32. Folhas com linhas duplas para apoiar a caligrafia. Disponível em www.tcondeco.pt e fichas de actividades “Papa-
Palavras”
Apresentamos um conjunto de actividades agrupadas por objectivos gerais que não estão numa
evolução desenvolvimental rígida. A escolha e a estruturação das actividades dependem das
competências, interesses e apoio ambiental de cada criança. Existem de igual modo, várias propostas
específicas para cada objectivo. Estas propostas poderão ser acompanhadas por fichas de
actividades, imagens, ou outro tipo de materiais, de forma a ilustrar as actividades propostas.
Esta fase é comum a todos os bébés. Muito antes de conseguir deixar qualquer marca no papel, o
bébé necessita de explorar as texturas sendo esperado que, quando colocamos um lápis na sua mão,
ele o leve à boca. Nesta fase é essencialmente a boca que traz referências e informação ao bébé.
Desta forma, é esperado e é importante que o bébé leve os lápis e o papel à boca, é uma etapa de
desenvolvimento normal.
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Coloque uma folha de papel branca em cima da mesa e um lápis de cera. Nesta fase, os lápis de cera
devem ser curtos e grossos porque o bébé ainda está na fase da preensão palmar.
O bébé deve aguentar-se sentado, controlando as costas e a cabeça. Pode estar sentado numa
cadeira de braços que encaixam na mesa ou, se tiver espaço, na cadeira onde come habitualmente. O
objectivo é que consiga manter a barriga junto da mesa para que seja fácil manipular os lápis e
controlar o tronco e o braço.
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Se o bébé não agarrar o lápis coloque-o na sua mão e permaneça com a sua mão agarrando a do
bébé para que não largue o lápis num primeiro tempo.
Nesta fase não é necessário que consiga fazer qualquer tipo de garatuja. O objectivo é explorar o lápis
e o papel.
Não se esqueça de falar sobre o lápis e para que serve, Exemplo: "Vamos fazer um desenho?" É o
lápis para fazer um desenho!" e agarre a sua mão e faça rabiscos no papel. 21
Quando a largar não espere que o bébé a consiga imitar.
Na fase seguinte e no mesmo contexto estabelecido no objectivo anterior, esperamos que o bébé
segure o lápis através da preensão palmar e consiga aguentar esta preensão.
Nesta fase não deve ser necessário o tutor agarrar a mão do bébé para segurar o lápis.
Neste estádio, a criança já compreendeu que os lápis deixam marcas no papel. Pode agarrar um lápis
de grafiti ou lápis de cor e tenta fazer riscos no papel.
Perante o mesmo cenário com a mesa, a folha e o lápis de cera, o bébé já consegue agarrar o lápis de
forma a realizar alguns riscos no papel, geralmente sem direcção definida mas concentrados num
espaço limitado do papel. Ou pode bater com a ponta do lápis no papel deixando alguns pontos.
Figura 33. Lápis de cor hexagonais para mãos pequenas e lápis de cera que não deixam resíduo quando escrevem e que
não necessitam de pressão. www.tcondeco.pt
A criança rabisca para cá e para lá
Nesta fase, a criança apresenta maior controlo sobre o braço e consegue realizar rabiscos em várias
áreas do papel. Pode também agarrar outros lápis para além do que apresentamos e explorar o papel
com rabiscos de várias cores. Nesta fase a criança não levanta o lápis do papel e os rabiscos
sobrepõem-se.
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Nesta fase, a criança controla melhor o pulso e agarra o lápis grosso fazendo riscos na direcção
horizontal.
Ocasionalmente pode ajudar a criança a desenhar linhas, da esquerda para a direita, levantando o
lápis no final do traço e iniciando novas linhas.
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Segundo a nossa experiência, a garatuja espontânea vertical não se verifica naturalmente em crianças
com perturbação do desenvolvimento intelectual.
Não espere que a criança a faça naturalmente, coloque uma folha em cima da mesa e faça primeiro os
seus riscos e sons associados motivadores e espere que a criança o imite.
Deve estimular os riscos horizontais junto com os riscos verticais. Faça sons ao mesmo tempo que
realiza linhas para ajudar a criança a associar esses sons e essa brincadeira às duas direcções.
Exemplo: pode fazer um som de um carro enquanto faz linhas horizontais e fazer um som de uma
coisa a cair ("põing") para as linhas verticais.
Este movimento circular apresenta dificuldades acrescidas para as crianças com perturbação do
desenvolvimento intelectual e dificuldades de motricidade fina.
No movimento espontâneo a criança levanta o lápis antes de conseguir rodar o movimento,
apresentando linhas próximas de semi-círculos.
Agarre a mão da criança e faça movimentos circulares com determinado ritmo ao mesmo tempo que
pode acrescentar um som ou uma canção com diferentes entoações para promover o movimento.
Exemplo:"Varre varre vassourinha, varre varre vassourão!"
4. Unir duas figuras realizando um traço dentro de duas barras paralelas com um traço horizontal
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4. Unir quatro figuras, duas a duas, passando por no meio de barras paralelas, realizando um traço
horizontal e um traço vertical de forma sobreposta, concluindo o desenho da cruz
5. Unir quatro pontos de cor vermelha com um traço vertical e horizontal, realizando uma cruz
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1. Executa o desenho da casa (quadrado - base e triângulo - telhado) passando por cima de uma
linha a tracejado
2. Imita o desenho da casa (quadrado - base e triângulo - telhado)
3. Copia o desenho da casa (quadrado - base e triângulo - telhado)
4. Desenha a casa (quadrado - base e triângulo - telhado) a pedido
5. Desenha a casa com janelas e porta, copiando
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1. A criança faz um círculo a pedido (exemplo de instrução: "Vamos fazer uma cara", "Agora vamos
fazer os olhos, onde são os olhos?"). Pode considerar que a cara está aceitável quando o aluno
28 conseguiu colocar os olhos, o nariz, a boca e o cabelo.
2. Faz o desenho de um círculo (da cara com cabelo) e desenha dois traços verticais a partir da
cabeça para representar o tronco;
3. Desenha o círculo, e traços para representar as pernas e os traços;
4. Desenha o corpo (cabeça com pormenores, tronco e membros) e as extremidades (mãos e pés);
5. Desenha o corpo todo com pormenores (unhas, acessórios...)
Apresentamos um conjunto de actividades agrupadas por objectivos gerais que não estão numa
evolução desenvolvimental rígida. A escolha e a estruturação das actividades dependem das
competências, interesses e apoio ambiental de cada criança.
Existem de igual modo, várias propostas específicas para cada objectivo. Estas propostas poderão ser
acompanhadas por fichas de actividades, imagens, ou outro tipo de materiais, de forma a ilustrar as
actividades propostas.
1. Corresponde o cartão/nome (cartão com o primeiro nome) ao cartão/modelo (cartão com o primeiro
nome).
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3. Escreve o seu nome, por cima de ponteado, por cópia do cartão/nome modelo.
4. Escreve o seu nome por cima do ponteado, sem modelo e com ajuda verbal.
5. Escreve o seu nome por cima do ponteado, sem ajuda verbal.
6. Escreve o seu nome, copiando-o de um modelo.
7. Escreve o seu nome com a ajuda das caixas/palavra, a partir de um modelo. www.tcondeco.pt
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1. Corresponde o cartão/nome (cartão com o último nome) ao cartão/modelo (cartão com o último
nome).
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3. Escreve o seu nome por cima do ponteado, por cópia do cartão/nome modelo.
4. Escreve o seu nome por cima do ponteado, sem modelo e com ajuda verbal.
5. Escreve o seu nome por cima do ponteado, sem ajuda verbal.
6. Escreve o seu nome, copiando-o de um modelo.
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3. Desenha cada dígito, por cima de ponteado, por cópia do cartão com o número de telefone
4. Desenha cada dígito, por cima do ponteado, sem modelo e com ajuda verbal
5. Desenha cada dígito, por cima do ponteado, sem ajuda verbal
6. Escreve o seu número de telefone, copiando-o de um modelo
7. Escreve o seu número de telefone com a ajuda das caixas/dígito, a partir de um modelo
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3. Escreve a sua morada por cima do ponteado, sem modelo e com ajuda verbal
4. Escreve a sua morada por cima do ponteado, sem ajuda verbal
5. Escreve a sua morada, copiando-o de um modelo
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As frases devem ser construídas em conjunto tutor/aluno. Anteriormente as frases lidas eram
apresentadas construídas pelo tutor. O nosso objectivo neste momento é permitir que a criança
36 desenvolva a compreensão e a expressão linguística e tenha uma prestação activa Devem ser
utilizadas fotografias com a criança enquanto agente da acção. O cartão/frase deve ser colocado por
baixo da imagem. Deve ser entregue à criança o cartão/sujeito e o cartão/predicado para colocar por
baixo do cartão/frase modelo. Quando a criança tiver realizado esta actividade com três cartões/frase
modelo, pode ter os três cartões/predicado em cima da mesa para permitir que seleccione o correcto.
O mesmo exercício anteriormente descrito mas utilizamos agora cartões/palavra para construir a frase
por cópia do cartão/frase modelo.
Preparar 2 cartões/frase iguais. Uma serve de modelo, a outra, depois de ser lida pela criança deve
ser recortada à sua frente, separando as palavras mas mantendo os artigos junto dos substantivos.
Entregam-se todos os recortes à criança para que os ordene formando uma frase igual ao modelo.
Desta forma a criança só tem que fazer a selecção e a associação das palavras iguais. Deve começar
pela esquerda e seguir a ordem correcta.
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Constrói frases simples (baseadas nas suas actividades ou interesses) através da utilização
de cartões/palavra, com apoio da imagem (3)
Este objectivo permite à criança construir frases baseadas na sua linguagem mas ainda com apoio na 37
memória visual, através da apresentação da imagem. Evitamos que a actividade não seja realizada
por dificuldade na memória a curto-prazo já que a construção da frase em termos de memória
sequencial e inteligibilidade é difícil por si só.
Coordenando estas tarefas com as que se realizam com os livros pessoais e para manter o objectivo
da funcionalidade, preparam-se frases com os verbos que está a aprender, assim como frases de
utilização diária que expressam as suas acções ou necessidades.
Eu um
a
estou
ler livro
Constrói frases simples (baseadas nas suas actividades ou interesses), ditadas pelo tutor,
com os cartões/palavra (4)
Eu um
a www.tcondeco.pt
estou
ler livro
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Nesta actividade de consolidação, a criança deve escolher o complemento correcto para as frases que
memorizou.
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Eu estou
a comer
a dormir
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Constrói frases simples na 1ª pessoa, ex. "Eu quero","Eu gosto", com a ajuda da fotografia
personalizada
Figura 34. Retirado das fichas de actividades “Aprender a Ler com a Mimocas”. https://www.tcondeco.pt/produto/aprender-a-
ler-com-a-mimocas-download-fichas-de-actividades/
Escolha palavras de acordo com os interesses da criança e de acordo com as suas necessidades de www.tcondeco.pt
comunicação. Não escolha a palavra "sopa" se a criança não gosta de sopa ou não come sopa. Por
exemplo, pode escolher a palavra "parque" se a criança gosta muito de ir para o parque infantil brincar.
Utilize as mesmas estratégias que foram recomendadas para a escrita do primeiro nome: escrever por
cima de ponteado, por cópia do cartão/palavra modelo; escrever por cima do ponteado, sem modelo e
com ajuda verbal; escrever por cima do ponteado, sem ajuda verbal; escrever a palavra, copiando-a de
um modelo; escrever a palavra com a ajuda das caixas/palavra, a partir de um modelo; escrever a
palavra com a ajuda das caixas/letra, a partir do cartão/palavra; escreve a palavra, sem modelo, de um
modo claro e legível.
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Copia letras que fazem parte das palavras do seu vocabulário visual, com modelo
Comece com o nome da criança. Escreva o primeiro nome da criança numa folha de trabalho. Depois
peça para apontar determinada letra (a letra que pretende que a criança escreva).
Pode ajudar a criança a desenhar a letra:
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A criança deve copiar palavras para a sua folha de trabalho, a partir de uma folha com palavras
escritas pelo adulto. As palavras devem fazer parte do seu vocabulário visual. Pode dividir esta tarefa
em pequenos passos, conforme a competência da criança.
1. A criança copia palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, para uma folha com apoio das
imagens e linhas duplas. As palavras podem estar ponteadas.
2. A criança copia palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, para uma folha com apoio das
imagens e linhas duplas.
3. A criança copia palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, para uma folha com linhas
duplas. As palavras podem estar ponteadas. www.tcondeco.pt
4. A criança copia palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, para uma folha com linhas
duplas.
5. A criança copia palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, para uma folha.
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Escreve letras que fazem parte das palavras do seu vocabulário visual, ouvindo o som da
letra
Pode utilizar também as letras do nome da criança, mas não utilize apoio visual. A identificação das
letras é apoiada no som.
Pode pedir ao aluno para desenhar a letra no ar antes de a escrever. Pode também ter as letras
móveis que correspondem ao seu nome e pedir que o aluno a identifique pelo som. Quando o aluno
identificar a letra pode deixar que a utilize como modelo para apoiar a escrita.
Se necessário forneça pistas verbais para apoiar o desenho da letra.
Comece sempre com palavras que a criança conhece visualmente. Inicialmente pode utilizar o apoio
da imagem mas o objectivo final é que a criança se apoie na sua memória visual da palavra para
escrever as letras que faltam. Não coloque muitas palavras numa folha e utilize se necessário folhas
adaptadas com linhas duplas ou linhas espaçadas.
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Comece sempre com palavras que a criança conhece visualmente. O objectivo final é que a criança se
apoie na sua memória visual da palavra para escrever as sílabas que faltam. Não coloque muitas
palavras numa folha e utilize se necessário folhas adaptadas com linhas duplas ou linhas espaçadas.
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Figura 38. Retirado das fichas de actividades “Aprender a Ler com a Mimocas”. https://www.tcondeco.pt/produto/aprender-a-
ler-com-a-mimocas-download-fichas-de-actividades/
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Escreve palavras que fazem parte do seu vocabulário visual, com sílabas directas
O tutor deve ditar palavras que a criança reconhece visualmente e que tenham sílabas directas. A
criança deve escrever as palavras sem modelo e sem ajuda verbal.
Apresentamos um exemplo com o máximo de ajudas. Pode progredir no objectivo retirando as ajudas:
44 primeiro as imagens, depois as hipóteses e finalmente as caixas de texto.
Figura 39. Retirado das fichas de actividades “Aprender a Ler com a Mimocas”. https://www.tcondeco.pt/produto/aprender-a-
ler-com-a-mimocas-download-fichas-de-actividades/.
Escreve palavras que fazem parte do seu vocabulário visual para formar frases
Nesta fase, a criança deve conseguir escrever palavras que conhece visualmente para formar frases
funcionais que possa utilizar na sua conversação. Estas frases devem ser curtas e no presente do
indicativo. As primeiras frases devem ser referentes à experiência da criança, as coisas que gosta ou
que necessita para poder utilizar na conversação. Exemplos: "Eu quero água", "Eu quero comer sopa".
Pode construir um livro de conversação com fotografias da criança a realizar determinadas acções e
pedir para que escreva as frases à frente.
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Escreve uma pequena história, com modelo, com pistas visuais (imagens)
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Nesta fase, é esperado que o aluno domine os sons das letras e as sílabas de forma a escrever
qualquer palavra que se lhe dite. As palavras podem ou não fazer parte do seu vocabulário visual mas
o aluno deve conhecer o objecto, conceito ou contexto a que se referem. O aluno apresenta melhor
desempenho nesta etapa, se anteriormente tiver iniciado e trabalhado o som das letras e o seu
grafismo através do Programa de Treino da Consciência Fonológica, disponível no Programa Aprender
a Ler para Aprender a Falar
Escreve palavras em que se tenha de pensar: completar frases, fazer perguntas, fazer listas,
etc.
Estas actividades devem ser desenvolvidas no contexto dos textos e dos temas que estão a ser
trabalhados com a criança. As adaptações utilizadas são as propostas noutra área deste programa
"Promover as competências de escrita". As palavras já não fazem parte do vocabulário visual do aluno
mas fazem parte dos temas que estão a ser trabalhados. Nesta fase é importante que o aluno trabalhe
a compreensão dos textos e que utilize as palavras de forma a construir e trabalhar os textos que são
apresentados em contexto de sala de aula.
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Utiliza a escrita funcionalmente (as palavras são seleccionadas de acordo com os contextos
em que a criança se encontra inserida e consoante as suas necessidades de comunicação)
A criança utiliza a escrita de forma espontânea ou a pedido para comunicar as suas necessidades, os
seus gostos ou para participar nas actividades escolares e tarefas domésticas (ex: escrever a lista das
compras).
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Escreve, quer palavras, quer frases, com a sua letra pessoal, proporcionada e legível
A letra pessoal não tem que ser necessariamente minúscula. A criança pode escrever de forma legível
com letra maiúscula e adoptar esta como sua letra pessoal. Para trabalha a proporcionalidade da letra,
pode sempre introduzir várias ajudas: as caixas de texto, as linhas duplas com diferentes tamanhos
(disponível para download https://www.tcondeco.pt/produto/pagina-caligrafica/ ).
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Depois de ter efectuado o treino nas etapas anteriores, é esperado que o aluno nesta etapa consiga
traçar todas as letras maiúsculas. Se as dificuldades de controlo fino ainda forem consideráveis,
aceita-se o tipo imprensa em substituição da manuscrita.
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Utiliza correctamente as letras maiúsculas no nomes próprios ou outros em que a regra se justifique e
no início da frase.
Domina a utiliza o ponto final nas frases de forma adequada e espontânea. Sabe que depois do ponto
final se inicia a frase com letra maiúscula.
Nesta fase a criança inicia a escrita de texto de uma forma funcional, escrevendo pequenas
mensagens. É também nesta etapa que começa a sintetizar a informação sob a forma de tópicos e a
expressar a sua opinião, por exemplo, através da escrita de cartas.
A seguir à utilização correcta do ponto final é necessário que a criança aprenda a utilizar o ponto de
interrogação. Na leitura a criança já começou a identificar o ponto de interrogação e a sua
funcionalidade e sabe que deve dar uma entoação diferente à leitura da frase. Compreende que as
frases que são perguntas começam por "Quem", "Como", "Porque", "Onde" e que terminam com o
50 ponto de interrogação.
Na escrita, pode começar por apresentar um pequeno texto ou pode construir um pequeno texto ditado
pelo aluno sobre um tema ou um acontecimento.
Depois pode construir as frases sobre o texto, intercalando frases afirmativas com interrogativas. Peça
depois ao aluno para colocar os sinais de pontuação conforme a leitura das mesmas.
Pode ainda experimentar o ensino da utilização da vírgula. Este ensino implica que o aluno consiga
utilizar a linguagem em discurso interno e consiga organizar as ideias de forma a ordená-las e manter
um discurso coerente.
O ensino da vírgula deve ser apoiado visualmente. Utilize sequências de imagens para ajudar a
ordenar as ideias. A criança deve fazer uma leitura oral das imagens e deve compreender que pode
separar as ideias, quando as escreve, com uma vírgula. Aqui também é importante que o aluno
compreenda a utilização do "e". Quando a criança escreve ligando duas ideias deve compreender que
pode utilizar o "e". Quando são mais que duas ideias, pode utilizar a vírgula mas no fim, na última
ligação, deve utilizar o "e".
O ensino da vírgula pode ser difícil porque implica a utilização da linguagem interna e que o aluno
consiga ordenar as ideias de forma coerente para a transmitir para o papel. É importante que este
ensino tenha sempre uma verbalização das ideias antes da escrita e se necessário, com apoio visual,
para que o aluno não tenha que se apoiar tanto na memória.
Para que o aluno seja capaz de escrever frases com concordância de género e número, é necessário
que faça exercícios com apoio visual para compreender a diferença na formação do feminino e do
masculino.
Para a formação do plural, os exercícios vão depender da competência do aluno. A grande maioria
terá dificuldade em compreender a regra de forma a generalizá-la mas o tutor pode tentar a
memorização visual das palavras segundo a metodologia proposta. Provavelmente esta será a forma
mais fácil e acessível para o aluno memorizar a formação e a utilização do plural nas palavras mais
comuns.
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Escreve uma frase de forma independente, com alguns erros gramaticais e troca de letras
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Nesta fase, o aluno consegue escrever frases simples funcionais, embora possa fazer algumas trocas
perceptivas e trocas de ordem das letras na palavra. Pode ainda mostrar dificuldade na formação do
plural e na utilização de elementos de ligação.
As frases para completar ou as perguntas sobre o texto, devem ter, num primeiro tempo, o apoio da
imagem para facilitar a compreensão.
As perguntas de interpretação, podem ser, primeiro de escolha múltipla e depois de escrita. As
perguntas devem utilizar linguagem acessível ao aluno e cingir-se ao essencial do texto: escreva
"quem entra na história" ou "a história é sobre quem" em vez de "quem são os personagens
principais".
A linguagem utilizada nas questões pode evoluir conforme a compreensão do aluno e o domínio do
vocabulário utilizado.
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2. Escreve uma carta com duas ou três frases, ditadas pelo tutor.
3. Escreve uma carta pessoal com um objectivo, verbalizando cada uma das ideias antes de
escrever, com ajuda na estrutura e na soletração.
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4. Escreve uma carta pessoal, verbalizando o objectivo, ordenando as ideias em discurso interno,
com ajuda final na estrutura e na soletração.
5. Escreve uma carta pessoal, verbalizando o objectivo, com ajuda final na estrutura das frases.
Nesta fase, o aluno deve conseguir escrever pequenos recados e mensagens. Por exemplo: toma nota
de pequenos recados que recebe pelo telefone, escreve pequenas mensagens para colegas e amigos,
como convidar para ir ao cinema, escreve pequenas mensagens carinhosas para pessoas de quem
gosta.
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Após a leitura de um texto, o aluno deve conseguir retirar notas sobre a informação relevante
relacionada com as personagens e os acontecimentos. Pode ainda construir um esquema em aranha,
sobre os personagens encadeando os acontecimentos até ao fim da história. Deve depois utilizar este
apoio para recontar a história só com a informação relevante para a compreensão do enredo.
Pode também utilizar diagramas ou listas de palavras para apoiar a memória e a coerência do texto. A
partir destas ajudas o aluno consegue organizar o seu discurso interno e passar para a linguagem
escrita.
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Escreve composições
Nesta fase, é esperado que o aluno seja capaz de escrever composições sobre os temas propostos na
dinâmica escolar.
O tutor pode pedir ao aluno que verbalize e escreva primeiro as ideias principais sobre o tema. O aluno
pode depois desenvolver a partir das ideias gerais.
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Preenche envelopes
Escreve cartas
Ajude o aluno a orientar-se na utilização da folha. O aluno deve iniciar a carta de forma diferenciada,
dependendo do seu conhecimento e relacionamento com a pessoa a que é dirigida. Outro preceito
prende-se com o início do texto e que, dependendo da proximidade com o destinatário, o aluno deve
apresentar cumprimentos e o assunto. Seguidamente, pode desenvolver o assunto da carta e deve
também terminar de maneira diferenciada e assinar.
O professor pode apresentar vários modelos de início e término da carta, diferenciando junto com o
aluno os possíveis destinatários.
Outro tipo de ajuda, seria apresentar uma carta modelo com indicações sobre o local a escrever a
data, o início da carta e o término da carta.
Escreve emails
A pedido, o jovem pode ir à despensa e verificar as "faltas". Pode utilizar uma folha pré-definida e
assinalar, escrevendo só o que não está contemplado ou escrever a totalidade das "faltas".
É importante que desde o início, a criança e/ou o jovem, possa ter acesso ao processador de texto
para produzir texto escrito.
A utilização do processador, com mais ou menos adaptações permitidas através da acessibilidade do
Windows, pode permitir que o indivíduo com perturbação do desenvolvimento intelectual ou
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V. SITES RECOMENDADOS
“LEITORIL” http://www.thefind.com/office/info-slant-board-for-writing#page=1
Bird, Gillian et Buckley, Sue Meeting the Educational Needs of Children with Down's
Syndrome, a Handbook for teachers. University of Portsmouth.
Bird, Gillian, Beadman, Jean & Buckley, Sue. Reading and writing development for children
with Down Syndrome (5-11 years), Down Syndrome Educational Trust, 2001. UK.
Klein, Marsha Dunn. Pre-writing skills, revised. Communication Skill Builders, Inc. 1990, USA
Letra, Carlos. Sucesso na Escola, 1º e 2º anos, Gailivro.
Troncoso, Maria V. et del Cerro, M. M. Lectura y escritura de los niños con Síndrome de
Down, in J. Flórez y Mª Victoria Troncoso, Síndrome de Down e Educación, Masson – Salvat
Medicina, 1991, pp. 84-122.
Troncoso, Maria V. et del Cerro, M. M. Síndrome de Down: Lectura y escritura, Masson, 1997.
Colaboração: Andreia d'Oliveira, Carmo Faria, Fátima Trindade, Sofia Monteiro, Sónia
Domingos (Centro de Desenvolvimento Infantil Diferenças)